Denotação, Conotação e
Polissemia
1.
2.
Denotação é o significado objetivo da
palavra; é a palavra imobilizada em seu
estado fixo de dicionário.
Conotação é, o significado subjetivo da
palavra, decorrente das evocações que a
palavra provoca por associação de quem
a ouve ou fala.
Polissemia
O vocábulo amplia seu campo de
significação, revelando um
procedimento essencial para que se
mantenha a vitalidade do idioma –
uma renovação chamada polissemia.
Polissemia

A polissemia confere às línguas
humanas a flexibilidade de que elas
precisam para exprimirem todos os
inumeráveis aspectos da realidade.
Conseqüentemente, a maioria das
palavras são polissêmicas em algum
grau.
Ambigüidade

A multiplicidade de sentidos, apresentada
pelas palavras, em função do contexto em
que são utilizadas, pode gerar
ambigüidade, que é a propriedade de
certas frases que apresentam vários
sentidos.
Ambigüidade

A ambigüidade pode ser do léxico, quando
certos morfemas léxicos têm vários sentidos:
Ambigüidade
Há pelo menos dois sentidos, porque
companhia, no caso, pode ter dois
sentidos:
o de “empresa” (Ele estava na minha
empresa)
ou de uma “pessoa” (Ele estava
comigo).
Fala-se então de ambigüidade léxica.
Ambigüidade


Na frase:
O magistrado julga as crianças
culpadas.
a) O magistrado julga que as crianças são
culpadas? ou
b) O magistrado julga as crianças que são
culpadas?
Ambigüidade
A ambigüidade pode se originar do fato de a frase ter uma
estrutura sintática suscetível de várias interpretações.
Fala-se então de ambigüidade sintática ou de homonímia de
construção. Assim, a frase
“Jorge ama Rosa tanto quanto João”
corresponde a:
a) Jorge ama Rosa tanto quanto João ama
Rosa.
b) Jorge ama Rosa tanto quanto ele ama
João.
Texto Literário e
Texto Não-Literário
Elementos que caracterizam o texto literário são:
1. Valorização da forma:
2. Reflexão sobre o real
3. Reconstrução da linguagem
4. Plurissignificação
O texto literário
Acrobatismo
(Cassiano Ricardo)
Parou o vento. Todas as árvores
quiseram ver o salto original.
Então
quedaram-se todas com os seus anéis azuis de
orvalho
e os seus colares de ouro teatral,
prestando muita atenção.
O texto literário
Foi como se um silêncio fofo de veludo
Começasse a passear seus pés de lã por tudo.
Nisto uma folha sai, muito viva, de uma rama,
e vai cair sem o menor rumor
sobre o tapete da grama.
É um louva-a-deus lépido e longo
que se jogou de um trapézio
como um pequeno palhaço verde
e lá se foi a rodopiar
às cambalhotas
no ar.
Linguagem Figurada
Criatividade, originalidade e até veiculação do
exótico, por meio de recursos estilísticos:
Comparação: aproximação de dois seres pela
sua semelhança — as características de um são
atribuídas ao outro ligadas por um elemento
comparativo — como, tal qual, semelhante a,
que nem, etc:
Paulo é forte
como um touro.
Metáfora: comparação mental — dois ou
mais elementos comparados em relação a
uma qualidade comum — uma representação
mental de uma realidade sensível. Raciocínio
básico:
O leão é forte. Meu amigo é forte.
(Fato)
Meu amigo é forte como um leão.
(Comparação)
Meu amigo é um leão.
(Metáfora)
Metonímia: Uso de uma palavra em lugar de
outra, por um processo de semelhança existente entre elas.
Principais casos:
a) o nome do autor pela obra – Ler Machado de Assis é
complicado. (as obras de Machado de Assis)
b) o nome da divindade pela função – Marte entra com
força no terceiro milênio. (Marte: Deusa da guerra)
c) o continente pelo conteúdo – Tome apenas uma
xícara desse chá. (o chá contido na xícara)
d) o lugar pelo produto característico – Tomar
champanhe em festas é comum. (produto originário da
região francesa de Champagne)
e) a causa pela conseqüência – Estão destruindo o verde do País.
(as matas)
f) o concreto pelo abstrato – O futuro pertence aos jovens.
(juventude)
g) a marca pelo produto – Ele sempre gostou de coca-cola.
(refrigerante à base de cola)
h) o efeito pela causa – Sócrates tomou a morte. (veneno)
i) o conteúdo pelo continente – As ondas beijavam a areia. (a
praia)
j) o instrumento pela pessoa – Ele é um bom garfo. (comilão)
l) o sinal pela coisa significada – A cruz atingirá o Oriente.
(Cristianismo)
Observação – Alguns autores consideram os
casos abaixo como sinédoque:
a) o todo pela parte – As rodas levam
progresso ao Brasil inteiro. (os caminhões)
b) o singular pelo plural – O francês é famoso
por sua culinária. (os franceses)
c) a matéria pelo instrumento – Chegara a
hora das cordas. (instrumentos de corda)
d) o abstrato pelo concreto – A audácia
vencerá sempre. (audaciosos)
Antítese: palavras que se opõem quanto ao
sentido:
Buscas a morte, eu, a vida;
buscas as trevas, eu, a luz.
Pleonasmo: repetição de uma idéia, com repetição
ou não das mesmas palavras:
Resta-me a mim somente um
caminho.
Prosopopéia ou personificação: atribuir
características animadas ou humanas a seres
inanimados ou irracionais:
Ontem, as estrelas contavam histórias;
hoje, choram mortos.
Ironia: dizer exatamente o contrário do que
realmente se deseja:
A excelente D. Escolástica era mestra na arte de
judiar de crianças.
Eufemismo: utilização de formas mais suaves para
amenizar expressões que possam chocar o interlocutor:
Ficou rico usando os meios ilícitos dentro
daquele país.
Hipérbole: expressão intencionalmente exagerada,
com a finalidade de impressionar o interlocutor.
Ele se afogava num dilúvio de emails todo final de semana.
Inversão (Hipérbato): inversão da ordem
natural da oração – sujeito, verbo,
complementos, com a finalidade de
enfatizar certas palavras ou expressões:
Já da morte o palor me cobre o rosto
Álvares de Azevedo
Elipse : omissão de um termo, facilmente
subentendido:
Sairemos mais cedo hoje. (nós)
Paradoxo: antítese levada ao extremo,
quebrando-se a lógica, chegando a atingir o
absurdo:
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer.
Camões
Zeugma: omissão de um termo que já apareceu
anteriormente:
Eles seguem para direita, nós, para a
esquerda.
Polissíndeto: repetição de uma conjunção, com
a finalidade de intensificar o conteúdo.
E rola, e rebola, e mexe, e remexe...
Assíndeto: ausência do elemento conectivo.
Trançou os cabelos, colocou o xale, saiu
apressada.
Anáfora: repetição de palavras no início das frases ou dos versos.
Tem mais samba no encontro que na espera. /
Tem mais samba a maldade que a ferida...
Chico Buarque
Silepse: concordância que se faz com a idéia e não com a
estrutura lingüística. Pode ser:
* de gênero:
Vossa Majestade mostrou-se preocupado.
* de número:
O povo assustaram-se com os impostos.
* de pessoa:
Os brasileiros somos hospitaleiros.
Antonomásia: substituição de um nome próprio por
um nome comum, por um apelido ou por um título
que tornou a pessoa conhecida.
O Poeta dos Escravos (Castro Alves).
Apóstrofe: invocação, num chamado.
Deus, ó Deus, onde estás que não
respondes? (Castro Alves).
Gradação: disposição das idéias, numa ordem
seqüente para maior ou menor intensidade.
Meu caro, para mim, você é um simples roedor.
Que digo? Um verme... Menos que isso! Uma
bactéria! Um vírus!...
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Denotação, Conotação e Polissemia