“Click, Não Complique” por Ana Calhandro | Teste e Relatório por João Lucas e Pedro Vilela
A proposta de projecto apresentada consiste numa instalação,
filmadas, para que resulte num comportamento natural de
inserida num espaço rectangular onde são apresentadas três
expectativa, impaciência ou outro inesperado.
telas dispostas em forma de trapézio. Em cada uma é projectada
a imagem de quatro crianças em espera de algo e entre a tela e
Consistência - O projecto evita a tentativa de sensibilização
o observador existe um ecrã táctil que contem um menu com
face ao tema geral proposto na disciplina. Este desenvolve-se
questões que foram previamente colocadas às crianças.
com um carácter lúdico, excluindo questões que à partida pedem
uma resolução já estereotipada, propondo a cada uma das
Linguagem do Utilizador - No interface do ecrã táctil é
crianças que pense no que faria se se deparasse com certa
apresentado o título do projecto: “Click, não complique” que deve
situação no seu dia-a-dia ou que explique o que entende por algo
induzir o utilizador a interagir com o ecrã. Cada click pretende
presente na natureza.
demonstrar a capacidade que as crianças têm de responder a
questões e pequenos desafios sobre o ambiente, revelando a sua
Diálogo simples e natural - Todas as questões foram
espontaneidade, convicção e frontalidade nas respostas que dão
elaboradas
tendo
em
conta
a
idade
de
cada
criança,
a problemas cuja resolução ainda não estão devidamente cientes.
compreendida entre os 4 e os 7 anos, até mesmo sabendo
previamente que ela própria não saberia responder, tentando
Atalhos/Aceleradores - Deste modo, ao clicar numa das
questões
propostas,
com
o
auxílio
de
uns
propositadamente obter respostas curiosas ou inesperadas.
auscultadores
colocados no suporte do ecrã táctil, o observador poderá ouvir a
Saídas claramente assinaladas – Em termos do espaço da
resposta dada pela respectiva criança. Na tela, a filmagem da
instalação as saídas não estão assinaladas, existe apenas uma
criança que responde é como que accionada pelo click efectuado.
entrada (supomos) e a saída é no mesmo lugar. No ecrã táctil,
Durante uma resposta todas as outras crianças encontram-se em
está presente no canto inferior esquerdo do ecrã um botão que
espera. Estes momentos de espera são filmadas deixando-as
permite o regresso ao menu que contém a lista de questões. A
sozinhas em frente à câmara, sem que saibam que estão a ser
única maneira de retomar à interface inicial será pela sua
inactividade, isto é, após um determinado tempo estabelecido
por um computador ou por um leitor de DVD ou outro dispositivo
sem qualquer actividade por parte do utilizador.
apropriado.
Feedback – O projecto não menciona nada que proporcione
Limitações
e
Potencialidades
-
Na
nossa
avaliação
um feedback entre o utilizador e o artista: o utilizador vê o
concluímos que este projecto não apresentava limitações: trata-
projecto, interage mas a sua opinião não é exposta, logo, nunca
se uma instalação num espaço de grandes dimensões, as telas
saberemos se a exposição foi positiva ou negativa e aspectos a
estão bem colocadas perante o observador e os auscultadores
melhorar.
provocam-nos curiosidade para ouvir o som do vídeo em loop.
Boas mensagens de erro – Não existem mensagens de erro
Em termos de concretização a instalação não apresentaria
grandes dificuldades: poderia ser exposta num museu, numa
dada a simplicidade da interacção.
galeria ou apenas numa sala espaçosa à disposição.
Prevenção dos erros – O projecto, antes de ser posto em
Em termos de potencialidades do projecto, achamos que o
exposição, seria devidamente testado para verificar se não
trabalho com crianças permite obter respostas interessantes e
existiriam erros.
não muito sérias e maçadoras, tornando-o mais animado na sua
componente interactiva.
Ajuda e documentação – Em princípio, a instalação seria o
mais
minimal
possível,
daí
que
não
seriam
necessárias
SUGESTÕES
documentações ou ajudas por ser muito intuitivo.
O grupo sugeriu que a interface do ecrã táctil fosse um pouco
Minimizar a carga sobre a memória – A carga e a memória
não causaria problemas porque a instalação seria suportada ou
mais perceptível ao observador para que este deduzisse à
primeira que o ecrã seria para ser tocado, isto porque o que nos
foi apresentado (uma bola a mexer-se com um título pequeno no
canto superior direito do ecrã) não era eficaz o suficiente. A bola,
ao centro, poderia ser um pouco maior e com o título “CLICK,
NÃO COMPLIQUE” junto desta, em cima ou à volta, estático ou
dinâmico – acompanhando a forma. Em vez de ser o título
poderia ser simplesmente a palavra “CLICK” e, ao clicar-se, o
título do projecto surgiria então no canto, juntamente com o
menu. Para voltar à interface inicial, no menu poderia haver um
botão de “saída” ou este voltaria passados alguns minutos sem
actividade, como que um screensaver.
No projecto apenas uma criança responde à pergunta efectuada
mas seria interessante podermos escolher qual das crianças cuja
resposta quereríamos ouvir. Isto poderia ser feito colocando um
menu na horizontal, com as imagens das crianças em espera em
ponto pequeno, por baixo da pergunta, que apareceria depois de
a seleccionarmos. Consoante a nossa escolha todas as restantes
crianças no painel teriam o seu vídeo com o som diminuído e a
imagem ligeiramente escurecida, destacando-se a que estiver a
falar.
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