O CONTROLO DO ODOR
NA FERIDA MALIGNA
THE ODOR CONTROL IN MALIGNANT WOUNDS
EL CONTROL DE OLOR DE LA HERIDA MALIGNA
Autores: Diana Ponte1, Kelly Ferreira2, Neuza Costa3
Resumo: A ferida maligna é uma entidade clínica que exige a avaliação diária do doente e da família
de forma a identificar sinais e sintomas de potenciais complicações. Existem sintomas de difícil
controlo: odor, hemorragia, exsudado, dor, prurido, infeção e necrose tecidular. Focou-se a questão
do odor por ser constante no dia-a-dia do doente. O odor desagradável das feridas acrescenta angústia no avanço da doença e pode agravar a sensação de desamparo, humilhação e isolamento.
O objetivo do estudo foi conhecer as orientações de tratamento no que diz respeito ao controlo
do odor nas feridas malignas, de forma a uniformizar a adoção de procedimentos por parte das
equipas de enfermagem. Foram analisados sete estudos de fonte primária, obtidos através de
pesquisa em seis bases de dados, em que três eram estudos de caso e quatro estudos descritivos
de triangulação. Os participantes eram doentes portadores de ferida maligna com odor. Tendo em
conta o objetivo do estudo, verificou-se a existência de sete tratamentos, sendo o mais utilizado o
metronidazol tópico, citado em quatro estudos. Foi também evidenciada a eficácia de pensos com
prata, com mel, com carvão ativado e película de hidrogel ionizada.
Palavras-chave: Neoplasias, Úlcera, Ferida maligna, Odor, Tumor, Tratamento
Abstract: Malignant wound is a clinical entity that requires a daily evaluation of patient and family, to identify signals and symptoms of potential complication. There are symptoms of difficult control like odor, bleeding, exudate,
humiliation and isolation. The objective of this study was to know the treatment orientations of odor control on
ARTIGOS DE REVISÃO
malignant wounds, to standardize the adoption of nurse procedures. Were analyzed seven studies of primary
source, obtained through research in six databases, three of them were case studies and four were descriptive
triangulation studies. The participants were carrier patients of malignant wounds with odor. Taking into account
the study objective, was verified the existence of seven treatments, being the most used the Topic Metronidazole,
cited in four studies. There were also evidence on use of silver, honey, activated charcoal dressings and ionic sheet
hydrogel.
Keywords: Neoplasms, Ulcer, Malignant wound, Odor, Tumor, Treatment
Resumen: La herida maligna es una entidad clínica que requiere la evaluación diaria del paciente y la familia, para
identificar las señales y síntomas de complicaciones potenciales. Hay síntomas que son difíciles de controlar: el
olor, sangrado, exudado, dolor, prurito, infección y necrosis tisular. La cuestión abordada se centrará en enfoque
de olor al estar constantemente en el paciente el día a día. El olor desagradable de las heridas añade angustia con
el avance de la enfermedad y puede exacerbar los sentimientos de abandono, la humillación y el aislamiento. El
objetivo del estudio fue conocer las orientaciones de tratamiento de control de olores en las heridas malignas,
para estandarizar la adopción de procedimientos de enfermería. Se analizaron siete estudios de fuente primaria,
obtenida mediante la investigación en seis bases de datos, tres de ellos fueron estudios de casos y cuatro eran estudios descriptivos de triangulación. Los participantes fueron pacientes portadores de heridas malignas con olor.
Teniendo en cuenta el objetivo del estudio, se verificó la existencia de siete tratamientos, siendo el más utilizado
el metronidazol, citado en cuatro estudios. También se dio importancia a los tratamientos con plata, miel, carbón
activado y película de hidrogel ionizado.
Palabras clave: Neoplasias, Úlcera, Herida maligna, Olor, Tumor, Tratamiento
Introdução
Nas últimas décadas assistimos ao envelhecimento progressivo da população, bem como ao aumento da prevalência do cancro e outras doenças. Em contrapartida, o avanço tecnológico alcançado principalmente a partir da segunda metade do século XX associado ao desenvolvimento da
terapêutica, fez com que muitas doenças mortais se transformassem em crónicas, conduzindo à
1 - Enfermeira – Hospital do Divino Espirito Santo, E.P.E. – Medicina III ([email protected])
2 - Enfermeira – Hospital do Divino Espirito Santo, E.P.E. – Medicina III ([email protected])
3 - Enfermeira – Hospital do Divino Espirito Santo, E.P.E. – Medicina III ([email protected])
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pain, itch, infection and tissue necrosis. The odor was the issue focused because is constant on patient daily. The
unpleasant odor of wounds adds anguish as the disease advance and can exacerbate feelings of abandonment,
O CONTROLO DO ODOR NA FERIDA MALIGNA
família e profissionais podendo constituir um problema importante na prática diária do cuidado de enfermagem. Cada pessoa,
assim como cada ferida é única e requer uma valorização e tratamento individualizado.
Pelas nossas práticas clínicas, focamo-nos apenas na questão
do odor por considerarmos que este sintoma é uma presença
constante no dia a dia do doente com ferida maligna (num estadio avançado da doença). Como pode ser evidenciado no estudo
prospetivo desenvolvido por Maida que refere em 10,4% dos casos o odor estar associado à ferida maligna24. O odor para além
de transmitir mau cheiro para o próprio e para as pessoas com
quem se relaciona pode ainda provocar náuseas, o que poderá
desencadear o agravamento progressivo do seu estado nutricional. O odor desagradável das feridas acrescenta angústia no
avanço da doença e pode agravar a sensação de desamparo, humilhação e isolamento social14.
O tratamento proposto para as feridas malignas deve respeitar
as consequências físicas, psicológicas e sociais causadas pela ferida. O ideal será promover cuidados holísticos, que supram os
desejos do doente e contribuam para a melhoria da sua qualidade de vida. De forma a direcionar o tratamento à necessidade
de cada pessoa, sendo fulcral realizar uma correta avaliação. De
acordo com Haisfield-Wolfe e Baxendale-Cox, citados por Firmino12, o aspeto da ferida pode ser classificado em quatro estádios.
Estádio 1: pele integra, ruborizada e/ou violácea, com nódulo visível e delimitado, assintomático. Estádio 1N: ferida fechada ou
com abertura superficial por orifícios de drenagem de secreção
límpida, amarelada ou de aspeto purolento, sem tunelizações.
Tecido avermelhado ou violáceo, lesão seca ou húmida. Pode haver prurido e dor, mas sem odor. Estádio 2: Ferida aberta, envolvendo a derme e epiderme, sem tunelização. Ulcerações superficiais, podendo apresentar-se friáveis, sensíveis à manipulação,
sem exsudado ou com presença em pouca quantidade. Intenso
processo inflamatório ao redor do tecido, que exibe coloração
vermelha e/ou violácea. Pode haver dor e odor. Estádio 3: Feridas
que envolvem a derme, epiderme e tecido subcutâneo. Têm profundidade regular mas com saliências e formação irregular. São
friáveis, com áreas de ulcerações e tecido necrótico liquefeito ou
sólido e aderente. Feridas exsudativas, com aspeto vegetativo,
podendo apresentar lesões satélite em risco de rutura. Tecido
de coloração avermelhada e violácea. Leito da ferida de coloração predominantemente amarelada. Estádio 4: ferida invadindo
profundas estruturas anatómicas. Têm exsudado abundante,
odor fétido e dor. Tecido de coloração avermelhada e violácea.
Leito da ferida de coloração predominantemente amarelada.
Para classificar o odor podem ser usados os indicadores TELER
(acrónimo para Treatment Evaluation by Le Roux Method). Esta
escala é um sistema genérico para realizar notas clínicas e medir
os resultados centrados no doente no que diz respeito aos cuidados e tratamentos à ferida. Pode ser aplicada a qualquer condição ou esfera de atividade, clínica ou não clínica, quando os
resultados das intervenções necessitam ser medidos ao longo
do tempo. A TELER foi aplicada pela primeira vez por Grocott em
1995 num estudo envolvendo feridas malignas. A aplicação da
TELER a outros grupos de doentes foi realizada em colaboração
com a WRAP Woundcare Research for Appropriate Products24,16.
Este é um instrumento de medição validado também para feridas malignas que mede, em concordância com outros sintomas,
a presença do odor em seis níveis, numa escala decrescente na
intensidade: nível 5: sem odor; nível 4: o odor é detetado na remoção do penso; nível 3: odor está evidente quando se expõe o
penso; nível 2: o odor é evidente a uma distância de aproximadamente meio metro do doente; nível 1: o odor é evidente quando
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longevidade dos doentes25.
No que respeita ao valor da esperança média de vida à nascença,
apontando os valores do INE no período de referência 2009-2011,
foi estimado em 79,45 anos para ambos os sexos, sendo de 76,43
anos para os homens e de 82,30 anos para as mulheres18.
Focalizando os valores no contexto do cancro, de acordo com
os dados do INE no período referido, este destaca-se como a
segunda causa de morte em Portugal, após as doenças cardiovasculares, à semelhança de outros países desenvolvidos. Em
relação à Europa, a Agência Internacional de Investigação do
Cancro (IARC) divulgou o relatório Globocan 2008 (maior base de
dados sobre cancro existente no mundo e permite prever a incidência e a taxa de mortalidade de cancro nos próximos 20 anos)
estimando que em 2008 existiram 3,2 milhões de novos casos e
1,7 milhões de mortes por esta causa. O mesmo estudo apontou
valores de incidência e mortalidade para Portugal de aproximadamente 43 300 e 24 300, respetivamente, tendo em conta uma
população total de 10 677 000 habitantes5,9.
A doença oncológica traduz-se assim numa situação crónica, muitas vezes debilitante e, outras tantas vezes fatal. Assim, entre as
múltiplas abordagens a esta patologia, surge o emergente interesse de falar em cuidados paliativos no sentido de proporcionar
qualidade no fim de vida do doente oncológico em fase terminal.
Entre os muitos aspetos que constituem os cuidados paliativos,
destacamos para o nosso estudo, a temática das feridas malignas.
Dentro desta realidade haverá assim maior espaço e interesse
na discussão das características das feridas, particularidades
dos tratamentos e necessidade de pesquisas que contribuam
para o preenchimento das lacunas nesta temática12.
Embora se desconheça a realidade no que respeita à incidência
da ferida maligna, dois estudos recentes apontam para valores
de 5-10% e 14,5% de ocorrência desta ferida em pessoas com
doença oncológica avançada22,24. A ferida maligna é uma entidade clínica que exige a avaliação diária do doente e da família
de forma a identificar adequadamente os sinais e sintomas de
potenciais complicações. A conduta deve ser ajustada às características da lesão, obedecendo aos princípios dos cuidados a
ter com uma ferida, no entanto, a meta principal desta conduta
deixa de ser a cicatrização, que é improvável, e passa a ser o conforto do doente em relação à ferida e a prevenção e controlo dos
sintomas locais7.
O termo ferida maligna não é consensual na literatura portuguesa e inglesa, uma vez que encontram-se, ainda, outros nomes
como lesões tumorais, úlceras neoplásicas, ferida oncológica e
lesões neoplásicas.
Da revisão bibliográfica realizada, as feridas malignas são formadas pela infiltração das células malignas do tumor nas estruturas da pele. Ocorre quebra da integridade do tegumento
decorrente da proliferação celular descontrolada que o processo oncológico induz, levando à formação de uma ferida evolutivamente exofitica. Este tipo de ferida pode ocorrer por extensão do tumor primário ou por uma metástase, por implantação
acidental de células malignas na pele durante um procedimento
cirúrgico ou diagnóstico, ou ainda, por invasão de nódulos linfáticos próximos ao tumor primário36.
Associadas às feridas malignas encontram-se sintomas de difícil
controlo, que relembram constantemente ao doente a presença da doença, o que conduz à perda de dignidade e diminuição
progressiva da qualidade de vida, interferindo nas relações familiares e sociais, bem como na atitude perante a vida e a doença.
As manifestações destes sintomas incluem: odor, hemorragia,
exsudação, dor, prurido, infeção e necrose tecidular26. Estas feridas têm assim uma grande repercussão sobre os doentes, sua
O CONTROLO DO ODOR NA FERIDA MALIGNA
Metodologia
Para atingir o objetivo proposto foi desenvolvida uma revisão
sistemática da literatura científica, que segundo Polit & Hungler34 “é a busca ordenada de informações sobre um tema, visando a construção de um relatório escrito que resultará do processo de levantamento, análise e compreensão de publicações
relevantes sobre o problema de pesquisa”. Estas autoras revogam que as publicações relevantes consistem em relatórios de
fonte primária, ou seja, artigos elaborados pelos pesquisadores
que as conduzem.
O principal objetivo da revisão de literatura é fornecer uma síntese dos resultados de pesquisa, para auxiliar o profissional a
tomar decisões. Neste tipo de estudo são abordados os tópicos
relevantes sobre o tema, de forma a proporcionar ao leitor uma
compreensão do que existe publicado sobre o assunto. Assim a
revisão tem uma função integradora e facilita a renovação e ou
atualização de conhecimento.
Para a identificação das fontes bibliográficas foram consultadas 6 bases de dados: “B-On”, “MESH”, “ProQuest”, “MedLine”,
“MD Consult” e “Google Academic Advanced”, no período de janeiro a maio de 2012, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Inicialmente, foi estabelecido um período temporal de cinco
anos, no entanto, a escassez de artigos de fontes primária identificados neste espaço conduziu-nos a um alargamento deste
critério para dez anos. Incluímos também os seguintes aspetos
na nossa seleção: resumo disponível, acesso ao texto integral e
publicação em revista científica no período referido, indexada
nas bases de dados indicadas.
Foram validados os descritores pelo DeCS: neoplasia, úlcera, malignant, wound, odor, tumor e treatement. Associados a estes
descritores, foram também usadas na pesquisa as seguintes
palavras-chave: fungating, malodour, odour control.
De acordo com as orientações apresentadas por Polit et al.
(2004), os artigos selecionados foram avaliados com base num
processo que inclui quatro fases: apreciação do título, avaliação
do resumo, leitura integral dos textos e apreciação crítica da
qualidade dos mesmos33. O processo de seleção e análise dos dados foi realizado em conjunto pelas três autoras.
Foram identificados um total de 328 artigos, dos quais 190 foram excluídos pelo título. Procedeu-se à leitura dos resumos,
o que excluiu 111. Do total de 27 artigos completos que foram
avaliados, um de fonte primária foi excluído por ter publicação
anterior a 2002 e 19 por serem de revisão de bibliografia. Foram
então selecionados para críticas sete estudos de fonte primária
por serem os únicos com publicação entre 2002 a 2012 (limite
temporal estabelecido), a que tivemos acesso, e os mesmos irem
ao encontro do nosso objetivo. Destes, dois foram realizados
em Inglaterra e os restantes um em cada dos seguintes países:
Estados Unidos, Dinamarca, Japão, África do Sul e Canadá. De
seguida, apresentamos a Tabela 1, que descreve os critérios de
inclusão utilizados para a triagem dos estudos selecionados.
Após a seleção dos critérios de inclusão, apresentamos, de seguida, a síntese das principais conclusões e a análise crítica dos
dados.
TABELA 1: Critérios de inclusão dos artigos selecionados
Critérios de seleção
Critérios de inclusão
Critérios de exclusão
Participantes
Doentes com ferida maligna com odor.
Doentes com feridas malignas sem odor.
Intervenção
Tratamento à ferida para
gestão do odor de forma a
melhorar os aspetos físicos
e psicológicos do doente.
Contexto do estudo
Estudos publicados entre
2002 e 2012, realizados por
profissionais de saúde em
instituições de prestação
de cuidados.
Desenho do estudo
Abordagem qualitativa,
quantitiva e de triangulação.
Artigos de revisão sistemática da literatura.
Apresentação análise crítica dos dados
Durante o processo de pesquisa, foram analisados diferentes tipos de artigos, de fonte primária, secundária e outros aos quais
apenas foi possível o acesso ao resumo. Desta forma, apesar dos
artigos de fonte secundária serem um critério de exclusão, por
considerarmos pertinentes os resultados de alguns, optamos
por referenciar os mesmos, seguida a exposição pormenorizada
dos artigos de fonte primária. Após a leitura dos artigos selecionados, procedemos à organização e a análise dos dados, que estão descritos na Tabela 2. De uma forma geral, os participantes
foram doentes com feridas malignas com odor, entre outros sintomas, submetidos a diversos tratamentos com vista a eliminar
o odor, de forma a proporcionar melhoria da qualidade de vida.
Os estudos foram efetuados em contexto hospitalar e domiciliário, com uma abordagem maioritariamente qualitativa e estão
expostos por ano de publicação.
As feridas malignas podem apresentar variados sintomas de
difícil controlo, sendo um deles o odor. Embora os mecanismos
responsáveis pelo aparecimento deste não esteja bem documentado, o estudo realizado por Shirasu M. et al., 2009 identificou, após a análise das várias feridas, o Dimethyl Trisulfide
como a fonte do odor das feridas malignas. A perda de vascularização é a maior fonte de problemas devido à perda de viabilidade tecidular, o que resulta em necrose. Nestas condições, há
proliferação de bactérias aeróbias e anaeróbias o que conduz à
formação de odor e exsudado15.
Tendo em conta os artigos expostos, constatamos que em dois
estudos foi citado o uso de uma escala visual analógica, em um
estudo o recurso à escala TELER e nos restantes quatro não foi
especificado o uso de um instrumento para medição do odor.
Verificamos a existência de sete tratamentos para controlo do
odor, sendo o metronidazol tópico citado em quatro estudos de
fonte primária e em dezoito artigos de revisão de literatura. Estas formulações tópicas variam entre o gel a 0,75%, spray, pó e o
uso de solução salina com comprimidos triturados. Além destes,
há ainda referência em sete destes artigos, ao uso de metronidazol sistémico quando o tópico não é eficaz e o grau de odor é
nível 4, de acordo com a escala de TELER.
O Metronidazol é um derivado sintético do nitroimidazole, com
propriedades anti-inflamatórias e antibióticas e com efeito antiprotozoário. Inibe os mediadores inflamatórios (através dos
neutrófilos), a linfocitose e suprime as células mediadoras do
sistema imunitário8.
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se entra na sala em que se encontra o doente; nível 0: o odor é
evidente quando se entra na casa/hospital/clínica em que se encontra o doente6.
Com a revisão sistemática da literatura foi nosso objetivo conhecer as orientações de tratamento no que diz respeito ao
controlo do odor nas feridas malignas, de forma a uniformizar
a adoção de procedimentos por parte das equipas de enfermagem, no sentido de melhorar a qualidade de vida do doente e
proporcionar maior segurança técnica ao profissional que cuida
o doente oncológico em final de vida. Assim, orientamos o nosso
estudo a partir da seguinte pergunta: “Quais são os tratamentos
usados, nas feridas malignas, para controlo do odor?”
O CONTROLO DO ODOR NA FERIDA MALIGNA
TABELA 2: Síntese das evidências encontradas
Autor, ano, publicação/tipo
comunicação, país
Tipo de estudo instrumento de
colheita de dados
Participantes
amostra
Artigo 1
Malignant Cutaneous Wound
Linda Schiech
2002
Estudo qualitativo, descritivo
com 2 estudos de caso;
Dados descritos através da observação.
n= 2 doentes com ferida maligna. Doente do sexo feminino
com 78 anos, com ferida localizada na mama esquerda, com
hemorragia;
Doente do sexo masculino de 62
anos, com ferida localizada no
pescoço, com odor.
Clinical Journal of Oncology Nursing
EUA
Objetivo geral
Tratar ferida maligna com sintomas de hemorragia e odor.
Principais conclusões
t&YJTUFNWÊSJPTUSBUBNFOUPTQBSBBTGFSJEBTNBMJHOBTFTQFDJGJDBNFOUFRVBOEPBTNFTNBTTFFODPOUSBNDPNIFNPSSBHJBFDPNNBVPEPS
Salientando o controlo do odor, o metronidazol tópico e sistémico é muito eficaz no entanto dispendioso;
t0TQFOTPTDPNQSBUBUBNCÑNSFWFMBSBNTFSNVJUPFGJDB[FTOBFMJNJOBÏÌPEPPEPS0TQFOTPTSFBMJ[BEPTEFWFNTFSFTUÑUJDPTFQSPQPSDJPnar conforto emocional e físico.
Artigo 2
Effectiveness of a Topical Formulation Containing Metronidazole for Wound Odor and Exudate
Control
Kalinski C, et al.
2005
Wounds
Inglaterra
Estudo de triangulação, descritivo, prospetivo;
O odor da ferida foi avaliado antes da aplicação inicial e após,
diariamente, pelo doente e pelo
investigador. Foi usada uma escala visual analógica de avaliação do odor, com score de 0-10.
O estudo decorreu durante 2
semanas.
n= 16 doentes com feridas malignas com odor fétido, sem
tratamento com antibiótico
sistémico, quimioterapia ou radioterapia.
Avaliar o efeito do Metronidazol gel 0,75% na erradicação do
odor em doentes com grandes
lesões malignas.
Principais conclusões
t0USBUBNFOUPDPN.FUSPOJEB[PMHFMÑGÊDJMFWBOUBKPTPFBTVBBQMJDBÏÌPOÌPFTUÊBTTPDJBEBBEPSPVEFTDPOGPSUP)PVWFVNBEJminuição significativa do odor 24 horas após a primeira aplicação. A aplicação de Metronidazol gel revelou-se eficaz nas duas semanas de
tratamento. Em todos os doentes em estudo, a taxa de eficácia foi de 100%.
Artigo 3
Use of an ionic sheet hydrogel
dressing on fungating wounds:
two case studies
Maund M
2008
Journal of Wound Care vol. 17, n.º 2
Estudo qualitativo, descritivo
com 2 estudos de caso;
Dados descritos através da observação ao longo de 4 a 8 semanas.
África do Sul
n= 2 doentes do sexo feminino
com feridas malignas com presença de odor (uma com carcinoma da mama, mastectomizada
à esquerda, com presença de 3
lesões malignas no pescoço, na
zona circundante da lesão da
mastectomia e a outra doente
com carcinoma do ovário, com
ferida abdominal).
Avaliar o uso de uma película
de hidrogel ionizado na gestão dos sintomas das lesões
malignas (alivio da dor, odor e
exsudado).
Principais conclusões
t&NBNCPTFTUVEPTGPJBQMJDBEPPNFTNPUSBUBNFOUPÉTMFTÝFTDPNNVEBOÏBEFQFOTPEFFNIPSBTQSPQPSDJPOBOEPBCTPSÏÌPEF
exsudado e consequentemente eliminação do mau odor e alívio da dor. Em cerca de três a quatro semanas houve redução significativa do
mau odor, o que proporcionou a melhoria da interação social.
Artigo 4
Dimethyl Trisulfide as a characteristic odor associated with
fungating cancer wounds
Shirasu M, et al.
2009
Biosci. Biothecnol. Biochem. 73
Japão
Estudo de triangulação, descritivo, randomizado controlado;
Dados obtidos através da análise de espetometro/ olfatometro,
através das compressas com exsudado retiradas das feridas
malignas.
n= 5 doentes com feridas malignas (dois homens com carcinoma
da cabeça e pescoço e três mulheres com carcinoma da mama).
Identificar a origem do odor
das feridas malignas de forma
a escolher o tratamento mais
adequado.
Principais conclusões
t"QÛTBBOÊMJTFEBTWÊSJBTGFSJEBTFNUPEBTGPJJEFOUJGJDBEPPEJNFUIZMUSJTVMGJEFDPNPBGPOUFEPPEPSEBTGFSJEBTNBMJHOBT$POUSPMBSB
produção desta fonte deverá melhorar a qualidade de vida dos doentes, através do desenvolvimento de novos tratamentos.
Artigo 5
The effect of honey-coated bandages compared with
silver-coated bandages on treatment of malignant
wounds—a randomized study
Lund-Nielsen, et al.
2011
Principais conclusões
t/ÌPGPSBNFODPOUSBEBTEJGFSFOÏBTTJHOJGJDBUJWBTFOUSFPFGFJUPEPTEPJTQFOTPTOPRVFEJ[SFTQFJUPBPUBNBOIPEBGFSJEBHSBVEFMJNQFza, mau odor, exsudado e dor na ferida. A mudança mais significativa foi encontrada em ambos os grupos no que diz respeito ao odor no
período de intervenção. Os dois tratamentos são aconselhados.
Artigo 6
Use of granulated sugar therapy
in the management of sloughy or
necrotic wounds: a pilot study
Murandu M, et al.
2011
Wound Repair and Regeneration
Dinamarca
Journal of Wound Care, vol. 20 n.º 5
Inglaterra
Estudo de triangulação, descritivo, randomizado controlado;
A avaliação do odor foi realizada com base na escala verbal de
Haunghton e Young, com score
de 1 a 4, escala visual analógica
e fotografias digitais.
Estudo de triangulação, descritivo, randomizado controlado;
Os dados relativos ao odor foram
analisados com base nos indicadores TELER e complementado com
avaliação diária de fotografias
digitais, num periodo de 21 dias.
n= 69 doentes com ferida maligna. Os doentes foram divididos
em dois grupos, em que no grupo A, em 34 doentes foi aplicado
penso com mel e no grupo B, em
35 doentes foi aplicado penso
de prata.
n= 22 doentes internados num
serviço de cirurgia vascular, com
ferida com necrose e exsudado,
sem evidência de tecido de granulação.
Avaliar o efeito dos pensos com
mel vs. pensos de prata em relação ao tamanho, limpeza,
odor, exsudado e dor na ferida
maligna.
Testar a diminuição da carga
bacteriana (exsudado, odor e
necrose) nas feridas submetidas ao tratamento com açúcar.
Principais conclusões
t"BQMJDBÏÌPEFBÏáDBSHSBOVMBEPEJNJOVJFGJDB[NFOUFFNEJBT
BDBSHBCBDUFSJBOBEBTGFSJEBTFBEPSFDPOTFRVFOUFNFOUFPPEPS
t"UFSBQJBDPNBÏáDBSÑBDFTTÕWFMBOÕWFMFDPOÛNJDPFBTTPDJBEBÉEJNJOVJÏÌPEPPEPSDPOUSJCVJFGJDB[NFOUFQBSBPFTUBEPFNPDJPOBMF
psicológico do doente.
Artigo 8
Malignant Wounds: managing
odour
Christopher O’Brien
2012
Canadian Family Phisician, vol.
58, Palliative Care Files
Estudo qualitativo, estudo de
caso;
Dados descritos através da observação, ao longo de 4 semanas.
n= 1 doente com 66 anos, com
ferida maligna exsudativa e com
odor, no abdómen.
Tratar o odor e o exsudado da
ferida de forma a melhorar a
qualidade de vida do doente.
Canadá
Principais conclusões
t"QÛTEFTCSJEBNFOUPJOJDJBMDPNQFOTPEFNFMPTFVVTPGPJMJNJUBEPQFMBQSFTFOÏBBCVOEBOUFEFFYTVEBEP
GPJSFBMJ[BEPUSBUBNFOUPDPN
metronidazol pó, aplicação de carvão ativado e penso hidrocoloide como penso secundário. Ao longo do estudo observou-se uma redução
progressiva do número de trocas de penso, conduzindo à eliminação quase total do odor.
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Número e título dos artigos
científicos
O CONTROLO DO ODOR NA FERIDA MALIGNA
cadexomero de iodo, iogurte e leite de cabra e sulfazidina de
prata, sendo estes tratamentos referenciados em quatro estudos. Hidrogeis, bicarbonato de sódio e hipoclorito de sódio destacado em três estudos. O tratamento com larvas é referido em
dois estudos, bem como os pensos Mesalt®, e o desbridamento
enzimático. Referenciados em apenas um estudo estão os tratamentos com trioxide de arsénio, extrato de chá verde, penso de
hidropolimero, enzimas desbridantes, alginato de cálcio e penso de ciclodextrina.
Em relação às soluções de limpeza, a mais referenciada é o soro
fisiológico e a clorohexidina. Há também evidência de redução
do odor de feridas na cavidade oral com a aplicação de solução
com bicarbonato de sódio.
Foram também apontadas medidas externas para controlo do
odor ambiente, como uso de grãos de café, óleos essenciais, com
destaque para eucalipto e menta, carvão vegetal e desodorizantes de ambiente.
Conclusão
Este artigo de revisão sistemática teve por base a pesquisa da
literatura relacionada com estudos referentes ao controlo do
odor nas feridas malignas.
Através dos estudos obtidos, podemos apontar que o tratamento com Metronidazol é um dos mais eficazes no controlo
do odor e que a evidência da sua eficácia já advém da década de
80, altura em que encontramos o primeiro estudo relativo a este
tratamento.
Verificou-se também a eficácia de outros tratamentos, no entanto, não houve um número significativo de estudos de fonte
primária aos quais tivéssemos acesso (mas sim de revisão de literatura) que suportassem a evidência destes.
As dificuldades na pesquisa relacionaram-se com o aproveitamento de estudos de fontes primária que se enquadrassem no
período temporal estipulado e a facilidade no acesso integral
dos artigos.
Com a elaboração deste artigo e após enumerar as dificuldades
encontradas, sugerimos que haja maior empenho dos profissionais de saúde na produção de novas e constantes pesquisas para
promover a atualização de conhecimentos. Para além disso, sugerimos que estas sejam elaboradas com maior rigor científico,
no que diz respeito ao número de participantes, características
da amostra, existência de um grupo de controlo e uso de escalas
uniformizadas para a avaliação do odor.
Referências bibliográficas
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JOURNAL OF TISSUE REGENERATION & HEALING | 38 - 43 | APTFeridas | 2012
Possui ação sobre baterias anaeróbias, atuando no DNA dos
microrganismos, daí ser um fármaco extremamente útil no controlo do odor de feridas malignas. A aplicação de Metronidazol
tópico deve efetuar-se quando existe apenas colonização bacteriana local39. Salientamos que, da pesquisa bibliográfica realizada, em relação à mudança e aplicação deste tratamento, o penso deve ser refeito todas as vezes que se encontrar saturado38. A
maior parte dos artigos não refere limitações temporais ao uso
do metronidazol tópico, pois os estudos existentes apontam
para uma controvérsia em relação à absorção, efetividade da
medicação e resistência bacteriana2,12,38,39, no entanto, a partir
de vinte e um dias pode ocorrer irritação na pele saudável41. Da
análise critica realizada, há evidência da diminuição do odor a
partir das primeiras vinte e quatro horas e o efeito mantém-se,
pelo menos, até às duas semanas seguintes19, 36.
Quando há evidência de infeção clínica da ferida, deve recorrer-se ao uso de Metronidazol sistémico39, em doses de 250 a 500
mg até três vezes dia, por sete, quinze ou trinta dias, associado
ou não ao uso tópico12.
Foram também identificados a aplicação de pensos com prata
em dois estudos de fonte primária e três de revisão de literatura,
que demonstraram igualmente um bom desempenho na eliminação do odor, visto a mesma inibir a replicação bacteriana2.
A aplicação destes pensos demonstrou propriedades antisséticas, antimicrobianas e anti-inflamatórias, bem como de redução
de odor, em feridas não malignas, tendo sido provado também o
seu efeito positivo nas feridas malignas através deste estudo22.
Os pensos com mel, referidos em dois estudos de fonte primária
e seis de revisão de literatura, e a aplicação de açúcar granulado,
enunciado num estudo de fonte primária e três de revisão de
literatura, são eficazes na limpeza de feridas infetadas e desbridamento de tecido necrótico, inibindo o crescimento bacteriano
e facilitando a cicatrização, promovendo assim a eliminação de
mau odor22.
O uso de pensos com carvão ativado no controlo do odor em feridas malignas, referido em um estudo de fonte primária e em
quinze de revisão de literatura, está relacionado com a grande
capacidade de absorção de pequenas moléculas de gás (dimethyl
trisulfide, como concluiu o estudo de Shirasu40) e esporos bacterianos, tornando-o um potente desodorizante27. Estudos desenvolvidos por vários autores e citados no artigo de Morris, apontam para algumas limitações no uso deste tratamento, como
por exemplo o fato das fibras do carvão poderem destacar-se do
penso e penetrar na ferida, a diminuição da eficácia quando o exsudado satura o penso e o custo do tratamento. Para além disso,
permanece a questão se o carvão deve ser usado como penso primário ou secundário, em combinação com outro tratamento27.
O uso de uma película de hidrogel ionizada foi referenciado em
um estudo de fonte primária, sendo este um penso com propriedades hidratantes e altamente absorvente, auxiliando na proteção da pele circundante evitando a maceração, causando uma
moderada diminuição do odor23.
O penso hidrocoloide referenciado em um estudo de fonte primária apresenta-se como uma aplicação secundária, benéfico
para o controlo do odor por ser moderadamente absorvente e
proporcionar conforto e melhoria da estética do penso.
Da análise crítica aos dados obtidos, destacamos o fato de apenas três estudos usarem somente um tratamento e os restantes
a combinação de dois ou mais, o que pode ter comprometido alguns resultados.
Além destas aplicações, existe ainda, nos estudos de revisão
de literatura analisados a referência a outros tratamentos adjuvantes ao controlo do odor como os seguidamente descritos:
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OBJETIVOS DA PUBLICAÇÃO
- Difundir o conhecimento científico na área interdisciplinar da
prevenção e tratamento de feridas (investigação, ensino, prática clínica) e outras que lhe sejam complementares, emergentes
ou promotoras do desempenho profissional de excelência, tanto no plano nacional como no plano internacional.
- Promover a reflexão e a compreensão de problemas do domínio
da Saúde, e em particular na área interdisciplinar da prevenção
e tratamento de feridas (investigação, ensino, prática clínica)
mediante a publicação de trabalhos científicos originais, de natureza teórica e prática.
PERIODICIDADE
A revista tem periodicidade semestral e é publicada em formato
digital, no sítio web do Journal of Tissue Regeneration & Healing.
De acordo com oportunidade, a direção da revista, após parecer
do conselho editorial, poderá aprovar a edição de números temáticos e/ou extraordinários.
PROCEDIMENTOS DE SUBMISSÃO DO ARTIGO
O Journal of Tissue Regeneration & Healing cumpre os critérios
de uma revista de divulgação internacional, divulgada em formato eletrónico e em Open Acess. O interesse dos autores em
submeterem artigos científicos de elevada qualidade prestigia
a revista, pelo que é prestada especial atenção aos processos de
revisão, de forma a salvaguardar princípios científicos, éticos,
de edição e de divulgação. Os artigos submetidos para publicação no Journal of Tissue Regeneration & Healing devem obedecer
aos critérios que a seguir se apresentam:
Submissão eletrónica: os artigos devem ser submetidos eletronicamente no site da revista. Os artigos devem ser dirigidos ao
Editor-Chefe da revista, colocando em cada um dos campos específicos:
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máximo de 16 palavras, sem abreviaturas nem indicação da localização da investigação.
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financiamento se for o caso.
Resumo: deve incluir descrição do contexto, objetivos, método,
resultados e principais conclusões (se aplicável). Não deve exceder as 200 palavras. Texto contínuo sem parágrafos em Português, Inglês e Espanhol.
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(DeCS – Descritores em Ciências da Saúde) em Português, Inglês
e Espanhol.
Estrutura: um artigo científico é estruturado por secções, por
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metodologia, resultados, discussão, conclusão e referências bibliográficas. Os autores devem respeitar todos os itens que integram cada uma destas secções estruturantes tendo em conta
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POLÍTICA EDITORIAL
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