Informe Econômico
Departamento de Economia
26/outubro/2012
BANCOS PÚBLICOS MANTÊM MERCADO DE CRÉDITO AQUECIDO
O Banco Central do Brasil divulgou hoje (26/out) os dados sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema
Financeiro Nacional referente ao mês de setembro. O volume de crédito no sistema financeiro nacional alcançou R$ 2,23
trilhões em setembro, com crescimentos de 1,1% no mês e 15,8% no acumulado do ano. A Austin Rating estima que o
volume de operações de crédito encerre 2012 com a cifra de R$ 2,365 trilhões, expansão de 16,5% sobre o
encerramento de 2011 (R$ 2,030 trilhões), e devendo atingir 52,1% do PIB.
VOLUME DE CRÉDITO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
2.815,6
2.647,0 +6,4%
+12,0%
(EM R$ BILHÕES)
2.364,0
+16,4%
2.030,1
+586,4%
11 anos
1.705,9
1.414,3
1.227,3
936,0
732,6
607,0
498,7
295,7
309,6
357,2
386,8
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
(e)
2013
(e)
2014
(e)
VOLUME DE CRÉDITO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
60,0%
(EM % DO PIB)
55,0%
52,1%
49,0%
44,4% 45,2%
40,5%
35%
31%
28%
25%
2000
26%
23,8%
24%
2001
2002
22,8%
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
(e)
2013
(e)
2014
(e)
O crescimento do volume das operações de crédito tem sido fomentado pela contínua expansão da renda e do emprego,
mais recentemente pela retomada da produção fabril, mesmo que em ritmo moderado, bem como pela redução dos
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custos de financiamento em virtude das sucessivas reduções das taxas de juros. Também devemos considerar a
acirrada disposição do governo federal em empregar os bancos públicos federais para ampliar o crédito e reduzir as
taxas de juros, mesmo que ao custo de aumento do endividamento fiscal.
Apesar do vigor no crescimento do mercado de crédito, o nível de inadimplência se estabilizou após relativa alta desde
os meses iniciais de 2011. No entanto, esse “aperto” da inadimplência não foi suficiente para reduzir o ritmo de
concessão de empréstimos, mesmo que temporariamente, dado que as condições de renda e emprego mantiveram-se
favoráveis para a tomada de empréstimo.
Adicionalmente, devemos considerar também a injeção de recursos que ocorrerá na economia neste final de 2012 em
virtude do 13º salário e que será utilizado, em boa parte, para pagamento de dívidas e, por conseguinte, aliviar o nível de
inadimplência bancária, conforme divulgado em nosso Estudo Especial apresentado no último dia 18 de outubro sob o
título: “13º salário injetará R$ 139,9 bilhões na economia em 2012”.
TAXA DE INADIMPLÊNCIA
(PERCENTUAL DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO LIVRE EM ATRASO ACIMA DE 90 DIAS)
PF
PJ
Total Geral
7,7
7,4
6,6
6,2
7,2
6,5 6,6
6,3
5,5
5,4
4,3
4,6
4,8
4,4
3,9
4,7
2,5
2,5
2,0
2000
2001
2002
2003
2004
8,0
5,9
5,9
3,6
3,8
4,0
4,0
2010
2011
2,5
1,9
2005
5,1
6,1
4,2
3,3
3,2
2,5
5,0
4,2
3,9
8,0
7,3
5,5
5,3
8,2
8,2
8,1
1,8
2006
2007
2008
2009
2012
(e)
2013
(e)
2014
(e)
O volume de concessões de crédito para pessoas jurídicas tem desacelerado desde junho de 2012, mês em que
apresentou variação de 16,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior, desde então, em agosto
apresentou 15,6% e setembro registrou 14,0%. Apesar de a queda na comparação interanual, na margem, o volume de
concessões para PJ em setembro aumentou 1,3% frente a agosto.
Já no que tange as concessões para pessoas físicas, após desacelerar em junho e manter-se estável em julho e agosto,
voltou a acelerar em setembro, registrando 18,0% de aumento na comparação com o mesmo período do ano anterior. No
entanto, o resultado na comparação com o mês anterior apresenta alta de 0,9% após ter aumentado 2,2% em agosto.
 BANCOS PÚBLICOS MANTÊM O MERCADO DE CRÉDITO AQUECIDO
A representatividade dos bancos públicos no total de crédito do sistema financeiro aumentou 0,4 p.p. no mês, ao
alcançar 46,2% de participação, enquanto as instituições privadas (nacionais e estrangeiras) recuaram para 53,8%. Cabe
salientar que neste último mês, a participação dos bancos públicos no total de crédito de crédito do SFN alcançou o
maior patamar da série histórica. Tal crescimento é fruto da disposição do governo federal em utilizar os bancos públicos
federais para fortalecer o mercado de crédito e melhorar as condições por meio de taxas de juros menores e maiores
volumes ofertados.
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OFERTA DE CRÉDITO NO SFN
(Part.% por origem de banco )
70%
65%
60%
55%
Públicos
50%
Privados*
45%
40%
35%
(*) Bancos privados domésticos e estrangeiros
jun/12
dez/11
jun/11
dez/10
jun/10
dez/09
jun/09
dez/08
jun/08
dez/07
jun/07
dez/06
dez/04
30%
Fonte: BACEN - Elaboração: Austin Rating
 CONSIGNADO: CONDIÇÕES DE EMPREGO E RENDA FAVORECEM RETOMADA
O volume total das operações de crédito pessoal realizadas pelas pessoas físicas totalizou R$ 306,83 bilhões em
setembro, com crescimento de 0,2% no mês e de 16,2% no ano. As operações de crédito pessoal via consignado em
folha de pagamento, continuam sendo o principal das operações realizadas pelas pessoas físicas. Em setembro, o
volume das operações de crédito pessoal consignado atingiu R$ 181,49 bilhões e apurou crescimento de 0,3% no mês e
de 16,5% no ano. O crédito consignado já representa 59,2% do total de crédito pessoal, sendo que em fevereiro de 2004
essa participação era de apenas 10,8%.
O forte crescimento do crédito consignado deveu-se basicamente a quatro fatores: i) aumento do nível de renda real; ii)
expansão do mercado de trabalho; iii) significativa redução da taxa de juros para esse tipo de operação; e iv) realização
de convênios com prefeituras e autarquias nas três esferas de governo.
A expectativa é que as operações de crédito consignado em folha de pagamento se acomodem no patamar de 60%
sobre o total de crédito à pessoa física devido a recente moderação o do endividamento nessa modalidade de crédito e
também por conta da atual acomodação no nível de atividade da economia brasileira, que ainda sente efeitos da crise
mundial.
AUSTIN RATING AGÊNCIA CLASSIFICADORA DE RISCO – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
RUA: LEOPOLDO COUTO DE MAGALHÃES JR. – Nº. 110 - 7º ANDAR – CJ. 71 / 73
ITAIM BIBI – SÃO PAULO – SP – BRASIL
TELEFONE: (11) 3377-0707 / FAX: (11) 3377-0739
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