Metodologia da Catequese
com Crianças
Ligia Aparecida de Oliveira
 O que é ser Criança?
 Watson, Piaget ou Freud? Eis a
Questão.
 John
B.
Watson,
psicólogo
americano,
é
o
principal
responsável
pela
teoria
behaviorista (comportamento e
conduta)
 Se lhe fossem dadas crianças
sadias nas condições que ele
estabelecesse
(formal
e
Arbitrariamente),
ele
as
transformaria,
através
de
treinamento,
em
médicos,
advogados, artistas e até mendigo,
se assim desejassem.
• Segundo esta teoria, o homem é plenamente adaptável
e condicionado pelo meio em que vive.
• A criança é tida como um ser moldável e adaptável a
qualquer tipo de conduta. Sendo uma matéria – prima,
crua, trata-se de prepará-la segundo nossos padrões e
desejos (socialmente determinados), posto que ela não
pode ser considerada como sujeito.
• O Psicólogo suíço Jean Piaget diz: o homem como
sujeito da ação sobre o meio.
• A compreensão da realidade, o desenvolvimento do
raciocínio lógico-formal dá-se no individuo através de
uma sucessão progressiva de estágios (momentos) de
maturação do individuo em relação ao ambiente.
• Nós recebemos e buscamos informações no mundo e
as assimilamos, e depois as informações são
incorporadas e transformadas em nova informação, ou
acomodação.
• O homem cria e recria informações.
• Busca resposta para questão de como o conhecimento
é elaborado na elaboração do processo de maturação
intelectual e ativa da criança.
• Como a criança pensa, como
ela interpreta o mundo como
seu pensamento e sentimento
se formam.
• A vida é um processo de
maturação intermitente uma
sucessão de momentos interrelacionados
e
interdependentes.
• A criança é um sujeito em
processo de crescimento, com
suas possibilidades orgânicas e
mentais e portadoras de seus
próprios meios de viver e
conhecer a realidade.
• Esta teoria nos ensina que o desenvolvimento da
criança é que propicia seu aprendizado, e não ao
contrário, isto é as crianças são diferentes e tem o seu
jeito de viver como pessoa.
• O Psiquiatra alemão Sigmundo Freud foi o criador da
psicanálise, que é a ciência que procura desvendar o
inconsciente humano, isto é, aquilo que está por trás de
nossos pensamentos, nossas fantasias e desejos mais
íntimos, nossa loucura e irracionalidade, os impulsos
que estão nas entrelinhas de nossa racionalidade.
• A psicanálise vai tentar explicar as ligações existentes
entre a razão e a emoção no comportamento humano.
• Todo individuo é o resultado da síntese de três
fatores: o id, que representa nosso inconsciente, os
impulsos instintivos (a busca do prazer a
agressividade, etc ) o ego, que representa a
consciência, o nosso “eu” racional, e o super-ego que
são os valores mais amplos da sociedade.
• Cada um de nós é um ego potencial buscando o
equilíbrio pessoal e coletivo.
• Para a psicanálise as linhas que nortearão a estrutura
psicológica do individuo são traçadas nos sete
primeiros anos de vida. Durante este período
processa-se o desenvolvimento psicossexual que
será exercido na maturidade, com a prática plena da
sexualidade, a reprodução, a realização pessoal.
• Tanto a satisfação quanto a
frustração são introjetadas e
transformadas em repertório
do individuo.
• O comportamento da pessoa
será, também, pautado por
essa tensão essencial e suas
repercussões
simbólicas,
vivida na infância.
• A criança é um elemento da
sociedade e, como tal, deve
ajustar-se
nesse
contexto,
porém seu mundo é diferente
do adulto, a infância é marcada
pela tensão desse ajustamento.
A família é o primeiro
microcosmo da criança, o
primeiro elemento fazedor de
sua cabecinha.
A família é o meio em que
seus
padrões,
comportamentos, idéias vão
se formando.
Criança,
escola,
modernidade..... Catequese...
• O Evangelho revela o
método que Jesus usou
para anunciar a Boa
Nova. Jesus para revelar
o Pai e anunciar o Reino
de Deus, encarnou-se na
vida dos homens. Sua
pedagogia foi sempre a
partir das pessoas, na
sua
realidade
e
originalidade.
• A "escuta'' da realidade
de cada pessoa, e o
''questionamento"
que
levam à reflexão e à
formação da consciência
crítica,
apresentam
Jesus como um grande
pedagogo.
Na sua vida pública Jesus:
• Educa a todos de maneira
pessoal;
• Transmite uma experiência
de
comunidade
com
o
relacionamento particular com
os 12 apóstolos;
• Educa para a oração a partir
de sua própria experiência de
oração,
motivando
os
apóstolos à vida de oração
simples e verdadeira;
• Apela à conversão, questionando e interpelando
as pessoas, porém respeitando a liberdade de
cada uma.
Para escolher o método adequado é necessário: definir
claramente o objetivo desejado; conhecer o chão, a
realidade , desenvolver o processo de comunicação que
deve ajudar a conhecer a realidade das pessoas ou
grupos.
Muitas vezes a metodologia é entendida como a própria
mensagem; é perigoso o método tomar o lugar da
própria evangelização. Ex: muitas vezes ficamos
buscando dinâmicas, material audio-visual, e a pastoral
fica reduzida a esses instrumentos que, passado o
tempo, não conduz à meta desejada. O método não é
fim em si mesmo. Deve ser instrumento para atingir o
objetivo desejado e deve ser bem planejado.
• Diante do objetivo, estabelece-se
o que é prioritário e para que a
ação seja eficiente e eficaz,
necessitamos de três critérios
básicos: viabilidade (às vezes
fazemos projetos irrealizáveis,
portanto,
escolher
os
que
possam ser atingidos);
urgência (alguns podem ser
muitos bonitos, mas podem
esperar diante de outros mais
urgentes)
e
abrangência
(algumas ações têm maior
alcance que outras, escolher as
que provocam um resultado
maior).
• Além do objetivo geral devemos definir em cada
encontro o objetivo específico do tema que desejamos
alcançar. A educação da fé pode seguir diversos
métodos que são escolhidos à medida que a
comunidade caminha, que reavalia as reflexões e
conclusões, para dar outro passo à frente, contanto que:
seja assimilada a pedagogia de Deus com o seu povo e
a metodologia de Jesus nos leve, concretamente, ao
"princípio de interação": fé-vida.
• Devemos nos colocar dentro da alma daquele a quem nós
estudamos, identificando-nos com seu pensar, seu sentir, e
seu querer, seguindo a pedagogia de Jesus: “Se não
mudardes e não vos tornardes como as crianças...” (mt
18,3).
• Por isso a catequese deve sempre se esforçar para chegar
ao conhecimento cada vez melhor desses fatores.
• O homem cristão é dotado com a vida divina, sobrenatural,
exertada nele pelo sacramento do batismo: “Todos vós que
fostes batizados em Cristo vos vestistes de Cristo...” (gl
3,27).
• Revestidos de Cristo tornando-nos “nova criatura” (2Cor
5,17).
• A vida divina em nós acarreta a nossa transformação
espiritual e ficamos revestidos “do homem novo”, criado
segundo Deus, na justiça e na santidade da verdade” (ef
4,24).
• A criança pequena tem a necessidade de ver diante de
si o comportamento religioso de outras pessoas para se
modelar por elas. A criança sente necessidade da
aprovação dos grandes para se sentir grande.
• Os pais devem conduzir o pequenino a saber que Deus
presta atenção a sua vida e se interessa por tudo que
ele faz.
• A criança de 2 a 4 anos vive num
mundo imaginário em que ela é o centro
(egocentrismo) e predomina as relações
de ordem afetiva.
•A partir de 3 a 4 anos a
criança já é capaz de se
submeter a certas regras de
disciplina.
A
criança
compreende assim que “é
preciso”, “é hora de” etc. A
submissão as regras da vida
para ela é uma maneira de
crescer, de imitar os adultos,
de merecer sua aprovação.
• A criança de 4 a 6 anos nesta fase apresenta vontade de
conhecer e compreender o mundo, é a fase da razão
objetiva, a criança parte para socialização.
• A partir de 6 a 9 anos começa a despertar o início da
adolescência, caracteriza-se por conflitos agudos com o
ambiente na luta pela própria libertação.
• Desde pequena, a criança deve se abtuar a oração, a
certas disciplinas como manter o corpo como se deve,
fazer um instante de silêncio, fazer gestos religiosos,
lentos e bem feitos. Assim a criança compreenderá que
sua relação com Deus obedece a exigências até mais
importantes do que qualquer outra de suas atividades.
• A melhor pedagogia para educar no amor é o exemplo,
o testemunho, sensível que é, a criança será moldada a
exemplo de quem ela ama. Também tocam a
sensibilidade da criança os exemplos da vida de Jesus
seu amor com os doentes, com os aflitos, com os
pecadores. As parábolas e as palavras de Jesus vão
motivar a criança a crescer no amor e praticar atos de
bondade para imitar a Jesus.
Caracteriza-se essa idade dos 7 aos 9 pela socialização
da criança, pela manifestação da razão objetiva e pelo
despertar da consciência moral.
O processo da socialização é um
desafio ao eu egoísta da criança
para poder crescer, aceitando os
outros e o mundo que a cerca. A
partir desta idade os amigos
passam a exercer uma influência
cada vez mais importante sobre o
indívíduo numa interação que
resulta ao nivelamento das
crianças provindas de vários
ambientes, hábitos e tradições.
• É por isso que o cultivo das amizades nessa idade, além
de contribuir para a correta formação da personalidade
infantil, faz com que ela possa enfrentar com a maior
segurança as crises posteriores da adolescência.
• Após os “por quês” da infância, ela pergunta o “como” das
coisas, querendo ela mesma compreender e descobrir os
segredos.
• O modo de pensar da criança é concreto, incapaz de
elevar-se a abstrações. Portanto, por meio de fatos
concretos, ela será capaz de chegar a compreender leis,
normas e verdades.
• A partir desta idade, a Igreja impõe as obrigações da vida
cristã, como a confissão e a comunhão anual desde a 1ª
Eucaristia. Na mesma fase que ela se abre ao mundo
social, também deverá se introsar na vida da Igreja.
• A criança que na 1ª infância já entendeu o grande amor
que Deus tem por nós nesta fase compreende que também
deve responder ao amor divino, dizendo SIM a Deus,
tornando-se amiga de Deus.
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