A INFLUÊNCIA DOS SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS NA QUALIDADE DAS
ÁGUAS DE POÇOS CRATEUENSES
José Carlos Leitão, José Ossian Gadelha de Lima, Antonia Mayza de Morais França,
Francisco das Chagas da Costa Lopes, Jonas Rodrigues Lima e Helena Gomes Loiola.
[email protected]
Faculdade de Educação de Crateús (FAEC), Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Rua José Saboia Livreiro, 1480 – Altamira – 63.700-000 - Crateús-CE – Brasil.
Palavras chave: STD. Condutividade elétrica. Crateús. Águas subterrâneas.
Durante a estação seca, a população rural dos municípios nordestinos localizados na região do
semiárido enfrenta o problema da escassez de seus recursos hídricos. A cidade de Crateús,
situada na porção semiárida do Estado do Ceará, constitui um desses municípios. Sua
população rural não dispõe de serviço de abastecimento de água, diferentemente da sua
população urbana que é servida de água tratada e de boa qualidade. Para enfrentar o problema
da falta de abastecimento público e a escassez desses recursos durante o período de estiagem,
os habitantes das comunidades rurais desse município fazem uso de águas de poços, de açudes
e de cacimbas. A partir dessas conjeturas, o objetivo deste estudo foi analisar mensalmente,
durante um ano, a concentração de sólidos totais dissolvidos (STD) e a condutividade elétrica
(CE) das águas de 10 (dez) poços do município de Crateús/CE, sendo que 02 (dois) deles
estão situados na zona urbana e 08 (oito) na zona rural. Com os resultados de análises físicoquímicas foi possível se ter noção da influência dos STD na qualidade dessas águas utilizadas
principalmente pela população rural do município. Como padrão de aceitação para consumo
humano, a portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde do Brasil (MSB) estabelece o valor
máximo permitido de 1.000 mg.L-1 para STD na água potável. Os resultados analíticos
permitiram identificar dois grupos distintos. O primeiro é constituído pelos poços P1, P5, P6,
P7, P8 e P9, cujas águas apresentaram em suas amostras, durante todo o período pesquisado,
valores de STD abaixo do permitido pelo MSB. As amostras do segundo grupo, constituído
pelos poços P2, P3, P4 e P10, revelaram valores de STD, para todas elas, bem acima de 1.000
mg.L-1, portanto, excedendo o valor máximo permitido pelo MSB para uma água destinada ao
consumo humano. Esse comportamento também foi observado para a condutividade elétrica,
identificando-se os mesmos dois grupos quando esse parâmetro foi o critério utilizado na
análise. Pôde-se observar que, ao longo do período de desenvolvimento dessa pesquisa, os
valores da concentração de STD nas amostras dos poços P1, P2 e P10, mantiveram-se
praticamente constantes, enquanto as do poço P3 apresentaram um decréscimo significativo.
Já as amostras dos poços P4, P5, P6, P7, P8 e P9, revelaram um aumento significativo de STD
ao longo do período pesquisado. Essas observações demonstram que a recarga de alguns
poços (P1, P2 e P10) não sofre influência significativa das precipitações que ocorreram. Por
outro lado, as águas dos demais poços parecem ter sofrido forte influência das chuvas, já que
o período chuvoso foi bastante significativo na região. Nas águas do poço P3, essas chuvas
ocasionaram uma diluição nos parâmetros físico-químicos ao longo do período da pesquisa.
Para os poços P4, P5, P6, P7, P8 e P9, as águas das chuvas parecem ter carreado sais que
aumentaram as concentrações de STD. Usando-se como parâmetro somente os STD, pode-se
afirmar que, dentre as águas analisadas, somente as do P2, P3, P4 e P10 são inapropriadas ao
consumo humano.
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