ÁRVORE DE COMPETÊNCIAS
Denise Maria Magarinos Torres
Manuel Magarinos Torres
PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL
DO
RIO
DE
JANEIRO
COMO
PARTE
DOS
REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE PÓS-GRADUADO EM
GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL.
Aprovado por:
________________________________________
Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc.
________________________________________
Prof. Elisabeth Bras Pereira Gomes, M.Sc.
________________________________________
Eng. Witold Piotr Stefan Lepecki, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
JULHO DE 2002
TORRES, DENISE MARIA MAGARINOS;
TORRES, MANUEL MAGARINOS.
Árvore de Competências. [Rio de Janeiro]
2002
VII, 82p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, Pós-graduação,
Engenharia de Produção, 2002)
Projeto Final - Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE
1. Gestão do Conhecimento
I. COPPE/UFRJ
ii
II. Título (série)
Dedicamos esse trabalho às nossas maiores realizações: Paula, Marcos e Carlos
Eduardo. Esperamos que seus frutos compensem os momentos de convívio
suprimidos para sua elaboração.
Denise ([email protected])
Manuel ([email protected])
iii
Resumo do Projeto Final apresentado à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Pós-graduação em Gestão do
Conhecimento e Inteligência Empresarial.
ÁRVORE DE COMPETÊNCIAS
Denise Maria Magarinos Torres
Manuel Magarinos Torres
Julho/2002
Orientador: Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti
Programa: Engenharia de Produção
Este trabalho propõe um modelo para representação, armazenamento e
manipulação de competências individuais. O foco principal do modelo está no uso e
identificação das competências e não somente no conhecimento. O modelo é
formado por uma estrutura de armazenamento e operações que permitem
manipular, comparar e estabelecer graus de semelhança entre conjuntos de
competências. Um protótipo foi desenvolvido para demonstrar a viabilidade de se
automatizar o modelo através da informática, visando disponibilizar informações
para a tomada de decisão dentro das empresas. Uma aplicação prática foi feita para
comprovar a aplicabilidade do modelo com auxílio do protótipo desenvolvido. Os
resultados observados corroboram a aplicabilidade do modelo em casos reais.
iv
Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of extension in Knowledge Management and Enterprise
Intelligence.
COMPETENCE TREE
Denise Maria Magarinos Torres
Manuel Magarinos Torres
July/2002
Advisor: Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti
Department: Industrial Engineering
The objective of this paper is to propose a new model to represent, archive
and use of personnel competencies. The concept of the model focuses on the
definition of competency usage and not only knowledge. Its structure allows
operations that can identify compare and manipulate individual and groups of
competencies. A computer system prototype was developed to show that the model
may be implemented and support a decision making process. A practical sample
was created to assure the consistency and actual applicability of the model. The
results lead us to the conclusion that the model could be used for real cases.
v
Índice
1-Introdução.......................................................................................................1
2-Desenvolvimento ............................................................................................3
2.1-Identificação das Competências..............................................................4
2.1.1-Técnica ..............................................................................................4
2.1.2-Comportamental................................................................................5
2.1.3-Organizacional ..................................................................................5
2.1.4-Competência resultante ....................................................................6
2.2-Estrutura das Competências ...................................................................7
2.2.1-Objeto ................................................................................................7
2.2.2-Competência .....................................................................................8
2.2.3-Propriedades dos Objetos.................................................................9
2.2.4-Métodos e Competências ...............................................................10
2.2.5-Partes dos Objetos..........................................................................12
2.2.6-Instâncias dos Objetos ....................................................................13
2.2.7-Representação da Árvore de Competências ..................................18
2.3-Operações envolvendo Competências..................................................21
2.3.1-União de competências...................................................................21
2.3.2-Interseção de competências ...........................................................22
2.3.3-Diferença de competências.............................................................23
2.3.4-Subconjunto de competências ........................................................24
2.3.5-Grau de pertinência.........................................................................26
2.3.6-Representação das operações .......................................................38
2.4-Aplicação COMPET ...............................................................................41
2.4.1-Árvore de Competências.................................................................41
2.4.2-Domínios .........................................................................................42
2.4.3-Métodos...........................................................................................43
2.4.4-Objetos ............................................................................................44
2.4.5-Propriedades ...................................................................................45
2.4.6-Métodos dos objetos .......................................................................47
2.4.7-Partes ..............................................................................................48
2.4.8-Instâncias ........................................................................................49
2.4.9-Itens da aplicação ...........................................................................50
2.4.10-Competências dos itens................................................................51
2.4.11-Operações envolvendo competências..........................................53
2.4.12-Relatório de itens ..........................................................................54
2.4.13-Relatório de competências............................................................54
2.5-Gerenciamento de Projetos ...................................................................56
2.5.1-Mapeamento de Processos ............................................................56
2.5.2-Competências dos Processos.........................................................58
2.5.3-Competências Existentes................................................................61
3-Conclusão.....................................................................................................63
Referências Bibliográficas ...............................................................................64
Apêndice A-Módulos da Aplicação COMPET .................................................65
Apêndice B-Banco de Dados COMPET ..........................................................68
B.1-Tabelas da aplicação COMPET ............................................................68
Apêndice C-Linguagem XML...........................................................................71
C.1-Sintaxe XML ..........................................................................................71
C.2-Item........................................................................................................72
vi
C.3-Competências........................................................................................73
C.4-Domínio .................................................................................................73
C.5-Método...................................................................................................74
Apêndice D-Processos de Gerenciamento de Projetos ..................................75
Apêndice E-Árvore de Competências - Diagrama ..........................................81
vii
1-Introdução
Esse trabalho propõe uma forma de classificar, documentar e manipular as
competências pessoais necessárias ao desempenho de atividades.
A
crescente
competitividade
do
mercado
reduziu
os
preços
dos
equipamentos permitindo a um grande número de empresas o acesso a tecnologias
antes restritas às grandes corporações. A evolução tecnológica deixou de ser um
diferencial significativo para as empresas e tornou-se uma exigência de mercado.
Nesse novo ambiente os processos passaram a representar um dos grandes
diferenciais da empresa, a inovação e conseqüentemente o capital intelectual da
empresa passaram a ocupar posições de destaque. Nesse ambiente onde os
recursos humanos são significativos, identificar e documentar as competências dos
colaboradores passou a ser fundamental para que uma empresa gerencie
adequadamente seus profissionais.
No dia a dia do trabalho o executivo trata com um número elevado de
informações não organizadas. Na velocidade atual com que os negócios devem ser
feitos, uma decisão errada pode acarretar prejuízos significativos à empresa. A
tomada de decisão deve ser suportada por várias informações, inclusive as que
envolvem capacitação profissional.
Com vistas à importância crescente que o mapeamento do capital intelectual
representa para a empresa este trabalho propõe uma forma de armazenar e tratar
competências pessoais de forma a suportar o executivo que necessita transformar
em ações suas estratégias. Como instrumento de gerenciamento permite identificar
e vincular as competências essenciais da empresa e gerenciar as competências que
seus colaboradores precisam desenvolver para que a direção estratégica da
empresa faça parte efetiva do trabalho de todos.
O modelo permite mapear as competências estratégicas essenciais da
empresa através das competências de seus processos, cargos, funções e
colaboradores. Esse tipo de informação viabiliza diversas análises que auxiliam o
processo decisório de identificar os colaboradores mais capacitados para ocupar
cargos e executar atividades e processos.
Uma falha na alocação dos colaboradores para executar uma atividade da
qual o grupo não possui a competência adequada, é um dos fatores geradores de
fracassos. Pessoas extremamente competentes em determinadas especialidades
podem não manter o mesmo desempenho em outras funções ou responsabilidades.
São comuns relatos a respeito de técnicos excelentes que promovidos à gerente
apresentaram desempenho medíocre.
1
No capítulo 2, Desenvolvimento, o modelo Árvore de Competências é
apresentado envolvendo seus conceitos, estrutura de armazenamento, operações
de manipulação, um protótipo computacional desenvolvido e um exemplo prático de
sua aplicabilidade.
No capítulo 3, Conclusões, a aplicabilidade do modelo é colocada
destacando-se sua capacidade em suportar executivos na tomada de decisão.
No apêndice A os módulos do protótipo computacional são descritos
destacando o ambiente operacional utilizado.
No apêndice B está descrito o banco de dados utilizado pelo protótipo para
armazenar e gerenciar o modelo.
No apêndice C está descrita a linguagem de comunicação utilizada pelo
protótipo através do padrão XML.
No apêndice D estão descritos os processos mapeados da aplicação prática
envolvendo o gerenciamento de projetos.
No apêndice E são apresentados diagramas como exemplos do modelo.
Esperamos com esse trabalho haver contribuído para auxiliar os executivos
na gerência das competências de seus colaboradores.
2
2-Desenvolvimento
Identificar e documentar as competências dos profissionais é um dos fatores
decisivos para o sucesso de empresas envolvidas com produtos intensivos em
conhecimento. As empresas necessitam de profissionais com competências
comprovadas para manter e criar diferenciais competitivos no mercado.
O modelo aqui proposto envolve:
•
Identificação das Competências – apresenta como as competências são
identificadas, o que diferencia o conhecimento de competência.
•
Estrutura das Competências – propõem uma forma de organizar e
relacionar as competências. É uma característica estática que envolve a
representação e armazenamento.
•
Operações envolvendo Competências – estabelece as operações de
manipulação das competências, utiliza a estrutura como base.
•
Aplicação
COMPET
–
apresenta
um
protótipo
computacional
desenvolvido para comprovar e validar os conceitos propostos na Árvore
de Competências.
•
Gerenciamento de Projetos – apresenta um exemplo prático de como
mapear e administrar competências aplicado ao gerenciamento de
projetos.
Os capítulos a seguir abordam de forma detalhada os conceitos envolvendo
a identificação, estrutura e operação das competências.
3
2.1-Identificação das Competências
Conhecimento e competência são muitas vezes utilizados como sinônimos
embora representem conceitos distintos. Um indivíduo que conhece um assunto não
é necessariamente competente para executar atividades envolvendo esse assunto.
Entendemos que um indivíduo é competente em um assunto quando é capaz
de executar atividades que agregam valor ao produto gerado. Segundo GREEN
(1999) a melhor forma definir a excelência em determinada tarefa é observar como
um especialista no assunto executa suas atividades. Não basta ter conhecimento
sobre um determinado assunto, é necessário saber executar ações para alcançar o
resultado desejado.
Se entendermos uma empresa como uma transformadora de matéria prima
em um produto acabado, são necessárias pessoas competentes para fazer as ações
que transformam a matéria prima em produto ou serviço. No mercado competitivo de
hoje, quanto mais competente uma empresa for na transformação de sua matéria
prima em produto ou serviço, maior será sua vantagem competitiva. Dependemos
cada vez mais do projeto, planejamento e criação que são processos elaborados
pelo capital intelectual da empresa anteriores ao uso da máquina.
Buscamos separar os conhecimentos do indivíduo, conforme são percebidos
pela empresa, de forma a identificar as competências essenciais que cada um deve
ter. As competências variam de importância conforme a atividade que está sendo
desempenhada dentro da empresa.
Genericamente classificamos os conhecimentos de um colaborador nas
seguintes famílias:
•
Técnica
•
Comportamental
•
Organizacional
Para a empresa todas estas famílias de conhecimento juntas são
necessárias
para
que
um
colaborador
desempenhe
suas
atividades
satisfatoriamente. Em todas essas famílias de conhecimento é necessária que ações
sejam efetuadas de forma a se comprovar sua competência.
2.1.1-Técnica
Na família de competências técnicas está incluído o aprendizado obtido por
meio de cursos especializados e maturidade no uso de técnicas obtidas no dia a dia
de trabalho. Nesta área o desenvolvimento de um indivíduo depende bastante do
4
tipo de ensinamento que recebe e das possibilidades de uso das tecnologias
aprendidas.
Um profissional durante o seu curso profissionalizante aprenderá a teoria e
alguma prática de técnicas existentes para seu futuro trabalho, conhecerá diferentes
alternativas de abordagem para problemas ou oportunidades, aprenderá que um
problema pode ser resolvido de diversas formas de acordo com a técnica utilizada
na solução.
A obtenção de competências técnicas é feita a partir de cursos, seminários,
congressos, etc. Um conhecimento técnico não praticado pode ser rapidamente
perdido.
2.1.2-Comportamental
Na família de competências comportamentais está incluída a capacidade do
indivíduo em se relacionar com o mundo externo. Existem vários cursos e métodos
que aprimoram a forma como indivíduo deve se relacionar, porém a prática
comprova que muito do seu comportamento é decorrente de seu aprendizado de
vida, seu modelo mental. O desenvolvimento dentro desta área está muito mais
ligado à vontade do indivíduo em mudar sua forma de perceber e reagir do que com
técnicas e cursos.
Muito se fala do trabalho em equipe para as pessoas, mas na prática os
problemas surgem. O comportamento de um indivíduo está muito ligado às suas
atitudes e estas somente serão efetivas se o individuo tiver consciência da
necessidade de mudar.
É muito difícil a obtenção de competências comportamentais, muitas são
habilidades natas. Normalmente a experiência de vida fornece esse tipo de
capacitação. A empresa tem como criar um ambiente de trabalho propício ao
desenvolvimento de competências comportamentais, mas o colaborador deve estar
receptivo para absorvê-las.
2.1.3-Organizacional
Na família de competências organizacionais estão agrupados todas as
competências e conhecimentos necessários à execução dos processos internos de
uma empresa. Este conhecimento é obtido após o indivíduo estar trabalhando na
empresa e ter contato com sua cultura organizacional.
A busca pela melhoria nos processos leva as empresas a se organizar de
forma adequada a seu negócio e a sua estratégia de mercado. Estes processos
parecem semelhantes em um mesmo mercado, porém sua implementação sempre
5
dependerá de como a empresa entende sua cultura e como deseja ser percebida e
aceita pelo mercado.
A norma ISO 9000 é um exemplo de regras bem definidas que não
interferem no modo como a empresa se organiza para implementar suas técnicas.
Um indivíduo novo na empresa, por mais que conheça processos ISO, terá um
tempo de adaptação e investimento para produzir em conjunto com os métodos e
processos da empresa.
Para desenvolver a capacitação nas competências organizacionais muitas
empresas submetem seus colaboradores a um ciclo de cursos e palestras.
2.1.4-Competência resultante
Não existe uma regra fixa para classificar uma competência como técnica,
organizacional ou comportamental. Na realidade todas elas se mesclam para formar
o papel que o indivíduo deve representar para executar as atividades nos processos
da empresa. A adoção de padrões e metodologias comprovadas faz com que muitas
competências originalmente organizacionais passem a ter características técnicas.
Atualmente a função ou cargo de um indivíduo na empresa não impõe que
seu papel em um projeto seja sempre o mesmo. Com a constante necessidade de
formação de times virtuais, cada indivíduo é alocado ao time de acordo com suas
competências chaves determinadas pelas necessidades do projeto. Um alto
executivo
com
competência
comprovada
em
gerenciar riscos pode
estar
subordinado a um gerente hierarquicamente inferior em determinado projeto devido
a seu papel específico no projeto.
Conforme as pessoas evoluem em suas carreiras a importância da
competência técnica, comportamental ou organizacional varia. Seu desenvolvimento
deve focar sua carreira na empresa de forma a obter as competências chaves
necessárias para sua evolução. As atuais carreiras em Y, onde em dado momento o
colaborador deve optar entre uma carreira gerencial ou técnica, ressalta a
importância das famílias de competências aqui colocadas.
Para desempenhar uma carreira gerencial o colaborador deve priorizar as
competências comportamentais e organizacionais, afastando-se cada vez mais do
detalhamento da família técnica. Para desempenhar uma carreira técnica o
colaborador deve priorizar as competências técnicas e organizacionais.
Tomando
como
base
as
famílias
de
competências
identificadas,
determinamos uma forma de estruturar e armazenar as competências de forma a
viabilizar o seu efetivo uso pela empresa.
6
2.2-Estrutura das Competências
São aqui descritos os conceitos envolvendo:
•
Objetos – denominação aqui utilizada para representar um conjunto de
conhecimentos correlatos.
•
Propriedades – características básicas;
•
Partes dos objetos – são objetos que participam da composição de um
objeto;
•
Instâncias dos objetos – são ocorrências do objeto;
•
Métodos – ações executadas decorrentes do conhecimento a respeito do
objeto.
O trabalho propõe uma forma de criar uma estrutura em árvore relacionando
os objetos e conseqüentemente as competências associadas.
Muitos conceitos aqui colocados baseiam-se na técnica de orientação a
objetos, OMG (2001), hoje largamente utilizada no desenvolvimento de softwares.
2.2.1-Objeto
Um objeto, da forma como é aqui tratado, é um conjunto de conhecimentos e
experiências a respeito de um item comum. Como essa não é uma definição rígida,
apresentaremos exemplos de objeto de forma a transmitir seu conceito de forma
prática.
Os objetos podem envolver: assuntos, técnicas, teorias, coisas, etc. Tudo
que se tem necessidade de conhecer e tratar é considerado um objeto. Exemplos de
objeto:
•
Português – conjunto de conhecimentos necessários para se expressar
na língua portuguesa tanto de forma falada como escrita. Esses
conhecimentos envolvem os fonemas, as regras gramaticais, os tempos
verbais, etc.
•
Carro – conjunto de conhecimentos necessários para dirigir e controlar
um carro. Esses conhecimentos envolvem: freio, acelerador, câmbio, etc.
•
Rio de Janeiro – conjunto de conhecimentos a respeito do município do
Rio de Janeiro. Esses conhecimentos envolvem: população, distribuição
de renda, tributos, etc.
Os conhecimentos a respeito de um objeto dependem do uso que se deseja
fazer dele. Esse tipo característica faz com que os conhecimentos exigidos em um
ambiente podem ou não se aplicar em outro. Mais especificamente, os objetos
dependem fortemente do contexto em que são considerados.
7
Por exemplo, em uma empresa os conhecimentos exigidos para o objeto
Português acima descrito, envolvem conhecer as regras necessárias para se
exprimir tanto pela fala como pela escrita como língua nativa. Entretanto na mesma
empresa para o objeto Inglês, caracterizado pela língua inglesa, os conhecimentos
exigidos são menores por não se tratar da língua nativa.
Outro exemplo, os conhecimentos exigidos para o objeto Carro dependem se
estaremos tratando com motoristas, mecânicos ou projetistas de automóveis; cada
um deles tem um ponto de vista que necessita de diferentes conhecimentos.
Como os conhecimentos exigidos para um objeto dependem do uso que se
pretende fazer, e o uso depende dos conhecimentos exigidos, um depende do outro,
são interdependentes. Na prática os dois são definidos simultaneamente através de
ajustes sucessivos.
2.2.2-Competência
Definimos uma competência como sendo a capacidade de executar uma
ação característica de um objeto.
Essa definição de competência envolve:
•
conhecer o objeto, isto é, dominar seus conhecimentos;
•
utilizar os conhecimentos para executar uma ação.
Dessa forma só existe competência se existem conhecimentos a respeito do
objeto e capacidade em executar sua ação.
Para exemplificar considere o objeto Inglês, representando a língua inglesa,
e os conhecimentos a respeito de regras gramaticais, tempos de verbo, etc. Como
competências associadas à Inglês podemos citar: entender, escrever, falar e ler.
Esses verbos são exemplos de ações que só podem ser executadas por alguém que
tenha conhecimentos básicos da língua inglesa. Mais especificamente, esse é o uso
que se espera do objeto.
De acordo com a competência podem ser necessários conhecimentos
adicionais. Por exemplo, para ter a competência “entender inglês” deve-se ter
conhecimento a respeito dos sons; o que não é exigido pela competência “escrever
inglês”.
Concluindo, uma competência é uma ação representada por um verbo sobre
um objeto que se tem conhecimentos bem definidos.
Retornando aos conceitos envolvendo objetos, o uso esperado de um objeto
está representado nas competências a ele associadas. Assim a definição do objeto e
suas competências devem ser feitas simultaneamente por envolver conceitos
interdependentes.
8
2.2.3-Propriedades dos Objetos
As propriedades de um objeto são características utilizadas para descrevêlos. Exemplo de propriedades do objeto Inglês, representativo da língua inglesa:
•
Alfabeto: conjunto de letras utilizado para representar as palavras de seu
vocabulário (abcdefghijklmnopqrstuvwxyz);
•
Custo: custo médio de um curso completo de inglês (R$ 2.000,00).
As propriedades atribuem diferentes valores para cada objeto. No caso
acima o valor da propriedade Alfabeto para a língua inglesa não é o mesmo que
para a língua portuguesa que têm vogais acentuadas e cedilhas, mas não tem as
letras k, w, x e y.
Para representar uma propriedade de um objeto utilizaremos a notação:
objeto.propriedade. Exemplo de representação:
•
Inglês.Alfabeto
•
Inglês.Custo
Uma das principais características das propriedades é permitir comparações
com outros objetos, porém, para que isso seja possível devemos representá-las
segundo uma mesma escala de valores. Essa escala de valores é aqui denominada
Domínio.
Por exemplo, é desejável que a propriedade Custo associada a uma língua
seja sempre representada em um domínio com valores monetários na moeda real
(R$). Caso utilizássemos o dólar (US$) para a língua inglesa e simultaneamente o
real (R$) para a língua portuguesa não haveria como comparar diretamente seus
valores sem um fator de conversão (cotação). Um valor em real pertence a um
domínio diferente de um valor em dólar porque ambos não podem ser diretamente
comparados.
Não se deve confundir um domínio com seu formato de representação. Por
exemplo, a altura e o peso de uma pessoa pertencem a domínios distintos, isto é,
não existe sentido em compará-los, embora sejam igualmente representados
através de um número com casas decimais. A altura é medida em metros (m) e o
peso em quilogramas (kg), não há sentido em comparar grandezas de unidades
distintas embora ambas sejam representadas de forma semelhante através de
números.
Como forma de identificar se duas propriedades distintas são definidas no
mesmo domínio propõem-se que um teste de comparação seja feito. Se houver
sentido em se fazer a comparação as propriedades são de mesmo domínio.
Algumas observações adicionais a respeito de propriedades dos objetos:
9
•
como o nome identifica a propriedade no objeto, não são permitidas
duas ou mais propriedades em um mesmo objeto com o mesmo nome;
•
como as propriedades são nomeadas por objeto, podem existir em dois
ou mais objetos propriedades com mesmo nome;
•
como o domínio é uma característica da propriedade, um mesmo objeto
pode ter várias propriedades definidas no mesmo domínio. Por exemplo,
um objeto pode ter as propriedade salário e gratificação que armazenam
valores monetários (R$).
O conceito de domínio aqui adotado utiliza a proposta feita por CODD (1990)
ao propor o Modelo de Banco de Dados Relacional.
2.2.4-Métodos e Competências
Os métodos de um objeto são as ações que podem ser executadas sobre o
mesmo. Os métodos são o meio utilizado pelo modelo aqui proposto para
representar as competências. Um indivíduo tem uma competência quando ele tem o
conhecimento e a capacidade para executar o método que a representa.
Exemplo de métodos para a língua inglesa:
•
Entender: capacidade de ouvir e entender um diálogo falado em inglês;
•
Escrever: capacidade de escrever textos na língua inglesa;
•
Falar: capacidade de se expressar verbalmente através da língua
inglesa;
•
Ler: capacidade de ler e entender textos escritos em inglês.
Para representar os métodos de um objeto utilizamos a notação:
objeto.método, semelhante à notação utilizada para as propriedades. Como
normalmente os métodos são identificadas por verbos as notações semelhantes não
acarretam problemas. Exemplo de referência utilizando a notação:
•
Inglês.Entender
•
Inglês.Escrever
•
Inglês.Falar
•
Inglês.Ler
Para ter competência nos métodos acima é necessário um conhecimento
prévio a respeito da língua inglesa. Dizemos que um indivíduo tem uma competência
quando ele tem o conhecimento e a capacitação necessários para executar um
método em um objeto. Uma competência está associada não apenas ao
conhecimento, mas também à capacidade de executar ações. O conhecimento é um
requisito necessário para ter uma competência, mas não suficiente. Algumas
10
pessoas têm o conhecimento em como conduzir um automóvel mas não tem a
habilidade para executar a ação dirigir.
Um mesmo método pode ser aplicado a mais de um objeto. Por exemplo, o
método Ler pode ser aplicado aos objetos Inglês e Português. Embora o exemplo
tenha utilizado dois objetos semelhantes envolvendo línguas, existem casos em que
um mesmo método pode ser utilizado em objetos de diferentes naturezas. Por
exemplo, o método Controlar pode ser aplicável aos objetos Projeto e Carro, em
ambos casos a ação feita tem características semelhantes mas a natureza dos
objetos é diferente.
Como um mesmo método pode ser utilizado em objetos distintos, existem
casos em que sua ação deve ser particularizada. Por exemplo, abaixo estão dois
exemplos de aplicação do método Controlar onde a definição é adaptada ao objeto
aplicado:
•
Projeto.Controlar: capacidade de identificar e corrigir desvios em relação
aos objetivos do projeto;
•
Carro.Controlar: capacidade de manusear os dispositivos do carro para
manter o curso.
No dia a dia é também necessário graduar a competência de um indivíduo.
Por exemplo, a graduação de um indivíduo em relação à competência Inglês.Ler
pode ser:
1.
Habilidade superficial, conhece apenas algumas palavras;
2.
Tem habilidade para ler e interpretar textos básicos;
3.
Tem habilidade para ler e interpretar textos normais;
4.
Tem habilidade para ler e interpretar textos complexos.
A graduação das competências deve ser ascendente, um grau menor deve
sempre indicar uma capacitação inferior do que a de um grau maior. Essa premissa
deve ser seguida porque as operações envolvendo competências levam em
consideração a graduação.
A aplicação desenvolvida permite que se associe até cinco diferentes graus
de competência, podendo essa graduação ser modificada conforme o objeto
considerado. Por exemplo, as graduações da competência Ler podem ser diferentes
para os objetos Inglês e Português.
Na notação aqui adotada a graduação de um método é representada por um
número entre parênteses de acordo com a escala. Por exemplo, considere que um
indivíduo “tem habilidade para ler e interpretar textos normais” em inglês, sua
competência é representada por Inglês.Ler(3) se utilizarmos a graduação fornecida
anteriormente.
11
2.2.5-Partes dos Objetos
Um objeto pode ser formado a partir de objetos menores aqui denominados
partes. Essas partes por sua vez podem também ser formadas por outras partes,
podendo assim haver um detalhamento sucessivo.
A divisão de um objeto em partes menores é feita até que um grau de
detalhamento adequado seja alcançado. Por exemplo, geograficamente pode-se
dividir o mundo em países, os países em estados e os estados em municípios. Esse
detalhamento sucessivo é feito até que todas as informações desejadas tenham sido
representadas.
Como forma de representar o relacionamento “é parte de” adotou-se a
seguinte notação: objeto1–{objeto2, onde se deve ler: o objeto2 é uma parte do
objeto1, ou também: o objeto1 é formado parcialmente pelo objeto2.
A notação permite que os objetos tenham sua ordem invertida: objeto2}–
objeto1, onde objeto2 é parte de objeto1. O objeto representando o todo está
sempre situado ao lado do hífen (–) e o objeto parte está sempre ao lado da chave ({
ou }).
Utilizando a notação e o exemplo anterior pode-se situar o município do Rio
de Janeiro:
•
Mundo–{Brasil
•
Brasil–{EstadoRJ
•
EstadoRJ–{RiodeJaneiro
A notação permite a concatenação dos relacionamentos formando uma única
sentença:
•
Mundo–{Brasil–{EstadoRJ–{RiodeJaneiro
•
Mundo–{Brasil–{EstadoRJ–{Niterói
•
Mundo–{Brasil–{EstadoRJ–{CaboFrio
•
Mundo–{Brasil–{Pernambuco–{Recife
Esse tipo de notação permite mostrar como um objeto se situa em relação
aos demais, isto é, sua posição na árvore de competências.
No exemplo não existe a possibilidade de um objeto parte ser reutilizado em
outro, ou seja, um município é sempre de um mesmo estado que por sua vez é
sempre de um mesmo país. Existem casos entretanto em que é possível a
reutilização, o que permite aplicar o mesmo conhecimento em mais de um objeto.
Por exemplo, estão relacionados abaixo alguns dos objetos necessários para se
dirigir um automóvel do modelo Corsa (GM):
•
Corsa–{Câmbio
12
•
Corsa–{Freio
•
Corsa–{Direção
Para descrever esses mesmos objetos em um automóvel do modelo Gol
(VW):
•
Gol–{Câmbio
•
Gol–{Freio
•
Gol–{Direção
O objeto Câmbio utilizado como parte de Corsa pode ser reutilizado para Gol.
Esse tipo de estrutura permite que um mesmo conhecimento, no caso Câmbio,
possa ser reutilizado em vários objetos.
Adicionalmente existem situações em que determinados objetos utilizam
partes que sofreram adaptações em relação ao original. Por exemplo, automóveis do
modelo HondaCivic (Honda) podem utilizar o câmbio automático, um caso particular
do câmbio mecânico. Assim pode-se representar:
•
HondaCivic–{CâmbioAutomático
Deve-se ressaltar que o objeto CâmbioAutomático é um caso particular do
objeto Câmbio só válido no caso para os veículos do modelo HondaCivic. Diz-se que
CâmbioAutomático é uma especialização de Câmbio. À frente o conceito de
especialização é abordado em detalhe.
Ao dividir um objeto em partes não significa que todos seus conhecimentos
tenham sido repartidos também. Por exemplo, a competência “comprar carro” não é
repassada para as partes de carro, pois os conhecimentos necessários para
comprar um carro envolvem o todo, não se compra cada parte de um carro
separadamente. Por outro lado, a competência “dirigir carro” pode ser a resultante
das competências “controlar freio”, “controlar câmbio”, “controlar acelerador”, etc;
nesse caso para se ter a competência do todo, “dirigir carro”, se exige a
competência das partes.
2.2.6-Instâncias dos Objetos
Um objeto pode representar um conjunto formado por outros objetos que são
seus elementos. Nesses casos dizemos que o objeto elemento é uma instância do
objeto conjunto.
No exemplo anterior envolvendo carros vamos definir um objeto denominado
Carro para representar o conjunto de veículos. Os modelos Corsa, Gol e HondaCivic
passam a representar elementos do conjunto Carro, ou mais especificamente,
instâncias de Carro. Apelidamos o relacionamento envolvendo um elemento e seu
conjunto por “é uma instância de”, mais especificamente, dizemos “Corsa é uma
13
instância de Carro”, “Gol é uma instância de Carro” e “HondaCivic é uma instância
de Carro”.
Como forma de representar o relacionamento “é uma instância de” adotou-se
aqui a notação: objeto1<=objeto2, que tem como objetivo informar que o objeto2 “é
uma instância de” objeto1. Assim pode-se representar:
•
Carro<=Corsa
•
Carro<=Gol
•
Carro<=HondaCivic
A
notação
permite
que
os
objetos
tenham
sua
ordem
invertida:
objeto2=>objeto1, onde objeto2 é uma instância de objeto1. O objeto representando
o caso geral é sempre apontado e está situado ao lado do sinal de maior ou menor
(> ou <), o objeto instância sempre aponta e está ao lado do sinal de igual (=).
Uma outra forma de interpretar o relacionamento “é uma instância de” é
considerar um objeto como uma especialização, ou caso particular, do outro. Por
exemplo: os objetos Corsa, Gol e HondaCivic podem ser vistos como
especializações, ou casos particulares, do objeto Carro. Segundo essa interpretação
os conhecimentos a respeito de um elemento do conjunto podem ser vistos como
uma especialização, ou um detalhamento, em relação aos conhecimentos do
conjunto como um todo. Os conhecimentos a respeito de Corsa, Gol e HondaCivic
são detalhamentos dos conhecimentos de Carro.
O raciocínio inverso também se aplica, Carro é uma generalização de Corsa,
Gol e HondaCivic.
O relacionamento “é uma instância de” não permite que um objeto seja
simultaneamente instância de dois ou mais objetos distintos. Se um objeto for
classificado como de mesma natureza que um dado objeto, como sendo uma
instância, esse tipo de relacionamento não permite que ele tenha simultaneamente
uma outra natureza. Em relacionamentos “é uma instância de” não são permitidas
reutilizações.
A participação em relacionamentos “é parte de” é permitida, um objeto
classificado como sendo instância pode ser parte de vários outros objetos
simultaneamente.
O relacionamento envolvendo a instância e um objeto não é comutativo, se
objeto2 “é uma instância de” objeto1 não podemos afirmar nada quanto a objeto 1
ser uma instância de objeto2. Por exemplo, Gol é uma instância de Carro, mas Carro
não é uma instância de Gol.
14
2.2.6.1-Partes das Instâncias
Os conceitos até aqui apresentados estabeleceram que a cada objeto podese associar: propriedades, métodos e partes; que são características que descrevem
o objeto. Ao estabelecer que o objeto2 “é uma instância de” objeto1, implicitamente
estamos definindo que o objeto2 deve manter características similares às do
objeto1. Por exemplo, o objeto Corsa tem características semelhantes às de Carro,
porque é realmente um carro. Concluindo, ao estabelecer que o objeto2 “é uma
instância de” objeto1, estamos implicitamente definindo que ambos devem ter as
mesmas características, ou seja, propriedades, métodos e partes; porque são
objetos semelhantes. Por exemplo, definimos Câmbio, Freio e Direção como partes
de Carro:
•
Carro–{Câmbio
•
Carro–{Freio
•
Carro–{Direção
Se definirmos Corsa, Gol e HondaCivic como instâncias de Carro, então as
Partes devem ser transferidas para as instâncias:
•
Carro<=Corsa–{Câmbio
•
Carro<=Corsa–{Freio
•
Carro<=Corsa–{Direção
•
Carro<=Gol–{Câmbio
•
Carro<=Gol–{Freio
•
Carro<=Gol–{Direção
•
Carro<=HondaCivic–{Câmbio
•
Carro<=HondaCivic–{Freio
•
Carro<=HondaCivic–{Direção
O fato das instâncias herdarem as partes de um objeto é uma das
características principais da árvore de competências aqui proposta. Ela permite que
os conhecimentos sobre as partes sejam repassados para as instâncias, sendo
assim reutilizados.
Em um exemplo apresentado anteriormente o câmbio do objeto HondaCivic
foi redefinido como sendo um câmbio automático:
•
Carro<=HondaCivic–{CâmbioAutomático
O fato de CâmbioAutomático ser um caso particular de Câmbio aplicado ao
objeto HondaCivic significa que CâmbioAutomático é uma especialização de
Câmbio, ou seja, é um elemento do conjunto Câmbio. Essa conclusão permite que
se escreva:
15
•
Câmbio<=CâmbioAutomático
O relacionamento acima garante ser CâmbioAutomático para o objeto
HondaCivic um caso particular de Câmbio.
A herança das partes deve ser aplicada sucessivamente enquanto houver
relacionamentos “é uma instância de”. Por exemplo, considere que a fábrica dos
veículos Honda lançou as versões EX e LX do mesmo modelo de carro:
•
Carro<=HondaCivic<=HondaCivicEX
•
Carro<=HondaCivic<=HondaCivicLX
Como as versões EX e LX são instâncias de HondaCivic então herdam suas
partes, o objeto CâmbioAutomático como parte de HondaCivic é herdado pelos
objetos HondaCivicEX e HondaCivicLX. O objeto Câmbio, embora participasse
originalmente como parte do objeto Carro, não participa das heranças de
HondaCivic por ter sido substituído pela especialização CâmbioAutomático.
2.2.6.2-Propriedades das Instâncias
O mecanismo de herança apresentado para as partes de uma instância,
também se aplica às propriedades, ou seja, as instâncias herdam as propriedades
dos objetos.
Por exemplo, considere a propriedade Carro.Custo como representativa do
custo total de fabricação do carro em reais (R$):
•
Carro.Custo
Essa propriedade será herdada pelas instâncias de Carro, ou seja, os
modelos até aqui apresentados. Podemos então escrever:
•
Carro<=Corsa.Custo
•
Carro<=Gol.Custo
•
Carro<=HondaCivic.Custo
Cada um dos modelos de carro pode ter um valor distinto para a propriedade
Custo segundo seu custo de fabricação. Como todas as propriedades foram
herdadas podem ser comparadas entre sí porque pertencem ao mesmo domínio de
valores (R$). Pode-se fazer um relatório dos modelos de carro ordenando por custo
crescente de fabricação.
Existem situações em que uma instância de um objeto pode ter propriedades
redefinidas, o que faz com que essa redefinição seja propagada para todas suas
instâncias. Por exemplo, vamos considerar a hipótese dos carros modelo
HondaCivic terem seu custo de fabricação estabelecido em dólar (US$), não em real
(R$). Essa necessidade faz com que a propriedade HondaCivic.Custo herdada de
16
Carro.Custo, que pertencia originalmente ao domínio dos valores em real (R$),
passe a pertencer ao domínio dos valores em dólar (US$). A propriedade
HondaCivic.Custo foi redefinida porque seu domínio foi redefinido. Como os objetos
HondaCivicEX
e
HondaCivicLX
são
instâncias
de
HondaCivic,
então
as
propriedades HondaCivicEX.Custo e HondaCivicLX.Custo, ambas herdadas de
HondaCivic, pertencem ao domínio dos valores em dólar (US$).
O relatório que havia sido feito ordenando os carros por custos em real não
pode mais ser apresentado porque o campo de ordenamento deixou de estar
definido no mesmo domínio para todos os objetos. Será necessário alterar o
procedimento de relatório para obter a cotação do dólar e converter propriedades
representadas no domínio dólar (US$) para o domínio real (R$).
2.2.6.3-Métodos das Instâncias
De forma análoga às propriedades os métodos também são herdados pelas
instâncias.
Por exemplo, considere os seguintes métodos:
•
Língua.Entender
•
Língua.Escrever
•
Língua.Falar
•
Língua.Ler
Quando estabelecemos que Português “é uma instância de” Língua,
Língua<=Português, então o objeto Português herda todos os métodos de Língua.
Podemos escrever:
•
Língua<=Português.Entender
•
Língua<=Português.Escrever
•
Língua<=Português.Falar
•
Língua<=Português.Ler
Vamos considerar que existe a necessidade de distinguir o português do
Brasil de Portugal, assim foi definido:
•
Língua<=Português<=PortuguêsBrasil
•
Língua<=Português<=PortuguêsPortugal
Como
são
instâncias
de
Português
os
objetos
PortuguêsBrasil
e
PortuguêsPortugal herdam os métodos Entender, Escrever, Falar e Ler.
Quando uma alteração ocorre em um método todas as suas instâncias ficam
submetidas a essa alteração. A alteração em um método é caracterizada pela
17
alteração em sua graduação. Por exemplo, considere a seguinte graduação para o
método Língua.Escrever:
1.
Tem habilidade superficial, escreve textos básicos;
2.
Tem habilidade avançada, escreve textos complexos.
Considere também que pelo fato do português ser a língua nativa o método
Português.Escrever necessita de uma nova graduação:
1.
Tem habilidade superficial, escreve textos básicos;
2.
Tem habilidade mediana, escreve textos normais;
3.
Tem habilidade avançada, escreve textos complexos.
Ao redefinir a graduação de Português.Escrever essa alteração é propagada
para as instâncias de Português, ou seja, a graduação será também alterada para
os
métodos
PortuguêsBrasil.Escrever
e
PortuguêsPortugal.Escrever.
Se
posteriormente por um motivo qualquer o método Língua.Escrever for redefinido,
essa
alteração
não
PortuguêsBrasil.Escrever
afetará
e
os
métodos
PortuguêsPortugal.Escrever
Português.Escrever,
porque
uma
particularização do método havia sido feita.
2.2.7-Representação da Árvore de Competências
A representação da estrutura da Árvore de Competências em formato gráfico
permite ressaltar aspectos globais que passam despercebidos se utilizado o formato
textual proposto anteriormente.
Embora o formato gráfico seja mais atrativo pode haver dificuldades ao
representar um número elevado de objetos. O formato textual, embora limitado em
relação a uma visão global, permite representar um número elevado de objetos. A
utilização de ambos permite ressaltar aspectos globais sem perder a capacidade de
tratar muitos objetos simultaneamente.
A figura 2.1 apresenta um exemplo do formato gráfico de uma parte da
Árvore de Competências.
Observações sobre a figura 2.1:
•
os objetos são representados por retângulos identificados;
•
o nome do objeto é o próprio título do retângulo apresentado no texto em
destaque;
•
os métodos do objeto estão relacionados, abaixo do nome, entre chaves
e separados por vírgulas;
•
o número entre parênteses após o nome do método informa a maior
graduação possível para esse método no objeto;
18
•
um sinal de igual (=) informa que todos os métodos do objeto
generalização
foram
herdados.
Ger_Recursos_Financeiros
Por
herdou
todos
exemplo,
o
os
métodos
objeto
de
Gerência_de_Recursos;
Figura 2.1
•
as linhas ligando dois ou mais objetos representam relacionamentos;
•
o tipo de linha saindo de um objeto estabelece sua participação no
relacionamento. As possibilidades são:
•
uma linha simples saindo de um objeto estabelece que esse objeto é
referenciado por outro em um relacionamento. Exemplo: objeto
Comportamental;
•
uma linha que se inicia em um ponto no objeto designa esse objeto
como parte do objeto que se situa na extremidade oposta. Exemplo:
o
objeto
Adaptabilidade
é
parte
do objeto
Comportamental
(Comportamental–{Adaptabilidade);
•
uma linha que se inicia a partir de uma seta saindo do objeto designa
esse objeto como uma instância do objeto que se situa na
extremidade oposta. Exemplo: o objeto Ger_Recursos_Financeiros
está
representado
como
Gerência_de_Recursos
sendo
uma
instância
de
(Ger_de_Recursos<=
Ger_Recursos_Financeiros).
Como a estrutura da Árvore de Competências permite um objeto como parte
de vários, pode-se utilizar uma única linha representando vários relacionamentos.
Por exemplo, os objetos: Gramática, Substantivos e Verbos, estão representados
19
como partes de Língua, Alemão, Francês, Inglês e Português através de uma única
linha.
Por outro lado a estrutura da Árvore de Competências não permite um objeto
como instância de vários, isto é, não é permitido mais de uma seta saindo de um
retângulo.
Exemplo de relacionamentos representados na árvore da figura 2.1:
•
Comportamental–{Adaptabilidade–{Novas_Iniciativas
•
Adaptabilidade–{Situações_Adversas
•
Comportamental–{Gerência_de_Recursos
•
Gerência_de_Recursos<=Ger_Recursos_Financeiros
•
Comportamental–{Língua<=Português–{Gramática
•
Inglês–{Substantivos
Em algumas situações envolvendo um número reduzido de objetos pode-se
relacionar também, internamente ao retângulo do objeto, suas propriedades.
O apêndice E apresenta em formato gráfico um exemplo de árvore para as
competências comportamentais, organizacionais e técnicas.
A estrutura de competências proposta permite que relatórios possam ser
feitos para fornecer e tratar as informações armazenadas de forma estruturada.
20
2.3-Operações envolvendo Competências
A estrutura da árvore de competências permite que se associe competências
à colaboradores, cargos, atividades, etc. Esses dados compõem a base do banco de
dados, porém é necessário que se estabeleçam operações que permitam manipular
as competências e inferir novas informações.
Para exemplificar vamos considerar os colaboradores Carlos e João, para
cada um deles estão relacionadas na tabela 2.1 suas competências utilizando a
notação aqui proposta, isto é, objeto.método(grau):
Nome
Competência
Nome
Carlos
João
Competência
Alemão.Entender(3)
Alemão.Falar(3)
Inglês.Entender(3)
Inglês.Entender(2)
Inglês.Escrever(2)
Inglês.Falar(3)
Inglês.Ler(3)
Inglês.Ler(2)
Português.Entender(4)
Português.Entender(4)
Português.Escrever(2)
Português.Escrever(1)
Português.Falar(2)
Português.Falar(4)
Português.Ler(4)
Português.Ler(3)
Tabela 2.1
As linhas em branco significam que o colaborador não tem a competência
relacionada ao outro, isto é, Carlos não têm as competências Alemão.Entender e
Alemão.Falar e João não têm as competências Inglês.Escrever e Inglês.Falar.
As operações união, interseção, diferença e subconjunto apresentadas a
seguir são baseadas em CODD (1990). Ao final é apresentado um diagrama
ilustrativo das operações.
2.3.1-União de competências
A operação de união, que envolve dois conjuntos de competências, é o
conjunto resultante da acumulação de ambos. Em termos práticos as seguintes
operações são feitas:
•
se o método pertence a um dos conjuntos, deve participar do resultado;
•
se o método participa dos dois conjuntos, deve participar do resultado
com a maior das graduações. Foi estabelecida a maior das graduações
porque na união as competências são acumuladas e a de maior grau
engloba a de menor grau.
21
A notação, representada por união[A,B], declara a união das competências
dos conjuntos A e B.
Para exemplificar considere que o quadro funcional de uma empresa é
formado pelos colaboradores Carlos e João relacionados na tabela 2.1. A união das
competências de Carlos e João, representada por união[Carlos,João], é a
competência total da empresa, ou seja, são as competências que Carlos e João têm
juntos. A tabela 2.2 apresenta o resultado da operação.
união[Carlos,João]
Alemão.Entender(3)
Alemão.Falar(3)
Inglês.Entender(3)
Inglês.Escrever(2)
Inglês.Falar(3)
Inglês.Ler(3)
Português.Entender(4)
Português.Escrever(2)
Português.Falar(4)
Português.Ler(4)
Tabela 2.2
Observações:
•
qualquer método pertencente a Carlos ou João participa do conjunto de
saída:
•
não existem métodos repetidos, caso sejam iguais apenas o de maior
graduação consta do resultado, ver Português.Escrever(2).
Note que união[A,B] é igual a união[B,A].
2.3.2-Interseção de competências
A operação de interseção, que envolve dois conjuntos de competências, tem
como resultado as competências que atendem simultaneamente aos dois conjuntos.
Em termos práticos as seguintes operações são feitas:
•
se o método participa de apenas um dos conjuntos não participa do
resultado;
•
se o método participa dos dois conjuntos deve participar do resultado
com a menor das graduações. Foi estabelecida a menor das graduações
porque na interseção se representam as competências comuns, ou seja,
a de menor grau está inserida na de maior grau.
22
A notação, representada por interseção[A,B], declara a interseção das
competências dos conjuntos A e B.
Por exemplo, a empresa deseja saber quais as competências comuns entre
Carlos e João, ou seja, em que um pode substituir o outro em caso de férias. A
interseção[Carlos,João] representa as competências de Carlos que João também
tem, ou vice-versa. O resultado está representado na tabela 2.3.
interseção[Carlos,João]
Inglês.Entender(2)
Inglês.Ler(2)
Português.Entender(4)
Português.Escrever(1)
Português.Falar(2)
Português.Ler(3)
Tabela 2.3
Observações:
•
só consta no conjunto resultado os métodos existentes em Carlos e João
simultaneamente;
•
não existem métodos repetidos, caso sejam iguais apenas o de menor
graduação
consta
do
resultado
(ver
Português.Escrever
e
Português.Falar).
Note que interseção[A,B] é igual a interseção [B,A].
2.3.3-Diferença de competências
A operação de diferença, que envolve dois conjuntos de competências, tem
como resultado as competências que pertencem ao primeiro conjunto mas não
pertencem ao segundo. Em termos práticos as seguintes operações são feitas:
•
se o método participa do primeiro conjunto mas não participa do
segundo conjunto, participa do resultado;
•
se o método participa apenas do segundo conjunto, não participa do
resultado;
•
se o método participa do primeiro e do segundo conjunto, só participará
do resultado se a graduação do primeiro conjunto for maior que a do
segundo conjunto. Foi estabelecida a maior das graduações porque na
diferença se representada as competências que o primeiro conjunto tem
e o segundo não tem. Um grau maior indica uma competência mais
elaborada que em grau menor.
23
A notação, representada por diferença[A,B], declara a diferença entre as
competências dos conjuntos A e B.
Por exemplo, a empresa deseja saber quais competências de Carlos que
João não tem. Na prática, se Carlos tirasse férias em que competências João não
poderia substituí-lo. As competências de diferença[Carlos,João] estão representadas
na tabela 2.4.
diferença[Carlos,João]
Inglês.Entender(3)
Inglês.Escrever(2)
Inglês.Falar(3)
Inglês.Ler(3)
Português.Escrever(2)
Português.Ler(4)
Tabela 2.4
Observações:
•
só consta no conjunto resultado métodos existentes em Carlos:
•
caso existam métodos iguais só participa do resultado se a graduação
de Carlos é maior que a graduação de João (ver Inglês.Entender).
Note que diferença[A,B] é diferente de diferença[B,A].
2.3.4-Subconjunto de competências
A operação de subconjunto envolve dois conjuntos de competências, um
chamado externo e outro chamado interno. O resultado é o próprio conjunto externo
se o interno é um subconjunto do externo, e um conjunto vazio em caso contrário.
Mais especificamente, se o conjunto interno está contido no externo, ou, se o
externo contem o interno, ou, se todas as competências do interno estão
representadas no externo então o resultado é o externo.
Em termos práticos a seguinte operação é feita:
•
verifica se todas as competências do interno estão representadas no
externo, caso afirmativo o resultado é o conjunto externo. Ou seja, se
diferença[interno,externo] é um conjunto vazio então o interno é um
subconjunto do externo, todas suas competências estão representadas
no externo.
A notação, representada por subconjunto[A,B], declara o conjunto A como
externo e o conjunto B como interno.
24
Por exemplo, a empresa definiu um perfil de competências necessárias para
ocupar o cargo de chefe do projeto X, e deseja saber que colaboradores atendem a
todas as competências desse perfil. Note que o colaborador deve ter todas as
competências, não pode haver nenhuma competência estabelecida pelo perfil que o
colaborador não tenha. A tabela 2.5, identificada por X, apresenta as competências
estabelecidas para um profissional chefiar o projeto X.
X
Alemão.Entender(2)
Português.Entender(4)
Português.Escrever(1)
Português.Falar(2)
Português.Ler(3)
Tabela 2.5
Cada
colaborador
da
empresa
será
submetido
à
operação
subconjunto[colaborador,X], os resultados serão guardados em uma tabela das
competências de prováveis candidatos ao cargo.
Por
exemplo,
o
primeiro
candidato
é
Carlos,
a
operação
subconjunto[Carlos,X] é processada e o resultado é um conjunto vazio porque
Carlos não atende a Alemão.Entender(2) embora atenda a todas as competências
envolvendo Português. Mais especificamente, as competências de Carlos não
envolvem todas as competências necessárias ao projeto X.
O segundo candidato é João, a operação subconjunto[João,X] é processada
e o resultado são as competências de João, ou seja, como a operação
diferença[X,João] é um conjunto vazio então João tem todas as competências
exigidas pelo projeto X.
Para esclarecer melhor vamos considerar um outro exemplo em que o
projeto Y estabeleceu as competências da tabela 2.6, identificada por Y, como
requisito para seu chefe.
Y
Português.Entender(3)
Português.Escrever(2)
Português.Falar(2)
Português.Ler(3)
Tabela 2.6
Para identificar os possíveis chefes para o projeto Y o primeiro candidato é
analisado, a operação subconjunto[Carlos,Y] é processado e o resultado são as
25
competências de Carlos porque atendem a todas as competências, algumas até
com folga, como é o caso da graduação 4 em Português.Entender.
O segundo candidato é analisado e subconjunto[João,Y] é processado e o
resultado é um conjunto vazio porque João tem graduação menor que 2 para o
método Português.Escrever.
Note que subconjunto[A,B] é diferente de subconjunto[B,A].
2.3.5-Grau de pertinência
A operação de grau de pertinência tem como objetivo estabelecer uma forma
de medir o quanto um conjunto de competências está próximo de outro.
Por
exemplo,
considere
que
foram
estabelecidas
as
competências
necessárias para ocupar um cargo na empresa. Se utilizarmos somente a operação
de subconjunto envolvendo as competências de cada colaborador com as exigidas
pelo cargo, teríamos apenas como resposta os colaboradores que atendem a todas
as competências, caso uma única não tenha sido atendida o colaborador não seria
selecionado. Porém na prática a empresa deseja saber quanto um colaborador
atende ao cargo, não apenas uma resposta sim ou não. Muitos outros fatores podem
influenciar uma decisão de conduzir alguém a um cargo, não apenas as
competências identificadas. As competências devem ser um suporte à decisão, não
a palavra final.
A criação do grau de pertinência tem como objetivo estabelecer uma forma
de comparar e classificar o quanto um item, ou pessoa, atende aos requisitos de um
conjunto de competências estabelecidos, mais especificamente, estabelece uma
forma de medir o que falta a um conjunto de competências para alcançar outro. A
partir do cálculo do grau de pertinência de cada colaborador em relação a um cargo
é possível elaborar uma lista ordenada dos colaboradores aptos a atender às
exigências de um cargo. O gerente pode avaliar alternativas de capacitação para um
cargo comparando colaboradores, diminuindo a influência de fatores não
mensuráveis.
De forma análoga o grau de pertinência permite também que sejam listados
e classificados os cargos que mais se adequam a um dado colaborador, ou seja,
que função o colaborador melhor exerceria levando-se em conta sua capacitação.
Os critérios e alternativas estabelecidas a seguir envolvem pesquisar e
identificar os relacionamentos entre objetos em uma árvore de competências, fazer
comparações condicionadas a resultados anteriores e efetuar cálculos envolvendo
fatores. O auxílio de programas de computador é de grande utilidade no cálculo do
grau de pertinência.
26
2.3.5.1-Comparando duas competências
Para medir o grau de pertinência é importante diferenciar o conjunto alvo do
conjunto que está sendo testado. Por exemplo, medir o quanto falta a um
colaborador para alcançar as competências de um cargo é diferente de medir no
sentido inverso, mais especificamente, medir o grau de pertinência entre A e B é
diferente de medir entre B e A.
Inicialmente apresentamos como medir o grau de pertinência entre duas
competências apenas, depois o conceito é ampliado para envolver dois conjuntos de
competências. Definimos:
•
Competência desejada: é a competência a ser alcançada, no caso
exemplo uma competência do cargo desejado. Será representada por:
objetoD.metodoD(grauD), onde:
•
•
objetoD – objeto da competência desejada;
•
metodoD – método da competência desejada;
•
grauD – grau da competência desejada;
Competência medida: é a competência a ser medida o quanto falta para
alcançar a desejada, no caso exemplo é uma competência de um
colaborador. Será representada por: objetoM.metodoM(grauM), onde:
•
objetoM – objeto da competência medida;
•
metodoM – método da competência medida;
•
grauM – grau da competência medida.
Como cada competência é representada por um objeto, um método e um
grau, o método consiste em comparar primeiro os objetos, depois os métodos e
finalmente os graus. Como resultado para cada uma das comparações será
atribuído um conceito, ou nota, representado por uma letra. A ordem alfabética das
letras estabelece a afinidade entre as competências comparadas, ou seja, os
conhecimentos comuns existentes entre os objetos. A letra A significa que o objeto
medido tem o mesmo conhecimento que o desejado, B um pouco menos, e assim
sucessivamente.
O relacionamento entre os objetos é o indicador utilizado para medir o
conhecimento comum, isto é, o quanto se conhece o objeto desejado conhecendose o medido. As notas decorrentes dos relacionamentos são:
•
nota A: se o objeto da competência medida é o mesmo da desejada
(objetoD=objetoM). Conhecendo-se o objeto medido se conhece o
desejado;
27
•
nota B: se o objeto da competência medida é uma instância da desejada,
isto é, a competência medida é uma especialização da desejada
(objetoD<=objetoM). Como são semelhantes, de mesma natureza, e o
objeto medido é uma especialização do desejado, conhecendo-se o
medido se tem muito conhecimento a respeito do desejado;
•
nota C: se o objeto da competência desejada é uma instância da
medida, ou seja, a competência medida é uma generalização da
desejada (objetoD=>objetoM). Essa condição é análoga a anterior,
porém considera-se que o conhecimento é menor (nota C) porque na
prática se conhece menos um caso particular (objetoD) a partir do geral
(objetoM) do que um caso geral, objeto medido, a partir do particular
(nota B);
•
nota D: se o objeto da competência desejada é uma parte da medida
(objetoD}–objetoM). Embora as partes envolvam objetos de natureza
distinta, existe uma parcela comum de conhecimento;
•
nota E: se o objeto da competência medida é uma parte da desejada
(objetoD–{objetoM). Essa condição é análoga a anterior, porém
considera-se que o conhecimento comum é menor (nota E) porque na
prática se conhece menos o todo (objetoD) a partir de uma parte
(objetoM) do que uma parte a partir do todo (nota D);
•
nota F: nenhum relacionamento foi encontrado entre os dois objetos,
considera-se que a partir do objeto medido não se tem conhecimento a
respeito do desejado.
Os relacionamentos estabelecidos não precisam envolver diretamente os
objetos comparados, podem existir de forma associativa. Nos exemplos a seguir, os
relacionamentos são representados de forma associativa, foi mantida a notação
objetoD para objeto desejado e objetoM para objeto medido e os objetos
intermediários foram numerados:
•
objetoD<=objeto1<=objeto2<=objetoM – nota B, o objetoM é de mesma
natureza de objetoD, é uma especialização. Se objetoM é uma instância
de objeto2, que por sua vez é uma instância de objeto1, que por sua vez
é uma instância de objetoD, então objetoM é uma instância de objetoD;
•
objetoD=>objeto1=>objeto2=>objetoM – nota C, o objetoM é de mesma
natureza de objetoD, mas é uma generalização. Raciocínio análogo ao
anterior pode ser feito concluindo-se que objetoM é uma generalização
de objetoD;
28
•
objetoD}–objeto1<=objeto2<=objetoM – nota D, o relacionamento “é
parte de” estabelece o envolvimento entre os objetos pois é o de menor
conhecimento comum, é equivalente a ObjetoD}–objetoM. O objetoM é
por associação uma instância de objeto1 que por sua vez é composto
em parte por objetoD;
•
objetoD–{objeto1<=objeto2<=objetoM – nota E, o relacionamento “é
parte de” estabelece o envolvimento entre os objetos pois é o de menor
conhecimento comum é equivalente a ObjetoD–{objetoM. Raciocínio
análogo ao anterior pode ser feito concluindo-se que objetoM é uma
parte de objetoD.
Uma outra forma de relacionamento ocorre quando os objetos não estão em
linha, porém existe uma forma de relacioná-los indiretamente. Por exemplo,
considere os seguintes relacionamentos:
•
objeto1<=objetoM
•
objeto1<=objetoD
A partir desses relacionamentos pode-se inferir que a competência medida
(objetoM) e desejada (objetoD) são semelhantes, pois ambas são da mesma
natureza que objeto1. Nessa situação a nota é B pois como objetoD é uma instância
de objeto1, tudo se passa como se objetoD ocupasse o lugar de objeto1 na árvore
de competências.
O caso inverso ao acima não é possível porque um objeto só pode ser
instância de um único, ou seja, não seria possível objeto1 ser simultaneamente
instância de objetoD e objetoM.
Situação análoga também ocorre envolvendo relacionamentos “é parte de”.
Por exemplo:
•
objeto1–{objetoM
•
objeto1–{objetoD
Nesse caso a nota atribuída é E, como se objetoD ocupasse a posição de
objeto1, embora não seja semelhante a este em termos de conhecimento comum a
analogia é valida.
Outra situação ocorre quando objetoD e objetoM têm uma particularidade,
isto é, uma mesma parte:
•
objetoM–{objeto1
•
objetoD–{objeto1
Da mesma forma considera-se como nota E para designar que existe pouco
conhecimento comum.
29
Existem situações em que dois objetos podem ser ligados por mais de um
relacionamento, nesses casos considera-se a melhor das notas, a que representa o
maior conhecimento comum.
Após comparar os objetos das competências deve-se comparar seus
métodos, que da mesma forma estabelecerá uma nova nota. A comparação é feita
apenas em termos de igualdade ou diferença, não existe sentido em estabelecer
uma escala de graduação. Dois métodos só podem ser comparados se seus objetos
mantêm relacionamentos de igualdade ou instância, não há sentido em comparar
métodos de objetos que se ligam pelo relacionamento “é parte de” porque são de
natureza distinta.
As seguintes notas foram definidas:
•
nota I: se os métodos das competências desejada e medida são iguais.
Essa nota se aplica apenas quando os objetos das competências estão
relacionados por igualdade ou “é uma instância de”. Na prática a nota I
só se aplica a métodos que tenham recebido as notas A, B ou C em
seus objetos;
•
nota J: se os métodos das competências desejada e medida são
diferentes. Da mesma forma descrita na nota I, os objetos devem estar
relacionados por igualdade ou “é uma instância de”;
•
nota K: para os demais casos, competências que obtiveram notas D, E e
F em seus objetos. São competências em que não há sentido comparar
seus métodos pois são objetos de natureza distinta.
Após os métodos deve-se estabelecer as notas para os graus. Como o
estabelecimento de notas exige uma comparação, os graus só podem ser
comparados se foram estabelecidos a partir de uma mesma base. Se para um dado
objeto que é uma instância de outro a graduação herdada foi redefinida, não existe
sentido em fazer comparações pois foi estabelecida uma nova escala de valores.
Por outro lado, se o objeto instância herdou a mesma escala de valores do método
uma comparação de seus graus é conceitualmente correta.
As seguintes notas foram definidas:
•
nota X – se o grau da competência desejada é menor ou igual ao grau
da competência medida. Essa nota só se aplica quando os métodos são
iguais ou havendo o relacionamento “é uma instância de” não houve
redefinição dos graus;
•
nota Y – se o grau da competência desejada é maior que o grau da
competência medida. Essa nota só se aplica quando os métodos são
30
iguais ou havendo relacionamento “é uma instância de” não houve
redefinição dos graus;
•
nota Z – em todos os demais casos, inclusive com redefinição da
graduação.
A tabela 2.7 resume os critérios adotados para estabelecer as notas entre
uma competência desejada e uma medida, todas as possibilidades de comparação
estão relacionadas nas linhas. Os passos para identificar a linha em cada caso são:
•
identifique na árvore de competências o relacionamento existente entre
os objetos desejado e medido, selecione na coluna Objetos as linhas
que atendem ao relacionamento;
•
compare os métodos das competências. Selecione na coluna Métodos,
dentre as linhas selecionadas anteriormente, aquelas que atendem à
comparação;
•
compare os graus. Selecione na coluna Graus, dentre as linhas
selecionadas anteriormente, aquelas que atendem à comparação.
Uma única linha deve ter sido selecionada como resultado dos passos acima,
as respectivas notas estão representadas no início das células da linha antes do
símbolo “:” (dois pontos).
Objetos
Métodos
Graus
A: objetoD=objetoM
I: metodoD=metodoM
X: grauD < ou = grauM
A: objetoD=objetoM
I: metodoD=metodoM
Y: grauD > grauM
A: objetoD=objetoM
J: metodoD <> metodoM
Z
B: objetoD<=objetoM
I: metodoD=metodoM
X: grauD < ou = grauM; Z(1)
B: objetoD<=objetoM
I: metodoD=metodoM
Y: grauD > grauM; Z(1)
B: objetoD<=objetoM
J: metodoD <> metodoM
Z
C: objetoD=>objetoM
I: metodoD=metodoM
X: grauD < ou = grauM; Z(2)
C: objetoD=>objetoM
I: metodoD=metodoM
Y: grauD > grauM; Z(2)
C: objetoD=>objetoM
J: metodoD <> metodoM
Z
D: objetoD}–objetoM
K
Z
E: objetoD–{objetoM
K
Z
F: sem relacioamentos
K
Z
Tabela 2.7
Observações:
•
(1) - se os graus de metodoM foram redefinidos, ou seja, não foram
herdados de metodoD, a nota é Z;
31
•
(2) - se os graus de metodoD foram redefinidos, ou seja, não foram
herdados de metodoM, a nota é Z.
Apresentamos na tabela 2.8 alguns exemplos com suas respectivas notas
considerando os relacionamentos:
•
Língua<=Alemão
•
Língua<=Inglês
•
Língua<=Português<=PortuguêsBrasil
•
Língua<=Português<=PortuguêsPortugal
Considerou-se também que a graduação de todos os métodos do objeto
PortuguêsPortugal foi redefinida em relação à Português:
Competência Desejada
Competência Medida
Nota
Português.Falar(2)
Português.Falar(3)
(A,I,X)
Ingles.Escrever(3)
Inglês.Escrever(2)
(A,I,Y)
Alemão.Ler(2)
Alemão.Falar(3)
(A,J,Z)
Língua.Falar(3)
PortuguêsBrasil.Falar(4)
(B,I,X)
Língua.Falar(3)
PortuguêsPortugal.Falar(4)
(B,I,Z(1))
Língua.Falar(3)
Português.Ler(4)
(B,J,Z)
PortuguêsBrasil.Falar(4)
Língua.Falar(3)
(C,I,Y)
PortuguêsBrasil.Falar(3)
Língua.Falar(3)
(C,I,X)
PortuguêsPortugal.Falar(3)
Língua.Falar(3)
(C,I,Z(1))
PortuguêsPortugal.Falar(3)
Língua.Ler(3)
(C,J,Z)
Tabela 2.8
Observação:
•
(1) - os graus dos métodos foram redefinidos conforme observação
inicial, por isso a nota é Z.
Os exemplos acima são referentes à relacionamentos envolvendo objetos de
mesma natureza. A tabela 2.9 apresenta exemplos do grau de pertinência em
relacionamentos “é parte de” considerando:
•
Carro–{Câmbio
•
Carro<=Gol–{Câmbio
•
Carro<=HondaCivic–{CâmbioAutomático
Competência Desejada
Competência Medida
Câmbio.Controlar(2)
Carro.Dirigir(3)
(D,K,Z)
Carro.Dirigir(3)
Câmbio.Controlar(2)
(E,K,Z)
Carro.Dirigir(3)
CâmbioAutomático.Controlar(2)
(E,K,Z)
32
Nota
Carro.Dirigir(3)
Português.Falar(2)
(F,K,Z)
Tabela 2.9
2.3.5.2-Comparando dois conjuntos de competências
Até aqui foram apresentados os critérios que estabelecem a comparação
entre duas competências, porém é necessário estabelecer as notas resultantes da
comparação entre
dois conjuntos. As denominações adotadas anteriormente,
competências desejada e medida, são mantidas, porém como passamos a tratar
com conjuntos passam a ser o conjunto desejado e medido.
O método consiste em:
1. selecionar a primeira competência do conjunto desejado;
2. calcular a nota da competência desejada em relação a cada uma das
competências do conjunto medido;
3. eleger a melhor das notas como a nota do conjunto medido em relação à
competência desejada selecionada;
4. se houver próxima competência desejada no conjunto retornar ao passo
2, se não parar.
Após haver terminado o ciclo acima haverá uma nota atribuída para cada
uma das competências do conjunto desejado. Esse conjunto de notas estabelece de
alguma forma o quanto falta para o conjunto medido alcançar cada uma das
competências do desejado.
Deve-se ressaltar que o método permite que se calcule notas para conjuntos
medidos com números diferentes de competências. Quanto mais competências o
conjunto medido tiver, maior será a probabilidade de possuir um objeto que se
relacione.
Como é necessário um critério único de comparação, deve-se uniformizar as
notas para permitir a comparação entre diferentes conjuntos medidos em relação a
um único desejado. Retornando ao exemplo, cada colaborador da empresa deve ter
uma única nota que avalie sua distância em relação às competências do cargo
procurado, somente dessa forma será possível identificar se um colaborador está
mais próximo ou afastado do cargo que outro.
Para estabelecer uma nota final única deve-se contar o número de vezes que
cada uma das notas foi dada, ou seja, obter o número de notas A, B, C, D, E, F, I, J,
K, X, Y e Z, obtidas pelo conjunto medido em relação ao desejado. Como o número
de notas resultante da comparação entre objetos, métodos e graus deve ser igual ao
33
número de competências do conjunto desejado, a soma das ocorrências de notas A,
B, C, D, E e F, deve ser igual a soma de I, J e K e também igual a soma de X, Y e Z.
Por exemplo, considerando que o conjunto de competências desejadas é
composto de cinco (5) elementos e que as notas obtidas foram: (A,I,Y), (C,I,X),
(A,J,X), (C,I,Z) e (B,J,Z). Somando:
•
objetos: duas (2) notas A, uma (1) nota B e duas (2) notas C.
Representamos por (A,2), (B,1) e (C,2);
•
métodos: três (3) notas I, duas (2) notas J e nenhuma (0) nota K.
Representamos por (I,3), (J,2) e (K,0);
•
graus: duas (2) notas X, uma (1) nota Y e duas (2) notas Z.
Representamos por (X,2), (Y,1) e (Z,2).
Note que o número de notas é o mesmo para objetos, métodos e graus; e
deve ser igual ao número de competências do conjunto desejado.
O valor representativo de número de ocorrências por nota é absoluto, para
transformá-lo em relativo deve-se dividir pelo número de competências desejadas.
Ao final tem-se o peso de cada uma das notas. Calculando para o exemplo dado
dividimos os números associados a cada nota por cinco (5), os novos valores são:
(A,0.4), (B,0.2), (C,0.4), (D,0.0), (E,0.0), (F,0.0), (I,0.6), (J,0.4), (K,0.0), (X,0.4),
(Y,0.2) e (Z,0.4).
Aplicando os procedimentos acima para cada colaborador teríamos as notas
de cada um, medindo de alguma forma o seu desvio em relação ao conjunto de
competências desejadas.
2.3.5.3-Calculando o grau de pertinência
A partir dos pesos calculados para cada uma das notas do conjunto
desejado, pode-se adotar diferentes critérios no cálculo do grau de pertinência.
Um primeiro critério é considerar que as notas mais altas sempre se
sobrepõem às menores. Nesse caso o colaborador que mais se aproxima das
competências desejadas é aquele com maior peso de notas A, se os pesos são
iguais deve-se passar para as notas B, em caso de empate para as notas C, e assim
sucessivamente até a nota Z.
Esse critério tem como incoveniente considerar muito a nota e não o peso.
Por exemplo, um colaborador que tenha tido uma única nota A e quatro notas F
seria escolhido ao invés de um com cinco notas B. Esse critério é semelhante ao
adotado nas Olimpíadas onde uma única medalha de ouro vale mais que infinitas
medalhas de prata ou bronze.
34
Um segundo critério é atribuir valores para as notas estabelecendo um
relacionamento entre elas. O valor de cada nota multiplicado por seu peso fornece
um número de pontos que será acumulado para estabelecer o grau de pertinência.
Por exemplo a tabela 2.10 apresenta para cada possível nota (coluna Nota) e
respectivo peso calculado (coluna Peso) um número fixo de pontos (coluna Pontos)
que multiplicado pelo peso fornecerá pontos a acumular para o cálculo do grau de
pertinência (coluna Total).
Nota
Peso
Pontos
Total
A
0.4
50
20
B
0.2
20
4
C
0.4
15
6
D
0.0
10
0
E
0.0
8
0
F
0.0
0
0
I
0.6
10
6
J
0.4
5
2
K
0.0
0
0
X
0.4
5
2
Y
0.2
3
0.6
Z
0.4
0
0
Total calculado de pontos:
40.6
Tabela 2.10
Segundo o critério da tabela 2.10 o grau de pertinência do conjunto medido
em relação ao desejado é de 40.6 pontos, ou seja, a soma do total de pontos de
cada nota. Quanto maior o grau maior será a proximidade entre os dois conjuntos.
A aplicação desse segundo critério exige que sejam estabelecidos os pontos
de forma a pesar a importância de uma nota em relação a outra. Deve-se cuidar
para que a fixação de pontos para todos os conjuntos de competências desejadas
não gere distorções. Por exemplo, considere os seguintes relacionamentos:
1. Carro<=Corsa e Carro<=Gol
2. Língua<=Alemão e Língua<=Português
Considerando no primeiro caso o objeto Corsa como competência desejada
e Gol como medida, e no segundo caso Alemão como competência desejada e
Português como medida, os critérios aqui adotados estabelecem a mesma nota B
para ambos os casos porque mantêm relacionamentos semelhantes entre si. Como
a nota B indica que a partir da competência medida se tem muito conhecimento da
35
competência desejada, pode-se inferir que a partir do conhecimento de um Gol se
tem conhecimento a respeito de um Corsa. Embora a afirmativa tenha sentido
quando falamos em carro, em termos de língua pode ser incorreto estabelecer que a
partir do Português se tem um conhecimento a respeito do Alemão. Essas
diferenças fazem com que o cálculo do grau de pertinência utilize diferentes pontos
de acordo com o conjunto de competências desejadas.
No caso do Corsa as notas A, B e C teriam pontos com pouca diferença
porque um motorista ao conhecer um carro conhece o outro. Para Alemão poderiase ter pontos altos para A e iguais a zero (0) para as notas B e C indicando que o
conhecimento
de
Português
acarreta
nenhum
conhecimento
de
Alemão.
Normalmente quem dirige um Gol dirige um Corsa, mas quem fala Português não
necessariamente fala Alemão.
O critério de pontuação aqui colocado considerou que os pontos por nota são
únicos para todas as competências do conjunto desejado uma vez que só são
aplicados após o cálculo dos pesos. Entretanto podem existir casos em que as
competências do conjunto desejado são muito heterogêneas e acarretaria distorções
utilizar o mesmo critério de pontuação. Nesses casos deveria-se estabelecer um
conjunto de pontos por nota para cada uma das competências do conjunto desejado.
2.3.5.4-Priorização de competências
Ao definir um conjunto de competências para atender a uma necessidade
específica pode ser necessário estabelecer a importância que as mesmas devem ter
para atender ao objetivo desejado.
Por exemplo, para exercer um cargo técnico as competências técnicas
exigidas podem ter mais importância que as competências envolvendo o
relacionamento humano. Para exercer um cargo que envolva contato com o público
as competências envolvendo comportamento podem ser mais importantes que as
competências técnicas.
Para atender à essas necessidades pode-se definir uma prioridade para cada
uma das competências desejadas através de um número que multiplicará seus
pontos. Quanto maior o número representativo da prioridade maior será a
importância da competência na formação do grau de pertinência.
A introdução da priorização entre competências influencia diretamente o
cálculo do peso para cada uma das notas. Sem priorização conta-se o número de
ocorrências da nota e divide-se pelo número de competências desejadas. Com a
introdução da priorização ao invés de contar as ocorrências deve-se contar a
36
prioridade da competência. Por exemplo, considere a tabela 2.11 com as seguintes
colunas:
•
Competências de motorista: cada linha descreve uma competência
desejada para ocupar o cargo de motorista;
•
Nota: nota obtida pelo candidato ao cargo de motorista na competência;
•
Prioridade: prioridade da competência desejada no cargo de motorista.
Competências de motorista
Nota
Prioridade
Português.Falar(3)
(A,I,X)
3
Português.Ler(3)
(A,I,Y)
2
Português.Escrever(2)
(A,I,Y)
1
Carro.Dirigir(3)
(B,I,X)
6
Somatório das prioridades
12
Tabela 2.11
Na coluna prioridade o valor de seis (6) para Carro.Dirigir indica ser essa a
competência
mais
importante
para
o
cargo
de
motorista,
seguida
de
Português.Falar, Português.Ler e Português.Escrever.
Utilizando o método tradicional de cálculo dos pesos absolutos das notas
teríamos: (A,3), (B,1), (I,4), (X,2), (Y,2) e todas as demais notas com zero. Para
calcular os pesos relativos dividem-se os pesos absolutos por quatro (4) por ser o
número de competências desejadas, ficando: (A,0.75), (B,0.25), (I,1), (X,0.5) e
(Y,0.5).
Utilizando o método de priorização deve-se contar para cada nota a
prioridade estipulada para a competência, e não um (1) como feito anteriormente. A
nota A em Português.Falar deve contar três (3), em Português.Ler deve contar dois
(2) e em Português.Escrever deve contar um (1) por serem estas as respectivas
prioridades das competências desejadas. Prosseguindo dessa forma os valores dos
pesos absolutos considerando as prioridades são: (A,6), (B,6), (I,12), (X,9) e (Y,3).
Para calcular o peso relativo envolvendo priorização deve-se dividir pelo
somatório das prioridades, no caso doze (12), ficando: (A,0.5), (B,0.5), (I,1), (X,0.75)
e (Y,0.25). Note como os pesos relativos são significativamente diferentes quando
as prioridades são consideradas.
O método envolvendo prioridades pode também ser utilizado em conjunto
com os pontos estabelecidos por nota, fornecendo assim uma flexibilidade para que
o cálculo do grau de pertinência seja adequado de acordo com as características da
aplicação. A uso simultâneo das duas técnicas exige que para cada conjunto de
37
competências desejadas deve-se definir os pontos por nota e as prioridades por
competência.
2.3.6-Representação das operações
A figura 2.2 apresenta em forma gráfica as operações envolvendo
competências. A representação das operações união, interseção e diferença foram
obtidas em CODD (1990) página 78, as operações subconjunto e grau de
pertinência foram criadas segundo os mesmo critérios gráficos para se adequar à
representação das demais.
Na figura 2.2 cada operação está descrita através de dois conjuntos de
competências chamados A e B. Considerações sobre a figura 2.2:
•
cada conjunto é representado por um retângulo onde cada uma de suas
competências
ocupa
simbolicamente
uma
faixa
horizontal.
As
competências de um conjunto estão sobrepostas umas às outras
formando o retângulo representado;
•
os conjuntos A e B são formados pelas competências delimitadas pelas
chaves. Competências iguais nos dois conjuntos são representadas pela
delimitação de uma mesma faixa horizontal comum;
•
as competências resultantes de cada operação estão destacadas pela
área preenchida por linhas inclinadas;
•
união[A,B] – competências pertencentes aos conjuntos A ou B. Seu
resultado é formado pelas competências de A, competências de B, ou
competências de ambos;
•
interseção[A,B] – competências pertencentes aos conjuntos A e B. Seu
resultado é formado pelas competências que pertencem a A e B
simultaneamente;
•
diferença[A,B] – competências pertencentes ao conjunto A mas não
pertencentes
ao
conjunto
B.
Seu
resultado
é
formado
pelas
competências de A que não pertencem a B;
•
subconjunto[A,B] – competências do conjunto A se o conjunto B estiver
todo contido em A, se não conjunto vazio. O diagrama à esquerda da
operação subconjunto representa o caso em que o conjunto B está
totalmente contido no conjunto A tendo como resultado todas as
competências do conjunto A. O diagrama à direita da operação
subconjunto representa o caso em que existem competências em B que
não pertencem ao conjunto A tendo como resultado um conjunto vazio;
38
Figura 2.2
•
grau de pertinência[A,B] – para cada competência do conjunto A
(desejado) apresenta o quanto as competências do conjunto B (medido)
podem representá-las. A figura apresenta competências do conjunto A
nas seguintes situações:
•
sem preenchimento, não participam do resultado: representam as
competências de A nas quais B não tem conhecimento para
representá-las;
•
preenchimento parcial: representam as competências de A nas quais
B tem algum conhecimento. A quantidade de área preenchida
procura representar os diferentes níveis de conhecimento do
conjunto B medido em relação à competência desejada do conjunto
A;
39
•
preenchimento total: representam as competências de A que tem seu
conhecimento representado no conjunto medido B.
A representação das operações na forma gráfica tem objetivo didático.
40
2.4-Aplicação COMPET
Foi desenvolvida uma aplicação, COMPET, para demonstrar praticamente a
aplicabilidade do modelo. A aplicação envolve:
•
Criação de um “Catálogo de Competências”;
•
Registrar as competências dos profissionais; cargos, projetos, etc;
•
Operar as competências.
Cada uma das funções desenvolvidas está documentada, uma imagem
exemplo de sua tela é apresentada e seus campos são descritos.
2.4.1-Árvore de Competências
Essa é a aplicação raiz, todas as demais devem ser acessadas a partir dela.
Para ativá-la deve-se executar a página MC.htm. A figura 2.3 contem uma imagem
da aplicação.
Figura 2.3
A tela apresenta os links:
41
•
Domínios – controla os domínios, independentemente das propriedades
nos objetos. Qualquer propriedade deve utilizar necessariamente um dos
domínios aqui cadastrados;
•
Métodos – controla os métodos, independentemente dos objetos. Os
objetos utilizam os métodos aqui cadastrados;
•
Objetos – controla os objetos com suas propriedades, partes, métodos e
instâncias;
•
Itens da aplicação – controla itens onde se registram competências;
•
Competências dos itens – controla as competências dos itens;
•
Operações envolvendo competências – executa operações sobre as
competências dos itens;
•
Relatório de itens – relatório que apresenta as competências dos itens;
•
Relatório de competências – relatório que apresenta as propriedades,
métodos, partes e instâncias de uma competência.
2.4.2-Domínios
Essa aplicação controla os domínios. Uma propriedade só pode ser incluída
em um objeto se o seu domínio estiver previamente aqui definido. A figura 2.4
contem uma imagem da aplicação.
Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre o domínio escolhido em
Domínio:
o
Ler – apresenta a descrição do domínio;
o
Alterar – atualiza a descrição do texto contido em Descrição;
o
Excluir – exclui o domínio (ver Propaga);
o
Incluir – inclui um novo domínio com o nome preenchido em Domínio
(para incluir) e com a descrição preenchida em Descrição;
•
Domínio – domínio escolhido para processar a Função;
•
Propaga – define se a operação de exclusão deve excluir as
propriedades dos objetos onde o domínio é utilizado:
o
sim – a operação se propaga, isto é, exclui dos objetos as
propriedades que utilizam o domínio;
o
não – a operação não se propaga, só é feita a exclusão se não
houverem propriedades definidas no domínio;
•
Domínio (para incluir) – esse campo deve ser preenchido com a
identificação do domínio a ser incluído (função Incluir)
42
Figura 2.4
•
Descrição – campo utilizado para apresentar e obter o texto associado à
descrição do domínio;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.3-Métodos
Essa aplicação controla os métodos. Um objeto só pode ter métodos que
tenham sido aqui cadastrados. A figura 2.5 contem uma imagem da aplicação.
Campos:
•
Função – operação a ser executada no método escolhido em Método:
o
Ler – apresenta a descrição e a graduação do método;
o
Alterar – atualiza a descrição e a graduação do método pelos textos
existentes em Descrição e Grau;
o
Excluir – exclui o método escolhido;
o
Incluir – inclui um novo método com o nome preenchido em Método
(para incluir) com a descrição preenchida em Descrição e com a
graduação preenchida nos campos Grau;
•
Método – método escolhido para processar a Função;
•
Propaga – define se a operação de exclusão deve excluir a associação
desse método com os objetos:
o
sim – exclui esse método dos objetos;
o
não – não exclui o método se existirem objetos utilizando;
43
Figura 2.5
•
Método (para incluir) – esse campo deve ser preenchido com a
identificação do método a ser incluído (função Incluir);
•
Descrição – campo utilizado para apresentar e obter o texto associado à
descrição do método;
•
Grau n – graduação a ser utilizada pelo método. Não é necessário
preencher os cinco itens, serão utilizados apenas os itens preenchidos.
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.4-Objetos
Essa aplicação controla os objetos. A figura 2.6 contem uma imagem da
aplicação.
Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre o objeto escolhido em Objeto:
o
Ler – apresenta a descrição do objeto;
o
Alterar – atualiza a descrição do objeto pelo texto contido em
Descrição;
44
o
Excluir – exclui o objeto. Um objeto para ser excluído não deve ter
partes ou instâncias;
o
Detalhar – faz o detalhamento do objeto escolhido, o item a ser
detalhado deve estar especificado em Detalhe;
Figura 2.6
•
Objeto – objeto escolhido para processar a Função;
•
Detalhe – estabelece o item a ser detalhado, esse campo só é acessível
se a função Detalhar for ativada:
•
o
Propriedades – escolhe as propriedades como item a ser detalhado;
o
Métodos – escolhe os métodos como item a ser detalhado;
o
Partes – escolhe as partes como item a ser detalhado;
o
Instâncias – escolhe as instâncias como item a ser detalhado;
Descrição – campo utilizado para apresentar e obter o texto associado
ao objeto;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.5-Propriedades
Essa aplicação controla as propriedades de um objeto. A figura 2.7 contem
uma imagem da aplicação.
As propriedades referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto
“Propriedades de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre a propriedade escolhida em
Propriedade:
45
o
Ler – apresenta a descrição da propriedade;
o
Alterar – atualiza a descrição e/ou domínio da propriedade. Para
alterar o domínio deve-se escolher um valor válido no campo
Domínio;
Figura 2.7
o
Excluir – exclui a propriedade do objeto;
o
Incluir – inclui uma nova propriedade, deve-se preencher o campo
Propriedade (para incluir) e escolher o domínio desejado em Domínio.
Se o nome da propriedade não for preenchido, assume um nome
igual ao do domínio escolhido;
o
Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos;
•
Propriedade – propriedade escolhida para processar a Função;
•
Propaga – define se as operações de exclusão e alteração devem se
propagar para as instâncias do objeto:
o
sim – executa a operação nas instâncias do objeto;
o
não – executa a operação somente no objeto, mantem as instâncias;
•
Propriedade (para incluir) – nome da propriedade na inclusão;
•
Domínio – domínio da propriedade;
•
Valor – valor a ser atribuido para a propriedade;
•
Descrição – descrição da propriedade;
46
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.6-Métodos dos objetos
Essa aplicação controla os métodos de um objeto. A figura 2.8 contem uma
imagem da aplicação.
Os métodos referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto
“Métodos de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre o método escolhido em
Método (existente):
o
Ler – apresenta a descrição do método do objeto;
o
Alterar – atualiza a descrição e a graduação do método do objeto;
o
Excluir – exclui o método do objeto;
o
Incluir – inclui um novo método, deve-se escolher em Método (não
existente);
o
•
Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos;
Método (existente) – método do objeto escolhido para processar a
Função;
Figura 2.8
47
•
Método (não existente) – métodos que não participam do objeto,
utilizado para inclusão;
•
Propaga – define se as operações de exclusão e alteração devem se
propagar para as instâncias do objeto:
o
sim – executa a operação nas instâncias do objeto;
o
não – executa a operação somente no objeto, mantêm as instâncias;
•
Descrição – descrição do método;
•
Grau n – descrição da graduação;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.7-Partes
Essa aplicação controla as partes de um objeto. A figura 2.9 contem uma
imagem da aplicação.
As partes referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto “Partes
de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre a parte escolhida em Parte
(existente):
o
Ler – apresenta a descrição da parte do objeto;
o
Alterar – atualiza a descrição da parte do objeto;
Figura 2.9
48
o
Excluir – exclui a associação da parte com o objeto. O objeto parte
continua a existir, para exclui-lo deve-se utilizar a função excluir
objeto;
o
Incluir – inclui uma nova parte, deve-se escolher uma parte em Parte
(outros objetos) ou fornecer a identificação para um novo objeto em
Parte (novo objeto);
o
Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos;
•
Parte (existente) – parte do objeto escolhida para processar a Função;
•
Parte (outros objetos) – objetos que não são partes, utilizado para a
função de inclusão;
•
Parte (novo objeto) – identificação de um novo objeto a ser criado como
parte;
•
Propaga – define se as operações de inclusão, exclusão e alteração
devem se propagar para as instâncias do objeto:
o
sim – executa a operação nas instâncias do objeto;
o
não – executa a operação somente no objeto, mantem as instâncias;
•
Descrição – descrição da parte;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.8-Instâncias
Essa aplicação controla as instâncias de um objeto. A figura 2.10 contem
uma imagem da aplicação.
Figura 2.10
49
As instâncias referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto
“Instâncias de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre a instância escolhida em
Instância:
o
Ler – apresenta a descrição da instância do objeto;
o
Alterar – atualiza a descrição da instância do objeto;
o
Excluir – exclui a associação da instância com o objeto caso a
instância não tenha outras instâncias associadas. Ao excluir a
instância exclui também suas partes e suas participações como parte
de outros objetos;
o
Incluir – inclui uma nova instância, deve-se fornecer a identificação
para um novo objeto em Instância (novo objeto);
o
Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos;
•
Instância – instância do objeto escolhida para a processar a Função;
•
Instância (novo objeto) – identificação de um novo objeto a ser criado
como instância;
•
Descrição – descrição da instância;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.9-Itens da aplicação
Essa aplicação controla os itens onde se observam competências. A figura
2.11 contem uma imagem da aplicação.
Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre o item escolhido em Item:
o
Ler – apresenta a descrição do item;
o
Alterar – atualiza o tipo e a descrição do item;
o
Excluir – exclui o item;
o
Incluir – inclui um novo item, deve-se fornecer sua identificação em
Item (para incluir);
•
Item – item escolhido para processar a Função;
•
Item (para incluir) – item no caso de inclusão;
•
Tipo – tipo do item;
•
Descrição – descrição do item;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
50
Figura 2.11
2.4.10-Competências dos itens
Figura 2.12
51
Essa aplicação controla as competências dos itens. A figura 2.12 contem
uma imagem da aplicação.
Campos:
•
Função – operação a ser executada sobre a competência do item
escolhida em Item, Objeto, Método e Grau:
o
Ler – apresenta as competências do item;
o
Alterar – atualiza o grau da competência existente escolhida em Item,
Objeto e Método;
o
Excluir – exclui a competência escolhida em Item, Objeto e Método;
o
Incluir – inclui uma nova competência para um item, deve-se fornecer
Item, Objeto, Método e Grau;
•
Competências de – relação das competências do item processado;
•
Objeto – objeto escolhido para processar a competência;
•
Método – método escolhido para processar a competência;
•
Grau – grau escolhido para processar a competência;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
Figura 2.13
52
2.4.11-Operações envolvendo competências
Essa aplicação executa operações envolvendo as competências dos itens. A
figura 2.13 contem uma imagem da aplicação.
As operações envolvem dois conjuntos de competências de entrada e um
conjunto de saída.
Na parte superior estão representados os dois conjuntos de entrada, o
primeiro a esquerda e o segundo a direita. Através de um campo de opções pode-se
escolher o item de entrada, abaixo consta um quadro com as competências e mais
abaixo o nome do item cujas competências estão apresentadas.
Na parte inferior tem um campo de opções (‘Selecione a operação’) onde se
deve escolher a operação a ser executada envolvendo os dois conjuntos acima. O
resultado é apresentado no quadro inferior direito.
No canto inferior esquerdo existem dois campos que podem ser utilizados
para salvar o conjunto de competências resultante da operação, fornecendo um
nome e uma descrição.
Figura 2.14
53
2.4.12-Relatório de itens
Essa aplicação lista as competências dos itens. A figura 2.14 contem uma
imagem da aplicação.
Deve-se escolher o item a listar.
•
Item – item a listar;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
2.4.13-Relatório de competências
Essa aplicação lista as propriedades, métodos, partes e instâncias de uma
competência. A figura 2.15 contem uma imagem da aplicação.
Figura 2.15
54
Deve-se escolher a competência a listar.
•
Competência – competência a listar;
•
Executa – botão que ativa a execução da função.
55
2.5-Gerenciamento de Projetos
Para exemplificar o modelo foi desenvolvido um caso prático envolvendo o
gerenciamento de projetos. Como o processo é complexo e envolve fases e
atividades interdependentes, achamos por bem simplificar de forma destacar a
aplicabilidade do modelo. O exemplo é composto de:
•
Mapeamento dos processos: identifica os processos envolvidos no
gerenciamento
identificação
de
dos
projetos
processos
através
é
da
metodologia
necessária
para
IDEF0.
descrever
A
as
competências envolvidas na execução dos processos;
•
Competências dos processos: identifica os papéis necessários para
executar os processos mapeados;
•
Competências existentes: identifica as competências necessárias aos
papéis e relaciona competências para colaboradores hipotéticos
simulando um ambiente empresarial;
2.5.1-Mapeamento de Processos
Para mapear os processos foram utilizadas as técnicas envolvendo
diagramas IDEF0 aqui elaborados através do programa BPwin (1998).
Os processos em um diagrama IDEF0 são representados por caixas e os
fluxos de informação por arcos orientados. Os arcos entrando e saindo dos
processos indicam fluxos de informação necessários à sua execução. Os processos
são desmembrados sucessivamente até que o nível de detalhe alcançado permita
identificar as competências necessárias à sua execução. Maiores detalhes quanto
às normas para elaboração de diagramas IDEF0 podem ser obtidas em BPwin
(1998).
Cada processo envolvido no Gerenciamento de Projetos foi identificado
através de um código de forma a ser processado pela aplicação COMPET. O
processo inicial, Gerenciar Projeto, recebeu o código GP_A, abreviação de
Gerenciamento de Projeto – Atividades. A figura 2.16 apresenta um diagrama onde
o processo GP_A, Gerenciar Projeto, foi desmembrado nos processos:
•
GP_A1: Iniciar Projeto
•
GP_A2: Planejar
•
GP_A3: Executar
•
GP_A4: Finalizar
A junção dos quatro processos forma o processo Gerenciar Projeto.
56
Figura 2.16
Como o objetivo aqui é apresentar uma aplicação prática do modelo Árvore
de Competências, não mapeamento de processos, apenas o processo “Iniciar
Projeto” foi detalhado.
O desmembramento do processo GP_A1, Iniciar Projeto, está representado
na figura 2.17, os seguintes processos decorrreram de seu desmembramento:
•
GP_A11: Determinar Escopo
•
GP_A12: Estabelecer Plano de Comunicação
•
GP_A13: Planejar Riscos, Probl., Premissas e Restrições
•
GP_A14: Planejar Recursos
•
GP_A15: Planejar Controle de Projeto
•
GP_A16: Integrar Plano de Projeto
Propositadamente utilizou-se uma identificação para os processos que
registra os sucessivos desmembramentos. Por exemplo, inicialmente o processo
GP_A foi desmembrado em quatro (4), o primeiros deles foi identificado
acrescentando-se o número um (1) à identificação, originando GP_A1. O processo
GP_A1 foi desmembrado em seis (6), cada uma deles identificado acrescentando-se
um número ao final. Essa lei de formação permite que se identifique a origem dos
processos a partir de sua identificação.
57
Figura 2.17
Como o detalhamento obtido após os dois desmembramentos ainda não
alcançou um nível que permita estabelecer de forma direta as competências
envolvidas, é necessário um novo desmembramento.
A figura 2.18 apresenta o resultado do desmembramento do processo
Determinar Escopo (GP_A11), originando os processos:
•
GP_A111: Criar Definição do Escopo do Projeto
•
GP_A112: Revisar Solução Proposta, Determinar Requerimentos &
Papeis e Responsabilidades
•
GP_A113: Criar Atividades do Projeto Seqüenciadas
Os processos obtidos permitem que se identifiquem as competências
pessoais necessárias para sua execução.
2.5.2-Competências dos Processos
Para gerenciar um projeto existem papéis que devem ser executados pelos
colaboradores na empresa. Um colaborador exerce um papel em um projeto quando
ele tem responsabilidades bem definidas que exigem sua habilidade em um conjunto
de competências.
Os papéis são uma analogia à representação de atores em uma peça, cada
colaborador em um projeto tem responsabilidades e atividades que devem ser
necessariamente atendidas para que o objetivo seja alcançado. Os papéis exigem
58
um conjunto de competências necessárias para que um colaborador possa
desempenhar suas atividades adequadamente. Um mesmo colaborador pode ter
diferentes papéis em um mesmo projeto.
Figura 2.18
A tabela 2.12 relaciona para cada linha um processo fazendo uma
associação com os papéis que os colaboradores devem exercer. Colunas da tabela
2.12:
•
Código – código que identifica o processo;
•
Processo – descrição do processo;
•
Papéis – cada papel representa um perfil necessário para executar as
atividades envolvidas nos processos:
o
LP – líder de projeto
o
AN – analista de negócios
o
AS – analista de sistemas
o
AC – analista especializado em comunicação
o
AR – analista especializado em riscos
o
AQ – analista de qualidade
As células formadas pela interseção das linhas dos processos com as
colunas dos papéis foram preenchidas com letras que designam a atuação esperada
pelos colaboradores que exercem o papel no processo. As letras seguem uma
59
hierarquia na ordem: R, A, S, I e P. A letra R além de representar suas atividades
envolve também as atividades representadas pelas letras A, S, I e P; da mesma
forma a letra A envolve as letras S, I e P, a letra S envolve as letras I e P e
finalmente a letra I envolve a letra P. Abaixo está detalhado o que significa cada letra
dentro da matriz:
•
R – Responsabilidade
•
A – Aprovação
•
S – Suporte
•
I – Informação
•
P – Participação
•
* – O processo deve ser desmembrado para ter seus papéis detalhados.
•
“ “ – quando não houver preenchimento significa que o papel não é
necessário no processo
Código
Processo
GP_A
GP_A1
GP_A11
GP_A111
GP_A112
Gerenciar Projeto
Iniciar Projeto
Determinar escopo
Criar Definição do Escopo do Projeto
Revisar Solução Proposta, Determinar
Requerimentos & Papeis e Responsabilidades
GP_A113
GP_A12
GP_A121
GP_A122
GP_A123
GP_A124
GP_A125
Criar Atividades do Projeto Seqüenciadas
Estabelecer Plano de Comunicação
Criar Parceria com Cliente
Criar Plano de Comunicação Inicial
Comunicar Papéis e Responsabilidades
Gerenciar a Primeira Reunião com todo o time
Anunciar Projeto e Iniciar Processo de
Comunicação
Planejar Riscos, Probl., Premissas e Restrições
Validar Riscos e Issues de Alto Nível
Detalhar Riscos e Problemas
Priorizar Riscos e Problemas
Criar Plano 'Riscos e Problemas' Inicial
Validar Escopo Riscos e Problemas
Planejar Recursos
Montar Plano de Recursos
Fechar Plano de Recursos com Escopo
Premissas e Riscos
GP_A13
GP_A131
GP_A132
GP_A133
GP_A134
GP_A135
GP_A14
GP_A141
GP_A142
GP_A143 Montar Plano de Reconhecimento
GP_A144 Validar Perfil necessário de cada Recurso
60
Papéis
AS AC
* *
* *
* *
S
LP
*
*
*
A
AN
*
*
*
R
A
R
I
R
*
R
A
R
R
I
*
S
I
I
S
I
*
S
I
I
S
*
S
R
I
S
A
I
I
R
*
A
A
A
A
R
*
A
*
I
I
I
I
I
*
S
*
I
I
I
I
I
*
R
*
R
S
I
R
A
S
S
I
R
*
AR
*
*
*
AQ
*
*
*
*
*
*
R
R
R
R
I
*
I
*
*
I
I
GP_A145 Determinar datas de início e liberação de
Recursos
GP_A146 Validar Plano Escopo, Riscos, Premissas,
Recursos
GP_A15 Planejar Controle de Projeto
GP_A151 Criar Plano de Métricas, Qualidade e Controle
Configuração
A
S
R
I
R
I
I
I
I
*
*
*
*
*
A
S
I
I
R
GP_A152 Validar Processo de Controle de Mudanças
GP_A153 Determinar Papéis e Responsabilidades do
Controle de Mudanças
A
S
S
S
I
R
A
I
I
S
S
R
GP_A154
GP_A16
GP_A161
GP_A162
GP_A163
GP_A164
GP_A165
GP_A2
GP_A3
GP_A4
A
*
R
R
A
R
R
*
*
*
S
*
S
S
S
I
I
*
*
*
S
*
S
I
R
I
I
*
*
*
R
*
*
I
*
*
*
*
I
I
*
*
*
Integrar Pl. Comunicação e Controle
Integrar Plano de Projeto
Revisar Planos Individuais
Conectar Planos
Refinar Planos
Revisar Baseline Plano
Aprovar Plano
Planejar
Executar
Finalizar
*
*
*
*
Tabela 2.12
2.5.3-Competências Existentes
Cada um dos papéis identificados deve ser desempenhado por um ou mais
colaboradores com competências bem definidas.
Por exemplo, abaixo estão relacionadas algumas competências de um líder
de projeto onde foi utilizada a árvore representada no diagrama da figura E.1
(apêndice E):
•
Autocontrole.Controlar(2);
•
Ger_Recursos_Financeiros.Controlar(2)
•
Ger_Recursos_Financeiros.Planejar(2)
•
Ger_Recursos_Humanos.Controlar(2)
•
Ger_Recursos_Humanos.Otimizar(2)
•
Ger_Recursos_Humanos.Planejar(3)
•
RI_Conflitos.Evitar(3)
•
etc
As competências exigidas para um líder de projeto poderiam estar ordenadas
de acordo com sua importância no projeto a partir de uma prioridade estabelecida.
Ao apresentar o grau de pertinência no capítulo 2.3.5 foram feitas considerações a
respeito da priorização de competências.
61
Após descrever as competências de cada um dos papéis existe a
necessidade de identificar dentre os colaboradores existentes aquele que melhor
atende às características colocadas.
Por exemplo, considere que LP representa o conjunto das competências
exigidas para um líder de projeto e que Carlos e João representa o conjunto de
competências
dos
seus
respectivos
colaboradores.
A
simples
operação
subconjunto[Carlos,LP] e subconjunto[João,LP] irá apenas informar se Carlos ou
João têm todas as competências exigidas para o cargo. Como nem sempre é
possível obter um colaborador com todas as competências exigidas, a operação
grau de pertinência seria mais adequada para decidir entre Carlos e João àquele
que mais se aproxima do necessário para representar o papel de líder de projeto.
A operação grau de pertinência pode indicar o melhor colaborador, porém
suas competências podem mesmo assim estar aquém do necessário para conduzir
o projeto. É importante então verificar os desvios, ou seja, as fraquezas do
colaborador ao assumir o cargo. Essa operação é feita a partir da diferença entre as
competências do cargo e do colaborador, obtendo assim as fraquezas do candidato
à líder de projeto.
Por exemplo, considere que Carlos tem um grau de pertinência maior que
João para o cargo líder de projeto, a operação diferença[LP,Carlos] identifica as
competências que Carlos não têm mas que são necessárias ao papel. Conforme as
competências relacionadas Carlos pode ou não ser indicado como líder do projeto,
ou um outro colaborador pode ser destacado para atuar junto com Carlos para suprir
suas deficiências.
62
3-Conclusão
Entendemos esse trabalho como um detalhamento do Capital Intelectual,
parte dos Capitais do Conhecimento proposto por Cavalcanti et al. (2001).
Em muitas empresas a administração da capacitação profissional é feita de
forma intuitiva a partir da experiência de alguns executivos. Nesse ambiente o
relacionamento pessoal envolvendo o gerente e seu colaborador é fundamental para
uma avaliação adequada de sua capacidade profissional. Em um ambiente mais
competitivo onde para conter gastos as empresas reduzem seus níveis hierárquicos,
o número de colaboradores por gerente tende a crescer e conseqüentemente o
tempo médio dedicado a cada um diminui, exigindo assim a criação de novos
mecanismos para suportar o gerente. Uma ferramenta de gestão de competências
aumenta sua utilidade em ambientes com muitos colaboradores por gerente.
O modelo Árvore de Competências aqui proposto tem como objetivo
estabelecer uma forma de representar, armazenar e operar as competências
pessoais, permitindo a criação de uma base de informações para suportar o gerente
na administração de seus colaboradores e no processo decisório. A utilização do
modelo não se encerra com o exemplo apresentado, pelo contrário, a aplicação tem
como objetivo demonstrar sua aplicabilidade em casos reais. O modelo é uma
ferramenta para o desenvolvimento de aplicações, não um produto acabado.
Como complemento ao modelo no apêndice C foi proposta uma forma para
intercâmbio de dados. Essa característica permite que aplicações operem em
diferentes ambientes trocando dados sobre competências. Por exemplo, uma
empresa fornecedora de recursos humanos que faça uso do modelo pode enviar
para seus clientes as competências dos profissionais disponíveis, ou, o cliente pode
solicitar desse fornecedor um colaborador com habilidades em determinadas
competências.
Os autores consideram que gerenciar pessoas não se resume apenas em
descrever e tratar suas competências, porém acreditam que uma ferramenta que os
suporte deve auxiliar sua administração e minimizar a subjetividade das avaliações.
63
Referências Bibliográficas
BPWIN, 1998, Bpwin Version 2.5, New Features Guide. PLATINUM technology, inc.
CAVALCANTI, M., GOMES, E., PEREIRA, A., 2001, Gestão de Empresas na
Sociedade do Conhecimento - um roteiro para ação. Editora Campus Ltda.
CODD, E., 1990, The relational model for database management: version 2.
Addison-Wesley Publishing Company, Inc.
GREEN, P., 1999, Desenvolvendo competências consistentes: como vincular
sistemas de recursos humanos a Estratégias Organizacionais. Bazán Tecnologia
Lingüística. – Rio de Janeiro: Qualitymark Ed.
MARTIN, D., BIRBECK, M., KAY, M., LOESGEN, B., MOHR, S., PINNOCK, J.,
LIVINGSTONE, S., STARK, P., WILLIANS, K., ANDERSON, R., OZU, N., PEAT, B.,
2001, Professional XML. Editora Ciência Moderna.
OMG, 2001, OMG Unified Modeling Language Specification. Version 1.4, September
2001, http://www.omg.org/technology/documents/formal/uml.htm.
64
Apêndice A-Módulos da Aplicação COMPET
A figura A.1 apresenta de forma esquemática o ambiente operacional da
aplicação COMPET:
Figura A.1
Onde:
•
estação cliente – representa o equipamento do cliente onde deverá estar
instalado o programa Microsoft Internet Explorer, aqui denominado
browser. Toda a comunicação com a aplicação é feita através do
browser instalado na estação do cliente. A estação cliente recebe do GUI
comandos escritos na linguagem padrão HTML através do protocolo
padrão HTTP, processa pelo browser, e retorna os formularios
preenchidos ou atualizados para o GUI;
•
GUI – Árvore de Competências – conjunto de módulos contendo o
diálogo utilizado pela aplicação através de formulários e relatórios (GUI é
o termo em inglês para designar “Interface Gráfica com Usuário”). Os
módulos foram desenvolvidos utilizando uma linguagem de programação
da Microsoft chamada ASP que mescla as linguagens HTML e VBScript.
Esses módulos enviam e recebem da estação cliente formulários na
linguagem HTML, traduzem as solicitações de atualização para a sintaxe
XML e transmitem através do protocolo DOM para os módulos
participantes da Lógica da Aplicação;
•
Lógica da Aplicação – rotinas de atualização do banco de dados, foram
desenvolvidas utilizando também a linguagem ASP. Recebem os
formulários de atualização do banco de dados na linguagem XML e
utilizam através do protocolo ODBC a linguagem SQL para atualizar o
banco de dados.
•
Banco de Dados – programa que administra o armazenamento dos
dados. Recebe solicitações de atualização através da linguagem SQL e
atualiza suas tabelas de armazenamento.
65
O ambiente acima foi instalado em um único equipamento com ambiente
operacional Windows 2000 / XP, a aplicação foi testada e opera com os bancos de
dados Access da Microsoft e DB2 da IBM.
São aqui relacionados todos os módulos que formam a aplicação COMPET.
Na lista foi colocado após o nome do módulo um código entre parenteses que
designa sua utilização conforme a apresentação acima. Os códigos possíveis são:
•
AUX – o módulo é auxiliar, não influencia diretamente o processamento;
•
DB – o módulo é um banco de dados;
•
GUI – o módulo é utilizado na interface com o cliente;
•
LA – o módulo é utilizado na lógica da aplicação.
Relação dos módulos da aplicação:
•
Access_dbconnect.asp (AUX) – este é um arquivo exemplo contendo os
comandos iniciais de comunicação com bancos de dados em Access. O
arquivo do Access deve estar registrado como uma fonte de dados
ODBC. Ao nomear esse arquivo como dbconnect.asp a aplicação
passará a utilizar o banco de dados Access definido internamente;
•
ArvoredeCompetencia.mdb (DB) – arquivo Access contendo o banco de
dados da aplicação;
•
DB2_dbconnect.asp (AUX) – este é um arquivo exemplo contendo os
comandos iniciais de comunicação com bancos de dados em DB2. O
arquivo deve estar registrado como uma fonte de dados ODBC. Ao
nomear esse arquivo como dbconnect.asp a aplicação passará a utilizar
o banco de dados DB2 definido internamente;
•
dbconnect.asp (GUI e LA) – arquivo contendo os comandos iniciais de
comunicação com o banco de dados que está sendo utilizado
atualmente (Access ou DB2);
•
Mapcompete.ddl.txt (AUX) – arquivo texto contendo os comandos SQL
de criação das tabelas;
•
MC.htm (GUI) – menu inicial da aplicação;
•
MCArvore.asp (GUI) – apresenta a árvore de competências em forma
textual;
•
MCcompetencia.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos objetos;
•
Mccompeterelatorio.asp(GUI) – apresenta relatório dos objetos;
•
MCcompinstancia.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às instâncias
de um objeto escolhido;
66
•
MCcompmetodo.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos métodos
de um objeto escolhido;
•
MCcompparte.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às partes de um
objeto escolhido;
•
MCcomppropriedade.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às
propriedades de um objeto escolhido;
•
MCdominio.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos domínios;
•
MCitem.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos itens;
•
MCitemcompetencia.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às
competências dos itens;
•
Mcitemrelatorio.asp (GUI) – apresenta relatório das competências dos
itens;
•
MCmetodo.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos métodos;
•
Mcoperacoes.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às operações
envolvendo competências;
•
SBRcompetencia.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos
objetos;
•
SBRcompinstancia.asp (LA) – rotina que executa a atualização das
instâncias de uma competência;
•
SBRcompmetodo.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos
métodos de uma competência;
•
SBRcompparte.asp (LA) – rotina que executa a atualização das partes
de uma competência;
•
SBRcomppropriedade.asp (LA) – rotina que executa a atualização das
propriedades de uma competência;
•
SBRdominio.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos domínios;
•
SBRitem.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos itens e suas
competências;
•
SBRmetodo.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos métodos;
•
SBRrotinas (DB e LA) – rotinas auxiliares de programação.
67
Apêndice B-Banco de Dados COMPET
Esse apêndice apresenta a descrição do banco de dados da aplicação
COMPET. São aqui relacionadas as tabelas com suas colunas, e para cada coluna é
especificado seu domínio. Os domínios aqui descritos referem-se às colunas das
tabelas do banco de dados relacional criado para armazenar os dados da aplicação,
não se deve confundir com o domínio das propriedades dos objetos da árvore de
competências.
Cada domínio foi identificado por quatro (4) caracteres, seguido de uma
descrição e de seu formato de armazenamento segundo a nomenclatura SQL:
•
DESC – texto descritivo, varchar(150);
•
GRAU – graduação, integer;
•
IDEN – identificador interno dos objetos, integer;
•
NOME – texto contendo o nome, varchar(50);
•
ORIG – origem do objeto, char(1);
•
TIPO – tipo do objeto, char(1);
•
TITE – tipo do item, char(3);
•
VALP – valor da propriedade, varchar(50);
A seguir estão relacionadas em ordem alfabética todas as tabelas do projeto,
para cada tabela é fornecida uma descrição de suas linhas e de suas colunas.
Notação utilizada:
•
o nome da tabela é apresentado inicialmente em destaque utilizando
letras maiúsculas;
•
após o nome da tabela consta uma descrição do que representa o
conteudo de cada uma de suas linhas;
•
após a descrição são relacionadas as colunas da tabela no formato:
o
nome da coluna. As colunas que participam da chave primária da
tabela estão sublinhadas;
o
domínio da coluna representado após o símbolo “:” (dois pontos);
o
descrição do significado da coluna.
B.1-Tabelas da aplicação COMPET
CTCOMPMETODO
Cada linha descreve um método de um objeto.
•
idcompete:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária);
•
metodo:NOME – nome do método (chave primária);
68
•
origemmetd:ORIG – informa se o método foi herdado (H) ou incluído
manualmente(M);
•
origemgrau:ORIG – informa se os graus do método foram herdados (H)
ou incluídos manualmente (M);
•
descricao:DESC – descrição do método.
CTCOMPMETDGRAU
Cada linha descreve um grau de um método de um objeto.
•
idcompete:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária);
•
metodo:NOME – nome do método (chave primária);
•
grau:GRAU – valor do grau (chave primária);
•
descricao:DESC – descrição do grau.
CTDOMINIO
Cada linha descreve um domínio das propriedades.
•
nome:NOME – identificação interna do domínio (chave primária);
•
momento:MOMT – momento em que foi cadastrado;
•
descricao:DESC – descrição do domínio.
CTGRAU
Cada linha descreve um grau de um método.
•
metodo:NOME – nome do método (chave primária);
•
grau:GRAU – valor do grau (chave primária);
•
descricao:DESC – descrição do grau.
CTITEM
Cada linha descreve um item cadastrado.
•
item:TITE – identificação do item (chave primária);
•
descricao:DESC – descrição do item.
CTITEMCOMP
Cada linha descreve uma competência de um item.
•
item:TITE – identificação do item em que se aplica a competência (chave
primária);
•
objeto:IDEN – identificação do objeto da competência (chave primária);
•
metodo:NOME – identificação do método da competência (chave
primária);
•
grau:GRAU – grau da competência do item.
CTMENSAGEM
Cada linha descreve uma mensagem, utilização interna.
69
•
codigo:NOME – código que identifica a mensagem (chave primária);
•
descricao:DESC – descrição da mensagem.
CTMETODO
Cada linha descreve um método.
•
nome:NOME – nome do método (chave primária);
•
descricao:DESC – descrição do método.
CTOBJETO
Cada linha descreve um objeto da aplicação.
•
identificador:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária);
•
tipo:TIPO – tipo do objeto em relação ao objeto pai: I – instância, P –
parte;
•
origem:ORIG – origem da inclusão do objeto: H-herança, M-manual;
•
pai:IDEN – identificação do objeto pai;
•
nome:NOME – nome do objeto;
•
descricao:DESC – descrição do objeto.
CTPARTE
Cada linha descreve uma parte de um objeto (relacionamento “é parte de”).
•
idpai:IDEN – identificação interna do objeto pai (chave primária);
•
idparte:IDEN – identificação interna da parte (chave primária);
•
nomeparte:NOME – nome da parte;
•
descricao:DESC – descrição da parte.
CTPROPRIEDADE
Cada linha descreve uma propriedade de um objeto.
•
idcompete:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária);
•
nome:NOME – nome da propriedade (chave primária);
•
dominio:NOME – nome do domínio da propriedade;
•
origem:ORIG – informa se a propriedade da competência foi herdada (H)
ou incluída manualmente (M);
•
valor:VALP – valor da propriedade;
•
descricao:DESC – descrição da propriedade.
CTTIPO
Cada linha descreve um tipo de item.
•
tipo:TITE – código do tipo (chave primária);
•
descricao:DESC – descrição do tipo.
70
Apêndice C-Linguagem XML
Esse apêndice descreve resumidamente a linguagem XML e apresenta os
comandos utilizados pela aplicação COMPET.
Os comando
XML
aqui apresentados
descrevem
a linguagem
de
comunicação utilizada pelos módulos GUI para se comunicar com os módulos da
lógica da aplicação. Essa sintaxe pode servir como meio para o intercâmbio de
dados entre aplicações processando em diferentes ambientes.
Uma abordagem detalhada da linguagem XML é feita em MARTIN et al.
(2001).
C.1-Sintaxe XML
A sintaxe XML é formada por marcas, denominadas tags, inseridas em um
arquivo texto com extensão xml. Em um arquivo XML as informações estão
delimitadas por marcas de início (tag inicial) e fim (tag final).
A tag inicial é formada por um nome entre os caracteres “<” e “>”. A cadeia
“<Metodo>” é um exemplo de tag inicial com nome Metodo. A tag final é formada
pelo mesmo nome entre os caracteres “</” e “>”. A cadeia “</Metodo>” é um
exemplo da tag final de nome Metodo.
Exemplo de representação da informação Metodo através de uma sintaxe
XML:
<Metodo>Exemplo de conteúdo da informação</Metodo>
O conteúdo existente entre a tag inicial e final, no caso “Exemplo de
conteúdo da informação”, representa um valor ou descrição do que se deseja
representar.
Esse tipo de notação permite representar valores vazios quando a tag inicial
é seguida da tag final sem nenhum caractere intermediário. Para esses casos o XML
permite também que se utilize uma única tag em substituição às duas. Por exemplo,
a tag “<Metodo/>” é uma forma simplificada de representar um conteúdo vazio para
Metodo em substituição à “<Metodo></Metodo>”.
Uma outra forma de representar dados em uma sintaxe XML é a partir de
atributos inseridos na tag inicial. Por exemplo, considere que existem várias tags
Metodo, e se deseja associar um nome para distingüi-las:
<Metodo id=”Ler”>Capacidade de leitura</Metodo>
<Metodo id=”Escrever”>Capacidade de escrita</Metodo>
No exemplo acima o atributo id contendo Ler e Escrever é utilizado para
fornecer valores adicionais para a tag Metodo.
71
Como o objetivo aqui não é descrever toda a sintaxe XML, mas sim utilizá-la
como meio de comunicação entre as diferentes funções da aplicação, consideramos
que a apresentação é suficiente para a representação das informações aqui
descritas. Maiores detalhes a respeito do XML podem ser obtidos na Bibliografia.
C.2-Item
A tag Item define um item observado e suas competências. Um item pode ser
um indivíduo, um cargo na empresa, um perfil de chefe de projeto, etc.
Exemplo do comando XML Item que estabelece as competências do
indivíduo João Pereira dos Santos Silva:
<Item id=”Jsilva” tipo=”COL” nome=”João Silva”>
João Pereira dos Santos Silva
<Competencia id=“Portugues”>
<Metodo id=“Ler” grau=“5”/>
<Metodo id=“Falar” grau=“4”/>
<Metodo id=“Entender” grau=“4”/>
<Metodo id=“Escrever” grau=“2”/>
</Competencia>
<Competencia id=“Ingles”>
<Metodo id=“Ler” grau=“3”/>
<Metodo id=“Falar” grau=“3”/>
<Metodo id=“Entender” grau=“4”/>
<Metodo id=“Escrever” grau=“3”/>
</Competencia>
<Competencia id=“Frances”>
<Metodo id=“Ler” grau=“3”/>
<Metodo id=“Falar” grau=“3”/>
<Metodo id=“Entender” grau=“3”/>
<Metodo id=“Escrever” grau=“2”/>
</Competencia>
</Item>
Atributos da tag Colaborador:
•
id – identificação do colaborador;
•
tipo – tipo do item observado:
•
o
CAR – cargo;
o
COL – colaborador;
o
FUN – função;
o
PRO – projeto.
nome – nome do colaborador.
Texto da tag – descrição do item
Tags internas:
•
Competencia – define um objeto sobre o qual o item tem uma ou mais
competências. O atributo id identifica o objeto das competências;
•
Método – define e gradua uma competência (método) do item.
72
Atributos da tag Metodo:
•
id – identificação do método que o indivíduo tem competência;
•
grau – grau da competência do indivíduo no método.
C.3-Competências
A tag Competencia define e atualiza as características de um objeto
identificado pelo atributo id. A tag Competencia só pode ser utilizada em objetos
existentes.
Exemplo do comando XML Competencia que define um objeto:
<Competencia id=“Lingua”>Línguas
<Propriedade id=“Alfabeto” dominio=“Alfabeto”>Conjunto de
letras utilizadas na escrita</Propriedade>
<Propriedade id=“Custo” dominio=“Real” >Custo médio de
curso da língua</Propriedade>
<Metodo id=“Ler”/>
<Metodo id=“Falar”/>
<Metodo id=“Escrever”/>
<Parte id=“Vocabulario”/>
<Parte id=“Gramatica”/>
<Instancia id=“Alemao”/>
<Instancia id=“Frances”/>
<Instancia id=“Ingles”/>
<Instancia id=“Portugues”/>
</Competencia>
Atributos da tag Competencia:
•
id – identificação do objeto
Tags internas:
•
Propriedade – define uma propriedade para o objeto (Alfabeto e Custo);
•
Metodo – define um método para o objeto (Ler, Falar e Escrever);
•
Parte – define um objeto como parte do objeto, um novo objeto pode ser
criado (Vocabulario e Gramatica);
•
Instancia – define um novo objeto como instância do objeto, um novo
objeto pode ser criado (Alemao, Frances, Ingles e Portugues ).
Um novo objeto só é criado se for estabelecida uma associação com um
objeto existente. Como inicialmente existe apenas um objeto identificado por
“ObjetoRaiz”, esse deve ser utilizado como a raiz de todos os objetos.
C.4-Domínio
A tag Dominio define o conjunto de valores possíveis de uma propriedade.
Exemplos do comando XML Dominio:
<Dominio id=“Alfabeto”>Conjunto de caracteres da
escrita</Dominio>
<Dominio id=“Alfabeto”>Conjunto de caracteres e símbolos
73
utilizados na escrita</Dominio>
Atributos da tag Dominio:
•
id – identificação do domínio.
C.5-Método
A tag Metodo estabelece as ações executadas.
Exemplo do comando XML Metodo:
<Metodo id=“Ler”>Habilidade em ler e entender
<Grau>Não tem habilidade para ler e interpretar</Grau>
<Grau>Tem habilidade para ler e interpretar textos
simples</Grau>
<Grau>Tem habilidade para ler e interpretar textos
corriqueiros</Grau>
<Grau>Tem habilidade para ler e interpretar textos
complexos</Grau>
</Metodo>
<Metodo id=“Falar”>Habilidade em transmitir pensamentos pela
fala
<Grau>Não consegue se expressar</Grau>
<Grau>Tem dificuldade na fala</Grau>
<Grau>Consegue transmitir seus pensamentos</Grau>
<Grau>Fala normalmente sem dificuldades</Grau>
<Grau>Fala de forma fluente como idioma nativo</Grau>
</Metodo>
<Metodo id=“Escrever”>Habilidade em escrever textos, cartas
e relatórios
<Grau>Não tem habilidade para escrever</Grau>
<Grau>Escreve com dificuldade necessitando revisão de
terceiros</Grau>
<Grau>Escreve, sem necessidade de revisão, textos simples
e curtos</Grau>
<Grau>Escreve, sem necessidade de revisão, relatórios e
cartas</Grau>
<Grau>Escreve com facilidade, como idioma nativo</Grau>
</Metodo>
Atributos da tag Metodo:
•
id – identificação do método.
Tags internas:
•
Grau – define um grau para o método. A ordem como são fornecidos
estabelece uma numeração seqüencial iniciando em 1.
74
Apêndice D-Processos de Gerenciamento de Projetos
Esse apêndice apresenta os diagramas e processos mapeados na aplicação
exemplo: Gerenciamento de Projetos.
A tabela D.1 relaciona os diagramas IDEF0 elaborados para mapear os
processos envolvidos no gerenciamento de projetos.
Colunas da tabela D.1:
•
Figura – identificação da figura que contem o diagrama;
•
Descrição – descrição do processo detalhado pelo diagrama.
Figura
Descrição
D.1
Gerenciar Projeto (figura de contexto)
D.2
Gerenciar Projeto
D.3
Iniciar Projeto
D.4
Determinar Escopo
D.5
Estabelecer Plano de Comunicação
D.6
Planejar Riscos, Probl., Premissas e Restrições
D.7
Planejar Recursos
D.8
Planejar Controle de Projeto
D.9
Integrar Plano de Projeto
Tabela D.1
75
Figura D.1
Figura D.2
76
Figura D.3
Figura D.4
77
Figura D.5
Figura D.6
78
Figura D.7
Figura D.8
79
Figura D.9
80
Apêndice E-Árvore de Competências - Diagrama
A figura E.1 apresenta um exemplo de árvore para as competências
comportamentais.
Figura E.1
A figura E.2 apresenta um exemplo de árvore para as competências
organizacionais.
Figura E.2
A figura E.3 apresenta um exemplo de árvore para as competências técnicas.
81
Figura E.3
Os exemplos apresentados têm como objetivo mostrar a aplicabilidade do
modelo em casos reais.
82
Download

ÁRVORE DE COMPETÊNCIAS Denise Maria Magarinos Torres