Análise Formação , profissional dos serviços Professional humanization e humanização de saúde preparation and of health services Francisca Valda da Silva Presidente da Associação Brasileira de Enfermagem -ABEn Maria Dalva Gomes Alencar de Souza Menezes Mestre em Educação -Universidade Federal do Rio Grande do Norte Resumo: O artigo discute os impasses revelados na formação dos profissionais de saúde, articulando os impactos possíveis dessa formação na prestação de serviços na área. Aprofunda o conceito de humanização, situando-o historicamente quanto ao seu surgimento e ao seu significado enquanto prática nos serviços de saúde. A questão fundamental circula em torno de temas como subjetividade, cidadania e qualidade de vida e ainda, como a saúde e a doença vinculam-se a esseste~as. A partir da discussão, revela-se que a formação profissional deverá ser permanente, sendo dessa maneira possível formar um profissional cidadão, comprometido com uma prestação de serviços de boa qualidade e assim caracterizada como humanizada. Palavras-chave: Formação Profissional; Humanização; Subjetividade; Qualidade de Vida; Cidadania. Abstract: Discusses the impasses revealed along the training of health professionals, articulating the likely impacts of such training on health services. It aiso examines thoroughly the concept of "Humanization", by historically placing it concerning its emergence and meaning as practice in health services. The core issue is about subjects like subjectivity, citizenship quality of life, as well as on how health and illness are bound to them. The discussion reveals that the professional training must be a permanent process, therefore allowing for bringingup a citizenprofessional, committed to rendering good quality services, characterized as humanized ones. Keywords: Professional Training; Humanization; Subjectivity; Quality of Life; Citizenship. ~,_. ~ Introdução Certamente o título deste artigo sugere infinitas questões que estão implicadas entre si, pois não há como suscitar idéias sem estabelecer relações entre seus termos. Existem perguntas como: qual a formação profissional que se tem construído se tem oferecido e se tem exercido? Há alguma relação entre essa formação profissional, a humanização e a prestação de serviços na área de Saúde? A humanização dos serviços de saúde vincula-se de alguma forma à formação profissional? Para essas questões não é fácil encontrar respostas. No entanto, o exercício de s~scitar questionamentos e procurar VIas acessíveis à discussão desses termos coloca-se como responsabilidade aos profissionais de saúde pois derivam daí duas questõe~ fundamentais: o que se tem privilegiado na formação profissional na área de Saúde e qual a relação que ção da boa saúde e da vida, na medida em que o. ~stado tomou para si a resp~nsa~llldade .de representar e p.rovldenclar. a satIsfação das necessldades do cIdadão nessa área, assim ~uas políticas têm representado os Interessesde grupos que es~ãono poder e de apenas parte da socIedade. Mas há sempre um movimento dialético, ess~s_grupos mudam e também as declsoes do governo. As necessidades em saúde também sofrem variações, uma vez qu~ .estão a~sociadas a mudanças SOCIaIS determInadas pelos fatores econômicos e políticos. As mudanças de ações no setor da Saúde são pressionadasdesta forma por toda essaconju~t~ra. Há ~inda~apressãode grupos SOCIaIS que nao estao no poder, porém que criam movimentos de mudança com suasdemandas por uma mel~or assi~tência na prestação de ser~~ços. Dlve~sos atores sociais e pOhtlCOS determInam então as políticas neste setor. essa f?rmação. mantém .com a prestaçao de serVIços hu~amzada? Historicamente, a prestação de serviç~s na área de Saúde vem privilegiando e supervalorizando os avanços tecnológicos em detrimento da relação cuidador e usuário. O sentido humanitário do direito à assistência nem sempre está presente na condição de princípio das políticas de proteção à saúde dos cidadãos. Nos séculos X VIII e XIX , as açoes ~ na área caracterizavam-se como .a .d '. t d gieni stas" , cuJ I dos ela nor ea ora "hi higienização era locais de moradia com a intenção de evitar Foi então nessaluta de forças que, em 1979, no I Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, o movimento representado pelo Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES) declarou em público as bases propostas para a reorientação do Sistemade Saúde,que ~ época já se denominava Sistema Unico de Saúde (SUS). Seusprincípios aliavam-se ampla d .d dà democratização ' . 1. ~ s.ocle a e, a umversa lzação do dIreIto à saúde de natureza pública 1 .. d d 1, com. reso utlVI a e, ~ em de d~scentrahzad.o e com aço.es curatIvas e danos preventIvas à sau' de e " , .t . t " sam ans as , mar- cadamente c~mo responsabilidade do Esta~o. em lna.ugurar e c.ontrolar hos~ltals e locaIs onde havIa uso de equIpamentos permanentes de saúde. Nos estudos sobre a organização de serviços de saúdea presençado Estado sempre foi marcante. Ele tenta de uma ou outra forma dar respostas à população, às suas necessidades de assistência. No entanto, realizando uma reflexão crítica nesse percurso histórico, pois desde o início da civilização se tem buscado a preserva- de forma Integral. Essas conquistas ainda têm um longo caminho a ser trilhado e sem re haverá movimentos de resistência; às mudanças. Contudo, o princípio da i,ntegralidade proposto pelo Sistema Unico de Saúde, dentre os outros citados, aponta para questões cruciais na prestação de serviços, pois a pessoanão é um amontoado de partes, é um ser histórico, vivendo em sociedade. E ainda, não há como desvincular saúde e cidadania. Portanto, as ações devem privilegiar Formação -: . o sujeito e a comunidade, a prevenção e o tratamento, respeitando a dignidade humana. .~ .,., .que Humanlzaçao: principio etlco para reorg~anização do atual modelo de atençao A sociedade encontra-se, nos dias ~tu:~s, submetida a uma li~guage~ e estetlca que refletem. um estilo de vIda com~letamente ,s~bjug~do por .perspectlvas te~nologIca.s, ~n.fluencIando sobrem,a~eIran~ s~bje,tlvIda~e humana. Estetl~a aquI nao e ~e!erIda c~mo uma teOrIa sobre a estetlca em SI ~u sobre a bel~za, mas como u~ fenomeno r~lacIonado aos sen~Idos da corporeIdade human~,.ou seja, como o ser humano deco~Ift.c~ a presença de outro, e o que sIgru~Ic.aessa presença em formas senSOrIaISpara ele. com corpo biológico para que sepossa emergir como humano. Para que haja acontecimento humano, é necessário haja o encontro entre as subjetividades. Ainda na obra de Gilberto Safra (id., p. 18-19), encontram-se importantes contribuições a essetema: "Não é possível falar-se de alguém sem falar de um outro. O ser humano não pode ser abstraído da relação com um outro. Esse acontecimento originário inicia a criança em um processo e temporalização, pois no momento em que a criança nasce na subjetividade de alguém passaa ter uma história pessoal. Evidentemente, a história pessoal vem precedida de concepções assentadas em tradições, mitos, mas esse E o que seria então o acontecimento humano? Gilberto Safra (2001, p. 17), referindo-se ao tema, focaliza na corporeidade e acrescenta: momento originário significa que a criança nasceu em um mundo humano com um sentido de temporalidade." "Ao falar em corporeidade não estou me referindo ao corpo, como é estudado pela biologia, mas me refiro ao orSklnismo humano, que não se reduz ao corpo -soma, compreendido como o lugar do acontecimento e do aparecimento da subjetividade, a partir do qual se inicia o processo de singularização e de aparecimento humano." O termo temporalidade é importante, pois estará no alicerce do surgimento da subjetividade. Inicialmente, a idéia de a temporalidade é vivida entre as pessoas no meio ambiente e a criança. A corporeidade humana dará ritmo a esse tempo e a da presença humana do outro será significada pelos movimentos do corpo em tempo e subjetividade. Dessa forma então, a noção de humano se distancia da idéia de funcionalidade, influência herdada do Iluminismo e tão freqüentemente estilizada pela Psicologia. O homem funcional seria então aquele que necessita interagir com a realidade e a vista disto toda noção de subjetividade se vinculará à de funcionalidade. A idéia a ser enfatizada é a de que o ser humano não é um funcionamento e que a melhor forma de compreendê-l o é numa perspectiva fenomenológica e, assim, acompanhar o surgimento e o contexto de uma singularidade. O acontecimento humano se constitui a partir de um lugar na subjetividade do outro e não num lugar físico. Não basta nascer Talvez a idéia do nascimento do ser humano a partir da criação da subjetividade do outro fique mais clara ao se pensar sobre a sobrevivência de uma criança recémnascida. Entre os seres vivos, este parece ser o que nasce em maior condição de desamparo. Se não houver uma outra pessoa, alguém de cuidados, que entenda os gestos desse pequeno ser desamparado, certamente sua vida não vingará. Se esse alguém não traduzir os apelos, o choro, a inquietação, não lhe der estatuto de mensagens a serem traduzidas e atendidas, a criança não terá a quem apelar, não virá ninguém ao seu encontro e ela poderá sucumbir por causa de suas necessidades..N° 05 MAIODE 2002 L \ Necessidades que muito precocemente se misturarão entre autoconservação e amor. Aossim,pode-se pensar que, nesse caminho percorrido até então a subjetividade será constituída a pa:tir do encontro de um humano com outro, das traduções que serão dadas às mensagens enviadas nesse encontro, das marcas que esses encontros propiciam e ainda, das marcas deixadas no encontro com o mundo, ou seja, como o mundo recebe cada um que nele chega para habitar. Vemos dessa forma como desde cedo, o ser humano é ativo: pulsante e é desejoso de ser significado em sua existência. E oo h d sse sujeito umano po e ser d f o "dI I ., e lnl o pe a re açao que mantem , o " o od com sua propna lntlml ade e com o meio em que está inserido: meio cultural marcado de valores, leis, ritos e riquezas. O mundo simbólico já existe antes dele nascer e, ao encontrá-lo, ele irá transformá-lo ao mesmo tempo em que será tr;nsformado por ele. Nos dias atuais, parece q~e um dos mais graves problemas que se tem observado na construção das relações é que elas têm se constituído em princípios objetivantes, tem-se suprimido o mito individual, a história de cada ser, o modo como cada sujeito tem seu encontro com a cultura. Dessa forma, a subjetivida~e fica suprimida junto com tudo mais que foge aos padrões de controle. Algumas questões precisam ser enumeradas, a saber: o que de fato caracteriza uma prática humanizada? O que seria "humanização no âmbito da saúde"? Pode-se falar em humanização sem inseri-Ia em outras questões da área? Respondê-Ias talvez não seja possível, porém articulá-Ias na discussão se revela como possibilidade de aprofundamento. ." o. " A questao ~a humanlzaçao ganha , d repercussaoo nosd trabalhos f em sa~ ~, ~ partir oa R.e orma "o Pslqulatnca. Toda a dlscussao desse movimento.d construçao gira e em' ,torno praticas da que influenciem as Políticas de Saúde Mental já que seu eixo fundamental é a não-segregação dos pacientes psiquiátric?s., I~icialmente, oo que lemos na hlstona desse movimento são fatos que mostram que de um lado estava um grupo resistente às políticas segregatórias e excludentes e que lutavam por mudanças, e de outro, um grupo que se opunha às transformações, ~as que tentava, a todo custo, maqular a desgraça em que se encontravam os internos confinados em "hospitais-prisões". Propunham dessaforma algumas práticas que, aos olhos dos espectadoresmenos atentos parecessem mudanças, quando na verdade não aprofundavam as questões sobre a assistênciaàs pessoas o d d o necessita as e cuidados e com s f " t ," o nmen o pSlqUICO. Magali Gouveia Engel (2001, p. 203 -204), complementando e cons~lidando os estudos realizados no Brasil sobre o nascimento e a constituição das práticas e saberes psiquiátricos, a partir dos relatos das vivências da loucura nas ruas do Rio de Janeiro, no período entre 1830 e 1930, cita uma passageminteressante e reveladora das práticas que se prestavam a maquiar os verdadeiros problemas dos hospitais psiquiátricos: "Situado num dos locais mais bonitos da cidade, o Hospfcio de Pedra II acabaria setransformando numa opção para os passeios dominicais: 'Já passou o tempo em que ninguém se atrevia a entrar em um hospital de doidos...onde eram encarcerados os mfseros, como se fossem feras. Acorrentados presos ao tronco...'(AZEVEDO, 1877 apud ENGEL, 2001). Reclusa no hospfcio, a loucura era 'humanizada' e exibida como verdadeiro troféu dos médicos. Nessas exibições, os loucos desem' penhavam papel secundário, pois a grande estrela do espetáculo era a obra filantrópica e cientffica da Espeta' I f medicina .cu o, en tm, bastante distinto das exibições Pu ' bl tcas da I oucura nas ruas da pital da M o 'cidade e no Hos tsert ' O córdia. Mas havia um outro lado Formação -, 8) desse espetdculo da loucura reclusa que, contrariando os idealizadores do hospício, aproximava de forma íntima o Hospício de Pedro II do Hospital da Misericórdia." A (POMPE' IA 1982 mesma autora , a ud ENGEL 2001 .204) destaca p " ' \ que Raul o ' Pompéta p realize apreende de f I modo o bastante O individualismo suscita questões e atitudes que dificultam a produção de um fazer comprometido com mudanças. O individualismo, tentativa de cada um buscar soluções individuais aos problemas que afetam a equipe de cuidados, produz d of o I I~UId ad es para que o tra b~Ih o se a perspIcaz esse outro o o~o ' I " sIgnIfIca d o d o espetacu o: em d ta e so o,' grupo. 1d 0 I Produz, od d afie a e ainda, com O a ' . usuano o .- "No domingo, abriram-se à visitação do público as portas do Hospício de PedrolI. A afluência foi considerdvel como em todas as visitas de hospitais, espetdculos do sofrimento a que o povo transporta a sua curiosidade,com uma pontinha de ânimo perverso,que vem do circo , do serVIço, angustIa e competlçao b d d f' exacer a a, I ICU I tan d o t o d a e qualquer possibilidade de se estabelecer atitudes e vínculos solidários. Qualquer prática de resistência a essasdificuldades deverá ser pautada em princípios que priorizem o trabalho em equipe e a produção de subjetividade. T b Ih o preceitos, define-se como o encontro Essa citação mostra claramente a questão da "humanização-maquiagem" e que se contrapõe à "humanização-princípio". A humanização como princípio ético, sob o aspecto da atitude pertinente às práticas em saúde, carece do aprofundamento das entre vários atores que serão também autores de um projeto que tenha objetivos claros e em que o conceito de saúde e doença seja articulado aos seus determinantes. A conceitualização de instituição deverá contemplar com clareza as diretrizes questões e um planejamento , romano no O ." carater latIno. quanto à saúde e à enfermidade, Mticulando-as em seus determinantes históricos. Já a "humanização-maquiagem" propõe I apenas so - f o uçoes super o o , IClalS que d passan po , o evI na o , area, -o o aos que o em equIpe ao de ma prestaçao d e comprometI -- o d .humanlzaçao , ma formaçao proÍlsslonal e em ma qua I a e os serVIços. a em com transcende ,- relacIonadas o apenas a o a egrla I sorrIsos, o a questoes o em serVIços o e vem 10 lca nesses o vinculado ' ' o pesslmos o lmp o coletivo e com proposições realização de ações integradas. U - d o sau Saude od o I, o ItlCOS setor d a o as , mazelas ra do o I expressao e d d e "0aceltaçao o" Pode-se então afirmar que o conceito de humanização é articulado às políticas de saúde, ao modo pelo qual se concebe qualidade de vida, saúde e cidadania. É a partir dessa articulação que se pode pensar a construção de uma prática humanizada. É bem verdade que a o trabalho comprometi d o com a humanização só terá razão e sentido se, em sua existência, trouxer a marca da resistência a toda política de saúde que anula os direitos do cidadão, seja ele o cuidado r ou o que necessita de cuidados. A possibilidade da circulação de afetos entre os membros da equipe proporcionará a resistência crescente ao l o d d d o deterioração do setor lncon IClona o isolamento, pacIente. O promoverá a público de saúde produz o individualismo entre os membros das expressão da subjetividade e conseqüentemente, a busca constante de equipes; nos serviços, o eterno adiamento das resoluções dos novas formas de produzir ação e reflexão dessa ação, motor das problemas e um profundo desânimo nos profissionais. Não se nega que há mudanças. . o mOVImentos mudanças, mas ha de I re N° 05 seu aspecto macro. . MAIO DE 2002 asslstencla d a tem -o -sua se ter sempre em pauta as questoes em o A o humamza o U ma , de razao e sentI d o nas mud anças d e - d açao e d po er, o seja o na o 0- mstltulçao, \ seja no encontro entre cuidadores e quem é cuidado. Tem sua razão e sentido se estiver pautada na transdisciplinaridade, em que todos serão responsáveis pelo projeto de trabalho e pela construção das ações. Dessa forma, a singularidade de cada sujeito será reconhecida por meio do seu lugar ativo, onde cada voz, como num coral, possui sua verdade. A razão e o sentido de uma intervenção humanizada trarão em seu cerne uma nova visão de instituição de cuidados. Sua definição será a de um espaço de convivência que acolhe, cuida e possibilita a utilização de diversos recursos enfatizando um projeto de invençã~ oeste de Natal, uma das quatro regiões administrativas da capital do Rio Grande do Norte, alcançando uma população estimada em 200.000 habitantes. Sua missão se resume em três aspectos: construir mudanças no modelo de assistência e na prática profissional na Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte (SESAP/RN) e na Secretaria Municipal de Saúde de Natal, efetivar muodan~as no ensino da osaúde na Umversldade Federal do RIO Grande do Norteo (UFRN) e por?~over o ~esenvo~vlme~,tocomumtano par~ o autoculdad~ e o c~~trole ,so~lal sobre os serVIços e Pouncas Pubucas de Saúde. social e não se focalizando na doença. O ser humano não nasce quando adoece. Para o profissional de saúde, O UNI-Natal desenvolve uma programação em torno de alguns dos problemas que comprometem as certamente chances saber o caminho percorrido pela doença tem seuvalor. No entanto, o valor do trabalho de quem cuida está na possibilidade de estabelecer um encontro com quem-ssas o procura. Encontro esse marcado nao o o ~ apenaspelo sofrImento odao lrrupçao da o doença, mas pelas VICIssItudes do oo -" SUjeito no seu percurso em , o o busca o da saude, do respeito e da cidadama. O I , o , d ' bo corpof o diO OgiCO SO po 'era o ser o o lca o como corpo pSiqUiCOe sigm o o diSSO dIfere o ser humano ' , o radicalmente os outros ammais. das pessoas de viver, se desenvolver e de alcançar qualidade de vida, priorizando, assim, o trabalho com crianças e adolescentes. E o oot InICIa lvas envo I vem os o U o o ot seguln es parceIros: nlversl d a d e F d I d Ro e era o 10 G ran d e d o N orte, S t o d S ' d P ' bl o ecre ana e au e u lca do Est ad o d Ro G d d N S o o 10 ran e o orte, ecretana M umClpa o, I d e Sau' e e ata d d N I (SMSN t I) I, d o a a , a em e organizaçoes f o ' , o o comunitarias e parceiros ormals: A o - C d d L ' ssociaçao omen a or UIS d a A Camara Cascudo, Conselho Comu' Projeto UNI-Natal: uma experiência integradade humanização Muitas experiências têm sido realizadas tendo a humanização como nitário do Bairro de Cidade da Esperança, Fundação Fé e Alegria, e Mov~mento Nacional dos Meninos e Memnas de Rua. pri~c~pio nort.~ador na ~tenção ao usuano em serVIços de saude. Dentre Os problemas foram selecionados por bairro, buscando contribuir no ela~ enfrentamento pode se ~estacar algumas reauzadaspelo Projeto UNI-Natal (Uma Nova Iniciativa dos Profissionais de Saú~e: em união com a comunidade). (Projeto UNI-Natal, 2002). O Projeto UNI-Natal é uma iniciativa no campo da formação de profissionais de saúde, pensada e construída em união com a comunidade. Teve início em 1995, desenvolvendo suas ações nos bairros de Cidade da Esperança, Cidade Nova, Felipe Camarão, Guarapes e Bom Pastor, localizados na região dos mais graves indicadores de saúde identificados em cada área: mortalidade infantil no Bairro de Felipe Camarão; gravidez na adolescência em Cidade Nova; alto índice de cárie e doenças periodontais e o crônico problema de falta de medicamentos e da automedicação em Cidade da Esperança; a desumanização da assistência na unidade de pediatria do hospital estadual de referência em doenças infecto-contagiosas, Hospital Giselda Trigueiro (Quintas). Formação Na fase I (1995/1998), foram elaborados e implantados os subprojetos em quatro bairros da região oeste, com objetivo de experimentar recursos de diversas naturezas, tendo assumido um papel de catalisar e escutar os distintos atores envolvido nos três seguimentos que o compõem: a mudança na lógica de organizar serviços de saúde -da demanda universidade, comunidade. espontânea para a vigilância à saúde, definição de território, trabalho com .problemas, criação e redefinição de protocolos de atenção e reorganização de serviços. As experiências também buscam a mudança no perfil das profissões de saúde e no modelo da prática multiprofissional no setor, como também o fortalecimento da de saúde e ação vem proporcionando condições e criando espaços comuns de discussão de demandas e interesses. Essereconhecimento é particularmente importante, já que as condições concretas que o Projeto enfrentou para o desenvolvimento de sua missão, cujo cenário é o interior de instituições de forte tradição em organizações ação comunitária para o auto cuidado verticais e "tecnoburocráticas", e controle de uma social sobre serviços e comunidade com além baixa políticas do setor. capacidade de reflexão Na fase 11(1999/2002), ocorreu a elaboração coletiva da proposta de ,~ ' 1, ' lnovaçao no projeto po ltlCOpedagógico do ensino da saúde na UFRN, com a parceria dos serviços ~ondição ~, conseqüentemen,te, ,de lntebrlvençao sobre seus proprlos de saúde investimentos e da comunidade. Os pro sobre sua emas. Nos dois primeiros anos da Fase I do Projeto, houve necessidade de na adequação de processos de mudança no ensino se materializaram por meio de três espaços físicos e aquisição de equipamentos e insumos para o grandes desenvolvimento iniciativas: o Programa da proposta do Estruturante de Extensão Universitária Educa~ão, Saúde e Cidadania (PESC), a Disciplina Saúde e Cidadania (SACI), e o Projeto de Implantação do Laboratório Multiprofissional de Habilidades para o Ensino de Graduação da Saúde. P 1 ~ ' 1 d d e a açao artlcu a a essas P ' UNI N 1 , ," Programa UNI-Natal. Embora não estivesse aí o "novo" a que se propunha, essa ação teve papel importante, haja vista a inexistência de espaços em condições físicas e estruturais adequadas para o desenvolvimento das ações e inovações propostas, por exemplo: a garantia das d' ~ , ' con lçoes para o estaglo d e alunos da InIcIatIvas , gra ' o reUnIUd um corpo "~ d ores " roJeto d ocente d e OpInlaO e "era gera d ores -ata f ed ormae massa CrItica que, vem InfluencIando nos processos Internos de mudanças dos " cursos envolvIdos. AInda dentro , das velhas estruturas dos currlculos , UNI N 1 antIgos o -ata promoveu e , " IncentIvou a, 'abertura de novos campos de pratIca, 'fora dos muros da '" ~ unIversIdade, , ' artIculando~' a açao ensIno-pesquIsa e extensao umverd f ", d , , ' e arma maIs sIntonIza a com sltana , ~ as necessIdades das populaçoes ,~ , submetIdas ao processo '-de exclusao, N 1 partIcularmente da reglao oeste do ata. O Projeto UNI-Natal, hoje, ocupa um lugar importante no cenário local como articulado r e mobilizador de cr.cc serviços Essa N°05 MAIO DE2002 d ~ uaçao 'd ' nas unI ades de saude ~ b aslca). " (atençao Ao mesmo tempo, d esenca dea d o um processo d e d t 'f ' ~ b lO ~ 1' en 1 lcaçao e mo 1 lzaçao d e at ores l 'd f' e 1 eranças com per 1l e vonta d e d e t ' '" cons rUIr os pnnclplos d esen had os 1 ' d f ' , ' pe o mOVImento a re orma samtana, 1 ~ que e f t 1passa , t ped a S' construçao t U" or a eclmen o o lS ema mco d e Sau' d e (SUS) .esse N processo de f or t a1eclmen , t o, o Programa UNI tem b 'd d ' contn' Ul o, entre outras coIsas, na d lscussao ' ~ para a proposlçao ,~ de P l 't ' o llcas d e Recursos Humanos para o SUS(B raSl' I) e d e formaçao ~ em sau ' de (Amenca " L atIna. ' ) o O Projeto UNI-Natal promoveu um esforço e realizou investimentos significativos na formação de quadros e lideranças, buscando uma r: ! qualificação não mas ação, pessoas dos demais com- ponentes. São elas: desenvolvimento de novos modelos de atenção integral à saúde na 'SMS e SESAP; desenvolvimento de experiências inova- desenvolvimento de conhecimentos habilidade campos doras de ensino e apoio gerencial, de implantação de projetos e social, pedagógicos nos cursos de saúde na ampliando a autonomia no "saber fazer", aumentando a autoconfiança e segurança das pessoas em colocar- UFRN; organização e ação comunitária para a qualidade de vida e o controle social sobre serviços e se, credenciando-as Políticas nos técnico, \ só técnica, também social, política e humana, contextualizada e sintonizada com a realidade local e global. Esses investimentos contribuíram para o pedagógico p~ocessos e a participar de ~udanç~s dos e, conse- aos processos político- de Saúde. Os projetos da academia têm como que,n~emente, InfluencIan~o sobore polttIcas e processosA locaIs, o oaSSIm ~omo, e~ red~s de ambItob n~~Ional e espaço de realização os serviços de sa ' de a co nIo U e mu d a d e. A s experiências originadas nos serviços, além ~nterna~Iona ~nfluencI~doon~ o tem de uma da reorganização e humanização cuidado são campos de prática ?Aru~os alunos .Esse tra a reconstrução Inters~bJetIvIdade dos de graduação do para e de pesquisa de envolvIdos com essas eoxpenencIas, com grande potencIal para a const~ução de novas identidades como tambem no processo~de mudança no pós-graduação. As experiências da comunidade têm contado com apoio técnico-operacional dos demais componentes, ao mesmo tempo em model? d~e atençao,o textualtzaçao dos papéIs oo que esta participa e apóia C od d o S 'd sIfIcação do rol profissionais; transformaçoes processo de trabalho coletiva de acordos condução premissa au e e de competêncIas demandadas~ e regulaçoes A mobil~ação ação de re~one da dIvero pelas no da saúde. permanente saúde centrais b em como promovidos mesmo tempo, o estabeleceu como a participação de discussão de foram uma opção de e eventos coletivamente. Ao UNI-Natal também estratégia de pessoas para uma e a busca I a anIa, atividades a disciplina de decisão e educação, nos espaços de políticas nos níveis da administração dos para o trabalho, tendo como o reconhecimento dos parceiros institucionais, com vistas a apresentar e disponibilizar expe- espaços de "micropoderes" existentes nas instituições, buscou-se a superação da fragmentação, do conformismo, da dependência, da passividade e da submissão nas ações e relações existentes. Essa ação tem riências e tecnologias para os respectivos gestores como alternativas para solução de alguns dos problemas por eles enfrentados. o o o Junto à SecretarIa Mumc~poal de como do Saude~ o U~I-Natal em das, ~Iscussoes conseqüência potencial de a otimização cada pessoa tem partIcIpado e e~c?~tros prepa- promover mudanças nos modos de ratonos para a defmIçao das bases conceber conhecer saber pensar fazer ação de saúde, co~ vistas conquista de maior cobertura, para uma política de atenção integral na cidade de Natal, ~~ que se r~fere aos p~~cessoso e polttIcas, em areas e à qualidade e resolutividade ~ o .Saúde Aos açoes e subproJetos desoenvol~Idos pel~ UNI-Natal e, parceIr~s estao org~nIzados a partl~ de tres especIfIcas, taIs como: Saude Bucal, da Criança, do Adolescente e da Mulher, Fitoterapia,humanização do processo de trabalho na atenção e no cuidado à saúde, e na articulação grandes linhas saúde e cidadania. embora centradas de atuaçao, componentes -universidade, de saúde ou comunidade desenvolvido articulando no que, em um dos -, serviços têm se de forma integrada planejamento e na Na UFRN, institucionalização pela extensão Natal, por cuja estratégia tem ganho de vulto universitária, o UNImeio do Programa Formação -, L o f .. Isslona I d b a H b .alternativa a 1- I.d d . d o Ensmo e Alunos de GI ad es para ~ d S 'd d I ra uaçao a au e, aprova o pe o Ministério da Educação. Esseprocesso fortaleceu os movimentos de construção de projetos políticopedagógicos orientados para o processo de implantação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os de graduação, em particular para os cursos de Enfermagem e Medicina, cujos projetos já foram aprovados e implantados. Observa-se também um impacto positivo sobre as discu~s~esd~\projeto~ dos Cursos .de Nutnçao, FIsioterapia e Farmácia, que se encontram em fase de elaboração. Junto à comunidade, o Projeto UNI-Natal tem participado e apoiado, técnica e estruturalmente a implantação do Fórum Comuni:ário de Promoção de Saúde pela Qualidade de Vida em Felipe .e Camarão, como também a articulação ra u e . ' 0"'" í" c* ' ,. Essas duas iniciativas ganham relevo por serem iniciativas comunitárias aglutinadoras de muitas pessoas, e que estão dando ao componente comunidade uma maior direcionalidade para o aumento da autonomia e da capacidade de intervenção, ao promover na N' 05 MAIODE2002 de gestao social, comumcaçao ~ e .. alteratlva, partlclpaçao e protagomsmo para a conquista da d I.d d d . .d d . CI a ama e a qua I a e e VId a. O Projeto UNI-Natal vive hoje um momento em que a maioria das experiências e projetos desenvolvidos encontra-se em processo de institucionalização. Entenda-se por processo de institucionalização, no UNI-Natal , o desenvolvimento e capitalização do ideário do Programa UNI e dos conhecimentos gerados a partir das experiências locais, nas diversas dimensões e espaços individuais e coletivos, humanos, políticos, sociais e organizativos. Embora consistente, esse processo não é linear, pois acontece com ritmos diferent~s,. tempos diferentes e de for~as ~Istm~asem cada compon.ente; Instltuclonauzar compreende nao so portarias e decretos, ~as uma ~u~a~ç~ de postura e atitude das mstltulçoes, grupos e pessoas. O Prol. t o Reduçao ~ da M or taI.Idade D n I . t F I. e ese vo vlmen o em e Ipe C ~ d . d .- de uma rede local de comunIdades, , envolvendo todos os bairros, com a Intençao e uma maior troca e expenenclas e busca de Identidades , que for.ta!e,çama organIzação e a ação comumtana, o que vem se dando a d P . C .d d partir. omunl a e I . do roJeto R d nteragm o em e e. .A -..~ areas 0- I d I d d t . tlpro no, d u I . antaçao d M a partlclpaçao I pro t ,. orlo . Imp e como fOI d o ou emla t t . apresen aca prole amarao na comunidade um importante debate sobre a constituição de redes sociais para a conquista da qualidade de vida. Trata-se, portanto, de dois projetos estruturantes para o componente que juntamente com as experiências do Projeto Saúde no Ar e o Projeto de Reciclagem de Papel e Cidadania compõem o leque de espaços de constituição de sujeitos na comunidade, fomentando a produção de conhecimentos e o desenvolvimento d h b. l.d d A. e a I I a es e competenclas nas os Estruturante de Extensão Educação, Saúde e Cidadania e da Disciplina Saúde e Cidadania, tem participado das discussões e contribuído para dar corpo ao projeto da UFRN de implementação de um Programa de Ação Curricular em Comunidade, que integra a extensão universitária, \ ensino e pesquisa, constituindo-se em um dos "espaços-laboratório" de construção da proposta. .' Um doutro movimento Importante ~ t I .d d . f t ' mor a I a e In an I I na área d e atuação do subprojeto, de 34 por mil . .d nascI os VIVOS,em 1996, para 16 por d . . .1 ml nascI os VIVOSem 1999, send o ' d. .d mantl o este m Ice nos anos d e 2000 e 2001; desenvolvimento e implantação de protocolo para aplicação da Terapia de Reidratação Oral (TRO), como atenção à criança com sintoma de diarréia ou desidratação, que, inclusive, já está sendo aplicado em mais de 30% das Unidades de Saúde do Distrito e resu ta os a cança os: re uçao d a ne d a para 1 todas ( as mortes I. d de menores 1 d e ano rea Iza o por a unos o d M d ) ld - d curso ed e IClna ; conso I açao a .roJeto ..re garantia o atendimento para todas as crIanças que procurarem a unIdade . d . f -., .outros com sintoma e In ecçao resplratona d d .,. d .-. f .1 agu a, dlarrela - ed esnutnçao .el In antl ; conso l I açao a parceria com os " . ' . . P projetos r Ó N -ata I M e d ' I .f WI ery que . d construir e tentativa na .. f .A expenenclas 1m or P da SMS para a institucionalização do trabalho com grupos de adolescentes; garantia do atendimento (clínico e odontológic'o) para os adolescentes inseridos no Programa; tendência de mudança na porta de entrada do sistema de saúde e na forma de captação da clientela; desenvolvimento do protagonismo juvenil e das novas lideranças jovens. I \ Sanitário Oeste; implantação de Programa de Formação de Multiplicadores -permanente; construção coletiva, implantação e desenvolvimento de Protocolo de Acolhimento; institucionalização no campo de estágio, na atenção básica, para alunos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Odontologia no atendimento ambulatorial e domiciliar (PSF); implantação do Evento Senti- .'. humamzadas na atençao " . a saude, vale a pena referir-se ao d C . P . S . orrlso e rlança uma f erencla A. em humanlzaçao ..-' para d d .. . serviços e pe latrla d o d . . í . mumc piO e ponto e parti d a para a d 1 1 d.. I esta ua que regu amenta o Irelto . . ao acompanhante para .. crianças e d d . f .1d at uam na um. a e materno-1n antl a ..-projeto U md ad e M .Ista d e Sau' d e' partlclpaçao H . 1 . d P A '. na conquista o remlo osplta d a C nança . f . d 1 A mlgo. con erl o pe o adolescentes hospitalizados. Esse .' . tem como obJetivos prestar ..., . uma assistência humamzada a crIança .. e ao adolescente ., hospitalizado, . F percebendo . d un o I fA . n d N - as açoes (UNICEF) ancla Materno-Infantil C _ta amarao. U para .d nl as para a. U .d d a m a o paciente e a famllla e ...humano do bairro de Fellpe É importante citar ainda os produtos ~o Projeto Afetividade, Sexualidade e Regulação da Gravidez na Adolescência: redução da gravidez entre adolescente de 25,8%, em 1998, para 22,5%, em 2001, do total de partos entre mulheres do bairro; implanta~ão e institucionalização do programa de Natalidade Planejada, com basena concepção de afetividade, sexualidade e regulação da gravidez na adolescência; convite aos adolescentes para participarem na organização e planejamento do 11 Encontro Potiguar de Adolescentes, ocorrido em 2000; campo de pesquisa e estágio para alunos do curso de especialização em Educação Sexual promovido pelo FUNUAP/SSAP/ UFRN; formação e institucionalização de grupos de auto-ajuda e de multiplicadores juvenis para as temáticas da afetividade e sexualidade na Unidade de Saúdede Cidade Nova; construção coletiva de protocolos de acolhimento e humanização dos serviços; sensibilização e reconhecimento, por parte do nível Central de . modo Integrado; acolher o sofrImento . 1.-. no momento da 1.- hospl- Izaçao; garantir a ap Icaçao d o Estatuto d C . a nança e d o Ad o 1escente (artigo 12, capítulo. 1, Dos Direitos Fundamentais -quanto ao acompanhamento familiar durante a hospitalização); construir um protocolo de humanização para a criança hospitalizada considerando as necessidadesparticulares da infância e da adolescência, assim como as expressões emocionais do acompanhante durante a hospitalização; instituir espaços de socialização de informações sobre as doenças, as terapêuticas utilizadas e o seu prognóstico, bem como os direitos e deveres dos pacientes e acompanhantes -Grupo Informativo e Lugar da Palavra -com vistas a promover uma participação ativa do acompanhante no processo de recuperação da saúde da criança hospitalizada; utilizar o "brincar" como terapêutica auxiliar, possibilitaqdo ao paciente a elaboração de sua cÓÍ1dição no hospital e conseqüentemente, uma atitude mais ativa no processo de hospitalização; contribuir para a elaboração de protocolos de intervenção e atri- Formação 1~.t!. re a. .juntos OSPI- t d olhar o o empo f ..são por 1m, a construçao ' ...e teonco-conceltuals aportes f .. ~ pro I ISSlona permanentede mudançasno contexto de humanizaçãoda atenção à saúde O cu pensamento 1 tura esta ' 1 raCIona I' a Icerça 1 na o em , IVlsao entre ~ o .A . d é e mat ' unIverso " .ca na e 1 mecaruco,no ., a um ~ qua 1 , em ' gera, os orgarusmos VIVOSsao conSI era os d ,. maquInas f orma d as por d ..assIm da fragmentação das disciplinas acadêmicas e entidades governamentais e no tratamento prestado ao meio ambiente natural. 81 N' 05 MAIODE2002 do adoecer "l ...] A ' ~ humano", referente portamento no 1 ) o eça . 16 depararem as uraco . d ( .. me O " "- de or, Ih a u . seJa ao .A' tncomob a ( +".. ,ettof na ca areIa eça em b' ) pro pro d UZtr.+"." seus um como l onte de , PStCO- sttuaçoes .. enfIarIam aves escapar ou, mecanIsmos enegatortos. a ' e d e com d b ' - mao d d às de ' d b ançan a um com- atribuído Id '+"" peças separa as. Essaconcepçao carteslana b d .. d .A .etxasse t' es a na ase a maIOrIa as clenclas, d que , InSlstencla t ocant e à me t a' fora d o buraco como: gtCOS como , multa Luís David Castiel (1994, p. 12) tece comentários sobre o título do seu livro "O buraco e o avestruz -A 1 . esplnto d concepçao sIstema t ' 1 ...~ com novo ~ d Ianamente a respeIto a prestaçao d os serVIços ., na area d a Sau' d e. Descartes, . um questoes ' as ".~ "D ,. d as estruttont,ormes 1 . UZlr sobre d atua d em que a maXlma renso, ogo exts o exp Ica, na cu tura OCI enta, a 1 . pro pensar oca d... moVimento . 1 co .singularidade : e e d ~ d h ., e pro uçao e con eClmentos na area da Atenção Hospitalar Humanizada, considerando uma prática interdisciplinar e multiprofissional. A f ormaçao possam emas, recuperaçao; d e novos d o bl e peno pro ar o h es a ."' Imlnuln ~ e, e d a d uran b so ' d 1 t Id epressao t .. POSItIvO I~pacto d ~ tCU com t, d ameaças ~, zaçao, A concepção de que os organismos vivos são considerados máquinas formadás por peças separadas tem efeitos muito danosos ao sujeito humano. Como ele poderá fazer seus encontros na vida, se não houver possibilidades de ver-se e ser visto como um todo? Como enfrentar os males da civilização atual e criar modos de sobrevivência física e psíquica? Bruno Bettelheim (1985, p. 10), a esserespeito, comenta: "Para realizar tal proeza, não se pode mais manter separadoso coração e a razão. O trabalho e a arte como a família e a sociedade, não podem mais desenvolver-se à distância um do outro. O coração destemido precisa invadir a razão com seu calor vital ainda que a simetria da razão dev~ ceder lugar para admitir o amor e a pulsação da vida. Não mais podemos contentar-nos com uma vida onde o coração tem suas razões, que a razão desconhece. Nossos corações precisam conhecer o mundo da razão, e a razão tem de ser orientada por um coração informado". E', pOSSlve 1 que razao .~ e coraçao d I buições, dos membros da equipe, quanto ao acolhimento, orientação, informação e resolução de conflitos, frente à rotina de estresse aos quais estão submetidos os membros da equipe, pacientes e acompanhantes. Dentre os resultados obtidos, destacam-sea atuação como campo de \ estágio para alunos de diversos cursos da área de Saúde como Enfermagem, Medicina e Odontologia, e também para brinque distas de outras instituiç~es hospital.ar:s; as mud,ançasno perfIl. das. profIssoes de sa~de e na orgaruzaçao do trabalho hospItalar em direçã.o à uma ass.istência. mais humaruzada, com maIor respeIto em relaç.ão aos direi~os dos usuários d.oS serVIços de saude; a construçao co~etiva d~ proto~o~os ~ue promovam cuIdados IntegraI~ a cnanç.a, fa.zendo com .que o pacIente. ~ej~ vIStO e respeItado como um SUjeItoIntegrado em seus,aspect~s físic~s, psíquicos e cultura..s, e nao ma~s como uma patologIa; o dese~vol~Imen~? d.epro,~ tocolos de ?umaruzaça? do brIncar e sua funçao terapeutlzante para as crianças no momento da hospitali- se ' " emattca e,ettos. Dessemodo, ele fornece subsídios para se pensar nessa metáfora com a função de explicitar formas usuais de evitar a confrontação e o encontro \ co~ sit.uações.de.grand~ sofrimento no ambIto profIssIonal. SItuaçõesque, ao menos pel.os que preferem os percalços das mcertezas ao sossego das falsas certezas, sabe-se que são pro?uz~das, ~istoricame~te. A produçao cIentIfIca, sob esseangulo, está vinculada a interesses de grupos e de paradigmas. Nesse sentido a metáfora do "buraco" citada anteriormente, pode constituir-se como um momento de encontro com outras possibilidades para além daquelas pré-determinadas pelo que se procura. É o que se pode chamar de elemento surpresa da pesquisa, quando se está aberto a outras descobertas para além do que se espera encontrar. Isso pressupõe um modelo de formação permanente, comprometido com a qualidade do conhecimento para a i~tervenção a que se propõe e vmculado ao exercício da cidadania. Pedro Demo (1996, p. 32), discutindo sobre Educação Conhecimento escreve: " ' e ". es~ará num momento completude. . parece vir em auxílio esclarecedor à idéia exposta: "A felicidade tem a lógica da flor: não há como separar sua beleza da fragilidade e do fenecimento. Entretanto o fenecimento não é apenas a destruição de sua beleza, mas condição de recomeço. Assim, deve-seaceitar que a flor é bonita porque fenece. Flor q~e fica sempre é de papel, artificial. E cópia. A flor viva vive a contrariedade da vida: desgasta-se,passa.A seguir, brota de novo. A felicidade possui o frenesi do desejo eterno na sua estrutura, mas realiza-se na passagemintensa de um momento na sua história. Ser feliz é multiplicar momentos felizes. Ou: saber deglutir a infelicidade, que é diária, para saborear melhor a felicidade, sempre que for possí~el.Felicidade, não sepassapor ela. E ela na passagem. A maior infelicidade é querer felicidade to tal toda hor.a 'r.to d o amoraca ba traído. Dói. Mas recomeça. " de Uma formação profissional con- Supondo-se que o cebida como acabadapressupõeum conhecimento é sempre acrescido de - Nesse sentIdo, Pedro Demo (id., p. 53), escrevendo sobre a felicidade e a lógica da flor, OSA t~aços prIncIpaIs da competencta moderna ultrapassam marca'itemente a posição passiva e repetitiva de gente apenas treinada. Pesquisa,por ser método de questionamento crítico e criativo, também é princípio educativo, porque é parte integrante do processo emancipatório. Não copiar propostas alheias, mas construir e reconstruir as próprias, com habilidade individual e coletiva, é marca central da capacidade de participar ativamente da inovação e da humanização da história. A reconstrução da própria experiência, além de fomentar a pertinência cultural transforma o fazer em saber faze: Inovar supõe estar à frente da história, pela via da atualização permanente." -,. .; Form.açaop~ofIssIonal s~na, aSSIm, um ~cammho tnlhado contmuamente .' e apenas um momento mserido nonao tempo acadêmico. O profissional nunca novos saberes, a formação será um movimento permanente, não podendo constituir-se como algo acabado e completo. Dentro desse princípio, a formação profissional será então um caminho a ser trilhado por toda a vida. . Parece haver sentIdo em conceber a formação profissional como um percurso a ser sempre construído' e como algo inacabado. A sociedade passa por constant~s mudanças, muda?ças essas ~ue mterferem em a:r.anjos e r:arr,anjos de so?r~vivência ~ISIC~e psIquIca dos SUjeItos nela msendos. O lugar ocupado por uma pessoa será quase sempre demarcado em f~nção ~e .relações de alterida~e, medIan~e ~a?ltos e costumes locaIs, regr~s- Jundl~a.s, valores culturais, tradIç~oes famll1ares, :lém ,de,outra~ questoes. Portanto, nao ha fIm. Ha sempre começo e recomeço. conhecimento completo. A dor é Formação~.jj!,. 8] saber que todo saber é incompleto. A dor é saber que a incompletude é o motor do começo, ou do eterno recomeço. Alguns preferem a ilusão da completude, d.Imensao outros d f a h I a ta ' a suportam d .Imensao a d o umano. do aluno e, conseqüentemente, negação de seu processo de autoprodução." P b . h, erce .-' desvlnculaçao, processo ' d aln a e-se I ana assim que a um esfacelamento ., educacional. Barbosa uma no (td.) ' - Isa que esse processo nao Parece então, ter-se avançado nas questões suscitadas no início do artigo. Será ~ue se t,e~ privilegiado uma formaçao profissional permanente? Viu-se que, se assim for, a incompletude coloca-se como exi~t~n,te e, dessa for~a: ~arece ,sermais facII estab~le~er,cr~ten?s mais hu~anos na asslstencla a saude. Por que? se dá apenas no âmbito escolar, esse processo é social: "A pessoa é a grande vítima deste século. Consideramos em nossas análises o trabalhado~ o consumidor, o professor, o gere~te, o funcionário...mas não a pessoa por trás desses papéis. Como conseqüência imediata, não é Se não há saber completo, se há sempre algo a ser reaprendido, é possível que dessa forma se possa pensar em quem, ou a quem se está prestando serviços em saúde. É po~sível se pensar para que e co~o estao se dand~ e~sesencont~os. Sim, encontros, pOISe na necessidade de cuidados que surge a presença do cuida dor. " , O enfoque tecnlco da saude, difícil concluir o porque da falência da ética nas relações entre as pessoas,uma vez que a pessoa inexiste enquanto categoria em nosso modo de pensar." Nesse sentido, Joaquim Gonçalves Barbosa (id.) propõe uma resultante,da con~epção_mecan~cista dos orga~lsmotvl,vos, nao c~nsldera o pote~clal curativo do paciente. A ~ura vlnc~la-se sempre a alguma Intervençao ex,terna. ? co~po se col,oca s:m vlnculaç~o" ~ uma entidade a parte, se~ hlston~, sem don~ e sem deseJos. N a,o, se c°,nsl~eram os aspectos s,oclals e pS,I~UICOSda doen~a sofrida pelo SUjeito que busca cuidados. Nesse aspecto, pode-se retomar a questão da formação profissional, eixo temático dessa escrita. Na formação ocorre o mesmo processo que na assistência à saúde. A base parece ser então a questão da educaçao. Joaquim Gonçalves Bar-' b osa ( 199 8 , p. 7) escreve so b re a ' d d '-'" " pe agogla a esautonzaçao, cUJO d "[...] eixo central tem sido a negação desde as primeiras séries escolares,daquilo que é produzido pelo aluno no que se refere ao pensar, ao sentir, ao imaginar, ao decidir, ao agir...em síntese, negação do processo de produção N' 05 MAIODE2002 "[...] educação para formação de autores cidadãos. Autor no sentido de quem exerce sua cidadania. A idéia de cidadania é rica, pois possibilita pensar o sujeito contemporâneo numa perspectiva histórica (não há cidadania fora da história); numa perspectiva geográfica (a mesmase institui numa geografia); numa perspectiva sociológica, pois cidadania se constrói perante outrem; numa perspectiva psicanalítica, pois se trata de instituir espaço para o inconsciente; e numa perspectiva ecológica, no sentido da qualidade de vida em sintonia e interação com o meio ambiente em que vive, dentre outros." A ' " ' , , sujeito, autor e ator em sua o b ra que I ' d f ' d . se reve afIa e orma Integra a, seja . ' bl ' no pu ICO ou no priva d o. Parece colocar-se um momento ímpar para se pensar a formação profissional. Em consonância com essesprincípios, o que se espera então é que haja um "profissional-cidadão", formado para o exercício da cidadania e implicado com suas ações. Uma formação d SSlm, o autor-cl d a -" ao . serIa vinculada e pautada nessaética jamais se furtará a encontros na vida e assim sendo, sua atuação profissional será radicalmente diferenciada do modelo vigente. O d 1 ..A ., mo e o vIgente na asslstencla a , saude \ como nova questão. A crise atual é sobretudo nas relações. O "desenvolvimento" tem se eximido de responder a duas premissas cruciais presentes a qualquer rumo que se .- tomar: para que e para quem. queIra Dessa ,. esta vInculado, de acordo com as reflexões expostas, a aspectos da A .~" d 1, . macropo Itlca. CrIse nao e so a ,d d d .uma sau e, mas os para Igmas para se ~ pensar as questoes da contemporaneidade. G mes PI nto Ju' 110 . c esar , Sl 1 velra o (1998, p. 121), relatando sua ' .A' experIenCla com ' ' 1 a unos d a ' are a de Sau' d e, o bserva que h a, u ma discrepância entre os conhecimentos que se referem a técnicas para o estabelecimento de diagnóstico de doenças e os conhecimentos relativos à vida emocional dos pacientes. O que . se enSIna nos cursos da ' area d e S ' d au e, maneIra, ." e h posslve t 1 que t . se ~ - h, d . AssIm, a a promessa e Instaurar-se h.,. ~ marca IstOrICanas açoes como d P , um to o em nosso aIS. c egue a uma ou Jurandir discutindo ra Freire sobre as ques ao: como. Costa (1989), dificuldades que ..., os profI~sIona~s de saude enco~tram no seu ., dla-a-dla e sobre -- a capacIdade de CrIar ... que se Impoe na superaçao dess~s dI!Ic~ldades, analt~a que as teor~as nao evem ser ~sa as como camI.sas-de-for~a .que I~peça~ os mOVImentos .crlatlvos. ara e e, o lugar das teOrIasé o da r.e~lex~osobre o fazer e um lugar .. prIvIlegIado de sobretudo nos de Medicina, é o controle dos pacientes. As perguntas objetivas das anamneses e as decisões 1.. t d I' nI O do , .d rapI as exp ICI am o om médico sobre o paciente. Em sua análise conclui: '~hipótese é a de que o atual mp..[cadode trabalho, onde se exige atendimento em massa, rápido, corrido, sem tempo para ouvir as pessoas, está determinando de modo quase completo a formação nas faculdades." Nesse estudo, fica claro que a formação profissional tem valorizado os conhecimentos a respeito do organismo em detrimento aos da vida psíquica e social da população. E ainda: "O método e o conteúdo do ensino tradicional na área de Saúde dificulta ou impede a emergência da subjetividade dos assistidos e que, para tal efeito, é necessário, ao longo dos anos de formação solapar a subjetividade do futuro profissional de saúde" (id., p. 123). .., CamInhou-se multo. Ha um su.per~ção aos Impasses.de cada dIa. DIZ ~nda, que so .se c~Ia alg? novo quan o se corre ? rISC~ e po~ a prova os paradigmas cIentífIcos exIstentes. ~a~avilhoso desenvolvime.nto tec.no10gICOe, no entanto, questoes antIgas ainda são suscitadas com estatuto de novidade. O velho invade o novo sem ao menos se dar ao trabalho de vir com nova roupagem. Muitas vezesnão há sequer o trabalho de disfarçar-se educação. São Carlos: EdUFSCar, 1998. ' É necessário correr o risco de discutir sem medo a prática que se tem construído entre os profissionais de saúde. O máximo que poderá acontecer será a construção de novas referências e, mesmo que isso possa atordoar os que se apegamàs certezas, parece ser menos danoso que a obediência cega. "Se o corpo humano é despedaçado, o homem está morto. Se a alma é despedaçada, ele simplesmentese tornará mais obediente e nada mais" (SCHWARTZ apud COSTA, 1989, p. 6). Bibliografia BARBOSA, Joaquim Gonçalves. Multirreferencialidade na ciência e na BETTELHEIM, Bruno. O coração informado: autonomia na era da massificação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. Formação 1_. CASTIEL, Luís David. O buraco e o avestruz: a singularidade do adoecer humano. Campinas: Papirus, 1994. COSTA, Jurandir Freire. Psicanálise e contexto cultural: imaginário psicanalítico, grupos e psicoterapias. Rio de Janeiro: Campus, 1989. DEMO, Pedro. Combate à pobreza: desenvolvimento como oportunidade. Campinas: Autores Associados, 1996. ENGEL, Magali Gouveia. Os delírios da razão: médicos, loucos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2001. PINTO, Júlio César Silveira Gomes. Temas de saúde mental. Niterói: Muiraquitã, 1998. PROJETO UNI-NATAL. Relatório analítico da fase 11-1999 a 2002. Natal: UFRN/Projeto UNI, 2002.74 p. SAFRA, Gilberto. Corpo e imagem: em busca da presença. In: COMPARATO, Maria Cecília Mazilli; MONTEIRO, Denise de Souza Feliciano. A criança na contemporaneidade e a psicanálise: mentes & ruídia: diálogos interdisciplinares. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. p. 17-23. 81 N' 05 MAIODE2002