O TEATRO GREGO
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O Teatro surge na Grécia associado ao deus DIONISIO;
As representações eram realizadas ao ar livre em recintos especialmente
concebidos para o efeito – o TEATRO:
» Bancadas – área reservada aos espectadores;
» Orquestra – zona onde evoluíam os músicos e os elementos do
coro;
» Cena – área onde os actores actuavam;
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GÉNEROS DE REPRESENTAÇÕES TEATRAIS:
» Tragédias - Apresentam os deuses, os heróis e os
homens nos seus conflitos, dominados pelo destino e pela
fatalidade que só lhes reservava dor e morte (Ésquilo,
Sófocles e Eurípedes).
» Comédias – Apresentam e
retratam figuras da sociedade da
época, ridicularizando-as,
despertando, através do riso, a
crítica social, política e moral
(Aristófanes).
A TRAGÉDIA DE ÉDIPO
Édipo, cujo nome significa "o de pés inchados", era filho
dos reis de Tebas, Laio e Jocasta (a quem Homero chamou
Epicasta). O oráculo do deus Apolo em Delfos profetizou que,
quando chegasse à idade adulta, ele mataria o pai e se casaria
com a mãe. Laio, horrorizado, ordenou que o filho fosse
abandonado no bosque, com os tornozelos amarrados por uma
corda. Um pastor encontrou a criança ainda com vida e levou-a
a Corinto, onde foi adoptada pelo rei Políbio.
Já adolescente, Édipo ouviu também a profecia do oráculo
e, acreditando-se filho de Políbio, fugiu de Corinto para
escapar ao destino. No caminho, encontrou um ancião
acompanhado de vários servos. Desentendeu-se com o
viajante e matou-o, sem saber que era seu verdadeiro pai, Laio.
Ao chegar a Tebas, Édipo encontrou a cidade desolada. Uma
esfinge às portas da cidade propunha aos homens um enigma
e devorava os que não conseguiam decifrá-lo. A rainha viúva,
Jocasta, prometera casar-se com quem libertasse a cidade
desse monstro. Édipo decifrou o enigma e casou-se com sua
mãe, consumando a profecia.
Desse matrimónio nasceram quatro filhos: Etéocles, Polinice,
Antígona e Ismene. Passado o tempo, uma peste assolou Tebas e
o oráculo afirmou que só vingando-se a morte de Laio a peste
cessaria. As investigações que se seguiram e as revelações do
adivinho Tirésias demonstraram a Édipo e Jocasta a tragédia de
que eram protagonistas. A rainha matou-se e Édipo vazou os
próprios olhos e abandonou Tebas, deixando seu cunhado
Creonte como regente. Acolhido em Colona, perto de Atenas,
graças
à
hospitalidade
do
rei
Teseu,
Édipo
morreu
misteriosamente num bosque sagrado e converteu-se em herói
protector da Ática. A maldição de Édipo transmitiu-se a seus
filhos, que tiveram igualmente destino trágico.
A tragédia de Édipo ilustra a impossibilidade do homem
lutar contra o destino, valor situado na base da mentalidade
grega, formada sob a égide da mitologia até o advento da
filosofia. Das numerosas obras para teatro baseadas no
mesmo mito destacam-se, entre os romanos, o Édipo de
Sêneca e, entre os clássicos, a tragédia publicada por Corneille
em 1659. No século XX, o compositor russo Igor Stravinski
criou o oratório Édipo rei e os escritores franceses André Gide
e Jean Cocteau retomaram o mito em obras literárias.
Luís Soares
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O Teatro (7º ano de escolaridade)