ETNOLOGIA E ETNOGRAFIA
Um análise antropológica acerca das culturas humanas
ANTROPOLOGIA
 Antropologia é uma ciência que se dedica ao estudo
aprofundado do ser humano. É um termo de origem grega,
formado por anthropos (homem, ser humano) e logos
(conhecimento).
 Antropologia é a ciência que estuda o homem e as
implicações e características de sua evolução física
(Antropologia biológica), social (Antropologia Social), ou
cultural (Antropologia Cultural).
 Esta é uma ciência tardia que surgiu, ou se consolidou, em
meados do século XIX com as descobertas de Charles
Darwin e sua teoria evolucionista. O homem não era mais
fruto da criação divina, então passa-se a questionar sua
origem.
O conceito de cultura
 ETNOGRAFIA: Refere-se à parte prática, tem por objetivo descrever as
sociedades humanas por meio da pesquisa de campo. (dimensão empírica)
 ETNOLOGIA: refere-se à formulação teórica, dos estudos elaborados através da
comparação dos dados recolhidos em campo. (dimensão especulativa e
comparativa)
 Atualmente, entendemos a cultura como toda a complexidade da criação
humana, seus elementos materiais e não materiais. Ela é particular e se difere
de civilização para civilização. Porém, nem sempre tivemos esta noção de
cultura, como vemos nos exemplos abaixo:
 Uso do termo BÁRBARO
 CHOQUES - EUROPEUS e o “NOVO MUNDO”
 Carta de Pero Vaz de Caminha.
 IMPÉRIO DE ALEXANDRE, o grande.
 Viagens de Marco Polo
 Catequização jesuíta
Qual seria a natureza dos nativos?
 Os nativos seriam bons ou ruins por natureza?
 BARTOLOMÉ DE LAS CASAS
Para ele os nativos tinham elementos culturais e organização politica e
social semelhantes ou até superiores aos europeus.
 JUAN GUINÉS DE SEPULVEDA
Acreditava que os nativos eram seres inferiores, servos por natureza, algo
próximo das ideias de Aristóteles na Grécia Antiga.
 THOMAS HOBBES
o homem em estado de natureza seria ruim, egoísta e ganancioso.
“o homem é o lobo do homem”
 JEAN JACQUES ROUSSEAU
Acreditava na ingenuidade e essência pura do homem em estado de
natureza, os males vivenciados pelos homens seriam consequências da
vida em sociedade.
“mito do bom selvagem”
Etnologia
 Método comparativo
 LEWIS MORGAN - EUA
 Sociedade Primitiva
 Defendia a existência de um paralelismo entre as civilizações. Todas seguiriam um
certa linha evolutiva, passando por estágios que, necessariamente, deveriam ser
percorridos.
 Método histórico
 FRANZ BOAS - EUA
 Boas ainda considerava a sociedade europeia superior, porém insistia que todos os
povos poderiam atingi-la. O que importava para ele era a ideia de que todos os
grupos étnicos são dotados das mesmas capacidades mentais básicas.
 BRONISLAW MALINOWSKI - POLÔNIA
 Uma sociedade só pode ser compreendida se for estudada como uma totalidade
dotada de sentido, ou seja, se for estudada de dentro para fora, partindo da sua
dinâmica. Não se deve comparar culturas, cada uma tem sua lógica, sua essência.
 Princípios do método de análise: 1-rigor científico, 2- pesquisa de campo, 3-registro
minucioso dos dados coletados.
OS MITOS
 Tratam-se de narrativas sacras, de caráter religioso,
envolvendo seres sobrenaturais, com o objetivo de explicar
certos fenômenos da realidade. É uma narrativa de
criação, ela relata de que modo algo foi produzido.
 Instigam a reflexão diante da existência
 Exercem uma função social dentro do grupo, garantir a
manutenção da ordem social vigente
 Trazer uma cosmologia, explicação sobre origem do
universo
 Enriquecimento, educação e realização espiritual
MITOS
 O mito não pode ser considerado uma fantasia, pois
não agrega apenas elementos do imaginário, há
elementos naturais (reais) e sobrenaturais.
 Para Malinowski ele reforça as tradições, dando a elas
valor e prestígio. É matéria-prima para o surgimento de
religiões.
 Para Lévi-Strauss faz parte da HISTÓRIA de um povo,
mas é diferente dela, pois é estático, enquanto a
História é um sistema aberto.
 Mitos brasileiros: mula-sem-cabeça, Saci-Pererê,
curupira, lobisomem, cuca, boitatá, Iara e etc.
MITO – ÉDIPO REI
 Laio, Rei de Tebas e marido de Jocasta, amargurado por não ter filhos, decidiu
consultar o Oráculo, tendo-lhe, este, advertido que filho que gerasse havia de o
assassinar. Apesar das advertências, Jocasta engravida e Laio, quando o bebé
nasceu, ordenou a um servo que o pendurasse pelos pés numa árvore, para que este
morresse. Daí o nome Édipo (que significa pés inchados).
O servo, desrespeitando as ordens, colocou a criança num cesto e jogou-a ao rio,
acabando este, por ser resgatado por um rei duma terra distante, que o elegeu
como seu filho. Este, já homem, também consultou o Oráculo, o qual o aconselhou a
evitar a sua pátria, pois iria ser o assassino de seu pai e marido de sua mãe.
Pensando-se filho de Pôlibo e Mérope, reis de Corinto, Édipo decidiu partir rumo a
Tebas. No meio de uma encruzilhada, deparou-se com um velho com o qual
manteve uma discussão acabando por matá-lo. Chegado a Tebas decifrou o
enigma da Esfinge (monstro com cabeça de mulher e corpo de leão), que
impossibilitava a entrada na cidade, e como nunca ninguém o havia decifrado, a
Esfinge jogou-se ao mar, tendo Édipo libertado a cidade da sua maldição. Creonte,
irmão de Jocasta, havia prometido a mão desta a quem libertasse a cidade da
Esfinge, ganhando assim, Édipo, o direito a casar com Jocasta, agora viúva.
Casaram, Édipo foi proclamado Rei e tiveram dois filhos e duas filhas, reinando sem
grandes dificuldades, até ao dia em que se instala a peste na cidade e Édipo decide
consultar o Oráculo, que lhe refere que a peste cessaria quando fosse expulso o
assassino de Laio. Édipo dispôs-se a encontrá-lo, mas quando se apercebeu que ele
próprio fora o assassino de seu pai, e vendo que apesar de fugir contra a profecia
esta acabou por se realizar, arrancou os olhos e deixou a sua pátria
MITO DO BAOBÁ
O criador em primeiro lugar fez uma árvore chamada baobá. Essa árvore foi criada na
África. Por ser feita primeiro, para o criador ela era a mais bela. Um dia baobá estava
parado e observou que havia água do seu lado, só que a água estava parada como
um espelho e baobá conseguiu se ver. Quando baobá acabou de se olhar na água,
rapidamente olhou ao seu redor e viu que as outras árvores eram bem diferentes dele.
Quando reparou isso, foi reclamar com o criador. ―Criador! Por que sou tão diferente
das outras?―Você não é diferente, você é muito bonito!―Mas bem que o senhor podia
me dar cabelos mais floridos e folhas maiores. ―Mas para mim você é perfeito. O
criador já não aguentava mais ouvir o baobá falar! E disse: ―Não aguento mais, você
está me irritando! ―Pegou o baobá e plantou de novo. Só que dessa vez de cabeça
para baixo.
Reflexão
 Qual é a relação entre Mito e Sociedade?
 Qual é a importância do mito na história das civilizações?
 Que funções sociais o mito desempenha?
 Qual é a diferencia entre mito e religião?
 O que os mitos brasileiros tem a dizer sobre nossa
identidade?
 É importante conhecermos os mitos africanos e indígenas?
Porque?
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