Abuso Sexual Infantil
Apresentação: Nuno Pinto e Rita Coelho
Grupo de Estudos do Trauma
Abuso Sexual Infantil (ASI):
a) Comportamentos sexuais
impostos a uma criança (0-16) de
forma forçada ou coerciva
(pornografia infantil ou produção de
imagens de cariz lascivo/erótico);
b) Actividade sexual entre uma
criança e uma pessoa muito mais
velha (>5 anos), forçada ou não.
Enquadramento da intensidade do ASI em 3
Diferenciais (sliders):
1) Diferencial de poder (grau de controle e força
do agressor sobre a vítima)
2) Diferencial de conhecimento (grau de
compreensão sofisticada do acto e grau de
desenvolvimento do agressor em relação à vítima)
3) Diferencial de gratificação (gratificação
sexual do agressor vs. gratificação sexual de ambos)
A gravidade do abuso sexual aumenta na medida em
que o abusador tem mais poder, mais conhecimento e
mais gratificação do que a vítima.
A gravidade do trauma psicológico gerado
pelo ASI depende dos Diferenciais mas
também de:
• Um acto isolado ou continuado
• A idade da criança
• Uma relação de vinculação entre a criança
•
e o abusador
O grau de violação corporal
O impacto psicológico do ASI pode incluir
sintomas geralmente associados à PPST.
Modelo da Dinamica Traumagénica (=com génese no trauma)
sugere 4 dimensões fundamentais do trauma na vítima de ASI:
1) Sexualização traumática – Início de vida sexual muito cedo e
comportamentos hipersexualizados ou evitamento da vida
sexual e encontros sexuais negativos.
2) Traição – A quebra de confiança na relação parental; raiva e
passagem ao acto; dificuldades nos relacionamentos futuros.
3) Estigmatização – Sentimentos de culpa e crenças centradas na
ideia que os outros culpam a vítima pelo abuso e pelas
consequências da divulgação às autoridades.
2+3) As crenças e os sentimentos ligados à Traição e à
Estigmatização podem ser expressos ou suportados através de
comportamentos autodestrutivos e de risco como:
automutilação; tentativas de suicídio; abuso de substâncias.
4) Impotência – Sentimentos de vulnerabilidade e desamparo que
podem levar à crença que se é impotente para evitar que as
pessoas poderosas violem e destruam, levando a
comportamentos de evitamento e dissociação como fobias,
desordens alimentares e revitimização.
Sequelas da ASI na idade adulta:
Deficiências de desenvolvimento;Depressão;
Alexitímia; PPST; Disfunção sexual;
Distúrbios alimentares; Abuso de
substâncias; Desalojamento (sem-abrigo);
Dificuldades nas relações interpessoais;
Promiscuidade; Evitamento de intimidade
física; Revitimização; Retraumatização.
Referência Bibliográfica
Rao, A., Reyes, G., Ford, J. D. (2008). Abuse, Child Sexual.
In G. Reyes, J.D. Elhai, J.D. Ford, The Encyclopedia of
Psychological Trauma (pp.4-12). New Jersey: Wiley
Apresentação:
Nuno Pinto - [email protected]
Rita Coelho - [email protected]
Grupo de Estudos do Trauma
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Abuso Sexual Infantil (ASI): a) Comportamentos