QUAIS SÃO AS
CONDIÇÕES DIDÁTICAS DA
ESCRITA?
DER MIRANTE DO PARANAPANEMA
Projeto Recuperação Paralela
Abril 2011
OBJETIVO
 IDENTIFICAR a escrita e a leitura como
conteúdo de aprendizagem, reconhecendo
as dificuldades que os alunos encontram no
exercício autônomo dessa prática e as
condições necessárias para avançar e
desenvolver a tão desejada proficiência,
fundamental para a continuidade dos
estudos, na sala regular e no Projeto
Recuperação Paralela.
BIRUTA
BIOGRAFIA
 Quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do
Rosário Silva Jardim de Moura, nasce na capital paulista, em
19 de abril de 1923, Lygia de Azevedo Fagundes, na rua
Barão de Tatuí. Seu pai, advogado, exerceu os cargos de
delegado e promotor público em diversas cidades do interior
paulista (Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga),
razão porque a escritora passa seus primeiros anos da infância
mudando-se constantemente. Acostuma-se a ouvir histórias
contadas pelas pajens e por outras crianças. Em pouco tempo,
começa a criar seus próprios contos e, em 1931, já
alfabetizada, escreve nas últimas páginas de seus cadernos
escolares as histórias que irá contar nas rodas
domésticas. Como ocorreu com todos nós, as primeiras
narrativas que ouviu falavam de temas aterrorizantes, com
mulas-sem-cabeça, lobisomens e tempestades.
Seu pai gostava de frequentar casas
de jogos, levando Lygia consigo
"para dar sorte". Diz a escritora: "Na
roleta, gostava de jogar no verde. Eu,
que jogo na palavra, sempre preferi o
verde, ele está em toda a minha
ficção. É a cor da esperança, que
aprendi com meu pai."
 Em 1936 seus pais se separam, mas não se
desquitam.
 No ano seguinte termina o curso fundamental
no Instituto de Educação Caetano de Campos,
na capital paulista. Ingressa, em 1940, na
Escola Superior de Educação Física, naquela
cidade. Ao mesmo tempo, frequenta o curso
pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de
Direito do Largo do São Francisco. Inicia-o em
1941, frequentando as rodas literárias, nas
quais conhece Mário e Oswald de Andrade,
entre outros, e integra a Academia de Letras da
Faculdade, colaborando com os Jornais Arcádia
e Balança








Casa-se com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., seu professor na Faculdade de Direito que, na
ocasião,1950, era deputado federal. Muda-se, em virtude desse fato, para o Rio de Janeiro, onde funcionava
a Câmara Federal.
Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começa a escrever seu primeiro romance, Ciranda de pedra.
Na fazenda Santo Antônio, em Araras - SP, de propriedade da avó de seu marido, para onde viaja
constantemente, escreve várias partes desse romance. Essa fazenda ficou famosa na década de 20, pois lá
reuniam-se os escritores e artistas que participaram do movimento modernista, tais como Mário e Oswald de
Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Mafaldi e Heitor Villa-Lobos.
Maria do Rosário, sua mãe, falece em 1953 e, no ano seguinte, nasce seu único filho, Goffredo da Silva
Telles Neto. As Edições O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, lançam Ciranda de pedra.
Seu livro de contos, Histórias do desencontro, é publicado pela editora José Olympio, do Rio de Janeiro, e
é premiado pelo Instituto Nacional do Livro, em 1958.
Em 1960 separa-se de seu marido Goffredo e, no ano seguinte, começa a trabalhar como procuradora do
Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
Dois anos depois lança, pela editora Martins, de São Paulo, seu segundo romance, Verão no aquário.
Passa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes e começa a escrever o romance As meninas, inspirado no
momento político por que passa o país.
Em 1964 e 1965 são publicados seus livros de contos Histórias escolhidas e O jardim selvagem,
respectivamente, pela editora Martins.
Seu livro de contos Antes do baile, publicado pela Bloch, do Rio de Janeiro, em 1970, recebe o Grande
Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França.
 O lançamento, em 1973, pela José Olympio, de seu terceiro romance, As
meninas, é um sucesso. A escritora arrebata todos os prêmios literários de
importância no país: o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o
Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o de "Ficção" da Associação
Paulista de Críticos de Arte.
 Seminário de ratos, contos, é publicado em 1977 pela José Olympio e
recebe o prêmio da categoria Pen Club do Brasil. Nesse ano participa da
coletânea Missa do Galo: variações sobre o mesmo tema, livro organizado
por Osman Lins a partir do conto clássico de Machado de Assis. Integra o
corpo de jurados do Concurso Unibanco de Literatura, ao lado dos
escritores e críticos literários Otto Lara Resende, Ignácio de Loyola
Brandão, João Antônio, Antônio Houaiss e Geraldo Galvão Ferraz.
 Em 1978 a editora Cultura, de São Paulo, lança Filhos pródigos. Essa
coletânea de contos seria republicada a partir de 1991 sob o título A
estrutura da bolha de sabão. A TV Globo leva ao ar um Caso Especial
baseado no conto "O jardim selvagem".
 Sua editora no período de 1980 até 1997, a Nova Fronteira, do Rio de
Janeiro publica A disciplina do amor. No ano seguinte lança Mistérios,
uma coletânea de contos fantásticos. A TV Globo transmite a telenovela
Ciranda de pedra, adaptada de seu romance.
 1989 é o ano de lançamento de seu romance As horas
nuas. Recebe a Comenda Portuguesa Dom Infante
Santo. Em 1990 seu filho, Goffredo Neto, realiza o
documentário Narrarte, sobre a vida e a obra da
mãe. Em 1991 aposenta-se como funcionária pública.
 Participa da Feira o Livro de Frankfurt, na Alemanha, em
1994, e lança, no ano seguinte, um novo livro de contos,
A noite escura e mais eu, que ganhou os prêmios de
Melhor livro de contos, concedido pela Biblioteca
Nacional; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e
Prêmio APLUB de Literatura.
 Seu livro Invenção e Memória foi agraciado com o
Prêmio Jabuti, categoria ficção, em 2001. Em 2005,
recebe o Prêmio Camões, o mais importante da
literatura em língua portuguesa.
 Obras da Autora: Contos, Romances, Antologias,
Crônicas, entre outras.
LEITURA DO TEXTO
 Conto
 Biruta
 Autora: Lygia Fagundes Telles
RECONTO
características da linguagem escrita,
por meio do reconto oral - como se
fosse o autor do texto.
PLANEJAMENTO DA ESCRITA
C 1:
C 2:
C 3:
C 4:
C 5:
C 6:
REESCRITA EM DUPLA
REVISÃO
ANÁLISE DE TEXTO BEM
ESCRITO
RODA DE LEITURA
LEITURA
ANTES
DURANTE
DEPOIS
ISABEL SOLÉ
as estratégias de leitura são procedimentos
de ensino, então, é preciso ensinar
estratégias para a compreensão de textos.
Estas não amadurecem, nem se
desenvolvem.
Ensinam-se e se aprendem.







ESTRATÉGIAS DE LEITURA
São os recursos que todos os leitores, tanto os
iniciantes como os competentes, usam para produzir
sentido enquanto lêem um texto ou para descobrir
sobre o escrito.
São de natureza procedimental, o que significa que
são constituídas e desenvolvidas em situações de
uso. Quanto mais atos de leitura e escrita os
alunos realizam, mais eles avançam os seus
conhecimentos sobre a própria leitura e sobre a
escrita.
As estratégias de leitura são:
Seleção
Antecipação
inferência
verificação.
Antes da leitura

Ao ler literatura, mobilizamos nossas experiências
para desfrutarmos o texto e apreciarmos os
recursos estilísticos selecionados pelo autor.
Observando um livro, numa rápida leitura
"inspecional", podemos antecipar algumas das
informações que iremos encontrar no texto.
-Observar indicadores como título, capas, ilustração,
sumário, autor, gênero etc.
Apresentar informações que o autor do texto
pressupõe que os leitores virtuais tenham, mas que
supomos que nossos alunos ignorem.
Estimular os alunos a explicitar os conteúdos que
esperam encontrar no texto a partir dos índices
levantados.
Durante a leitura

Os objetivos que o leitor tem com a leitura
mobilizam diferentes estratégias de abordagem do
texto.
Algumas "dicas" de um leitor mais experiente
podem ser valiosas para ajudar um leitor iniciante a
construir os sentidos do texto.
-Estimular a compreensão global do texto em
contextos de leitura autônoma ou compartilhada, a
partir da observação de indicadores como o léxico, a
situação enunciativa, as conexões entre os
enunciados, as relações intertextuais etc.
-Identificar a organização composicional do gênero a
que pertence o texto.
Depois da leitura
 Pode-se ou não se emocionar com um texto; pode-se ou não gostar de
um texto; pode-se ou não concordar com o quadro de valores
sustentados ou sugeridos pelo texto ou por suas leituras.
 Para uma melhor compreensão da obra, assim como para a
problematização dos temas sugeridos pelo texto, nada melhor do que
trocar impressões com outros leitores.
-Estimular paráfrases do texto lido.
-Apreciar os recursos expressivos selecionados pelo autor.
-Identificar os valores e as crenças veiculados no texto e refletir a
respeito deles.
-Identificar a posição do autor e refletir a respeito dela.
-Promover o debate democrático em torno de questões polêmicas.
-Estabelecer relações com outros textos, filmes etc.
-Ampliar as referências dos leitores estimulando a pesquisa de
informações complementares, a produção de outros textos ou, ainda,
outras produções criativas que contemplem as múltiplas linguagens
artísticas.
Condições didáticas para a produção
de texto
 condições didáticas, definindo o tema, o gênero
textual, quem será o leitor e qual a finalidade
comunicativa do trabalho.
 é preciso garantir as respostas a três condições
didáticas:
 O que será escrito (ou qual o conteúdo e o
gênero do texto)?
 Para quê (ou qual é sua função comunicativa)?
 Para quem (o destinatário)?
Condições de produção
CONTEXTO DE PRODUÇÃO
GÊNERO
1. Finalidade (convencer, relatar,
explicar, informar...)
Conteúdo temático (o que é
2. Interlocutores e seus papéis possível ser dito por meio do
sociais (pai, mãe, professor, gênero)
aluno, jornalista...)
Forma
composicional
3. Lugar de circulação do texto (organização geral dos gêneros)
(escola,
imprensa,
televisão,
internet, academia, no meio Estilo (marcas lingüísticas e
literário...)
seleção de recursos que o
caracterizam)
4. Portador - onde será publicado
(livro, jornal, revista...)
APRECIACÃO
 A capacidade de apreciação e réplica se refere a um nível mais
elaborado de leitura: um momento em que o leitor dialoga com o
texto lido. Para tal, é necessário que o leitor recupere as condições
de produção do texto. Em que momento histórico o autor o
escreveu, com qual finalidade, em que veículo e esfera de atividade
humana circulou, são algumas das perguntas que recuperam o
contexto de produção e auxiliam o leitor a compreender melhor os
sentidos do texto. Neste nível de leitura, o leitor também estipula
metas em relação a ela: a definição do objetivo determina a
apreciação que pode ser ética, política, estética ou afetiva. Em
outras palavras, é o objetivo da leitura que vai nos permitir apenas
gostar ou não do texto lido ou desenvolver uma crítica e uma réplica
em relação à posição assumida pelo autor.
RECONTO X CONTO
RECONTO
 s.m. Ato de recontar, de
contar de novo, de narrar.
Narrativa com o máximo
de fidelidade possível,
conservando tempo e
personagens.
 Possibilitar a apropriação
das características da
linguagem escrita, por
meio do reconto oral
―como se fosse o autor
do texto.
 CONTO
 contar história (v.)
conversar
REESCRITA
 CONTEÚDO TEMÁTICO
(já está dado)
 CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO
(já está dado)
 ASPECTOS TEXTUAIS
(Serão mobilizados)
 COMPREENSÃO DO SISTEMA E ORTOGRAFIA
(Serão mobilizados)
 Possibilita a apropriação das características da
linguagem escrita referentes ao léxico, organização
sintática, coesão e coerência textuais e progressão
temática, assim como de procedimentos de escritor:
planejamento, revisão processual e final.
TEXTO DE AUTORIA
Possibilita ao aluno a produção de textos
na qual se articulem produção temática e
textual. Onde ele precisa mobilizar:
CONTEÚDO TEMÁTICO
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO
ASPECTOS TEXTUAIS
COMPREENSÃO DO SISTEMA E
ORTOGRAFIA
REVISÃO DE TEXTO
A revisão em processo e a final são passos
fundamentais para conseguir de fato uma boa
escrita.
O objetivo do aluno ao fazer a revisão de texto
é conseguir que ele
comunique bem suas ideias e se ajuste ao
gênero.
Isso tem de ser feito
tanto durante a produção como ao fim dela
 A revisão não consiste em corrigir apenas
erros ortográficos e gramaticais, como se
fazia antes, mas cuidar para que o texto
cumpra sua finalidade comunicativa.
 Um escritor proficiente, no entanto, não faz
a revisão só no fim do trabalho.
 Durante a escrita, é comum reler o trecho já
produzido e verificar se ele está adequado
aos objetivos e às ideias que tinha intenção
de comunicar – só então planeja- se a
continuação.
 E isso é feito por todo escritor profissional.
REVISÃO COLETIVA
 Verifique quais os problemas mais
freqüentes nas produções da turma e
escolha as mais representativas. O exercício
se torna mais eficaz se você focalizar um
aspecto de cada vez: coesão ou pontuação
ou ortografia, por exemplo.
 Na hora da revisão coletiva, transcreva o
texto no quadro-negro, mostre-o em
transparências ou entregue cópias para
todos. Oriente a turma sobre que aspectos
precisam ser melhorados naquele momento.
 São atividades de análise do texto produzido pelos alunos, buscando ajustá-lo
ao contexto de produção e demais conteúdos discursivos, textuais,
pragmáticos, gramaticais e notacionais anteriormente discutidos.
Considerações importantes:
 a) selecionar conteúdos específicos para fazer a revisão. A revisão de todos
os aspectos implicados pode resultar improdutiva, dada a complexidade da
articulação de diferentes aspectos;
 b) considerar, em revisões futuras, aspectos que podem ir sendo articulados,
paulatinamente;
 c) organizar a revisão nos três momentos de agrupamento: coletivo maior,
grupo/duplas, individual;
 d) quando organizados em duplas, os dois alunos devem revisar um texto,
primeiro, indicando aspectos que precisem de ajustes, e, depois, o outro texto;
após a indicação dos aspectos a serem ajustados, cada aluno reescreve seu
texto;
 e) no processo de revisão, tomar como critério os relativos a:
1. adequação do texto ao contexto de produção;
1. adequação do textos aos aspectos textuais, gramaticais e notacionais
discutidos em aulas anteriores.
Analise de texto bem escrito
RODA DE LEITURA
Possibilitar a socialização das leituras
realizadas de maneira independente, com
a finalidade de observar comportamentos
leitores já construídos pelos alunos e, ao
mesmo tempo, ampliar seu repertório por
meio da explicitação dos comportamentos
de todos.
DUPLA CONCEITUALIZACÃO
aprendizados simultâneos: sobre o objeto de ensino e sobre as condições
didáticas para ensiná-lo





 A dupla conceitualização envolve duas etapas principais.
Na primeira, o coordenador propõe uma atividade desafiadora para os
professores. O objetivo é fazer com que eles vivenciem a situação de
aprendizagem e identifiquem os conhecimentos que estão em jogo para
ensinar determinado conteúdo.
Se o tema da formação é o desenvolvimento da competência escritora,
é possível propor ao grupo a produção de um texto e, durante o
processo, fazer as intervenções necessárias usando os procedimentos
envolvidos na construção textual, como o planejamento e a revisão.
“Durante essa fase, o formador pode reconceitualizar os conteúdos,
tornando observável o que os professores têm de ensinar. No caso da
escrita, as intervenções devem mostrar que o conteúdo em jogo não é
uma fórmula para ensinar e produzir os diferentes gêneros, mas a
construção de competências leitoras e escritoras no aluno
Com base na atividade feita pelo grupo, ele promove uma discussão
sobre as condições proporcionadas para realizá-la, a maneira como foi
feito o planejamento, as intervenções do coordenador e o motivo de
elas terem sido usadas – e levanta hipóteses sobre como ensinar
determinado conteúdo.
.
 Na segunda etapa, o formador mostra como ensinar. Com base na
atividade feita pelo grupo, ele promove uma discussão sobre as
condições proporcionadas para realizá-la, a maneira como foi feito o
planejamento, as intervenções do coordenador e o motivo de elas
terem sido usadas – e levanta hipóteses sobre como ensinar
determinado conteúdo.
 No fim, os professores devem ser capazes de planejar um plano de
aula ou uma sequência didática para os alunos dentro da
perspectiva estudada. “analisamos os procedimentos usados e as
intervenções feitas por mim que tinham ajudado na execução da
atividade. as situações de dupla conceitualização podem ser
adaptadas à reflexão sobre o ensino de qualquer disciplina desde
que sejam garantidas as duas etapas: a reconceitualização do
conteúdo e o modo de ensiná-lo”,
 estratégia na qual os professores primeiramente experimentam o
que é escrever um texto em determinado gênero, com destinatário
definido, reelaborando o conceito de escrita e, em seguida,
problematizam como ensinar este conteúdo
Download

OFICINA REESCRITA - diretoria de ensino região mirante do