A CONSULTA DO ADOLESCENTE
UNOESTE
Hebiatria
Drª Julia Kerr Catunda Machado
INTRODUÇÃO
• Adolescentes: ± 25% da população mundial
• Grupo mais vulnerável para diversos problemas de
saúde: abuso de drogas, gravidez, violência, DST, etc.
• O adolescente tem enorme capacidade de mudar
• Desvios não estão ainda tão fixados como no adulto
• Caráter transitório, evolutivo e reversível dos
problemas
• Identificar fatores protetores -> promovê-los
• Identificar fatores de risco -> afastá-los ou atenuá-los
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CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE
CRIANÇA
ADOLESCENTE
ADULTO
• Dependente dos cuidados do responsável
• O interlocutor é o acompanhante
• Dependência diminuindo
• Responsabilidade por si mesmo
aumentando
• É responsável por si mesmo
• É o próprio interlocutor
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CONSULTA MÉDICA DO ADOLESCENTE
Sigilo
Respeito
Confiança
VÍNCULO
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ATENDIMENTO AO ADOLESCENTE
• Visão Global de Saúde: anamnese completa,
abrangendo diversos aspectos
• Relação médico-paciente diferenciada: consulta é
realizada em dois momentos -> com e sem o
responsável. A ausência de acompanhante não pode
impedir a realização da consulta.
• Sigilo e Confidencialidade: artigo 74 do Código de
Ética Médica. Em todas as situações em que se
caracterizar a necessidade de quebra de sigilo o/a
adolescente deverá ser informado a respeito.
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ROTEIRO DE ATENDIMENTO
• Adolescente com Acompanhante:
– QD
– HPMA
– ISDA
• DUM
• Sono e Repouso
• Hábito Intestinal
–
–
–
–
Alimentação
Vacinas
AMP
AFH
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ROTEIRO DE ATENDIMENTO
• Adolescente sem Acompanhante:
– Habitação
• Estrutura e relacionamentos familiares
– Escola
• Desempenho, interesse
– Amigos e Atividades
• Quem são, o que fazem
• Atividades físicas, de lazer, trabalho / remuneração
– Drogas: lícitas e ilícitas, uso / experimentação
– Sexualidade: conhecimento, masturbação, atividade sexual
– Suicídio: humor, imagem corporal, projeto de vida
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EXAME FÍSICO
• Presença do acompanhante: escolha do adolescente
• Presença de outro profissional de saúde: escolha do
médico
• Explicar a importância de cada passo do exame físico
• Avaliar:
–
–
–
–
Peso, estatura, IMC (e respectivos gráficos), PA, FC, FR
Cabeça, pescoço, tórax, abdome
Pele (pesquisar acne), pilificação
Coluna (inspeção estática e dinâmica, identificação de
assimetrias e deformidades)
– Tanner, genitais, mamas
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PROGRAMAÇÃO DE CONSULTAS
• Rotina:
– Fase de estirão de crescimento: retorno cada 3 ou 4 meses
– Período de desaceleração: retorno cada 6 meses
• Avaliação do estágio de desenvolvimento de Tanner:
– Primeira consulta
– Depois a cada 6 meses até completar o desenvolvimento
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PRINCÍPIOS ÉTICOS
– Privacidade:
• não permissão de outrem no espaço da consulta
– Confidencialidade:
• acordo entre profissional da saúde e paciente de que as
informações discutidas durante e após a consulta não podem ser
passadas ao responsável sem a permissão do adolescente
– Sigilo:
• Artigo 74 do Código de Ética Médica
– Autonomia:
• Capítulo II, Artigo 17 do ECA
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Código de Ética Médica, artigo 74
• “É vedado ao médico:
• Revelar segredo profissional referente a paciente
menor de idade, inclusive a seus pais ou
responsáveis legais, desde que o menor tenha
capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se
por seus próprios meios para solucioná-lo, salvo
quando a não revelação possa acarretar danos ao
paciente.”
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ECA, Capítulo II
• “Art. 17. O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral
da criança e do adolescente, abrangendo a
preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.”
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QUEBRA DE SIGILO
• A quebra de sigilo é justificada nas situações em que
o profissional percebe que o adolescente não tem
condições de arcar sozinho com sua saúde ou se
conduz de forma a causar danos a si ou outras
pessoas. Exemplos:
–
–
–
–
–
Gravidez
AIDS
Percepção da idéia de suicídio ou homicídio
Drogadição
Recusa ao tratamento
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CONDUTA MÉDICA
• Diferenciar o normal do patológico
• Acompanhar crescimento/ desenvolvimento do
adolescente nas áreas física e emocional
• Estimular o jovem a se responsabilizar por seus
próprios cuidados
• Atuar na prevenção de:
–
–
–
–
Acidentes
Doenças: preveníveis (vacinas), DST/AIDS
Gravidez
Uso de drogas
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CONDUTA MÉDICA
• Diagnósticos orgânicos e psicológicos (ex.
comportamentos de risco para gravidez, etc.)
• Nunca alarmar o jovem quando alguma
anormalidade for constatada
• Usar linguagem simples e esclarecedora
• Proposta de tratamentos/encaminhamentos
• Harmonizar as queixas entre pais e filhos
• Valorizar o importante papel das famílias na
passagem da infância à adolescência
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
– Coates V. Atendimento Médico. In: Adolescência e Saúde
III. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. São Paulo:
Imprensa Oficial; 2008. p.382-7.
– Crespin J. Consulta Clínica. In: Coates V, Beznos GW,
Françoso LA,coordenadores. Medicina do Adolescente. 2ª
ed. São Paulo: Sarvier; 2003. p. 9-18.
– Reato LFN. A Consulta Médica. In: Manual de Atenção à
Saúde do Adolescente. Secretaria Municipal da Saúde. São
Paulo: UNI REPRO Soluções para Documentos Ltda; 2006.
p. 79-83.
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