PIBID- LETRAS PORTUGUÊS E COLÉGIO PADRE CHAGAS: O
TRABALHO COM A LEITURA DA HISTORIA POÉTICA NA
MUSICALIDADE DA DITADURA MILITAR
AlessandraAparecida da Silva (UNICENTRO – CAPES)
Kelly Garcia Gonçalves (UNICENTRO – CAPES)
Leiliane Camargo da Luz (UNICENTRO – CAPES)
Eudetehe Gomes de Gechele (UNICENTRO – CAPES)
Patrícia de Fátima Melo(UNICENTRO – CAPES)
Marileusa Terezinha Pulga (COLÉGIO PADRE CHAGAS – CAPES)
Luciana Fracasse (Orientadora/UNICENTRO – CAPES)
Resumo:
O presente trabalho destina-se a um esboço das primeiras atividades realizadas pelo subprojeto PIBID
Letras-Português, desenvolvido na Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), campus
Santa Cruz, em parceria com o Colégio Estadual Padre Chagas, Guarapuava-PR, a partir de março de
2014. O PIBID, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, é uma possibilidade de
aperfeiçoamento, reflexão e crescimento para os acadêmicos que estão em formação inicial, nos cursos
de licenciatura, pois é uma oportunidade para se vivenciar o cotidiano das escolas da Educação Básica
concomitantemente aos saberes que vão se construindo no espaço da universidade. Nesse contexto, os
acadêmicos que estão inseridos no subprojeto PIBID Letras-Português, têm realizado, no Colégio
Padre Chagas, junto com uma professora supervisora, as atividades de reconhecimento do espaço
escolar, conhecimento sobre a organização do Colégio, observações participativas, elaboração de
material didático e participação em projetos. Em específico, neste trabalho, será enfocada a
participação dos pibidianos no desenvolvimento do projeto Sarau Literário, o qual tem como objetivo
realizar a leitura da história poética e da musicalidade nos tempos da Ditadura Militar.
Palavras- Chave: subprojeto PIBID Letras-Português; leitura; Ditadura Militar.
SARAU LITERÁRIO:
A
LEITURA
DA
MUSICALIDADE DA DITADURA MILITAR
HISTÓRIA
POÉTICA
NA
A elaboração e realização do presente sarau, contando com a participação dos
acadêmicos pibidianos, tem o objetivo de se propiciar uma aprendizagem interativa e
significativa para alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médico, possibilitando o
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resgate de um período histórico distinto da sociedade brasileira, a Ditadura Militar, por meio
de apresentações e produções artísticas.
No atual contexto educacional, no qual os interesses antagônicos e particulares
prevalecem sobre os interesses públicos, é intrínseca a importância de se estudar momentos
cruciais como a Ditadura Militar no Brasil, sua presença é parte fundamental nas pesquisas
teóricas, sociológicas e qualitativas da educação. Para que haja maior compreensão de tal
momento na política, economia e sociedade brasileira nos educandos elaboramos,
conjuntamente, um Sarau Literário, como aporte didático e socializador de ensino.
O projeto tem por objetivo oportunizar e valorizar os talentos culturais de toda
comunidade escolar, dando maior ênfase à liberdade de expressão, à democracia e aos direitos
de cidadania plena em compilação ao sentido de pertença social. Ao perceberem-se oriundos
de uma época demarcada pelas mazelas sociais, pela luta de poder e por relações antagônicas
como a Ditadura, os discentes construirão em suas percepções, adentrando ao lócus em que
são inseridos, um conhecimento significativo. Nidelcoff (1987) salienta que a instituição
escolar precisa ser âmbito privilegiado para a apreensão do conhecimento histórico e
socialmente construído no cidadão, em vista de sua emancipação e liberdade intelectual e
social.
Partimos do pressuposto de que a possibilidade do aluno reconhecer os (des) caminhos
da sociedade por meio da sua “arte”, dos discursos que mais lhe aprovem, seja uma
metodologia eficaz, já que não estaremos analisando o contexto da Ditadura Militar em si
mesmo, mas sim, como mediação para a compreensão da sociedade, e ao mesmo tempo,
pretendendo demonstrar como a estrutura social determina, em grande parte, o sistema em
que estamos inseridos, já que somos seres sociais e tais relações parecem-nos próprias de
estudo.
Assim sendo, o Sarau Literário é constituído por recital de poesias, exposição de arte,
apresentações musicais e seção de cinema, imbuído com poetas, temáticas e músicos, cujas
manifestações, surgiram em protesto à ditadura, artistas como, Chico Buarque, Gilberto Gil,
Caetano Veloso, Paulo Leminski, Ana Cristina César. Também escritores, como os
respectivos, Baudelaire, Lima Barreto, Balzac, dentre tantos. Na acepção de Ribeiro e
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Carvalhal (2005), ao debatermos sobre temporalidades históricas e derradeiras do cenário
brasileiro, precisamos de metodologias pautadas em especificidades claras e coesas quanto à
maturidade intelectual dos receptores, daí, a proposta da festa literária aos alunos, com a
pesquisa e produção autoral.
Aquino e Villa (2004) discorrem sobre a importância da (re) produção da História
verdadeira de nosso país, as falácias governamentais, as desordens em diversas instâncias, o
monopólio da violência, propondo músicas e poesias que retratem os momentos da perda da
dignidade humana, incorporando as censuras e os castigos dispostos. Os respectivos
historiadores fazem a descrição da presença de Chico Buarque de Holanda, sua esperança por
um amanhã melhor, o que implicava em tensões políticas e sociais, tendo seu trabalho
censurado em vários momentos, o resgate dessas militâncias, o fervor preconizado em seus
escritos, implica numa reflexão e apreensão das cicatrizes enraizadas na contemporaneidade.
Ao questionarmos os discentes sobre as expectativas do Projeto, as respostas foram
pontuais em suas argumentações, acarretando a disposição de imagens impregnadas com
memórias externas e de seus pares, propondo um processo mais amplo, em que pessoas da
comunidade virão até o colégio, dispondo de sua vivência, tanto na época do regime militar,
como na perspectiva artística do Sarau.
Fernandes (1989) relata sua militância concomitante com os dilemas educacionais.
Para ele, subsidiar os alunos com as armas da educação, com os aportes de sua história, os
tornará donos de suas escolhas. A escola não transmite conhecimento, mas o constrói, se
estamos na ânsia de desbravar, juntamente com os discentes, as encruzilhadas da
conscientização, precisamos orquestrar uma nova dança, em que o compasso esteja
acompanhando das necessidades de cada e quaisquer educandos, enquanto passivos de
aprendizagem e mudança.
Nessa perspectiva, compreendemos a relevância da participação dos acadêmicos
pibidianos neste projeto, uma vez que este será um momento de apropriação da práxis dentro
da instituição escolar, lócus de reflexão e conhecimento das especificidades da profissão
docente, no qual as práticas de socialização e abordagens diferenciadas alicerçam e
solidificam o processo de teorizAÇÃO contemplado em sala de aula, ao termos a
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oportunidade de saírmos da mera disposição de fatos e teorias de cunho prescritivo, para a
concretização das realidades educacionais.
Referências
AQUINO, Maria Aparecida de; VILLA, Marco Antônio. Cantor e compositor colocou as
críticas ao regime militar em suas letras. Folha de São Paulo. São Paulo, 2014. Disponível
em:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/1432347-historiadores-comentam-suas-escolhassobre-as-musicas-dos-anos-da-ditadura.shtml. Acesso em: 26 agosto, 2014.
CARVALHAL, Juliana Pinto; RIBEIRO, Flávia Franchini. Alternativas Metodológicas para
o ensino da Ditadura Militar. Universidade Federal do Juiz de Fora, set. 2010. Disponível
em: http://www.ufjf.br/files/2010/04/artigo-2af.pdf
Acesso em: 26 agosto, 2014.
FERNANDES, Florestan. O dilema educacional. São Paulo: Cortez Editora: Autores
Associados, 1989.
NIDELCOFF. Maria Tereza. As ciências sociais na escola. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1987.
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