PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
CARLOS HENRIQUE DE SOUZA
EXERCÍCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
CAPACIDADES NEUROMOTORAS EM IDOSOS
Londrina
2015
CARLOS HENRIQUE DE SOUZA
EXERCÍCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
CAPACIDADES NEUROMOTORAS
EM IDOSOS
Cidade
ano
AUTOR
Relatório Técnico apresentado ao Centro de
Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade
Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre Profissional
em Exercício Físico na Promoção da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Denilson De Castro Teixeira
Londrina - Paraná
2015
CARLOS HENRIQUE DE SOUZA
EXERCÍCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES
NEUROMOTORAS PARA IDOSOS
Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, referente ao Curso de Mestrado
Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, Área e Concentração
Exercício Físico na Idade Adulta como requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre Profissional conferido pela Banca Examinadora:
_________________________________________
Prof. Dr. Denilson de Castro Teixeira
Universidade Norte do Paraná
_________________________________________
Prof. Dr. Vanessa Suziane Probst
Universidade Norte do Paraná
_________________________________________
Prof. Dr. Abdallah Achour Junior
(Membro Externo)
_________________________________________
Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes
Coordenador do Curso
SOUZA, Carlos Henrique. Exercícios para o desenvolvimento das capacidades
neuromotoras para idosos. 84. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em
Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da
Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2015.
RESUMO
As alterações biológicas decorrentes do processo de envelhecimento podem
levar o idoso a ter prejuízos na sua capacidade funcional, que por sua vez, pode
levá-lo à perda da sua independência física. A prática de exercícios físicos é
apontada como um dos principais recursos para a manutenção da funcionalidade
física, sobretudo exercícios que venham manter as capacidades neuromotras dos
idosos que estão relacionadas diretamente à manutenção da atividade funcional. Os
exercícios neuromotores, apesar de serem importantes para a manutenção da
capacidade funcional de idosos ainda são pouco trabalhados em programas de
exercícios para essa população. Com base nessas considerações, este trabalho tem
como objetivo desenvolver uma mídia para auxiliar profissionais de Educação Física
a prescreverem exercícios físicos para o desenvolvimento das capacidades
neuromotoras para a população idosa fisicamente independente. A mídia será
veiculada em DVD e incluirá exercícios para o desenvolvimento do equilíbrio
corporal, coordenação motora, tempo de reação e agilidade corporal. As estratégias
apresentadas contarão com exercícios individuais, em duplas e em grupos, com a
utilização de materiais alternativos e sempre que possível, de baixo custo.
Palavras-chave: Neuromotor. Exercício físico. Habilidades motoras. Idosos.
SOUZA, Carlos Henrique. Exercises for the development of neuromotor skills for
seniors. 84. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na
Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade
Norte do Paraná, Londrina. 2015.
ABSTRACT
The biological changes resulting from the aging process can lead the elderly to
take losses on their functional capacity, which in turn, can lead you to loss of physical
independence. The physical exercise is seen as one of the main resources for the
maintenance of physical functioning, especially exercises that will keep neuromotor
capabilities of elderly people who are directly related to the maintenance of functional
activity. Neuro-motor exercises, although they are important for the maintenance of
functional capacity of older people they are still little explored in exercise programs
for this population. Based on these considerations, this study aims to develop one
media to assist professionals of Physical Education to prescribe exercise for the
development of neuromotor abilities to physically independent elderly population. The
media will run on DVD and include exercises for the development of body balance,
coordination, reaction time and body agility. The strategies presented will have
performed individually, in pairs and in groups, with the use of alternative materials
and whenever possible, low cost.
Key words: Neuromotor. Physical exercise. Motor skills. Elderly.
Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7
2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................... 10
2.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO .......................................................................... 10
2.2 ENVELHECIMENTO E ALTERAÇÕES NA APTIDÃO FUNCIONAL ..................................... 14
2.3 EXERCÍCIO FÍSICO PARA IDOSOS ............................................................................ 16
2.4 CAPACIDADES NEUROMOTORAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ..................... 19
2.4.1 EXERCÍCIOS NEUROMOTORES ........................................................................ 22
2.4.1.1 Equilíbrio .................................................................................................. 22
2.4.1.2 Tempo de Reação ................................................................................... 24
2.4.1.3 Agilidade .................................................................................................. 24
2.4.1.4 Coordenação Motora ............................................................................... 25
3. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 27
3.1 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DA MÍDIA. .............. 27
3.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 27
3.3 ELABORAÇÃO E SELEÇÃO DOS EXERCÍCIOS ........................................................... 27
3.3.1 Exercícios de equilíbrio ............................................................................... 28
3.3.2 Exercícios para Coordenação Motora ........................................................ 28
3.3.3 Exercícios de Tempo de Reação ............................................................... 28
3.3.4 Exercícios de Agilidade Corporal ............................................................... 28
3.4 CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAL PARA A FILMAGEM DOS EXERCÍCIOS ..................... 28
3.5 SELEÇÃO DE IDOSOS PARA A FILMAGEM DOS EXERCÍCIOS ....................................... 28
3.6 EDIÇÃO DO MATERIAL E FORMATAÇÃO DO PRODUTO ............................................... 29
3.7 REGISTRO DO MATERIAL E CARTÓRIO .................................................................... 30
3.8 APRESENTAÇÃO DOS DVDS .......................................................................... 31
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 70
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 71
APÊNDICE A – ARTIGO CIENTÍFICO ...................................................................... 76
APÊNDICE B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ...................... 97
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........... 98
APÊNDICE D – TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO CIENTÍFICO........... 100
7
1. INTRODUÇÃO
As
mudanças
biológicas
decorrentes
do
processo
de
envelhecimento e do estilo de vida, como a redução da massa muscular e óssea,
diminuição da capacidade cardiorrespiratória e redução da rede neural, podem
trazer prejuízos à capacidade funcional do indivíduo idoso. Isto porque, essas
alterações, que acontecem de maneiras diferentes, dependendo do sistema
corporal, de fatores genéticos e estilo de vida, podem ultrapassar o limite da
normalidade e serem acentuadas a ponto de provocar as incapacidades
precocemente.
A literatura científica há muito tempo reforça a posição de destaque
do exercício físico como um importante recurso para minimizar essa degeneração,
constituindo-se
em
prática
obrigatória
para
uma
bem-sucedida1.
velhice
Considerando esse contexto, pesquisas científicas têm oferecido condições para
que o planejamento de programas e prescrições de exercícios físicos para essa
população, estejam em constante evolução, na busca por intervenções mais
atrativas e eficientes. Uma das modalidades que há pouco tempo vem se
posicionando como ferramenta importante é a dos exercícios resistidos, até então,
pouco praticada por idosos, isto porque, quase não eram recomendados por
profissionais da área médica, por serem associados ao treinamento de fisiculturistas,
envolvendo assim preconceitos e desconhecimentos sobre as diferentes formas de
treinamento e seus benefícios 2. Com a evolução do conhecimento científico da
área, essa prática, é reconhecida atualmente, como uma das mais importantes
intervenções para a preservação da funcionalidade física do idoso
Semelhantemente
ao
treinamento
resistido,
3,4
.
observa-se
na
atualidade, que exercícios de habilidades motoras voltados para a manutenção e
melhora das capacidades neuromotoras, como equilíbrio, tempo de reação,
agilidade corporal e coordenação motora, ainda são pouco trabalhados nos
programas de exercícios físicos para idosos. Normalmente as intervenções se
pautam quase que exclusivamente em conteúdos voltados à aptidão física
relacionada à saúde como a força muscular, a capacidade cardiorrespiratória e a
flexibilidade. Diferentemente dos fatores que levaram à falta de indicação da prática
da musculação no passado, a pouca utilização dos exercícios neuromotores nos
programas de exercícios físicos para idosos parece estar mais relacionada ao fato
8
de ser uma área de pesquisa mais recente dos que os exercícios físicos voltados à
aptidão física relacionada à saúde e, consequentemente, por suas recomendações,
feitas por órgãos e instituições competentes, também serem mais recentes.
Sem desconsiderar a importância das capacidades voltadas à aptidão
física relacionada à saúde para a aptidão física e funcional do idoso, a inserção nos
programas de exercícios físicos de atividades para o desenvolvimento das
capacidades neuromotoras tem se mostrado necessária. Estudos têm demonstrado
que exercícios para o treinamento de habilidades motoras estão associados à
melhora no equilíbrio, redução de quedas, melhora na atividade cognitiva e na
atividade funcional
5,6,7
. Mais recentemente, as recomendações do American College
8
of Sports Medicine para a prática de atividade física e exercício físico para adultos e
a específica para idosos, publicada em 2009, sugerem a inclusão de atividades
neuromotoras em programas de exercícios físicos para pessoas mais velhas,
principalmente as que possam auxiliar na manutenção do equilíbrio e na prevenção
de quedas.
As quedas são consideradas uma das maiores ameaças à saúde e
qualidade de vida do idoso por terem forte associação com as morbidades,
incapacidades e mortalidade. A incidência de quedas na população de idosos
aumenta com o avançar da idade9 e os estudos conduzem a conclusões pouco
animadoras com relação a elas, indicando que trinta por cento dos idosos com mais
de 65 anos de idade caem pelo menos uma vez ao ano
10
sendo, aproximadamente
os mesmos 30% destas quedas resultando em uma lesão que requer atenção
médica. As quedas também são responsáveis diretas pelas fraturas, cerca de 10%,
alimentando em 90% as estatísticas de aumento de fraturas do quadril, situação,
que segundo Suzuki12, representa a sexta maior causa de mortes entre pacientes
com mais de 60 anos12. Muitos estudos que utilizaram exercícios de equilíbrio e
neuromotres verificaram efeitos positivos na mobilidade funcional e redução das
quedas de indivíduos idosos13.
Sendo assim, considerando que essas atividades ainda são pouco difundidas e
aplicadas na prática profissional, faz-se necessário a criação de materiais didáticos
que possam auxiliar os profissionais que atuam com exercícios físicos para idosos a
inserirem essas atividades em seus programas de exercícios físicos. Segundo
levantamento realizado, praticamente é inexistente no Brasil material com o
9
conteúdo proposto neste trabalho à disposição dos profissionais que atuam com
idosos. Acreditamos que o desenvolvimento de uma mídia, com conceitos, exemplos
de exercícios e dicas de planejamento para esse fim, atende as necessidades
profissionais e contribuirá para o desenvolvimento dessa área. A mídia,
particularmente o DVD, possui um formato mais dinâmico e se adequa às
características da proposta deste produto, pois permite uma visualização mais
adequada dos exercícios e o comportamento dos idosos na sua execução. Ademais
esse produto se enquadra nas Tecnologias de informação e comunicação (Tic’s),
estando em consonância com as propostas atuais governamentais, para a
disseminação de conhecimentos, sobretudo,
nos cursos de graduação e
especialização.
Espera-se que o desenvolvimento desta mídia, com orientações
para a prescrição de exercícios neuromotores para idosos, possa contribuir com a
capacitação dos profissionais e futuros profissionais de Educação Física e de áreas
afins que trabalham com o movimento corporal, a aplicarem exercícios físicos para
as habilidades motoras, como uma alternativa para a preservação da capacidade
funcional de indivíduos idosos. Esse produto poderá ser útil como material didático
em vários âmbitos da formação profissional ao ser disponibilizado em instituições de
ensino superior, academias, clínicas de exercício e em sites especializados.
10
2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um fenômeno universal e por isso inevitável no ser
humano. Esse processo não é uma simples passagem do tempo e sim, uma
manifestação biológica, um fator deletério do organismo que não se sabe ao certo
quando e onde se inicia. Segundo Papaléo Netto14, o envelhecimento se processa
basicamente de duas formas: a senescência e a senilidade. A senescência se
resulta do somatório das alterações orgânicas, funcionais e psicológicas, próprias do
envelhecimento natural em que essas alterações ocorrem sem comprometer
bruscamente a homeostase do organismo, enquanto que a senilidade se constitui
por mudanças determinadas por afecções que frequentemente acometem as
pessoas idosas, e podem acelerar o processo de envelhecimento. A ciência tem
dificuldades em precisar os parâmetros para a classificação do indivíduo nesses dois
processos, pois muitas vezes a linha entre senescência e senilidade é tênue; isto
porque, esses processos são permeados por influências genético-biológicas e
ambientais15.
Apesar da evolução do conhecimento científico e das pesquisas nas áreas da
Geriatria e Gerontologia, ainda existem dúvidas a respeito de como e porque
envelhecemos. Apesar dessas dúvidas há consenso de que esse processo se inicia
por volta dos 30 anos de idade e é caracterizado pela diminuição contínua da
reserva física e funcional adquirida no processo de crescimento e desenvolvimento
físico16,17,18. Farinatti18 ressalta que há teorias que tentam explicar a gênese do
envelhecimento humano e que elas são enquadradas em duas categorias: as de
natureza genético-desenvolvimentista e de natureza estocástica. As primeiras
entendem
o
envelhecimento
no
contexto
de
um
continuum,
programado
geneticamente, enquanto as últimas trabalham com a hipótese de que o processo
dependeria, principalmente, do acúmulo de agressões ambientais, como poluição,
radiação, produtos químicos e alimentação. Independentemente da categoria, é bem
aceito que o ser humano envelhece porque erros ocorrem no interior das células na
transcrição e transporte de material genético, ou mutações somáticas. Esses erros
acarretariam consequências negativas à renovação celular, gerando células
11
“defeituosas” ou empobrecendo sua população, repercutindo em longo prazo na
função de sistemas orgânicos inteiros.
À medida que o indivíduo envelhece, suas reservas fisiológicas diminuem,
provocando
alterações
nos
sistemas
cardiorrespiratório,
neurológico
e
na
composição corporal. Essas mudanças podem levar ao declínio das funções físicas
do idoso, que podem ser mais ou menos acentuadas de acordo com o estilo de vida
adotado ao longo dos anos18,20,21. As principais alterações são descritas a seguir.
A função cardiovascular depende da estrutura e da função do coração, do
volume e componentes do sangue em circulação no organismo, da árvore arterial,
que ao longo do processo de envelhecimento diminui a sua elasticidade. Com o
passar dos anos essas alterações afetam o retorno venoso, no qual o efeito-bomba
exercido pelos músculos dos membros inferiores e a função das válvulas venosas é
comprometida22. Essas alterações têm efeitos mínimos nos indivíduos em repouso,
mas tornam-se mais importantes durante o exercício físico23. Vários estudos buscam
explicar o declínio da capacidade aeróbica máxima no processo de envelhecimento,
em função das alterações no sistema cardiovascular central, mas poucos levam em
consideração as múltiplas variáveis que provavelmente exerçam influência neste
declínio, tais como aspectos culturais, diferenças no condicionamento físico e
atividade física habitual24,17.
Com o avançar da idade o volume máximo de oxigênio (VO2max) diminui e em
condições não patológicas esta alteração não implica em modificações importantes
na função respiratória, o que ocorre são mudanças nas estruturas pulmonares, vias
aéreas e caixa torácica, sendo um dos motivos das limitações da ventilação
pulmonar na prática do exercício físico pelo indivíduo idoso. Fatores genéticos e
estilo de vida também exercem influências na capacidade cardiovascular e
respiratória do idoso21,25.
Mudanças associadas ao envelhecimento também ocorrem na composição
corporal, que é constituída basicamente por dois elementos: a massa livre de
gordura, ou massa magra26. A massa magra, além dos órgãos, é constituída pelos
sistemas ósseo e muscular passíveis de alterações mais importantes e que geram
maiores influências no decorrer do envelhecimento. Com o passar do tempo, as
alterações biológicas, somadas ao estilo de vida, como alimentação e prática de
exercícios físicos, provocam mudanças importantes na composição corporal dos
indivíduos como aumento da massa de gordura, e diminuição dos componentes
12
ósseo e muscular. Essas alterações podem repercutir negativamente na saúde do
idoso, caso diminua drasticamente as suas reservas funcionais 17,18. O Sistema
neurológico
também
sofre
alterações
no
processo
de
envelhecimento,
principalmente no sistema nervoso central (SNC). Segundo Drachman 27 mudanças
neurobiológicas e neurofisiológicas ocorrem no cérebro como a diminuição das
sinapses, lentidão do fluxo axoplasmático, mudanças neuroquímicas e estruturais.
O SNC é o responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas e
pelas funções biológicas internas. Com o avançar do tempo, esse sistema sofre uma
deterioração geneticamente programada como consequência do envelhecimento
celular e a finitude da capacidade das células se dividirem, renovar-se e regenerarse. É importante destacar, que além dos fatores genéticos, essas mudanças são
decorrentes também de outros fatores intrínsecos como o sexo, sistema circulatório,
metabólico e radicais livres; extrínsecos como ambiente, sedentarismo, tabagismo,
drogas e radiação28,29. As alterações no sistema nervoso são uma das principais
causas das incapacidades em indivíduos idosos30. Mesmo as mudanças
desencadeadas pelo envelhecimento normal tornam esse sistema mais lento e com
mudanças contínuas na cognição, função motora e nos órgãos dos sentidos como a
visão, audição, paladar e olfato31,32.
As mudanças cognitivas associadas ao envelhecimento incluem alterações na
memória de curto prazo, diminuição na velocidade de processamento de
informações, especialmente na tomada de decisões e declínio no desempenho
cognitivo, especialmente quando a atenção é dividida, como fazer duas ou mais
tarefas ao mesmo tempo. Esses declínios podem trazer dificuldades ou impedir que
o idoso tenha uma vida independente. É digno de nota, que o envelhecimento
cognitivo não afeta os indivíduos da mesma maneira e que essas alterações podem
variar consideravelmente31. A maioria dos idosos desenvolve algum grau de déficit
de memória com a idade, especialmente após os 70 anos e, as mulheres com mais
de 85 anos tendem a ter mais alterações cognitivas do que os homens. As causas
não são bem conhecidas, mas acredita-se que se deve a diversos fatores como
doenças, seleção natural em que os homens mais saudáveis possuem maior
longevidade e diferenças sociais e ambientais que permitem a eles maiores
vantagens, sobretudo na estimulação cognitiva32.
Há um consenso de que o envelhecimento cognitivo normal é influenciado por
processos genético biológicos, também chamado de inteligência fluída e, de
13
natureza sociocultural, denominado de inteligência cristalizada33. Os aspectos
genéticos biológicos determinam os declínios no funcionamento sensorial e
diminuição na velocidade de processamento de informações, ambos associados a
alterações neurológicas típicas do envelhecimento. Já o processo de natureza
sociocultural, pode ter uma ação compensatória em relação às perdas do
envelhecimento biológico34,35. Dentro desse contexto, Etnier e Berry36 destacam que
o processo de envelhecimento parece não afetar todos os aspectos da memória e
inteligência igualmente e, que a idade influencia negativamente a inteligência fluída
(raciocínio, memória, orientação espacial e velocidade perceptual), mas parece não
influenciar ou provocar efeitos positivos na inteligência cristalizada (processo de
socialização e experiência, como habilidades de leitura e escrita, qualificações
educacionais e profissionais e capacidade de resolver problemas).
Como já ressaltado anteriormente, os idosos encontram mais dificuldades para
realizarem múltiplas tarefas simultaneamente, sendo assim, durante um exercício,
por exemplo, quando um idoso está concentrado em um movimento particular ou
exercício, ele pode parar o movimento completamente se alguém lhe perguntar
alguma coisa. O declínio da função cognitiva pode levar o idoso a perder a sua
autonomia, a aumentar o risco de quedas, a ter dificuldades de interagir com o
ambiente de forma eficiente, especialmente em novas circunstancias31.
Mudanças relacionadas à idade no sistema nervoso central e periférico
resultam na lentidão do tempo de reação simples e de escolha e redução da
velocidade da condução nervosa em aproximadamente 10 a 15%, bem como as
mudanças na habilidade para integrar a informação sensorial recebida. Mudanças
neurológicas significativas incluem o decréscimo da propriocepção no pé e
tornozelo, decréscimo da sensibilidade vibratória nos pés e reduz a função do
sistema vestibular37. Essas mudanças são continuas com o avançar da idade e
afetam mais as os membros inferiores do que superiores31.
O desempenho de tarefas motoras que requerem processamento do sistema
nervoso central é desacelerado com a idade, particularmente aquelas que requerem
integração sensorial, organização ou preparação de resposta. Os idosos podem
cometer erros mais graves de desempenho motor quando necessitam se mover
mais rápido do que em habilidades que exigem se mover com maior precisão.
Anormalidades somatossensoriais, tais como dificuldades de posicionamento do
corpo no espaço ou na sensibilidade ao toque, são associadas ao aumento na
14
incidência de quedas e instabilidade postural31. Os autores ressaltam ainda, que as
mudanças no processamento do sistema nervoso central afetam também os
movimentos dos membros inferiores diretamente relacionados à manutenção da
postura.
As alterações no sistema neurológico afetam também a visão e audição dos
idosos. As mudanças anatômicas na córnea, lentes, íris, humor vítreo e córtex visual
resultam em uma progressiva alteração visual, que podem iniciar em idades mais
precoces da vida. A acuidade visual decresce com a idade, com algum prejuízo na
visão de perto e foco. Particularmente após os 50 anos ocorrem também mudanças
na sensibilidade de frequência espacial, visão periférica, sensibilidade ao brilho,
adaptação ao escuro, percepção de profundidade e sensibilidade ao contraste37.
Fuller38 acrescenta que o processamento da informação visual e auditiva é
diminuído, tendo como consequência dificuldades na discriminação de figuras e
seus detalhes, diminuição do campo visual e redução do poder de discriminação
fonética.
A audição e função vestibular também diminuem com a idade. A audição
normal e interpretação de sons dependem da acuidade, localização do som e a
habilidade para mascarar sons estranhos, todos os quais, declinam com a idade.
Pessoas idosas comumente queixam-se da audição ao ouvirem alguém falando, e
às vezes não conseguem entender o sentido das palavras31.
Enfim, entender as principais alterações no organismo do idoso é dever do
profissional que irá atuar com eles, mas é importante que considere que as
alterações descritas sofrem forte influência do meio ambiente e estilo de vida e que
podem ocorrer em ritmos diferenciados entre cada indivíduo. É comum em um
mesmo grupo de idosos encontrarmos indivíduos com capacidades funcionais bem
diferentes, o que vai exigir competência e sensibilidade do profissional ao planejar
as atividades motoras para essa população.
2.2 ENVELHECIMENTO E ALTERAÇÕES NA APTIDÃO FUNCIONAL
O envelhecimento bem sucedido parece depender consideravelmente das
condições de independência física e autonomia do indivíduo idoso. Nesse sentido, a
manutenção da capacidade de realizar as tarefas do cotidiano é um dos principais
aspectos neste contexto. Essa condição, também denominada de capacidade
15
funcional é conceituada por Neri39 como o grau de preservação da capacidade de
realizar tarefas do cotidiano. Spirduso18 ressalta que a capacidade funcional é
composta pelas atividades básicas da vida diária (AVD) e atividades instrumentais
da vida diária (AIVD). As atividades básicas estão relacionadas às atividades de
higiene pessoal como o auto-cuidado, tomar banho, se vestir e alimentar-se. Já, as
atividades instrumentais, são aquelas que requerem maiores deslocamentos e maior
gasto energético como arrumar a casa, ir às compras e utilizar transporte coletivo.
A capacidade funcional do indivíduo idoso é influenciada por diversos fatores,
dentre eles as alterações biológicas inerentes ao processo de envelhecimento, já
citadas anteriormente, e o estilo de vida adotado ao longo da sua existência 16. As
alterações estruturais (biológicas) no organismo do indivíduo gradativamente
influenciarão a sua função, ou seja, se o idoso diminuir consistentemente a sua
capacidade de exercício, como a diminuição da força muscular e da capacidade
cardiorrespiratória, consequentemente acarretará prejuízos à sua capacidade de
realizar suas tarefas cotidianas18.
Sendo assim, o desempenho e condição para a realização das atividades
cotidianas pelo idoso sofrem importantes variações que vão da incapacidade total à
execução com alto desempenho. Com base nas observações dessa realidade,
Spirduso
17
propõe o Nível de Status Funcional que constitui na classificação do
idoso por sua atividade funcional e prática de atividades físicas e esportivas. A
autora propõe a classificação do idoso em cinco níveis independente da idade
cronológica: 1) fisicamente dependente, 2) fisicamente frágil, 3) fisicamente
independente, 4) fisicamente apto e 5) atleta de elite. Essa classificação é um meio
prático e adequado para o profissional de Educação Física conhecer as diferenças
funcionais dos idosos e se instrumentalizar para oferecer programas de exercícios
físicos adequados para essa população. Na sequência, são apresentados os cinco
níveis de Status funcional proposto por Spirduso17 e suas principais características.
Fisicamente dependente: o idoso nesse nível depende de cuidados contínuos de
terceiros e, por serem muitos frágeis, não conseguem realizar sozinhos as AVDs e
as AIVDS.
Fisicamente frágil: o idoso desse nível depende de cuidados parciais de terceiros.
Conseguem realizar as AVDS, ou quase todas, mas mantém dificuldades em
realizar as AIVDs, ou seja, manter o ambiente externo à casa, como fazer compras e
16
pegar transporte.
Fisicamente independente: o idoso desse nível é fisicamente independente, com
autonomia funcional por conseguir realizar as AVDs e AIVDs sem ajuda. Apesar
dessa independência, possui baixa reserva funcional, é sedentário e está sujeito a
cair para o nível 2.
Fisicamente aptos: o idoso desse nível é independente e com maior reserva física.
Normalmente está inserido em programas de exercícios físicos.
Atletas de elite: possui ótima condição física e treinam e regulamento para melhorar
o seu desempenho esportivo.
Não há estudos específicos com a população idosa brasileira que indique a
porcentagem de idosos em cada um dos níveis propostos por Spirduso
17
, mas
acredita-se que os números são próximos da realidade americana com a qual a
autora desenvolveu seus estudos. Estima-se que nos Estados Unidos, cerca de 20%
da população idosa possui algum grau de dependência física, necessitando de
cuidados de terceiros e, somente 5% possui uma ótima condição física e se mantém
inserida regularmente em práticas de exercícios físicos. Sendo assim 75% dos
idosos são fisicamente independentes e realizam suas atividades cotidianas
normalmente, mas apresentam baixa aptidão física e funcional, o que os colocam
mais vulneráveis a contrair doenças e agravos que levem a fragilidade física e a
consequente dependência.
2.3 EXERCÍCIO FÍSICO PARA IDOSOS
Evidências científicas têm apontado a prática de exercícios físicos como um
dos principais recursos para a manutenção da aptidão física e funcional de
indivíduos idosos. Nesse sentido, Mazo, Cardoso e Aguiar 40 ressaltam que em um
contexto geral, a prática de exercícios físicos traz inúmeros resultados positivos e
benefícios para a saúde, ou seja, quem mantém um estilo de vida saudável e ativo,
tem maiores chances de prevenir e minimizar os efeitos degenerativos da idade. Os
autores destacam ainda, que além dos benefícios fisiológicos e anatômicos, o
exercício físico também exerce influências positivas na auto eficácia, autoestima e
sensação de bem-estar mental.
Peterson et al.41, por meio de uma meta-análise investigaram os efeitos dos
17
exercícios de resistência muscular no ganho de força de indivíduos idosos. Foram
incluídas 47 pesquisas totalizando 1079 participantes e, apesar da heterogeneidade
entre os estudos, os resultados apontam para um efeito positivo de ganho de força,
e que quanto mais intenso for o treino maior são os benefícios, sendo os exercícios
de resistência muscular uma estratégia a ser considerada para impedir a fraqueza
muscular relacionada ao processo de envelhecimento.
Em outra meta-análise realizada por Peterson, Sen e Gordon42, cujo objetivo foi
determinar os efeitos dos exercícios de resistência na composição corporal de
homens e mulheres idosos, 49 estudos foram considerados totalizando 1328
participantes. A meta-regressão apontou que as intervenções com maior volume de
treinamento e os idosos mais jovens tiveram associações significativas mais fortes
com o aumento da massa corporal magra.
Miller et al.43 argumentam em um estudo de revisão que o exercício físico tem
sido considerado como um dos fatores da promoção de um envelhecimento
cognitivo saudável. Segundo os autores, vários estudos tentam comprovar esta
hipótese, mas encontram dificuldades metodológicas em suas pesquisas que
dificultam uma conclusão geral a este respeito. Nos estudos considerados, a
associação entre exercício e cognição preservada durante o envelhecimento é
demonstrada, mas a “hipótese específica de que o exercício físico é uma das causas
do envelhecimento cognitivo saudável ainda precisa ser validada”. As atividades
físicas, sociais e mentais são apontadas como intervenções que promovem um
envelhecimento cognitivo saudável, o que se desconhece ainda é qual o tipo ou os
tipos de atividades que contribuiriam de maneira sistemática a este fim.
Em relação às capacidades neuromotoras, vários estudos de intervenção com
idosos tem sido realizados com o objetivo de avaliar a sua eficácia. Em estudo
realizado por Ueno et al.44 em que foram avaliados 94 idosos independentes
participantes de diferentes modalidades de exercícios físicos, durante quatro meses,
três vezes por semana, com duração de 45 a 60 minutos, constataram que a prática
regular de atividade física orientada e sistematizada independente da modalidade,
melhoram os componentes agilidade e equilíbrio dinâmico. Já Lima et al.45, que
realizaram um estudo de intervenção experimental, verificaram que treze semanas e
meia de exercícios neuromotores, três vezes por semana, foram suficientes para
melhorar o equilíbrio e a agilidade de idosos com déficits nessas capacidades.
É importante destacar que a melhora do desempenho neuromotor, parece
18
também estar associada ao maior nível de atividade física habitual em idosos
fisicamente independentes. Em um estudo transversal, realizado com 202 idosos de
ambos os gêneros, Piccoli et al.46 verificaram correlações positivas entre a atividade
física habitual e a coordenação motora global (r=0,27; p<0,01) e o equilíbrio estático
(r=0,19; p<0,01) desses idosos.
As inúmeras pesquisas realizadas e publicadas sobre os efeitos da prática de
exercícios físicos para a população idosa, independente da modalidade, têm
fornecido subsídios para os consensos e ou recomendações para guiar a atuação
dos profissionais que trabalham com o exercício. Normalmente a construção e
publicação dessas recomendações ficam a cargo de instituições ou organizações
com credibilidade nas áreas da atividade física, exercício físico e esporte, como por
exemplo, o American College of Sports Medicine8, que há décadas tem apresentado
as recomendações de prática de atividade física e exercício físico para as diversas
faixas etárias.
Em sua mais recente publicação, a American College of Sports Medicine8, com
base em uma revisão de diversos estudos, apresenta de maneira mais explícita a
recomendação da prática de exercícios neuromotores para os idosos, que envolvem
principalmente o equilíbrio, a agilidade, a marcha, a coordenação motora e o
treinamento proprioceptivo, somando-se às recomendações existentes há mais
tempo, relacionadas à aptidão física e saúde, que são as capaciadades de
resistência, de força muscular e flexibilidade. A orientação é que essas atividades
sejam desenvolvidas de duas a três sessões semanais de 20 a 30 minutos de
duração, inclusas nas sessões de exercícios de > 60 minutos incluindo os mais
tradicionais exercícios cardiorrespiratórios, resistidos e de flexibilidade. O documento
aponta ainda a importância desses exercícios para a melhora do comportamento
motor, da propriocepção, da qualidade de vida e capacidade de diminuir os riscos de
quedas.
Programas de exercícios físicos que contemplem o desenvolvimento das
capacidades neuromotoras podem auxiliar os idosos a atingir as recomendações do
American College of Sports Medicine1, ademais, podem também contribuir para a
motivação e aderência à prática pelos idosos, pois esses exercícios geralmente são
trabalhados em ambiente lúdico e descontraídos, com grande variedade de
materiais tradicionais e alternativos, o que possibilita ao profissional a utilização de
estratégias diversificadas.
19
2.4 CAPACIDADES NEUROMOTORAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
As transformações biopsicossociais inerentes ao processo de envelhecimento
já mencionadas no tópico anterior exigem com que os programas de exercícios
físicos respeitem as modificações estruturais e funcionais no indivíduo idoso. A
manutenção da boa aptidão física e funcional permite ao idoso boa saúde e
condições para manter a sua funcionalidade física e autonomia. Assim, a prática de
exercício físico é apontada como um importante recurso para o desenvolvimento e
manutenção dessa condição no idoso.
Para melhor compreensão das variáveis que envolvem o desenvolvimento das
capacidades neuromotoras, serão apresentados alguns importantes conceitos para
a compreensão desse contexto:
- Capacidade motora: característica de uma pessoa, de origem genética, não
modificável pela prática e que influencia o nível de desempenho a ser alcançado na
execução de uma habilidade específica47,48. Como exemplo, podemos citar as
capacidades inatas do indivíduo como de equilíbrio, capacidade de coordenar
movimentos, agilidade corporal, tempo de reação e ritmo. Um indivíduo só executará
suas tarefas diárias e atividades esportivas se possuir um grau de desenvolvimento
mínimo de suas capacidades motoras.
- Habilidade motora: característica individual na realização de uma tarefa com
objetivo específico, que exige movimentos voluntários do corpo e/ou membros, cujo
nível da execução e destreza da tarefa é determinado pela capacidade motora e
experiência do indivíduo para realizar tal movimento. O termo habilidade motora
também é utilizado para mencionar a aptidão do indivíduo para realizar uma tarefa
como executar um trabalho manual ou atividades de lazer como jogar futebol e a
realização de movimentos altamente complexos realizados normalmente em
praticantes de esportes de alto nível47,48. As habilidades motoras estão presentes
nas tarefas diárias como colocar uma tomada no plug, lavar louça e praticar esporte
de lazer, por exemplo, e no alto rendimento como em uma série de alta
complexidade como no basquetebol, driblar o adversário e a média ou longa
distância arremessar e converter a cesta.
20
- Informação sensorial: é a informação proveniente de um estímulo sensorial
(toque, visão, audição, paladar e olfato) que é enviado pelos receptores aferentes ao
cérebro, que por sua vez analisa e processa essa informação em comandos
(reação) desenvolvendo respostas adequadas a esses estímulos (via eferente).
Essas informações são responsáveis para que o indivíduo perceba estímulos do
ambiente externo e interno e reagir a eles. A informação sensorial (estímulos) é
captada por células sensoriais ou terminações nervosas espalhadas por todo o
corpo que garantem a adequada funcionalidade do corpo frente aos mais diversos
estímulos ou informações49. Exemplos: enxergar as coisas, ouvir um som, sentir o
toque de um objeto ou outra pessoa na nossa pele, sentir o gosto dos alimentos, a
temperatura ambiente, entre outros.
-
Percepção:
Integração
entre
o
que
se
sente
e
as
informações
psicologicamente significativas, provenientes de estímulos sensoriais periféricos já
reconhecidos, promovendo interpretação e significado a esta nova sensação. Na
percepção
relacionada
ao
movimento,
por
exemplo,
os
sistemas
sensorial/perceptual fornecem informações sobre o posicionamento do corpo no
espaço e utilizam-se do ambiente para a regulação do movimento49.
- Sistema somatossensorial: é um sistema que se utiliza de receptores
existentes nas articulações, nos músculos e tendões para o controle do reflexo
espinhal para o ajuste da ação e contribuição para a percepção e controle do
movimento proveniente de estímulos sensoriais49, como por exemplo, o controle
postural, o equilíbrio e a propriocepção.
- Propriocepção: informa o cérebro sobre o estado de cada segmento corporal
por meio da percepção das características do movimento corporal ou entre cada
segmento. As vias neurais aferentes, sendo estes os receptores cutâneos, fusos
neuromusculares, sistema de Golgi, receptores articulares, ouvido interno e sistema
visual, enviam ao sistema nervoso central informações como a direção do
movimento do corpo e/ou dos membros, velocidade, localização espacial e ativação
muscular47.
- Aprendizagem: Catania50 considera difícil uma definição única para
aprendizagem, sendo dependente do contexto em que a palavra é utilizada. Pode-se
21
aprender sobre alguma coisa ou como fazer alguma coisa, sendo um processo onde
se adquiri um comportamento ou conhecimento novo por meio da observação, do
estudo e da experiência, podendo estes fatores ser independentes ou relacionados,
que será adicionado ao repertório do que o indivíduo já sabe e ou já faz,
promovendo ou não mudanças de forma relativamente permanente.
- Aprendizagem motora: processo que leva à aquisição ou modificação do
movimento, por meio da prática ou experiência. Esse processo leva a mudanças
relativamente permanentes de uma ação motora, provenientes de procedimentos
complexos de percepção/cognição e ação49. Como exemplo, podemos citar o
aprendizado de um novo movimento como quicar a bola por meio da repetição de
movimentos.
- Controle Motor: habilidade de regular ou direcionar os mecanismos essenciais
do movimento, direcionado ao estudo da natureza do movimento e como o
movimento é controlado ao longo da vida, envolvendo aspectos neurais, físicos e
comportamentais. O controle motor tem o seu foco no controle do movimento já
adquirido51,49. Exemplos: Acompanhamento do controle postural e da coordenação
motora no decorrer do processo de envelhecimento.
- Desenvolvimento motor: Processo contínuo de mudanças no comportamento
motor relacionado à idade, podendo, neste sentido, ser mais rápido ou lento em
diferentes períodos e também, de acordo com características individuais e do meio
ambiente53,51.
- Exercícios neuromotores: são atividades que incorporam habilidades motoras
tais como, equilíbrio, coordenação, marcha, agilidade e treinamento proprioceptivo
8,52,17
.
Os
conceitos
desenvolvidos
neste
capítulo
são
importantes
para
o
entendimento do conteúdo a seguir, os quais serão apresentados exemplos de
atividades
neuromotoras,
planejamento das mesmas.
bem como
aspectos
a
serem considerados
no
22
2.4.1 EXERCÍCIOS NEUROMOTORES
Os exercícios neuromotores são atividades que objetivam estimular
o desenvolvimento das capacidades neuromotoras como equilíbrio, tempo de
reação, agilidade, coordenação motora e ritmo. São considerados importantes para
o trabalho com as pessoas idosas, pois estão associados à melhora da mobilidade e
a uma consequente movimentação mais segura e independente. Esses exercícios
também estão relacionados à diminuição dos riscos de queda, à manutenção e/ou
melhora dos níveis funcionais, e à contribuição para a manutenção da autonomia e
longevidade desses indivíduos8,52,17. O seu desenvolvimento tem sido apontado pelo
American College Sports of Medicine
8
como fundamentais, incluindo os exercícios
neuromotores na prescrição de atividades para indivíduos idosos.
2.4.1.1 Equilíbrio
O equilíbrio corporal é conceituado por Spirduso
17
como a habilidade do corpo
em manter-se sobre sua base de apoio, sendo que esta base pode estar parada ou
em movimento, assim o equilíbrio é classificado como estático, dinâmico e
rotacional. Essas condições são alteradas de acordo com a postura ou
deslocamento do corpo. A identificação e exemplificação dessas três formas de
equilíbrio são apresentadas a seguir:
Estático: habilidade do corpo em manter-se em certa posição estacionária, como por
exemplo, na posição em pé com apoio bipodal e unipodal, posição sentada entre
outras.
Dinâmico: habilidade do indivíduo em manter o equilíbrio quando em movimento de
um ponto a outro, exigindo inclinação do corpo para frente, para os lados ou para
trás, como por exemplo, em atividades de apanhar um objeto em cima de uma mesa
e abrir a porta. O equilíbrio dinâmico pode ser executado em situações de
deslocamento e no equilíbrio recuperado, em que o indivíduo desloca o centro de
23
massa do seu corpo, desestabilizando a sua postura e recupera o seu equilíbrio,
como por exemplo, dando um passo à frente para não cair, quando a pessoa está
em pé em um transporte coletivo e esse executa uma parada brusca.
Os sistemas sensoriais visual, vestibular e somatossensorial (propriocepção)
são responsáveis pela manutenção do equilíbrio e por isso, devem ser estimulados
por meio de estratégias de exercícios variados e combinados.
A visão é
responsável por informações espaço-temporais e pela identificação de possíveis
obstáculos no ambiente a ser interagido.
O sistema vestibular, localizado no ouvido interno, controla as oscilações
posturais, o equilíbrio dinâmico e rotacional, fornecendo informações sobre os
movimentos da cabeça. Já o sistema somatossensorial inclui informações da pele
(receptores cutâneos), articulações (receptores articulares) e posturais/vibratórios
(receptores
musculares),
importantes
para
a
percepção
dos
movimentos
corporais49,17.
Também há células especiais nos sistemas somatossensorial (neurônios
aferentes do grupo I e II, moto neurônios) e visual (bastonetes, cones, células
bipolares e células ganglionares) que respondem melhor ao estímulo móvel e são
sensíveis à direção49.
Eckert54 alega que o equilíbrio é importante para que ajustes corporais ocorram
rapidamente quando há variação do centro de gravidade e no tamanho da base de
apoio nos mais variados movimentos corporais do cotidiano ou em exercício, sendo
importante a variabilidade de atividades favorecendo assim o equilíbrio global do
indivíduo.
A diminuição do equilíbrio em idosos, que leva à instabilidade postural, pode
estar relacionada às várias mudanças que ocorrem nos sistemas corporais do ser
humano com o passar dos anos, como as alterações no sistema neurológico,
diminuição das fibras musculares de contração rápida e a perda significativa da força
muscular51. Assim, a preservação do equilíbrio do idoso depende de vários fatores e,
sob o ponto de vista biológico é preciso adotar nas intervenções tanto exercícios
24
específicos para o equilíbrio como para a manutenção ou melhora das capacidades
físicas como força, velocidade e potência muscular.
2.4.1.2 Tempo de Reação
O tempo de reação representa o tempo que um indivíduo demora entre o
estímulo apresentado e a ativação da musculatura apropriada para desempenhar
uma tarefa55,49,56. Esse período é composto por três estágios: identificação do
estímulo (percepção), seleção da resposta (decisão) e programação da resposta
(ação). O estímulo pode ser visual, auditivo e/ou tátil, ou seja, o indivíduo pode
reagir ao estímulo de um som, como atender o interfone; reagir ao atravessar a rua
quando o sinal verde é sinalizado ao pedestre e reagir ao toque, quando, por
exemplo, o indivíduo encosta parte do seu corpo em um objeto quente ou quando
outra pessoa a toca. Shumway-Cook e Woollacott49 destacam que os movimentos
voluntários solicitam um tempo maior de processamento do que os movimentos
reflexos ao reagirem a um estímulo sensorial ou proprioceptivo, sendo que os
estímulos visuais têm resposta mais lenta em relação aos outros. As autoras
destacam também que o tempo de reação é mais rápido se o indivíduo conhece a
resposta a ser dada e é menor quando se acrescenta informações, ou seja, opções
ao longo do processo. Nesse sentido, quando a situação envolve apenas um
estímulo e uma resposta, como “se deparar com um obstáculo e parar” é
denominado de tempo de reação simples e quando envolve outras opções de
estímulos ou respostas como, por exemplo, “recuar ou correr ao atravessar a rua
quando um carro aparece subitamente”, ou “reagir diferentemente a estímulos
diversos”, são denominados de tempo de reação de escolha.
A habilidade de reagir rapidamente a um estímulo, também é recrutada em
diversas atividades do cotidiano como pegar um objeto rapidamente antes que caia
no chão, sair de um elevador quando a porta se abre automaticamente, entre outras.
2.4.1.3 Agilidade
A agilidade corporal é caracterizada pela ação de se locomover o mais rápido
possível, em diversas direções com alteração do centro de gravidade 57,55. Essa
25
habilidade é utilizada em várias situações do cotidiano como correr para pegar um
ônibus, atender rapidamente o telefone e deslocar-se rapidamente para atravessar
uma rua.
Com o passar dos anos a velocidade de locomoção diminui gradualmente,
levando o idoso a demorar mais para concluir algumas tarefas físicas relacionadas
às AVDs (atividades da vida diária) e AIVDs (atividades instrumentais da vida diária)
e as atividades laborais. Essas alterações podem aumentar a pressão social sobre
os idosos, intimidando-os e desestimulando-os a terem uma participação ativa
dentro e fora de suas casas17.
Com a prática de exercícios físicos regulares e devidamente orientados, a
conservação dos níveis de agilidade pode levar a uma redução de acidentes
domésticos em indivíduos idosos57, inclusive às quedas.
2.4.1.4 Coordenação Motora
Coordenação motora é a capacidade de integrar sistemas motores separados
por estruturas sensoriais e articulares em um movimento eficiente53. Ela depende
dos componentes de aptidão motora de equilíbrio, velocidade e de agilidade, porém
não está necessariamente alinhada à força e à resistência57. Sendo assim, a
coordenação motora representa a organização corporal do ser humano, permitindo
que o corpo mantenha o equilíbrio entre os grupos musculares grandes ou pequenos
com intensidade adequada a um movimento ou sequência de movimentos simples
ou complexos de forma eficiente, respondendo a comandos neurológicos ligados as
funções automáticas como pressão, caminhada e respiração58,59,17.
A coordenação motora apresenta variações em relação a sua complexidade.
De acordo com Eckert54, a coordenação do movimento se torna mais complexa à
medida que se aumenta o número de segmentos corporais envolvidos na tarefa e o
nível de experiência no movimento completo. A coordenação motora é classificada
em coordenação motora fina e grossa, que são baseadas na precisão dos
movimentos e ao efeito correspondente da musculatura requerida para o sucesso da
execução da tarefa (movimento). A coordenação motora fina envolve movimentos
precisos, realizados com grupos musculares menores, como por exemplo, em
atividades manipulativas como costurar um botão, desenhar e cortar legumes. Já a
coordenação motora grossa envolve movimentos com grandes grupos musculares,
26
com menor ênfase na precisão e que normalmente são resultantes de movimentos
dos membros do corpo. Apesar dessa classificação algumas habilidades requerem
esforços combinados de grandes e pequenos grupos musculares como pedalar
andando de bicicleta e ao mesmo tempo acionar os freios de mão ou a
campainha/buzina60.
Como já mencionado, a coordenação motora envolve a combinação de
movimentos dos membros do corpo. Nesse sentido, Coker 60, ao apresentar a
Taxonomia de habilidades motoras proposta por Fleishman mostra que movimentos
que envolvem a coordenação bilateral dos hemisférios corporais de membros
inferiores, superiores e Intermembros são denominados de coordenação de
múltiplos membros.
Como base nessas definições as atividades de coordenação motora
podem ser realizadas em tarefas que envolvem separadamente a coordenação de
membros inferiores, superiores e combinação de ambos, denominadas de
coordenação multimembros. A capacidade de coordenar movimentos depende de
várias informações sensoriais, que quase sempre acontecem simultaneamente. Isso
quer dizer que os receptores sensoriais especializados (visual, auditivo e
tátil/cinestésico) transmitem esses estímulos para o cérebro a fim de garantir a
execução eficiente da tarefa solicitada53. Os autores apresentam ainda a
coordenação motora classificada em coordenação olho-mão e coordenação olho-pé,
que expressam a dependência do movimento eficiente de precisão em relação à
informação sensorial do indivíduo. As tarefas esportivas de lançar uma bola de
basquete à cesta e chutar uma bola e as do cotidiano como varrer a casa e subir
degraus
podem
ser
exemplificadas
coordenação olho-mão e olho-pé.
respectivamente
como
atividades
de
27
3. DESENVOLVIMENTO
Com base nas necessidades mencionadas na introdução, a construção da
mídia foi realizada nas seguintes etapas:
3.1 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DA MÍDIA.
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico e de mídias existentes
na internet e a venda no mercado sobre exercícios relacionados ao desenvolvimento
das capacidades neuromotoras em idosos. Foram pesquisados sites que
comercializam materiais esportivos, livros impressos, E-books e sites de compras
que comercializam produtos diversificados nacionais e importados. Foi constatado
que o material relacionado a este objetivo é insuficiente em língua portuguesa, tanto
em material impresso como em mídia eletrônica. Com base nessa pesquisa,
justificamos assim, a necessidade do desenvolvimento deste produto. Esta etapa foi
realizada no segundo semestre de 2014, sendo que o levantamento bibliográfico foi
realizado em um tempo de aproximadamente seis meses e as pesquisas referentes
à existência de mídias sobre exercícios neuromotores em um período de 30 dias.
3.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Foi realizado levantamento bibliográfico em livros e artigos científicos e outros
materiais relevantes para o embasamento teórico da mídia, como conceitos,
recomendações para o desenvolvimento de exercícios neuromotores, benefícios
entre outros. Os materiais foram consultados nas bibliotecas disponíveis no
município, acervo pessoal e bases de dados on-line (MEDLINE, SCIELO e
BIREME).
3.3 ELABORAÇÃO E SELEÇÃO DOS EXERCÍCIOS
Nesta etapa foram criados e selecionados exercícios de caráter individual
e em grupos que contemplem as capacidades de equilíbrio, coordenação motora,
tempo de reação e agilidade, conforme detalhamento a seguir. A descrição dos
principais exercícios que farão parte da mídia estão apresentados no na sessão 3.8.
28
3.3.1 Exercícios de equilíbrio
- Equilíbrio estático.
- Equilíbrio dinâmico (exercícios em deslocamento e recuperado).
- Combinação de exercícios de equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico.
Obs: As propostas de exercícios foram organizadas com o objetivo de
desenvolver os sistemas sensoriais responsáveis pela manutenção do equilíbrio
corporal: sistema visual, sistema vestibular e sistema somatosensorial.
3.3.2 Exercícios para Coordenação Motora
- Coordenação motora geral (grossa).
Coordenação de membros inferiores
Coordenação de membros superiores
Coordenação multimembros
- Coordenação motora fina.
3.3.3 Exercícios de Tempo de Reação
- Tempo de reação simples
- Tempo de reação de escolha
Obs.: As propostas de exercícios foram organizadas com o objetivo de
desenvolver os sistemas sensoriais envolvidos no tempo de reação: visual, auditivo
e tátil.
3.3.4 Exercícios de Agilidade Corporal
- Exercícios com deslocamentos em velocidade máxima, nas mais diversas
direções e com alteração do centro de gravidade.
3.4 CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAL PARA A FILMAGEM DOS EXERCÍCIOS
Nesta etapa foi feita a seleção de profissional capacitado para as filmagens e
edição da mídia.
3.5 SELEÇÃO DE IDOSOS PARA A FILMAGEM DOS EXERCÍCIOS
Foram convidados seis idosos, cinco mulheres e um homem, fisicamente
29
independentes para as filmagens dos exercícios. Os idosos assinaram um termo de
consentimento, concedendo direitos para veiculação das imagens.
3.6 EDIÇÃO DO MATERIAL E FORMATAÇÃO DO PRODUTO
Nesta etapa as imagens foram editadas e adequadas para a apresentação e
comercialização. Os exercícios foram editados em três DVDs, seguindo o seguinte
roteiro:
DVD1 – Exercícios para Equilíbrio Corporal
- 60 exercícios com duração de 90 minutos
DVD2 – Exercícios para Coordenação Motora
- 39 exercícios com duração de 20 minutos
DVD3 – Exercícios para Tempo de Reação
Exercícios para Agilidade Corporal
- 19 exercícios com duração de 15 minutos
Em todos os DVDs o roteiro abaixo foi apresentado
1) Apresentação e objetivos da mídia.
2) Caracterização geral do processo de envelhecimento, alterações biológicas e
influências na capacidade funcional.
3) Conceituação e caracterização das capacidades neuromotoras.
4) Apresentação dos blocos e exercícios para cada capacidade.
5) Materiais utilizados.
Foram apresentados em detalhes os materiais utilizados nos exercícios.
6) Planejamento dos exercícios.
Nessa sessão foram apresentadas dicas para o planejamento e organização
dos exercícios neuromotores.
Obs.: Os DVDs mostram detalhes de execução, variações com diferentes
tipos de materiais e organização das atividades em exercícios individuais, em
duplas e em grupos.
30
3.7 REGISTRO DO MATERIAL E CARTÓRIO
Após a confecção, a mídia foi registrada em cartório para a documentação de
direitos autorais.
31
3.8 APRESENTAÇÃO DOS DVDS
DVD 1 – EQUILÍBRIO CORPORAL
Tela – Menu Principal
Tela - Menu Secundário
32
EXERCÍCIOS PARA EQUILÍBRIO CORPORAL
Equilíbrio estático
Objetivos dos exercícios: permanecer na posição estática nas mais variadas
posições, com diferentes bases de apoio (posicionamento dos pés), diferentes
posicionamentos dos braços e diferentes posições do tronco.
Posição inicial- Em pé, pés paralelos, pernas afastadas, na largura dos ombros;
mãos na cintura, postura ereta e olhar voltado à frente.
Execução- Ficar parado sem se desequilibrar por tempo entre 10 a 30 segundos, de
acordo com a condição do idoso.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações: Os exercícios podem sofrer variações diminuindo a base de apoio dos
pés: pés unidos, em posição semi-tandem, tandem, pontas dos pés, apoio dos
calcanhares, apoio unipodal com variações do posicionamento da perna que perde o
contato com o chão (joelho flexionado paralelo ao joelho da perna de apoio, joelho
flexionado e com elevação próxima à altura do quadril, joelho estendido à frente,
extensão do quadril com joelho flexionado e estendido e abdução do quadril com
joelho estendido) entre outros.
Posição dos braços: Ao longo do corpo, mãos na cintura, mãos na cabeça, braços
acima da cabeça, braços à frente do corpo, braços para trás do corpo e braços
abertos com as mãos na altura dos ombros, na altura da cabeça, acima da cabeça,
entre outros.
Uso de Materiais: os exercícios com variações dos braços podem também ser
executados com objetos na mão com variações de peso e de tamanho (ex.: bola,
halteres, bastões, arcos, entre outros).
Outra variação é utilizando bases instáveis para as mesmas posições já
apresentadas como colchonetes, mini trampolim, disco de borracha, plataforma em
meia lua, meia bola, entre outros.
33
Estímulos sensoriais: todos esses exercícios podem ser executados potencializando
o estímulo visual, ao serem executados com os olhos abertos e fechados, com
óculos escuros, vendados e com perturbação visual (exemplo de um terminal de
ônibus lotado e o idoso tendo que ler o letreiro do ônibus) e, a propriocepção, ao
executar as tarefas descalço, com tênis, e em superfícies instáveis.
Organização quanto à execução: esses exercícios podem ser executados
individualmente, sem apoio, com apoio na parede, bastão ou barra, para aqueles
com maiores dificuldades, como também em duplas, (frente a frente, de mãos dadas
ou no ombro), ou em grupos (em círculo, fileira ou coluna).
Tela - Exercícios de Equilíbrio Estático
Várias combinações podem ser executadas nos exercícios de equilíbrio
estático. As variações dos braços, com e sem material, podem ser combinadas
com as mais diversas posições dos pés, com objetivo de aumentar o grau de
dificuldade dos exercícios: quanto menor a superfície de apoio maior o grau de
dificuldade. O tempo de execução de cada exercício deve variar entre 10 a 30
segundos, de acordo com a condição do idoso.
34
Tela - Exercícios de Equilíbrio Estático
A complexidade da tarefa pode ser aumentada com a utilização de
equipamentos que trazem maior instabilidade ao equilíbrio, exigindo do idoso
maior esforço para a estabilização do seu corpo.
35
Tela - Exercício em Grupos
Exercícios estáticos também podem ser realizados em duplas e grupos
objetivando a interação, cooperação e melhor apoio nas tarefas complexas
auxiliando os idosos com dificuldades de equilíbrio.
Exercícios sentados para o equilíbrio estático
Objetivos dos exercícios: permanecer na posição estática, sentado, com variações
no posicionamento dos braços, tronco e pernas.
Posição inicial- Sentado no centro da cadeira, pés apoiados no solo, mãos e
braços à vontade.
Execução- Elevar os joelhos, tirando os pés do chão, inclinar o tronco levemente
para trás e manter o apoio do corpo sobre os ísquios. Parar neste ponto e sustentar
o corpo na posição mantendo o equilíbrio por um tempo entre 10 a 30 segundos, de
acordo com a condição do idoso.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
36
variações: Os exercícios podem sofrer variações com pequenas inclinações do troco
para frente e para trás:
1) Elevar os joelhos a uma altura mínima (tirar parte da coxa do acento), média
(um pouco mais alto) e máxima (o mais próximo possível do peito);
2) Alternar as pernas: um joelho flexionado e outro estendido, uma perna
subindo e a outra descendo e pernas afastadas (afastar, fechar e cruzar);
3) Maior intensidade: com os joelhos estendidos.
Posição dos braços: Ao longo do corpo, mãos na cintura, mãos na cabeça, braços
acima da cabeça, braços à frente do corpo e braços abertos com as mãos na altura
dos ombros, entre outros.
Uso de Materiais: Nesses exercícios o uso de materiais e atividades de manipulação
depende da condição do idoso de realizar a tarefa. Normalmente só a variação da
posição dos braços oferece por si só uma sobrecarga importante. Caso o idoso
esteja apto, podem ser realizadas variações diversas com objetos na mão, como foi
apresentado no Quadro 1.
Estímulos sensoriais: todos esses exercícios podem ser executados potencializando
os estímulos visual e proprioceptivo, ao serem executados com olhos abertos,
fechados, com óculos escuros e com perturbação visual, e em superfícies instáveis
(colchonetes e discos).
Organização quanto à execução: esses exercícios podem ser executados
individualmente, sem apoio, com apoio na parede ou barra, para aqueles com
maiores dificuldades, como também em duplas, (frente a frente, lado a lado, de
mãos dadas ou nos ombros), em grupos (em círculo, fileira ou coluna).
37
Tela - Exercícios na Cadeira
Os exercícios na cadeira também podem ser realizados para trabalhar o
controle postural. Sua complexidade pode ser aumentada utilizando variações dos
membros superiores e inferiores.
38
Tela - Exercícios Complexos e Formas de Apoio-1
Tela - Exercícios Complexos e Formas de Apoio-2
39
Tela - Exercícios Complexos e Formas de Apoio-3
Nesta sessão a complexidade da tarefa deve ser aumentada de acordo com a
condição do idoso, tanto nos exercícios de equilíbrio estático como no dinâmico.
Diferentes formas de apoio devem ser utilizadas para oferecer segurança para
pessoas com dificuldades em exercícios complexos. A presença do professor
nesses exercícios é importante para conferir segurança e apoio necessário.
Equilíbrio Dinâmico
1- Exercícios sem deslocamentos
Objetivos dos exercícios: deslocar o corpo e centro de gravidade partindo da posição
estática para a dinâmica em posturas e movimentos variados. (Frente, trás, laterais)
Posição inicial- Em pé, pés paralelos, pernas em afastamento lateral, na largura
dos ombros; mãos na cintura, postura ereta e olhar voltado para um ponto fixo à
frente.
40
Execução- Inclinar o corpo para frente e para trás, até o limite máximo do
ponto de equilíbrio, sem tirar um pé da posição.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
1) Elevar o joelho direito até o peito, retornar lentamente a perna, voltando à
posição inicial, sem tocar o chão, levar para trás até inclinar o corpo à frente
chegando à posição de “aviãozinho”. Retornar lentamente até a posição
inicial. (Se houver necessidade, utilizar um apoio).
2) Os exercícios podem sofrer variações diminuindo a base de apoio dos pés:
pés unidos, semi-tandem, tandem, pontas dos pés, apoio dos calcanhares,
apoio unipodal com variações do posicionamento da perna que perde o
contato com o chão (joelho flexionado paralelo ao joelho da perna de apoio,
joelho flexionado e com elevação próxima à altura do quadril).
3) Em pé, posição unipodal, mãos na cintura, postura ereta e olhar voltado à
frente. Cones colocados na frente formando uma meia lua. Levar o pé à frente
para tocar o cone com a ponta do pé em cada um dos cones, sempre com
uma leve flexão do joelho da perna de apoio.
.
4) Tocar a ponta do pé na frente e o calcanhar atrás do cone,
5) Tocar os cones com as mãos, alternando a cada descida.
6) Utilizar circuito para grupos.
Posição dos braços: braços ao longo do corpo, mãos na cintura, mãos na cabeça,
braços acima da cabeça braços à frente do corpo e braços abertos com as mãos na
altura dos ombros.
Uso de Materiais: os exercícios com variações dos braços podem também ser
executados com objetos na mão com variações de peso (ex.: bola, halteres,
bastões, arcos, entre outros). Outra variação é utilizando bases instáveis como
41
colchonetes, mini trampolim, disco de borracha, plataforma em meia lua, meia bola,
entre outros.
Estímulos sensoriais: todos esses exercícios podem ser executados potencializando
o estímulo visual, ao serem executados com os olhos abertos e fechados, vendados,
com a utilização de óculos escuros, com perturbação visual e, a propriocepção, ao
executar as tarefas descalços, com tênis, e em superfícies instáveis.
Organização quanto à execução: esses exercícios podem ser executados
individualmente, sem apoio, com apoio na parede ou barra, para aqueles com
maiores dificuldades como também em duplas, um de frente ao outro, com mãos
dadas ou no ombro e, também em grupos na forma de círculo, fileiras ou colunas.
2-
Exercícios com deslocamentos
Objetivos dos exercícios: deslocar-se de diferentes formas sobre linhas (frente,
costas, lateral), madeiras, traves e superfícies instáveis.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
1) Caminhar sobre uma corda, colchonetes de várias alturas e densidades, uma
trave, um banco sueco, transpondo obstáculos que exijam elevação do joelho.
2) Caminhar em linha reta, contornar um arco, continuar caminhando, dar um
giro sobre o eixo e finalizar a caminhada.
3) Caminhar sobre uma linha, para frente até um ponto, retornar, deslocar para a
direita e retornar. Fazer um giro no eixo e repetir a sequência.
4) Em duplas: caminhando sobre duas cordas paralelas, de mãos dadas,
segurando uma bola um bastão ou outro objeto tanto de frente como de
costas.
5) Diferentes formas de caminhar podem ser executadas: andar para frente,
andar para trás, andar com as pontas dos pés, andar de lado e outras formas
de acordo com a condição do idoso.
42
6) Utilizar circuito para grupos.
Uso de Materiais: Carregar objetos, como bolas de borracha, bastões, arcos, no
momento da execução das tarefas de deslocamento. Materiais como fitas adesivas
coladas ao chão, madeiras com diferentes alturas, com comprimento de dois a três
metros, com superfícies retas e abauladas, traves de equilíbrio, banco sueco,
espumas e colchonetes podem ser utilizadas para os deslocamentos.
Estímulos sensoriais: todos esses exercícios podem ser executados potencializando
o funcionamento dos sistemas visual, proprioceptivo e somatossensorial, ao serem
executados descalços, com tênis, em superfícies instáveis, com olhos fechados,
usando óculos escuros e com giros leves.
Organização quanto à execução: esses exercícios podem ser executados
individualmente, sem apoio, com apoio na parede ou barra, para aqueles com
maiores dificuldades como em duplas, em grupos na forma de círculo, fileiras ou
colunas. Nas atividades em duplas, podem ser trabalhadas atividades com o idoso
frente a frente com uma bola presa entre as testas dos dois participantes da dupla.
Como variação pode ser executada com a bola presa no peito, entre as barrigas ou
costas.
1- Exercícios em circuito
Objetivos dos exercícios: deslocar-se de diferentes formas em diferentes tipos de
organização e materiais. Executar de forma combinada exercícios de equilíbrio
estático e dinâmico.
Posição inicial- Parado no início da primeira tarefa do circuito.
Execução- Realizar as tarefas em deslocamento e estáticas seguindo a seguinte
sequência sem interrupção:
a) Caminhar normalmente para frente sobre uma linha.
43
b) Caminhar transpondo obstáculos (cones deitados e enfileirados no chão)
c) Parar sobre um arco e executar equilíbrio estático com apoio unipodal (20
segundos cada perna)
d) Caminhar de costas sobre uma corda.
e) Executar dois giros de 360º, um para a direita e outro para a esquerda sobre
um mini trampolim ou colchonete espesso.
f) Andar sobre uma ripa de madeira com altura de 1 cm e 2m de comprimento
com os olhos fechados.
OBS.: O idoso deve executar calmamente todas as tarefas. O objetivo não é a
velocidade na execução.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
O uso de diferentes tipos de materiais e estímulos sensoriais que podem
aumentar a complexidade das tarefas, como exemplos abaixo.
Uso de Materiais: As atividades de deslocamento dos circuitos podem ser
executadas em diferentes trajetórias (linha reta, linha curva, linha quebrada, ziquezague e outras). (Os deslocamentos podem ser feitos em bancos suecos, traves de
equilíbrio, linhas no chão, superfícies instáveis como gramado, caixa de areia,
colchonetes e trampolins). Todos esses deslocamentos podem ser executados com
objetos nas mãos como bastões, bolas, halteres, arcos entre outros. Esses objetos
também podem ser manipulados como quicar a bola, jogar para cima e pegar.
Os exercícios de equilíbrio estático que compõem o circuito também devem
apresentar variações quanto à postura e utilização de materiais, como os
apresentados na sessão de equilíbrio estático.
Estímulos sensoriais: todos esses exercícios, tanto os estáticos quando os
dinâmicos podem ser realizados potencializando os estímulos visual, vestibular e
proprioceptivo, ao serem executados com olhos abertos e fechados, com o uso de
óculos, descalços, com calçados, com meias, em superfícies instáveis e giros.
Organização quanto à execução: esses exercícios combinados podem ser
44
realizados também em duplas ou pequenos grupos, como transpor as atividades de
mãos dadas.
Tela - Exercícios em Deslocamentos
Nos exercícios em deslocamento, superfícies diferentes poder ser utilizadas,
como linhas desenhadas no chão, madeiras e cordas. Vários tipos de
deslocamentos podem ser realizados como: para frente, para trás, para os lados, de
costas; com a ponta dos pés e calcanhares.
45
Tela - Equilíbrio Recuperado
Nesses exercícios forças externas são utilizadas para desestabilizar o idosos
para que ele faça os ajustes posturais necessários para recuperar o seu equilíbrio
de forma mais rápida e eficiente possível.
OBS: O professor é o responsável por proporcionar os momentos de
desestabilização do idoso.
46
Tela - Exercícios Combinados e em Circuito
Os exercícios combinados são realizados mesclando exercícios para o
equilíbrio estático e dinâmico, diferentes formas de deslocamentos, materiais
variados e exercícios de deslocamentos com manipulação de materiais devem ser
utilizados.
47
Tela - Estratégias para Manutenção do Equilíbrio
Quando há perturbação do equilíbrio corporal no eixo ântero-posterior, três
estratégias de movimento são utilizadas para recuperar a estabilidade. São elas: (1)
movimento do tornozelo, que é o movimento centrado na articulação do tornozelo;
(2) a estratégia do movimento do quadril, que é composto por movimento largo e
rápido nas articulações do quadril e (3) quando estes dois movimentos não são
suficientes, o indivíduo tenta recuperar o equilíbrio dando um passo à frente. Essas
estratégias devem ser estimuladas nos exercícios propostos, sobretudo, nos que
promovem a recuperação do equilíbrio.
48
Estímulos sensoriais
Tela- Estímulos sensoriais
Os três sistemas sensoriais responsáveis pela manutenção do equilíbrio devem
ser estimulados nos exercícios: O visual: olhos abertos, fechados; utilização de
óculos escuros e vendas nos olhos. O proprioceptivo: em superfícies instáveis,
executando os exercícios com os pés descalços e calçados, o e vestibular: utilizando
exercícios rotacionais.
49
DVD 2- EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO MOTORA
Tela – Menu Principal
Tela - Menu Principal
50
1- Coordenação motora geral (grossa) para membros inferiores
Objetivos dos exercícios: coordenar movimentos em diferentes níveis de
complexidade, utilizando os membros inferiores.
Posição inicial- Em pé, de frente para uma escada de corda fixada no chão.
Execução- Caminhar na escada, colocando um pé em cada quadrado da escada. Ir
caminhando de frente e voltar de costas.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
Os exercícios podem sofrer variações como:
a) Colocar os dois pés dentro do quadrado da escada (iniciando com o pé
direito, um de cada vez) e depois para fora, repetir até chegar ao outro lado,
retornar com o pé esquerdo;
b) Saltar com os dois pés no centro do quadrado, em seguida sair (um pé de
cada vez) repetir até chegar ao outro lado, inverter a entrada dos pés (saltar
para fora e entrar com um pé de cada vez).
c) Saltar com o pé direito dentro e os dois fora, com o pé esquerdo e os dois
fora, segue até o final da escada;
d) Na lateral, de lado e na ponta da escada, iniciar com a perna direita no
quadrado, deslocar para a direita e sair da escada, entra-lado-trás. (Retorna
com o outro pé);
e) Pisar com o pé direito, elevar o joelho esquerdo e fazer um giro para o outro
lado, passa para o degrau seguinte e troca de pé.
Posição dos braços: A mais confortável para o executante.
Uso de Materiais: A escada pode ser construída com outros materiais como cordas e
barbantes, desenhada com giz ou fita adesiva. Outros materiais como arcos, cones
e garrafas pet podem ser utilizados como variantes para a organização desses
exercícios.
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Estímulos sensoriais: O professor pode utilizar instrução verbal para a execução dos
movimentos caso haja dificuldades. Por exemplo: “entra pé direito, entra pé
esquerdo, sai pé direito, sai pé esquerdo...”. O idoso deve ser encorajado a realizar
também esses movimentos sem olhar para os pés.
Organização quanto à execução: Esses exercícios podem ser executados
individualmente, sem apoio, com apoio na parede ou barra, para aqueles com
maiores dificuldades como também em duplas, um de frente ao outro, de mãos
dadas ou de lado ao outro com as mãos nos ombros.
52
Tela - Coordenação Motora para Membros Inferiores
Esses exercícios exigem precisão e concentração do idoso nos movimentos de
membros inferiores. Diversas combinações de passos podem ser realizadas como
deslocamento para frente, para trás e para os lados. Esses exercícios poder ser
executados também em duplas ou em pequenos grupos. A complexidade deve ser
adotada de acordo com a condição do idoso ou sua evolução, variando os materiais
e a combinação dos passos.
2- Coordenação motora geral (grossa) para membros superiores
Objetivos dos exercícios: coordenar movimentos em diferentes níveis de
complexidade, utilizando os membros superiores.
Posição inicial- Em pé com uma bola na mão.
Execução- Parado, utilizando as duas mãos, com movimentos giratórios, passar a
bola ao redor da cabeça, tronco e pernas. Executar os movimentos para o lado
direito e esquerdo.
53
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
Exercícios Individuais
a) Pernas afastadas, passar a bola por entre elas fazendo um oito;
b) Lançar a bola para cima e pegá-la sem deixar cair no chão;
c) Lançar a bola para cima com a mão direita e pegá-la com a mesma mão sem
deixar cair;
d) Lançar a bola para cima com a mão direita e pegá-la com a mão esquerda
sem deixar cair;
e) Lançar a bola para cima com a mão esquerda e pegá-la com a mesma mão
sem deixar cair;
f) Lançar a bola para cima com a mão esquerda e pegá-la com a mão direita
sem deixar cair;
g) Lançar a bola para cima, bater uma palma e pegá-la;
h) Lançar a bola para cima, bater duas ou várias palmas e pegá-la;
i) Passar a bola por trás de a cintura lança-la para cima, bater palma e pegá-la;
j) Lançar a bola, bater palma atrás e na frente do tronco e pegá-la;
k) Quicar a bola com as duas mãos, com a mão direita, com a mão esquerda e
intercalando entre a mão direita e esquerda.
l) De frente para uma parede, lançar a bola com as duas mãos contra a parede
e pegar;
m) De frente para uma parede, lançar a bola com a mão esquerda e pegar com a
esquerda; lançar com a direita e pegar com a direita, intercalar as mãos, ou
seja, lançar com a direita e pegar com a esquerda e vice-versa.
Exercícios em duplas ou em pequenos grupos
a) Em duplas, um de frente para ou outro, executar lançamentos com uma bola
sem deixar cair no chão (lançar e receber com as duas mãos, lançar e
receber com a direita, com a esquerda e intercalar as mãos);
b) Em duplas, um de frente para ou outro, executar lançamentos com uma bola
quicando uma vez no chão (lançar e receber com as duas mãos, lançar e
receber com a direita, com a esquerda e intercalar as mãos);
54
c) Executar as mesmas atividades citadas nos itens a) e b) utilizando
simultaneamente duas bolas;
d) Executar os lançamentos citados nos itens acima em quatro pessoas ou
grupos de seis a oito pessoas. Formar quatro duplas e que os integrantes
devem estar de frente um ao outro em um círculo. Executar lançamentos
entre as duplas simultaneamente.
Obs.: Em todas essas atividades podem também haver variações quando a altura
dos lançamentos (baixo, médio e alto) e velocidade do movimento (lenta, média e
rápida).
Uso de Materiais: os exercícios e as variações citadas acima podem ser realizados
com diferentes materiais como bolas de diferentes pesos e tamanhos, pedaços de
tecidos, arcos, bexigas com agua, tubos de PVC, colheres de pau, entre outros.
Estímulos sensoriais: Alguns desses exercícios individuais podem ser executados
também com olhos fechados.
55
Tela - Coordenação Motora para Membros Superiores
Os exercícios de membros superiores permitem uma grande variação de
movimentos como manipulação e lançamento de objetos e quicar a bola. Objetos de
diferentes tamanhos, pesos e texturas devem ser utilizados para estimular a
percepção dos idosos na tarefa e para aumentar o seu repertório motor.
56
Tela - Coordenação Motora para Membros Superiores em Duplas
Exercícios de lançamentos e quicar a bola em dupla auxiliam na atenção e
concentração e aumentam a complexidade da tarefa. Devem ser explorados
lançamentos com a mão direita, mão esquerda e ambas as mãos simultaneamente.
Como também devem ser exploradas diferentes trajetórias (altas, médias e baixas)
e velocidades (lentas, médias e rápidas) A complexidade da tarefa deve ser
aumentada com a utilização de dois objetos.
57
Tela - Coordenação Motora para Membros Superiores em Grupo
Esses exercícios exigem ainda mais atenção, concentração e colaboração dos
idosos, pois quanto maior o número de objetos envolvidos na atividade, maior a
dificuldade. A perturbação visual provocada neste tio de exercício auxilia nas tarefas
cotidianas mais desafiadoras como andar em transporte coletivo, atravessar a rua e
andar em meio a multidões.
3- Coordenação multimembros
Objetivos dos exercícios: coordenar movimentos em diferentes níveis de
complexidade, utilizando os membros inferiores e superiores.
Execução- As atividades de coordenação multimembros podem ser realizadas
utilizando a junção das atividades descritas para membros inferiores e superiores.
Como por exemplo, executar os movimentos com membros inferiores na escada de
corda e realizar simultaneamente atividades de manipulação com materiais, como
jogar bola pra cima e pegar, bater palmas e movimentar braços. As atividades de
coordenação para membros superiores, tanto as individuais como em pequenos
grupos podem ser realizadas com deslocamentos de formas variadas, como por
exemplo, quicar a bola andando para frente, para trás e para os lados.
58
Tela - Coordenação Motora Multimembros-1
Tela - Coordenação Motora Multimembros-2
59
Essas
atividades
apresentam
maior
complexidade
por
trabalharem
simultaneamente membros superiores e inferiores. Todos os exercícios já
apresentados podem ser combinados, permitindo uma ampla variação destas
atividades.
4- Coordenação motora fina
Objetivos dos exercícios: melhorar a habilidade na realização das tarefas do dia a
dia que exigem coordenação motora fina.
Posição inicial- Sentado em uma cadeira à frente de uma mesa com três latinhas
de refrigerante enfileiradas em sua superfície.
Execução- O idoso deverá virar as latas de ponta cabeça, uma de cada vez, ora
utilizando a mão direita, ora a esquerda.
Tela - Coordenação Motora Fina
60
Exercícios diversos para destreza manual como encaixes, traçados,
dobraduras, pinça e sobreposição. Podem auxiliar a manter ou melhorar as
atividades manuais utilizadas no cotidiano como as tarefas utilizadas na higiene
pessoal, alimentação, em trabalhos manuais e atividades intelectuais.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
1) Colocar feijões de um prato no outro com as mãos ou com pinça;
2) Abrir e fechar uma garrafa pet pequena com uma das mãos;
3) Virar e desvirar cartas sobre a mesa;
4) Misturar diferentes grãos de cereais, como milho e feijão para o idoso
separá-los;
5) Fazer trabalhos de dobraduras;
6) Atividades de artesanato como pintura e bordados;
7) Montar quebra-cabeça;
8) Simular a realização de atividades diárias como colocar água no copo, pegar
grão de cereais com colher e garfos, entre outros.
Uso de Materiais: os exercícios podem aumentar o grau de complexidade com
pinça, hashi, objeto para pegar de formas e tamanhos diferentes e locais de
transferência dos objetos de tamanhos diferentes como copos, jarras, garrafas com
boca pequena, média e grande.
Estímulos sensoriais: todos esses exercícios podem ser executados potencializando
os estímulos visual e auditivo com execução de olhos fechados ou vendados e com
perturbação visual e comando de voz.
Organização quanto à execução: esses exercícios devem ser executados
individualmente sem preocupação com o tempo para uma melhor execução
possível. Após algumas tentativas tentar reproduzir o mais rápido possível.
61
DVD 3- EXERCÍCIOS PARA TEMPO DE REAÇÃO E AGILIDADE CORPORAL
Tela - Menu Principal
Tela - Menu Secundário
62
1- Tempo de reação simples
Objetivos dos exercícios: reagir rapidamente com um movimento a um estímulo que
pode ser sonoro, visual ou tátil.
Posição inicial- Em pé com os braços ao lado do corpo.
Execução- Ao apito acionado pelo professor colocar as mãos na cabeça o mais
rápido possível.
Variações- Essa atividade pode ter diversas variações como reagir ao sinal com
movimentos diferentes (bater palmas, colocar mãos no ombro, nos joelhos, bater pé
no chão, entre outros). Os estímulos podem ser também variados: estímulo visual
(professor fazer um sinal com as mãos, acender uma luz) e tátil, ou seja, reagir com
um dos movimentos citados, quando alguém tocar uma parte do corpo do idoso
(costas, cabeça, ombros, entre outros).
Posição inicial- Em pé com uma colher de pau na mão direita.
Execução- Elevar a mão direita com a colher e, ao apito realizado pelo professor, o
idoso deverá soltar a colher e pegar com a mão esquerda.
Variações- Elevar a mão esquerda com a colher e pegar com a direita, segurar a
colher com a mão direita, soltar e pegar com a mesma mão e repetir com a
esquerda. Com as duas mãos e ao apito do professor, soltar e pegar com as duas
mãos antes que caia no chão. Em duplas um de frente para o outro, um dos
integrantes segura a colher com uma das mãos e o outro com as mãos ao lado do
corpo ou nas costas. No apito do professor, o integrante deverá soltar a colher e o
que está a sua frente deverá reagir rapidamente e pegá-la com ambas as mãos
antes que caia no chão. Variações podem ocorrer no momento de pegar a colher
como pegar com a mão direita e esquerda. Podem ser utilizadas também duas
colheres: um dos idosos deve levantar as duas mãos, uma colher de pau em cada
mão e ao apito deverá soltar as duas simultaneamente para que o integrante que
está a sua frente às pegue uma com cada mão antes que caiam no chão. Ainda em
duplas, um de frente para o outro, cada idoso deverá segurar uma colher com a mão
direita e elevá-la acima da cabeça. Ao apito do professor ambos deverão soltar a
sua colher simultaneamente e pegar a colher do outro com a mão esquerda. Quanto
aos materiais, além da colher de pau, pode ser utilizadas bolas, bastões, bolas de
63
papel e canetas. A complexidade da tarefa pode ser aumentada conforme variação
do posicionamento inicial das mãos (mãos na cabeça, nos ombros, costas, ao lado
do corpo e outros). Essas atividades podem ser realizadas também com o estímulo
visual e tátil.
Tela - Tempo de Reação Simples
Nessas atividades os idosos devem reagir o mais rapidamente possível a um
estímulo com um movimento predeterminado pelo professor.
2- Tempo de reação de escolha
Objetivos dos exercícios: reagir rapidamente em diferentes opções de movimento a
um estímulo que pode ser sonoro, visual ou tátil.
Posição inicial- Em pé com os braços ao lado do corpo.
Execução- O professor deverá utilizar dois tipos de sons. No som A, os idosos
deverão colocar o mais rápido possível as mãos na cabeça e no som B bater
palmas.
64
Variações- Essa atividade pode ter diversas variações, como reagir ao sinal
com movimentos diferentes (bater palmas, colocar mãos no ombro nos joelhos,
bater pé no chão, entre outros). Os estímulos podem ser também variados: estímulo
visual (professor fazer dois tipos de sinais ou mostrar cartelas de cores diferentes,
como por exemplo, ao mostrar a cartela azul, os idosos deverão bater os pés e ao
mostrar a cartela vermelha deverão executar um saltito) e, com o estímulo tátil como
tocar o indivíduo com dois ou mais tipos te toques, ou seja, ombro direto e elevar
braço direito, tocar no ombro esquerdo e elevar o ombro esquerdo, tocar ombro
direito e elevar o braço esquerdo e vice-versa, tocar nos dois ombros e elevar os
dois braços entre outros.
Posição inicial- Em pé com uma colher de pau na mão direita.
Execução- O professor deverá utilizar dois tipos de sons. Em duplas um de frente
para o outro, um dos integrantes segura a colher com uma das mãos e o outro com
as mãos ao lado do corpo ou nas costas. Se o professor emitir o som A, o idoso com
a colher de pau deve soltá-la e o outro pegá-la com a mão direita, mas se for o som
B pegar com a mão esquerda.
Variações- Podem também ser utilizados duas colheres e um dos idosos deve
segurá-las acima da cabeça uma em cada mão. Ao som A o idoso que está
segurando a colher deve soltar a colher da mão direita e o idoso que está a sua
frente deverá pega-la com a mão direita e, se o som emitido for o B, tudo deve ser
realizado com as mãos esquerdas. Quanto aos materiais, além da colher de pau,
pode ser utilizadas bolas, bastões, bolas de papel e canetas. A complexidade da
tarefa pode ser aumentada conforme variação do posicionamento inicial das mãos
(mãos na cabeça, nos ombros, costas, ao lado do corpo e outros). Essas atividades
podem ser realizadas também com o estímulo e visual.
65
Tela - Tempo de Reação de Escolha
Nesses exercícios os idosos são levados a reagir rapidamente com no mínimo dois
tipos de movimentos pré-determinados. Como por exemplo, 1 apito uma palma, 2 apitos
mãos na cabeça.
Tela - Estimulação dos Sistemas Sensoriais
66
Tela - Menu Principal
Tela - Menu Secundário
67
1- Exercícios com deslocamentos para frente e para trás e diagonal.
Objetivos dos exercícios: deslocar-se o mais rápido possível em diversas direções
alternando o posicionamento do centro de gravidade do corpo.
Exercícios de agilidade corporal.
Posição inicial- Em pé de frente para uma fileira de cones alinhados em linha reta.
Execução- Contornar os cones, o mais rápido possível e retornar de costas em linha
reta.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
1) Contornar os cones (um com chapéu outro sem) ao passar pelo cone com
chapéu pegá-lo e colocá-lo na cabeça, passando pelo seguinte, colocá-lo no
cone e assim sucessivamente;
2) Correr de frente tocar no primeiro cone, retornar de costas à PI, correr até o
segundo e retornar de costas, correr até o terceiro e retornar de costas até
finalizar os cones;
3) Repetir a sequência anterior e acrescentar uma cadeira no local da posição
inicial;
4) Repetir a sequência anterior lançando a bola para o alto e voltando de costas;
5) Correr de frente na diagonal, deslocar-se de lado em linha reta. Repetir até
finalizar os cones;
6) Repetir a sequência anterior lançando a bola para o alto e voltando de costas.
Obs.: esses exercícios devem ser realizados individualmente e não em forma de
disputa para evitar acidentes.
Posição inicial- Em pé de frente para uma fileira de cones, duas bolas e um gol
com dois arcos.
68
Execução- Correr entre os cones em zigue-zague, lançar a bola no centro dos arcos
com uma ou duas mãos e retornar correndo entre os cones em zigue-zague.
A complexidade do exercício pode ser aumentada apresentando as seguintes
variações:
1) Sentado correr de frente até o primeiro cone, tocá-lo, voltar de costas, sentar,
correr até o segundo cone, tocá-lo e retornar à cadeira e assim
sucessivamente até o fim dos cones.
2) Sentado numa cadeira em frente a cinco arcos dispostos paralelamente no
solo, todos com um cone dentro. Levantar, correr até o primeiro pegar o cone
e colocá-lo no segundo, o do segundo, no terceiro até chegar ao último arco;
3) Mesma posição inicial. Levantar correr em direção ao primeiro arco, dar uma
volta no primeiro arco, no segundo, no terceiro até o último. Retornar de
costas.
4) Em pé em frente a uma escada de tecido ou desenhado no chão, entrar na
escada e sair alternando os pés até chegar ao final, retornar trotando.
Uso de Materiais: utilizar materiais como bola, bastões, arcos, escada, etc.
Obs.: esses exercícios devem ser realizados individualmente e não em forma de
disputa para evitar acidentes.
69
Tela - Exercícios de Agilidade Corporal
Os exercícios de agilidade devem ser organizados para que o idoso se
desloque o mais rapidamente possível, em diversas direções, alternando para cima
e para baixo o centro de gravidade. Os exercícios podem ser realizados em ziguezague, curvas, para frente, para trás, abaixar e levantar. As atividades que exigem
precisão e que possam tornar o exercício mais lento não devem ser utilizadas.
70
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que o material produzido poderá auxiliar profissionais de
educação física a prescreverem exercícios neuromotores para idosos em seus
programas de exercícios físicos. O material não teve como objetivo esgotar as
possibilidades de exercícios para esse fim e sim apresentar propostas para que o
profissional possa criar considerando a sua estrutura física, equipamentos e
materiais. Este material será divulgado também junto aos cursos de pós-graduação
e eventos da área de educação física.
71
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76
APÊNDICE A – Artigo Científico
COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL DE MULHERES IDOSAS COM
ALTA E BAIXA PREOCUPAÇÃO EM CAIR
COMPARISON OF FUNCTIONAL PERFORMANCE OLDER WOMEN WITH HIGH
AND LOW CONCERN IN FALL
RESUMO
Introdução: O medo de cair é um sentimento que está presente em grande parte da
população idosa feminina e está relacionado à restrição das atividades cotidianas e
percepção de baixa eficácia física. Objetivo: Comparar o desempenho em variáveis
de aptidão funcional de mulheres idosas fisicamente independentes que possuem
baixa e alta preocupação em cair. Métodos: Participaram do estudo 75 mulheres
idosas, 69 (±5,2) anos, com estado mental normal, inscritas em um programa de
exercícios físicos. A amostra foi dividida em dois grupos de acordo com o resultado
do Falls Efficacy Scale - International (FES-I-BRASIL): 35 idosas com baixa
preocupação em cair (G-BA) e 40 idosas com alta preocupação em cair (G-AL). Os
dados
foram
coletados
mediante
a)
o
questionário
com
informações
sociodemográficas, b) IMC e c) a avaliação da aptidão funcional pelos testes “sentar
e levantar da cadeira em 30 segundos” (SLEV), de “mobilidade funcional” (TUG), de
“agilidade e equilíbrio dinâmico da AAHPERD’ (AGI) e “teste de caminhada de seis
minutos” (TC6). As variáveis foram comparadas entre os dois grupos pelos testes t
de Student e Mann-Whitney de acordo com a normalidade dos dados. O índice de
significância foi de 5%. Resultados: Os grupos G-BA e G-AL apresentaram
características semelhantes nas variáveis idade, IMC e MINIMENTAL e o G-AL
77
apresentou pior desempenho funcional nas variáveis AGI e TC6, com exceção do
TUG e SLEV em que ambos os grupos obtiveram resultados semelhantes.
Conclusão: A alta preocupação com quedas das mulheres idosas investigadas está
relacionada ao pior desempenho nas variáveis de aptidão funcional mais
desafiadoras.
Palavras-chave: envelhecimento, idosos, atividades diárias.
ABSTRACT
Introduction: the fear of falling is a feeling that is present in much of the female
elderly population and is related to the restriction of everyday activities and
perception of low effectiveness. Objective: to compare the performance in functional
fitness variables of physically independent elderly women who have low and high
concern in fall. Methods: participated in the study, 75 elderly women 69 (± 5.2)
years, with normal mental state, entered into a project of physical exercise. The
sample was divided into two groups according to the result of the Falls Efficacy
Scale-International (FES-I-BRAZIL): 35 elderly with low concern in falling (G-BA) and
older 40 with high concern in falling (G-AL). The data were collected through the
questionnaire with demographic information), b) BMI and c) functional fitness
evaluation by tests "sit to stand chair in 30 seconds" (STS), "timed up and go" (TUG),
of "agility and dynamic equilibrium of AAHPERD ' (AGI) and" six-minute walk test
(6mwt). " The variables between the two groups were compared by Student's t-test
and Mann-Whitney according to the normality of the data. The index of significance
was level set at 5%. Results: groups G-BA and G-AL presented similar
characteristics in the variables age, BMI and STUDIED with exception of concern to
fall, and the G-AL presented worse functional performance on the 6mwt, AGI and
78
variables with the exception of the TUG and STS in that both groups have obtained
similar results. Conclusion: high concern with falls of elderly women investigated is
related to the worst performance in the most challenging functional fitness variables.
Keywords: Aging, elderly, daily activities.
INTRODUÇÃO
Os agravos à saúde do idoso estão relacionados aos aspectos biológicos que
se modificam com o passar do tempo. Essas alterações irão culminar em perdas na
condição física e funcional do indivíduo idoso como diminuição da aptidão
cardiorrespiratória1, força e resistência muscular1,2, flexibilidade3 e habilidades
motoras com consequências negativas na realização das tarefas do cotidiano 4,5.
Aproximadamente 75% dos idosos são fisicamente independentes e realizam
suas atividades cotidianas normalmente, mas apresentam baixa aptidão física e
funcional, o que os colocam mais vulneráveis a contrair doenças e agravos que
levem à fragilidade física e a consequente dependência6. Essas alterações trazem
consequências negativas à capacidade funcional do indivíduo idoso, como o
aumento da vulnerabilidade às quedas causadas pelos estados de fragilidade7.
As quedas são consideradas uma das maiores ameaças à saúde e qualidade
de vida do idoso, por terem forte associação com as morbidades, incapacidades e
mortalidade. Trinta por cento dos idosos com mais de 65 anos de idade caem pelo
menos uma vez ao ano8. Aproximadamente 30% das quedas resultam em uma
lesão que requer atenção médica e aproximadamente 10% resultam em fratura 9.
Além das quedas, o medo de cair traz impactos negativos à saúde e qualidade de
vida do idoso. O medo de cair, não é um sentimento somente de quem já caiu e é
considerado um fator de risco determinante para que as quedas realmente venham
79
a acontecer. Geralmente, esse sentimento acarreta alterações físicas, psicológicas e
sociais importantes no idoso fisicamente independente, como a restrição na
realização das atividades motoras, perda da autonomia, diminuição nas atividades
sociais, sentimento de fragilidade e insegurança10.
Como já relatado, o medo de cair pode representar um importante impacto
negativo na funcionalidade física e saúde psicológica do idoso. Nesse sentido,
investigar esse contexto é de extrema relevância, principalmente porque ainda se
sabe pouco sobre os fatores relacionados ao sentimento de medo de cair em idosos
brasileiros. Grande parte dos estudos publicados investigaram idosos americanos e
europeus e, segundo levantamento bibliográfico realizado, nenhum estudo com
essas características foi desenvolvido com idosos brasileiros. Como o medo de
quedas envolve um construto complexo em que fazem partes variáveis biológicas,
psicológicas, ambientais e socioculturais é extremamente relevante investigar esse
contexto que envolve o medo de cair e a aptidão funcional de idosos com
características educacionais, culturais e socioeconômicas diferentes dos idosos que
residem em países desenvolvidos. Desta forma, o conhecimento mais aprofundado
do contexto que envolve o medo de cair e da funcionalidade física dos idosos poderá
contribuir para a implementação de intervenções mais específicas para diminuir o
medo de quedas nessa população. Com base nas considerações apresentadas,
este estudo teve como objetivo comparar o desempenho em variáveis de aptidão
funcional de mulheres idosas fisicamente independentes que possuem baixa e alta
preocupação em cair.
80
MÉTODOS
Participantes
O método utilizado foi uma pesquisa descritiva com delineamento transversal,
que contou com a participação de 75 mulheres idosas, 69 (±5,2) anos, fisicamente
independentes, com estado mental normal, inscritas para participarem de um
programa de exercícios físicos. Os critérios de inclusão foram: mulheres idosas com
idade mínima de 60 anos, fisicamente independentes, sem participação em
programas de exercícios físicos com supervisão nos últimos seis meses, estado
cognitivo normal avaliado pelo Mini-Exame do Estado Mental (17 pontos para
indivíduos escolarizados e 24 pontos para escolarizados)11 e ausência de condições
patológicas que poderiam dificultar a realização das avaliações, como doenças
cardíacas não controladas, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças
musculoesqueléticas.
As participantes foram separadas em dois grupos de acordo com o resultado
do Falls Efficacy Scale-International (FES-I-BRASIL)12. O questionário avalia o medo
de cair em 16 atividades diárias distintas, cujos valores variam de 16 pontos para os
indivíduos sem qualquer preocupação em cair a 64 pontos para indivíduos com
preocupação extrema. A pontuação entre 16 a 22 pontos indica baixa preocupação
com as quedas e acima de 23 pontos alta preocupação com as quedas. Sendo
assim, 35 idosas foram classificadas como tendo baixa preocupação em cair (G-BA)
e 40 idosas com alta preocupação em cair (G-AL).
O perfil da amostra é apresentado na Tabela 1.
TABELA 1
81
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual de Londrina de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos (parecer 036/2012).
Os dados só foram coletados após todas as participantes terem sido informadas
sobre a proposta do estudo e procedimentos aos quais seriam submetidas e, após
terem assinado o termo de consentimento livre e esclarecido.
Instrumentos
Os dados referentes às variáveis antropométricas e de aptidão funcional foram
mensuradas pelas seguintes avaliações:
Índice de Massa corporal (IMC): A massa corporal foi mensurada em uma
balança de plataforma digital da marca Filizola, modelo PL-200, com precisão de 0,1
kg e a estatura por um estadiômetro com precisão de 0,1 cm, de acordo com os
procedimentos apresentados por Gordon, Chumlea e Roche13. O índice de massa
corpórea (IMC) foi determinado pelo quociente massa corporal (kg) / estatura (m)2.
Força de membros inferiores: Foi avaliada pelo teste de Sentar-e-levantar da
cadeira (SELEV)14, que tem por objetivo avaliar a capacidade do indivíduo idoso de
sentar e levantar da cadeira o mais rápido possível. Foi utilizada uma cadeira sem
apoio lateral com altura de 43 centímetros e um cronômetro. Por razões de
segurança, a cadeira foi apoiada à parede para impedir que se movesse durante o
teste. O teste começou com o avaliado sentado no meio da cadeira, com as costas
retas e os pés apoiados no chão e os braços cruzados contra o tórax. Ao sinal
“atenção já!” o avaliado se levanta ficando totalmente em pé e então retorna a uma
posição completamente sentada. O avaliado foi encorajado a sentar-se e levantar-se
82
completamente o maior número possível de vezes em 30 segundos. Após duas a
três repetições do movimento completo para a familiarização, o teste foi realizado
uma única vez.
Capacidade funcional de exercício: Foi avaliada pelo Teste de caminhada de 6
minutos (TC6)15, que tem como objetivo avaliar a máxima distância que uma pessoa
consegue percorrer em uma superfície plana e dura em um período de seis minutos.
O avaliado tem que controlar a velocidade de caminhada determinando a
intensidade de exercício que realiza o teste. O trajeto do percurso utilizado foi linear,
com 30 metros de comprimento, delimitado por dois cones e demarcado no chão de
dois em dois metros. Os sujeitos foram orientados a percorrer a maior distância
possível no período do teste sem correr, apenas andando rápido. Frases de
incentivo padronizadas foram administradas a cada minuto em conjunto com
informação sobre o tempo restante para completar o teste. A distância percorrida foi
anotada a cada minuto para analisar a velocidade de caminhada durante o teste.
Cada indivíduo realizou o teste duas vezes com intervalo mínimo de 30 minutos e o
melhor resultado foi utilizado.
Mobilidade funcional: foi mensurada pelo Timed Up and Go Test (TUG)16, que
avalia a capacidade do idosos de levantar-se de uma cadeira, sem ajuda dos
braços, andar a uma distância de três metros, dar a volta e retornar. Os
equipamentos necessários são uma cadeira sem apoio lateral com altura de 46
centímetros e um cronômetro. O avaliado iniciou o teste sentado na cadeira com os
braços ao longo do corpo e, ao sinal do avaliador “atenção já!”, levantou-se, sem o
apoio de braços, caminhou três metros com velocidade normal, girou 180º e
83
retornou, sentando-se novamente na cadeira. Duas tentativas foram realizadas,
sendo considerada como resultado a melhor tentativa.
Agilidade Corporal: foi avaliada pelo Teste de Agilidade e Equilíbrio Dinâmico
da AAHPERD (AGIL)17, que tem como objetivo mensurar o deslocamento o mais
rápido possível entre uma cadeira e dois cones posicionados a 1,50 metros para trás
e 1,80 metros para os lados tendo como referência o centro da cadeira. O
participante iniciou o teste sentado na cadeira, com os pés apoiados no solo e, ao
sinal de “atenção já”, o mesmo moveu-se para a direita e girando em volta do cone,
retornando para a mesma, sentando-se; imediatamente levantou-se e moveu-se
para a esquerda, circundando o segundo cone, retornando para a cadeira e
sentando-se novamente. O trajeto foi realizado duas vezes consecutivas. Foram
realizadas duas tentativas com intervalo de dois minutos e o melhor tempo foi
anotado em segundos como o resultado final.
Avaliação do Estado Mental: O estado mental será avaliado pelo Mini Exame
do Estado Mental – “Minimental”, criado por Folstein e colaboradores (1975)30 e
adaptado para a população brasileira por Bertolucci et al. (1994).29 O instrumento é
uma escala de rastreamento cognitivo, com boa correlação com a evolução do
processo demencial. O teste avalia a Orientação Temporal e Espacial, Memória
Imediata, Atenção e Cálculo, Evocação, Linguagem e Praxia. O teste não é
controlado pelo tempo de duração, mas pelo desempenho, cujo escore máximo é de
30 pontos, sendo pontuadas as respostas corretas. Nesse caso, a incapacidade de
responder a um item é considerada como erro e, portanto, não pontuada. As notas
de corte dependem do grau de escolaridade e, nessa pesquisa, a classificação será
feita seguindo a classificação proposta por Lourenço e Veras 31 que apresenta pontos
84
de corte para idosos analfabetos de 18/19 pontos (ausência/presença de
comprometimento cognitivo) e para indivíduos escolarizados de 24/25 pontos
(ausência/presença de comprometimento cognitivo).
As avaliações foram realizadas no período vespertino em duas sessões e em
dias alternados na mesma semana. Na primeira sessão foram avaliados o peso e a
estatura, o TUG, os testes de agilidade, de equilíbrio dinâmico e sentar e levantar
da cadeira. Na segunda sessão foram realizadas as duas tentativas do TC6. Os
testes foram coletados por um grupo de docentes e estagiários do curso de
Educação Física Bacharelado da Universidade Estadual de Londrina devidamente
treinado e foram aplicados sempre pelo mesmo avaliador.
Análise Estatística
A normalidade dos dados foi averiguada pelo teste de Shapiro-Wilk e somente
as variáveis preocupação com quedas, TUG e AGI não apresentaram distribuição
normal. Assim, essas variáveis foram comparadas entre os dois grupos pelo teste
não paramétrico de Mann-Whitney. As demais, idade, MINIMENTAL, IMC, SLEV e
TC6, foram comparadas pelo teste t de Student. Como a maioria das variáveis
apresentaram distribuição normal dos dados, optou-se a apresentação descritiva dos
resultados pela média e desvio padrão. O índice de significância adotado em todas
as análises foi de 5%.Os dados foram analisados pelo pacote estatístico GraphPad
5.0 (San Diego - USA).
85
RESULTADOS
Os resultados referentes ao perfil da amostra indicam que as idosas de ambos
os grupos apresentaram idades semelhantes (tabela 1) e estado mental normal
(p>0,05 para ambas as comparações). Em relação à separação das idosas em dois
grupos, 53% apresentaram alta preocupação em cair e 47% baixa preocupação.
Dentre as idosas que possuem alta preocupação em cair (G-AL), das 16 tarefas
avaliadas, as quatro mencionadas que geram maiores preocupações em ordem
decrescente são “andar em superfícies escorregadias”, “andar em superfícies
irregulares”, “subir e descer degraus” e “alcançar objeto acima da cabeça” (Figura 1).
FIGURA 1
Os resultados apresentados na Tabela 2 indicam que as idosas de ambos os
grupos apresentaram IMC semelhantes. Já em relação às variáveis de aptidão
funcional, O G-AL apresentou pior desempenho na AGI e no TC6. Nas variáveis
TUG e SLEV os dois grupos obtiveram resultados semelhantes.
TABELA 2
DISCUSSÃO
O resultado referente à proporção das idosas com baixa e alta preocupação em
cair indica que esse sentimento, acima de 50%, é realmente significativo entre a
população idosa. Esse achado é corroborado por estudos apresentados pela
literatura que indicam prevalência entre 30 a 85% da população idosa18-20 (Li et al.,
86
2003; Scheffer et al., 2008; Tinetti et al., 1994), dependendo de fatores como
eficácia física e fatores ambientais.
Uma das principais consequências do medo de cair é a restrição das atividades
cotidianas21 (Lim et al, 2011) e da prática de atividade física22 (Shimada, 2009).
Apesar das idosas desse estudo terem apresentado alta prevalência de
preocupação em cair, parece não restringirem de maneira importante suas
atividades cotidianas e prática de atividade física, pois faziam parte de um grupo que
se inscreveu para ingressar em um programa de exercícios físicos e portanto, se
deslocaram até o local do programa para efetivarem sua inscrição. Esse resultado
nos leva a crer que outros fatores podem estar interferindo nessa predisposição a
participar de programas de exercícios físicos, mesmo com alta preocupação em cair,
como a necessidade de se inserir socialmente.
Como evidenciado no inicio dessa discussão, o medo de cair é um sentimento
comum entre idosos e é dependente de um complexo construto permeado por
diversos fatores. Além da fragilidade física, que se constitui em um dos principais
determinantes do medo de cair, a idade avançada19 (Scheffer et al., 2008), o sexo
feminino (Yamada, 2013),23 a obesidade e déficits cognitivos (Austin et al., 2007),24
também se constituem em fatores de risco para que a preocupação em cair esteja
presente ou aumente nessa população. O fato dessas variáveis, importantes na
predição da preocupação em cair em idosos, não terem apresentado diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos, indica que outros fatores não
controlados nesse estudo podem estar interferindo nessa preocupação. Por outro
lado, esses resultados indicam também, que essas variáveis provavelmente não
tenham exercido influencias no desempenho funcional das idosas de ambos os
grupos. É importante destacar, que o sobrepeso identificado pelo IMC entre 28 e
87
29kg/m2 parece não ter influenciado significativamente na preocupação em cair,
provavelmente por esses índices não serem severos a ponto de representar
obesidade em grau elevado e interferir significativamente na funcionalidade do
idoso, apesar de serem índices ligeiramente mais elevados do que os encontrados
em alguns estudos com idosos europeus25,26.
Em relação às atividades que despertam mais preocupação naquelas que
possuem mais medo em cair, destacou-se as atividades mais desafiadoras e que o
indivíduo tem menos controle do seu corpo como deslocar-se em superfícies
escorregadias e irregulares, subir e descer escadas e alcançar objetos acima da
cabeça. Todas essas atividades estão relacionadas ao meio ambiente que o idoso
interage, sobretudo calçadas e ruas mal conservadas e mobílias inadequadas para a
acomodação de seus pertences. Esses resultados são confirmados por Camargos
(2007)12, que ressalta que as atividades mais pontuadas no FES-I-BRASIL, são
atividades extradomiciliares, as quais o idoso que manifesta medo de cair acaba se
restringindo a situações desafiadoras e extradomiciliares, gerando exclusão social e
restrição de atividades.
Em relação ao desempenho funcional, os resultados mostraram que em duas
das quatro variáveis avaliadas, as idosas com maior preocupação em cair
apresentaram significativamente pior desempenho funcional. As variáveis em que as
idosas apresentaram pior desempenho foram na agilidade e equilíbrio dinâmico
(AGI) e na capacidade funcional de exercício avaliada pelo TC6. Embora não
tenhamos encontrado estudos que utilizaram exatamente todos os testes funcionais
aplicados nesse estudo, há uma tendência de uma associação entre o pior
desempenho físico funcional com o medo de cair ou com a alta preocupação em
cair. Em estudo realizado por Donoghue et al. (2013) 27 que avaliaram 1.307 idosos
88
irlandeses fisicamente independentes e com estado mental normal, verificaram pior
desempenho naqueles com medo de cair, no comprimento da passada e na
velocidade de marcha, tanto isoladamente como em dupla tarefa, recitando o
alfabeto.
É importante destacar nesse contexto, que o melhor desempenho nos testes
avaliados nesse estudo pelo grupo com baixa preocupação com quedas (G-BA)
foram justamente nos testes mais desafiadores, como a agilidade e equilíbrio
dinâmico (AGI), que exige velocidade máxima e no TC6 que também exige o
caminhar na melhor velocidade possível. Diferentemente foi observado no TUG e no
teste de sentar e levantar (SELEV) que são executados respectivamente em
velocidade normal de caminhada e velocidade máxima de sentar e levantar da
cadeira, mas sem grandes desafios para a mobilidade, por não exigir deslocamentos
rápidos. Esses resultados nos levam a inferir, que talvez os dois grupos não
tivessem condições funcionais diferentes, mas que o pior desempenho das idosas
do G-AL, pode não ser porque possuem menor aptidão física e funcional, mas
porque se empenham menos na realização dos testes por terem mais receio em
cair.
Ainda em relação ao desempenho funcional das idosas com alta e baixa
preocupação em cair, uma metanálise com estudos transversais realizada por
Stacey et al. (2012)28 revelam que quase todos os 20 estudos incluídos na análise
mostraram pior desempenho dos idosos com medo de cair em relação aos que não
possuem esse medo. É importante destacar, que não encontramos nenhum estudo
com essas características com a população idosa brasileira, o que atesta a
importância deste estudo para a prática clínica, sobretudo, para fornecer subsídios
para programas preventivos para a população idosa brasileira.
89
Entendemos como limitações do estudo o fato de algumas variáveis
importantes como as sócio demográficas, auto eficácia e comorbidades como
depressão e doenças crônicas não terem sido controladas. Sem dúvida essas
informações poderiam acrescentar às conclusões desse estudo. Apesar dessas
limitações, acreditamos que não tenham comprometido consistentemente os
achados aqui encontrados pelo fato de variáveis determinantes desse contexto
terem sido analisadas como a idade, o IMC e o estado mental.
CONCLUSÃO
Concluímos com este estudo que idosas que apresentam alta preocupação
com medo de cair obtiveram um pior desempenho funcional em duas de quatro
variáveis analisadas. Os resultados mostraram também, que a idade, o IMC e o
estado mental não exerceram influências na preocupação com as quedas e, que as
atividades que mais geram medo de cair em idosas são atividades extradomiciliares
e que exigem maiores desafios corporais.
90
REFERÊNCIAS
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volumes reduzidos na autonomia e aptidão físico-funcional de mulheres idosas.
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94
Tabela 1- Perfil das participantes separadas nos grupos com baixa e alta
preocupação em cair.
IDADE (anos)
MINIMENTAL (pontos)
PCAIR (pontos)
GRUPO G-BA
GRUPO G-AL
N=35
N=40
69,2 (±5,1)
68,7 (±5,2)
0,71
25 (±3,2)
24 (±3,4)
0,43
18,6 (±1,9)
33,7 (±7,9)
<0,01
p
G-BA = Grupo com baixa preocupação em cair, G-AL= Grupo com alta preocupação
em cair, IMC=Índice de Massa Corporal, MINIMENTAL= Mini Exame do Estado
Mental, PCAIR= preocupação em cair.
95
Tabela 2- Comparação das variáveis antropométrica e de aptidão funcional entre os
Grupos G-BA e G-AL.
GRUPO G-BA
GRUPO G-AL
N=35
N=40
IMC (Kg/m2)
28 (±4,5)
29 (±4,5)
0,29
SLEV (repetições)
12(±2,6)
11 (±2,1)
0,09
TUG (segundos)
8,3 (±1,9)
8,4 (±2)
0,87
AGI (segundos)
23,3 (±3,7)
25,4 (±3,55)
< 0,01
TC6 (metros)
546 (±45,7)
504(±83,1)
< 0,01
p
G-BA = Grupo com baixa preocupação em cair, G-AL= Grupo com alta preocupação
em cair, SLEV= teste sentar e levantar da cadeira, TUG= Timed Up Go Test, AGI =
teste de agilidade e equilíbrio dinâmico, TC6= teste de caminhada de seis minutos.
96
G-BA = Grupo com baixa preocupação em cair, G-AL= Grupo com alta preocupação em cair
Figura 1- Proporção de idosas com baixa e alta preocupação em cair.
97
APÊNDICE B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
98
APÊNDICE C – Termo de consentimento Livre e Esclarecido
Titulo da pesquisa:
“EFEITOS DE DIFERENTES PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA ATIVIDADE
FÍSICA HABITUAL E VARIÁVEIS DE APTIDÃO FÍSICA/FUNCIONAL E PSICOLÓGICAS
DE MULHERES IDOSAS”
Prezado(a) Senhor(a):
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa “Efeitos de diferentes
programas de exercícios físicos na atividade física habitual e variáveis de aptidão
física/funcional e psicológicas de mulheres idosas”, realizada em “Londrina, no Centro
de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina-PR”. O objetivo da pesquisa
é “ avaliar a influência de diferentes programas de exercícios físicos (ginástica na cama
elástica, hidroginástica e ginástica geral) na atividade física diária, capacidade física e medo
de cair de mulheres idosas fisicamente independentes”. A sua participação é muito
importante e ela se daria da seguinte forma:
1) Avaliações
iniciais
e
finais:
serão
realizadas
no
mês
de
julho
e
novembro/dezembro de 2012. Nessas avaliações o(a) Sr(a) deverá responder
algumas perguntas sobre seu estado de saúde, nível econômico, escolaridade e se
possui medo de cair. Sobre as avaliações físicas o(a) Sr(a). participará de testes de
equilíbrio e agilidade corporal, testes de força de braços e pernas e caminhada de
seis minutos. O(a) Sr(a). fará uma avaliação da quantidade de gordura corporal e
para isso deverá será estar em no mínimo quatro horas em jejum. Para finalizar,
utilizará um pequeno aparelho na cintura (tamanho de um relógio de pulso) que
avaliará a sua atividade física no dia a dia, contando o número de passos realizados.
2) Participação nas intervenções (programa de exercícios físicos): Após as
avaliações iniciais faremos um sorteio para definir em qual grupo de exercícios o(a)
Sr(a). irá participar durante as 12 semanas (ginástica na cama elástica,
hidroginástica ou ginastica geral). Após o sorteio, o(a) Sra. deverá participar das
aulas na modalidade de exercício sorteada durante 12 semanas consecutivas, as
terças e quintas feiras das 14:00 às 15:30 horas. O programa de exercícios irá dos
meses de Maio a Agosto de 2012.
3) Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, podendo
você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto
acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. Informamos ainda que as
99
informações serão utilizadas somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas
com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua
identidade.
Os benefícios esperados são ter um diagnóstico do estado de saúde dos participantes e
proporcionar bem estar físico e psicológico a partir do envolvimento nos programas de
exercícios físicos. Se o(a) Sr(a). desejar poderá continuar a frequentar as atividades físicas
no Centro de Educação Física da UEL após o término da pesquisa sem custo algum. As
avaliações realizadas não oferecem riscos à sua saúde e integridade física. Caso algum
acidente ocorra, como quedas ou outro tipo de lesão, durante a sua participação na
pesquisa, o Sr(a). será encaminhado por um dos responsáveis pela pesquisa ao serviço de
pronto atendimento da Universidade Estadual de Londrina para os procedimentos de
tratamento necessários.
Informamos que o(a) senhor(a) não pagará nem será remunerado por sua participação.
Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão ressarcidas,
quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação na pesquisa.
Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos contactar com
o prof. Denilson de Castro Teixeira, rua Albino Scotton, 429, Jd. Burle Marx, LondrinaPR. Telefone: 3341-7329 ou 9941-8625, e-mail [email protected]), ou procurar o Comitê de
Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na
Avenida Robert Kock, nº 60, ou no telefone 33712490. Este termo deverá ser preenchido em
duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida e assinada entregue a
você.
Londrina, ___ de ________de 2011.
Pesquisador Responsável
RG::4.203273-5
________________________________________________,
tendo
sido
devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em
participar voluntariamente da pesquisa descrita acima.
Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________
Data:___________________
100
APÊNDICE D – Trabalho Apresentado em Evento Científico
IMPACTO DE DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO EQUILIBRIO
POSTURAL DE MULHERES IDOSAS NA CONDIÇÃO UNIPODAL
Autores: Carlos H. Souza1, Marcio R. Oliveira1, André W. Gil1, Paulo C.E. Pereira1,
Juliana B. Dascal2, Rubens A. Silva1, Denilson C. Teixeira1,2. e-mail:
[email protected]
Instituições: 1Universidade Norte do Paraná, Londrina/PR, Brasil; 2Universidade
Estadual de Londrina, Londrina/PR, Brasil.
Apoio: CAPES e Fundação Araucária.
INTRODUÇÃO: Uma estratégia eficaz para melhora do equilíbrio postural visando
minimizar as mudanças associadas com a inatividade física e o envelhecimento é a
pratica regular de exercício físico. Entretanto, poucos estudos avaliaram o efeito do
treinamento de diferentes modalidades de exercício (mini trampolim, água e solo) no
equilíbrio postural de mulheres idosas fisicamente independentes. OBJETIVO:
Investigar o impacto de um treinamento físico no equilíbrio postural, por meio de
exercícios (no mini trampolim, na hidroginástica e na ginástica geral) na condição
unipodal em mulheres idosas. MÉTODOS: Trinta e nove mulheres idosas
fisicamente independentes (69 ± 4 anos) foram dividas aleatoriamente em três
grupos: Grupo mini trampolim (GT), Grupo hidroginástica (GH) e Grupo Ginástica
geral (GG). Todas participaram de um programa de exercícios físicos composto por
duas sessões semanais com aproximadamente 60 minutos de duração em cada
sessão, totalizando 24 sessões. Os programas foram divididos igualmente em quatro
ciclos de seis sessões e para cada ciclo houve um aumento de 10% no volume de
exercício físico (repetições). As intervenções foram organizadas visando o
desenvolvimento das capacidades físicas e motoras e na seguinte sequência: 1)
capacidades neuromotoras como equilíbrio, agilidade corporal, tempo de reação,
coordenação motora e ritmo; 2) força e resistência muscular, nos diferentes
segmentos corporais, como membro inferior, membro superior e tronco; 3)
flexibilidade. O equilíbrio foi avaliado antes e após a intervenção por meio de uma
plataforma de força na condição unipodal sendo realizadas três tentativas de 30
segundos com 30 segundos de repouso e a média das tentativas foi utilizada para
análise. RESULTADOS: De forma geral, houve melhora no equilíbrio postural na
condição unipodal após as intervenções nas três modalidades de exercício avaliadas
(Velocidade ântero posterior da área do COP P <0,05). Entretanto, não houve
diferença significativa entre os grupos avaliados (GT, GH e GG P >0,05).
CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo mostraram que todas as
modalidades investigadas tais como, mini trampolim, hidroginástica e ginástica geral
proporcionam efeitos positivos para melhora do equilíbrio postural em mulheres
idosas.
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE
ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação
Universidade Norte do Paraná
Ana Cristina Gasparini Freitas
Bibliotecária CRB9/792
S718e
Souza, Carlos Henrique de.
Exercícios para o desenvolvimento de habilidades motoras em
idosos / Carlos Henrique de Souza. Londrina: [s.n], 2015.
91f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção
da Saúde). Universidade Norte do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Denilson de Castro Teixeira.
1- Mestrado profissional - UNOPAR 2- Neuromotor 3- Exercício
físico 4- Habilidades motoras 5- Idosos I- Teixeira, Denilson de Castro,
orient. II- Universidade Norte do Paraná.
CDU 796-053.9
Download

carlos henrique de souza exercícios para o desenvolvimento das