XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015
Efeito da concentração de Própolis Vermelha Alagoana e monensina sódica na biometria de
cordeiros inteiros1
Effect of levels of Brazilian Red Propolis and monensin on non castrated male lamb’s biometry
Flávio André Omena Baracho², Jennifer Nandes Pereira da Silva³, Lays Thayse Alves dos Santos³,
Lara Caveanha Gragnanello4, Davi Francisco da Silva3, Jefferson da Silva Santos3, Fernando
Antônio de Souza5, Patrícia Mendes Guimarães Beelen6
1
Parte da tese de mestrado do primeiro autor, projeto financiado pela FAPEAL.
²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia-UFAL, Rio Largo–AL, Brasil. Bolsista CAPES. [email protected]
³Aluno do curso de Graduação em Zootecnia-UFAL, Rio Largo–AL, Brasil. Bolsista Permanência.
4
Aluno do curso de Graduação em Zootecnia-UFAL, Rio Largo–AL, Brasil. Bolsista BDAI.
5
Bolsista PNPD/CAPES, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia-UFAL, Rio Largo–AL, Brasil
6
Professor associado da Universidade Federal de Alagoas, PPGZ, Rio Largo-AL, Brasil. [email protected]
Resumo: Objetivou-se avaliar o efeito da própolis vermelha, em diferentes concentrações sobre as
medidas biométricas de cordeiros em confinamento e compara-la aos efeitos da monensina sódica. O
experimento teve duração de 24 dias, precedido de 14 dias de adaptação. Foram utilizados 24 cordeiros,
mestiços, ½ Dorper X ½ Santa Inês, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado. Os
tratamentos avaliados foram: controle, monensina sódica (0,03 g/animal), própolis vermelha (1,5
g/animal) e própolis vermelha (1,0 g/animal). As seguintes medidas biométricas foram realizadas nos
animais: comprimento corporal, altura de anterior, altura de posterior, perímetro torácico, perímetro
abdominal, largura do peito, comprimento de garupa, largura de garupa, perímetro de coxa, perímetro
escrotal e escore corporal. À exceção do comprimento corporal as demais medidas avaliadas não foram
influenciadas pelos níveis de própolis vermelha avaliados.
Palavras-chave: aditivo, ionóforo, morfometria, ovinos, aditivo natural
Abstract: The effect of different levels of Alagoas Red Propolis on some biometric measures of confined
lambs were assessed and compared to the effect of monensin sodium. Animals were adapted to the
facilities for 14 days and the experiment lasted 24 days. Twenty four male lambs, ½ Dorper X ½ Santa
Inês, were distributed in a total randomized design. The treatments were: control diet, monensin sodium
(0,03 g/animal), red propolis (1,5 g/animal) and red propolis (1,0 g/animal). The biometric measures
taken were: body length, anterior and posterior heights, chest circumference, chest width, hump length,
hump width, thigh circumference, scrotal circumference and body condition. With the exception of body
length, none of the measures were influenced by the treatments.
Keywords: additive, ionophore, morfometry, sheep, natural additive
Introdução
A própolis vermelha é um produto de origem apícola, encontrada ao longo da costa do mar e de
rios do nordeste, o qual possui algumas características farmacológicas como efeito antimicrobiano,
antifúngico, antiprotozoário, ação antioxidante, antiviral e bacteriostática. A atividade antibacteriana da
própolis é maior contra bactérias Gram-positivas e limitada contra bactérias Gram-negativas. Tal efeito
pode beneficiar o desempenho animal por selecionar as bactérias ruminais Gram-negativas, que são mais
eficientes na produção de ácidos graxos voláteis. Segundo Stradiotti Jr. et al. (2004) a ação bacteriostática
das própolis sobre a desaminação dos aminoácidos pode favorecer o escape de proteína ruminal gerando
melhorias na eficiência de produção dos ruminantes. Os diferentes tipos de própolis possuem composição
variada em função da região e da flora existente o qual afetam a suas propriedades farmacológicas. Um
novo tipo de própolis, identificada por Silva et al. (2007), a Própolis Vermelha de Alagoas, vem
destacando-se como fonte promissora de compostos bioativos Alencar et al.(2007). Os níveis seguros de
inclusão da própolis vermelha na dieta de ovinos e seu efeito sobre o desempenho dos animais são pouco
conhecidos. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da concentração de própolis na dieta de
cordeiros sobre as medidas biométricas.
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Material e Métodos
O experimento foi realizado no Núcleo de Produção Animal do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal de Alagoas (CECA-UFAL), localizado no município de Rio Largo, AL. Utilizou-se
24 cordeiros mestiços, ½Dorper x ½Santa Inês, nascidos entre os meses de julho e agosto de 2014 com
peso corporal médio de 20,7 kg. Os animais ficaram alojados em baias individuais, com piso de concreto,
providas de comedouro e bebedouro. O experimento teve duração de 24 dias, precedido de 14 dias de
adaptação a dieta e manejo diário. Os tratamentos avaliados foram: própolis vermelha 1 g/animal/dia
(PV1,0), própolis vermelha 1,5 g/animal/dia (PV1,5), monensina 0,03 g/animal/dia (MON) e o controle
(CTL). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 6 repetições. A
extração da própolis foi realizada em temperatura ambiente. A própolis bruta passou por sucessivas
lavagens com álcool 70% (v/v), até o clareamento do substrato, indicando a separação entre a cera e os
princípios ativos. O extrato purificado foi filtrado e depois condensado a 40 °C até atingir 77% de
umidade, quando foi misturado ao concentrado e seco. A dieta foi composta por feno de Tífton (Cynodon
spp.), milho, soja e suplemento vitamínico e mineral, sendo a relação volumoso: concentrado da dieta de
70:30 (v/c). A alimentação era realizada duas vezes por dia em quantidade suficiente para permitir sobra
diária de 10%. Foram realizadas as seguintes medidas biométricas: comprimento corporal (CC), altura de
anterior (AA), altura de posterior (AP), largura de peito (LP), perímetro torácico (PT), perímetro
abdominal (PA), comprimento de garupa (CG), largura da garupa (LG), perímetro da coxa (PC),
perímetro escrotal (PE). O escore corporal (EC) foi medido por meio de palpação do lombo, atribuindo-se
valores de 1 a 5, sendo 1 = muito magra e 5 = muito gorda. Todas as análises foram realizadas utilizando
o Software R (R-project, 2014). Os dados foram analisados por meio da análise de variância,
considerando o peso final dos animais como covariável. As médias foram comparadas pelo teste de
Tukey (P<0,05).
Resultados e Discussão
Na tabela 1 são apresentados os resultados referentes às medidas biométricas dos cordeiros sob os
grupos experimentais. Houve efeito de tratamento (P<0,05) para CC. Os animais que receberam
1g/animal/dia de própolis vermelha apresentaram maior CC, quando comparado aos tratamentos própolis
PV1,5 e MON. Os animais que receberam própolis vermelha 1,5 g/animal/dia ou monensina sódica não
apresentaram diferença estatística significativa entre si, com médias iguais a 58,08 e 59,61 cm,
respectivamente. Os resultados obtidos com 1 g/animal/dia de própolis provavelmente são atribuídos a
sua função bacteriostática que modifica o padrão de fermentação ruminal e reflete de forma positiva no
crescimento corporal dos animais. O aumento da própolis para 1,5 g/animal/dia pode ter ocasionado um
efeito de inibição não somente das bactérias gram-positivas, mas também gram-negativas acarretando em
redução do desenvolvimento corporal dos animais. Não foi observado efeito dos tratamentos (P>0,05)
sobre as variáveis AA, AP, LP, PT, PA, CG, LG, PC, PE, EC. Trabalhos avaliando o efeito da própolis
vermelha sobre o desempenho de cordeiros são escassos. Ítavo (2011) observou que a adição de própolis
verde ou marrom na dieta de ovinos reduziu o ganho de peso dos animais e que o efeito negativo da
própolis marrom foi menor que o da própolis verde. No presente trabalho os níveis avaliados não foram
suficientes para causar efeito significativo na maioria das variáveis biométricas. O que é um resultado
positivo, pois a ausência de diferenças entre os tratamentos de própolis e a monensina corrobora com a
utilização da própolis como aditivo.
Tabela 1. Valores médios das biometrias dos cordeiros em função dos tratamentos. PV1,5 = Própolis
Vermelha 1,5 g; PV1 = Própolis Vermelha 1 g
Tratamentos
Medidas Avaliadas
Controle
PV1,5
PV1
Monensina
CV
Comprimento Corporal (cm)
Altura de Anterior (cm)
Altura de Posterior (cm)
Largura de Peito (cm)
Perímetro Torácico (cm)
Perímetro Abdominal (cm)
Comprimento de Garupa (cm)
Largura de Garupa (cm)
61,05ab
57.27a
58.00a
17.88a
65.61a
78.61a
19.72a
18.38a
58,08b
54.66a
55.16a
16.33a
61.04a
75.00a
17.958a
16.87a
63,33a
56.72a
57.33a
17.50a
64.33a
77.83a
19.77a
18.33a
59,61b
56.55a
56.88a
17.00a
64.00a
76.50a
19.55a
18.16a
4.28
4.44
4.35
7.38
6.55
6.33
6.66
7.10
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Perímetro de Coxa (cm)
Perímetro Escrotal (cm)
Escore Corporal
a,b
25.88a
25.88a
2,27a
23.41a
23.41a
1,87a
24.83a
24.83a
2,61a
24.55a
24.55a
2,33a
10.45
14.90
22.78
Letras minúsculas diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Conclusão
A inclusão de própolis vermelha à dieta de cordeiros confinados.afeta positivamente suas medidas
biométricas.
Agradecimentos
À FAPEAL/CAPES pelo financiamento da pesquisa, por meio do edital 003/2013 de apoio a PósGraduação. À UFAL pelas bolsas BDAI e Permanência. À Mcassab, pela doação da monensina.
Literatura Citada
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ALENCAR, S.M., Chemical composition and botanical origin of red propolis, a new type of Brazilian
propolis, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v.5, p.313 – 316, 2007.
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