UFF – Universidade Federal Fluminense
COLUNI – Colégio Universitário Geraldo Reis
Desmitificando o conceito da Química no cotidiano
Orientadora: Claudiane Costa Canuto
Orientando: Guilherme Pinto Paranhos de Abreu
Local a ser desenvolvido: Colégio Universitário Geraldo Reis.
Palavras-chave: ensino de química, vivência do cotidiano, atividades experimentais
Grande área: Ciências da Natureza
2011
Desmitificando o conceito da Química no Cotidiano
Claudiane Costa Canuto
RESUMO
É sabido que quando uma folha de árvore é exposta à luz do Sol e é iniciado o
processo da fotossíntese, o que está ocorrendo neste processo é química. Quando o
nosso cérebro processa milhões de informações para comandar nossos movimentos,
nossas emoções ou nossas ações, o que está ocorrendo é química.
Deparamos-nos a cada dia com novos cosméticos no mercado que propõem
resultados sem química. Mas, será que existe algo sem química? Por que associar a
Química apenas pelo aspecto danoso? Questionamentos como estes são frequentemente
apontados pelos discentes quando se inicia o estudo da Química enquanto disciplina.
O processo de aprendizagem conta com diversas ferramentas para desenvolver a
formação do educando, incentivando-o a buscar o seu próprio conhecimento. O uso de
atividades experimentais se apresenta como uma dinâmica nova na solução de
problemas, que aliada à vivência adquirida pelo aluno pode exercer o estímulo adicional
neste processo, facilitando assim a apresentação dos temas abordados em sala de aula. O
presente projeto tem por objetivo introduzir no Ensino Fundamental e Médio a
desmitificando de alguns rótulos nos quais a Química é associada, estimulando a
criatividade, a autonomia e o gosto pela pesquisa e por este ramo da Ciência.
Palavras-chave: ensino de química, vivência do cotidiano, atividades experimentais
1. Introdução
A química está presente em todos os momentos da nossa vida. É só observar ao
nosso redor. Como disse Einstein: “A coisa mais bela que o homem pode experimentar
é o mistério. É esta a emoção fundamental que está na raiz de toda a ciência e arte.”
A Química participa do desenvolvimento científico-tecnológico com importantes
contribuições específicas, cujas decorrências têm alcance econômico, social e político.
A sociedade e seus cidadãos interagem com o conhecimento químico por diferentes
meios. A tradição cultural difunde saberes, fundamentados em um ponto de vista
químico, científico ou baseados em crenças populares. Por vezes, podemos encontrar
pontos de contato entre esses dois tipos de saberes, como, por exemplo, no caso de
plantas cujas ações terapêuticas popularmente difundidas são justificadas por
fundamentos químicos. Daí investirem-se recursos na pesquisa dos seus princípios e das
suas aplicações. Mas, as crenças populares nem sempre correspondem a propriedades
verificáveis e podem reforçar uma visão distorcida do cientista e da atividade científica,
a exemplo dos alquimistas, que foram vistos como feiticeiros e não como pensadores
partícipes da visão de mundo de sua época.
Além disso, de forma frequente, as informações veiculadas pelos diferentes
meios de comunicação são superficiais, errôneas ou exageradamente técnicas. Dessa
forma, as informações recebidas podem levar a uma compreensão unilateral da
realidade e do papel do conhecimento químico no mundo contemporâneo. Transformam
a Química na grande vilã do novo século, ao se enfatizar os efeitos dos poluentes que
certas substâncias causam no ar, na água e no solo. Entretanto, desconsideram o seu
papel no controle das fontes poluidoras, através da melhoria, dos processos industriais
dos processos industriais, tornando cada vez mais eficaz o tratamento de efluentes.
Na Escola, de um modo geral, o indivíduo interage com um conhecimento
essencialmente acadêmico principalmente através da transmissão de informações,
supondo que o estudante, memorizando-as passivamente, adquira o “conhecimento
acumulado”. Neste contexto entende-se que devemos retornar ao pilar das definições de
conhecimento científico, na busca do entendimento da realidade e sua abstração para
posterior prática e aperfeiçoamento.
Este trabalho tem como eixo norteador, em um primeiro momento, utilizar a
vivência do educando e os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural, a mídia e vida escolar,
buscando introduzir os conhecimentos químicos que permitiriam refazer essas leituras
de mundo, trazendo mudanças conceituais com fundamentação na ciência. Dessa forma,
seguindo as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental e Médio, acreditamos que seja fator essencial estimular o educando ao
desenvolvimento do raciocínio e a formação do pensamento.
2. Objetivos:
 Compreender e utilizar conceitos químicos dentro de uma visão macroscópica
(lógico-empírica).
 Desenvolver e aplicar experimentos de baixo custo em amostras presentes no
cotidiano visando uma melhor compreensão dos conteúdos de conhecimento do
educando, motivando o interesse por novos conhecimentos.
3. Justificativa
O aprendizado de Química pelos educando implica que eles compreendam as
transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada
e assim possam julgar com fundamentos as informações advindas de diferentes meios e
tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos.
Na interpretação do mundo através das ferramentas da Química, é essencial que
se explicite seu caráter dinâmico. Assim, o conhecimento químico não deve ser
entendido como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim
uma construção de mente humana, em contínua mudança.
Desta forma, este projeto apresenta uma proposta de estímulo à aprendizagem e
à construção do conhecimento, através da pesquisa e de sua socialização entre os
educandos do Ensino Fundamental e Médio do Colégio Universitário Geraldo Reis –
COLUNI/UFF, bem como de outros estudantes que compartilham este interesse em
comum.
4. Metodologia e forma de análise dos resultados
4.1. Escolha e coleta dos objetos de pesquisa
Amostras de alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e demais itens
manufaturados são coletados dos mercados locais e diferentes fontes pelo aluno
bolsista. Cada amostra terá uma análise compreendida no estudo dos rótulos e no estudo
de sua composição química.
4.2. Tratamento das amostras
Serão desenvolvidas através de estudo dirigido tendo como base referências
bibliográficas que serão trazidas pela professora coordenadora deste projeto e outras que
serão trazidas pelo educando a partir de investigações realizadas no ambiente onde esse
aluno vive.
4.3. Experimental
Após a determinação da composição química das amostras propostas serão
desenvolvidas atividades experimentais de baixo custo. As atividades experimentais têm
por finalidade identificar elementos químicos considerados essenciais e tóxicos
envolvendo os conhecimentos do aluno e outros que sejam necessários à conclusão do
projeto, visto que o uso de linguagem visual é a prerrogativa fundamental para
incentivar o gosto do educando pela pesquisa.
4.4. Análise dos dados
Encontro regulares, mais especificamente, quinzenalmente sob a forma de
seminários será realizado com a coordenadora do projeto e o aluno bolsista com o
propósito de apresentar o material estudado no período. Encontros esporádicos serão
realizados entre o aluno bolsista e os demais alunos do COLUNI, na busca por novas
fontes de pesquisa.
5. Metas e Cronograma de execução
5.1. Metas
1. Investigação de situações problema relacionado à Química;
2. Compreensão dos fatos químicos dentro de uma visão macroscópica;
3. Levantamento Bibliográfico;
4. Execução da parte experimental;
5. Elaboração relatórios.
6. Apresentação do Projeto em Eventos Científicos
5.2. Cronograma de execução
Período de Execução (meses)
Metas
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
2
3
4
5
6
6. Referências Bibliográficas
1- BRASIL, Ministério de Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio. Química – 1º ao 3º ano. Brasília, SEF, 1997.
2- LEVY, P. As tecnologias da Inteligência. Ed. 34, S.P., 1997.
3- MAGALHÃES, F. P. R.; JUNIOR, M. R.; FIRMINO, V. S.; NASCIMENTO, E. M.
O. Desmistificando a Química no cotidiano escolar. 6º SIMPEQUI – Simpósio
Brasileiro de Educação Química – Julho de 2008 – Ceará
4- SILVA, F. R. G.; SANTOS, K. J. S.; MORAIS, W.G .; ARAÚJO, R. D.; SILVA, H.
F. O.; LIMA, U. R.; OLIVEIRA, S. D. S. Desmistificando a química: um novo olhar
para divulgar o curso de química da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. 48º CBQ – Congresso Brasileiro de Química – outubro de 2008 – Rio de Janeiro
5- VYGOTSKY, L.V. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes Editora,
Ltda, 1987.
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