Inovação
1º Prêmio CBMM de
Matemática - Ensino Médio
CBMM
Carlos Alberto Pereira
Nº 06
Criado em parceria com o governo de Minas Gerais
para incentivar alunos e professores no estudo
da matemática, a premiação beneficiou em sua edição
de estréia os 21 secundaristas mineiros de ensino
médio que ganharam medalha de ouro na 2ª Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
junho de 2007
Fernando Moreira Salles entrega o Prêmio CBMM
a Carlos Alberto Pereira, professor de matemática do 1º colocado
da OBMEP,Thales Marques Barbosa, que recebeu sua premiação das mãos do governador Aécio Neves
R$ 250 milhões é o investimento
previsto na ampliação da planta de
Araxá, que vai preparar a empresa
para a produção de até 110 mil
toneladas anuais de ferronióbio.
10
Um processo desenvolvido internamente
poderá permitir a recuperação de até
75% da escória de alumínio gerada
na produção, aumentando a
sustentabilidade da companhia.
1
12
Educação
Estímulo aos talentos
da escola pública mineira
Instituído em parceria com o governo do estado de Minas Gerais, este prêmio estreou
agora e deve se repetir, no mínimo, pelos próximos quatro anos. É um incentivo à
melhor qualidade do ensino e ao estudo dessa disciplina indispensável à vida moderna.
o dia 30 de maio, o governador Aécio Neves fez a
entrega do 1º Prêmio CBMM
de Matemática – Ensino Médio. A cerimônia, que aconteceu no Palácio da Liberdade,
em Belo Horizonte, distinguiu
com cadernetas de poupança e
medalhas de ouro os 21 estudantes da rede pública mineira
que conquistaram o ouro na 2ª
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
(OBMEP), edição 2006. Seus
respectivos professores de matemática também foram premiados na ocasião.
Instituído em parceria com o
governo do estado de Minas
Gerais, o Prêmio CBMM de
Matemática estreou agora e
deve se repetir por, no mínimo,
mais quatro anos. O objetivo é
incentivar o estudo dessa disciplina, promover a qualidade do
ensino público e motivar os professores. Segundo o diretor da
CBMM, Fernando Moreira Salles, o prêmio destina-se ainda a
N
ajudar os vencedores nas suas
despesas financeiras no início
da universidade.
Os alunos premiados têm entre 16 e 19 anos, estudam ou
concluíram o segundo grau em
escolas públicas mineiras e sonham fazer carreira no campo
das ciências exatas. Sempre
prontos a testar, até o limite, sua
habilidade com os números,
“Para construir um
tempo mais justo,
é preciso reconhecer
os talentos e
dar oportunidades
a esses talentos...”
são o que se pode chamar de estudantes olímpicos ou atletas
do raciocínio. Com seu ótimo
desempenho na 2ª OBMEP,
ajudaram a colocar Minas Gerais em segundo lugar na competição nacional, atrás apenas
do Rio de Janeiro.
O primeiro colocado do estado
Inovação CBMM
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ganhou uma caderneta de poupança Unibanco no valor de
R$ 10 mil. Para os demais premiados e todos os professores, as
cadernetas de poupança foram
de R$ 5 mil. O Prêmio CBMM
foi estendido aos professores por
sugestão da secretária estadual da
Educação, Vanessa Guimarães.
A Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas envolve uma parceria entre o
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e os ministérios da
Educação e da Ciência e Tecnologia. Criada em 2005, é o maior
projeto educacional do país em
número de participantes.
Em Minas Gerais, 1,65 milhão de estudantes, de mais de
3,5 mil escolas de ensino fundamental e médio, participaram da
edição 2006 – o que correspondeu a 12% dos 14,1 milhões de
inscritos de todo o Brasil. Mais
de 90% dos municípios mineiros
se fizeram representar, assim co-
Assessoria de Comunicação da Sec. Educação MG
mo 75% do total das escolas públicas estaduais. Em relação à
premiação, a participação mineira alcançou 21,5%, superando
seu índice de participação.
Para a secretária estadual da
Educação, o envolvimento das
escolas, professores e alunos na
OBMEP representa um reforço
importante para o ensino da matemática: “Um baluarte, ao lado
do português, da educação básica”, diz Vanessa Guimarães. A
premiação dos mineiros – que
contemplou também medalhistas de prata e bronze – é resultado do esforço do governo de
Minas para tornar a escola comprometida com a aprendizagem
efetiva dos alunos.
A parceria da CBMM nesse
esforço é festejada pela secretária: “É uma surpresa agradável o
fato de uma grande empresa,
com base em Minas, vir voluntariamente somar-se à premiação
dos talentos da escola pública,
reforçando uma atitude do governo do estado”, afirma ela.
Para Vanessa Guimarães, a
CBMM dá provas de sua confiança no projeto educacional
mineiro ao assumir um compromisso para os próximos quatro
anos: “É simpática essa
aposta no futuro e na
permanência do nosso
programa para além da
própria gestão do governador Aécio Neves”. A
parceria da companhia,
ela explica, permitiu
que o governo de Minas
ampliasse a premiação A Secretária de Educação,Vanessa Guimarães
para os medalhistas de
outras categorias.
O prêmio que acaba de receO campeão brasileiro Thales
ber dá cobertura ao seu projeto:
“Vai servir para eu me manter na
O mineiro da cidade de Pascidade onde for estudar, até consos, Thales Marques Barbosa, de
seguir um emprego ou estágio”.
16 anos, foi o campeão entre os
Para esse campeão brasileiro, o
alunos de ensino médio de todo
estudo da matemática não guaro país na OBMEP 2006. Ele se
da grandes segredos nem requer
empenhou no estudo para as
tanto sacrifício quanto se pensa.
provas, mas nem de longe imaQuem quiser se dar bem na
ginava fisgar o primeiro lugar.
disciplina – ele ensina – precisa
Cursando a terceira série do
se dedicar às aulas, ter persistênColégio Tiradentes, em Passos,
cia e não desistir nos primeiros
Thales agora vai se colocar à prodesacertos. “Eu vibro com os deva no processo seriado de selesafios. Acho que o mais divertido
ção da Universidade Federal de
da matéria é justamente o passo
Uberlândia e sonha com uma
a passo dos problemas”, afirma.
vaga em uma grande universidaCarlos Alberto Pereira foi o
de pública. “Quero fazer engeprofessor de matemática do
nharia mecatrônica e vou tentar
campeão brasileiro Thales. Seu
vestibular na UFMG, na USP e
método é a dúvida, explorada
na Unicamp”, anuncia.
de forma a despertar e alimen-
Inovação CBMM
3
tar o senso investigativo dos alunos. “Eu chamo os meus alunos
a pensar, a ir atrás, redescobrir
os porquês de cada postulado,
de cada teorema. Meu objetivo
é levá-los a pensar a matemática sem medo e sem preconceitos”, diz.
Compromisso
com a construção
de um futuro melhor
“O investimento na educação é o maior, o melhor e o
mais prazeroso de todos os investimentos. Não existe ação
mais transformadora do que investir na qualidade do ensino”, afirmou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na cerimônia de premiação dos 94 estudantes mineiros que conquistaram medalhas na 2ª Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP)
e dos seus professores.
“Somos hoje 20 milhões de mineiros orgulhosos do desempenho de vocês”, disse o governador. Ele destacou que,
apesar das desigualdades regionais do estado, a performance de Minas na educação está entre as melhores do País.
“Ficamos acima da média nacional e da média do Sudeste em todas as séries, conforme apuração recente do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico”, ilustrou, reafirmando como prioridade do governo a diminuição das
diferenças regionais, principalmente na área da educação.
O diretor geral da CBMM, Fernando Moreira Salles, falou diretamente aos alunos e professores para lembrar que
cada geração precisa de um sonho: “A minha geração sonhou criar uma sociedade menos injusta do que a conhecida pelos meus pais. Nós falhamos. Para construir um
tempo mais justo, é preciso reconhecer os talentos e dar
oportunidades a esses talentos. Vocês, professores, fizeram
sua parte e honraram a vocação de vocês”.
Segundo Fernando Moreira Salles, “o governo de Minas
Gerais mostrou, mais do que nunca, seu compromisso
com o futuro e com aqueles que podem fazer dele algo melhor”. Ele foi enfático com os estudantes: “Vocês, alunos,
vão ter uma chance de construir esse futuro, talvez – e eu
espero – melhor do que o que nós conseguimos. Essa premiação é para lembrar a todos – alunos, professores e administradores públicos – do quanto nossa história espera de
vocês e do que vocês podem fazer por nós”.
Inovação CBMM
Uma atleta e várias olimpíadas
Roberta Maia Sabino foi a
única mulher entre os jovens secundaristas mineiros a conquistar uma medalha de ouro na 2ª
OBMEP. Aluna do Colégio Militar de Belo Horizonte, aos 17
anos, ela já acumula participações em várias olimpíadas de
matemática e também de física
e química.
“Participo, não pelo prêmio,
mas porque gosto de fazer prova.
Prova é conhecimento, é treinamento”, diz ela. Treinamento,
em sua opinião, é indispensável
para o sucesso na matemática.
“Precisa ter treino e gostar. Sobretudo gostar”, emenda.
Roberta acredita que o gosto
pela disciplina é mais freqüente
entre os estudantes do sexo masculino. Para cada 10 ou 15 meninos de sua escola inscritos nas
Olimpíadas, ela registra que
houve duas ou três meninas e arrisca palpitar que “a cabeça do
homem funciona melhor para as
ciências exatas”.
No seu caso, que fugiria à regra, está absolutamente certa de
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Carlos Alberto Pereira
Araxá também conquistou um ouro na OBMEP, graças ao desempenho
de Vinícius dos Reis, aluno do professor Áureo de Alencar Silva, ambos premiados
Premiação surpresa
Mesmo dispondo de pouco tempo para estudar, Vinícius dos Reis Alves Ferreira, aluno
do Centro Federal de Educação Tecnológica
– Cefet – de Araxá, ficou em sexto lugar entre os medalhistas de ouro do ensino médio
de Minas na 2ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. “Sempre tive
facilidade na matéria, mas com 7 milhões de
alunos do ensino médio na disputa, tinha
pouca esperança de conquistar uma medalha”, comenta.
Como o curso do Cefet exige dedicação em
tempo integral, ele só contou com os intervalos das aulas para se preparar. Agora, animado, revela que irá investir o dinheiro do prê-
Inovação CBMM
mio em aulas preparatórias para o vestibular.
Quer fazer engenharia mecatrônica ou ciências da computação. Sua receita de sucesso
inclui atenção às aulas e treinamento em
casa, com intervalos para lazer e diversão.
O professor de Vinícius, Áureo de Alencar
Silva, vê a premiação como um inesperado e
bem-vindo incentivo para continuar na luta
pela disseminação do gosto pela matemática.
“Nosso grande trabalho é fazer de uma matéria encarada como um bicho-de-sete-cabeças
algo gostoso, que dê prazer”, pontua. Sobre
Vinícius, diz que é um aluno minucioso, paciente e que “nunca se afoba na hora de resolver os exercícios”.
5
que vai cursar engenharia no
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). O prêmio em dinheiro vem varrer sua única dúvida sobre o projeto: “Minha
meta era fazer o melhor cursinho preparatório para o ITA. Só
não sabia como bancar. Agora,
meu problema está resolvido”,
festeja a garota.
Mesmo espírito das
competições esportivas
A primeira Olimpíada de
Matemática aconteceu na
Hungria, ainda em 1894. A
Olimpíada Internacional de
Matemática – IMO surgiu em
1959 e mobiliza, anualmente,
cerca de 100 países.
Mais tarde, veio a competição Íbero-Americana, envolvendo mais de 20 países da
América Latina, Espanha e Portugal. E uma versão do certame
internacional, voltada exclusivamente para universitários, foi
criada em 1994.
No Brasil, a primeira iniciativa dessa natureza, restrita ao estado de São Paulo, partiu da
Academia Paulista de Ciências,
em 1977. Foi a Olimpíada Paulista de Matemática, seguida,
dois anos depois, pela criação
da Olimpíada Brasileira de Matemática – OBM.
Organizada pela Sociedade
Brasileira de Matemática, a
OBM, com suas interligadas
olimpíadas regionais, é aberta a
estudantes do ensino fundamental e médio de escolas particulares e públicas. Dela, saem atletas
para os certames internacionais.
Em 2005, nasceu a versão exclusiva para escolas públicas.
Eles valem ouro
Confira, a seguir, os alunos e professores ganhadores do 1º Prêmio CBMM de Matemática – Ensino Médio.
1.Thales Marques Barbosa
6. Vinícius dos Reis Alves Ferreira
2. Vinícius Trindade Gonçalves
7. Pedro Fernando Jandrey Natal
Professor: Carlos Alberto Pereira
Colégio Tiradentes da Polícia Militar
de Minas Gerais - Passos
Professor: Áureo de Alencar Silva
Centro Federal de
Educação Tecnológica - Araxá
Professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano
Colégio Universitário - Viçosa
3. Vinicius Bigogno Costa
8. Plínio Oliveira Santana
9. Eduardo Amorim de Moura
Professor: Aristeu Clóvis Alves
Colégio Militar - Juiz de Fora
4. Rafael Quintão de Andrade
Professor: Jair Soares
Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio - Itabira
5. Filipe de Almeida Araújo Vital
Professora: Marisa Rezende Simão
Escola Preparatória
de Cadetes do Ar - Barbacena
Professor: José Antônio de Oliveira Pinto
Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Barbacena
Ambos alunos da professora:
Cleuza Eunice Pereira Brumano
Colégio Universitário - Viçosa
10. Roberta Maia Sabino
Professor: Dárcio Nogueira Júnior
Colégio Militar - Belo Horizonte
Inovação CBMM
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Carlos Alberto Pereira
Os vencedores nos jardins do Palácio da Liberdade
11.Vinícius Azevedo Dias
16. Luís Carlos de Oliveira Brochado
Professor: Roney Sandro Vieira
Centro Federal de
Educação Tecnológica - Divinópolis
Professora: Silvana Teodoro Resende
Escola Estadual Fernando Otávio - Pará de Minas
17. Artur Carneiro Mendes
12. Marcus Vinícius de Oliveira
Professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano
Colégio Universitário - Viçosa
Professor: Antônio Aloísio Ribeiro
Centro Federal de
Educação Tecnológica - Belo Horizonte
18. Mateus Aires Correa de Sá
Professor: Dárcio Nogueira Júnior
Colégio Militar - Belo Horizonte
13. André Augusto Oliveira Pinto
Professora: Tânia Amélia Ladeira
Escola Estadual
Francisco Antônio Pires - Barroso
14. Fabrício Vieira de Oliveira
19. João Paulo Vieira Bonifácio
Professora: Maria Botelho Alves Pena
Escola Estadual Messias Pedreiro - Uberlândia
Professora: Maria da Graça Martins Guerra
Colégio Técnico Universitário - Juiz de Fora
15. Luccas Cassimiro Campos
Professor: Benedito de Jesus Magalhães
Centro Federal de
Educação Tecnológica - Belo Horizonte
20. Guilherme Saraiva Soares
Professora: Cleuza Eunice Pereira Brumano
Colégio Universitário - Viçosa
21. Alexandre Chapiro
Professora: Gislaine Maria Rodrigues
Colégio de Aplicação João XXIII - Juiz de Fora
Inovação CBMM
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Expansão
Ampliação de
planta para atender
crescimento da demanda
A CBMM prevê investimentos de R$ 250 milhões
para expandir em mais de 57% sua capacidade
produtiva. O projeto já está licenciado e responde
ao crescente aumento da procura mundial por
ferronióbio e aço de melhor qualidade.
O projeto de expansão da planta de Araxá vai acontecer em
três etapas e deve ser concluído no segundo semestre de 2008
Inovação CBMM
8
Fotos: arquivo CBMM
ceiro forno elétrico a arco, elevando a capacidade produtiva da
usina para até 110 mil toneladas
anuais. Pela programação da
empresa, o aumento da produção de ferronióbio se dará em
etapas: salta para 75 mil toneladas anuais a partir do primeiro
trimestre de 2008 e para 90 mil
toneladas anuais, em 2009.
A planta de Sinterização, que
atualmente limita a capacidade
de produção de Araxá a 75 mil
toneladas/ano, também terá sua
capacidade ampliada para 200
mil toneladas anuais de concentrado sinterizado – equivalentes
a 110 mil toneladas/ano de ferronióbio. Os investimentos previstos permitirão a entrada em ope-
Forno da metalúrgica da CBMM: produção de ferronióbio
O aço no mundo
novo programa de expansão do seu complexo industrial em Araxá permitirá à
CBMM aumentar para 110 mil
toneladas anuais a capacidade
de produção de ferronióbio, a
fim de atender o incremento da
demanda mundial por aços de
melhor qualidade e por nióbio.
Com execução prevista em três
etapas, as obras para ampliação
da atual capacidade de produção
de 70 mil toneladas já foram licenciadas pela Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM).
No total, será investido cerca
de R$ 250 milhões no plano de
expansão. Na primeira fase, já
O
em andamento, a Usina de Concentração terá sua capacidade de
processamento de minério aumentada de 450 toneladas/hora
para 750 toneladas/hora.
Com isso, a planta estará preparada para fornecer o volume
de concentrado necessário para
a produção das 110 mil toneladas anuais de ferronióbio, já estrategicamente programada. A
etapa da Concentração consumirá a maior parte dos investimentos previstos e tem seu início de operação projetado para
janeiro de 2008.
Na etapa seguinte, acontecerá
a ampliação das plantas de Metalurgia e de Sinterização. Na
metalúrgica, será instalado o ter-
Inovação CBMM
9
A produção mundial de aço,
que em 2006 foi de 1,243 bilhões de toneladas, deverá
crescer 6% em 2007. O IISI
(International Iron and Steel
Institute) prevê que 100 milhões de toneladas serão acrescidas, este ano, ao volume
mundial, totalizando cerca de
1,343 bilhão de toneladas produzidas. De janeiro a abril deste ano, o mundo produziu
427,4 milhões de toneladas,
segundo o Instituto. Destaque
para a Ásia, responsável por
54,5% do volume de aço mundial, e para a China, que poderá bater novo recorde ao final de 2007, com 475 milhões
de toneladas.
Após a expansão,
o complexo industrial
em Araxá terá capacidade
para produzir 110 mil
toneladas anuais
de ferronióbio.
ração dessa planta no segundo
semestre de 2008.
Outros investimentos destinam-se à implantação de um pátio de homogeneização de minérios, com equipamentos de
empilhamento e retomada. O
pátio, segundo a equipe técnica,
irá reduzir custos operacionais e
flexibilizar a operação da mina.
Após essas expansões, com exceção da planta de Defosforação, todo o complexo da
CBMM ficará preparado para
produzir até 110 mil toneladas/ano de ferronióbio. Embora
a previsão seja de que, até 2010,
essa produção não ultrapasse 90
mil toneladas/ano, o licenciamento na FEAM para as expansões das usinas de Concentração, Metalurgia e Sinterização
já contempla a capacidade de
110 mil toneladas.
Conseqüentemente, a atividade de lavra também será acelerada, passando a gerar volumes maiores de material estéril.
Isso exigirá que o estéril seja disposto em pilhas, localizadas em
áreas internas do parque industrial da empresa. Pelos cálculos,
estima-se que, nos próximos 30
anos, a geração de estéril chegue a 36 milhões de metros cúbicos, segundo os relatórios encaminhados para a aprovação
da FEAM.
Troca de filtros
em tempo recorde
Em um momento de aquecimento do mercado,
técnicos vencem o desafio de realizar uma manutenção
indispensável, com o mínimo de impacto para a produção,
e reduzem a paralisação necessária de dez para seis dias.
om planejamento e criatividade, a equipe de manutenção mecânica da CBMM
conseguiu reduzir, de dez para
seis dias, o prazo previsto de paralisação da produção de ferronióbio para a reforma do filtro
de mangas da Unidade Metalúrgica, em Araxá.
A conclusão dos serviços, em
tempo recorde, possibilitou antecipar em três dias a produção
de 450 toneladas de ferronióbio
e evitou atrasos no programa de
embarques para os clientes internacionais em um momento
crítico de grande procura pelos
produtos da empresa.
“Foi uma façanha notável,
que revela o comprometimento
e a capacidade de superação de
desafios dos nossos técnicos”,
disse o diretor geral, Fernando
Moreira Salles, em reconhecimento ao trabalho da equipe de
manutenção mecânica, liderada
pelo engenheiro Fernando Luiz
Silva e pelo encarregado, José
Antônio Pereira.
C
Parar ou não parar
No final de 2005, uma inspeção apontou furos, causados
Inovação CBMM
10
por abrasão e corrosão, na carcaça e nas placas de sustentação
das mangas (espelhos) do filtro
da planta Metalúrgica. Localizados principalmente na câmara de aspiração superior e nos
“espelhos”, os furos precisavam
de reparo: no período de chuvas, eles aspiravam água para o
interior do filtro, prejudicando
sua eficiência.
A presença de partículas extrafinas de alumínio metálico
naquele equipamento, porém,
impossibilitava uma intervenção rápida. Para a execução de
qualquer trabalho de soldagem,
oxicorte ou esmerilhamento, a
boa prática recomenda a completa remoção dos mais de
1.600 conjuntos de mangas e
gaiolas ali instaladas, seguida de
uma limpeza minuciosa de toda
a câmara.
Qualquer fagulha poderia
provocar a ignição do pó de
alumínio, causando incêndio.
Além disso, não era recomendável efetuar a limpeza com
água. A reação água-alumínio
pode provocar a liberação do
hidrogênio, um gás com ampla
faixa de risco de explosão e de
fácil ignição.
Inovação em soluções
O planejamento inicial previa
dois dias para remover, peça por
peça, todos os conjuntos mangagaiola e mais um dia para limpeza e remoção de todo o resíduo de
alumínio do interior do filtro. Somente no quarto dia poderiam ser
iniciados os trabalhos de recuperação propriamente ditos.
Seriam necessários de sete a
dez dias para a execução do serviço, segundo estimativa inicial da
Precismec – empresa contratada
João Lima
Diante das restrições, a primeira providência para minimizar o
tempo de parada seria fabricar nova carcaça e novos espelhos para a
câmara de aspiração superior. Recuperar essas partes, sem removêlas, demandaria cuidados especiais e implicaria um tempo
proibitivo de parada, devido ao
atual aquecimento do mercado
mundial.
Uma alternativa seria negociar
com a diretoria da CBMM uma
parada da planta para a execução
do serviço adequado. Até que isso
fosse possível, outro recurso seria
efetuar reparos provisórios “a
frio”, utilizando fibra de vidro
para vedar os furos. Isso foi sendo
feito, conforme a necessidade, ao
longo de 2006.
Entretanto, com o avanço das
deteriorações, uma intervenção
mais pesada, antes do período
chuvoso de 2007, mostrou-se necessária. Uma eventual parada
não programada, principalmente
debaixo de chuva, seria ainda
mais comprometedora para o
programa de produção.
O engenheiro Fernando Luiz Silva e o encarregado José Antônio Pereira
para fabricar e entregar instaladas
as partes avariadas. Depois, viria a
reinstalação de mangas e gaiolas.
Com as dificuldades impostas
pela presença de finos de alumínio metálico, a previsão indicava
de 12 a 15 dias de planta parada.
Foi então que surgiu o desafio:
executar todo o serviço em apenas dez dias.
A Gerência de Manutenção
convocou todos os seus departamentos para reavaliar o planejamento da parada. O Departamento de Mecânica, responsável pelo
caminho crítico, aceitou o desafio. A parada da planta foi negociada para o final de maio. O filtro foi envolto por andaimes e
plataformas para oferecer maior
segurança e facilitar o acesso dos
trabalhadores. Um suporte provisório para o conjunto de mangas
foi instalado nas proximidades.
Iniciado o serviço, a equipe percebeu que o particulado retido
nas mangas e na câmara do filtro
estava úmido. Por isso, o alumínio
já deveria estar passivado ou oxidado. A primeira manga foi removida e, já fora do filtro, exposta à
Inovação CBMM
11
chama de um maçarico, a fim de
comprovar a redução/extinção da
reatividade do pó de alumínio.
Um teste complementar de
medição de risco de explosão da
atmosfera do filtro demonstrou
que o uso de esmerilhadeira, para
cortar parafusos e cordões de soldas, não ofereceria riscos de ignição. O planejamento inicial, de
retirar manga por manga, cedeu
lugar à inovação. Os técnicos optaram por remover os módulos
completos de “espelhos”, com as
respectivas mangas instaladas.
Logo no primeiro dia, todas as
mangas já haviam sido removidas
e o filtro estava limpo, com todas
as frentes de serviço liberadas.
Uma equipe passou a cuidar da
retirada das mangas das respectivas gaiolas, enquanto a outra pôde
iniciar antecipadamente a substituição das partes avariadas e fazer
os reparos de caldeiraria na carcaça do filtro. Simultaneamente,
uma terceira equipe substituiu o
rotor do ventilador.
Resultado: o serviço foi concluído na metade do sexto dia de
parada. Uma vitória.
Meio ambiente
Um processo inédito
de recuperação da
escória de alumínio
Desenvolvida internamente, uma solução que permite reutilizar
até 75% dos resíduos de alumínio hoje descartados na produção
pode gerar ganhos ambientais e comerciais, além de reafirmar o
compromisso da empresa com a sustentabilidade de sua atividade.
A
CBMM poderá recuperar
parte do grande volume de
alumínio utilizado como insumo na fabricação do ferronióbio.
Anualmente, a empresa consome 25 mil toneladas de alumínio metálico em pó, que resultam em um volume similar de
escória granulada, até então simplesmente descartado.
Enquanto o ferronióbio é vendido para a indústria siderúrgica,
o alumínio, na forma de resíduo
fundido a outros elementos, vai
direto para as células de aterro,
mantidas no parque industrial
da empresa.
Desafiados pela direção a encontrar uma solução para o reaproveitamento do alumínio da escória, técnicos do Centro de
Tecnologia, liderados pelo engenheiro químico Rogério Contato,
debruçaram-se sobre a questão.
O resultado é que, após seis
meses de experiências laborato-
riais, a companhia já conseguiu
desenvolver um processo, em escala de laboratório, para aproveitamento do alumínio contido na
escória granulada. "Até aqui
atuamos em escala de laboratório, agora iniciamos a montagem
Em apenas seis meses,
a companhia desenvolveu
um processo, em escala
de laboratório, para
aproveitamento do
alumínio descartado
na produção.
de uma planta piloto, que é uma
fase mais complexa", explica o
engenheiro químico, Gustavo
Silvestre, coordenador da experiência. A previsão é de que essa
etapa esteja concluída até o final
de 2007.
A planta piloto vai permitir a
avaliação da qualidade da alumi-
Inovação CBMM
12
na, a consolidação do processo e
dos custos de produção, bem como a obtenção de dados para o
dimensionamento de uma planta industrial. "Só então saberemos se vamos partir para uma
planta industrial", diz Gustavo,
cauteloso.
O projeto foi inteiramente desenvolvido na empresa. Envolveram-se nos trabalhos mais quatro
técnicos da equipe do Centro de
Tecnologia, comandada pelo
engenheiro químico Rogério
Cont ato: Marcos Botelho,
Adriano Hilário, Rodrigo Mota e
Marcos Paulo.
O processo consiste, primeiramente, na dissolução da alumina encontrada na escória, que,
após vários processos, convertese em hidróxido de alumínio.
Este, por sua vez, é processado
até a obtenção do óxido de alumínio com especificação e valor
de mercado.
Espírito de
equipe para
vencer o desafio
"A chave do sucesso da experiência foi o trabalho em
equipe, que permitiu o aproveitamento das idéias de todos", diz o engenheiro químico, Rogério Contato. Ele
comemora: "Nosso desafio era encontrar uma forma de
aproveitamento do alumínio que apresentasse melhor
rendimento e nós conseguimos".
Para o coordenador da iniciativa, Gustavo Silvestre, o
que lhe valeu muito ao encarar o desafio proposto foi
sua experiência anterior de dez anos como engenheiro
de processos numa refinaria de bauxita. Antes de ingressar na CBMM, ele passou também pela área gerencial
de uma grande empresa. "Foi muito importante voltar
para a área técnica", afirma.
Gustavo tinha apenas sete meses de companhia
quando foi chamado para as experiências com o alumínio. "Desde o início, achei fantástica a oportunidade de
participar de um projeto de fabricação de alumina a
partir de uma matéria-prima muito diferente da usualmente utilizada", finaliza.
João Lima
Estima-se que, com o processo desenvolvido e a entrada em
operação da futura planta industrial, cerca de 75% do alumínio
contido na escória granulada poderá ser recuperado na forma de
óxidos e hidróxidos. Os mercados potenciais para esses novos
produtos são as indústrias de produção de alumínio metálico e
de sulfato de alumínio, utilizado
no tratamento de águas.
Os ganhos previstos com essa
nova descoberta são múltiplos. A
recuperação do alumínio obtido
da alumina, até então descartada, representa uma vitória tecnológica que reafirma a preocupação da CBMM de otimizar o
uso de recursos minerais.
Além disso, trata-se de um ganho econômico e, sobretudo,
ambiental, apesar de diminuir
apenas simbolicamente a dependência em relação ao principal
insumo consumido na fabricação do ferronióbio.
Uma projeção inicial indica
que o volume total da escória
(alumina e vários outros elementos), normalmente destinada às
células de aterro da companhia,
irá diminuir significativamente
(em cerca de 46%), proporcionando ganhos ambientais e de
disponibilidade de espaço físico.
O mais importante, segundo o
superintendente de Produção da
companhia, Clóvis Antônio Faria Souza, é que um novo produto de alumínio reciclado que
chega ao mercado aumenta o
tempo de vida das jazidas atuais,
reduzindo o ritmo da atividade
de mineração para a produção
do metal.
O engenheiro de processos Gustavo Silvestre coordenou a iniciativa
Inovação CBMM
13
O nióbio no centro
Já está em andamento uma campanha para
O
s ganhos tecnológicos,
ambientais e econômicos que o uso do nióbio
proporciona à vida moderna são o tema de uma campanha publicitária desenvolvida pela CBMM e já
em circulação em diversos
veículos de comunicação.
A Ponte JK, em Brasília, e
plataformas de carros são os
destaques dos primeiros
anúncios veiculados. Os
próximos “personagens” da
campanha serão equipamentos médicos de ressonância magnética, gasodutos e turbinas de avião.
Inovação CBMM
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das atenções
divulgar as vantagens desse metal.
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Mural
Fotos: João Lima
Um visitante muito especial
Ai Baojun, do grupo chinês Baoshan, em encontro
com Fernando Moreira Salles, em São Paulo
Doação de obras raras
enriquece biblioteca pública
O acervo do setor de Coleções Especiais da Superintendência de Bibliotecas Públicas ganhou duas
obras raras em abril deste ano: Vocabulário português e Latino, de Raphael Bluteau, doado pela CBMM,
e Ordenações Filipinas ou Ordenações e Leis do
Reino de Portugal, nona e undécima edição, doada
por Galileu Bonifácio da Costa.
Publicado de 1712 a 1728, em Coimbra, Portugal,
pelo Colégio das Artes da Companhia de Jesus, o
Vocabulário, de Bluteau, com dez volumes, é considerado o primeiro dicionário monolíngüe do português
— embora seja bilíngüe, com definições em latim.
As Ordenações Filipinas são um conjunto de leis
recompiladas por El Rei, Filipe I, que entrou em vigência em 1603, quando Portugal encontrava-se sob
o domínio da Coroa espanhola (1580 a 1640). As filipinas sucederam as ordenações afonsinas e as ordenações manuelinas.
Instalado no segundo andar da Biblioteca Pública
Estadual Luiz de Bessa, localizada na Praça Liberdade,
Belo Horizonte, em um prédio projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer, o setor de Coleções Especiais
abriga conjuntos importantes, como a coleção que
leva o nome do bibliófilo mineiro, José Alcino Bicalho.
Apesar das limitações de agenda em sua última viagem ao Brasil, o presidente do grupo siderúrgico
Baoshan, Ai Baojun, encontrou um tempo para visitar
o escritório da CBMM, em São Paulo, em 30 de junho.
Acompanhado de assessores, o dirigente do mais importante complexo siderúrgico da China foi recepcionado pelo diretor geral da CBMM, Fernando Moreira
Salles. Eles conversaram sobre o crescimento do setor
siderúrgico e o incremento do uso de nióbio em aços
de qualidade na China.
Ai Baojun veio ao Brasil para falar no 20º Congresso
de Siderurgia do IBS. Maior cliente da CBMM na China, o grupo Baoshan, de Xangai, controla cinco usinas
siderúrgicas que, em 2006, produziram 22,53 milhões
de toneladas de aço. Seu planejamento prevê atingir 50
milhões de toneladas de aço, em 2012.
Troca de equipamentos
beneficia ação social
A CBMM destinou os R$ 330 mil resultantes
da venda de duas pás-carregadeiras que foram
substituídas por equipamentos novos ao Servas –
Serviço Voluntário de Assistência Social, do governo de Minas Gerais. A entrega foi feita para
Andréa Neves da Cunha, que preside a entidade.
Responsável por vários projetos de ação social e
pelo atendimento a idosos carentes, o Servas
coordena a produção da VitaSopa, um complemento alimentar utilizado em diversos programas de assistência.
R$ 330 mil da venda de pás-carregadeiras
revertidos para o Servas
Inovação CBMM é uma publicação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – www.cbmm.com.br.
Editor: J.D. Vital – Jornalista responsável. Coordenação, projeto gráfico: Conteúdo Expresso. Arte Final: Hiro Okita.
Este material foi produzido com papel off-set brasileiro 100% reciclado. Parte das aparas pós-consumo utilizadas em sua produção
é adquirida diretamente de uma cooperativa de catadores de papel, onde a coleta seletiva é um meio de geração de renda e reinserção social.
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