CPZG / DB
Oficina de Metodologia de
coleta de dados
em pesquisa qualitativa
* Luciano Araujo Pereira, Biólogo, Mestre em Agroecossistemas
* Raullyan Borja, Biólogo, Mestre em Biologia Vegetal
Oficina de Metodologia de coleta de dados
em pesquisa qualitativa
1) Passos importantes para realizar uma pesquisa
qualitativa:
METODOLOGIA (COMO?)
– Objetivos claros (Por quê?).
– Escolha do tema (o que?).
– Justificativa (Pra quê?).
2) Métodos para pesquisa qualitativa: (responder o
que?)
3) Amostragem
Técnicas e Métodos de pesquisa
Raullyan Borja, Biólogo,
Mestre em Biologia Vegetal
Doutorando em Desenvolvimento Sustentável
TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
Metodologia:
Como?
Com quê?
Onde?
Quanto?
Métodos e Técnicas de
Pesquisa
Conjunto de etapas
a serem cumpridas na
busca de um conhecimento
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Forma mais rápida e
segura de se atingir um objetivo,
utilizando-se de um instrumental
adequado.
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Ação metódica para se
buscar uma resposta
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Social
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Mercado
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Bibliográfica
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Ensino
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Científica
Métodos e Técnicas de Pesquisa
TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
Instrumento de pesquisa: material utilizado
pelo pesquisador para colher dados para
a pesquisa.
Método: a palavra deriva do grego o quer
dizer CAMINHO.
TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
Metodologia:
– Methodo: caminho.
– Logia: estudo
Metodologia: é o estudo dos caminhos a serem
seguidos para se fazer ciência.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Envolve a união teóricas e práticas de várias ciências.
Questionários
– Questões abertas e / ou fechadas
Formulários
– Questões abertas e / ou fechadas
Entrevistas
– Estruturadas
– Não estruturada
– Semi-estruturada
– Entrevista informal
Observação participante
Métodos e técnicas de coleta de dados
Pré-teste dos instrumentos de coleta de dados
Diário de campo
Gravação dos dados
Fotografias
Filmagens
Métodos e técnicas de coleta de dados
A entrevista é uma conversação efetuada face a face, de
maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente a
informação necessária.
entrevista mal conduzidas (vieses)
Contaminações de entrevistas
– Comportamento do entrevistador;
– Forma como as perguntas são direcionadas e formuladas;
– Interferência cultural;
– Presença de uma terceira pessoa;
– Hora e momento da entrevista.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Entrevistas estruturadas – Consiste em levar o
entrevistado
a
responder
perguntas
previamente estabelecidas, independente de
ter havido contato anterior com a população a
ser estudada.
Entrevistas não-estruturada – Não há
perguntas elaboradas em laboratório, a
entrevista discorre da forma mais aberta
possível. O entrevistador guiará a entrevista
obedecendo a uma ordem na descrição dos
fenômenos de interesse da pesquisa.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Entrevistas semi-estruturada – É um meio termo
entre os dois tipos citados anteriormente, em que
as perguntas são parcialmente formuladas pelo
pesquisador antes de ir ao campo, apresentando
grande flexibilidade, pois permite aprofundar
elementos que podem ir surgindo durante a
entrevista.
Entrevista informal – Para esse tipo de entrevista é
essencial que o pesquisador disponha de um diário
de campo para que possa ir registrando todos os
eventos vistos e ouvidos durante o processo.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Questionários/Formulários
–
Usados
entrevistas semi-estruturadas e estruturadas.
nas
Formulários – Quando coletados por meio de
entrevistas diretas e pessoais, com dados
preenchidos pelo entrevistador.
Questionários – Quando auto-administrados
(preenchidos pelo entrevistado).
As questões podem ser divididas em:
Abertas (permite maior liberdade ao entrevistado)
Fechadas (podem ser dicotômicas, fonte de ‘’bias” (VIESES).
Métodos e técnicas de coleta de dados
OBS: teste seus instrumentos após a elaboração do
seu questionário ou formulário;
realizar um rápido pré-teste ou estudo piloto,
entrevistando algumas pessoas do universo de sua
pesquisa;
para avaliar a qualidade, clareza, validade e
confiabilidade de seus instrumentos.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Observação participante
– Essa técnica utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade.
– A observação participante se realiza através do
contato direto do pesquisador com o fenômeno
observado para obter informações sobre a
realidade dos atores sociais em seus próprios
contextos.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Observação participante
– O observador, enquanto parte do contexto de
observação, estabelece uma relação face a face com os
observados.
– Nesse processo, ele, ao mesmo tempo, pode modificar e
ser modificado pelo contexto. A importância dessa
técnica reside no fato de podermos captar uma
variedade de situações ou fenômenos que não são
obtidos por meio de perguntas, uma vez que, observados
diretamente na própria realidade, transmitem o que há de
mais importante e evasivo na vida real (MINAYO, 1994).
– Essa técnica é de fundamental importância para
comprovação de dados, para o complemento de outros
obtidos durante as entrevistas formais e muito mais
ainda, para obter dados ainda não citados durante as
mesmas.
Métodos e técnicas de coleta de dados
Para registro das falas dos atores sociais que
venham a participara da investigação, pode-se usar
um sistema de anotação simultânea da comunicação
e/ou gravações.
As fotografias e filmagens também são recursos de
registros utilizados, pois, esses registros visuais
ampliam o conhecimento do estudo porque
proporciona
documentarem
momentos
ou
situações que ilustram o cotidiano vivenciado.
Medidas quantitativas em etnobotânica
Linhas de pesquisa:
– A importância da vegetação para um grupo humano.
– A importância de diferentes vegetações dentro de uma
determinada área.
– O percentual de uso do ambiente pelas comunidades
tradicionais.
– Diagnóstico do valor da importância relativa de diferentes
plantas para um determinado grupo humano (plantas
medicinais, alimentares, aromáticas, tóxicas...)?
Medidas quantitativas em etnobotânica
ETNOBOTÂNICA QUANTITATIVA:
– Permite maior qualidade dos dados gerados.
– O uso de quantificação não invalida a descrição ou uso
de
técnicas
qualitativas
(base
da
pesquisa
etnobiológica).
– Atua como suporte no refinamento da coleta e análise de
dados.
Pesquisa qualitativa e quantitativa
– Não são excludentes
– Sim, complementares
Medidas quantitativas em etnobotânica
Medidas quantitativas em etnobotânica
Elaboração do formulário
1. Não incluir jamais uma pergunta sem ter uma idéia clara
da forma de utilizar a sua informação e quanto
contribuirá aos objetivos da pesquisa.
2. Utilizar vocabulário preciso para perguntar o que
realmente se deseja saber.
3. Evitar formular duas perguntas em uma.
4. É preferencial itens curtos.
Elaboração do formulário
5. Evitar perguntas negativas. Geralmente esse tipo de
pergunta leva facilmente a erro.
6. As perguntas não devem estar direcionadas, nem refletir
a posição do pesquisador em relação a determinado
assunto. Devem estar objetivamente formuladas de tal
forma que o entrevistado não se considere
pressionado a dar uma resposta que acredita ser a
opinião do pesquisador.
7. Por último, o pesquisador deve ter cuidado com a
interpretação que ele faz das respostas dos
entrevistados.
Regras básicas para condução de entrevistas
1.
Contato inicial: falar amistosamente para criar uma
atmosfera de cordialidade, e. assim ganhar a confiança do
entrevistado, pois o mesmo deve sentir-se absolutamente
livre de qualquer coerção, intimidação ou pressão. O
entrevistado deve ficar totalmente à vontade.
–
O nome da entidade que patrocina a pesquisa;
–
Explicar a finalidade da visita (os objetivos da pesquisa);
–
Explicar a importância da pesquisa para a comunidade
ou grupo pesquisado, e, particularmente, a importância
da colaboração pessoal do entrevistado;
–
Manter durante toda a entrevista a simpatia e o respeito
pelo entrevistado.
Regras básicas para condução de entrevistas
2. Dispor o formulário sobre uma mesa ou superfície lisa,
facilitando assim a anotação das respostas.
3. Situar na mesma linha visual o formulário e o
entrevistado, para poder observar a um e outro sem
grandes movimentos, centrando a atenção no
informante.
4. Fazer uma pergunta de cada vez, e feitas na mesma
ordem como estão redigidas no formulário.
5. Manter sempre a consciência ética na aplicação do
formulário (não responder pelo entrevistado).
Regras básicas para condução de entrevistas
6. Nunca fazer insinuação de respostas, seja com palavras
ou com gestos.
7. Conferir as respostas sempre que possível, ou em caso
de dúvida.
8. Dispor-se a ouvir mais do que falar, pois o que interessa
é o que o informante tem a dizer.
9. Dar tempo bastante para que o entrevistado discorra
satisfatoriamente sobre o assunto.
10. Dar ao entrevistado oportunidade para registrar ou
delimitar suas próprias declarações ou respostas.
Regras básicas para condução de entrevistas
11. Utilizar sempre as mesmas palavras do entrevistado e
evitar resumir ou parafrasear as respostas.
12. Anotar alguns aspectos e atitudes do entrevistado que
possuam algum significado útil.
13. Ao encerrar a entrevista, ficar alerta para informações
adicionais que o entrevistado estava inclinado a
oferecer mas não apresentou durante a entrevista.
14. Tanto por razões de ordem ética quanto técnica, a
entrevista deve encerrar-se sempre num clima de
cordialidade.
15. Manter do início ao fim o controle da entrevista.
Regras básicas para condução de entrevistas

Dissertação de Mestrado de Raullyan Borja

Etnobotânica de Plantas Medicinais na Comunidade
Quilombola do Curiaú.

Dados quantitativos e qualitativos
5. Resultados e Discussão
5.1. Características dos Entrevistados
> Idade e sexo dos entrevistados
Faixa etária
20 – 25
26 – 30
31 – 35
36 – 40
41 – 45
46 – 50
51 – 55
56 – 60
61 – 65
66 – 70
71 – 75
76 – 80
Total
Curiaú de Dentro
Curiaú de Fora
Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total
(T1)
(T2)
2
2
4
1
1
1
3
4
1
1
2
1
4
5
2
2
1
1
2
2
1
4
5
1
1
2
2
2
2
2
2
1
1
2
2
1
1
1
1
2
2
1
1
1
1
9
18
27
9
6
15
T1+
T2
5
6
7
3
6
2
2
3
2
2
2
2
42
Freqüência
Relativa (%)
11,90
14,29
16,67
7,14
14,29
4,76
4,76
7,14
4,76
4,76
4,76
4,76
100
5. Resultados e Discussão
> Condição do Entrevistado na Unidade Domiciliar
* Chefe: 64,29%
* Cônjuge: 21,43%
85,72%
> Escolaridade dos Entrevistados
* Nunca estudou: 7 entrevistados (16,67%)
* 2o grau: 10 entrevistados (23,81%)
> Origem dos entrevistados
Origem
Curiaú / AP
Macapá / AP
Calçoene / AP
Jari / AP
São Luís / MA
Curiaú de Dentro
Curiaú de Fora
Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total
(T1)
(T2)
T1+
T2
Freqüência
Relativa (%)
7
1
1
15
1
1
1
22
2
1
2
3
5
1
-
6
-
9
5
1
-
31
7
1
1
2
73,81
16,67
2,38
2,38
4,76
9
18
27
9
6
15
42
100
5. Resultados e Discussão
> Estado Civil dos Entrevistados
* 27 (64,29%), vivem com companheiro (a)
> Fecundidade dos Entrevistados
* 41 (97,62%), já tiveram filhos
> Origem da água utilizada nos domicílios
Origem da água
Rede geral de
distribuição
Poço amazonas
Poço artesiano
Total
Curiaú de
Dentro
20
Curiaú de Fora
Total
13
33
Freqüência
Relativa (%)
78,57
4
3
27
1
1
15
5
4
42
11,91
9,52
100
5. Resultados e Discussão
> Moradores da Unidade Domiciliar
> Religião
> Alimentos mais consumidos
> Características Econômicas das Famílias dos Entrevistados
* 20 (47,62%), 1 a 2 SM
* 1 a 4 SM > 95,24%
* 18 (42,86%), conta própria
5. Resultados e Discussão
5.2. Dados Etnobotânicos e Etnofarmacológicos
> 42 (100%), posto médico ou hospital
> 34 (80,95%), tratamento com remédios naturais.
> Doenças mais comuns nas famílias dos entrevistados
Doenças m ais com uns
60
52,38
50
FA e %
50
40
30,95
28,57
30
22
28,57
26,17
%
21
20
13
12
12
11
10
0
Diarréia
Gripe
FA
Vermino ses
M ico ses
Doenças
A nemias
M alária
5. Resultados e Discussão
5.3. Aspectos Botânicos e Ecológicos das Plantas Medicinais
Utilizadas em Curiaú
* 144 espécies
* 59 famílias
* 121 gêneros
> Curiaú de Dentro: 131 espécies / 56 famílias / 109 gêneros.
> Curiaú de Fora: 118 espécies / 49 famílias / 100 gêneros.
> STIPANOVICH (2001), Curiaú de Dentro:
* 58 espécies / 38 famílias / 49 gêneros.
5. Resultados e Discussão
5.4. Famílias mais importantes medidas pelo número de
citação
5. Resultados e Discussão
5.6. Habitats das Espécies Medicinais Indicadas pela
Comunidade
Habitat das espécies m edicinais de Curiaú
5%
4% 2%2%2%
Quintal
Ro ça
6%
Ruderal
Ho rta caseira
7%
Cerrado
60%
12%
Flo resta de várzea
Terra firme
M ata secundária
Ilhas de mata
5. Resultados e Discussão
5.7. Hábito de Crescimento das Espécies Medicinais de
Curiaú
* Herbáceo: 45,14%
* Arbóreo: 29,86%
* Arbustivo: 13,19%
5.8. Disponibilidade no Ambiente das Espécies Medicinais
Indicadas
* Cultivadas: 72,22%
* Espontâneas: 13,19%
* Cultivadas e Espontâneas: 14,58%
5. Resultados e Discussão
* Partes das Plantas Utilizadas
5. Resultados e Discussão
* Preparações Terapêuticas
Tipo de preparo da
Número de preparações
Freqüência relativa (%)
Chá
390
38,61
Lavagem
93
9,21
Banho
92
9,11
Emplasto
89
8,81
In natura
71
7,03
Sumo
67
6,63
Compressa
45
4,46
Tintura
33
3,27
Gargarejo
32
3,17
Maceração
25
2,48
Suco
22
2,18
Xarope
17
1,68
Outros
34
3,37
1010
100
medicação
Amostragem e Bias em Pesquisa
Luciano Araujo Pereira, Biólogo,
Mestre em Agroecossistemas
Chefe da Divisão de Botânica/CPZG/IEPA
Amostragem
Seleção e escolha dos informantes
Informante principal ou chave:
Pessoa selecionada dentre todos os informantes
Especialistas locais (pessoas reconhecidas em
sua comunidade como conhecedoras das plantas
da região).
Comunidade em geral (100% dos informantes,
para refletir a experiência do universo).
Amostragem
A validade e a confiabilidade da informação
– A validade diz respeito à fidedignidade do
informante,
– A confiabilidade diz respeito à consistência da
informação dos informantes.
Amostragem
Técnicas quantitativas baseadas no que se chama
consenso dos informantes
– A teoria do consenso cultural assume que:
a) existe uma resposta culturalmente correta
para uma dada questão;
b) cada informante responde
independentemente de outro informante;
c) a probabilidade que um informante
responderá corretamente uma questão em um
domínio de conhecimento reflete a
competência do informante no domínio.
Amostragem
Elementos que podem facilitar o contato com os
informantes e o trabalho de campo.
– Um exemplo é o “rapport” (conversa de casa em casa).
– É a conquista da confiança, indispensável na obtenção de
informações.
– A confiança conquistada vai favorecer a obtenção de
informações, uma vez que as pessoas tendem a mentir por
receio de serem repreendidas.
– Exemplo:
Conquista de confiança de um grupo de pessoas que
moram próximo de uma Unidade de Conservação e que
utiliza de forma clandestina dos recursos.
Amostragem
O pesquisador pode conquistar
obedecendo algumas etapas:
– Delimitar a área de estudo;
a
confiança
– Identificar-se como pesquisador;
– Convocar uma reunião geral onde seria mostrado
todo o processo a ser desenvolvido junto à
comunidade.
– Se o alvo de sua pesquisa for, por exemplo, os
especialistas locais, o “rapport” (visitas aos
domicílios).
Amostragem
Os trabalhos etnobotânicos se debruçam sobre
diferentes contextos culturais,
Há a necessidade de manter domínio das sutilezas
comportamentais de cada comunidade.
Para Viertler (2002) a linguagem não-verbal pode ter
vários sentidos, desde “timidez e humildade até a
discordância ou a reprovação”.
Procedimentos de Amostragem
Ter critérios na escolha dos informantes.
O tamanho da amostra deve ser representativa.
Diferentes fatores podem interferir no conhecimento local
(plantas, animais etc.) como sexo, idade (data de nascimento),
ocupação e etnia.
Em estudos com um universo selecionado numeroso (usar
técnicas de amostragem).
A partir do contato inicial com a comunidade, um primeiro
especialista é reconhecido, que passa a indicar outro
especialista e assim, sucessivamente, até envolver todos os
especialistas da comunidade.
Amostragem Probabilística
Os elementos da amostra são escolhidos ao acaso.
Normalmente usa-se o sorteio com base em tabelas
de números aleatórios.
O erro é reduzido com o aumento da amostra e
maior homogeneidade.
Amostragem Probabilística
Amostra aleatória simples –
– Consiste em numerar todos os elementos do universo
– Em seguida, usa-se uma tabela de números aleatórios
para selecionar os elementos que farão parte da amostra.
(ver mais na frente)
Amostra estratificada
– Estratificar o universo em categorias com base em
critérios estabelecidos pelo pesquisador (sexo,
ocupação, etnia, região etc).
– A estratificação tem por finalidade garantir a
representatividade da amostra (permitir ter uma idéia de
erro).
Amostragem Probabilística
Amostra por conglomerados –
– O pesquisador não dispõe de uma lista dos elementos que
compõem todo o universo.
– Tendo
que
lidar
com
categorias
mais
amplas
(conglomerados ou agrupamentos), a população de uma
cidade, uma comunidade indígena etc.
Amostragem Probabilística
Este procedimento implica em duas etapas: Listar e
amostrar.
– Exemplo:
Verificar como a comunidade está estruturada, se por
quarteirões, zonas etc.
Cada subconjunto é chamado de conglomerado.
Um processo de estratificação (resultando em
subunidades):
Na listagem dos elementos de cada uma destas.
Na seleção dos elementos de cada uma destas.
Na seleção dos elementos que formarão a
amostra, de forma similar a amostragem aleatória
simples.
Esse processo deve ser feito ao acaso.
Amostragem Probabilística
Amostra por área –
– Quando os elementos da
inteiramente desconhecidos.
população
são
– Faz-se uso de mapas ou fotos aéreas para
subdivisão em unidades menores
– Em seguida um sorteio para seleção das áreas
amostrais.
– Após o sorteio das áreas, o pesquisador pode
pesquisar todos os elementos da área sorteada
ou
realizar
novos
sorteios,
adotando-se
procedimento semelhante.
Amostragem Probabilística
Tamanho da amostra
– Qual o tamanho ideal de uma amostra?
– Seleciona uma proporção de elementos de cada
conglomerado obtido, ou do universo total (na amostragem
aleatória simples, por exemplo).
– A tabela a seguir elaborada por Bernard (1988), certamente
ajudará no trabalho de campo.
– Tabela 1: Tamanhos de amostras exigidos para vários
tamanhos de população, considerando um intervalo de
confiança de 5%. Reproduzido de Bernard (1988) citado por
ALBUQUERQUE e LUCENA (2004).
Amostragem Probabilística
Tamanho da população
Tamanho da amostragem
50
44
100
80
150
108
200
132
250
152
300
169
400
196
500
217
800
260
1000
278
1500
306
2000
322
3000
341
4000
351
5000
357
10.000
370
50.000
381
1.000.000
384
Amostragem Não - Probabilística
Às vezes é preciso optar por uma amostra
cujos elementos são escolhidos de forma
intencional.
A grande fraqueza disso reside na limitação
em fazer generalizações.
Amostragem Não - Probabilística
Amostra Intencional ou julgamento, ou de seleção
racional –
– O pesquisador centra-se em grupos específicos, baseados
na sua experiência ou conhecimento do universo.
– Exemplo, trabalhar com sacerdotes de cultos afrobrasileiros por estes deterem grande conhecimento sobre o
uso ritual e medicinal das plantas.
– O método só permite generalizações para o grupo
especifico estudado e não para a comunidade como um
todo.
Amostragem Não - Probabilística
Amostra acidental
– É um procedimento utilizado em estudos exploratórios
(pesquisador ainda não conhece a realidade local).
– Pode ser feita como procedimento inicial, para
norteamento.
– O pesquisador vai ouvindo as pessoas que vão
aparecendo no decorrer de seu trabalho de campo, de
forma inteiramente livre e acidental, até que se complete o
tamanho estabelecido para a amostra.
– É raro encontrar esse procedimento em investigações
etnobotânicas.
– O pesquisador pode adotá-la para conhecer um pouco da
comunidade, do universo conceitual e prático, que irá se
defrontar.
Alguns tópicos de Antropologia úteis à pesquisa
qualitativa
No seu encontro com representantes de outras culturas,
o pesquisador deve evitar uma série de armadilhas ou
mal entendidos que podem comprometer os resultados
do seu trabalho de investigação.
É preciso pedir a cooperação de estudiosos da língua e
da cultura da população selecionada.
A armadilha maior é representada pela suposição de que
o informante possua a mesma atitude que ele frente à
palavra, à ação e ao pensamento.
Durante o diálogo, a atuação ou o manejo do outro, não é
apenas do pesquisador.
Alguns tópicos de Antropologia úteis à pesquisa
qualitativa
Também o entrevistado maneja o pesquisador a seu
modo, visando os seus interesses.
Os manejos de ambas as partes se encontram
criando um determinado resultado: a compilação de
certo tipo de dados em detrimento de outros,
situação que exige novos manejos de pesquisa a fim
de poder construir algumas hipóteses iniciais para
dar continuidade ao seu trabalho de verificação
empírica.
Alguns tópicos de Antropologia úteis à pesquisa
qualitativa
E nestes outros manejos da situação de pesquisa
com novos informantes ou com os mesmos
informantes em novas condições sociais, ele poderá
ou não ir verificando a validade de suas hipóteses
para então expressá-las por meio de uma linguagem
científica.
Uma questão metodológica crucial ao pesquisador
social é representada pela constatação de que as
classificações de animais, plantas, doenças etc não
são fornecidas espontaneamente pelos informantes,
mas são construídas por meio do diálogo destes
com o pesquisador.
Alguns tópicos de Antropologia úteis à pesquisa qualitativa
Respeito a organização social da comunidade
estudada. (qualquer grupo mais ou menos duradouro
no tempo possui referenciais de uma ordem social que
deve ser conhecida e respeitada pelo estudioso).
Existem relações sociais baseadas em vários critérios:
o sexo, a idade, o parentesco, o prestígio social, a
organização econômica, a organização política, as
crenças e práticas ligadas ao sobrenatural.
Do ponto de vista cognitivo, é importante ter noções
sobre as representações ou idéias coletivas que
predominam em dada comunidade humana a respeito
da vida em geral.
Alguns tópicos de Antropologia úteis à pesquisa qualitativa
Essas representações sociais constituem o fundo
sobre o qual o pesquisador (etnobiólogo, por exemplo)
vai construir as taxonomias e classificações do grupo
em que investiga.
O
pesquisador
também
deve
relativizar
o
conhecimento evidenciado pelos seus informantes de
acordo com a sua posição social.
Na discussão de espaços físicos é preciso lembrar que
“o espaço não é apenas um espaço físico, mas
também social”.
Exemplos
– Existem áreas freqüentadas exclusivamente por
homens, assim como outras freqüentadas apenas
por mulheres, em outras palavras, os espaços
também possuem qualidades simbólicas.
– A mata e os rios constituem "espaços
masculinos" para as sociedades indígenas;
enquanto o mar o é para as sociedades de
pescadores.
– A casa, seus arredores e os quintais representam
"espaços femininos" no contexto de sociedades
indígenas e de sociedades camponesas.
Exemplos
– Existem também os espaços interditados aos vivos, os
cemitérios lacustres ou terrestres que, pelo isolamento,
funcionam como centros de regeneração de espécies vivas.
– Constatam-se igualmente áreas naturais associadas a
forças e entidades sobrenaturais, geralmente coincidindo
com territórios de reprodução de várias espécies.
– Ao morrer um índio Bororo, engendra-se um longo ciclo
funerário envolvendo vizinhos, caçadas, pescarias, cantos e
danças (ciclo denominado "tempo das almas"), cujos
segredos não devem ser revelados às mulheres e às
crianças e cujos efeitos se fazem sentir na própria vida
cotidiana.
Exemplos
Conhecer
outras
culturas
envolve
selecionar
inteligentemente uma amostra, representativa de
informantes e distinguir entre aquilo que é acidental ou
mera peculiaridade de um único informante para
resgatar aspectos mais gerais, padrões sócio-culturais
que possam ser eficientes para iluminar uma lógica ou
racionalidade para os comportamentos e pensamentos
da maioria dos membros da sociedade, grupo ou
comunidade estudados.
Nem sempre tal diferenciação é fácil de ser resgatada
com clareza, razão pela qual há a necessidade de
recorrer a uma amostra minimamente representativa
da população como um todo.
A busca do rigor a ser perseguido na pesquisa qualitativa para
evitar o Bias
– Dizer não à “ilusão da transparência” (Bourdieu citado por Minayo, 1999)
– Afastar os perigos da compreensão espontânea
– Tornar-se “desconfiado” relativamente aos pressupostos
– Evitar a projeção acrítica da própria subjetividade
– Sujeitar a intuição às evidências do “construído
– Rejeitar a tentação da sociologia ingênua ;
– Despistar as primeiras impressões
– Dizer não à sedução da “leitura simples do real”
– Não se deixar ludibriar pelos discursos dos informantes
– Não falsear a realidade através de generalizações excessivas
Toda monografia científica deve ser necessariamente:
interpretativa, argumentativa, dissertativa e apreciativa.
Pesquisa experimental e reflexão racional completam-se
necessariamente na elaboração da ciência.
Afinal, o objetivo de uma pesquisa é fundamentalmente
a análise e interpretação do material coletado.
É na consecução desse objetivo que se podem aferir os
resultados da pesquisa e avaliar o avanço que ela
representou para o crescimento científico da área.
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(qualitativa) com questionários e entrevistas: Os riscos de Bias