Processo de Coleta de
Informações e de Constituição do
Material de Estudo
1. Introdução
Definindo o objeto de estudo por meio do
projeto de pesquisa, chega o momento de desenvolver
o estudo através da coleta de dados, de informações,
nesse contexto que o trabalho de campo torna-se uma
opção importante.
Comentar um pouco sobre alguns métodos
utilizados para se investigar a realidade e coletar as
informações como: pesquisa bibliográfica, pesquisas
experimentais
ou
de
laboratório,
pesquisas
naturalistas ou de campo, assim como comentar sobre
alguns instrumentos de coleta de informações, são os
objetivos desta apresentação.
2 - Pesquisas bibliográficas ou
histórico-bibliográfico
Também conhecida como estudo
documental, consiste na pesquisa que é
feita
sobre
documentação
escrita,
podendo ser realizadas em bibliotecas,
museus, arquivos, onde o fichamento de
informações é a forma utilizada para se
coletar as informações
Classificação
Metanálise;
Os
estudos do estado da
arte;
Os estudos típicamente
históricos.
- Metanálise
É
uma revisão sistemática de
outras
pesquisas,
visando
realizar uma avaliação crítica
das mesmas, confrontando
esses estudos, produzindo com
isso novos resultados
- Os estudos do estado da arte

Consiste num estudo mais
histórico, tendo como objetivo
identificar tendências e descrever
o estado do conhecimento de
uma determinada área, tendo
como caráter avaliativo produção
cientifica e não buscar novos
conhecimentos
- Os estudos tipicamente históricos
Utilizam
geralmente fontes
primárias (textos impressos e
outros documentos originais
3 - Pesquisas experimentais, quaseexperimentais ou de laboratório
Estudo feito a partir da realização de
experimentos tendo em vista a verificação de
hipóteses a respeito de um determinado
problema ou fenômeno.
O que diferencia esse tipo de investigação
dos demais é que neste, o pesquisador tenta
reproduzir o fenômeno que deseja analisar,
observando-o sobre controle, isto é, nesse caso
o fenômeno não é observado em sua condição
natural e sim realizado no espaço e tempo
estabelecido pelo observador.
Classificação
Quase
- experimental;
Experimental;
- Quase - experimental
É
aquela que a variável
independente é manipulada
pelo pesquisador, operando
com grupos de sujeitos
escolhidos sem seu controle.
- Experimental
É
útil quando se deseja destacar
as relações entre variáveis
(previamente selecionadas), nele,
as
hipóteses
desempenham
importante papel e o pesquisador
pode controlar tanto a variável
independente como também a
constituição dos grupos de
sujeitos envolvidos na pesquisa.
4 - Pesquisas naturalista ou de
campo
A pesquisa naturalista ou de campo
é aquela realizada aonde o fenômeno a
ser estudado está acontecendo, sem que
haja controle sobre ele.
Tal pesquisa pode ser realizada por
amostragem,
entrevista,
observaçãoparticipante, pesquisa-ação, aplicação de
questionários, levantamento, etc.
4 - Vejamos alguns tipos essenciais
de pesquisa de campo.
Levantamento;
Observação
participante ou
etnográfica;
Estudo de caso;
Pesquisa ação e pesquisa
colaborativa.
4.1 - Levantamento;
Consiste num tipo de estudo exploratório
a qual procura-se abranger um grande número
de sujeitos, mediante aplicação de questionários
a um grupo menor de sujeitos, definidos por
amostragens
 Ponto negativo – Esse tipo de pesquisa fornece
uma visão estática e momentânea
 Ponto positivo – Esse tipo de pesquisa mostra-se
útil quando se deseja obter uma visão geral de
uma situação ou problema.
4.2 – Observação participante ou
etnográfica;
É o tipo de estudo onde o pesquisador coleta os dados, registra os
acontecimentos naturais das pessoas quando elas estão
conversando, trabalhando, estudando, sem que haja interferência
no ambiente de estudo.
Das anotações obtidas da observação, devem constar a
descrição dos locais, dos sujeitos, dos acontecimentos mais
importantes e das atividades, o pesquisador.
 Ponto negativo – A presença do pesquisador pode provocar
alterações no comportamento dos entrevistados
 Ponto positivo – Segundo Lüdre e André (1986, p.26)
... A experiência direta é sem dúvida o melhor teste de verificação da
ocorrência de um determinado fenômeno “VER PARA CRER” diz o
ditado popular
4.3 – Estudo de caso
É o estudo que se realiza quando
deseja-se analisar de forma detalhada e
profunda algum singular, que tenha valor
em si mesmo, com contornos claramente
definidos, permitindo seu amplo e
detalhado conhecimento.
Ex.: Um aluno deficiente mental que
freqüenta a sala de aula de uma turma de
ensino regular.
Em síntese o estudo de caso
etnográfico é mais apropriado, segundo
André (1995, pp. 51 e 52), quando
1)
2)
3)
4)
Se está interessado numa instancia particular;
Se deseja conhecer profundamente essa
instancia particular;
Se estiver interessado naquilo que está
ocorrendo e em como está ocorrendo do que
nos resultados;
Se quer retratar o dinamismo de uma situação
numa forma muito mais próxima do seu
acontecer natural.
4.4 – Pesquisa ação e pesquisa
colaborativa
A pesquisa-ação é um tipo especial de pesquisa
participante, em que o pesquisador se introduz no
ambiente a ser estudado não só para observá-lo, mas
sobretudo para mudá-lo em direções que permitam a
maior liberdade de ação e de aprendizagem dos
participantes, ou seja, é uma modalidade de atuação e
observação centrada na reflexão-ação.
Embora possamos considerar a pesquisa-ação
como uma técnica especial de coleta de informações, ela
também pode ser vista como uma modalidade de
pesquisa que torna o participante da ação um
pesquisador da sua própria prática e o pesquisador um
participante que intervém nos rumos da ação,
orientando para a pesquisa que realiza
Alguns instrumentos de coleta de
dados
Questionários;
 Diário de campo ou de bordo;
 Entrevista;
 Biografias ou Histórias de vida.

– Questionário;
Consiste numa série de perguntas
que podem ser :
Fechadas – Quando apresentam
alternativas para respostas;
Abertas – Quando não apresentam
alternativas para respostas;
Mistas
–
Quando
apresentam
perguntas abertas e fechadas .
Algumas recomendações relativas a
preparação, elaboração e organização
do questionário
1)
2)
3)
4)
5)
Evite formular perguntas que não dizem
respeito as questões investigativas;
Elabore perguntas claras, destituídas de
linguajar técnico ou de termos abstratos;
Evite duas perguntas em uma;
O questionário deve apresentar breve
apresentação,
solicitando
colaboração,
explicitando os objetivos, a promessa de sigilo
das informações e agradecimento;
Evite formular perguntas muito diretas sobre
um conceito complexo.
Modelo de Questionário
Anexo C – Questionário inicial (QI) para o professor
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
9)
10)
11)
12)
13)
Nome ____________________ Idade ________ Email________
Escola ____________________ Disciplina __________________
Séries que Leciona ____________________________________
Fones p/ contato ( res/cel/escola ) _______________________
Há quanto tempo leciona Matemática? ___________________
Há quanto tempo leciona nesta escola? ___________________
Há quanto tempo usa o computador como ferramenta de ensino em suas práticas pedagógicas?
___________________________________________________________________________
Resumidamente, fale sobre os programas que utiliza ou já utilizou; para que séries; e quais os
conteúdos abordados: _________________________________________________________
Poderia citar alguns fatores que o levaram a fazer uso do computador em suas aulas:
___________________________________________________________________________
Conhece ou já ouviu falar de “ WebQuest”? ________________________________________
O que acha da idéia de apresentar aos seus alunos algum conteúdo matemático aplicando uma
atividade orientada, previamente estruturada, utilizando a Internet como recurso Pedagógico?
__________________________________________________________________________
Tem algum comentário a respeito do uso de novas tecnologias ( computador ) no processo de
ensino e aprendizagem da matemática?
Teria disponível um dia e horário para estarmos conversando, rapidamente, a respeito dessa
pesquisa? Qual seria?__________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_
– Diário de campo ou de bordo;
É nele que o pesquisador registra as
observações de fenômenos, faz descrições
de pessoas e cenários, descreve episódios
ou retrata diálogos.
Os diários de bordo além de
apresentarem
os
registros
dos
acontecimentos podem conter reflexões
diárias de pesquisador, portanto, podem
conter uma dupla perspectiva: uma
descritiva e outra interpretativa.
– Entrevista
A entrevista, além de permitir uma
obtenção mais direta e imediata dos dados,
serve
para
aprofundar
o
estudo,
complementando outras técnicas de coleta de
dados
de alcance superficial. Ela é
particularmente vantajosa com pessoas de
pouca instrução que tem dificuldade de se
expressar por escrito, mas ela também pode ser
vantajosa
com
pessoas
de
grande
conhecimento, pois permite ao entrevistador
fazer emergir
aspectos
que não são
normalmente contempladas com um simples
questionário.
– Classificação:
Entrevistas estruturadas: Pressupõem
perguntas
precisas,
previamente
formuladas segundo uma determinada
ordem das quais o entrevistador não se
pode desviar
 Entrevistas
não
estruturadas:
Não
apresentam um roteiro de questões
previamente formuladas, permitem que o
informante aborde livremente um assunto,
podendo estabelecer um dialogo com o
entrevistador

Recomendações aos entrevistadores
1)
2)
3)
4)
5)
6)
Antes de iniciar o processo de entrevista, o entrevistador deve
explicar o objeto e a natureza do trabalho, esclarecendo porque
ele foi escolhido para entrevista;
Assegurar o anonimato do entrevistado e o sigilo dos
depoimentos;
Solicitar a autorização para gravar;
Escolher um lugar tranqüilo que favoreça um dialogo profundo,
esclarecendo ao entrevistado que não precisa responder a todas
as perguntas, podendo inclusive interromper a entrevista;
O entrevistador não deve discutir sua opinião ou seus pontos de
vista, nem mostrar surpresa ou desaprovação e, menos ainda,
avaliar negativamente a fala do entrevistado, ao contrario, deve
demonstrar grande interesse no que ele diz ou narra;
Recomenda-se que o entrevistador não interrompa o curso do
pensamento do entrevistado. Não aprece e dê tempo para que
ele conclua seu depoimento.
Modelo de entrevista estruturada
Entrevista Estruturada
1)
Quando você usou o computador pela primeira vez?
1) Para que?
2) O que achou?
3) Você lembra de alguma situação que teve problema com o uso do computador. Conte-me esse
problema. Como você resolveu? Esse problema te desanimou quanto ao uso do computador?
4) Você já trabalhou em outras áreas antes de lecionar?
5) Usou computadores? Quais programas? Para que?
6) Você tem computador em casa? O que usa nele? Na sua casa, quem mais usa o computador? Para
que? Você incentiva o uso do computador em sua casa?
2) Quais os programas que já usou até hoje?
2.1) O que achou deles?
a) (úteis) – de que modo? Por que?
b) (amigáveis) – de que modo? Por que? ( por
exemplo: que não usa muito)
1) O que você acha do uso de computadores na Educação?
2) Você fez algum curso sobre uso de computadores para o ensino?
4.1) Por favor descreva-os quanto úteis eles foram ou
não? Por que?
1) Fale-me sobre uma aula sua com o uso do computador que você gostou.
5.1) Quando foi? Como foi?
5.2) Que programa usou?
5.3) Por que “gostou” desta aula?
1) Você lembra de alguma aula sua que não ocorreu como esperava com o uso do computador?
6.1) Quando foi? Como foi?
6.2) Que programa usou?
6.3) Por que “ não gostou” desta aula?
7) Para finalizar, você gostaria de comentar ou acrescentar
algo, fazer alguma observação sobre esse assunto?
– Biografias ou Histórias de Vida;
A biografia ou a história de vida é uma
modalidade de investigação que se presta a
narrar e compreender a evolução de uma
pessoa ou de um grupo de pessoas, dando
destaque a trajetória profissional, sobretudo, as
suas práticas sociais e ao seu ideário.
Para compor as Histórias de vida, podem
ser utilizadas como fontes de informações
autobiografias, cartas, fotografias, publicações,
dentre outras.
– Acaso, fraudes e manipulação de
informações (alguns casos históricos)
A história registra inúmeros casos
interessantes de descoberta por acaso;
 Há também os casos de engano de boa
fé;
 Há casos de fraudes (erros intencionais).

A história registra inúmeros casos interessantes de
descoberta por acaso;
-O náilon quando(1939), quando alguns pesquisadores se
divertiam esticando um novo composto químico.

-O corante índico quando(1893) quando um químico, ao
quebrar um termômetro, deixou cair mercúrio na solução
de tinta.
-O polietileno(1953), devido ao vazamento involuntário
ocorrido no laboratório.
_Também por acaso foram descobertos o raio X, a
celulóide, a gelatina explosiva, a penicilina.

Há também casos de enganos de má fé:
-Galileu, por não conseguir enxergar os planetas
pela sua luneta, afirmou que eles não existiam;
-w.shanks, em 1873, calculou o valor de pi com
707 casas decimais mas, em 1948, Ferguson
descobriu erros a partir das 528ª casa;
-Ptolomeu defendia a idéia de que a terra era o
centro do universo

-
Há ainda os casos de fraudes:
Em 1912 o paleontólogo inglês Charles Dawson apresentou ossos
humanos “fossilizados”, pretendendo comprovar o elo entre o
homem e o macaco. Em 1956, no entanto, foi provado que os ossos
eram de humano moderno e de orangotango.
-
Em 1985, a Universidade de San Diego comprovou que a numerosa
produção do médico Robert Slutsky, em apenas três anos, era
devido a resultados inventados por ele.
-
Em 1999, arqueólogos chineses enterraram juntos um largato uma
galinha, mais tarde, apresentaram a comunidade científica a
“descoberta” da prova do elo perdido entre aves e dinossauros.
Em 2000, o arqueólogo japonês S. Fujimura disse ter achado
ferramentas de 60 mil anos, depois, ele confessou tratar-se de
algumas de suas ferramentas que foram enterradas por ele mesmo.
-

Outros exemplos de deslizes na história da ciência.
-
Newton manipulou alguns cálculos, a fim de acelerar a aceitação de
suas descobertas(velocidade do som, precessão dos equinócios).
-
Mendel, para chegar aos resulatados que desejava, manipulou
dados estatísticos, segundo o estatístico R. A. Fisher.
-
Millikan, segundo G.Horton, das 140 experiências sobre medição de
carga do eletron, selecionou as 58 cujos resultados lhe convinham.
-
Cyril Burt, psicólogo inglês, “estudou” 53 pares de gêmeos(não
criados juntos), a fim de distinguir o que é hereditário do que é
adquirido...no entanto, a maioria dos casos foi inventada.
Download

Processo de Coleta de Informações e de Constituição do Material