A ASSOCIAÇÃO DE CO-MORBIDADES
INTERFERE NA SOBREVIDA DE PACIENTES
COM DPOC AVANÇADA HIPOXÊMICA?
Maria Enedina Scuarlialupi, Fernando Queiroga-Jr, Maria Vera Cruz Oliveira,
Lilia Colet Camargo, Ilka Lopes Santoro, Maria Christina Lombardi Machado
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e
Disciplina de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo
Introdução
• A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é
importante causa de morte no mundo. A
mortalidade é maior na DPOC avançada,
especialmente em pacientes com hipoxemia
crônica
• A presença de co-morbidades nestes pacientes é
bastante comum e supõe-se que elas possam
interferir negativamente na sobrevida
• Nossa hipótese é que a presença de co-morbidades
na DPOC avançada hipoxêmica está associada
com maior mortalidade
Objetivos
• Avaliar se a presença de co-morbidades
interfere na sobrevida de pacientes com
DPOC avançada hipoxêmica em uso de
oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP)
Métodos
- Delineamento : estudo prospectivo de coorte
realizado de janeiro de 1996 a julho de 2006
- População estudada: 504 portadores de DPOC
hipoxêmica em uso de oxigenoterapia domiciliar
prolongada
- Local: em dois Ambulatórios de Doença Pulmonar
Avançada de 2 Hospitais Públicos em São
Paulo/SP
- Critérios de inclusão: doença estável em
portadores de DPOC hipoxêmica com indicação
clássica de ODP, segundo consensos GOLD/BTS
- Critérios de exclusão: síndrome de superposição,
tabagismo e câncer de pulmão
Métodos
Variáveis obtidas na entrada do Programa de ODP:
-
idade (anos)
sexo
VEF1 (% predito)
PaO2 (mmHg)
PaCO2 (mmHg)
IMC (Kg/m2)
Maços/ano fumados
Núm. de internações de causa respiratória nos
últimos 12 m antes da ODP
- Núm. de co-morbidades pelo índice de Charlson
Análise Estatística
• Análise de sobrevida não-ajustada : teste de
log rank para comparar as curvas de
sobrevida de Kaplan-Meier
• Análise multivariada de Cox : para ajustarmos
a comparação de sobrevida quanto a idade,
sexo, VEF1, PaO2, PaCO2, IMC, anos-maço
fumados, número de internações nos últimos
12 meses,em relação ao n. de co-morbidades
• O termo estatisticamente significante se refere
a p0,05
Características dos pacientes na entrada
Características
sexo masculino
idade (anos)
PaO2(mmHg)
PaCO2(mmHg)
VEF1 (% pred)
maços/ano
IMC (Kg/m2)
> 2 co-morbidades
mínimo de 1 internação prévia
taxa de mortalidade
tempo médio de seguimento (m)
Valores obtidos
57%
67,4  8,3
50,9  5,1
45,9  6,2
32,2  9,6
70,8  20,6
23,2  4,8
63 %
85%
62%
33  23
Freqüência das co-morbidades avaliadas
pelo índice de Charlson
Co-morbidades
nº pacientes
% em relação ao
total (504)
DPOC
504
100,0
ICEsq
129
25,59
Ulcera péptica
69
13,69
DM
62
12,30
D. Vasc. Periférica
47
9,33
D. Vasc. Cerebral
40
7,94
D. Colágeno
8
1,59
IRC severa
6
1,19
Hemiplegia
5
0,99
DM com lesão órgão
3
0,60
D. Hepática Leve
3
0,60
IAM
1
0,20
Resultados
Curvas de sobrevida de Kaplan- Meier
azul > 2 co-morbidades,verde ≤ 2 co-morbidades
p = 0,46
Survival Functions
0<=2; 1>2
1,0
0
1
0-censored
1-censored
Cum Survival
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0
20,0
40,0
60,0
acompmes
80,0
100,0
120,0
Resultados
- Após controlarmos os fatores confundidores pela
análise multivariada de Cox, pacientes com > 2 comorbidades apresentaram um risco significantemente
maior de morrer do que pacientes com ≤ 2 comorbidades (HR 1,30, 95% IC 1,87-2,02, p<0,01)
- Outros preditores independentes de morte foram:
idade avançada (p<0,0001), maior número de
internações prévias (p<0,04), menores valores de
PaO2 (p<0,005), VEF1 (p< 0,001) e IMC (p < 0,0001)
e sexo feminino (p< 0,001)
Conclusões
• Na população de portadores de DPOC
avançada hipoxêmica, pacientes com > 2 comorbidades morrem mais que com ≤ 2 comorbidades.
• O risco de morte foi 30% maior para os
primeiros do que para os últimos após o início
da ODP
Conclusões
• Outros
preditores
independentes
de
mortalidade foram: sexo feminino, idade
avançada, maior número de internações
prévias e menores valores de função
pulmonar, de trocas gasosas e de IMC
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