Decisão do voto nas eleições presidenciais de 2002 – problemas e qualidades Introdução Se o estudo sobre a decisão do voto em eleições presidenciais nos EUA já é uma área de estudo consolidada, como diversos trabalhos e teorias, no Brasil, a temática ainda tem muito para ser explorada. Isso decorre, principalmente, da pequena experiência em eleições presidenciais que temos. Foram apenas 4 eleições presidenciais e a maioria das teorias sobre o comportamento eleitoral desenvolvidas nos EUA e na Europa ainda não foram testadas aqui. O material disponibilizado pela Ipsos Opinion permitirá, sem qualquer dúvida, avançar na discussão de como se comporta o eleitor brasileiro diante da urna. Foram oito rodadas de pesquisas nacionais, contendo toda a sorte de perguntas, como por exemplo, sobre auto-posicionamento ideológico, avaliação do governo geral e por áreas, principais problemas do país, principais qualidades que um presidente deve ter, solidez do voto, conhecimento dos candidatos, avaliação dos candidatos e dos partidos, posicionamento sobre diversas questões da agenda pública brasileira, etc. Neste trabalho, ainda bastante cru, tentaremos avançar um pouco a discussão sobre a decisão do voto centrando o foco na capacidade de resolução de problemas e nas qualidades dos candidatos atribuída pelos eleitores. Veremos como se comportou a intenção de voto, a adesão partidária, os principais problemas e as principais qualidades durante todas as oito rodadas. Depois disso, veremos as matrizes de correlação entre as variáveis e os modelos de decisão de voto baseadas nos principais problemas e as principais qualidades. Um pouco de teoria O conceito de atalho de informação a que se refere Popkin em seu trabalho “Reasoning Voter” é derivado do trabalho seminal de Downs, “Uma Teoria Econômica da Democracia”. Por esse conceito, o eleitor não tem incentivos para se manter informado todo o tempo sobre tudo o que diz respeito ao governo, à política e às eleições. Ele não tem tempo e recursos para tanto. Para tentar compensar sua falta de informação mais acabada, mais detalhada, o eleitor utiliza atalhos de informação. Para Downs, um dos atalhos mais importantes é a ideologia. Ela ajuda a diferenciar os partidos, poupando o eleitor do custo de estar informado sobre uma ampla gama da questões. Para Popkin, os atalhos de informação têm a mesma utilidade que para Downs, ou seja, economizar recursos. Contudo, Popkin desenvolve mais o conceito, apontando que os atalhos utilizados pelos eleitores incorporam as experiências passadas, a vida cotidiana, a mídia e a campanha política. São informações mais simples, básicas, chamadas de “baixa racionalidade”, que servem como substitutas de informações mais elaboradas, complexas e, conseqüentemente, mais dispendiosas. Ele também classifica os atalhos em três tipos: para avaliar, para obter e para estocar informação. Os eleitores costumam validar suas informações com outras pessoas, eles avaliam a validade delas buscando a opinião de outras pessoas que o cercam, seja em casa, no trabalho ou mesmo na mídia e na campanha eleitoral. Em outras palavras, a influência interpessoal também é um atalho informacional. Podem existir muitos tipos diferentes de atalhos informacionais, dependendo da vida cotidiana de cada eleitor. A maneira como ele utiliza e combina seus diversos atalhos pode definir seu voto. Um pouco de teoria As informações adquiridas no dia-a-dia também funcionam como atalhos informacionais. Os eleitores podem utiliza-las de diversas maneiras para suas decisões de voto, as informações que eles adquirem para tocar sua vida cotidiana são aplicadas a seus julgamentos e decisões políticas. Popkin afirma que a maior parte da informação que os eleitores usam quando votam é adquirida como um subproduto das atividades que desempenham como parte de suas vidas diárias. A mídia é importante porque as pessoas combinam as informações que eles adquirem no dia-a-dia com as informações dos meios de comunicação. As pessoas vivem, trabalham, se locomovem, compram, pagam impostos, utilizam-se de serviços públicos e privados, em todas essas situações elas recolhem impressões que são parte integrante da composição da decisão de voto. Os atalhos informacionais são muitos, poderia dizer até infinitos, e eles não existem todos em todos os eleitores, cada um possui seu próprio cabedal de atalhos. A seguir estão alguns dos atalhos informacionais possíveis das eleições presidenciais de 2002 Lula: um bom atalho informacional para o Lula é o fato dele ser um trabalhador e do Partido dos Trabalhadores. Como a maioria dos eleitores também é composta por trabalhadores, existiria algo em comum entre Lula e a maioria dos trabalhadores, o que aproxima dele e aumenta a vontade de votar nele. Além disso, Brasil, os eleitores, principalmente os de menor escolaridade, se confundem muito quando são indagados sobre as diferenças entre esquerda e direita, mas uma das respostas mais freqüentes é associar a esquerda à oposição e a direita ao governo. Portanto, outro atalho importante para votar em Lula seria o fato dele ser oposição ao governo. Muitos pretenderam votar no candidato do PT porque ele representava uma mudança em relação ao atual governo. Um pouco de teoria José Serra: para o Serra, um atalho importante era o fato dele já ter ocupado alguns postos ministeriais importantes. Como ministro da saúde, por exemplo, Serra implantou os medicamentos genéricos, para muitas pessoas essa é uma informação que é suficiente para definir o voto. Ao contrário de Lula, que é a oposição, Serra é o candidato do governo e o governo conquistou a estabilidade da moeda, acabou com a inflação. Muitos pretendiam votar em Serra porque ele representava a continuidade e a garantia da estabilidade. Ciro Gomes: era um candidato experiente. Foi deputado, prefeito, governador e ministro. Ele tem experiência administrativa, ele conhece a máquina do governo, ele “sabe das coisas”. Ter experiência administrativa é um atalho informacional muito importante. Ciro tinha como candidato a vice em sua chapa um sindicalista, um trabalhador, um homem do povo. Além disso, a coligação que dava sustentação a sua candidatura era a chamada Frente Trabalhista, que reunia PTB-PDT-PPS, uma espécie de revival da aliança PTB-PCB dos anos 45-64. Essa ligação com sindicatos e com o trabalhismo é um atalho informacional que poderia ser muito útil para a decisão de voto. Garotinho: esse candidato já foi prefeito e governador, ele tem experiência administrativa. Quando ele chegar na presidência ele saberá o que fazer, pois sabe qual é o “caminho das pedras”. É um candidato religioso, que valoriza muito o papel da família na sociedade e na formação da cidadania. Além disso, quando foi governador, deu muita atenção ao social, implantou restaurante e hotel populares. Em outras palavras, ele era um candidato que se preocupava com gente como a gente, com as pessoas comuns. Um pouco de teoria A idéia de atalhos informacionais é importante para esse trabalho que vocês estão recebendo agora. Um candidato percebido como o mais capaz para solucionar um problema que é visto como o principal do país deve ser o favorito na eleição. Isso pode soar trivial, mas é algo que ainda não foi testado empiricamente. Em que medida acreditar que o candidato é capaz de resolver um problema ou ter uma qualidade importa na decisão do voto. Algumas hipótese podem ser formuladas tendo-a em mente. Quanto mais central o problema, maior a probabilidade de voto no candidato mais capaz de resolver Existe forte correlação entre percepção da capacidade de resolução de problemas e qualidades e a intenção de voto. Entretanto, algumas capacidades e qualidades devem ter um peso maior. O que mais preocupa é distinguir entre 1) o eleitor escolhe um candidato e lhe atribui as capacidades e qualidades e 2) o eleitor sabe quais são as capacidades e qualidades necessarias e escolhe o candidato que melhor as preencha. Um pouco de teoria Para a tese um livro me fez ter boas idéias. Trata-se do “Explaning Labour´s Landslide”, de Worcester e Mortimore. Não será agora que irei apresentar todo o livro. O que mais me interessa nele é a idéia de triângulo político, formado por questões políticas (issues), a imagem partidária e a imagem do líder ou do candidato. A cada eleição esse triângulo pode ter uma forma diferente, dependendo do peso da cada um dos lados. Essa atenção com o campo amplo que é o eleitoral é o que acredito fazer mais falta nos trabalhos sobre a decisão do voto aqui no Brasil, especificamente com as teses oriundas do DCP-USP, de Singer e Carreirão. Ambos autores optaram por centrar foco em apenas uma das facetas da decisão do voto, o primeiro na ideologia e o segundo no voto retrospectivo. Deixaram de lado ou não exploraram mais a fundo diversos aspectos que não podem ser negligenciados. A decisão do voto é atingida por um mix infinito de fatores. Obviamente, ninguém pode dar conta de toda a realidade. O que tentarei fazer na tese é ser mais abrangente na explicação e tentar avaliar o peso da cada uma das variáveis mais importantes. A primeira tentativa disso é este trabalho que ainda tem gráficos e tabelas demais e análise de menos. Intenção de voto estimulada Durante toda a campanha eleitoral o candidato Lula manteve a dianteira. Os três momentos destacados são os que apresentaram alguma emoção. O crescimento acentuado de Ciro Gomes na Rodada 4, com a queda de todos os demais candidatos. O mesmo movimento na Rodada 5, mas com um crescimento menos acentuado de Ciro. A rodada 7 também ocorreu em um momento de redistribuição das intenções de voto em Ciro. Lula e Garotinho foram os que mais capitalizaram essa queda, enquanto Serra se manteve no lugar. Na rodada 8, a pergunta foi sobre em quem havia sido o voto no 1.º turno. 60 50 45 40 48 44 43 39 38 37 35 30 28 25 21 19 20 19 10 10 8 18 17 20 14 10 15 12 8 6 7 6 5 7 5 Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3 José Serra 13 10 18 11 9 10 4 5 5 Rodada 4 Rodada 5 Rodada 6 Antony Garotinho Ciro Gomes 0 Lula 15 18 15 14 12 7 9 4 4 4 Rodada 7 Branco /Nulo /Nenhum Rodada 8 NS /NR Diria que tem partido, assim como tem time de futebol que, aconteça o que acontecer, sempre apóia e torce por ele. A pergunta sobre partido que foi repetida em todas as rodas não ajuda muito. Em torno de 70% dos eleitores não torce para um partido como torce para um time. Quando isso ocorre, o PT tem a maioria da adesão, em torno de 15%. Acredito que os que indicaram algum partido nessa questão são eleitores com identificação partidária. Essa variável ainda não será analisa neste trabalho. Isso ficará para o próximo, que deve levar em conta outras variáveis, como graus de adesão às candidaturas, firmeza do voto e identificação partidária. 80 70 75 73 73 72 68 68 69 68 60 50 40 30 20 13 10 0 3 36 Rodada 1 17 14 6 43 2 2 6 2 3 Rodada 3 Rodada 2 PT PMDB 16 13 12 5 2 5 2 6 21 3 Rodada 4 PSDB Rodada 5 PFL Outros 17 17 6 34 Rodada 6 5 4 2 4 3 Rodada 7 Nenhum/NS/NR/Todos 43 2 Rodada 8 Partido de simpatia - estimulado Quando a pergunta é sobre simpatia aos partidos com estimulo, o percentual sobe consideravelmente. Esse grupo de eleitores pode ser encarado como os que têm preferência partidária. O maior problema é que essa questão só foi incluída em um split com 995 casos na rodada 6. [pp6] Partido de preferência Frequency Valid PDT PT PTB PMDB Cumulative Percent 21 1,0 2,1 2,1 275 13,7 27,6 29,7 20 1,0 2,0 31,7 102 5,1 10,2 41,9 11 ,5 1,1 43,0 PFL 47 2,3 4,7 47,7 PPB 17 ,9 1,8 49,5 PSB 21 1,0 2,1 51,6 PSDB 57 2,8 5,7 57,3 375 18,7 37,7 95,1 47 2,4 4,8 99,8 2 ,1 ,2 100,0 995 49,6 100,0 Não sabe /Recusa Não respondeu Total Total Valid Percent PPS Não tem simpatia por nenhum Missing Percent System 1009 50,4 2004 100,0 Pensando no Brasil, quais desses problemas o novo presidente deveria tentar resolver O grande problema no Brasil durante todo o ano de 2002, algo que não se alterou durante a campanha eleitoral foi o desemprego. No total das menções, a proporção de eleitores que apontavam o desemprego como um dos principais problemas do Brasil esteve sempre acima de dois terços. Em um bloco intermediário, aparecem a assistência médica, com índices que variaram entre 18% e 37%, atingindo esse pico na rodada 7; os salários baixos, variando entre 28 e 46%, em queda durante a campanha. Crimes violência e tráfico de drogas somados variaram entre 70% e 40%, em queda durante a campanha. Outros problemas foram fome e miséria, educação e corrupção. 80 76 72 70 68 69 68 68 67 67 60 50 40 44 46 36 30 20 24 24 40 37 39 37 36 27 19 16 21 15 10 19 22 15 13 33 29 32 35 34 32 25 2622 15 10 21 16 10 31 36 28 23 22 15 37 27 2826 13 14 9 6 33 26 28 27 24 8 0 Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3 Rodada 4 Rodada 5 Rodada 6 Rodada 7 Falta de emprego Crimes e violência contra as pessoas Salários muito baixos Má qualidade da assistência médica Má qualidade da educação Tráfico de drogas Fome e à miséria Corrupção e desvio de verbas Rodada 8 Quais dessas características ou qualidades mais importantes que um candidato deve ter A principal qualidade que o presidente dever ter é fazer mais pelos mais pobres. São importantes também a defesa dos interesses dos trabalhadores, ter bom plano de governo e conhecer os problemas da população. Outras qualidades são menos importantes, mas não podem ser negligenciadas: ter pulso forte, ter preparo, brigar pelos interesses do Brasil no exterior e preocupar com as pessoas como eu. 70 60 56 53 58 40 48 30 20 42 41 31 34 29 10 48 42 4848 43 62 56 49 49 52 48 46 46 51 50 48 3538 34 27 24 20 59 54 50 4340 57 29 25 16 14 12 11 1815 13 12 Rodada 2 Rodada 3 18 27 25 18 17 24 23 2320 Rodada 4 Rodada 5 Rodada 6 28 2226 16 24 2323 17 Rodada 7 Rodada 8 0 Rodada 1 Fará mais pelos mais pobres Defenderá os interesses dos trabalhadore Conhece os problemas da população Bom plano de governo Pulso forte, decidido Preparo para ser presidente Brigar pelos interesses do Brasil no ext Preocupar-se com pessoas como o(a) Sr(a) Variáveis que entraram na análise As correlações e tabelas de contigência foram feitas com a intenção de voto e as variáveis de capacidades e qualidades, ambas estimuladas para os quatro principais candidatos. Nas tabelas, a variável independente a intenção de voto. Em todos os modelos de regressão foram utilizadas como variáveis dependentes dummys de intenção de voto: vota lula, vota serra, vota garotinho e vota ciro. Como covariáveis na rodada 7 entraram as seguintes: Capacidade: 1) tem mais capacidade para resolver a falta de emprego; 2) tem mais capacidade para resolver o aumento dos preços da luz, água, gás, gasolina e telefone; 3) tem mais capacidade para não colocar em risco a estabilidade econômica; 4) tem mais capacidade para resolver o problema do crime e violência contra as pessoas; 5) tem mais capacidade para melhorar a saúde e a assistência médica; 6) tem mais capacidade para combater a fome e a pobreza; e 7) tem mais capacidade para melhorar a educação. Qualidades: 1) fará mais pelos mais pobres; 2) defenderá os interesses dos trabalhadores; 3) é pessoa sensata e equilibrada; 4) tem bom plano de governo; 5) tem experiência administrativa para ser presidente; 6) defenderá os ricos e banqueiros; e 7) trará tranqüilidade e união para o país. Todas as perguntas eram sobre qual dos candidatos tem mais a capacidade e mais a qualidade. Todas também foram convertidas em dummys. Além dessas covariáveis inclui também a escolaridade, na qual o valor zero é o analfabeto/sem estudo. Matriz de correlação da intenção de voto e capacidades Da matriz de correlação abaixo, o que mais importa é a coluna da intenção de voto. Fica claro perceber a altíssima correlação entre a intenção de voto e a percepção da capacidade de resolução de problemas. Os valores entre 0,80 e 0,81, todos significantes a 1%, mostram consistência no voto, mas não são capazes de revelar quais variáveis são mais importantes para quais candidatos. A tabela como um todo deixa claro que quando um eleitor adere a um candidato, ele constrói uma imagem de capacidade sólida. “O meu candidato é o mais capaz para fazer tudo”. Quando acrescentamos nas variáveis intenção de voto e qualidades as opções de voto branco/nulo/nenhum e nenhum tem a qualidade, os coeficientes de correlação caem muito. [ppq1b1] [ppq1b2] [ppq1b3] [ppq1b4] [ppq1b6] [pv3a] [ppq1b1] [ppq1b2] [ppq1b3] [ppq1b4] [ppq1b6] Matriz de Correlação da [pv3a] Tem Tem Tem Tem [ppq1b5] Tem [ppq1b7] Matriz de Correlação da Intenção de Tem Tem Tem Tem [ppq1b5] Tem [ppq1b7] intenção de voto com Intenção de capacidade: capacidade: capacidade: capacidade: Tem capacidade: Tem intenção de voto com voto(com capacidade: capacidade: capacidade: capacidade: Tem capacidade: Tem capacidade de resolução de voto 1° falta de preços estabilidade crimes e capacidade: fome e capacidade: capacidade de resolução de branco/nulo falta de preços estabilidade crimes e capacidade: fome e capacidade: problemas turno emprego básicos econômica violência saúde miséria educação problemas (com nenhum) /nenhum) emprego básicos econômica violência saúde miséria educação [pv3a] Intenção de voto 1° [pv3a] Intenção de voto 1° 1,00 0,81 0,81 0,80 0,81 0,80 0,81 0,81 1,00 0,58 0,58 0,57 0,57 0,62 0,61 0,65 turno turno [ppq1b1] Tem capacidade: [ppq1b1] Tem capacidade: 0,81 1,00 0,86 0,82 0,84 0,83 0,83 0,85 0,58 1,00 0,77 0,70 0,72 0,76 0,74 0,77 falta de emprego falta de emprego [ppq1b2] Tem capacidade: [ppq1b2] Tem capacidade: 0,81 0,86 1,00 0,84 0,84 0,83 0,84 0,84 0,58 0,77 1,00 0,73 0,74 0,73 0,72 0,74 preços básicos preços básicos [ppq1b3] Tem capacidade: [ppq1b3] Tem capacidade: 0,80 0,82 0,84 1,00 0,81 0,82 0,81 0,82 0,57 0,70 0,73 1,00 0,71 0,74 0,70 0,74 estabilidade econômica estabilidade econômica [ppq1b4] Tem capacidade: [ppq1b4] Tem capacidade: 0,81 0,84 0,84 0,81 1,00 0,83 0,84 0,85 0,57 0,72 0,74 0,71 1,00 0,73 0,74 0,75 crimes e violência crimes e violência [ppq1b5] Tem capacidade: [ppq1b5] Tem capacidade: 0,80 0,83 0,83 0,82 0,83 1,00 0,84 0,85 0,62 0,76 0,73 0,74 0,73 1,00 0,80 0,83 saúde saúde [ppq1b6] Tem capacidade: [ppq1b6] Tem capacidade: 0,81 0,83 0,84 0,81 0,84 0,84 1,00 0,85 0,61 0,74 0,72 0,70 0,74 0,80 1,00 0,83 fome e miséria fome e miséria [ppq1b7] Tem capacidade: [ppq1b7] Tem capacidade: 0,81 0,85 0,84 0,82 0,85 0,85 0,85 1,00 0,65 0,77 0,74 0,74 0,75 0,83 0,83 1,00 educação educação Matriz de correlação da intenção de voto e qualidades A matriz de correlação da intenção de voto e características e qualidades mostra um padrão semelhante ao anterior. Altas correlações, exceto naquela que se deveria esperar ao contrário que é a correlação com a defesa dos ricos. O que mais chama a atenção é a correlação mais baixa que existiu entre intenção de voto e experiência. As matrizes de correlação são apenas uma introdução para que possamos avaliar a força de atalhos de informação, como estão sendo encaradas as variáveis de capacidades e qualidades, na definição do voto. [ppq2b1] [pv3a] Qualidade: [ppq2b2] [ppq2b3] [ppq2b4] [ppq2b6] [ppq2b7] Matriz de Correlação da Matriz de Correlação da Intenção de ajudará os Qualidade: Qualidade: Qualidade: [ppq2b5] Qualidade: Qualidade: intenção de voto com intenção de voto com voto 1° mais defesa do sensato e plano de Qualidade: defesa dos trará características e qualidades características e qualidades turno pobres trabalhador equilibrado governo experiência ricos tranqüilidade (com nenhum) [pv3a] Intenção de voto 1° [pv3a] Intenção de voto 1° 1,00 0,80 0,76 0,80 0,85 0,73 0,16 0,83 turno turno [ppq2b1] Qualidade: ajudará [ppq2b1] Qualidade: ajudará 0,80 1,00 0,85 0,82 0,84 0,74 0,19 0,83 os mais pobres os mais pobres [ppq2b2] Qualidade: defesa [ppq2b2] Qualidade: defesa 0,76 0,85 1,00 0,77 0,82 0,70 0,18 0,79 do trabalhador do trabalhador [ppq2b3] Qualidade: sensato [ppq2b3] Qualidade: sensato 0,80 0,82 0,77 1,00 0,85 0,79 0,22 0,84 e equilibrado e equilibrado [ppq2b4] Qualidade: plano [ppq2b4] Qualidade: plano 0,85 0,84 0,82 0,85 1,00 0,81 0,19 0,88 de governo de governo [ppq2b5] Qualidade: [ppq2b5] Qualidade: 0,73 0,74 0,70 0,79 0,81 1,00 0,22 0,81 experiência experiência [ppq2b6] Qualidade: defesa [ppq2b6] Qualidade: defesa 0,16 0,19 0,18 0,22 0,19 0,22 1,00 0,21 dos ricos dos ricos [ppq2b7] Qualidade: trará [ppq2b7] Qualidade: trará 0,83 0,83 0,79 0,84 0,88 0,81 0,21 1,00 tranqüilidade tranqüilidade [pv3a] [ppq2b1] Intenção de Qualidade: [ppq2b2] [ppq2b3] [ppq2b4] [ppq2b6] [ppq2b7] voto (com ajudará os Qualidade: Qualidade: Qualidade: [ppq2b5] Qualidade: Qualidade: branco/nulo mais defesa do sensato e plano de Qualidade: defesa dos trará /nenhum) pobres trabalhador equilibrado governo experiência ricos tranqüilidade 1,00 0,64 0,64 0,65 0,70 0,55 0,21 0,60 0,64 1,00 0,82 0,77 0,79 0,69 0,35 0,70 0,64 0,82 1,00 0,76 0,81 0,69 0,36 0,67 0,65 0,77 0,76 1,00 0,81 0,74 0,38 0,75 0,70 0,79 0,81 0,81 1,00 0,74 0,34 0,74 0,55 0,69 0,69 0,74 0,74 1,00 0,37 0,68 0,21 0,35 0,36 0,38 0,34 0,37 1,00 0,36 0,60 0,70 0,67 0,75 0,74 0,68 0,36 1,00 Tabelas de contingência Não mostrarei todas as tabelas de contingência. São 14 no total e iria ocupar muito espaço com redundâncias. Vou mostrar as mais importantes. A falta de emprego foi identificada como o principal problema brasileiro. Mais da metade dos eleitores brasileiros (51%) acreditava que Lula era o mais capaz de resolver esse problema, seguido de Serra (20%), Garotinho (14%) e Ciro (10%). Analisando por intenção de voto, vemos que é Lula quem mais consegue se identificar com a capacidade de resolver a falta de emprego. Nada menos que 92% de seus eleitores acreditavam que ele era o mais capaz de resolver esse problema. Índice que cai para 80% para Serra, 74% para Garotinho e 70% para Ciro. Além disso, Lula é o candidato com percentuais mais elevados entre os que têm outra intenção de voto. [ppq1b1] Tem capacidade: falta de emprego * [pv3a] Intenção de voto 1° turno Crosstabulation [pv3a] Intenção de voto 1° turno José Serra Garotinho Ciro Gomes Branco /Nulo /Nenhum 92,3% 14,1% 11,3% 10,5% 20,0% Lula [ppq 1b1] Tem capacidade: falta de emprego Lula % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual José Serra Garotinho Ciro Gomes Nenhum 40,8 -18,8 -18,3 -15,5 -5,8 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 2,1% 79,7% 7,2% 9,0% 15,3% Adjusted Residual -21,8 38,7 -7,2 -5,1 -1,0 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,4% ,8% 73,6% 3,4% 7,1% Adjusted Residual -17,7 -9,7 40,0 -5,8 -1,8 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,8% 1,1% 3,4% 70,0% 5,9% Adjusted Residual -13,9 -7,7 -5,3 37,4 -1,4 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 2,4% 4,2% 4,5% 7,1% 51,8% -6,3 -1,2 -,8 1,6 19,4 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Adjusted Residual Total % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Total 50,9% 19,6% 13,8% 10,4% 5,3% 100,0% Tabelas de contingência A capacidade de resolver os problemas da saúde é atribuída de forma um pouco mais equilibrada entre os candidatos. Lula aparece em primeiro, com 44%, Serra em segundo, com 31%, Garotinho em terceiro com 13% e Ciro em último, com 10%. Nesse caso, Serra é quem consegue maior percentual entre seus próprios eleitores e quem mais consegue aparecer aos eleitores dos outros candidatos como o mais capaz de resolver os problemas das saúde. Isso deixa claro a diferença mais marcante entre as qualidade de Lula e Serra e o que deixou Lula em posição confortável frente à Serra durante toda a campanha. [ppq1b5] Tem capacidade: saúde * [pv 3a] Intenção de voto 1° turno Crosstabulation [pv3a] Intenção de voto 1° turno José Serra Garotinho Ciro Gomes Branco /Nulo /Nenhum 83,0% 7,8% 5,0% 8,8% 17,4% 39,0 -18,5 -17,9 -13,7 -5,2 13,7% 90,1% 19,5% 19,3% 28,3% -18,4 32,7 -5,7 -4,9 -,6 ,9% ,8% 70,8% 2,7% 8,7% -17,7 -9,3 39,6 -5,9 -1,2 ,9% 1,0% 3,6% 65,3% 3,3% Adjusted Residual -14,3 -7,5 -4,6 37,0 -2,1 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,5% ,4% 1,1% 3,9% 42,4% -4,2 -3,9 -2,5 1,1 22,8 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Lula [ppq 1b5] Tem capacidade: saúde Lula % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual José Serra % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual Garotinho % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual Ciro Gomes Nenhum % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual Total % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Total 43,6% 31,0% 13,0% 9,5% 2,9% 100,0% Tabelas de contingência Lula também é o líder na capacidade de resolver os problemas de crimes e violência, com 48%. Serra, com 19%, Garotinho, com 19% e Ciro, com 11% aparecem atrás. Entre os eleitores de Lula, 90% acreditam que ele é o mais capaz de resolver o problema. Esse índice cai para 77% entre os eleitores de Serra, 76% entre os eleitores de Garotinho e 68% entre os eleitores de Ciro. Mais uma vez, a exemplo do que ocorreu com a questão do desemprego, Lula consegue fazer acreditar a maior parcela de eleitores de outros candidatos que ele tem mais a capacidade de resolver a violência. [ppq1b4] Tem capacidade: crimes e violência * [pv3a] Intenção de voto 1° turno Crosstabulation [pv3a] Intenção de voto 1° turno José Serra Garotinho Ciro Gomes Branco /Nulo /Nenhum 90,0% 12,8% 5,7% 9,6% 19,5% Lula [ppq 1b4] Tem capacidade: crimes e violência Lula % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual José Serra Garotinho Ciro Gomes Nenhum 40,7 -18,0 -19,5 -14,9 -5,5 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 2,9% 76,8% 7,1% 7,1% 13,8% Adjusted Residual -20,1 37,2 -7,0 -5,8 -1,3 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 2,3% 3,5% 76,1% 7,4% 8,0% Adjusted Residual -18,0 -8,5 37,9 -4,4 -2,0 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,6% 2,9% 4,6% 67,8% 4,6% Adjusted Residual -14,4 -6,4 -4,5 35,5 -1,9 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 3,1% 3,9% 6,4% 8,0% 54,0% -6,1 -2,4 ,3 1,5 18,9 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Adjusted Residual Total % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Total 48,4% 19,1% 15,7% 10,7% 6,1% 100,0% Tabelas de contingência Analisando a principal qualidade que um candidato a presidente deve ter, Lula lidera na variável ajudará mais os pobres. Cabe lembrar que essa é a qualidade mais importante para os eleitores. Para 55% dos eleitores é Lula quem mais tem essa qualidade, seguido de Serra, com 17%, Garotinho, com !6% e Ciro, com 10%. O candidato Lula era o que mais conseguia fazer seu eleitorado crer que ele teria a qualidade de fazer mais pelos mais pobres (96%). Nesse caso, o que aparece em segundo é Garotinho, com 79%, à frente de Serra (73%) e Ciro (69%). Cabe destacar que entre os eleitores de Serra, 20% acreditam que Lula tem mais a qualidade. [ppq2b1] Qualidade: aj udará os mais pobres * [pv3a] Intenção de voto 1° turno Crosstabulation [pv3a] Intenção de voto 1° turno José Serra Garotinho Ciro Gomes Branco /Nulo /Nenhum 95,5% 19,5% 11,3% 17,4% 28,9% Lula [ppq 2b1] Qualidade: ajudará os mais pobres Lula % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual José Serra Garotinho Ciro Gomes 40,7 -17,9 -20,3 -14,3 -5,2 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,6% 73,3% 5,1% 6,5% 10,3% Adjusted Residual -20,3 37,9 -7,4 -5,3 -1,8 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,3% 2,5% 79,4% 6,2% 9,3% Adjusted Residual -19,6 -9,1 40,9 -5,0 -1,8 ,8% 1,9% 3,3% 66,8% 4,1% % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual Nenhum Total -14,8 -6,5 -4,9 37,3 -1,9 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno ,9% 2,7% ,9% 3,1% 47,4% Adjusted Residual -6,6 -,7 -3,1 -,1 25,2 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Total 54,7% 16,9% 15,6% 9,5% 3,2% 100,0% Tabelas de contingência Ter plano de governo é uma qualidade muito exigida pelos eleitores. Isso chega a ser engraçado, por que eu acredito (só posso acreditar, porque não tenho dados) que a grande maioria dos eleitores não leu uma linha sequer dos planos de governo dos candidatos em disputa. não obstante, essa variável ocupo posição importante na estruturação do voto. Como em todas as outras variáveis, Lula aparece na frente, com 49%, seguido de Serra, com 22%, Garotinho, com 16% e Ciro, com 11%. É nessa variável que os candidatos Garotinho e Ciro conseguem convencer a maior parte de seus eleitores. [ppq2b4] Qualidade: plano de governo * [pv3a] Intenção de voto 1° turno Crosstabulation [pv3a] Intenção de voto 1° turno José Serra Garotinho Ciro Gomes Branco /Nulo /Nenhum 92,6% 8,6% 7,4% 7,2% 19,3% Lula [ppq 2b4] Qualidade: plano de governo Lula Adjusted Residual José Serra Garotinho Ciro Gomes Nenhum Total % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 42,9 -20,2 -19,1 -15,9 -5,6 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 4,0% 87,6% 6,3% 7,8% 21,6% Adjusted Residual -21,1 40,2 -8,7 -6,5 ,0 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,4% ,8% 80,9% 5,9% 8,0% Adjusted Residual -19,2 -10,2 41,7 -5,1 -2,0 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 1,7% 1,6% 4,5% 75,7% 6,8% Adjusted Residual -15,0 -7,8 -5,0 38,7 -1,4 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno ,4% 1,4% ,9% 3,4% 44,3% Adjusted Residual -6,6 -1,8 -2,4 1,1 25,4 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Total 48,8% 21,8% 15,5% 11,4% 2,5% 100,0% Tabelas de contingência Finalmente, a experiência é a qualidade menos atribuída a Lula por seus próprios eleitores, com 74%. Ainda assim ele é o candidato que mais tem essa qualidade segundo a maior parte dos eleitores, com 39%. Atrás aparecem Serra, com 29%, Garotinho, com 16% e Ciro com 13%. Em poucas palavras, mesmo em uma variável que avaliava algo que Lula reconhecidamente não tinha, ele aparecia na frente, mostrando o peso e a força de sua candidatura junto ao eleitorado. Foi a única variável em que os eleitores de todos os demais candidatos acreditam mais que o seu candidato é o mais experiente. [ppq2b5] Qualidade: experiência * [pv3a] Intenção de voto 1° turno Crosstabulation [pv3a] Intenção de voto 1° turno José Serra Garotinho Ciro Gomes Branco /Nulo /Nenhum 73,9% 8,6% 4,7% 6,2% 10,5% 35,2 -15,7 -16,1 -12,8 -5,7 14,7% 88,3% 11,3% 10,8% 40,0% Adjusted Residual -15,4 33,2 -9,1 -7,8 2,4 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 4,0% ,8% 77,3% 4,6% 7,4% Adjusted Residual -15,8 -10,6 38,7 -6,0 -2,3 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 5,3% 1,5% 5,6% 75,7% 5,3% Adjusted Residual -11,5 -8,8 -5,2 35,4 -2,4 % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno 2,1% ,8% 1,1% 2,8% 36,8% -2,6 -3,3 -2,6 -,3 19,6 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Lula [ppq 2b5] Qualidade: experiência Lula % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual José Serra Garotinho Ciro Gomes Nenhum % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Adjusted Residual Total % within [pv3a] Intenção de voto 1° turno Total 38,5% 29,2% 16,0% 13,3% 3,0% 100,0% Regressões Para cada candidato foram feitas duas regressões logísticas diferentes. Uma com dummys de capacidade de resolução de problemas e outra com de qualidades. Em ambas foi acrescentada a variável instru0 que são cinco faixas de escolaridade, de zero=analfabeto até 4=superior incompleto ou mais. Na regressão logística, o resultado é a probabilidade de sucesso de um evento, no caso, o voto no candidato. Em cada tabela, a constante expressa na última coluna é a probabilidade de um eleitor analfabeto que acredita que o candidato não tem nenhuma das capacidades ou qualidades votar no candidato. Existem algumas maneiras diferentes para se avaliar a qualidade de um modelo. Aqui apresentamos uma das possibilidade que é o percentual de acerto. O software calcula as probabilidades de cada eleitor, quando essa probabilidade fica acima de 50% o voto é atribuído ao candidato. Nas regressões feitas, o percentual de acerto do modelo ficou sempre acima de 89%, chegando a ultrapassar os 95% em alguns casos. Isso significa que saber quem são os candidatos que os eleitores julgam mais capazes e qualificados permite um acerto muito elevado no prognóstico. Nesse caso, mais importante do que saber qual o percentual de acerto, uma vez que sabíamos de antemão que seria elevado (pela força das correlações entre as variáveis), é saber quais variáveis aumentam mais a probabilidade de voto nos candidatos. Para proceder essa análise devemos observar as duas últimas colunas das tabelas de regressão. Se a significância estiver até 0,05, a variável tem peso, importa para análise. A última coluna da o valor que se deve multiplicar a probabilidade. Quanto maior o número, mais aumenta a probabilidade de voto. Ajustes dos modelos - Lula O percentual de acerto total para Lula foi o mais baixo, porém foi o mais equilibrado. Capacidade com educação Qualidade com educação Classification Tablea Classification Tablea Predicted Vota Lula Observed Step 1 Vota Lula ,00 Predicted Vota Lula Percentage Correct 1,00 ,00 1533 161 90,5 1,00 149 1158 88,6 Overall Percentage Observed Step 1 89,7 a. The cut value is ,500 Vota Lula ,00 Percentage Correct 1,00 ,00 1541 153 91,0 1,00 131 1176 90,0 Overall Percentage 90,5 a. The cut value is ,500 Ajustes dos modelos - Serra O de Serra foi mais alto que o de Lula, mas com alguma deficiência para acertar os que votam em Serra. Capacidade com educação Qualidade com educação Classification Tablea Classification Tablea Predicted Vota Serra Observed Step 1 Vota Serra Overall Percentage a. The cut value is ,500 ,00 Predicted Vota Serra Percentage Correct 1,00 ,00 2378 74 97,0 1,00 137 411 75,1 93,0 Observed Step 1 Vota Serra Overall Percentage a. The cut value is ,500 ,00 Percentage Correct 1,00 ,00 2370 82 96,7 1,00 133 415 75,8 92,8 Ajustes dos modelos - Garotinho Com Garotinho e Ciro ocorre o mesmo que com Serra. Alto percentual de acerto, mas desequilibrado. Capacidade com educação Qualidade com educação Classification Tablea Classification Tablea Predicted Vota Garotinho Observed Step 1 Vota Garotinho ,00 Predicted Vota Garotinho Percentage Correct 1,00 ,00 2503 34 98,7 1,00 118 345 74,5 Overall Percentage Observed Step 1 94,9 a. The cut value is ,500 Vota Garotinho ,00 Percentage Correct 1,00 ,00 2504 33 98,7 1,00 103 360 77,8 Overall Percentage 95,5 a. The cut value is ,500 Ajustes dos modelos - Ciro Capacidade com educação Qualidade com educação Classification Tablea Classification Tablea Predicted Vota Ciro Observed Step 1 Vota Ciro Overall Percentage a. The cut value is ,500 ,00 Predicted Vota Ciro Percentage Correct 1,00 ,00 2621 34 98,7 1,00 115 231 66,8 95,0 Observed Step 1 Vota Ciro Overall Percentage a. The cut value is ,500 ,00 Percentage Correct 1,00 ,00 2611 44 98,4 1,00 104 241 69,7 95,1 Regressões - Lula A regressão logística da capacidade de resolução de problemas de Lula mostra constante no valor 0,033, que significa que um eleitor analfabeto, que acha que o Lula não tem nenhuma capacidade tem probabilidade de 3,3% de votar nele. Todas as variáveis são significantes, inclusive a instrução. Cada nível a mais de escolaridade representa um acréscimo de 25% na probabilidade. As variáveis que mais aumentam a probabilidade de voto em Lula são a capacidade de resolver o desemprego (271,4%) e a capacidade para resolver a fome e a miséria (162,4%). Na regressão das qualidades e características a probabilidade da constante é 2,8%. A instrução também é significativa e fez aumentar 15% a probabilidade a cada nível. A variável com mais peso, que mais faz aumentar a probabilidade de voto nele é o plano de governo (418,9%), seguido de fará mais pelos mais pobres (223,3%). A variável tem experiência de governo é a única não significante a 0,05. A variável defenderá os banqueiros faz a probabilidade cair 46,3%. Regressão logística da capacidade Lula Regressão logística das qualidades e características do Lula Variables in the Equation B Step a 1 S.E. Wald Variables in the Equation df Sig . Exp(B) LULA1 1,312 ,175 55,914 1 ,000 3,714 LULA2 ,529 ,184 8,262 1 ,004 1,698 LULA3 ,527 ,180 8,621 1 ,003 LULA4 ,916 ,179 26,076 1 ,000 LULA5 ,458 ,192 5,686 1 LULA6 ,965 ,185 27,292 LULA7 ,831 ,198 ,223 -3,408 INSTRU0 Constant B S.E. Wald df Sig . Exp(B) LULA1Q 1,173 ,206 32,370 1 ,000 3,233 LULA2Q ,948 ,215 19,426 1 ,000 2,581 1,694 LULA3Q 1,004 ,189 28,246 1 ,000 2,728 2,499 LULA4Q 1,646 ,183 80,959 1 ,000 5,189 ,017 1,581 LULA5Q ,296 ,191 2,411 1 ,121 1,345 1 ,000 2,624 LULA6Q -,622 ,180 11,895 1 ,001 ,537 17,605 1 ,000 2,295 LULA7Q ,966 ,191 25,488 1 ,000 2,628 ,063 12,606 1 ,000 1,250 INSTRU0 ,139 ,065 4,595 1 ,032 1,150 ,181 355,191 1 ,000 ,033 Constant -3,577 ,198 327,072 1 ,000 ,028 a. Variable(s) entered on step 1: LULA1, LULA2, LULA3, LULA4, LULA5, LULA6, LULA7, INSTRU0. Step a 1 a. Variable(s) entered on step 1: LULA1Q, LULA2Q, LULA3Q, LULA4Q, LULA5Q, LULA6Q, LULA7Q, INSTRU0. Regressões - Serra Para Serra, as regressões mostram aspectos diferentes. O primeiro a chamar a atenção é a não significância da instrução nos dois modelos. Ou seja, considerando esses modelos, a escolaridade não teve qualquer peso no voto em Serra. Na regressão da capacidade de resolução de problemas, a constante é 0,031, ou seja probabilidade de 3,1% de voto em Serra do analfabeto que acredita que Serra não tem capacidade. A variável tem capacidade para resolver o aumento das tarifas não é significante. As variáveis com maior peso, com maior influência no aumento da probabilidade são a capacidade de resolver o desemprego (299,9%) e não vai colocar em risco a estabilidade (181,5%). Na regressão das qualidades a constante é de 0,036 e as variáveis mais influentes são tem bom plano de governo (291,5%) e trará tranqüilidade e união para o país (239,2%). A questão dos ricos e banqueiros é significante e faz a probabilidade cair 30,4%. Regressão logística da capacidade do Serra Regressão logística das qualidades e características do Serra Variables in the Equation Variables in the Equation B Step a 1 S.E. Wald df Sig . B Exp(B) Wald df Sig . Exp(B) ,770 ,229 11,336 1 ,001 2,159 SERRA2Q ,614 ,235 6,813 1 ,009 1,848 2,815 SERRA3Q 1,124 ,213 27,986 1 ,000 3,078 ,000 2,245 SERRA4Q 1,365 ,227 36,208 1 ,000 3,915 ,000 2,484 SERRA5Q ,627 ,216 8,409 1 ,004 1,871 -,362 ,165 4,813 1 ,028 ,696 1,386 ,215 41,599 1 ,000 3,999 SERRA2 ,206 ,236 ,764 1 ,382 1,229 SERRA3 1,035 ,206 25,151 1 ,000 SERRA4 ,809 ,219 13,585 1 SERRA5 ,910 ,206 19,545 1 Step a 1 S.E. SERRA1Q SERRA1 ,551 ,243 5,140 1 ,023 1,735 SERRA6Q SERRA7 ,956 ,218 19,295 1 ,000 2,601 SERRA7Q 1,222 ,209 34,075 1 ,000 3,392 INSTRU0 -,077 ,076 1,036 1 ,309 ,926 INSTRU0 -,054 ,075 ,511 1 ,475 ,948 Constant -3,466 ,197 310,416 1 ,000 ,031 Constant -3,328 ,193 297,410 1 ,000 ,036 SERRA6 a. Variable(s) entered on step 1: SERRA1, SERRA2, SERRA3, SERRA4, SERRA5, SERRA6, SERRA7, INSTRU0. a. Variable(s) entered on step 1: SERRA1Q, SERRA2Q, SERRA3Q, SERRA4Q, SERRA5Q, SERRA6Q, SERRA7Q, INSTRU0. Regressões - Garotinho Na primeira equação, que leva em conta a capacidade de resolução de problemas, a escolaridade é significante e cada nível a mais representa em uma queda de 21,8% na probabilidade de voto. Por isso a probabilidade de um voto de um analfabeto que considera que Garotinha não tinha nenhuma das capacidades é a mais alta de todos os modelos (5,5%). Não foi significante a variável aumento das tarifas. As vaiáveis de maior peso foram não colocará em risco a estabilidade econômica (434,7%) e combate à fome e pobreza (256,9%). Na outra equação a escolaridade, a experiência e a defesa dos ricos e banqueiros não são significantes. A mais importante é a sensatez e o equilíbrio (700,4%) e o plano de governo (306,2%) Regressão logística da capacidade do Garotinho Regressão logística das qualidades do Garotinho Variables in the Equation Variables in the Equation B Step a 1 S.E. Wald df Sig . B Exp(B) GAROT1 1,243 ,298 17,400 1 ,000 3,464 GAROT2 ,425 ,312 1,858 1 ,173 1,530 Step a 1 S.E. Wald df Sig . Exp(B) GAROT1Q 1,080 ,296 13,305 1 ,000 2,945 GAROT2Q 1,011 ,325 9,669 1 ,002 2,749 2,080 ,251 68,680 1 ,000 8,004 GAROT3 1,677 ,268 39,228 1 ,000 5,347 GAROT3Q GAROT4 ,594 ,287 4,275 1 ,039 1,812 GAROT4Q 1,402 ,313 20,048 1 ,000 4,062 GAROT5 ,909 ,323 7,951 1 ,005 2,483 GAROT5Q ,292 ,320 ,830 1 ,362 1,339 GAROT6 1,272 ,306 17,275 1 ,000 3,569 GAROT6Q ,119 ,289 ,170 1 ,681 1,126 GAROT7 ,920 ,300 9,401 1 ,002 2,509 GAROT7Q ,986 ,290 11,587 1 ,001 2,681 ,782 INSTRU0 -,147 ,094 2,431 1 ,119 ,863 ,055 Constant -3,372 ,221 232,104 1 ,000 ,034 INSTRU0 Constant -,245 -2,906 ,091 ,199 7,279 213,035 1 1 ,007 ,000 a. Variable(s) entered on step 1: GAROT1, GAROT2, GAROT3, GAROT4, GAROT5, GAROT6, GAROT7, INSTRU0. a. Variable(s) entered on step 1: GAROT1Q, GAROT2Q, GAROT3Q, GAROT4Q, GAROT5Q, GAROT6Q, GAROT7Q, INSTRU0. Regressões - Ciro Finalmente, para Ciro, a escolaridade não é significante em ambos os modelos. No primeiro também não são significantes as variáveis aumento das tarifas e crime e violência. As mais importantes para aumentar a probabilidade de voto em Ciro são melhorar assistência médica (272,1%) e a educação (248,4%). Na outra equação a variável defenderá ricos e banqueiros não é significante a 0,05. As variáveis que mais aumentam a probabilidade de voto em Ciro são trará tranqüilidade e união para o país (522,1%) e sensato e equilibrado (187,1%). Regressão logística da capacidade do Ciro Regressão logística das qualidades e características do Ciro Variables in the Equation B Step a 1 S.E. Wald Variables in the Equation df Sig . Exp(B) CIRO1 1,196 ,300 15,927 1 ,000 3,308 CIRO2 ,430 ,342 1,588 1 ,208 1,538 CIRO3 1,222 ,285 18,403 1 ,000 CIRO4 ,374 ,335 1,245 1 CIRO5 1,314 ,299 19,337 1 CIRO6 ,686 ,322 4,544 CIRO7 1,248 ,294 ,015 -3,478 INSTRU0 Constant B S.E. Wald df Sig . Exp(B) CIRO1Q ,818 ,336 5,916 1 ,015 2,267 CIRO2Q ,926 ,335 7,655 1 ,006 2,523 3,395 CIRO3Q 1,055 ,312 11,462 1 ,001 2,871 ,265 1,453 CIRO4Q ,829 ,355 5,458 1 ,019 2,291 ,000 3,721 CIRO5Q ,851 ,303 7,870 1 ,005 2,342 1 ,033 1,987 CIRO6Q -,444 ,263 2,859 1 ,091 ,642 18,001 1 ,000 3,484 CIRO7Q 1,828 ,288 40,166 1 ,000 6,221 ,088 ,029 1 ,864 1,015 INSTRU0 ,076 ,087 ,750 1 ,387 1,078 ,214 264,292 1 ,000 ,031 -3,599 ,220 267,507 1 ,000 ,027 a. Variable(s) entered on step 1: CIRO1, CIRO2, CIRO3, CIRO4, CIRO5, CIRO6, CIRO7, INSTRU0. Step a 1 Constant a. Variable(s) entered on step 1: CIRO1Q, CIRO2Q, CIRO3Q, CIRO4Q, CIRO5Q, CIRO6Q, CIRO7Q, INSTRU0. Conclusões Os coeficientes das regressões mostram que para cada candidato variáveis diferentes tiveram maior peso no aumento da probabilidade de voto. A capacidade de resolver o desemprego foi mais forte para Lula e Serra. A não ameaça à estabilidade econômica foi mais importante para Serra e Garotinho. Ciro se diferenciou e viu aumentar sua probabilidade de voto entre os que acreditavam que ele era o mais capaz de resolver os problemas da saúde e da educação. Outro ponto forte para Lula foi a capacidade de resolver a fome e a miséria. No caso das capacidades de resolução de problemas, a instrução foi significante apenas para Lula (positivamente) e para Garotinho (negativamente). Nas regressões de qualidades, as mais importantes para os candidatos foram o plano de governo, para Lula, Serra e Garotinho; sensatez e equilíbrio, para Ciro e Garotinho; tranqüilidade e união para o país, para Serra e Ciro. O diferencial mais uma vez ficou para Lula que teve como principal variável a qualidade de fazer mais pelos mais pobres (que é a mais importante) e com escolaridade significante. Esse breve texto com muitos gráficos e tabelas mostrou que algumas variáveis podem ser encaradas como atalhos de informação. Lula: resolve o desemprego e governa para os pobres Serra: manterá a estabilidade econômica Ciro é capaz em políticas públicas: saúde e educação Garotinho tem mais força entre os menos escolarizados e trará paz e tranqüilidade. O fato de Lula ter vencido à eleição pode ter sido decorrência da crença em sua capacidade de resolver o principal problema nacional e por ter a qualidade que era considerada e mais importante. Ainda persiste a dúvida, o eleitor escolhe o candidato e lhe atribui as qualidades ou escolhe as qualidade e lhes atribui ao candidato. Esse dúvida tem de ser sanada.