UFPR-SCHLA
TÓPICOS AVANÇADOS EM LINGÜÍSTICA APLICADA III
(UFPR, Letras, HEP 826)
Disciplina do Programa de Pós-graduação em Letras
Área de Concentração: Estudos Linguísticos
Linha de Pesquisa: Linguagens, Culturas e Identidade:
ensino e aprendizagem
Módulo: Letramento Crítico
Prof. Clarissa Menezes Jordão
Baseado no artigo
“Abordagem comunicativa,
Estudo
5:
pedagogia crítica e
LETRAMENTO
letramento críticoCRÍTICO
– farinhasE
do mesmo
saco?”
ENSINO
DE LÍNGUAS
In: MACIEL & ROCHA
(orgs.). Ensino de Língua
Estrangeira, Formação Cidadã e
Tecnologia. Campinas: Pontes,
2013.
Clarissa Menezes Jordão
NAP-UFPR
Por que a teoria?
“necessidade de se ter clareza quanto aos
pressupostos ideológicos que sustentam as
perspectivas existentes (inclusive nossas)
sobre o que é letramento, a fim de se
compreender melhor de que forma está se
agindo politicamente no mundo”
MAGNANI, L.H. Um passo para for a da sala de aula:
novos letramentos, mídias e tecnologia. Curitiba:
Revista X, 2011.
Roteiro
Língua
Aprendizagem e
criticidade
Pedagogia
Crítica
Letramento
Crítico
Função
da
educação
Sujeito:
aluno e
professor
Concepção de Língua e Significado
Pedagogia
crítica (PC)
• Instrumento da ideologia (código)
• Nas estruturas textuais:
voz/intenção do autor → foco na
escritura
Letramento
crítico (LC)
•Discurso (prática social) → foco na
leitura
• Nas situações de leitura:
construídos pelo leitor (comunidades
interpretativas): contexto imediato
(particularidades locais) + contexto
geral (entorno social, cultural –
sentidos/procedimentos legitimados)
Criticidade e Aprendizagem
• Desvendar a
ideologia por trás da
língua – resultado
de pensamento
complexo e racional
(abstrato)
• Atitude de “atenção”
(Masschelein, 2010):
engajar-se com o
mundo, transformarse; “ler se lendo”
(Souza, 2011)
PC
• Aprender LE:
aquisição para
libertação
• TEMAS
LC
• Aprender LE:
deslocar o olhar,
ver diferente,
possibilidades de
estar no mundo
• ATITUDES
Attitude of attention
• “To be attentive is not to be captivated by an
intention or a project or a vision or
perspective or imagination (which always give
us an object and catch the present in a representation). Attention does not offer me a
vision or perspective, it makes an opening for
what presents itself as evidence. Attention is
lack of intention”.
MASSCHELEIN, J. E-ducating the gaze: the idea of a poor
pedagogy. Ethics and Education, 2010, p.48)
Posição-função de Sujeito
Aluno
Professor
• Ensina (conhece) o
funcionamento
ideológico da língua
• Concebe
multiplicidade como
produtiva, articula
sentidos ativamente
• Disposição para
novos olhares e suas
implicações.
PC
• Liberta-se, guiado
pelo professor, da
ideologia da qual
é vítima
LC
• Aprende a olhar,
a abrir-se para o
mundo, para a
incerteza
Conteúdos (ou “teoria”)
 Instrumento para o surgimento de novos
mundos
distanciar-se
questões
sobre
apresentação
 voltar-se
parade
questões
sobre
engajamento
representação
eeresponsividade.
• “ acquiring knowledge does not solve
problems for us: it creates problems for us to
solve”
OSBERG, BIESTA &CILLIERS. From Representation to
Emergence: complexity’s challenge to the epistemology
of schooling. Educational Philosophy and Theory, v. 40, n.
1, 2008, p.213 e 221.
Função da educação
• Ensinar o funcionamento da
ideologia (véu) -> libertar:
justiça, democracia, poder
(“givens”)
• Construir sujeitos: “evangelizar”
PC
• Preparar para a instabilidade:
colaborar
• Abrir-se para o mundo,
(re)posicionar-se, engajar-se
LC
“Attentive, critical research”
• “Being attentive, [....] means that the will to
subsume under a regime of truth is
neutralized and that the supplementary
energy with which the subject (or knowledge)
projects itself onto the objects it confronts is
exhausted.”
MASSCHELEIN, J. E-ducating the gaze: the idea of
a poor pedagogy. Ethics and Education, 2010,
p.49.
Concepção de Cultura e Diferença
Questões a serem exploradas
• Pedagogia Crítica • Letramento Crítico
─ Por quê as pessoas
estão sendo tratadas
assim?
─ Como elas poderiam
ser tratadas de forma
mais respeitosa e
igualitária?
─ Como eu poderia
contribuir para deixar
essa situação mais
socialmente justa?
─ Como eu/outros se sentem
em relação a essas imagens?
─ O que me leva/leva outros a
reagir(em) como reajo
(reagem) diante das imagens?
─ Alguém está sofrendo? Por
que sim ou não? Quem sofre?
─ Isso deveria/poderia ser
mudado?
• Sim: por quê e como? Quem é
responsável pela mudança? Qual seria
meu papel nisso?
• Não: por quê? Quais são as implicações
(sociais, culturais, familiares) se isso
permanecer assim?
[email protected]
Referências
FREIRE, P. Pedagogia da Tolerância. São Paulo: UNESP, 2005.
GARCIA, M. M. A. Pedagogias Críticas e Subjetivação: uma perspectiva
foucaultiana. Petrópolis: Vozes, 2002.
MASSCHELEIN, J. E-ducating the gaze: the idea of a poor pedagogy.
Ethics and Education, 2010
NORTON, B. Critical literacy and international development. Critical
Literacy: Theories and Practices, v. 1, n.1, 2007. Disponível em
http://criticalliteracy.freehostia.com
OSBERG, BIESTA & CILLIERS. From Representation to Emergence:
complexity’s challenge to the epistemology of schooling. Educational
Philosophy and Theory, v. 40, n. 1, 2008.
SILVA, T. T. da. (org.) O Sujeito da Educação: estudos foucaultianos.
Petrópolis: Vozes, 1999.
SOUZA, L.M.T.M. de. O Professor de Inglês e os Letramentos no Séc.XXI:
métodos ou ética? In: Jordão, Martinez & Halu (eds.) Formação
“Desformatada”: práticas com professores de língua inglesa. São
Paulo: Pontes, 2011.
STREET, B. Literacy in Theory and Practice. Cambridge: CUP, 1993.
TADDEI, R. Conhecimento, Discurso e Educação. Dissertação (mestrado).
São Paulo: USP, 2000. p. 126; 142, 2003.
ABORDAGENS EDUCACIONAIS
Comunicativa
Pedagogia Crítica
Letramento Crítico
Língua
Meio de comunicação
Código - instrumento da
ideologia
Discurso – lócus de construção de
sentidos
Sentidos
Na estrutura textual:
contexto lingüístico
Na materialidade
linguística: ideologia social
Adaptação a contextos
comunicativos
Desvendar a ideologia por
trás da língua
Atribuídos/construídos pelo leitor
(comunidades interpretativas)
Reflexividade perante (processos
de) construção de sentidos
Criticidade
Sujeito
aprendiz
Sujeito
ensinante
É vítima da ideologia
Conhece formas e contextos
de uso da língua
Está liberto da ideologia/
conscientizado
Compreender as diferenças:
constatar e conviver
Diferenças (de classe) como
rótulos ideológicos – busca
homogeneidade: diminuir
diferenças
Diferenças (classe, gênero, etc.)
como produtivas: compreender
processos de construção; exercer
agência nas representações
Ensinar o funcionamento
da ideologia (véu) ->
libertar
Problematizar práticas de
construção de
sentidos/representação de
sujeitos; (re)posicionar-se, “ler-se
Cultura
Função da
educação
Problematiza em reflexividade:
agência pode ser estimulada pelo
professor
Problematiza em reflexividade:
agência pode ser estimulada pelos
alunos
Desconhece formas e
contextos de uso da língua
Ensinar a respeitar e conviver
harmoniosamente com o
diferente
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Letramento Crítico