FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: O Ensino e Aprendizagem da Geometria por meio da Literatura Infantil em um
Curso de Formação de Docentes
Autor
Denice Soares
Escola de Atuação
Colégio Estadual Wilson Joffre
Município da escola
Cascavel
Núcleo Regional de Educação
Cascavel
Orientador
Profª Drª Dulcyene Maria Ribeiro
Instituição de Ensino Superior
UNIOESTE - Cascavel
Disciplina/Área (entrada no PDE)
Matemática
Produção Didático-pedagógica
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
Educação Artística, Literatura Infantil , Língua portuguesa
(indicar, caso haja, as diferentes
disciplinas compreendidas no
trabalho)
Público Alvo
Alunos do 4º ano do Curso de Formação de Docentes
(indicar o grupo com o qual o
professor PDE desenvolveu o
trabalho: professores, alunos,
comunidade...)
Localização
(identificar nome e endereço da
escola de implementação)
Apresentação:
(descrever
a
justificativa,
objetivos
e
metodologia
utilizada. A informação deverá
conter no máximo 1300
caracteres, ou 200 palavras,
fonte Arial ou Times New
Roman,
tamanho 12 e
espaçamento simples)
Colégio Estadual Wilson Joffre Ensino Fundamental, Médio,
Normal e Profissional
Rua Rio Grande do Sul, 52
Com o objetivo de analisar as possíveis contribuições do
uso da Literatura Infantil como recurso para o ensino da
Matemática na Educação Infantil e Anos Inicias do
Ensino Fundamental em um Curso de Formação de
Docentes, propomos nesta Unidade Didática, o
desenvolvimento de um trabalho que permita a estes
futuros professores uma abordagem mais significativa e
criativa da Geometria, utilizando como recurso a
Literatura Infantil. Os futuros professores irão vivenciar
as histórias, descobrir, analisar, refletir, reescrever a
“Geometria” dessas histórias, de modo interativo no
contexto de sala de aula. Para isso será feito um trabalho
com dois livros. Depois serão explorados os conceitos
geométricos contidos nos livros. Várias atividades serão
propostas aos alunos, outras serão criadas por eles. Os
futuros professores serão desafiados a produzirem livros
infantis, integrando conteúdos geométricos, cujos
personagens tenham formas geométricas, que sirvam
como recurso metodológico para ensinar Matemática aos
seus alunos da Educação Básica. Nesse momento, além
de colocarem sua criatividade em prática, eles terão que
considerar não só o conteúdo matemático, mas a forma
como esse deverá ser apresentado e a sua linguagem, de
modo a oportunizar a sua apropriação pela criança.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)
Geometria, Literatura Infantil, Ensino e Aprendizagem
Secretaria de Estado da Educação - Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento
Educacional
DENICE SOARES
UNIDADE DIDÁTICA
CASCAVEL
2011
DENICE SOARES
O ENSINO E APRENDIZAGEM DA GEOMETRIA POR MEIO DA
LITERATURA INFANTIL EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE
DOCENTES.
Material Didático Pedagógico - Unidade Didática
apresentado à Secretaria de Estado da Educação –
SEED, como requisito parcial de participação no
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na
área de Matemática. Orientadora: Profª. Drª. Dulcyene
Maria Ribeiro. – Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – UNIOESTE.
Cascavel – PR
2011
Sumário
1. Introdução ......................................................................................................................2
2. A proposta .....................................................................................................................5
2.1 Primeiro momento........................................................................................................5
2.1.1 Primeiro livro ............................................................................................................5
2.1.2 Segundo livro: ........................................................................................................ 11
2.2 Segundo momento..................................................................................................... 13
2.2.1 Valorização da escrita............................................................................................. 13
3. Referências Bibliográficas............................................................................................ 16
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1. Introdução
Com esta Produção Didático-Pedagógica constituída na forma de Unidade
Didática, pretende-se verificar a contribuição da Literatura Infantil como recurso
para o ensino da Matemática na Educação Infantil e anos inicias do Ensino
Fundamental em um Curso de Formação de Docentes.
O suporte teórico para esse trabalho encontramos nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), Diretrizes Curriculares de Matemática para
o Ensino Fundamental (Paraná, 2006) e nas propostas de Smole (1996, 20010),
Fiorentini (1996, 2001), Machado (1994), Pavanello (1993, 2000, 2002), entre
outros.
Há tempos trabalho com Formação de Docentes e percebo a dificuldade
que a maioria dos alunos tem em aprender a Matemática, consequentemente
sentem-se inseguros para ensiná-la. Além disso, ao completar sua formação terão
que dispor de diferentes métodos de ensino.
A escolha pela Literatura Infantil como estratégia de ensino na formação
dos educandos do magistério ocorreu pela necessidade de ensinar Matemática
com significado para o Curso de Formação de Docentes.
O tema Geometria foi adotado por ser um conteúdo pouco trabalhado pelo
currículo do Curso de Formação de Docentes e, mesmo no currículo do Ensino
Fundamental e Ensino Médio. Também para mostrar aos alunos o quanto esta
parte da Matemática está ligada ao nosso cotidiano, à natureza e a todas as
coisas criadas pelo homem, para que os alunos do Curso de Formação de
Docentes possam perceber e divulgar para seus alunos o quanto a Matemática
pode ser sensível.
Nos currículos dos Cursos de Formação de professores, quando o
conteúdo de Geometria está presente, é lhe atribuído uma posição de pouco
destaque. Consequentemente,
os futuros professores não
adquirem os
conhecimentos geométricos necessários para a realização de suas práticas
pedagógicas. Assim, em sala de aula, eles deixam de ensiná-la (reforçando o
atual esquecimento) ou tentam ensiná-la sem o devido embasamento. Esse
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quadro é apontado por Pirola, quando diz: ―[...] professor que não sabe geometria,
provavelmente não a ensinará‖. (PIROLA, 2000, p. 6). O que se percebe é que o
aluno, ao se formar, na maioria das vezes não aprendeu Geometria e não
consegue perceber a relação deste conteúdo com a realidade vivida.
Segundo Mello, ‖Ninguém promove a aprendizagem de conteúdo que não
domina‖. (MELLO, 2000, p. 7). Assim, a formação de professores que trabalharão
com séries iniciais do Ensino Fundamental não pode ser tratada como a de
qualquer outro curso. É preciso levar em consideração sua importância no
sistema educacional do país. Nesta perspectiva, Pavanello afirma que:
[...] a formação de professores para atuarem especialmente no
Ensino Fundamental é uma tarefa complexa porque o trabalho a
ser desenvolvido em sala de aula exige uma sólida formação
teórica e interdisciplinar, que não só os habilite a compreender o
fenômeno educacional e seus fundamentos históricos, políticos e
sociais, como também lhes assegure o domínio dos conteúdos a
serem ensinados nesse nível da escolarização. (PAVANELLO,
2002, p. 82)
Para Fiorentini
[...] se queremos formar professores capazes de produzir e
avançar os conhecimentos curriculares e de transformar a
prática/cultura escolar, então é preciso que adquiram uma
formação inicial que lhes proporcione uma sólida base teóricocientífica relativa ao seu campo de atuação e que a mesma seja
desenvolvida apoiada na reflexão e na investigação sobre a
prática. (FIORENTINI, 2008, p.49).
No caso de Curso de Formação de Docentes, além de despreparados para
ensinar o conteúdo os alunos, estão despreparados, também, para perceber
alternativas viáveis para o trabalho com a Geometria na escola.
Percebemos que o aluno, na maioria das vezes não aprendeu Geometria e
não consegue perceber a relação deste conteúdo com a realidade vivida. Ao se
trabalhar com Geometria, o aluno desenvolve um tipo especial de pensamento
que lhe permite compreender, descrever e representar, de forma organizada, o
mundo em que vive. É comum ouvir desses alunos que a Geometria é de difícil
compreensão.
Em face dessa situação, é necessário melhorar as condições de
aprendizagem no ensino da Geometria no Curso de Formação de Docentes. O
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que propomos? Propomos nesta unidade didática, o desenvolvimento de um
trabalho que permita a estes futuros professores uma abordagem mais
significativa e criativa da Geometria, utilizando como recurso a Literatura Infantil.
Estudar a Geometria por meio da Literatura Infantil permite uma
diversidade de situações, ricas do ponto de vista Matemático. Além disso, o uso
das expressões (plástica, musical, motora, dramática) permite a interiorização de
muitos conceitos matemáticos sem que as crianças se deem conta. Os
professores podem ajudar os alunos a tornar consciente este saber matemático
para que possam usá-lo adequadamente noutras situações.
Dessa forma, o ensino e a aprendizagem da Geometria por meio da
Literatura Infantil pretendem contribuir para que os alunos, futuros professores
das Séries Iniciais de Ensino Fundamental, se sintam motivados para o estudo de
uma das áreas da Matemática a Geometria — e, por outro lado, se posicionem
criticamente perante o conhecimento matemático, construindo uma postura de
constante pesquisa e investigação neste domínio.
Os futuros professores irão vivenciar as histórias, descobrir, analisar,
refletir, reescrever a ―Geometria‖ dessas histórias, de modo interativo no contexto
de sala de aula. É o momento em que os alunos vão rever conteúdos de
Geometria que aprenderam ao longo do período que estiveram na escola.
E ainda, espera-se ao desenvolver esta unidade didática com a Literatura
Infantil, que os alunos, futuros professores, possam exercitar habilidades de
pensamento e de solução de problemas, tendo a oportunidade de elaborar
atividades, refletir sobre as mesmas e produzirem histórias com conteúdos
geométricos, para elaborar um livro que possa ser útil no trabalho deles com seus
alunos.
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2. A proposta
A proposta está centrada no trabalho com dois livros de Literatura Infantil.
As Três Partes, de Edson Luiz Kozminski, da editora Ática e Travessuras de
Triângulo, de Suzana Laino Cândido, da editora Moderna.
Em um primeiro momento o desenvolvimento do trabalho acontecerá com
apresentação dos livros de Literatura Infantil citados, que exploram conceitos
matemáticos. A leitura será feita pela professora, já que não há um livro para cada
aluno. Depois da leitura serão explorados os conceitos geométricos contidos nos
livros. Várias atividades serão propostas aos alunos, outras serão criadas por
eles.
No segundo momento, como uma forma de valorizar a escrita, os futuros
professores serão desafiados a produzirem livros infantis, integrando conteúdos
geométricos, cujos personagens tenham formas geométricas, que sirvam como
recurso metodológico para ensinar Matemática aos seus alunos da Educação
Básica. Nesse momento, além de colocarem sua criatividade em prática, eles
terão que considerar não só o conteúdo matemático, mas a forma como esse
deverá ser apresentado e a sua linguagem, de modo a oportunizar a sua
apropriação pela criança.
2.1 Primeiro momento
2.1.1 Primeiro livro
―As Três Partes‖ de Edson Luiz Kozminski, da Editora Ática.
O livro conta a história de uma casa que, cansada de ser apenas uma
casa, resolveu transformar-se em outras coisas. Para isso ela se divide em três
partes: dois triângulos e um trapézio, que podem se transformar em várias coisas,
como um pássaro, um barco, um peixe. Esses saem pelo mundo para conhecê-lo,
vivendo diferentes experiências e aventuras.
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A leitura será realizada pela professora. Ao término da leitura, os alunos,
individualmente, usando lápis, borracha e a régua farão a primeira atividade.
Atividade 1: Desenhar a “casa”, dividir em três partes,
identificando-as e compor todos os personagens da
história.
Os alunos com uma folha de sulfite em branco e usando as medidas
escolhidas por cada um deles, desenharão uma casa, conforme a proposta no
livro.
.
Depois dividirão a casa em três partes como é sugerido pelo autor da
história.
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Quando a casa estiver recortada, os alunos irão identificar as formas
geométricas dessa decomposição: dois triângulos retângulos e um trapézio. Com
as três peças da decomposição da casa identificadas, as cenas do livro serão
novamente apresentadas de forma que, cada aluno possa construí-las em suas
carteiras.
Espera-se com a atividade 1 contribuir para o desenvolvimento de
habilidades de:

medir.

desenhar.

perceber formas espacial.

raciocinar logicamente e de argumentar.
Este é um momento propício para retomar o cálculo de área das figuras da
história ―As Três Partes‖. Com a atividade, exposta na sequência, pretende-se
retomar os conceitos de: área da região quadrada; área da região limitada por um
trapézio; área da região limitada por um triângulo retângulo; unidade de medida
de área, ou seja, o metro quadrado e seus submúltiplos, perímetro e simetria.
Atividade 2: Trabalhar os conceitos de perímetro, área e
simetria por meio das partes da decomposição da “casa”.
Primeiramente definiremos área.
Área é um número real, maior ou igual a zero, que representa a medida de
uma superfície.
Falaremos que na Antigüidade, a necessidade do cálculo de áreas estava
ligada ao problema de divisão de terras. É bem conhecida a história de que as
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cheias do rio Nilo desfaziam as demarcações entre as terras ao longo de suas
margens; para refazê-las, eram necessários cálculos e medidas de área.
Para estudar os conceitos de áreas, iniciaremos com a ideia intuitiva
realizando uma atividade com recortes de papelão. Os alunos utilizarão uma
unidade de medida construída por eles em papelão e procurarão medir as áreas
das carteiras, das paredes, das portas e de outros objetos que estarão ao alcance
deles.
Após esta atividade, será formalizado o conceito de área também a
construção
e
aplicação
das fórmulas das
áreas
dos
quadrados,
dos
paralelogramos, dos triângulos, dos losangos e dos trapézios.
Definiremos perímetro.
Perímetro é a medida do contorno.
No caso dos polígonos, basta somar as medidas dos lados. Para o
quadrado é possível multiplicar por quatro a medida de um lado. E para os
retângulos, podem-se somar dois lados diferentes e calcular o dobro.
Para o trabalho com perímetro os alunos medirão as figuras resultantes da
decomposição da ―casa‖ e outros objetos que possuam.
Na sequência trabalharemos simetria.
A simetria é definida como:
Relação de tamanho ou de disposição que entre si devem ter as coisas ou
as partes de um todo em relação a um ponto, eixo ou plano.
Trabalharemos a simetria de reflexão que ocorre por meio de uma reta que
divide uma figura em duas partes iguais, que podem ser sobrepostas com
exatidão, quando de uma dobra ao longo dessa reta que denominamos eixo de
simetria.
Esse procedimento de dobrar as figuras geométricas os alunos poderão
usar, por meio das figuras que terão em mãos, resultantes da divisão da casa em
três partes. Na divisão da casa temos dois triângulos retângulos que compõe o
corpo da casa e um trapézio que perfaz o telhado.
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Na atividade 2 pretende-se contribuir para o desenvolvimento de
habilidades de:

medir.

Observar espaços.

Visualizar as propriedades das figuras geométricas.
Atividade 3: O que vocês podem dizer sobre o eixo de
simetria das figuras da “casa”?
Queremos que os alunos percebam que o trapézio tem um eixo de
simetria, se ele for traçado no sentido vertical. Se for traçado no sentido
horizontal, não obteremos nenhum eixo de simetria. Uma figura pode ter vários
eixos de simetria, ou nenhum como os triângulos retângulos.
Essa atividade favorece ao aluno:

imaginar e observar.

interpretar situações.

tirar conclusões próprias.
Atividade 4: Utilizando as mesmas três partes da “casa”,
tente criar personagens diferentes.
.
Para resolver essa atividade serão formados pequenos grupos de dois ou
três alunos. O professor ao passar pelos grupos questionará sobre as maneiras
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que estiverem desenvolvendo para verificar como os alunos pensam. Nessa
atividade espera-se que os alunos tenham:

percepção visual

criatividade
Outra atividade que pode ser útil aos futuros professores, quando em
docência, será a construção da tabuada do três, usando as personagens da
história ―As Três Partes‖, já que são compostas de três figuras. Com ela é
possível explicar o processo de raciocínio multiplicativo, muito importante para o
ensino e aprendizagem da tabuada.
Atividade 5: Utilizando um dos personagens da história,
construa a tabuada do 3
O aluno poderá usar o barco, por exemplo, para montar a tabuada do 3, já
que ele é formado com as três partes da casa. Um desenho do barco representa
1 x 3 = 3, dois desenhos do barco 2 x 3 = 6 três desenhos 3 x 3 = 9 e assim
sucessivamente. Veja como pode ser feito:
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Com essa atividade pretende-se que o aluno desenvolva a habilidade de:

Raciocinar multiplicativamente.
O objetivo do trabalho com a história desse livro foi introduzir e relembrar
conceitos de geometria plana. Mas outros tipos de abordagens podem ser
propostas,
como
problemas
de
aritmética,
frações,
proporcionalidades,
porcentagem, entre outros.
2.1.2 Segundo livro:
―Travessuras de Triângulo‖ de Suzana Laino Cândido, da Editora Moderna
Numa linguagem fácil e divertida a autora conta episódios da história de
Triângulo e de seus amigos do que eles gostam e do que brincam. Eram todos
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triângulos muito coloridos, alguns magros e compridos, outros pequenos, outros
mais gordinhos. Brincavam fazendo muitas acrobacias. Quando ficavam juntinhos
cobriam paredes, formavam painéis e maravilhosos mosaicos. Nas festas infantis
os triângulos formavam lindos chapéus e balões e bem juntinhos eles formavam
caixinhas. Triângulo caiu e quebrou-se todo. Assim surgiram os triângulos
isósceles, retângulo e equilátero. As pontas do equilátero eram bem fraquinhas,
quebrando-se, surgindo uma bela figura o hexágono. Quando os triângulos
retângulos e isósceles também se quebram aparecem: trapézios, retângulos e
losangos, que são os quadriláteros. Juntos os vários triângulos formam: estrelas,
cata-ventos, rosa dos ventos, tapetes, móbile. Com três centímetros de cada lado,
os triângulos eqüiláteros formam grandes triângulos também equiláteros.
O livro apresenta atividades para compor figuras, montar quebra-cabeças e
fazer desenhos. Com essas atividades os alunos podem trabalhar noções de
espaço, áreas, perímetros e simetria, mas esses conteúdos já terão sido
trabalhados por meio da história do outro livro.
Então após a leitura, que será feita pela professora a proposta é:
Atividade 6: Após a leitura do livro “Travessura de
Triângulo”, criar atividades que possam ser trabalhadas
com seus alunos das Séries iniciais.
Com base nas cenas da história ―Travessuras de Triângulo‖ os alunos,
futuros professores, em duplas e por escrito formularão atividades que possam
ser trabalhadas com seus alunos. É importante que os alunos percebam as idéias
matemáticas contidas nas histórias, por isso, após a formulação das atividades,
apresentarão para seus colegas as questões que criaram, por meio de painéis.
Ao final o professor deve retomar, para garantir que todos os conteúdos que
programou tenham sido trabalhados, como, por exemplo, classificação de
triângulos e quadriláteros.
Essa atividade possibilita ao aluno:

ampliar
noções
matemáticas
desenvolvendo
habilidades
de
pensamento.
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
interpretar situações.

perceber conceitos geométricos.

tomar decisões.
2.2 Segundo momento
2.2.1 Valorização da escrita
Já foi destacada na introdução desta unidade a importância da interação da
Literatura Infantil nas aulas de Matemática. Por isso, o contexto dos trechos
seguintes será tratado com os futuros professores.
Abordaremos inicialmente, com os nossos alunos, futuros professores, que
autores destacam que a Literatura Infantil pode ser uma aliada importante ao
professor pelo caráter lúdico, prazeroso, despertando assim a curiosidade da
criança. E que se as histórias envolverem conteúdos matemáticos, isso pode
ajudar no ensino e aprendizagem dessa disciplina.
Nas aulas de Matemática não é comum a prática da escrita. No entanto,
quando o aluno escreve pode facilitar sua reflexão sobre o que faz, e sobre suas
produções, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e também a expressão
do próprio pensamento. Ler e escrever não são apenas tarefas escolares. Essas
habilidades estão além da escola, ajudando na liberdade de criação, de
expressão, de pensamento e de transformação. Nesse sentido,
[...] a produção de textos nas aulas de matemática cumpre um
papel importante para a aprendizagem do aluno e favorece a
avaliação dessa aprendizagem em processo. Organizar o trabalho
em matemática de modo a garantir a aproximação dessa área do
conhecimento e da língua materna, além de ser uma proposta
interdisciplinar, favorece a valorização de diferentes habilidades
que compõem a realidade complexa de qualquer classe (SMOLE,
2001, p. 29).
A escrita nas aulas de Matemática é uma estratégia que aliada à produção
de histórias tem grande potencial, pois faz com que o aluno pense a respeito do
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conceito ou conteúdo que irá escrever aumentando dessa forma seus
conhecimentos.
Smole defende também que a produção de textos em Matemática fornece,
ao professor, informações sobre o nível de compreensão dos alunos acerca de
determinado texto, na medida em que ―o nível de compreensão de um conceito ou
idéia está intimamente relacionado à capacidade de comunicá-lo, uma vez que
quanto mais se compreende um conceito, melhor o aluno pode se expressar
sobre ele‖ (SMOLE, 2001, p. 31).
Isso tudo permite ao professor perceber as dificuldades e os conceitos que
o aluno não compreendeu, ainda durante o processo de produção das histórias.
Como uma forma de valorizar a escrita, será solicitado que os alunos, em
duplas, formulem um livro de histórias infantis que tenham formas geométricas
como personagens.
Atividade 7: Criar um livro com uma história infantil
integrando conteúdos geométricos.
Considerando que a turma do último ano do Curso de Formação de
Docentes, noturno, tem 18 alunos, formaremos nove duplas. Cada uma escolherá
um conteúdo de Geometria Plana e as duplas farão uma pesquisa teórica na
internet sobre o conteúdo escolhido. Na aula seguinte, apresentarão a proposta
escolhida para todos os colegas da sala de aula, para que recebam sugestões
acerca da relevância ou não do que pretendem trabalhar. Depois dessa
discussão, pode-se dar início à produção das histórias.
Os alunos devem usar de criatividade. Nas histórias produzidas por eles,
os conteúdos de Geometria devem estar em destaque, e espera-se que os
personagens da história sejam formas geométricas. Essa produção será
direcionada para crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental.
O aluno, futuro professor deverá cuidar com a linguagem utilizada em suas
produções, de modo que seja adequada para crianças. História pronta é hora de
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pensar na criação de ilustrações para os livros. A última tarefa é a formatação dos
livros, sua digitação, impressão e encadernação.
Quando todos concluírem suas tarefas, cada dupla fará a exposição das
histórias em sala de aula, explicando as maneiras de ensinar o conteúdo de sua
história. Para finalizar promoveremos uma exposição no colégio e cada dupla
apresentará o livro produzido por ela.
Com essa produção o aluno desenvolverá habilidades de:

pesquisar

ler

criar

argumentar

ouvir, pensar e escrever

analisar e avaliar

descobrir.

compreender conceitos geométricos
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3. Referências Bibliográficas
BRASIL, Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e Tecnológica:
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino da Matemática. Brasília:
Ministério da Educação, 1998. 364p
CÂNDIDO, Suzana Laino. Travessuras de Triângulo. 6 ed. São Paulo: Moderna,
2001.
DUARTE, Aparecida Rodrigues Silva ; SILVA , Maria Célia Leme da . Abaixo
Euclides e acima quem ? Uma análise do Ensino de Geometria nas Teses e
Dissertações sobre o Movimento da Matemática Moderna no Brasil. Práxis
Educativa . Ponta Grossa, PR, v.1,n.1, p.87-93, jan-jun 2006.
FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria. Ângela. Uma reflexão sobre o uso de
materiais concretos e jogos no Ensino de Matemática. Boletim SBEM – São
Paulo. 1996, v.4, n.7, p.4-9.
______. (Orgs.) Por trás da porta, que matemática acontece? Campinas, SP:
Editora Graf. FE/Unicamp-Cempem, 2001.
______A Pesquisa e as Práticas de Formação de Professores de Matemática em
face das Políticas Públicas no Brasil. Bolema, Rio Claro (SP), Ano 21, nº 29,
2008, p. 43-70.
KOZMINSKI, Edson Luiz. As Três Partes. 12 ed. São Paulo: Ática, 2010
(Coleção Lagarta Pintada).
MELLO, Guiomar Namo. Formação Inicial de Professores para a Educação
Básica: uma (re)visão radical. 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pit=S0102>. Acesso em: 28
abr. 2011.
PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares
da Educação Básica: Matemática. Curitiba, 2008.
PAVANELLO, Regina Maria. O abandono do ensino da geometria no Brasil:
causas e conseqüências. Zetetiké, Campinas, ano I, n.1, p.7-11. 1993.
PAVANELLO, Regina Maria. ANDRADE, Roseli Nozaki Grave de. Formar
Professores para Ensinar Geometria: Um desafio para as licenciaturas em
Matemática. Educação Matemática em Revista – SBEM - Brasília, v.9, n. 11A,
p.78-87, abr. 2002. Edição especial.
PIROLA, Nelson Antonio. Solução de problemas geométricos: dificuldades e
perspectivas. Tese (Doutorado). Grupo de Pesquisa em Psicologia da
Educação Matemática (PSIEM). Campinas, SP: Faculdade de Educação.
UNICAMP, 2000.
16
SMOLE, Kátia Cristina Stocco; Rocha, Glauce Helena Rodrigues; Cândido,
Patrícia Terezinha; Stancanelli, Renata. Era uma vez na matemática: Uma
Conexão com a Literatura Infantil. 3 ed. São Paulo: IME-USP,1996.
SMOLE, Kátia Stocco.; DINIZ, Maria Ignez. (Orgs.) Ler, escrever e resolver
problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed,
2001.
17
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denice soares unidade didática