Com mais autonomia
COPRODIA / Melhor Case Região Centro-Oeste no Prêmio Proteção Brasil 2009
Treinamento baseado
na realidade da
empresa transforma
a gestão da CIPA
de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT), Fernando Machado. “A cada
gestão percebíamos que os resultados obtidos eram básicos, os colaboradores não
conseguiam enxergar a atuação do grupo
e isso não atraía as pessoas para participarem da Comissão”, complementa. Foi
quando o SESMT percebeu que o problema poderia estar em um dos itens da
NR 5, o 5.33, que trata do treinamento
para os cipeiros.
No princípio, a participação dos integrantes na Comissão se resumia às reuniões ordinárias e os cipeiros não sabiam
de que forma precisavam atuar para alcançar o sucesso em sua gestão. “As pessoas nos traziam informações, problemas,
mas não ideias de como eles poderiam
ser solucionados. Cabia ao SESMT esse
papel”, recorda o coordenador.
DIVULGAÇÃO/COPRODIA
O papel da CIPA (Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes) nas empresas
é bem definido. Prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho para a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Mas o que dispõe a
NR 5 sobre o papel de empregados e empregadores nem sempre é seguido dentro das corporações. Em alguns casos,
as atribuições dos integrantes não são
bem definidas, o treinamento para os cipeiros é inadequado, as pessoas ingressam
na gestão para garantir estabilidade na
empresa e as ações não são divulgadas
para os demais colaboradores. Foi atenta
a esta realidade que a Coprodia - Cooperativa Agrícola de Produtos de Cana de
Açúcar de Campo Novo do Parecis (MT)
resolveu aprimorar a atuação de sua CIPA.
O objetivo era romper a rotina de realizar somente reuniões mensais da Comissão, fazendo com que os integrantes passassem a atuar em seu dia-a-dia na empresa como prevencionistas. O case “Aprimorando Segurança com Plano de Ação” foi reconhecido pelo Prêmio Proteção Brasil 2009 como Melhor Case da
Região Centro-Oeste e da categoria Atuação da CIPA.
As mudanças na CIPA da Coprodia começaram a ser realizadas há cerca de
quatro anos, como recorda o engenheiro
de Segurança do Trabalho e coordenador
do Serviço Especializado em Engenharia
O processo eleitoral de
eleição da CIPA é assunto
sério na Cooperativa
Anuário Brasileiro de Proteção 2010
45
VALDIR LOPES
Estatística
46
Anuário Brasileiro de Proteção 2010
DIVULGAÇÃO/COPRODIA
MUDANÇAS
Foi quando o SESMT resolveu investir
em um curso diferenciado para a formação dos 22 cipeiros. A reestruturação passou a ser voltada para a realidade que o
Serviço vivia, além de tratar de assuntos
previstos na NR 5. Foi criada uma ferramenta de gestão chamada de Plano de
Ação, onde todos os problemas identificados são documentados, definidas responsabilidades, prazos para a execução e resultados, fazendo com que as pessoas se
comprometam com a solução dos problemas. A partir daí, outras ações também
foram tomadas como: modificações no
processo eleitoral, campanhas de segurança do tipo blitz educativa no trânsito, palestras relacionadas à saúde do trabalhador, reuniões extraordinárias para a resolução de riscos graves e iminentes, ampliação da Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho, atualização anual
do mapa de riscos ambientais, treinamento nos setores sobre esse mapa de riscos
e participação no Diálogo Diário de Segurança (DDS).
Carlos Augusto de Oliveira, gerente de
Manutenção Automotiva da Coprodia,
preside há quatro anos a gestão da CIPA
na empresa e conta que o principal resultado alcançado com as mudanças da Comissão se refere à autonomia conquistada pelos integrantes do grupo. “Hoje não
dependemos do SESMT para fazer a gestão, e a participação do cipeiro é realmente efetiva. Todas essas pessoas estão bem
próximas do trabalhador e posso dizer que
atualmente exercitamos a prevenção na
Cipeiros levam a sério seu papel multiplicando informações entre os colaboradores
Comissão da Coprodia”, reforça Oliveira.
A partir da implementação do plano de
ação, Fernando Machado afirma que foi
possível constatar melhorias nos ambientes de trabalho.
VALORIZAÇÃO
“A redução dos acidentes sem afastamento é significativa, apresentando 50%
menos ocorrências em 2008 no comparativo a 2007. Os acidentes com afastamento no ano de 2008 tiveram redução
de 65% em relação a 2007 e sobre os
dias perdidos também houve 40% menos em 2008 do que em 2007”, exem-
plificou. Outro resultado apontado pelo
engenheiro refere-se à integração entre
os colaboradores, melhoria na comunicação com os supervisores, aperfeiçoamento na comunicação interna, além do próprio reconhecimento da empresa sobre
a importância do papel da Comissão. “Hoje os nossos cipeiros são agentes multiplicadores. Com o respaldo que têm, se
sentem valorizados e levam a sério a sua
atuação na Comissão. Esse comportamento virou uma onda que contagia as pessoas, fazendo com que se sintam instigadas a ingressar na Comissão”, finaliza Machado.
Download

Com mais autonomia