Fevereiro 2013 | ano IX | nº 103 Licitação de publicidade Fevereiro 2013 | ano IX| nº 103 Uma das contratações mais embaraçosas realizadas pela Administração Pública Matéria Entrevista Matéria Pausa no pagamento de dívidas Ministro Augusto Nardes, novo presidente do TCU Sessão pública de RDC integrado editorial ISSN 1984-2589 Ano IX – fevereiro 2013 Editora Negócios Públicos do Brasil: R. Lourenço Pinto, 196 – 2º andar, Centro, Curitiba – Paraná | CEP 80.010-160 Tel. (41) 3778-1703/1700 Presidente: Rudimar Barbosa dos Reis Vice-Presidente: Ruimar Barboza dos Reis Diretor COMERCIAL Rubim Fortes Editora chefe/ Jornalismo: Aline de Oliveira - DRT 8796/PR - [email protected] Estagiária de jornalismo: Mellissa Fernanda Saldanha direção de arte: Karen Kemura Colaboradores: Ana Elisa Soares, Gerson dos Santos, Célio Egídio Ferraz, Lourenço Andreatta Oliveira, Simone Zanotello de Oliveira Restrições ao Uso de Materiais: Este produto, pertence e é operado pela Editora Negócios Públicos. 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Todas as marcas referidas nos websites das empresas do Grupo Negócios Públicos do Brasil são ou podem ser marcas comerciais registradas e protegidas por leis internacionais de copyright e propriedade industrial e pertencem aos seus respectivos fabricantes e proprietários legais. A Editora, não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados. CTP/Impressão | Gráfica Capital: A parceria entre o Instituto Negócios Públicos, a Editora Negócios Públicos e a Gráfica Capital, para a impressão da Revista “Negócios Públicos” foi realizada dentro do conceito de desenvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma lavanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação GRÁFICA/INSTITUTO NEGÓCIOS PÚBLICOS, com os resíduos gerados. Lembre-se: O seu papel é importante para o planeta. Trabalhamos para que a reciclagem seja o destino final mais adequado de todos os papéis já utilizados. Filiada a: Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas Licitação de serviços publicitários De início, é importante destacar que estamos falando de uma das contratações mais difíceis realizadas pela Administração. Segundo os especialistas trata-se de um objeto com detalhamento pouco previsível por ocasião do certame e vinculado a regulamentações específicas, bem distintas de outros setores de prestação de serviços. Até mesmo para garantir a qualidade da propaganda, tiveram que ser criados mecanismos, de forma a evitar que os anunciantes realizem a sua própria publicidade e, consequentemente, estimular a procura aos profissionais da área. Sabemos que as licitações públicas selecionam empresas com base em sua competência técnica e idoneidade. E para uma agência sair vencedora de um certame licitatório é preciso saber que tudo conta ponto em uma licitação: o currículo dos profissionais, a experiência da agência, a carteira de clientes, o histórico de mercado, entre outros. A matéria desta edição é bem aprofundada, com o objetivo de ajudar a Administração Pública a licitar melhor e o fornecedor a se preparar melhor. Boa Leitura! Os Editores Sumário 36 CAPA Licitação de Publicidade 06 Seção Direto ao Ponto 17 Seção Governo na Rede 07 Seção Capacitação Acontece 24 Seção Infoco 08 Seção Blog Negócios Públicos 29 Seção Licitação em Cadeia 10 Coluna Administração Patrimoinial 33 Seção Licitacopa 14 Entrevista Eunice Dantas Carvalho 43 Seção Sou fornecedor e agora? 45 Seção Tecnologia do governo para o cidadão Irregularidades nos processos licitatórios 16 Coluna Gestor fique de olho 20 Matéria Sessão pública de RDC integrado 53 28 Matéria 51 Seção Negócios Selados 60 Seção Licitação em Números 64 Seção Poder Sustentável Entrevista Ministro Augusto Nardes Aeroportos, PAC, Sustentabilidade e RDC fale conosco [email protected] Pregolino NP 56 Matéria Pausa no pagamento de dívidas Direto ao Ponto Concursos EXIGÊNCIA DE ALTURA NOS CONCURSOS PÚBLICOS E xiste uma questão que sempre paira no momento da confecção dos editais de concurso: é possível exigir uma altura mínima para determinados cargos? A exigência de altura é uma questão polêmica e deverá ser analisada sob a ótica do princípio da razoabilidade. Portanto, a exigência de altura tem que manter compatibilidade com as atribuições do cargo. Entendemos que algumas carreiras podem admitir exigência mínima de altura, para um melhor desempenho das funções, em que o fator físico poderá ser 6 Simone Zanotello de Oliveira preponderante para a efetividade de uma ação, tais como área militar, patru- Advogada e consultora jurídica. Mestre em Direito da Sociedade da Informação (ênfase em políticas públicas com o uso da TI) pela UniFMU-SP. Pós-graduada em Administração Pública e em Direito Administrativo pela PUC-SP. Extensão em Direito Contratual. Atuou na Administração Pública, na área de licitações e contratos administrativos, por 21 anos. Professora de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta – Jundiaí-SP. Autora dos livros: “Redação: reflexão e uso” (Arte & Ciência), “Recursos Administrativos” (Negócios Públicos) , “Manual de redação, análise e interpretação de editais de licitação” (Saraiva) e “Recursos administrativos no pregão” (Negócios Públicos). Autora de diversos artigos jurídicos e literários. Ministra cursos nas áreas de licitações, contratos administrativos e concursos públicos. Integrante da Academia Jundiaiense de Letras e da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas. Colunista do Jornal da Cidade – Jundiaí. Colaboradora das revistas O Pregoeiro e Negócios Públicos, da Editora Negócios Públicos. Com essas condições, não haveria a quebra do princípio da isonomia. Nessas NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 lhamento, prisão, investigação, operações de cunho policial (incursões), etc. carreiras, é comum vermos a estipulação de altura mínima, que gira em torno de 1,65m. No entanto, o aspecto mais importante para sedimentar essa exigência é que deverá haver previsão legal para ela, não podendo a definição de altura mínima ser feita por ato administrativo e, muito menos, por edital. Portanto, a lei de criação do cargo já deverá contar com a condição de altura mínima, caso a natureza da atividade requeira, podendo, assim, ser requerida em edital. Se não houver previsão legal, indicamos não dispor a exigência de altura mínima em edital, pois é impugnação na certa. Por outro giro, mesmo havendo previsão legal, é importante destacar que alguns tribunais não têm reconhecido essa prerrogativa, na hipótese de entenderem que as atribuições do cargo específico não necessitem desse atributo. Como exemplo, trazemos o julgado do TJ-DFT – ApCv 20070110870485 – 4ª. Turma Cível – Rel. Des. Leila Arianch – DJ 10.06.09: “Apesar da existência de legislação que prevê altura mínima para ingresso no Corpo de Bombeiros Militar, tal exigência não se reveste do atributo da razoabilidade quando presente em cláusula editalícia de concurso público que visa à contratação de médico para a Corporação. O esperado desse profissional são conhecimentos técnicos específicos e suficientes para bem desempenhar a função, atividade de cunho eminentemente intelectual que dispensa, via de regra, atributos de ordem física”. Em suma, a exigência de altura mínima em concurso somente poderá ser feita se houver previsão legal e compatibilidade com a natureza das atividades do cargo. NP Capacitação Acontece NP Eventos A NP Eventos já está com a programação para Fevereiro pronta. Confira os temas, datas e locais: FEVEREIRO 04 e 05 ELABORAÇÃO DE EDITAL, TERMO DE REFERENCIA MACEIÓ (AL) FEVEREIRO 18 e 19 CFP - SRP - LC 123/06 - TERMO DE REFERÊNCIA MANAUS (AM) FEVEREIRO 18 e 19 ELABORAÇÃO DE PLANILHA - IN 02/08 BELEM (PA) FEVEREIRO 21 e 22 GESTÃO PATRIMONIAL SÃO PAULO (SP) FEVEREIRO 25 e 26 GESTÃO DE CONVÊNIOS TERESINA (PI) FEVEREIRO 25 e 26 GESTÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS SÃO PAULO (SP) FEVEREIRO 26 e 27 CFP - SRP - LC 123/06 - TERMO DE REFERÊNCIA JOÃO PESSOA (PB) FEVEREIRO 26 e 27 ELABORAÇÃO DE EDITAL, TERMO DE REFERENCIA BELO HORIZONTE (MG) FEVEREIRO 28 e 01 CFP - SRP - LC 123/06 - TERMO DE REFERÊNCIA PALMAS (TO) A NP eventos oferece cursos presenciais e In Company, os e instalações de excelente qualidade. Parabéns!”, João Luis Borges conteúdos são criteriosamente selecionados. Mais de 13.000 da Silva – Marinha do Brasil (CIASC). servidores, das diferentes esferas do poder público e das mais diversas regiões brasileiras, já foram treinados pela NP Eventos. Em fevereiro estão previstos nove cursos, escolha o melhor para você. Curso de Gestão Patrimonial: “Gostei muito do curso por ser dinâmico. O Professor Célio é muito atencioso com todos e deixa o tema abordado sempre prazeroso. Fez muitas ilustrações com vídeos, o que me ajudou a entender melhor alguns conteúdos” Marta Alves de Souza Teixeira – CCE/USP´. Curso de Capacitação: “O curso é muito interessante. O material didático utilizado facilita no aprendizado, o professor explica de forma clara e utiliza vários exemplos do cotidiano”, Taciana Luna Flores Novais – Fundação de Cultura Cidade do Recife. “O curso foi muito bem ministrado. Parabenizo a empresa e a professora pelo excelente desempenho durante o curso, material “Curso ministrado de forma eficiente, procurando esclarecer dúvidas de forma clara, atendendo participantes das três esferas (municipal, estadual e federal), que utilizam sistemas de compras diferentes, mas com o mesmo objetivo “comprar bem por um preço bom”, Edimir de Freitas – EMBRAPA Curso de Elaboração de Editais: “Ao termino do curso cabe ressaltar a organização, o material didático fornecido, a clareza dos conteúdos ministrados, bem como a presteza da organização do curso. Parabéns a todos que fazem parte da NP Eventos”, Diógenes Jones B. Monteiro – Marinha do Brasil. “O curso foi útil na atualização da matéria, bem como nas discussões sobre a jurisprudência e entendimentos dos tribunais de contas, através de seus acórdãos e demais manifestações. Além de ter sido muito útil nas orientações sobre os métodos de confecção e elaboração de um bom termo de referência e edital”, Idalmir Souza Barroso – Subsecretaria Militar da Casa Civil. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 7 A revista publica mensalmente o Blog Negócios Públicos que é direcionado a responder as dúvidas mais comuns entre fornecedores e a Administração Pública. A nossa consultora, Ana Soares, é a responsável pelo Blog e contará aqui alguns casos interessantes que envolvam a relação entre os fornecedores e os órgãos públicos. Aproveitem! LICITAÇÕES FINANCIADAS PELO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - BID Certa empresa, prestadora de serviços de engenharia, adquiriu Edital de Concorrência Pública cujo objeto foi a construção de uma escola no Estado do Espírito Santo. Analisando os requisitos de participação, verificou a exigência de comprovação do faturamento mínimo das empresas participantes, exigência essa não permitida pela Lei de Licitações. Indagada sobre a exigência, a Comissão de Licitação informou que a obra estava sendo financiada pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, razão pela qual a exigência é possível. Ana Soares Sobre mim: Sou Consultora da Negócios Públicos Licitações e diariamente recebo inúmeras ligações de fornecedores com dúvidas sobre os procedimentos licitatórios. Neste Blog apresentarei algumas das dúvidas que selecionei como mais interessantes para todos os leitores e aquelas que contribuíram para o melhor desempenho e sucesso na participação das licitações públicas. O BID “é uma organização financeira internacional com sede na cidade de Washington, E.U.A, e criada no ano de 1959 com o propósito de financiar projetos viáveis de desenvolvimento econômico, social e institucional e promover a integração comercial regional na área da América Latina e o Caribe”1. O Decreto Legislativo nº 18/1959 aprovou o Convênio Constitutivo do Banco, promulgado pelo Decreto 73.131/1973, sendo que no país, os projetos financiados pelo BID concentram-se nos setores de reforma e modernização dos Estados e redução da pobreza. No Brasil, as licitações internacionais são encontradas em duas formas distintas. A primeira trata-se de licitação financiada com recurso nacional, totalmente regida pela lei brasileira, que permite a participação de empresas estrangeiras. A segunda, trata-se de licitações financiadas com recursos provenientes de organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte (como é o caso do BID)2. O art. 42, § 5º da Lei 8.666/93, dispõ: “Art. 42 (...) § 5º. Para s realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos 1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Interamericano_de_Desenvolvimento 2 8 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_AndradeLA_1.pdf da agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, nas respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior.” Justen Filho5 ensina que: “Tenha-se em vista que a obtenção dos recursos de origem estrangeira não autoriza ignorar a ordem jurídica interna, especialmente no tocante a princípios fundamentais consagrados na Constituição. Nem se pode suprimir a independência nacional, a pretexto de captar recursos no estrangeiro, nem cabe imaginar que a origem dos recursos afastaria o princípio do Estado de Direito. Ou seja, a atividade administrativa do Estado continua a submeter-se a princípios fundamentais, mesmo quando envolver a aplicação de recursos provenientes do estrangeiro.” Quanto ao conteúdo das modificações admissíveis, Marçal Justen Filho6 afirma que: “(...) Isso não significa, obviamente, autorização para superarem-se os princípios norteadores da atividade da Administração Pública. Quanto a isso, nem a própria Constituição Federal poderia promover uma renúncia incompatível com o princípio da República. O art. 42, ̕§ 5°, significa que as regras acerca de procedimento licitatório, prazos, formas de publicação, tipos de licitação, critérios de julgamento etc. podem ser alteradas. Não é possível eliminar os princípios inerentes à atividade administrativa (inclusive aqueles relacionados a direitos dos licitantes), mas podem ser adotadas outras opções procedimentais e praxísticas.” Os projetos financiados pelo Banco no todo ou em parte, deverão observar as normas internas, de modo que para quaisquer aquisições ou contratações deverão ser atendidas as Políticas para Aquisição de Bens e Contratações de Obras Financiadas pelo Banco de Desenvolvimento, documento este periodicamente aprovado pela Diretoria Executiva do Banco3. Todavia, as normas emanadas das Políticas do Banco não podem ser atendidas de forma isolada e absoluta, no caso de contrariar as normas e princípios do direito brasileiro. A Lei 8.666/93 estabeleceu apenas o atendimento do princípio do julgamento objetivo. Contudo, os demais princípios previstos na Costituição Federal deverão ser respeitados em qualquer contratação realizada pela Administração Pública, seja ela regida pela Lei de Licitações ou pelas normas das políticas emanadas de organismos internacionais4. Marçal 3Idem 4Idem No mesmo sentido, Toshio Mukai7 entende que a aplicação das normas dos organismos financeiros nas licitações internacionais não é absoluta, afirman5 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Dialética, 2009, 13 ed., p. 558 6 Idem, p. 559 7 MUKAI, Toshio. Licitações e contratos públicos. São Paulo: Saraiva, 1999. 5 ed. do que: “Fica, então, a questão: de acordo com o § 5º do art. 42 da Lei n. 8.666/93, nas licitações internacionais há que se observar tão-só as normas dos mencionados organismos financeiros internacionais e o princípio do julgamento objetivo? Pensamos que não. (...) Quanto ao princípio – embora a lei obrigue agora apenas a observância do princípio do julgamento objetivo –, é óbvio que os demais princípios inscritos no art. 3º da Lei n. 8.666/93 são indiretamente, de observância obrigatória, uma vez que, para que seja atendido o princípio do julgamento objetivo, haverá que se observar as regras do edital (vinculação ao instrumento convocatório), a competitividade e o princípio da igualdade (porque este é de ordem constitucional – art. 37, XXI, da CF). Portanto, conclui-se que, nas licitações internacionais, não se pode simplesmente dar prevalência total às normas dos organismos internacionais, em função apenas da redação literal do § 5º do art. 42 da Lei nº 8.666/93. Há que se observar todas as demais normas atinentes às licitações internacionais, contempladas pela mesma lei, bem como os demais princípios da licitação, que decorem do princípio do julgamento objetivo ou decorrem do próprio Texto Constitucional, como é o caso do princípio da igualdade dos concorrentes (art. 37, XXI, da CF).” (Grifo nosso) Assim, a exigência de faturamento mínimo como condição de habilitação se trata de exigência possível, uma vez estar prevista nas normas internas do Banco,bem como não contrariar os princípios norteadores do ordenamento jurídico brasileiro. NP NegócioS PúblicoS . janeiro 2013 9 Administração Patrimonial Doações em Ano Eleitoral D entre as atividades principais executadas por uma área de patrimônio, uma delas merece destaque devido aos inúmeros reflexos que traz para a gestão dos bens do ativo permanente – são os processos de alienação. Gerson dos Santos Formado em Administração de Empresas pela ESAG/UDESC, com especialização em Administração de Material pela USP. Experiência de 49 anos nas áreas de material, patrimônio e almoxarifado, 25 dos quais no Sistema TELEBRÁS. Em uma determinada etapa da vida útil de um bem, devido a razões as mais diversas, este poderá perder a sua capacidade de utilização, ou tornar-se obsoleto, ou ainda não ter condições de ser recuperado, havendo então a necessidade da sua retirada de uso. De um modo geral esses bens retirados de uso são devolvidos à área de patrimônio, ou ao almoxarifado, ou ainda mantido desativado em seu local de operação, em função da estrutura da Organização. Com essa desativação e com o recolhimento, inicia-se um processo de alienação ou de desfazimento do referido bem. O vocábulo alienação vem do latim “alenatione” e tem o significado de “ato de alienar-se alguma coisa, desfazer-se de algo, ceder, etc.”. 10 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Os instrumentos legais que definem esses procedimentos são: Lei 8.666/93, Decreto 99.658/90 e Decreto 6.087/07. Neles vamos encontrar as citações abaixo: - Alienação é “toda a transferência de domínio de bens a terceiros” (Inciso IV ,do Art. 6º, da Lei 8.666/93); - Alienação é: “operação de transferência do direito de propriedade do material mediante venda, permuta ou doação”. (Inciso IV, do Art. 3º, do Decreto 99.658/90). O Decreto 6.087/07, por alterar artigos do Decreto 99.658/90, não apresenta definições quanto às alienações, mas será citado posteriormente quando das doações em ano eleitoral. Alienação também tem o significado de “transferência do direito de posse e de propriedade de um bem de uma Instituição para outra”. Segundo SÁ (1993, p.19 e 20), do ponto de vista contábil tem o sentido de: ”Transmissão de bens ou de direitos, que geralmente gera registros contábeis nas Administração Patrimonial contas de vendas ou de doações”. do Art. 17, da Lei 8.666/93: As formas usuais de alienação são: por venda (convite, concorrência “II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispen- ou leilão), por doação, por permuta ou, ainda, através de inutilização ou abandono (vide artigo 16, do Decreto sada nos seguintes casos: 99.658/90). a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua opor- Outras legislações também fazem alusão a alienações em seus textos, sem apresentar, no entanto, uma definição: tunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à outra forma de alienação; ...” - Art. 44, da Lei Complementar 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal): “É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos”; Também, é importante lembrar - Art. 100, da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Novo Código Civil): “Os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar”. - Art. 101, da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Novo Código Civil):”Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei”. a redação do Art. 15 do Decreto 99.658/90 sobre doações: “Art.15. A doação, presentes razões de interesse social, poderá ser efetuada pelos órgãos integrantes da Administração Pública Federal direta, pelas autarquias e fundações, após a avaliação de sua oportunidade e conveniência, relativamente à escolha de outra forma de alienação, podendo ocorrer em favor dos órgãos e entidades a seguir indicados, quando se tratar de material:...” Obs.: Os incisos que se seguem (I,II,III,IV) definem, em função da classificação dos materiais e bens (ocioso ou recuperável, antieconômico, irrecuperável, adquiridos com recursos de convênios ..), para que tipos de instituições poderão ser doados. Como o assunto a ser tratado nesta matéria refere-se a doações, que é uma Deve-se ressaltar que os Incisos desse artigo sofreram alterações através do Decreto nº 6.087/07, acrescentando das modalidades de alienação, estamos transcrevendo a alínea “a, do Inciso II, no II e III, as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, no tocante a receberem doações. Também foi criado o Inciso V, sobre a doação de “bens destinados à execução descentralizada de programa federal, aos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e aos consórcios intermunicipais, para exclusiva utilização pelo órgão ou entidade executora do programa, ...” Também foi criado nesse artigo (15º) um parágrafo único, especificamente sobre a destinação dos bens de informática classificados como ociosos ou recuperáveis para serem doados a entidades filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público participantes de projeto integrante de Programa de Inclusão Digital do Governo Federal. Apesar de terem sido feitas essas citações é importante que o leitor tenha em mãos para consulta, quando forem deflagrados os processos de doação, as legislações completas. Alguns Estados têm Decretos próprios sobre desfazimento de materiais, que embora baseados nas legislações citadas, poderão apresentar algum tipo de peculiaridade. Durante a execução dos processos de alienação também deverão ser observados Acórdãos, Pareceres, e outras orientações de órgãos fiscalizadores. Como foi visto anteriormente, as legislações apresentam as doações como N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 11 Administração Patrimonial uma opção de desfazimento, “após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação”. Na prática, podemos observar que os processos de venda (convite, concorrência ou leilão) e de permuta, são mais lentos e mais onerosos, e nem sempre atingem os resultados esperados, ou seja, nem todos os lotes são vendidos e nem todos os valores esperados são arrecadados. Os custos desses tipos de processo, inclusive envolvendo outras áreas da Instituição, publicação de Editais e outros procedimentos, são bem maiores, nem sempre havendo o retorno desses valores. Os processos de doação são mais rápidos e menos onerosos, havendo, no entanto, necessidade que o donatário, isto é, a Instituição que irá se beneficiar com a doação preencha todos os requisitos necessários. Quando a doação for feita de um Órgão Público para outro Órgão Público o processo é mais simples. O Órgão interessado manifestar-se-á demonstrando o seu interesse pelos bens ociosos ou recuperáveis, ou ainda, antieconômicos (ver Incisos I e II do Artigo 15 dos Decretos nº 99.658/90 e 6.087/07, já citados anteriormente). A partir daí, será montado um processo de doação, com o parecer da Comissão de Avaliação e Alienação de Bens sobre a situação e a classificação dos bens so- 12 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 licitados. A ele serão também anexadas as solicitações do órgão interessado, e os pareceres das áreas usuárias dos A partir daí, o processo de doação será montado nos moldes do exemplo ante- bens (Parecer ou Laudo Técnico de Inservibilidade), das áreas jurídicas, das auditorias ou controles internos, bem É importante observar, para o caso das doações e também nos demais processos de alienação, a questão da baixa pa- como a aprovação por parte da autoridade competente. Posteriormente, será emitido um “Termo de Doação”, cuja cópia devidamente assinada pelo recebedor fará parte integrante do processo de doação. Quando se tratar de Instituições Filantrópicas, Beneficentes, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, os bens considerados antieconômicos ou irrecuperáveis (ver Incisos II e III do Artigo 15 dos Decretos 99.658/90 e 6.087/07, já citados anteriormente) poderão ser doados aos interessados. No entanto, estes além de manifestarem o seu interesse pelos bens terão de apresentar a seguinte documentação: - prova de quitação com a fazenda Federal, Estadual e Municipal; - prova de quitação com o FGTS; - prova de quitação com o INSS; - prova de inscrição no CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social; - certidão negativa da Justiça Federal; - reconhecimento de Utilidade Pública nos níveis Federal, Estadual e Municipal. rior, seguindo os mesmos trâmites. trimonial do bem. Esta deverá ser dada somente após a conclusão do processo, para evitar problemas com bens rejeitados ou devolvidos ou não arrematados e que porventura ainda necessitem permanecer na contabilidade. Uma informação importante e que deverá ser observada pelos Órgãos doadores e também por aqueles interessados em receber os bens públicos em doação, é a questão do ano eleitoral. De acordo com o Parágrafo 10, do Artigo 73, da Lei 9.507, de 30 de setembro de 1997, a Administração Pública não poderá fazer doações em ano eleitoral. O texto assim se apresenta: “Proíbe a doação em ano eleitoral por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais já autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa”. É importante observar que consta do texto a expressão “ano eleitoral” e não períodos anteriores ou posteriores à data das eleições, como algumas Insti- Administração Patrimonial tuições imaginam que seja. acompanha o ofício”. No caso das exceções constantes do citado parágrafo, vamos encontrar o Fizemos essa citação para lembrar aos leitores que 2010 foi um ano eleitoral. caso das doações de bens de informática, através da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI, O ano de 2012, também foi um ano eleitoral. No entanto, observei que alguns candidatos a Prefeito Municipal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Ver Decreto 6.087/07 e Orientações para Desfazimento de Materiais de Informática – Compras Net), por se enquadrar nos “programas sociais já autorizados em lei .....”. Nesse caso, o Programa de Inclusão Digital do Governo Federal. Nas citadas “Orientações para Desfazimento de Materiais de Informática”, vamos encontrar no item 6, a seguinte redação: “Recomendamos a utilização, de imediato, do modelo de planilha de desfazimento, tendo em vista que a partir de 03 de maio de 2010 passaremos a receber a relação dos itens disponíveis para desfazimento exclusivamente nesse formato. Tanto a cópia digital da relação de bens quanto a que apresentaram problemas, e que devido a isso, alguns municípios terão eleições este ano. Daí o meu questionamento: 2013, não é um ano eleitoral, no entanto, vários municípios terão eleições para Prefeito Municipal, em função de problemas relacionados aos candidatos anteriores. Devido a esse fato a legislação referente às prováveis doações que possam ocorrer por parte de Órgãos Públicos deverá ser aplicada? Ou não, por se tratarem de casos excepcionais a serem resolvidos em curto prazo? Mantendo contato com a Seção de Legislação, Doutrina e Jurisprudência - CGI – TRE-SC, obtive a seguinte resposta: “Nas eleições suplementares que ocorrerão em todo o Brasil a legislação eleitoral será aplicada integralmente. Em Santa Catarina, por exemplo, o próprio Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina expediu resoluções para regulamentar as eleições municipais majoritárias que ocorrerão em nosso estado no mês de março do corrente (Resoluções 7872 e 7873). Assim sendo e uma vez que é essencial ao bom andamento do pleito, o parágrafo 10 do artigo 73 da Lei n. 9.504/1997 também estará em vigência nos municípios onde haverá novas eleições”. Finalizando, destacamos a necessidade de ser observado o impedimento relacionado às doações em ano eleitoral em todo o país, ou, apenas em cidades aonde serão realizadas eleições municipais, quando for o caso. Entretanto, nas situações em que for viável a doação, há que serem observados os procedimentos anteriormente citados. N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 13 Entrevista Irregularidades nos processos licitatórios Eunice Dantas Carvalho Procuradora da República, coordenadora dos Ofícios do Patrimônio Público, área no MPF/SE responsável pelo combate à corrupção. pecífica e o depositam em contas que são convidadas apenas três comuns, impossibilitando o seu participantes, superfaturamento rastreamento, além de utilizarem de preços, pagamento a obras não as verbas em ações que estão fora concluídas, empresas fantasmas do objeto do convênio (pagamen- “que existem apenas no papel”. to de taxas, salários, encargos etc). O tema que aparece em segundo A procuradora da República Euni- lugar é o desvio de verbas públicas ce Dantas Carvalho, que é coorde- federais e/ou a não-prestação de nadora dos Ofícios do Patrimônio contas, por parte dos agentes pú- Público, área no MPF/SE respon- blicos, da aplicação desse dinheiro. sável pelo combate à corrupção, Normalmente, as verbas de convê- em entrevista a Revista Negócios nios federais são depositadas em Públicos, comentou o fato de que contas específicas a fim de que o 40% dos casos de improbidade órgão que concede a verba possa administrativa registradas em Ser- rastrear a sua aplicação. Entre- gipe foram de irregularidades nas Dos quase 200 processos de improbida- tanto, muitos agentes públicos licitações. de administrativa movidos pelo Minis- retiram o dinheiro dessa conta es- tério Público Federal em Sergipe (MPF/ SE), de 2009 até o momento, mais de 40% se referem a irregularidades em processos licitatórios. Nestes, são réus tanto agentes públicos, como prefeitos, secretários e servidores públicos, quanto empresas privadas que participaram dos conluios. As práticas mais comuns identificadas pelo MPF são fracionamento da licitação (divisão da obra ou serviço em parcelas) para permitir a dispensa de licita- 14 ção ou a utilização do convite, em NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Entrevista NP. O que é improbidade administrativa? Improbidade administrativa é a caracterização atribuída pela Lei 8.429/1992, conhecida como LIA (Lei de Improbidade Administrativa), a determinadas condutas praticadas por agentes públicos e também por particulares que nelas tomem parte. A definição de tais condutas é dada pelos artigos 9º, 10 e 11 da referida Lei: o artigo 9º define os atos de improbidade que impliquem em enriquecimento ilícito; o artigo 10, os atos que acarretam lesão ao erário; e o artigo 11, os atos que violam os princípios da administração pública. A partir da LIA, devemos entender a improbidade administrativa como aquela conduta considerada inadequada – por desonestidade, descaso ou outro comportamento impróprio – ao exercício da função pública e merecedora das sanções previstas no referido texto legal. NP. Como o MPF/SE fez esse levantamento? O MPF/SE registra todas as ações ajuizadas, em todas as áreas, e depois as classifica por temas. Assim, é possível depurar os dados sobre a atuação do órgão, inclusive no combate à corrupção. NP. Esse dado é preocupante. Como o governo pode evitar esses casos de corrupções nas licitações? dano ao erário e violação dos princípios da administração pública. As principais penas previstas são que são de ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de contratar com o poder público. Essas penalidades não estão restritas a servidores públicos, segundo o próprio texto da LIA, “as disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta”. Dados do Ministério Público Federal Em 2012 (até 31 de outubro), foram abertos 5.113 inquéritos policiais envolvendo corrupção, peculato, tráfico de influência e nepotismo. Para os mesmos crimes foram abertos 168 autos extrajudiciais (inquéritos civis públicos, procedimentos administrativos e procedimentos de investigação criminal). Em relação à improbidade administrativa, no mesmo período, foram abertos 1.869 inquéritos policiais, 3.668 inquéritos civis públicos e 2.085 procedimentos administrativos. De 2008 a 2012, aproximadamente 7 mil ações de improbidade foram cadastradas. A devolução nos valores depende de uma sentença de condenação. Segundo a procuradora Eunice Dantas, o aumento de ações educativas junto aos gestores públicos e a intensificação da fiscalização são os melhores meios para reduzir as fraudes em licitações. NP. O MPF tem conhecimento de quanto dinheiro foi desviado nesses casos? Não temos este valor estimado. Este é um dado que é difícil de mensurar porque, a depender do tipo de fraude, não há como medir volume desviado, mesmo estando clara a irregularidade no processo licitatório. NP. O que acontece com os servidores, secretários, gestores quando são acusados por improbidade administrativa? Há três condutas pelas quais os servidores públicos são processados com base na LIA: enriquecimento ilícito, NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 15 GESTOR Fique de olho no retorno Segundo o dicionário Aurélio RETORNO é o ato de retornar, de regressar, de voltar. RETORNAR é voltar para o ponto de partida, regressar, chegar de volta, fazer voltar. Nas atividades empresariais é de suma importância obter das pessoas envolvidas, informações sobre o desempenho da empresa verificando como receberam as mercadorias compradas, como foram os serviços prestados e como foi o atendimento recebido. O retorno seja elogio ou reclamação, é imprescindível para o bom administrador, pois só assim ele pode tomar decisões seguras visando os bons resultados esperadas. Realizar atividades, trabalhos e não receber um retorno, um comentário a respeito, dificulta saber se o mesmo agradou ou não e se o que foi feito satisfez a expectativa. Por isso um bom administrador deve Ficar de Olho na satisfação dos: • clientes; • fornecedores; • fiéis colaboradores (funcionários). A fim de que se possa obter um bom retorno dos investimentos em: • materiais; • equipamentos; • recursos humanos. Na realização das atividades é necessário saber que resultado se espera e lembrar que o acompanhamento adequado e atento ao retorno vindo das pessoas envolvidas garante um desempenho eficiente. NP Pense nisso. Um Abraço. CÉLIO EGÍDIO FERRAZ Formado em Ciências Contábeis pela UNIJUI/RS, com especialização em Contabilidade Gerencial pela UNICENTRO/PR. Experiência de 37 anos nas áreas de Gestão Financeira, Administrativa, Patrimonial, Almoxarifado. Docente em Cursos Técnicos e Ensino Superior por mais de 10 anos. 16 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Governo na Rede Governo na Rede Governo do Estado de São Paulo “A estimativa é de que 8 milhões de pessoas sejam diretamente beneficiadas”, disse Geraldo Alckmin durante a sanção do novo salário mínimo paulista Governo do Espírito Santo #EducaçãoES: Grandes investimentos em mais de 100 obras de construção, reconstrução, reforma e ampliação, além de manutenções preventivas e corretivas nas unidades de ensino da rede estadual, foram executados pelo Governo em 2012. Foram investidos R$ 92.765.642,25 milhões em obras e convênios com 31 municípios situados em todas as regiões do ES, inclusive em áreas atendidas pelo Programa Estado Presente e as de assentamentos rurais. (Foto: Thiago Guimarães/Secom-ES) NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 17 Governo na Rede Governo do Estado do Piauí Viaduto da Miguel Rosa Veja como vai ficar o Viaduto da Av. Miguel Rosa com a Getúlio Vargas, nas proximidades do Piauí Center Modas. O Gov. Wilson Martins assinou, o Edital de Licitação para a execução do projeto. Governo do Distrito Federal As principais vias do DF serão totalmente recuperadas até 2014! Os investimentos estão previstos no programa Asfalto Novo, lançado pela Secretaria de Obras e Novacap, durante audiência pública promovida para apresentar informações técnicas sobre as licitações das obras. Entre as vias que serão restauradas estão a W4, W5, L2 Sul, Eixo Monumental e toda a pista do contorno do Parque da Cidade. Mas o trabalho não vai se restringir à região central de Brasília. As principais avenidas de todas as regiões administrativas também serão recuperadas. “O serviço de recuperação do asfalto vai deixar as vias em perfeitas condições para o tráfego e evitar o surgimento de trincas e buracos. Com isso, o governo vai diminuir os recorrentes gastos com as operações tapa-buracos, uma vez que o recapeamento proporciona recuperação ampla da pista”, afirmou o secretário de Obras, David de Matos. Em 2012, o GDF reformou o asfalto dos Eixinhos L e W, e das W3 Norte e Sul, entre outras vias. Governo do Estado da Paraíba Confira a lista de obras e ações pedidas pelo povo durante as plenárias do Orçamento Democrático e que já foram entregues pelo Governo do Estado. 18 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Governo na Rede Governo do Estado do Paraná Atendendo as críticas no que diz respeito às condições das estradas do Paraná, o Governo do Estado está ciente dos problemas e, acima de tudo, vem trabalhando diversas soluções para que o paranaense possa transitar em rodovias seguras e bem pavimentadas. Para tanto, em novembro de 2012 foi lançado pelo Governador Beto Richa o “Programa de Modernização de Infraestrutura - o Proinfra”. Trata-se de um verdadeiro pacote de investimentos para a recuperação das rodovias, ferrovias, portos, entre outras áreas fundamentais do dia-a-dia do cidadão, como construções de escolas, postos de saúde e delegacias. Ao todo, serão R$ 12,5 bilhões que serão investidos neste ano e em 2014. Prefeitura de Botucatu Teve início a entrega dos materiais de ajuda humanitária disponibilizados pela Defesa Civil do Estado de São Paulo para as famílias atingidas pelas fortes chuvas que caíram em Botucatu no dia 16 deste mês. A Cidade foi contemplada pelo Estado com cobertores, colchões, lençóis, kits de limpeza compostos por alvejante, balde, rodo, sabão, vassoura, saco de lixo, luva de plástico, pano de chão e pá ; e também kits de higiene formados por materiais como creme e escova dental, esponja, sabonete e toalha de banho. As rodovias PR-323 e PR-466, que foram mencionadas pelos amigos da nossa página, serão privilegiadas, tanto com as melhorias através dos investimentos como através da fiscalização. Como consequência está previsto a redução dos acidentes de trânsito. Por fim, o Governo do Paraná agradece as contribuições nesta página, sejam elas por elogios, sugestões ou críticas. Prefeitura de Cachoeirinha As obras da Arena Estrelada, nova casa do Cruzeiro, seguem em andamento na rua Ari Rosa dos Santos. O estádio será um dos mais modernos do Sul do país. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 19 Matéria Sessão pública de RDC integrado Sessão pública de RDC integrado Você já participou de uma? por Aline de Oliveira Nós já participamos, e podemos afirmar que é estimulante. O Regime Diferenciado de Contratações acompanhado foi para planejamento, gerenciamento e execução integral de todas as fases do empreendimento de reforma e ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Este RDC integrado precisou de cinco sessões para ser finalizado. A ampliação do aeroporto de Curitiba é a primeira experiência de contratação integrada, ou seja, o mesmo consórcio será responsável tanto pelos projetos de engenharia quanto pela execução dos trabalhos. Dois consórcios, totalizando sete empresas, estavam na disputa, Damiani e Sial. No segundo dia das sessões os preços propostos foram revelados. O consórcio Damiani ofertou realizar o projeto e obra por R$423.899 milhões e o consórcio Sial por R$ 356.569.879,48 milhões. Na etapa de lances os consórcios Damiani e Sial não quiseram fazer nova oferta e baixar do seu valor nem 0,25%. Ou seja, eles declinaram da oportunidade de ofertar lances verbais. Na soma de pontuação de técnica e preço, o consórcio Sial obteve mais pontos, 96,90, contra 84,77 somados 20 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 pela Damiani. E mesmo com preço menor, o valor estava acima do orçado pela Infraero. No RDC o valor orçado pela Administração Pública é mantido em sigilo até o encerramento da licitação. A restrição ao acesso à estimativa de preço tem como destinatários os licitantes, para que os mesmos elaborem suas propostas com base somente em seus próprios referenciais. A justificativa para a adoção da medida é exatamente a busca por preços menores nas propostas dos fornecedores. Com essas informações a Comissão de Licitação iniciou a negociação com o consórcio Sial, solicitando um desconto de 35% sobre o valor apresentado em sua proposta de preços. E uma nova sessão foi marcada para o consórcio, para a Sial estudar e analisar o desconto. Até o momento em que a Comissão solicitou um desconto de 35%, para chegar ao valor estimado pela Infraero, o clima do certame era tranquilo, após isso as empresas ficaram muito agitadas. Por mais de 30 minutos o consórcio Sial discutiu preços e o projeto. Eles alegavam que um RDC muito mais simples foi finalizado pela Infraero em Florianópolis (SC) por R$ 230 milhões, sendo o valor de R$ 231 milhões (equivalente ao desconto de 35%) para complexidade e tamanho da licitação do Aeroporto Internacional Afonso Pena, muito baixo. O Superintendente de Licitações e Compras da Infraero, José Antonio Pessoa Neto, em entrevista explicou que o valor orçado pela Infraero teve por base outros contratos firmados pela Administração. E que apesar de não ser possível divulgar o valor orçado, por ser sigiloso, a negociação com a empresa licitante é prevista em Lei. Por isso poderiam pedir desconto. No terceiro dia de negociação, o consórcio Sial apresentou uma proposta de desconto de 15,42%, ou seja, R$ 301.569.879,48 milhões. Assim, novamente a Comissão de Licitação afirmou que o valor não poderia ser aceito por ainda estar acima do valor de referência da Infraero. Reiterando a contraproposta de 35% de desconto. O consórcio Sial solicitou então mais cinco dias de prazo para analisar a aceitação dos 35%. O consórcio Sial já havia participado de três RDCs eletrônicos. E estava tentando conseguir o maior valor possível. Era um clima tenso de negociação, pois o valor envolvido é muito alto. Esse RDC foi presencial pela complexidade dos itens exigidos no Sessão pública de RDC integrado Matéria Na continuidade ao processamento da licitação em destaque, suspenso em 17 de janeiro de 2013, foi feita a análise dos documentos de habilitação do Consórcio proponente da melhor proposta. E por unanimidade de seus membros, a Comissão de Licitação considerou habilitado o Consórcio SIAL – JOTAELE – PJJ, porque foi constatado o pleno atendimento das exigências editalícias relativas à documentação de habilitação apresentada pelo referido licitante, nos termos do subitem 12.8 do Edital. Assim, o Consórcio SIAL – JOTAELE – PJJ foi declarado vencedor do certame. A ampliação do Aeroporto Afonso Pena, de Curitiba, deverá estar pronta até maio de 2014, aumentando a capacidade de atendimento do terminal de 7,8 milhões para 10,4 milhões de passageiros por ano para o período da Copa do Mundo de 2014. edital, sendo impossível realizá-lo, no momento, de maneira eletrônica. Após o tempo de cinco dias, o consórcio Sial se reuniu com a Comissão de Licitação novamente e apresentou contraproposta no valor de R$ 246.746.400,00 milhões, que perfaz um desconto de aproximadamente 30,80% sobre sua proposta inicial. A Comissão de Licitação suspendeu a sessão para realizar a avaliação da referida proposta. Retor- nando os trabalhos, a Comissão de Licitação informou que considerou classificada a proposta do Consórcio, uma vez que apresentou valores dentro do limite do orçamento de referência da Infraero. O Presidente da Comissão de Licitação informou que, nos termos do Edital, a licitante deveria apresentar planilha orçamentária adequada a proposta apresentada no prazo de até 24 horas. Na ampliação, a área do aeroporto saltará de 45 mil metros quadrados para 64,8 mil metros quadrados. O terminal fica localizado no município de São José dos Pinhais, vizinho a Curitiba. A conclusão de obras de ampliação até maio de 2014 é apenas a primeira etapa. Depois disso, o projeto prossegue, com a reforma do terminal. Outra frente de ação, que aumentará o pátio de aeronaves de 84 mil metros quadrados para 143 mil metros quadrados, está sendo executada, e deverá estar concluída ainda neste primeiro semestre. “O RDC trouxe simplificação ao processo licitatório, excluiu diversas fases que eram meros gargalos no processo, agora temos maior agilidade. Para o fornecedor também é vantajoso, menos burocrático. O que se tem de bom na Lei 8666/93 e na Lei 10.520/02 foi implementado na Lei do RDC”, afirmou Neto, superintendente de licitações e contratos da Infraero. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 21 Matéria Sessão pública de RDC integrado Outras obras no Aeroporto Internacional Afonso Pena | Curitiba (PR) Ações para a Copa do Mundo Ações previstas da Infraero: • Ampliação do Terminal de Passageiros e Ampliação do Sistema Viário Status: Obra em licitação Término: Dezembro de 2013 Ganho de capacidade (TPS): 2,6 milhões (pax/ano) • Ampliação do Pátio, Infraestrutura, Macrodrenagem e Obras Complementares Status: Obra em execução Término: Fevereiro de 2013 Ampliação (Pátio): 59.879 m2 • Restauração da Pista de Pouso e Decolagem e de Taxi e Obras Complementares Status: Obra concluída Término: Junho de 2012 Meta: 2.215m x 45m Demais ações do PAC Ações previstas da Infraero: • Reforma e Ampliação do Terminal de Cargas Status: Em obras Término: Janeiro de 2013 Ampliação (TECA): 5.000 m2 • Projeto de Construção da 3ª Pista de Pouso Status: Ação preparatória Término: Dezembro de 2014 Dados Operacionais Terminal de passageiros (m2) 2011 45.000 Capacidade Total do Aeroporto 7,8 milhões 2014 64.800 10,4 milhões (pax/ano) Demanda Total do Aeroporto 6,9 milhões 7,6 milhões (pax/ano) 22 Pátio de Aeronaves (m2) 84.062 143.941 Terminal de Cargas (m2) 12.000 17.000 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Sessão pública de RDC integrado NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Matéria 23 Segundo decisão liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, os Correios não podem prorrogar contratos de franquia postal firmados sem licitação. A liminar em favor dos Correios contraria a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região ajuizada pela Abrapost (Associação Brasileira de Empresas Prestadoras de Serviços Postais) que permitia a postergação de contratos que venceram em Setembro do ano passado. A entidade tentou assegurar que as franquias concedidas antes da vigência da Lei 11.688/08 permanecessem em atividade até que os novos servidores das agências dos Correios, contratados por meio de licitação, entrassem em operação. tagem das arquibancadas, camarotes, cabines, torres de iluminação, módulos e palco profissional e teve como valor de referência R$299.420,00. Já o segundo Pregão foi realizado no dia dez de janeiro e contratou a empresa responsável pela montagem e desmontagem da sonorização e iluminação do evento, tendo como valor base R$ 86.900,00. Para não repetir o mesmo problema do carnaval de 2012, onde o projeto teve de ser mudado de última hora, trazendo uma série de contratempos, a proposta foi antecipada e encaminhada pela Liga das Escolas de Samba, a Fundação Cultural repassou a sugestão para a comissão de transição, junto ao relatório de autarquia, ainda como uma demanda urgente. NP divulgação Contratos de franquia postal não podem ser assinados sem licitação O controle operacional das demais fases do ciclo postal (tratamento, expedição, transporte e distribuição) permanece sendo divulgação da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). NP Licitação de 20 mil casas é suspensa devido a problemas ambientais Pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal foi concedida uma liminar para suspender a licitação da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) que iria construir 20 mil unidades habitacionais pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida no Recanto das Emas. Com caráter de urgência, Prefeitura de Uberaba (MG) realiza licitação para Carnaval 2013 Em Janeiro foram abertos dois Pregões para a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de locação, montagem e desmontagem de estrutura para o Carnaval 2013 de aflorado, presença de nascentes que formam o córrego Estiva ou Vargem da Benção, além de Áreas de Preservação Permanente (APP). A licitação ficará suspensa até o órgão competente emitir licenciamento ambiental autorizando a construção. Uberaba, no estado de Minas Gerais. Com a implantação das 20 mil moradias, o Recanto das Emas terá um aumento de 65% em sua densidade demográfica, acres- O primeiro edital de licitação aconteceu no dia nove de janeiro e cendo em torno de 82,5 mil moradores, segundo dados do MP. serviu para contratar a empresa que faria a montagem e desmon- 24 O motivo da suspensão, de acordo com o MPDF, seriam as sérias fragilidades ambientais, como solo úmido, lençol freático NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 NP divulgação Restaurante Universitário em Salvador terá uma repaginada A Universidade Estadual de Feira de Santana, em Salvador (BA), abriu uma licitação para concessão remunerada de uso do espaço físico do Restaurante Universitário (RU), visando à preparação e fornecimento de refeições a estudantes, servidores técnicos e docentes, além de visitantes do RU. O certame foi na modalidade concorrência do tipo maior oferta combinado com o menor valor da refeição. Consulta Pública traz praticidade para empresas envolvidas em licitação do metrô De acordo com o edital de licitação, o restaurante sofrerá algumas mudanças, oferecendo o serviço inclusive aos domingos, feriados Para os usuários e empresas que vão se candidatar ao processo licitatório das obras do metrô de Belo Horizonte, já está aberta a e recessos, e o cardápio continuará a ser um dos melhores do país consulta pública para acompanhamento do certame. A quantidade de refeições (café da manhã, almoço e jantar) Sendo uma exigência legal das parcerias público-privadas, a consulta pública dará abertura para sugestões de alteração no fornecidas diariamente aumentará de 1.200 para 1.840 subsi- edital da expansão da linha 1, que vai do Vilarinho ao Eldorado, e das obras de construção da linha 2, que liga o Calafate ao integralmente pela Uefs. Em 2012, o almoço subsidiado custava Barreiro. abaixo do mercado. Com as alterações, o orçamento com o Com a ampliação, o número de estações vai passar de 19 para 31, incluindo as da Praça Sete e Praça da Savassi, na Região Centro-Sul da capital, passando a atender quase um milhão de passa- dentre as instituições de ensino superior, em qualidade e preço. diadas parcialmente e de 300 para 1.140 refeições subsidiadas R$ 1. A expectativa é de que seja mantido este ou outro valor Restaurante Universitário passará de R$ 1,8 milhão para R$ 3,9 milhões. NP divulgação geiros por dia. Atualmente, são 200 mil usuários que utilizam divulgação o trem. O investimento total será de mais de R$ 3 bilhões. NP Agesul realiza duas licitações no Mato Grosso do Sul Pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), foi aberta licitação para as obras na Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira, no município de Campo Grande (MS). NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 25 mil litros, um no Bairro Michelli com capacidade para 200 mil litros, outro no Bairro São Vicente com capacidade para 50 mil litros e o quarto, próximo ao Escritório da Saneago, também com capacidade para 50 mil litros, será uma das cidades que divulgação receberá um novo reservatório, já que a capacidade total dos quatro que possuí é de 700 mil litros, quantidade insuficiente para atender as 4 mil ligações existentes na região. NP divulgação Para a ampliação de cinco laboratórios científicos e duas salas de aula na escola, a obra foi dividida em duas etapas, e contou com o tipo menor preço de licitação. Pela Agesul também foi realizada uma nova licitação para a ampliação de vistoria do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS). No projeto, estão a construção de outro galpão ao lado do atual, que ficará exclusivamente para atendimentos de ônibus e caminhões, dispondo de até seis acesso, uma nova entrada, ampliando de seis para sete os acessos para vistoria e emplacamento. Com o objetivo de melhorar a circulação e organizar melhor a fila de veículos à espera de atendimento, consta do projeto serviços de reordenamento viário no próprio pátio, com aumento divulgação do número das faixas de rolamento. NP Oito veículos blindados são comprados para garantir a segurança no Rio Reservatórios de água são licitados em Goiás Visando ampliar o abastecimento de água em Goiás, pela Saneago, empresa responsável, foi realizado um processo lici- 26 No Rio de Janeiro foi realizada uma licitação para a aquisição de oito supercaveirões, com valor estimado em R$ 11 milhões e de concorrência internacional. A empresa ganhadora do certame também será responsável pela manutenção dos veículos nos tatório para a construção de reservatórios de água em diversas próximos cinco anos. cidades do estado. De acordo com o edital da licitação, a justificativa do governo Vianópolis, que tem quatro reservatórios, sendo o principal em para a compra é de que os equipamentos, armamentos e, sobre- sua Estação de Tratamento de Água com capacidade para 400 tudo os blindados, das polícias Civil e Militar são “obsoletos e NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 divulgação defasados”, comprometendo as ações voltadas para pacificação de territórios dominados pelo tráfico. A tecnologia virá dos EUA, Israel e da África do Sul. Quatro deles será para o Bope, dois para o Batalhão de Choque e outros dois para a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). divulgação Os blindados começarão a circular até junho, quando o Papa Bento 16 estará na cidade maravilhosa para a Jornada Mundial da Juventude. NP Após regularização de edital, licitação para registro de preços é realizada no Piauí Pela Administração Pública do Piauí foi realizada a licitação que estava prevista para acontecer dia 07 de Dezembro, e havia sido adiada devido a denúncias do Ministério Público. O objeto do certame foi o Registro de Preços para contratação de empresa especializada para prestação de Serviço de Vigilância/ Prefeitura de Londrina pune empresa que não cumpriu prazo para entrega de produtos licitados Depois de ter participado e vencido um Pregão eletrônico em Novembro de 2011, a empresa Multi Byte não cumpriu o que estava previsto no processo licitatório. De acordo com o edital, a firma se comprometeu a fornecer diversos equipamentos de Segurança Física e Patrimonial Armada Desarmada e Controle de Circulação de Pessoas, para os órgãos públicos e outros entes do Estado do Piauí. Em Dezembro, o processo foi suspenso pelo secretário Paulo Ivan (Sead) ao ser orientado a fazer ajustes no edital, uma vez que o certame foi alvo de denúncia de que a licitação estaria viciada e fadada a ser vencida pela empresa Serv-San. NP no prazo estipulado. Prefeitura de Hortolândia abre licitação para compra de uniformes, tênis, mochilas e kits escolares Os equipamentos licitados que deveriam ter sido entregues à Em Janeiro foi aberto pela Prefeitura de Hortolândia (SP), por Prefeitura de Londrina eram; HDs de computador, um equipa- meio da Secretaria de Educação, um pregão presencial para o mento que lê códigos de barra e um projetor multimídia (datas registro de preços e aquisição de uniformes, tênis, mochilas e how) da marca Bematech. kits escolares a serem entregues aos alunos da rede municipal de informática ao município, mas os produtos não foram entregues A empresa foi punida com a proibição de contratar com a Prefeitura de Londrina pelos próximos dois anos e, além disso, terá de pagar uma multa no valor de R$ 700,12,00. Pela Secretaria de Gestão Pública foi informado que a punição demorou um ano e dois meses após o pregão para sair, pois foram obedecidos todos os prazos legais para a empresa recorrer ensino neste ano. Objetivando contribuir com o processo de aprendizagem, a entrega dos uniformes e materiais é uma ação do governo que atende à solicitação da comunidade desde 2005. O uniforme de verão é composto por duas camisetas de manga curta, um short e um par de tênis; o de inverno contém um agasalho e uma calça comprida. Além disso, cada estudante da decisão. A Administração Pública não informou o valor receberá também uma mochila e um kit escolar com material gasto na aquisição dos produtos, mas garantiu que o dinheiro individual e coletivo, como caderno, agenda, lápis, borracha e foi ressarcido aos cofres públicos. folhas sulfite. NP NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 27 Duplicação da BR 343 já está em processo licitatório Foi aberta licitação em Teresina, Piauí, para contratação de empresa responsável pelas obras de duplicação das saídas Sul RJ encerra licitação para ampliar transporte com barcas em 72% Uma empresa brasileira e uma chinesa serão responsáveis por fabricar as nove embarcações encomendadas pelo governo do Rio de Janeiro. As vencedoras da licitação, anunciadas pela Secretaria de Transportes, foram o Inace (Instituto Naval do Ceará) e a Afai Southern Shipyard. Com as novas barcas e catamarãs, o número de pessoas transportadas na linha Rio-Niterói deve aumentar em 72% - de 11,6 mil para 20 mil passageiros por hora. Ao todo, o governo do Estado gastará mais de R$ 273 milhões com as embarcações. A licitação foi dividida em dois lotes: um deles, vencido pela empresa chinesa, corresponde a sete barcas de 2 mil lugares cada uma; o outro, vencido pelo Inace, diz respeito a dois catamarãs de 500 lugares cada. A compra das embarcações faz parte de investimentos no sistema de transporte hidroviário. As embarcações serão equipadas com ar-condicionado, sistemas de embarque e desembarque em dois níveis, TVs de plasma, além de modernos equipamentos de navegação. NP divulgação divulgação O governo entregará o uniforme completo a todos os matriculados na rede municipal, que atualmente comporta cerca de 20 mil alunos, 8.500 da Educação Infantil e 13 mil do Ensino Fundamental. NP (BR 316) e Norte (BR 343). De acordo com edital, as obras começarão na Ladeira do Uruguai, na 343, até a entrada de José de Freitas, no povoado Estaca Zero, onde funciona um posto da Policia Rodoviária Federal. O investimento da duplicação do trecho entre os quilômetros 336,6 e 345,6 será de aproximadamente R$ 39,9 milhões, oriundos do Tesouro Estadual, Governo Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); já divulgação a duplicação da BR 316, entre os quilômetros 6,20 e 14,62, terá aplicação de R$ 72,9 milhões. NP Sto.André contrata sem licitação A Prefeitura de Santo André (SP) contratou sem licitação a empresa Terwan Engenharia de Eletricidade Indústria e Comércio, por R$ 3,98 milhões, com prazo de até seis meses, para executar manutenção corretiva e preventiva do sistema de iluminação. A terceirizada foi a mesma que ingressou com pedido no TCE (Tribunal de Contas do Estado) para paralisar processo licitatório aberto em novembro do ano passado. A contratação foi publicada ontem no Diário Oficial e assinada pela Secretaria de Gabinete, apesar de o serviço ser vinculado à Pasta de Obras e Serviços Públicos. O Executivo justifica a admissão sem concorrência pública pelo caráter emergencial. O inciso 4º, do artigo 24 da Lei de Licitações abre possibilidade de acordo direto para casos de emergência ou calamidade pública. O TCE obriga as prefeituras a apresentarem argumentos plausíveis para a não realização de licitação, sob risco de multa e rejeição de contas anuais dos prefeitos. NP 28 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Licitações em Cadeia! Licitações em Cadeia! # MPF denuncia grupo que fraudava licitações 30 zembro de Uma quadrilha que fraudava licitações há Pregões eletrônicos. A apuração começou após a Receita Federal pelo menos sete anos foi denunciada pelo constatar incompatibilidade entre a movimentação financeira e Ministério Público Federal. O grupo, a contabilidade das companhias conforme informações dadas ao suspeito de controlar mais de 30 empresas Fisco. ilegais, é acusado de fraudar inclusive leilões de órgãos que apuram este tipo de crime, como a Receita, a Polícia Federal, e o Tribunal de Contas da União. Ex-vereador de Juiz de Fora (MG), Josemar Silva é apontado como integrante da quadrilha. Além dele, também são acusados de participar do esquema o filho dele, o irmão, a ex-cunhada e mais uma mulher. As investigações dão conta de que o grupo criou mais de 30 Segundo a denúncia do MPF, os acusados usavam laranjas para tentar mascarar a participação nas empresas. A ex-cunhada do ex-vereador confirmou o esquema em depoimento dado à Polícia Federal e ainda disse que todas elas eram controladas por ele. Se condenados, os cinco suspeitos podem cumprir pena de até 12 anos por falsidade ideológica, formação de quadrilha e fraude. Eles não se manifestaram sobre a acusação. NP empresas e falsificou diversos documentos para participar dos 09 *Fonte: Cenário MT # TRF-4 aceita denúncia contra ex-prefeito de São Borja O Tribunal Regional Federal da 4ª Região Alega o MPF que, no entanto, a Cooperpasso nunca prestou aceitou a denúncia do Ministério Público serviços na área da saúde, tendo alterado seu objeto com o objetivo Federal (MPF) contra o ex-prefeito de específico de ser contratada. Para justificar a ausência de licitação, São Borja (RS), Mariovane Gottfried Weis (PDT), acusado de o ex-prefeito teria forjado, segundo a Procuradoria, uma situação contratar uma empresa prestadora de serviços sem licitação. A de emergência na área da saúde do município e publicado Decreto decisão da 4ª Seção da corte foi publicada nesta terça-feira (8/1) permitindo a contratação, que havia sido rejeitada pela Câmara de no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 4ª Região. Vereadores de São Borja. Também foram aceitas denúncias contra o ex-secretário da saúde Segundo o MPF, “todos os elementos colhidos no curso da investi- janeiro Bruno Silva Maurer e Airton José Morganti, diretor da empresa citada. Conforme o MPF, Weis que foi prefeito por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, contratou a Cooperativa dos gação apontam a inexistência de situação de emergência na área da saúde do município, o que torna insubsistente o motivo invocado para a dispensa da licitação”. Trabalhadores Autônomos de Passo (Cooperpasso) para atuar A Procuradoria afirma ainda que pessoas contratadas por meio da nos programas governamentais Programa de Saúde da Família e Cooperpasso teriam sido indicadas pelo ex-prefeito. “Está farta- Agentes Comunitários de Saúde, financiados pelo Ministério da mente provado nos autos do inquérito que a cooperativa serviu para Saúde. a contratação de pessoas indicadas pelos denunciados”, afirma a N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 29 Licitações em Cadeia! denúncia, ressaltando que algumas não teriam nem qualificação profissional para os cargos exercidos. O relator do caso, juiz federal convocado Luiz Carlos Canalli, aceitou a denúncia, entendendo que a exposição dos fatos criminosos é suficiente para a instauração de processo criminal. “A questão exige aprofundamento das provas a serem desenvolvidas, com muitos elementos colhidos no inquérito, incluindo investigação feita por uma CPI da Saúde no município, que considerou a contratação ilegal”, afirmou o magistrado. NP *Fonte: Conjur # Polícia prende nove por fraudes de licitação no PR 11 janeiro O ex-prefeito da cidade paranaense da Lapa Até o fim do dia faltavam ser cumpridos dois mandados de prisão. ,Paulo Furiati (PMDB), e mais oito pessoas Segundo o promotor Cláudio Esteves, ainda não foi possível apurar de Palmeira, Araucária e Lapa. Acusados de envolvimento em fraudes de licitação no setor de educação, o total de recursos desviados. As investigações começaram em abril, depois que foi descoberto o esquema que atuava na prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação e pedido de prisão do foram presos dia 11 de Janeiro por policiais do Grupo de Atuação ex-prefeito Barbosa Neto (PDT). Os presos são suspeitos de fraudar Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná. processos licitatórios para a contratação de empresas ligadas a eles A Operação Quadro-Negro também ocorre em cidades de Minas, próprios. NP Santa Catarina e Distrito Federal. 15 janeiro *Fonte: Exame # Operação procura ex-prefeitos acusados de corrupção O Núcleo de Repressão às Organizações Consultoria Ltda. A operação é realizada em conjunto com a Criminosas e à Corrupção (Nuroc) da Polícia Civil, Tribunal de Justiça do estado e o Ministério Público. Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo realiza uma operação para cumprir 26 mandados de prisão preventiva em oito municípios capixabas. Entre os suspeitos procurados, estão ex-prefeitos e funcionários de prefeituras. Não há informações de quantas pessoas foram presas. A ação é um desdobramento da “Operação Derrama”, deflagrada em 27 de dezembro a pedido do Tribunal de Contas do estado, para investigar suspeita de irregularidades em contratos das prefeituras de Aracruz, Anchieta, Itapemirim, Jaguaré, Marataízes, Guarapari, Piúma e Linhares com a empresa CMS Assessoria e Segundo a polícia, a CMS foi contratada, sem licitação, pelo governo municipal para realizar o trabalho fiscal em troca de parte da arrecadação de tributos pagos. Investigações apontam que a empresa alterava valores para que ela e a prefeitura lucrassem com a arrecadação. Em dezembro, a Justiça do Espírito Santo já havia decretado a prisão de 11 suspeitos. A decisão do juiz Marcelo Menezes Loureiro diz que, após a apreensão de documentos na sede de CMS, na casa dos suspeitos e nas prefeituras, ficou constatada a fraude para obtenção de vantagens fiscais. NP *Fonte: Yahoo Notícias 30 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Licitações em Cadeia! 15 janeiro # Gaeco deflagrou hoje operação contra corrupção em Porto Murtinho O GAECO (Grupo de Atuação Especial Pública, pagos pela Prefeitura de Porto Murtinho a postos de de Repressão ao Crime Organizado), com o combustível localizados na cidade de Jardim (MS). apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou a operação batizada de “Ponte Nova”, voltada ao cumprimento de seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Murtinho, Jardim e Campo Grande. A investigação constatou ainda, indícios de tráfico de influência e financiamento irregular de campanha por representante de Construtora de Campo Grande, vencedora de licitação para reforma daponte na zona rural do município de Porto Murtinho. A operação policial é resultado de investigação iniciada no mês Equipes de policiais cumpriram buscas na sede da Prefeitura de de setembro de 2012, envolvendo desvio de dinheiro público na Porto Murtinho, na residência do ex-secretário de Administração Prefeitura Municipal de Porto Murtinho. e da ex-assessora de finanças do município, além de dois postos Segundo apurado, nos meses de setembro e outubro do ano passado, foram autorizados diversos abastecimentos irregulares de combustível na cidade de Jardim e na sede da construtora em Campo Grande. NP que beneficiaram particulares sem vínculo com a Administração 15 *Fonte: Aquidauana News # Fraudes em municípios gaúchos motivam 122 inquéritos na Polícia Federal A Polícia Federal tem em andamento Apesar de numerosos, os inquéritos envolvendo as administrações no Rio Grande do Sul mais de uma centena municipais não são os de maior valor. Só em obras de infraestru- de inquéritos envolvendo possíveis fraudes tura — que são as com mais brechas para fraudes —, a Unidade em prefeituras. No país, são 3 mil investigações federais desse tipo, de Repressão a Desvios de Recursos Públicos (UDRP) de Porto sendo que 122 são em cidades gaúchas para apurar suspeitas de Alegre investiga contratos que somam R$ 3 bilhões. As suspeitas crimes praticados por prefeitos. são normalmente de irregularidade em alguma etapa da licitação. As apurações têm por base o Decreto que prevê os crimes de No rol de obras sob suspeita estão a Rodovia do Parque (BR-448) e janeiro responsabilidade dos chefes do Executivo municipal e a Lei de Licitações. Em relação a uma única prefeitura, por exemplo, a PF tem a da duplicação da BR-116. O tamanho desse tipo de obra é diretamente proporcional à demora na investigação. No caso da Rodovia oito investigações diferentes. do Parque, que por suspeita de superfaturamento teve indicação — Muitas vezes, os problemas nas prefeituras ocorrem por causa engenharia pode levar dois anos. No Rio Grande do Sul, a PF tem dos CCs (funcionários com cargos em comissão), que estão lá apenas dois peritos em engenharia civil. sem um compromisso com o futuro, em longo prazo, pois serão trocados quando mudar o governo — analisa o perito criminal federal Carlos Villela. de paralisação pelo Tribunal de Contas da União, só a perícia de Não é diferente com a estrutura da UDRP: são cinco policiais para fazer frente a inquéritos de complexidade considerada alta. Mas a superintendência regional está buscando recursos para reestruturar a unidade. N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 31 Licitações em Cadeia! O trabalho com foco em corrupção dificilmente tem à disposição da polícia o que se chama de materialidade, como na apreensão de drogas. A investigação precisa conectar dados que vão — Esse tipo de investigação é muito difícil. Primeiro, porque não existe uma vítima que vai procurar a polícia. E também porque são crimes praticados por pessoas que se especializam nisso, que têm embasar evidências de que crimes foram cometidos e recursos, desviados. O quebra-cabeças envolve ainda conhecimento técnico das áreas investigadas, como saúde, saneamento básico, educação e programas federais que distribuem verbas para órgãos municipais e estaduais. planejamento visando a não ser pego — diz o juiz federal Daniel 15 janeiro *Fonte: Zero Hora # Serviço monitora aplicação de verbas Na tentativa de especializar e qualificar A aplicação ocorre, normalmente, na compra de bens em nome as investigações que rastreiam fraudes de “laranjas” e no envio de valores para fora do país. Quanto mais com verbas federais, foi criado há um tarde começa o trabalho para recuperar os valores, mais diminuem ano o Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Públicos, que distribuiu 17 unidades — uma delas em Porto Alegre — no país. Com a iniciativa, intensificou-se um novo método de investigar. as chances de retorno do dinheiro. — Entendemos que é mais eficiente e oportuno fazer as duas apurações paralelamente, trabalhar desde o começo já enfrentando Quando um gestor — como um prefeito — está sob suspeita de os frutos da corrupção para, a um só tempo, privar o criminoso desvio de dinheiro, em paralelo é feita a apuração de como ele do que lhe motivou e proporcionar o ressarcimento do erário, aplicou o recurso supostamente desviado. E, imediatamente, é quando for o caso. Até porque, condenações à pena privativa de solicitado à Justiça o bloqueio de bens. liberdade são raras nesse tipo de crime. Recuperar o dinheiro se A nova sistemática dá prioridade para a recuperação do patrimônio torna mais eficaz — explica o delegado Thiago Machado Delabary, desviado. Antes disso, as apurações ocorriam de forma isolada. Só da Unidade de Repressão a Desvios de Recursos Públicos (UDRP) depois de investigado o crime de corrupção ou de peculato, por da PF em Porto Alegre. NP exemplo, é que se passava a verificar a lavagem de dinheiro, ou seja, a forma como o recurso ilícito havia sido usado pelos suspeitos. 32 Marchionatti Barbosa. NP N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 *Fonte: Zero Hora Hotel e centro de negócios do Santos Dumont deve ser finalizado antes da Copa de 2014 Já o centro de negócios funcionará sete dias por semana e contará com recepcionistas bilíngues, serviços de impressão, cópia, digitalização, encadernação e plastificação de documentos, serviços de tradução para os principais idiomas comerciais, concierge, editoração eletrônica, vídeo e teleconferências, reservas de táxi, automóvel, hotel, cafeteria, restaurante, papelaria, loja de conveniência, entre outros. A vigência do contrato será de 25 anos, contados a partir da assinatura da ordem de serviço. O projeto deverá ser executado em tempo hábil para o recebimento de turistas na Copa de 2014. Em fevereiro do ano passado, o grupo já havia arrematado a concessão para construção e exploração comercial de hotel no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Antonio Carlos Jobim, o Galeão. NP Aldeia Maracanã será demolida para dar espaço a um novo estacionamento A empresa vencedora da licitação realizada para concessão de implantação e exploração do hotel e centro de negócios do Aeroporto Internacional Santos Dumont, no Rio de Janeiro, foi a GJP que levou o certame após apresentar uma proposta de R$ 270 milhões no valor e ágio de 17,79% sobre o inicial de R$ 229,23 milhões. O contrato contempla atividades de hotelaria, categoria 4 estrelas, com serviços de café da manhã incluídos na diária, room service e lavanderia 24 horas, traslado do hotel para o aeroporto, internet wireless gratuita e outras facilidades. O empreendimento também poderá oferecer atividades complementares, como loja de conveniência/joalheria, agência de viagem e loja de câmbio. A Copec Construções e Locações foi a empresa vencedora da licitação para demolição do prédio do antigo Museu do Índio, hoje chamado de Aldeia Maracanã, e construção de um estacionamento como parte das obras de modernização N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 33 do Maracanã para a Copa do Mundo-2014 e a Copa das Confederações-2013. Para realizar a demolição, a construtora receberá R$ 586 mil e terá 30 dias. Pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi concedida licença para o Estado demolir o prédio, mesmo contrariando parecer do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, que se mostrou contrário à demolição devido à sua importância histórica. O prédio abriga cerca de 150 índios de diversas etnias e foi sede do Museu do Índio entre 1953 34 a Copa de 2014 foi profundamente alterado, custando 32% a mais que o planejado nas licitações preliminares. A Matriz de Responsabilidade registrou alteração de valor em seis, das 11 arenas propostas em 2010. O Estádio Mané Garrincha, do Distrito Federal, será a arena mais cara, segundo dados da Matriz. O Governo do Estado afirma que o desembolso final poderá ser menor com os benefícios fiscais do Recopa, regime que concede benefícios tributários para obras em estádios, e atribui o orçamento e 1977, quando o acervo de cerca de 16 mil livros sobre a cultura indígena foi transferido para a Rua das Palmeiras, em Botafogo, na Zona Sul da cidade. maior ao fato de ter feito a licitação separada de itens que não estavam na previsão de gastos da Matriz, como cobertura, gramado e cadeiras. Dia 12/01, o Batalhão de Choque da Polícia Militar cercou o local à espera de uma ordem judicial que permitiria retirar os indígenas do local, porém os índios, acompanhados de manifestantes e simpatizantes do movimento, fizeram uma vigília no local, a liminar não chegou e os policiais deixaram o local no início da noite. Em comunicado assinado pela Empresa de Obras Públicas (Emop), o Governo do Rio disse que vai finalizar o cadastramento das 23 famílias indígenas que residem na Aldeia Maracanã antes de continuar o processo. Só depois dessa fase é que o governo fará a remoção dessas pessoas e a demolição do antigo museu. NP O Maracanã (SP), por exemplo, aparece com um acréscimo de R$ 74,9 milhões em seu orçamento, fechando a marca de R$ 882,9 milhões, e a Arena da Amazônia tem como novo custo o valor de R$ 583,4 milhões, quase R$ 70 milhões a mais que o previsto anteriormente. Arenas para copa já custam 32% a mais que o previsto Licitação para centro de treinamento no Cuiabá já está aberta Mesmo com a manutenção dos projetos, nos últimos três anos, o planejamento financeiro dos estádios que receberão Foi aberto o edital de licitação para construção do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Universidade Federal do N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 De acordo com o documento oficial, o custo das arenas para a Copa já supera R$ 7 bilhões, ou seja, um acréscimo superior a 32% em relação aos R$ 5,3, bilhões previstos. Deste montante, 91% serão executados com recursos públicos ou financiamentos do BNDES. NP Mato Grosso (UFMT), com capacidade para abrigar 1,5 mil torcedores e orçamento previsto de R$ 15,6 milhões. De acordo com o edital, é previsto o projeto executivo de arquitetura, fundações, terraplanagem, drenagem, pavimentação e estrutura metálica. Além disso, devem ser montadas as instralações hidrossanitárias, elétricas, de telecomunicações, de acessibilidade, luminotécnica, climatização e ventilação, prevenção e combate a incêndios. Paisagismo, gramado e comunicação visual também estão inclusos. O local, que deve ser uma das unidades de treinamento para as seleções que disputarão os jogos na Arena Pantanal durante a Copa do Mundo-2014, tem seu projeto idealizado pelo arquiteto e professor da UFMT, José Afonso Portocarrero, e compreende também uma área para imprensa, camarotes, áreas VIP, arquibancadas e pista oficial de atletismo no padrão internacional. A construção da usina faz parte do programa Minas Solar 2014, da Cemig, no qual, após a montagem dos módulos fotovoltaicos no Mineirão, será aberto processo de licitação para implantação de uma usina de 1,1 MWp no Mineirinho. A Martifer Solar é responsável pela elaboração dos projetos executivo, estrutural e elétrico, impermeabilização da cobertura de concreto, aquisição dos componentes necessários à montagem da usina, montagens mecânicas e elétricas, conexão à rede, comissionamento, e operação e manutenção por 24 meses. A capacidade de a Usina Solar Mineirão será de 1,42 MWp, energia suficiente para atender, aproximadamente, mil residências de consumo médio. NP As obras têm prazo de execução de 300 dias a partir da ordem de serviço. Mineirão recebe usina fotovoltaica para copa As obras para instalação de uma usina fotovoltaica na cobertura do Mineirão, estádio que sediará jogos da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014, já foram iniciadas pela Martifer Solar, empresa vencedora da licitação realizada em 2011. A preparação e limpeza da cobertura de concreto já foram feitas. A impermeabilização está em andamento e tem previsão de término em Janeiro. N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 35 Matéria Licitação de publicidade Licitação de publicidade Uma das contratações mais embaraçosas realizadas pela Administração Pública A publicidade é uma atividade profissional dedicada à difusão pública de ideias associadas a empresas, produtos ou serviços, especificamente, propaganda comercial. Publicidade é um termo que pode englobar diversas áreas de conhecimento que envolvam esta difusão comercial de produtos, em especial atividades como o planejamento, criação, produção e veiculação de peças publicitárias. Hoje, todas as atividades humanas se beneficiam como o uso da publicidade: Profissionais liberais, como médicos, engenheiros, divulgam por meio dela, os seus serviços; os artistas anunciam suas exposições, seus discos, seus livros, etc, a própria ciência vem utilizando os recursos da publicidade, promovendo suas descobertas e seus congressos por meio de cartazes, revistas, jornais, filmes, Internet e outros. E governo não podia ficar fora dessa, principalmente se tratando de interesses sociais e políticos. A analista de Controle externo do Tribunal de Contas da União, onde exerce a função de assessora do ministro Benjamin Zymler, co-autora do livro Licitações e Contratos: orientações básicas, editado pelo TCU, Karine Lilian de Sousa Costa Machado, explica as regras para realizar uma licitação para contratação de agências. “Em primeiro lugar deve ser definido o objeto da contratação. Isso porque nem toda contratação de serviços que possam ser compreendidos como de publicidade está sujeita à Lei 12.232/10. Referida norma destina-se a regular apenas licitações e contratos administrativos de atividades “complexas” de publicidade, que 36 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Karine Lilian de Sousa Costa Machado analista de Controle externo do Tribunal de Contas da União, onde exerce a função de assessora do ministro Benjamin Zymler, co-autora do livro Licitações e Contratos: orientações básicas, editado pelo TCU Licitação de publicidade Matéria envolvam serviços diferentes de modo integrado, tais como o planejamento, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa, bem como a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de De início, vale lembrar que estamos divulgação. falando de uma das contratações mais embaraçosas realizadas pela Administração. Trata-se de objeto com detalhamento pouco previsível por ocasião do certame e vinculado a regulamentações específicas, bem distintas de outros setores de prestação de serviços. Nesse contexto, muitas das falhas/irregularidades verificadas nos contratos de publicidade decorrem não de má-fé, mas da dificuldade de agentes da administração em trabalhar com as especificidades desse setor , Karine. Além disso, a nova lei aplica-se somente às contratações de serviços prestados necessariamente por intermédio de agências de propaganda. Com isso, se a Administração necessita contratar o conjunto de atividades, ou seja, se precisa da completude dos serviços, aplica-se a Lei 12.232/10. Caso contrário, se suas demandas não alcançam esse conjunto de atividades, mas apenas alguma delas, deve-se aplicar a Lei 8.666/93 e/ou a Lei 10.520/02”, explica. Conforme Karine, as licitações para contratação dos serviços de publicidade serão realizadas nas modalidades previstas na Lei 8.666/93, ou seja, convite, tomada de preços ou concorrência, a depender do valor da contratação. Ademais, devem adotar os tipos “melhor técnica” ou “técnica e preço” para fins de julgamento. As informações suficientes para que os interessados elaborem suas propostas técnicas deverão ser estabelecidas em um documento intitulado briefing. “Por fim, vale lembrar que a Lei 12.232/10 estabelece que o processamento e o julgamento do certame para contratação dos serviços de publicidade serão realizados por uma comissão permanente ou especial de licitação e por uma subcomissão técnica. As funções da comissão permanente ou especial englobam o recebimento, o exame e o julgamento dos documentos e informações que fazem parte das licitações, com exceção do julgamento das propostas técnicas, que será delegado a uma subcomissão técnica”, ressalta. Jorge Ulisses Jacoby Fernandes - Advogado, mestre em Direito Público, professor de Direito Administrativo, escritor, consultor, conferencista e palestrante. O Advogado, mestre em direito público, professor de Direito Administrativo, escritor, consultor, conferencista e palestrante, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, afirma que o inc. II do art. 25 da Lei de Licitações estabelece que não se admita a declaração de inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e divulgação. “Com a promulgação da Lei 12.232/10, que dispõe sobre normas gerais que tratam da licitação e contratação pela Administração Pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda, as licitações de serviços de publicidade deverão, obrigatoriamente, adotar os tipos “melhor técnica” ou “técnica e preço”. Outros instrumentos importantes são: a) a Instrução Normativa SECOM nº 4, de 21 de dezembro de 2010, que estabelece a sistemática de avaliação das propostas apresentadas pelas agências de publicidade; e b) a Instrução Normativa SECOM nº 5, de 6 de junho de 2011, que define publicidade como a ação de comunicação suas classificações”, destaca Jacoby. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 37 Matéria Licitação de publicidade Porque o governo contrata a agência O que caracteriza uma agência de publicidade é justamente e não contrata por o fato dela oferecer a integração dos serviços de planejamento, peça publicitária? pesquisa, criação, produção e veiculação da propaganda. A função dos descontos – 20% das verbas que seus clientes “O que caracteriza uma agência de publicidade investem em veiculação de mídia – é remunerar, de modo é justamente o fato dela global, esses serviços. Para garantir a qualidade da propaganda, oferecer a integração dos serviços de plane- foram criados mecanismos, de forma a evitar que os anunciantes jamento, pesquisa, realizem a sua própria publicidade e, consequentemente, esticriação, produção e mular a procura aos profissionais da área. Nesse sentido, destacaveiculação da propaganda. A função dos -se a vedação do desconto no preço de tabela aos anunciantes descontos – 20% das que contratam diretamente o veículo. Além disso, é vedada verbas que seus clientes a concessão de descontos diferenciados dos 20% às agências. investem em veiculação de mídia – é remunerar, Dentro desse modelo, é mais barato contratar uma agência do de modo global, esses que fazer a propaganda de modo autônomo, pois o anunciante serviços. Para garantir a qualidade da propa- teria um custo de veiculação idêntico, mas também precisaria ganda, foram criados arcar com os custos de criação e produção das peças , Jacoby. mecanismos, de forma a evitar que os anunciantes realizem a sua própria publicidade e, consequentemente, estimular a procura aos profissionais da área. Nesse sentido, destaca-se a vedação do desconto no preço de tabela aos anunciantes que contratam diretamente o veículo. Além disso, é vedada a concessão de descontos diferenciados de 20% às agências.Dentro desse modelo, é mais barato contratar uma agência do que fazer a propaganda de modo autônomo, pois o anunciante teria um custo de veiculação idêntico, mas também precisaria arcar com os custos de criação e produção das peças”, esclarece Jacoby. Contratação de agências de propaganda sem licitação Segundo Karine o governo pode contratar tanto a agência como realizar a contratação por peça publicitária. A contratação de peças ou campanhas publicitárias não está afastada pela legislação. Na realidade, a opção deverá ser feita pelo gestor, diante da necessidade da administração. “Não. A lei não estabelece nenhuma exceção à regra da licitação nos casos de agências de publicidade. O que pode ocorrer, como regra geral da Lei de Licitações, é a dispensa da licitação no caso de valor limitado em até 10% do valor do convite (art. 24, II)”, objetiva Jacoby. “Pode ser que determinado órgão ou entidade apresente reiterada e periodicamente idêntica necessidade de comunicação. Por exemplo, um órgão responsável pelas políticas de trânsito que anualmente demanda uma campanha publicitária para informar a população sobre os cuidados com o período das chuvas. Nesse caso, seria possível a contratação isolada da campanha, a ser concebida e produzida por uma agência de publicidade, na forma das Leis 8.666/1993 e 4.680/1965”, afirma Karine. Karine explica, que o inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal estabelece a obrigatoriedade de as contratações realizadas pelo Poder Público serem precedidas de prévio processo de licitação. Exceções a essa regra, segundo o texto constitucional, podem ser admitidas, desde que previstas em lei. Em outros casos, a contratação individualizada pode comprometer o interesse público. “Com efeito, grande parte das necessidades de comunicação do governo surge de acordo com fatos sociais, políticos ou econômicos que vão se sucedendo inopinadamente ao longo do tempo. Muitas vezes, o prazo para resposta do poder público a esses fatos não se compatibiliza com o tempo necessário à condução de um certame licitatório. 38 Ademais, a contratação por peça publicitária, na segunda hipótese, pode resultar em sobrecarga de trabalho incompatível com a capacidade operacional de unidades envolvidas nas contratações, seja no setor que realizará as licitações ou naquele responsável pelo gerenciamento dos contratos”, analisa Karine. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 A Lei 8.666/93, ao regulamentar o aludido dispositivo constitucional, conferiu especial ênfase aos serviços de publicidade, destacando-o entre os vários serviços de interesse do Poder Público a serem potencialmente licitados. “Nesse sentido, cumpre destacar o art. 2º do Estatuto Licitatório, que estabelece a necessidade da prévia licitação como regra para a contratação de serviços, "inclusive de publicidade", e o inc. II do art. 25, que expressamente veda a declaração de inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e divulgação”, conta Karine. Licitação de publicidade Logo, a licitação é o instrumento prévio e necessário para viabilizar a seleção de interessados em prestar esse serviço. Ademais, a inexigibilidade de licitação é figura liminarmente inaplicável à contratação dos serviços de publicidade. “Nesse contexto, restaria a possibilidade de contratação direta das agências de propaganda por dispensa de licitação fundamentada no art. 24 da Lei de Licitações. Mas seriam situações bem específicas, a exemplo de uma contratação emergencial, quando presentes os requisitos estabelecidos no inciso IV do aludido dispositivo”, ressalta. Características necessárias para uma agência prestar serviços para o Governo De acordo com a Lei 12.232/10, para ser contratada pela Administração Pública como prestadora de serviços de publicidade, a agência de propaganda deverá regular suas atividades pela Lei 4.680/65, que dispõe sobre o exercício da profissão de publicitário e agenciador de propaganda; e, ainda, ser detentora de certificado de qualificação técnica de funcionamento emitido pelo Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP) ou outra entidade fiscalizadora/ certificadora equivalente reconhecida por lei. Karine destaca, ainda, da referida Lei, a necessidade de a agência de propaganda a ser contratada desempenhar, em seu conjunto, todas as atividades relacionadas ao objeto do contrato, desde o planejamento, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição da publicidade aos veículos e demais meios de divulgação. “Isso porque a Lei 12.232/10, em seu art. 14, limita o uso da subcontratação nos contratos de publicidade a segmentos complementares à execução do objeto avançado”, afirma Karine. Para Jacoby, para estar apta a prestar serviços para o Governo, a agência de publicidade deverá cumprir os requisitos necessários para essa caracterização e previstos nas Leis 4.680/1965 e 12.232/2010 e no Código de Ética dos Profissionais da Propaganda. Além disso, deverá atentar-se para os requisitos de habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal e trabalhista, elencados na Lei de Licitações. Sobre a efetividade na aplicação dos recursos de publicidade, Jacoby afirma que o governo gasta mal. “O governo gasta muito e mal, porque o controle não está apto a avaliar a economicidade dos atos. A publicidade institucional deveria limitar-se a cumprir o dever informativo e nem mesmo esse é corretamente atendido. As atividades veiculadas acabam alimentando um processo distante dos fundamentos republicanos. Na esfera federal, a função consumiu R$ 626,4 milhões em 2011. No Distrito Federal, há lei específica que exige a divulgação dos gastos. Somente no segundo trimestre de 2012 o Governo do Distrito Federal gastou R$ 48, 4 milhões. O Correio Braziliense é o veículo que mais recebe recurso – R$ 4,3 milhões, em média, por Matéria trimestre –, seguido pela Rede Globo de Televisão – R$ 3,6 milhões, em média, por trimestre”, relata Jacoby. Erros cometidos pela Administração Pública na hora de contratar agências de publicidade “De início, vale lembrar que estamos falando de uma das contratações mais embaraçosas realizadas pela Administração. Trata-se de objeto com detalhamento pouco previsível por ocasião do certame e vinculado a regulamentações específicas, bem distintas de outros setores de prestação de serviços. Nesse contexto, muitas das falhas/irregularidades verificadas nos contratos de publicidade decorrem não de má-fé, mas da dificuldade de agentes da administração em trabalhar com as especificidades desse setor”, conta Karine. De qualquer forma, extraem-se das auditorias realizadas pelo TCU nos contratos de publicidade as seguintes falhas/ irregularidades mais recorrentes: - indefinição do objeto contratado; - falta de comprovação das veiculações; -intermediação desnecessária, nos ajustes firmados pela administração, da agência de publicidade, a exemplo dos contratos de patrocínio; - pagamento de serviços não executados ou de execução não comprovada; - subcontratação de serviços sem apresentação de orçamento ou com orçamento de idoneidade duvidosa; - sobrepreço na aquisição de bens e serviços subcontratados; - pagamento por prestação de serviços fora do objeto do contrato; - serviços prestados sem aprovação prévia da Administração. Sobre os maiores erros cometidos pela Administração Pública na hora de contratar agências de publicidade, Jacoby esclarece que a maior dificuldade, atualmente, diz respeito à estrutura remuneratória das agências de publicidade pelos serviços prestados. “Uma das complicações da definição de um pagamento por esse serviço é o fato de que ele abrange atividades muito diversas como pesquisa, criação, planejamento, produção, etc. Em audiência pública realizada na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, em 8 de novembro de 2011, na qual se debateu o tema, o Secretário de Controle Externo do TCU, Sérgio Salustiano, ressaltou que “a lei não soluciona a questão, o que pode gerar questionamento no TCU”. O secretário se referia, especificamente, ao que prevê o inciso V do art. 6º da Lei 12.232/10, que estabelece, como um dos elementos para a elaboração do instrumento convocatório das licitações de publicidade, uma proposta de preço NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 39 Matéria Licitação de publicidade que conterá “quesitos representativos das formas de remuneração vigentes no mercado publicitário””, relata Jacoby. Agência Para conhecer mais a fundo o processo de contratação das agências de publicidade, conversamos com a agência Giacometti Comunicação, que atua na prestação de serviços a Administrações Públicas há mais de 15 anos. E segundo Marcelo Magalhães, diretor de Desenvolvimento da Giacometti Comunicação, a agência já atendeu diversas Administrações municipais, estaduais e federais, bem como empresas públicas. Atualmente é uma das agências que atende a Embratur, o Sebrae, o Banco do Brasil, o BNDES e a Loteria Mineira. Normalmente, as campanhas para órgãos públicos têm qual enfoque? O enfoque das campanhas varia de acordo com os objetivos institucionais e mercadológicos de cada instituição ou empresa. Pode ser um conteúdo educacional ou de caráter social, como uma campanha de saúde pública ou uma campanha promocional de produtos e serviços de empresas públicas que disputam o mercado com a iniciativa privada em diversas áreas. Como prestadora de serviços para o governo, a Giacometti se sente participante do desenvolvimento social do país? A qualidade e a eficácia do trabalho de comunicação da Giacometti para a área pública seguem os mesmos padrões da prestação de serviços para a iniciativa privada, ou seja, compromisso permanente com resultados. Nesse sentido, na medida em que nosso trabalho contribui para o bom desempenho da administração pública na prestação de serviços à sociedade, damos nossa efetiva contribuição ao desenvolvimento econômico e social do país. Como funciona a publicidade de utilidade pública? A chamada publicidade de utilidade pública tem uma regulamentação específica, a Instrução Normativa nº 28, de 6 de junho de 2002, que define suas características e um custo diferenciado, com expressivo desconto negociado entre o governo e os veículos de comunicação. É preciso que a mensagem tenha como objetivo informar, orientar, avisar, prevenir ou alertar a população ou segmento da população para adotar comportamentos que lhe tragam benefícios sociais reais, visando melhorar a sua qualidade de vida. Precisa ter uma orientação ou comando claro para o cidadão e não pode haver nenhum objetivo mercadológico – a mensagem é estritamente institucional, informativa, educacional. 40 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 A Giacometti já teve alguma campanha feita para administração pública que foi premiada? A Giacometti sempre teve vários clientes da administrçaão pública com premiações de nível nacional e internacional. Entre as mais recentes, podemos citar a campanha para o Sebrae, que conquistou o Prêmio Profissionais do Ano, da Rede Globo, em 2012; o BNDES, que recebeu Ouro e Bronze do Prêmio Colunistas Rio, em 2012; e a Embratur, Ouro do Prêmio Colunistas Nacional, em 2012. O processo licitatório, na opinião da Giacometti, é adequado para contratar publicidade? O processo licitatório procura criar condições democráticas para que toda agência possa ter oportunidade de prestar serviços à administração pública. Nesse sentido, é adequado e atende às exigências legais. E a melhor forma de garantir a disputa de mercado, com transparência e permite à Administração Pública contratar serviços de alta qualidade a preços competitivos. Quais expertises uma agência precisa ter para participar de uma licitação? Basicamente, as mesmas que são exigidas na prestação de serviços normal a clientes, tanto da área pública quanto da iniciativa privada. As licitações públicas selecionam empresas com base em sua competência técnica e idoneidade. Para isso, existem leis específicas, que definem as exigências contidas nos editais. Em uma concorrência, a administração busca identificar a agência melhor qualificada para a prestação de serviço específica. Além de cumprir todas as exigências legais, a agência precisa apresentar um trabalho criativo de qualidade, dentro das regras de cada edital. Tudo conta ponto em uma licitação: o currículo dos profissionais, a experiência da agência, a carteira de clientes, o histórico de mercado. Além disso, a qualidade final do trabalho apresentado na proposta técnica e atenção com os detalhes da prestação de informações e documentos. Patrocínio O patrocínio ocorre quando uma empresa paga para um evento ou uma entidade não-lucrativa e oferece apoio, em troca de propaganda ou outro benefício. O patrocínio pode ocorrer em eventos, apresentações, publicações. Ambas as partes envolvidas saem beneficiadas com o patrocínio. A empresa que promove recebe valores para concretizar e a empresa que patrocina recebe publicidade e notoriedade. Para perceber e entender como o patrocínio pode ser vantajoso para o governo e também para as empresas privadas, conheça os dados dos principais patrocinadores do governo: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras. Licitação de publicidade Caixa Econômica Federal Matéria De quanto é o valor previsto para os patrocínios em 2013? A dotação orçamentária para patrocínio está em fase de aprovação. Banco do Brasil O patrocínio é visto pela Caixa como uma forma de participar do desenvolvimento social? A CAIXA tem como missão atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro. Por meio de patrocínios de eventos que visem o desenvolvimento social, a CAIXA expressa à importância como agente indutor para a melhoria da condição e da qualidade de vida da sociedade brasileira. Como é definido quem a Caixa irá patrocinar? O patrocínio é visto pelo BB como uma forma de participar do desenvolvimento social? Sim. Nos casos de Centros Culturais, a maior parte dos patrocínios são realizados via Lei Rouanet, seguindo as diretrizes do MinC com apoio a projetos que valorizam a inclusão social e a disseminação da cultura brasileira. Os projetos são analisados pela área de marketing da CAIXA, Como é definido quem o BB irá patrocinar? que emite parecer, priorizando aqueles que possuem maior A definição dos projetos culturais a serem patrocinados é realizada de forma democrática por meio de Seleção Pública, a partir de inscrição de projetos observando Edital de Patrocínios Culturais, publicado em Diário Oficial da União e amplamente divulgado pelo BB. aderência com os objetivos estratégicos do banco, de acordo com limite orçamentário. Qual foi o investimento feito em 2012? Patrocínios segmento social = R$ 2.400.000,00 Patrocínios segmento desenvolvimento urbano = R$ 3.400.000,00. Total: R$ 5.800.000,00 Que retornos são obtidos com os patrocínios? - Sedimentação da imagem institucional da CAIXA; - Incremento de negócios financeiros; - Oportunidade para divulgação de produtos e serviços da CAIXA; - Contribuição para o desenvolvimento social do país; - Valorização do ser humano; - Respeito à diversidade; Quais são os passos para obter um patrocínio? Encaminhar a proposta de patrocínio para análise para a Gerência Nacional de Promoções, Cultura e Esporte, na matriz, em Brasília, ou para as Representações de Marketing nas Superintendências Regionais da CAIXA. Os critérios de seleção dos projetos baseiam-se na relevância conceitual e temática, inovação, impacto social, viabilidade técnica e adequação física e financeira. A linha de atuação dos Centros Culturais do Banco do Brasil abrange a realização de eventos nas áreas de artes cênicas, exposições, ideias, música e programa educativo, priorizando a diversidade temática, a multiplicidade de linguagens e, principalmente, a qualidade da sua programação. O Banco do Brasil não patrocina produção de CD, livro ou filme, isoladamente. Em 2013/2014, o Eixo Curatorial da programação visa a estimular a reflexão e a experiência do público e o compromisso com a sustentabilidade e com a inclusão social. Os projetos deverão valorizar e fortalecer a memória e a diversidade da cultura brasileira. Deverão também contemplar temas relevantes da sociedade contemporânea, novas linguagens, a convergência para novas mídias, a nova produção cultural brasileira, a transversalidade das artes, o intercâmbio com a arte de outros países, a educação e a democratização da cultura, a apropriação dos temas de grandes eventos esportivos no Brasil sob o prisma da cultura, bem como a realização de projetos internacionais relevantes, que insiram/ mantenham o Brasil no circuito mundial das artes. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 41 Matéria Licitação de publicidade Qual foi o investimento feito em 2012? O investimento total para os Centros Culturais foi de 41 Educação para a Qualificação Profissional, e a Garantia dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. milhões. Os projetos passam por uma triagem administrativa, técnica, Que retornos são obtidos com os patrocínios? deliberativo. As avaliações são conduzidas por comissões de A incentivar a cultura o BB obtém retorno de imagem, por externos à Petrobras com reconhecida competência, que comissão de seleção e, em última instância, por um conselho meio do vínculo a atributos positivos dos projetos culturais e da disseminação da arte no país. A Empresa também se beneficia de renúncia fiscal por meio da Lei Rouanet, na maioria dos projetos, além de se tornar agente de democratização e seleção formadas por técnicos da companhia e profissionais incluem representantes da sociedade civil, de universidades, de poder público e jornalistas convidados. A seleção pública garante abrangência nacional dos projetos fomento à cultura. aprovados, sendo que os projetos desenvolvidos em áreas de Quais são os passos para obter um patrocínio? zados nas situações de empate técnico, em qualquer uma das Ter boas ideias e desenvolve-las em projetos de qualidade públicas da Petrobras: http://www.petrobras.com.br/pt/meio- influência das Unidades do Sistema Petrobras serão priori- e bem elaborados que deverão ser inscritos no período da Seleção Pública e estar dentro dos parâmetros apresentados no Edital. fases do processo de seleção pública. Veja o site de seleções -ambiente-e-sociedade/selecoes-publicas/ A Petrobras também realiza seleções públicas para investimento em projetos ambientais, culturais e de esporte educa- De quanto é o valor previsto para os patrocínios em 2013? O valor previsto para o patrocínio dos Centros Culturais é R$40 milhões cional. Qual foi o investimento feito em 2012? De quanto é o valor previsto para os patrocínios em 2013? Em 2012, a Petrobras lançou a seleção pública do Programa Petrobras Petrobras Desenvolvimento &Cidadania, que destinará R$ 145 milhões nos próximos dois anos em projetos sociais em todo o país, o maior investimento de todas as edições do programa. Que retornos são obtidos com os patrocínios? O patrocínio é visto pela Petrobras como uma forma de participar do desenvolvimento social? O objetivo é apoiar iniciativas que fortaleçam o compromisso Os programas de patrocínio refletem o compromisso da da Petrobras como empresa que atua com responsabilidade Petrobras em contribuir com desenvolvimento social, econô- Esses patrocínios também colaboram para o reconhecimento social. Para a sociedade, os principais benefícios são a multipli- mico e sustentável do Brasil. cação de iniciativas capazes de promover a melhoria da quali- Como é definido quem a Petrobras irá patrocinar? Quais são os passos para obter um patrocínio? geração de renda, e o fortalecimento dos direitos das popu- Como forma de democratizar o acesso aos recursos e garantir a transparência do processo de patrocínio, a Petrobras realiza seleções públicas nacionais a cada dois anos. Os projetos sociais devem estar relacionados com as seguintes linhas de atuação: Geração de Renda e Oportunidade de Trabalho; a 42 da Petrobras com o desenvolvimento sustentável do país. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 dade de vida, a ampliação das oportunidades de trabalho, a lações e grupos sociais mais pobres ou vulneráveis Todos os projetos patrocinados pela Petrobras são submetidos a um rigoroso processo de análise e acompanhamento com foco no seu monitoramento e na avaliação de seus resultados. A Petrobras fiscaliza regularmente os projetos através de análise de relatórios periódicos e, eventualmente, visitas técnicas. Além disso, estão sujeitos a auditorias internas e externas (Tribunal de Contas da União e da Corregedoria Geral da União). Sou fornecedor e agora? Lourenço Andreatta Oliveira Diretor da Bigmaster Licitações e palestrante dos cursos de Pregão Eletrônico, Sistema de Registro de Preços e Regime Diferenciado de Contratações para os licitantes do governo. 1 A ausência do representante legal impossibilita a 2 O pregoeiro poderá negociar com o proponente da R: A ausência do representante não impede a empresa R: Sim. Sempre que possível o pregoeiro deverá nego- de participar do certame, somente impede o licitante ciar diretamente com o vencedor para obtenção de de participar da fase de lances, entretanto a proposta melhores preços. empresa de participar do Pregão Presencial? proposta vencedora para obter um melhor preço? inicial é válida como parâmetro para a disputa, e caso ao final da sessão esta seja a melhor proposta, este será 3 No Pregão o lance verbal substitui a proposta escrita? sagrado vencedor do certame.Neste caso a proposta é R: Os lances ofertados verbalmente torna a proposta válida, mas a empresa arcará com o ônus de não poder feita por escrito de preço sem efeito, são os novos realizar lances e nem se manifestar através de recurso lances que passam a contar para classificação dos lici- contra decisão do pregoeiro. tantes. Ana Eliza Marques Soares Advogada, Pós-Graduanda em Direito de Administrativo pelo Instituto Romeu Felipe Barcellar, Consultora Jurídica na área de licitações e contratos administrativos da Bigmaster Licitações 4 Qual o critério da Administração para a escolha da modalidade da licitação? Pregão: Presencial ou Eletrônico? minadas em razão do valor estimado da licitação, conforme estabelece o Art. 23 da Lei 8.666/93. A modalidade Pregão, adotada para aquisição de bens Ana Soares: As modalidades de licitação, Concor- e serviços comuns, conforme estabelece o art. 1º da rência, Tomada de Preços e Convite serão deter- Lei 10.520/02, será determinada quando os padrões O Pregoeiro . dezembro 2012 43 Sou fornecedor e agora? de desempenho e qualidade possam ser objetiva- O Decreto 3.555/00 regulamenta a modalidade mente definidos pelo edital, por meio de especifica- Pregão na forma presencial no âmbito da União. O ções usuais no mercado (Parágrafo Único). Decreto 5.450/05 regulamenta a modalidade Pregão A escolha da modalidade fica a cargo da Adminis- na forma eletrônica no âmbito da União. O Decreto tração Pública, a qual adequará o objeto as possibi- 5.504/05 estabelece a exigência do Pregão, preferen- lidades previstas em lei. Sendo assim, o fornecedor cialmente na forma eletrônica, no âmbito da União. não pode se manifestar quanto à escolha da modalidade. Seguindo a linha de Diógenes Gasparini[1], entendemos que o Pregão é cabível quando o objeto da licitação tratar-se de bem ou serviço comum, de uma mesma licitação com as duas empresas? sendo nesse caso obrigatório. O art. 3º do Decreto R: Sim. Conforme já analisado no Blog desta revista, 3.555/00 traz a idéia de obrigatoriedade sendo que a Lei 8.666/93 prevê no seu artigo 9º as vedações seu texto dispõe que “os contratos celebrados pela na participação em licitação ou na execução de obra União, para a aquisição de bens e serviços comuns, ou serviço e do fornecimento de bens, nos seguintes serão precedidos, prioritariamente, de licitação termos: “não poderá participar, direta ou indireta- pública na modalidade de pregão, que se destina a mente, da licitação ou da execução de obra ou serviço garantir, por meio de disputa justa entre os interes- e do fornecimento de bens a eles necessários: I - o autor sados, a compra mais econômica, segura e eficiente.” do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; A modalidade Pregão trouxe diversas diferenças entre II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável as modalidades previstas na Lei 8.666/93, conforme pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da leciona Jorge Ulisses Jacoby Fernandes[2]: qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista “O pregão apresenta as seguintes características: ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital a) Limitações do uso a compras e serviços comuns; com direito a voto ou controlador, responsável técnico b) Possibilidade de o licitante reduzir o valor da proposta; c) Inversão das fases de julgamento da habilitação e da proposta; d) Redução dos recursos a apenas um, que deve ser apresentado no final do certame.” Contudo, não há duas modalidades de Pregão, mas sim duas formas (presencial e eletrônica), ambas dotadas das características acima destacadas, mas cada qual com suas peculiaridades. [1] [2] 44 5 Sou proprietário de duas empresas. Posso participar GASPARINI, Diógenes. Pregão presencial e eletrônico. Belo Horizonte: Fórum, 2006. FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 2. ed. ver. e ampl., 4. tiragem. Belo Horizonte: Fórum, 2007, p.455. O Pregoeiro . fevereiro 2013 ou subcontratado; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação”. Neste sentido, a participação de duas empresas, com diferente razão social, mas com o mesmo quadro de sócios, não se enquadra na vedação prevista no artigo citado. Dessa forma, o princípio da competitividade deve ser observado, no sentido de que não há que se impor obstáculos à competição de empresas, haja vista a autonomia destas. Além disso, de acordo com o princípio do julgamento objetivo, impõe-se que o julgamento das propostas se faça com base no critério indicado no instrumento convocatório. Não havendo nenhum impedimento, não há motivos para obstar a participação das empresas. Esse é o entendimento do Tribunal de Contas da União, proferido no Acórdão 297/2009 – Plenário. Tecnologia do governo para o cidadão Sede do Tudo Fácil recebe autoatendimento da polícia terminal de O primeiro terminal de autoatendimento da Delegacia de Polícia Online foi instalado na sede do Tudo Fácil, no Centro de Porto Alegre (RS). De forma prática, a tecnologia permite que o cidadão registre ocorrência de perda, furto, acidentes de trânsito sem lesão ou morte e localização de documentos e objetos, sem precisar se deslocar a uma delegacia. A intenção da instalação o equipamento, veio da facilidade e melhora do atendimento aos cidadãos que necessitam deste serviço, aproximando a polícia e a comunidade. O Tudo Fácil, Central de Serviços ao Cidadão, foi inaugurado em 1998, com a finalidade de concentrar, em um único espaço físico, os serviços públicos mais divulgação demandados pelo cidadão. O objetivo principal é a melhoria da qualidade da prestação do serviço público, caracterizada em atendimento personalizado, rápido e resoluto, reduzindo tempo e esforços dos usuários. NP Rádio do Piauí tecnologia digital recebe transmissor com Um novo transmissor com tecnologia digital (Transmissor MTA F12) foi adquirido e instalado na Rádio Antares Am 800 para comemorar seus 25 anos, como uma iniciativa da Fundação Rádio e TV Educativa do Estado do Piauí em parceria com o Ministério das Comunicações. A mudança de tecnologia modulada para digital da rádio traz aos ouvintes uma melhor qualidade de áudio, comparável a das FMs, e amplia o alcance da programação para todo o Estado do Piauí. N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 45 Tecnologia do governo para o cidadão O investimento que o Governo do Estado fez com a aquisição do transmissor comprova o comprometimento na ampliação da comunicação pública, já que o novo transmissor deixará a Rádio Antares em pé de igualdade com as melhores rádios públicas do país. Alcançando todo o estado do Piauí, a Rádio Antares AM 800 também investirá em uma nova programação, contando com maior participação do ouvinte através de ligações e e-mails, o que promete um aumento significativo na participação popular. Além das ondas da rádio, também é possível ouvir a programação da Antares AM 800 pela web (www.fundacaoantares.org) e ainda via satélite. A partici- divulgação pação popular pode ser feita através do telefone (86) 3216 5055 NP Rede governo O portal Rede Governo ( www.redegoverno.gov.br ) possui interface voltada para a prestação de serviços ao cidadão e conta com mais de 26 mil links para serviços e informações que garantem o acesso a consultas como CPF ou situação eleitoral, verificação do andamento de processos de aposentadoria ou dados sobre licitações. Permite ainda a realização de vários serviços transacionais como pagamento de taxas e impostos, emissão de certidões e guias, solicitação de registros e outros. Os serviços relacionados à Previdência Social, como concessão de aposentadoria, auxílio-doença e revisão de benefícios estão entre os mais procurados. NP 46 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Tecnologia do governo para o cidadão internacional Internacional Cidade do Texas abre uma biblioteca pública digital Em Bexar County, Texas, o juiz Nelson Wolff embarcou em uma missão para criar um sistema de biblioteca digital. Depois de meses de planejamento, foi anunciado, em 11 de janeiro de 2013, que será lançado o sistema nacional de primeira biblioteca (Bookless) pública, chamada de BiblioTech. A localização do protótipo no South Side vai abrir no outono. Segundo os idealizadores a biblioteca se parecerá com uma loja da Apple. Pois foi inspirada na biografia e trabalhos de Steve Jobs. A biblioteca (Bookless) não será um substituto para a biblioteca tradicional da cidade, mas sim um acessório. Quando se trata de outras bibliotecas (Bookless) em todo o país, nenhuma parece existir, embora a cidade de San Antonio estar planejando uma também. Em 2011, Newport Beach, na Califórnia, decidiu fazer sua (Bookless) biblioteca digital, mas retirou os planos. E em 2002, a Tucson-Pima do Arizona abriu um pequeno ramo Bookless, mas acrescentou livros a pedido da comunidade. Uma das primeiras Bookless foi uma biblioteca acadêmica aberta na Universidade do Texas em San Antonio em 2010, e foi recebido de forma positiva. Bookless é um termo utilizado para se referir a esse modelo de biblioteca digital divulgação e pública. NP N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 47 Matéria Aeroportos, PAC, Sustentabilidade e RDC Aeroportos, PAC, Sustentabilidade e RDC Principais iniciativas do governo, no ano da Copa das Confederações, para resolver os problemas de infraestrutura até a Copa de 2014 Segundo informações do TCU, em dezembro de 2012, os gastos previstos estavam estimados em R$ 29,3 bilhões, sendo R$ 6,8 bilhões relacionados à construção dos estádios, R$ 11,8 bilhões nas obras de mobilidade urbana, R$ 7,3 bilhões nos aeroportos, R$ 2,5 bilhões para a segurança pública, R$ 0,9 bilhões nos portos e R$ 0,4 bilhões em telecomunicações. Afora os investimentos em turismo e saúde. Aeroportos A presidenta Dilma Rousseff já anunciou que o governo investirá R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais. O plano integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Também foi divulgada a concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG). A previsão é que o edital de licitação seja lançado em agosto de 2013 e que o leilão aconteça em setembro. Os aeroportos concedidos serão fiscalizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que também é gestora dos contratos. O governo concederá ainda isenção de tarifas aeroportuárias para terminais com movimentação inferior a 1 milhão de passageiros por ano e subsídios para rotas entre cidades pequenas e médias. A intenção é incentivar a aviação regional. Em seu discurso, a presidenta Dilma Rousseff, disse que as ações fazem parte de toda uma série de iniciativas tomadas para resolver os gargalos da infraestrutura do Brasil. Dilma também relatou um panorama dos aeroportos nacionais. “O Brasil dispõe de 689 aeroportos públicos, fora das capitais. Mais 31 aeroportos em capitais, totalizando 720 aeroportos públicos. E dispõe de 1900 - um pouco mais de 1900”, disse. De acordo com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, o Banco do Brasil ficará responsável pela gestão dos projetos e dos investimentos nos aeroportos regionais. Bittencourt disse ainda que os incentivos vão permitir que população do interior possa ter acesso as grandes capitais com um transporte aéreo de qualidade, além de incentivar novas rotas regionais. O governo federal anunciou também a criação da empresa Infraero Serviços, uma subsidiária da Infraero, que atuará em parceria com um operador internacional. O objetivo é qualificar o quadro profissional da Infraero, prestar consultoria e treinamento para melhorar os serviços prestados. Entre os aeroportos principais, com investimentos para Copa, São Paulo foi a cidade que mais recebeu investimentos, R$ 2,071 bilhões, na seqüência vem Campinas, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Natal, Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Cuiabá, Curitiba, Salvador e por último Recife com R$ 20 milhões. *com informações planalto.gov.br Infraero serviços Infraero Serviços, subsidiária da Infraero terá foco na prestação de serviços para a própria estatal e na assessoria a prefeituras em projetos de aeroportos regionais. 48 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Aeroportos, PAC, Sustentabilidade e RDC Matéria O objetivo de transferir algumas atividades da Infraero RDC para a Infraero Serviços é dar mais agilidade na prestação desses serviços. timentos públicos e privados. Pelo lado do governo, a ordem é dar mais agilidade ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e para isso o governo está transferindo para as empreiteiras a tarefa de elaborar projetos, queimando uma etapa que anda a passos lentos no serviço público. Livres das formalidades da máquina estatal, as empresas ganharão tempo. Porém, terão de arcar com eventuais aumentos de custos decorrentes de erros de projeto e atrasos. Sobre a prestação de assessoria a prefeituras, a Infraero pretende atender à demanda dos municípios que foram contemplados com investimentos em aeroportos regionais. Muitas prefeituras não têm expertise nessa área e precisarão de apoio. A Infraero poderia também oferecer serviços operacionais para esses municípios. A Infraero será majoritária na nova empresa, mas o tamanho da fatia do sócio que o governo busca para o negócio ainda não está definido. A ideia agora é chamar grandes operadores de aeroportos estrangeiras ao País para conhecer o projeto da Infraero Serviços. *Redação e Ministério do Planejamento PAC Em 2007, no segundo mandato do presidente Lula (2007-2010), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi criadfo para promover a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável. Nos seus primeiros quatro anos, o PAC ajudou a dobrar os investimentos públicos brasileiros (de 1,62% do PIB em 2006 para 3,27% em 2010) e ajudou o Brasil a gerar um volume recorde de empregos – 8,2 milhões de postos de trabalho criados no período. As ações do PAC 2 concluídas em setembro de 2012 correspondem a 38,5% das ações previstas para o período 2011-2014. O valor total de obras finalizadas atingiu R$ 272,7 bilhões. Esse resultado é 82% superior ao mesmo período do ano passado, quando o volume de obras concluídas era de R$ 80,2 bilhões. A execução global do programa atingiu 40,4% do investimento total previsto até 2014. O PAC 2 investiu R$ 385,9 bilhões em obras de infraestrutura logística, social e urbana até setembro de 2012. O valor é 19% superior ao resultado obtido em junho de 2012 e 26% maior do que o mesmo período de 2011. A presidente Dilma Rousseff quer ampliar os inve- O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), por exemplo, está licitando oito obras nesse novo formato, chamado de Regime Diferenciado de Contratação (RDC) Integrado. O novo instrumento deverá ser utilizado também na área social, como as obras de reconstrução na região serrana do Rio. O RDC Integrado pode ainda eliminar um foco de corrupção no serviço público: os aditivos. Hoje, o governo contrata a construção de uma estrada, por exemplo, e não raramente aumenta o preço pago à empreiteira por causa de dificuldades não antecipadas na fase da elaboração do projeto, como um tipo de solo que exija um pavimento diferente. No RDC Integrado não tem aditivo. Esse mecanismo é uma evolução do RDC, um modelo simplificado de contratação de obras e serviços criado para acelerar a escolha de fornecedores de produtos e serviços para as obras da Copa do Mundo. Desde julho passado, o RDC pode ser utilizado em todas as obras do PAC. No Dnit, o uso do RDC reduziu o prazo dos trâmites burocráticos de 250 dias para algo entre 60 e 90 dias. Além disso, os preços caíram perto de 15%. Na Infraero, os prazos de contratação caíram de 120 dias para 60 a 90 dias, e os preços ficaram 12% inferiores ao inicialmente orçado. Animada com os resultados, Dilma já orientou seus ministros que têm projetos no PAC a só utilizarem o RDC. O RDC é mais rápido que o sistema tradicional de licitações do governo porque adota o que os técnicos chamam de inversão de fases. No sistema antigo, todas as empresas candidatas a vender produtos ou serviços para o governo precisam apresentar documentação mostrando que estão capacitadas. Às vezes, surgem disputas judiciais já nessa fase, o que gera atrasos. Só então é escolhida a vencedora, conforme o critério do menor preço, e também aí a questão pode ir para a Justiça. No RDC, primeiro é feito um leilão para definir o preço e só a documentação da vencedora é analisada. Só há uma fase em que é possível haver questionamento judicial. Com isso, economiza-se tempo e dinheiro. *Com informações da Agência Estado NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 49 Matéria Aeroportos, PAC, Sustentabilidade e RDC Sustentabilidade O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou o Termo de Referência para o Projeto de Cooperação Técnica “Produção e Consumo Sustentáveis”. O objeto é a contratação de consultoria técnica para desenvolver conteúdos referentes à Iniciativa de Compras Sustentáveis na realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O governo brasileiro desenvolveu o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) e assinou um projeto de cooperação técnica com o PNUMA, em dezembro de 2010, visando o apoio na sua implementação. O PPCS integra e articula ações do Ministério do Meio Ambiente e de outros Ministérios que compõe o Comitê Gestor Nacional de Produção e Consumo Sustentáveis, do setor privado e da sociedade civil, para fomentar dinâmicas e ações que mudem o atual paradigma de produção e consumo contribuindo significativamente para o desenvolvimento sustentável da economia e da sociedade brasileiras. aumentará a demanda por bens e serviços específicos, ao mesmo tempo que gera a oportunidade para que um grande número de agentes sejam conscientizados e capacitados no país acerca da possibilidade de diminuição do impacto dos seus produtos por meio de processos de aquisição que considerem critérios de sustentabilidade na cadeia de suprimento. “O tema das compras sustentáveis tem recebido cada vez mais atenção no setor público considerando que normalmente representam entre 8 e 30% do PIB nacional. No contexto da Copa do Mundo, entende-se que a capacitação de agentes privados também devem ser consideradas pela alta demanda por bens e serviços que será suprida por esse setor”, cita o texto da PNUMA no Termo de Referência. Mobilidade Urbana As prioridades do Plano foram estabelecidas em um conjunto de 17 temas prioritários, identificados como a espinha dorsal do PPCS, sendo os seis primeiros eleitos como prioridades para o período 2011-2013. São eles: 1) Varejo e consumo sustentáveis 2) Agenda Ambiental na Administração Pública/A3P; 3) Educação para o consumo sustentável; 4) Aumento da reciclagem de resíduos sólidos; 5) Compras públicas sustentáveis; 6) Construções sustentáveis; 7) Integração de políticas em PCS; 8) Fortalecimento de uma articulação nacional em PCS; 9) Inovação e difusão de tecnologias em PCS; 10) Desenvolvimento de indicadores em PCS; 11) Divulgação e capacitação em PCS; 12) Agricultura e pecuária sustentáveis; 13) Fomento a produção e consumo sustentáveis; 14) Diminuição do impacto social e ambiental na geração e uso de energia; 15) Rotulagem e análise do ciclo de vida; 16) Rotulagem para expansão sustentável do uso de biocombustíveis; 17) Estímulo à criação e expansão de negócios/mercados com inclusão social e menor impacto ambiental. Em 2014 o Brasil sediará um dos maiores eventos esportivos internacionais, a Copa do Mundo da FIFA de Futebol. Segundo a PNUMA, o evento desperta a atenção para que esforços sejam feitos para minimizar seus impactos ambientais negativos, ao mesmo tempo que promove a chance para a identificação de oportunidades e benefícios para os organizadores, participantes e provedores de serviços, contribuindo potencialmente com um legado positivo e duradouro para o país hospedeiro. Conforme o Termo de Referência, um evento como a Copa do Mundo de 2014 50 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Segundo o Ministério das Cidades, o valor total de investimento em Mobilidade Urbana para a Copa 2014 é de R$ 8,951 milhões. Para 2013 ainda não há uma previsão de quanto será liberado, pois os recursos são liberados de acordo com a execução da obra. Todas as obras de mobilidade urbana vinculadas à Copa são aprovadas pelo Gecopa – Grupo Gestor da Copa. Os recursos de financiamento são provenientes do FGTS ou FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador. Após a efetivação do contrato de financiamento, a CAIXA e o BNDES medem a etapa da obra executada e efetuam os desembolsos. O dinheiro é liberado, portanto, de acordo com a execução da obra. Existem 45 projetos em obras. Neste primeiro semestre está prevista a conclusão de seis obras e outras 20 no segundo semestre. NP Divulgação Divulgação R$ 2,70 R$2,9 milhões Transporte público do Distrito Federal terá nova empresa responsável Aeronáutica promove Pregão nacional e consórcio do Acre vence O vencedor do Pregão eletrônico realizado pela Aeronáutica A empresa São José foi homologada vencedora do lote cinco para a aquisição de armários que irá para a base de Rondônia, da licitação para operar o transporte público no Distrito foi um consórcio formado pelas empresas J.Sabino, Sulatina Federal apresentando proposta de tarifa de R$ 2,70, que e Real Móveis, do Acre, que ganharam o certame com uma aguarda apenas a aprovação final do Governo do Estado. proposta de R$ 2,9 milhões. A capital foi dividida em cinco bacias, como plano de rees- Esta é a primeira vez que empresas do ramos de marcena- truturar o sistema do transporte público. Responsável pela segunda maior bacia, a empresa vencedora tem seis meses rias do Acre vencem uma licitação deste porte. A notícia foi comemorada pelo setor e órgãos do Estado, que há muitos para colocar uma frota de 578 veículos novos fazendo anos vem fomentado a política industrial/florestal da região. trajetos entre as localidades de Ceilândia, Taguatinga, Hoje o Acre possui 70% de suas marcenarias licenciadas, a Brazlândia, Vicente Pires, SCIA, Sai e Cruzeiro, ficando madeira comercializada é proveniente de Planos de Manejo responsável por 21% dos coletivos do DF. Comunitários e Privados e a mão de obra é especializada. A Viação Pioneira arrematou a bacia dois, a maior delas, em licitação ocorrida em Dezembro, e ficou responsável pela implementação de 622 ônibus na frota. Instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Sedens promovem cursos de designer, oficinas e feiras nacionais e até internacionais para quem De acordo com publicação no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), será reaberta a concorrência para os lotes 3,4 e 1, já que das nove empresas que apresentaram proposta, apenas a Pioneira e a São José estavam habilitadas para continuar concorrendo na licitação. trabalha na área de marcenaria/movelaria. Todos esses investimentos têm contribuído para o sucesso dos marceneiros do Acre. O Contrato com a Aeronáutica é para fornecer 2.700 metros quadrados de móveis de cedro. O primeiro lote de 350 metros quadrados foi entregue no A meta era para que em Janeiro de 2013 os três mil ônibus dia 10 de Janeiro. NP novos já estivessem circulando, porém, devido às 117 decisões judiciais, houve um atraso nas licitações. NP NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 51 Divulgação Aeroglobo Aeronaves é a vencedora da licitação realizada para aquisição de aeronaves de combate a incêndios florestais Divulgação R$ 4.816.336,65 milhões Duas aeronaves para a base de operações aérea e terrestre para combate aos incêndios florestais no Norte do Estado, em Sinop, foram adquiridas pelo preço de R$4.816.336,65 após a realização de Pregão presencial. A empresa vencedora do certame foi a Aeroglobo Aeronaves, que de acordo com o edital, deverá entregar o objeto licitado até dia 30 de Abril. As aeronaves são específicas para combate a incêndios florestais, contendo asas fixas para combate a incêndio, tipo avião monomotor, turboélice, biplace, novo de fabricação, com tanque principal com capacidade mínima para três mil litros de agentes extintores; comporta de lançamento controlado por computador e ajuste de descarga; equipado R$20 milhões Licitação do transporte rodoviário intermunicipal é homologada No Palácio da República dos Palmares, em Alagoas, foi homologada a licitação do transporte rodoviário intermunicipal convencional e complementar de passageiros da região. Foram assinados os contratos com os permissionários e apresentada a nova identidade visual dos veículos com instrumentos e acessórios para voo visual diurno e complementares. noturno e deverá ser fornecida com garantia técnica e assis- Com a homologação da licitação, que foi a primeira do tência integral de doze meses. gênero no Estado e uma das primeiras do País, os moto- O projeto prevê, por meio de capacitação de servidores e ristas de transportes complementares passarão a ser empre- parceiros do Corpo de Bombeiros Militar e aquisições de endedores individuais. aeronaves, veículos e equipamentos de apoio para a Base O certame contemplou cinco empresas de ônibus e 801 de Operações Aéreas e Terrestres do CBMMT, ações de transportes complementares. Estima-se que a iniciativa monitoramento, prevenção e combate ao desmatamento, irá beneficiar diretamente mais de 90 mil passageiros que às queimadas não autorizadas e aos incêndios florestais. E, utilizam diariamente o transporte rodoviário intermuni- inclusive, uma forte atuação em junho de 2014, na Copa do cipal. Pantanal, época que é registrado maior incidência de quei- Com a licitação, mais de R$ 20 milhões referentes ao paga- madas no Estado. mento das outorgas serão investidos na fiscalização e na NP melhoria do transporte. 52 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 NP Entrevista TCU ganha novo presidente João Augusto Ribeiro Nardes é ministro do TCU desde 2005. Antes de ingressar no TCU, foi deputado estadual por duas vezes e, por três, ocupou o cargo de deputado federal. Como Deputado Federal coordenou, no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa que resultou na aprovação da Lei do Simples. É formado em Administração de Empresas, com Pós-graduação em Política do Desenvolvimento e com Mestrado em Estudos do Desenvolvimento pelo Instituto Universitário de Estudos do Desenvolvimento de Genebra, Suiça. É também Especialista em Estatística do Trabalho pelo Japan International (JICA). Foi eleito presidente do TCU para 2013, e da Organização Latino-Americana e do Caribe das Entidades de Fiscalização Superiores (Olacefs) para o triênio 2013-2015. O atual presidente também já deu posse aos novos dirigentes do tribunal. Ao todo, 72 servidores da Casa foram empossados para dirigir unidades do TCU em Brasília e nos 26 Estados da federação. Durante a cerimônia, realizada na sede do órgão, em Brasília, Nardes lembrou aos dirigentes que este será o início de uma nova e desafiadora jornada para o TCU, que é responsável por fiscalizar os recursos públicos federais em todo o país. O novo presidente do TCU também falou sobre os avanços planejados para o ano de 2013. Entre eles, a priorização de auditorias coordenadas, que poderão ocorrer em parceria com outros órgãos de controle nacionais e internacionais, e a especialização das atividades de controle, para aprimorar sua atuação em áreas como educação, saúde, previdência e meio ambiente, a serviço da sociedade. Em entrevista exclusiva para Revista Negócios Públicos, o ministro presidente do TCU, João Augusto Nardes, fala sobre como será sua gestão a frente do Tribunal. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 53 Entrevista NP. Quais serão as diretrizes na sua gestão frente à atuar em parceria com os administradores públicos, no presidência do Tribunal de Contas da União? sentido de tentar nos antecipar às ocorrências de irregula- Ministro. As principais diretrizes da nossa gestão estão consignadas no atual plano estratégico do Tribunal, vi- ridades, na proposta de contribuir para o aperfeiçoamento da gestão pública. gente para o período de 2011 a 2015. Dentre as diretrizes estratégicas mais relevantes, poderíamos mencionar: transparência, parcerias, tempestividade e seletividade da atuação do TCU, desenvolvimento de pessoas e atuação com foco na inovação. Neste contexto, buscaremos, por exemplo, estimular a atuação coordenada dos órgãos de controle, seja internamente, por intermédio da rede de controle, seja internacionalmente, pela atuação firme da Olacefs (Organização Latino Americana e do Caribe das Entidades NP. Em relação às irregularidades encontradas em processos licitatórios, quais os problemas mais recorrentes identificados pelo TCU? Ministro. Poderia dizer sem medo de errar que os principais problemas identificados pelo Tribunal em processos licitatórios são deficiências ou ausência de projeto básico e ocorrência de sobrepreço, seja em virtude de quantitativos inadequados ou de alterações posteriores no contrato. Fiscalizadoras Superiores) na integração dos membros, por exemplo, por meio dos peer reviews (revisão de pa- NP. Que desafios possui o TCU acerca do seu relaciona- res) e das auditorias coordenadas. mento com a Administração Pública e com a sociedade Priorizaremos, também, a especialização das unidades civil? técnicas do Tribunal, com atuação preferencial em áreas Ministro. O maior desafio do Tribunal em seu relaciona- temáticas com as quais tenham vocação natural, como, mento com a administração pública federal e com a so- por exemplo, área de turismo para as secretarias da re- ciedade civil reflete-se exatamente na missão que lhe foi gião nordeste e área ambiental para as da região norte atribuída, a partir das determinações da Constituição Fe- do Brasil. deral: controlar a administração pública para contribuir Pretendemos, ainda, enfatizar a atuação do Tribunal em com o seu aperfeiçoamento, em benefício da sociedade. áreas de elevado impacto social, por função de governo, Neste sentido, foram propostos resultados estratégicos, a exemplo de saúde e educação, com a produção de sub- que se traduzem em dois pilares de atuação, no sentido sídios periódicos aos órgãos de governo, no sentido do de melhorar a efetividade dos serviços prestados pela aprimoramento da qualidade desses serviços, e ao Con- Administração Pública à sociedade: de um lado, contri- gresso Nacional, na linha do que o Tribunal faz hoje com buir para a melhoria da gestão, do desempenho e da as auditorias de obras públicas. transparência da administração pública; de outro, coibir a ocorrência de desperdícios, fraudes e desvios de recur- NP. Além do trabalho de fiscalização, como o TCU pre- sos públicos. tende se relacionar com os gestores dos órgãos do governo federal com o intuito de otimizar o aproveitamen- NP. Que balanço o senhor faz da sua trajetória profis- to dos recursos públicos? sional ao ser nomeado presidente do TCU, um dos Ministro. Conforme mencionamos, uma das diretrizes estratégicas do Tribunal é a parceria. Assim, pretendemos principais órgãos federais de controle e fiscalização das contas públicas? Ministro. Tenho uma percepção muito positiva da minha 54 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Entrevista trajetória profissional até ser alçado, pela confiança dos nobres ministros da Casa, ao cargo de presidente do Tribunal de Contas da União. Resgato trecho do meu discurso de posse, no último dia 12/12/12, ainda vivo na minha memória: “aos vinte anos de idade, eu tive um sonho. Sonhei acordado. Exercia o primeiro mandato de vereador na minha cidade natal, Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, e comecei a idea lizar o futuro de minha vida pública. Sonhei com cargos cada vez maiores. O líder estudantil sonha em ser vereador. O vereador sonha em ser deputado estadual. O deputado estadual sonha em ser deputado federal. O deputado federal sonha em ter outros sonhos. E eu sonhei todos esses so nhos. E me preparei e trabalhei para tornar esses sonhos realidade. Mais tarde, surgiu na minha trajetória o sonho de ser Ministro do Tribunal de Contas da União. E eu me perguntei: por que não? E trabalhei para isso.” Conheça o TCU Enfim, sinto-me preparado e consciente da responsabili- O Tribunal de Contas da União (TCU) é órgão auxiliar do dade que representa ser presidente do Tribunal de Con- Congresso Nacional, responsável por julgar as contas de tas da União, com a convicção de que o órgão a cada dia administradores públicos e demais responsáveis por di- pode prestar melhor serviço à sociedade brasileira, que nheiros, bens e valores públicos federais, bem como as possa se refletir, no final, em melhor qualidade dos ser- contas de qualquer pessoa que der causa a perda, extra- viços prestados aos cidadãos brasileiros. vio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo aos cofres públicos. Conhecido também como Corte de Contas, o TCU é órgão colegiado, composto por nove ministros. Seis são eleitos pelo Congresso Nacional, um indicado pelo presidente da República e dois escolhidos entre auditores e membros do Ministério Público que funciona junto ao tribunal. Suas deliberações são tomadas, em regra, pelo Plenário – instância máxima – ou, nas hipóteses cabíveis, por uma das duas Câmaras. Para desempenho da missão institucional, o tribunal é composto por unidades técnicas sediadas em Brasília e nos 26 Estados. Nos últimos cinco anos, o TCU proporcionou uma economia de R$ 105 bilhões de forma preventiva. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 55 Matéria Pausa no pagamento de dívidas Pausa no pagamento de dívidas O uso indiscriminado da moratória pelos municípios Após assumir o cargo, diversos dos novos prefeitos decretaram moratória. Alegaram que estão sem dinheiro no caixa e precisam de tempo para mapear as dividas que ficaram da antiga administração. Segundo a professora, advogada, especialista em Direito Administrativo, e consultora jurídica na área de licitações e contratos, Simone Zanotello, a moratória consiste num Simone Zanotello - professora, advogada, especialista em Direito Administrativo, e consultora jurídica na área de licitações e contratos. 56 NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 ato unilateral, que é praticado pelo Chefe do Executivo, por meio do qual ele deixa de pagar suas dívidas por certo período, com o objetivo de restabelecer a situação econômico-financeira dos cofres públicos. “A exemplo de alguns juristas, entendo que a moratória constitui-se num nome técnico para o já conhecido “calote”. Nesse contexto, é importante destacar que as dívidas são do município enquanto pessoa jurídica, e não dos gestores. Portanto, quem encontra a Administração em situação financeira ruim deve promover planos de ação para diminuição de despesas, visando a compatibilizar também o pagamento das dívidas, mesmo que geradas pela Administração anterior (e não simplesmente não pagá-las) e, posteriormente, mover as devidas ações de responsabilidade para com as pessoas físicas que não geriram da forma devida o dinheiro público. “Embora seja um instituto jurídico, ao meu ver, questionável, vemos esse ato ocorrer sim. Trata-se de uma forma equivocada de tratar as contas públicas, pois a dívida é do município e não dos gestores – há uma premissa dos novos gestores no sentido de que eles não são responsáveis pelas dívidas geradas pelo administrador anterior. Talvez realmente não o sejam, mas essa responsabilidade deverá ser apurada num segundo momento. O município tem seus deveres enquanto pessoa jurídica, e um deles é efetuar o pagamento por serviços a ele prestados”, Simone Pausa no pagamento de dívidas Matéria Aliás, é espantoso que mesmo com a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal há mais de 10 anos, ainda ocorram situações como essa. Entendo ser preciso penas mais severas para gestores que se utilizam mal das verbas públicas e geram despesas sem a respectiva receita, deixando dívidas aos seus sucessores”, afirma. Os municípios de Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Tibagi são exemplos no Estado do Paraná de cidades que decretaram moratória em 2013. Em Foz do Iguaçu os pagamentos estão suspensos sem tempo definido. O que é moratória? Moratória é o ato unilateral praticado por um país, estado ou município quando decide parar de pagar as dívidas. Em linguagem coloquial, moratória é equivalente ao popular caloteiro, pois sabe que deve e diz que não irá pagar. Normalmente a moratória é praticada por países que estão passando por sérias crises econômicas, e que devido a isso, param de pagar as dívidas para colocar a economia em ordem, pois o dinheiro gasto para pagamento das dívidas poderia ser utilizado para equilibrar as despesas. Após isso, é retomada negociações com os credores, normalmente pedindo altos descontos para quitar o que deve. E segundo o professor, advogado da União, mestre em Direito Econômico, pós-graduado em Direito tributário e pós-graduado em Ciências Jurídicas, Ronny Charles, esse comportamento gera repercussão direta na credibilidade do devedor perante o mercado e possíveis contratantes. “Um Município que não paga seus compromissos é percebido pelo mercado como um mau pagador, afastando de suas futuras licitações justamente as empresas que apresentam melhores preços. O universo de competidores pode começar a se restringir às empresas que apresentam propostas com preços maiores, já que embutem em suas propostas “custos de transação” decorrentes da insegurança no adimplemento por parte do Poder Público”, afirma Charles. “Um Município que não paga seus compromissos é percebido pelo mercado como um mau pagador, afastando de suas futuras licitações justamente as empresas que apresentam melhores preços. O universo de competidores pode começar a se restringir às empresas que apresentam propostas com preços maiores, já que embutem em suas propostas “custos de transação” decorrentes da insegurança no adimplemento por parte do Poder Público”, Charles Ronny Charles - professor, advogado da União, mestre em Direito Econômico, pós-graduado em Direito tributário e pós-graduado em Ciências Jurídicas. Para a professora Simone, certamente as moratórias irão afetar de maneira negativa as licitações do município, pois quando o ente público é mau pagador, há um manifesto desinteresse dos licitantes em participar dos processos licitatórios, o que prejudica a competitividade do certame na busca de melhores preços; e aqueles que se predispõem a participar, embutem nos seus preços o ônus desse mau pagamento, fazendo encarecer os produtos e serviços. “Normalmente, os decretos moratórios vêm acompanhados de ações de auditoria nas contas e nos contratos da administração anterior. Com isso, contratações poderão ser revistas. Quanto aos serviços e fornecimentos já executados, é certo que há por parte dos fornecedores o direito de recebimento. No entanto, eles irão sofrer com o fator tempo. Também é comum que ao término do período de moratória, a Administração chame os fornecedores para negociar os pagamentos, pleiteando descontos, que muitas vezes são aceitos por esses fornecedores, com a premissa do “melhor pouco do que nada””, explica Simone. Para ela, o decreto da moratória, é comum acontecer em trocas de prefeitos. “Embora seja um instituto jurídico, ao NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 57 Matéria Pausa no pagamento de dívidas meu ver, questionável, vemos esse ato ocorrer sim. Trata-se de uma forma equivocada de tratar as contas públicas, pois a dívida é do município e não dos gestores – há uma premissa dos novos gestores no sentido de que eles não são responsáveis pelas dívidas geradas pelo administrador anterior. Talvez realmente não o sejam, mas essa responsabilidade deverá ser apurada num segundo momento. O município tem seus deveres enquanto pessoa jurídica, e um deles é efetuar o pagamento por serviços a ele prestados”, afirma Uma das maiores vantagens da Lei de Responsabilidade Fiscal é impedir heranças fiscais, que imobilizam os governos no início de mandato, por terem de pagar dívidas e/ou assumir compromissos financeiros deixados pelo antecessor, pois ficam proibidos aumentos salariais em final de mandato e a contratação de obrigações que não possam ser pagas com recursos do próprio mandato. Ao impedir a passagem desses passivos, abre-se aos novos prefeitos, a partir de 2001, a possibilidade de eles assumirem as prefeituras em condições de realizar suas propostas de campanha O que é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)? A Lei de Responsabilidade Fiscal é um código de conduta para os administradores públicos de todo o país, que vale para os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Através dela, todos os governantes devem obedecer a normas e limites para administrar as finanças, prestando contas sobre quanto e como gastam os recursos da sociedade. Simone. Qual é o objetivo da LRF? Conforme o professor Charles, Melhorar a administração das contas públicas no Brasil. Com ela, todos os governantes passarão a ter compromisso com orçamento e com metas, que devem ser apresentadas e aprovadas pelo respectivo Poder Legislativo. caso o atraso perdure por mais de 90 dias, será possível incidir a hipótese do inciso XV do artigo 78 da Lei nº 8.666/93, admitindo-se a rescisão contratual ou mesmo a suspensão da execução contratual, por parte do contratado. “Infelizmente, o uso da moratória ocorre em alguns Municípios de nosso país, embora a realização da licitação e o contrato firmado exigem a previsão de recursos orçamentários. Por conta disso, identifica-se que muitas vezes o argumento da falta de recursos é falso. Em algumas hipóteses, o novo Governante quer evitar que os recursos do final da gestão anterior sejam utilizados para suprir demandas do gestor que o antecedeu, muitas vezes sem o devido planejamento. Contudo, para tais débitos, há regulamentação de medidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que nem sempre são devidamente utilizadas pelos novos gestores”, relata Charles. 58 Lei de Responsabilidade Fiscal O que acontecerá se as regras não forem respeitadas? O governante que não cumprir a LRF, que inclusive apresenta prazos, alternativas e caminhos para que suas regras possam ser cumpridas, vai estar sujeito a penalidades, também chamadas de sanções. Há dois tipos de sanções: as institucionais, previstas na própria LRF, e as pessoais, previstas na lei ordinária que trata de Crimes de Responsabilidade Fiscal. Segundo a LRF, os Tribunais de Contas fiscalizarão o cumprimento de suas normas. Como exemplos de sanções institucionais temos: • para o governante que não prever, arrecadar e cobrar tributos (impostos, taxas e contribuições) que sejam de sua competência, serão suspensas as transferências voluntárias, que são recursos geralmente da União ou dos Estados, transferidos, por exemplo, através de convênios, que permitirão a construção de casas populares, escolas, obras de saneamento e outros; • para quem exceder 95% do limite máximo de gastos com pessoal, fica suspensa a concessão de novas vantagens aos servidores, a criação de cargos, as novas admissões e a contratação de horas extras. Uma vez ultrapassado o limite máximo ficam também suspensas a contratação de operações de crédito e a obtenção de garantias da União; e • quem desrespeitar os limites para a dívida, depois de vencido o prazo de retorno ao limite máximo e enquanto perdurar o excesso, não receberá recursos da União ou do Estado, através de transferências voluntárias. Há também as sanções pessoais, previstas em uma lei ordinária - a Lei de Crimes de Responsabilidade Fiscal. Segundo a Lei de Crimes, os governantes poderão ser responsabilizados pessoalmente e punidos, por exemplo, com: perda de cargo, proibição de exercer emprego público, pagamento de multas e até prisão. As penalidades alcançam todos os responsáveis, dos três Poderes e nas três esferas de governo. É bom lembrar que todo cidadão será parte legítima para denunciar. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Pausa no pagamento de dívidas Matéria Simone ainda alerta que as moratórias afetam, e muito, a credibilidade dos entes públicos. “Certamente há ações mais efetivas que podem ser adotadas, com vistas a trazer as contas públicas de “volta ao trilho”. E, por fim, o que não pode ser esquecida é a necessidade de ações para a apuração da responsabilidade dos gestores que causaram prejuízos aos cofres, fazendo valer, principalmente, a Lei de Improbidade Administrativa”, conclui. Para Charles, além do prejuízo à credibilidade do órgão contratante, a suspensão dos pagamentos legitimamente devidos pode mascarar situações de corrupção e desvio. “Não foi à toa que o legislador estabeleceu o necessário respeito à ordem cronológica dos pagamentos, evitando beneficiamentos indevidos. Deve-se dar relevância especial a esse trecho da Lei. Em nosso livro, lembramos que tal dispositivo tem arcabouço Constitucional, já que o próprio constituinte, ao tratar das licitações no inciso XXI do artigo 37, ressaltou a necessidade de “cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento””, lembra. Por esse motivo, Charles defende que, uma vez liquidada a despesa, confirmando-se a Jander Leal dos Santos economista e Advogado, especialista em Direito Ambiental, com 27 anos de experiência em licitações na Administração Pública Federal. prestação de suas obrigações pelo particular, respeitadas as nuances do caso concreto, é possível o bloqueio dos pagamentos referentes a obrigações posteriores, até que seja quitada a despesa já confirmada. se referir prazo para pagamento de dívida, contexto econômico, pode ser adiamento “Por fim, convém lembrar que a ordem cronológica para liquidação das dívidas é objeto ou dilação para quitação de dívida conce- de tutela penal específica, tanto que o artigo 92 deste estatuto tipifica como crime, dida ao devedor, contexto tributarista, “pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade””, conclui. ou ainda, parcelamento de dívidas civis O professor Jander Leal dos Santos, economista e Advogado, especialista em Direito Ambiental, com 27 anos de experiência em licitações na Administração Pública Federal, explica também que a instituto da moratória têm mais de um contexto, pode e por fim, uma manobra administrativa para protelar responsabilidades por pagamentos de dívidas. A moratória uma vez declarada pelo credor suspende a exigibilidade da dívida até o prazo do novo vencimento. “A moratória não afeta as licitações, se entendermos que a licitação é só um procedimento administrativo para aquisições de bens e serviços pelo ente público. O que pode ser arranhada é a credibilidade da gestão e no caso de licitações já realizadas com empenhos liquidados e contratos assinados, o que também compromete em muito a quitação junto aos seus credores. Em relação às obrigações contraídas em contrato, elas são devidas pelas partes contratantes, indubitavelmente, e a decretação de moratória por parte da Administração Pública suspense a exigibilidade da dívida momentaneamente, mas não suspensa o débito que poderá ser reavida, inclusive utilizando da via judicial”, ressalta. Santos. NegócioS PúblicoS . fevereiro 2013 59 LICITAÇÕES EM NÚMEROS Buscando melhorar a percepção das licitações realizadas no país e oferecer dados objetivos, produzimos a auditoria "Licitações em Números", na qual o leitor terá acesso aos últimos números de licitações realizadas nas modalidades: Pregão, Tomada de Preços, Convite, Concorrência, Concurso. Leilão e também Dispensa de Licitação. Número de Licitações por Modalidade – NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2012 Novembro/2012 MODALIDADES Dezembro/2012 Nº % Nº % PREGÃO 37.111 68,88% 27.657 73,27% TOMADA DE PREÇOS 4.588 8,52% 3.104 8,22% CONCORRÊNCIA 4.457 8,27% 3.320 8,80% CARTA CONVITE 5.722 10,62% 1.337 3,54% DISPENSA DE LICITAÇÃO 1.584 2,94% 1.886 5,00% LEILÃO 410 0,76% 440 1,17% CONCURSO 3 0,01% 3 0,01% TOTAL 53.875 100,00% 37.747 100,00% QUEDA NA OFERTA DE LICITAÇÕES DE NOVEMBRO PARA DEZEMBRO QUANTIDADE % -16.128 -29,94% Fonte: Instituto Negócios Públicos - novembro e dezembro de 2012 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 LICITAÇÕES EM NÚMEROS COMPARATIVO POR MODALIDADE - NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2012 Dezembro Novembro Neste gráfico podemos observar um aumento nas modalidades de DISPENSA DE LICITAÇÃO, LEILÃO e uma queda nas modalidades de PREGÃO, TOMADA DE PREÇOS E CONCORRENCIA. PERCENTUAIS DE LICITAÇÕES POR REGIÃO SEGMENTADA POR MODALIDADE PREGÃO Comparando os dois meses nesta modalidade percebemos que na Região Centro Oeste houve uma diminuição de 504 licitações, na Região Nordeste menos 1.058 licitações, na Região Sul 820 licitações, na Região Sudeste 4.126 licitações, na região Norte 759 licitações, e na Região Sul 3.007 licitações de um total de 9.454 pregões a menos no mês de novembro. Nesta modalidade verificamos um diminuição na oferta de licitações na Região Centro Oeste, com menos 87 licitações no mês de dezembro. Na Região Norte menos 124 licitações e na Região Nordeste menos 241 licitações. Verificamos também uma diminuição na oferta de licitações na Região Sul de 639 licitações e na Região Sudeste 393 licitações de um total de menos 1.484 Tomadas de Preços em dezembro. Dezembro Novembro TOMADA DE PREÇOS Dezembro Novembro Fonte: Instituto Negócios Públicos - novembro e dezembro de 2012 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 61 LICITAÇÕES EM NÚMEROS PERCENTUAIS DE LICITAÇÕES POR REGIÃO SEGMENTADA POR MODALIDADE CARTA CONVITE Na modalidade de Carta Convite, as regiões Sudeste, Sul e Nordeste foram responsáveis pela queda respectivamente de 4.062, 189 e 64 licitações. As demais apresentaram uma diminuição na oferta. Região Nordeste menos 51 e Centro Oeste menos 19 licitações num total de menos 4.385 licitações. Dezembro Novembro CONCORRÊNCIA Nesta modalidade a região que apresentou maior queda de licitações foi a Região Sudeste com menos 318, as demais apresentaram diminuição na oferta: a Região Centro Oeste menos 163, a Região Norte menos 177, a Região Nordeste menos 263 e a Região Sul menos 216 de um total de menos 1.137 licitações em dezembro de 2012. Dezembro Novembro DISPENSA Aqui a Região Sudeste foi responsável pelo aumento de 302 licitações, sendo que as demais regiões não realizaram licitações. Dezembro Novembro LEILÃO Nesta modalidade as Regiões Nordeste, Sudeste e Centro Oeste foram responsáveis pela aumento das licitações: a Região Nordeste mais 27, Sudeste mais 25 e Centro Oeste mais 10. As demais regiões apresentaram uma diminuição de licitações: Região Sul mais 18, Região Nordeste mais 14. Fonte: Instituto Negócios Públicos - novembro e dezembro de 2012 62 N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 Dezembro Novembro LICITAÇÕES EM NÚMEROS PERCENTUAIS DE LICITAÇÕES POR REGIÕES - NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2012 Dezembro Novembro Analisando o gráfico acima percebe-se que a Região Norte representou em novembro 7,02% e em dezembro 7,04% do total de licitações com um aumento de 0,02% a Região Sudeste representou em novembro 43,33% e dezembro 39,14% do total de licitações, uma diminuição portanto de menos 4,19% a Região Nodeste representou em novembro 15,29% e em dezembro 17,58% do total de licitações que significa um aumento de 2,29% a Região Centro Oeste representou em novembro 7,95% e em dezembro 9,33% do total de licitações num aumento de 1,37%a Região Sul representou em novembro 26,41% e em dezembro 26,92% do total de licitações com 0,5% de aumento. ESTIMATIVA DE MERCADO - NOVEMBRO DE 2012 MODALIDADES NÚMERO DE LICITAÇÕES Estimativa do VALOR GASTO (R$) Convite 5.722 R$ 328 milhões Tomada de Preços 4.588 R$ 3,9 bilhões Concorrência 4.457 R$ 3,8 bilhões *Estimativa realizada considerando os valores das modalidades ESTIMATIVA DE MERCADO - DEZEMBRO DE 2012 MODALIDADES NÚMERO DE LICITAÇÕES Estimativa do VALOR GASTO (R$) Convite 1.337 R$ 348 milhões Tomada de Preços 3.104 R$ 4,3 bilhões Concorrência 3.320 R$ 4,1 bilhões *Estimativa realizada considerando os valores das modalidades CÉLIO EGÍDIO FERRAZ Formado em Ciências Contábeis pela UNIJUI - RS, com especialização em Contabilidade Gerencial pela UNICENTRO-PR. Experiência de 37 anos nas áreas de Gestão Financeira, Administrativa, Patrimonial, Almoxarifado. Docente em Cursos Técnicos e Ensino Superior por mais de 10 anos. N egócioS PúblicoS . fevereiro 2013 63 PROJETO ECOCLUBE NAS ESCOLAS A gerente de educação ambiental, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Barra Mansa (RJ), Rosana Andrade, foi a autora do Projeto Ecoclube nas Escolas. O projeto concorreu ao Prêmio de 5 Junho em 2011, na subcategoria de Campanha Educacional. Conheça nesta edição um resumo do projeto e entenda como a Administração Pública tem o poder de realizar compras e ações mais sustentáveis. Apresentação Criar em cada escola da rede pública uma “comissão” formada exclusivamente por alunos, que são orientados pela direção da escola em parceria com a SMMADS (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento sustentável) cujo objetivo é fazer com que estes alunos interajam e envolvam seus colegas, familiares e vizinhos a agirem em prol do meio ambiente. Os alunos do ECOCLUBE promovem discussões nas salas de aulas, fazem cartazes e mobilizam a comunidade para que estes recolham o lixo, promovam plantios de mudas, fiscalizem a emissão de resíduos em cursos d’água e etc. Vamos começar a incentivar as gerações futuras através da transformação dos ECOCLUBES nas escolas, a participarem de um processo de formação de uma nova mentalidade. À medida que os ECOCLUBES conseguem vencer as etapas de melhoria da qualidade de vida dentro de sua comunidade, apresenta demanda legítima a outras entidades e se coloca como modelo diante da sua, influindo na mudança de comportamento, de atitudes e na forma de viver de outras pessoas, contribuindo para que a vida seja bem melhor para todos os seres vivos. O principal objetivo do projeto é investir nas gerações futuras, principalmente nas crianças, ações que estimulem uma transformação de hábitos e atitudes, considerando a importância das questões ambientais e sociais principalmente as mais aflitas em sua comunidade. Assim contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dentro desta e se estendendo para fora dela, afim de que a vida seja melhor em nosso município. O fato de muitas das vezes a educação ambiental não produzir ações mais atuantes na comunidade onde os alunos estão inseridos foi uma preocupação da SMMADS, que busca através do ECOCLUBE mitigar este problema fazendo com que os alunos saiam das salas de aula para praticar ações de preservação do meio ambiente. Os recursos naturais devem ser preservados e recuperados, apoiando-se basicamente na Legislação Ambiental vigente que estabelece a demarcação e o estabeleci- 64 N egócioS PúblicoS . janeiro 2013 mento das zonas especiais de proteção como: nascentes, Resultados matas ciliares, faixas marginais de proteção etc. Atrelado as questões jurídicas devemos mais do que cobrar ações das autoridades no sentido de cumprimento das leis, é promover ações de educação ambiental que possibilitem a transformação dos jovens de hoje em cidadãos aplicados em preservar o meio ambiente para que assim como eles as novas gerações tenham a possibilidade de conhecer, vivenciar e usufruir dos recursos naturais disponíveis no nosso planeta. É essa participação ativa que norteia e justifica a implantação deste projeto e o que o tem feito deste um valioso instrumento na conscientização das novas gerações. Prof. Rosana Andrade O Projeto pretende atingir todas as escolas da rede municipal de ensino num total de 20 mil alunos, além dos demais habitantes da cidade. Os resultados já alcançados nos deixam otimistas quanto ao atendimento das metas previstas, pois desde o início do projeto em março de 2009 até hoje foram criados 7 ECOCLUBES e outros 5 estão em fase de implantação. É preciso ressaltar que dado à importância de se promover ações concretas nas comunidades os ECOCLUBES devem ser muito bem estruturados para que não ocorra seu enfraquecimento. Este cuidado nos exige atenção e cuidado. Para que cada ECOCLUBE seja criado é preciso que os participantes estejam muito bem preparados, e isso requer tempo e zelo total dos envolvidos. NP. Como surgiu a ideia do projeto? Gerente de Educação Ambiental. ID. As idéias geralmente surgem de discussões sobre como estimular as crianças Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e os escolares a mudar de atitude frente aos problemas sociais percebidos atrelados a importância das questões ambientais. Prefeitura de Barra Mansa N egócioS PúblicoS . janeiro 2013 65 NP. Qual a importância de projetos como esse para a Administração Pública? ID. Os projetos visam conscientizar, estimular e transformar as ações da comunidade, o que leva a formar indivíduos mais atuantes e comprometidos com o desenvolvimento de seu município. NP. Como foi a implementação do projeto? ID. Os Projetos são implementados em parcerias firmadas entre as Secretariais Municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Educação além de empresários indústrias e comércio local a fim de aumentar cada vez mais os laços e o comprometimento de todos para um município cada vez melhor. NP. Quais foram os principais resultados obtidos? ID. Temos avaliado através de visitas aos bairros e de debates com participação dos escolares e da população em geral, que informam positivamente como os trabalhos estão sendo conduzidos dentro e fora das instituições e comunidades. Esta participação popular retrata de uma forma geral a mobilização das pessoas quanto à preocupação ambiental, deixado o estado de inércia e assumindo uma atitude participativa. Isto nos deixa confiantes de estarmos seguindo no caminho certo. NP. Qual é o valor em ter seu projeto sustentável reconhecido por um prêmio direcionado, como o, Prêmio 5 de Junho? ID. É claro que ter os trabalhos reconhecidos pelo prêmio 5 de junho envaidece muito a todos nós, mas certamente nos impulsiona cada vez mais a calçar nosso trabalho nesses três pilares: bem – estar social, economia e meio ambiente. 66 N egócioS PúblicoS . janeiro 2013 NP