Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Pedagogia
Trabalho de Conclusão de Curso
O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA EAD –
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Autora: Amanda de Andrade Dias Tavares
Orientadora: MSc. Paula Gomes de Oliveira
Brasília - DF
2011
AMANDA DE ANDRADE DIAS TAVARES
O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA EAD- EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
Artigo apresentado no Curso de
Graduação
em
Pedagogia
da
Universidade Católica de Brasília, como
requisito parcial para obtenção do Titulo
de Licenciado em Pedagogia.
Profª. MSc. Paula Gomes de Oliveira
Brasília
2011
AGRADECIMENTO
A Deus por mais uma etapa que se completa em minha vida; A minha mãe e ao
meu pai, Rosemari e Sidney, que estiveram ao meu lado em todos os momentos, sempre
me apoiando com amor e carinho; A minha irmã, Daniela, que sempre estava disposta a
me ouvir e ajudar, sendo mais que irmã, uma amiga para todas as horas.
Agradeço também os professores que ao longo dessa caminhada,
proporcionaram construções de conhecimentos válidos tanto para minha vida
profissional quanto pessoal. Em especial agradeço o professor, George Rodrigo
Bandeira Galindo, pela sua disposição em me ajudar e motivar a escrever, sendo sempre
solícito e incentivador de reflexões acadêmicas quanto questões da vida cotidiana, e
principalmente a professora Paula Gomes de Oliveira pela compreensão em todas as
orientações e encaminhamentos, além da sua gentileza e disponibilidade demonstrada
durante todas as etapas da pesquisa.
Aos meus amigos e a todos que estiveram comigo nessa caminhada e que de
alguma forma contribuíram na realização e conclusão desse trabalho.
O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA EAD - EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
AMANDA DE ANDRADE DIAS TAVARES
Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em apresentar conceitos teóricos da
educação a distância e sua gestão. Pretende-se também, ressaltar as funções e os
desafios de um de seus agentes educacionais, o coordenador pedagógico, a fim de se ter
um olhar mais crítico sobre o assunto. O referencial teórico e a discussão fundamentouse em Moore e Kearsley (2007), Libâneo (2008), Moraes (2010), Vasconcellos (2009),
dentre outros. A metodologia centrou-se inicialmente em uma pesquisa bibliográfica
seguida de um estudo de caso, utilizando-se questionários aplicados junto aos
coordenadores de Cursos de Graduação a distância. Percebeu-se que os dados
corroboraram com a realidade descrita pelos autores elencados, pela constatação das
inúmeras funções do coordenador pedagógico e sua importância para garantir o melhor
desenvolvimento da educação na modalidade a distância.
Palavras-chave: Educação a Distância. Gestão. Coordenação Pedagógica.
1 INTRODUÇÃO
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira,
Inep/MEC, revelou no Censo da Educação Superior 2008, o aumento na procura de
educação superior a distância. Em 2008, 115 instituições de graduação a distância
ofereceram 647 cursos. As matrículas aumentaram significativamente em 96,9% em relação
ao ano de 2007, representando 14,3% do total de matrículas no ensino superior e
crescimento de 135% de concluintes em educação a distância em relação ao ano anterior.
Os dados revelam que a preferência por cursos a distância é crescente. Moore e
Kearsley (2007), indicam as razões pelas quais a educação tem recebido maior interesse,
entre elas estão: uma crescente oportunidade de aprendizado, treinamento e capacitação;
redução dos custos com recursos educacionais; nivelamento das desigualdades entre grupos
etários; facilidade para conciliar a educação com o trabalho, e a vida familiar. Além dos
motivos mencionados, existem outros, como a maior comodidade para aqueles que não têm
horários exatos para estudo ou possuem dificuldades de locomoção.
Segundo Ribeiro (2007), uma instituição na modalidade de educação a distância
(EaD) pode ter diversos cursos com suporte midiáticos, de interações, estrutura, logística,
concepção pedagógica e perfil de professores distintos. Cabe ao profissional da gestão estar
qualificado para gerir e desenvolver os cursos diante de complexas realidades e demandas.
Além disso, deve-se desenvolver na equipe de colaboradores a responsabilidade de
cada um, em determinada parte do desenvolvimento do curso, sem esquecer que deve haver
comunicação entre todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, para
melhor desenvolvimento e qualidade do mesmo.
A EaD requer trabalho de organização detalhado de inúmeras tarefas singulares, o
que significa que não existe soluções únicas e modelos prontos para os problemas existentes
na área. Sendo assim, não há dúvidas, diante desse crescimento, da importância de
pesquisas na área da gestão no sistema EaD.
Parte-se do pressuposto de que a gestão deve buscar o desenvolvimento cada vez
maior da qualidade do ensino, a realização de tarefas de maneira compartilhada, a
reestruturação do papel da educação que se oferece e a clarificação dos objetivos
buscados pela educação, atentando-se em solucionar os aspectos que dificultam a
realização das metas objetivadas.
Pretende-se apresentar conceitos teóricos da educação a distância e sua gestão, e
tem como objetivo principal, ressaltar as funções e os desafios de um dos agentes
educacionais da gestão - o coordenador pedagógico. Pois tal profissional é indispensável
para o desenvolvimento de ensino dessa modalidade em grande desenvolvimento na
educação superior.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia a
formação do pedagogo integra a docência, a participação da gestão e avaliação de sistemas
e instituições de ensino em geral, presente na elaboração, execução e acompanhamento de
programas e as atividades educativas.
Sendo assim, o campo da pedagogia não se restringe a atuação como professor,
podendo atuar em variados campos de trabalho, desenvolvendo planejamento, à
administração, à coordenação, bem como análise, formulação, implementação,
acompanhamento e avaliação de políticas públicas e institucionais na área da educação.
Com base nessas informações vem o meu interesse em compreender não só o papel
do pedagogo como professor, mas como integrante da gestão pedagógica de uma instituição
educativa, no papel de coordenador.
Este artigo está organizado em 4 seções, além dessa introdução. Na seção 2
encontra-se o Referencial Teórico dividido em 3 partes. A primeira fala sobre a Educação a
Distância, a segunda sobre o que é gestão, e a terceira sobre concepções do papel do
coordenador pedagógico na gestão de um curso a distância. Na seção 3 explica-se a
Metodologia de estudo. Já na seção 4 encontram-se os Resultados e Discussão dos dados, e
por fim na seção 5 as Considerações Finais seguida das Referências.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A educação é um mecanismo importante de articulação do poder, conhecimento e
tecnologia, e as finalidades e objetivos dos cursos são definidos com base nas exigências da
sociedade atual.
Segundo Kenski (2007), os currículos de cursos, em qualquer nível ou modalidade,
incidem em poder sobre a informação e aos conhecimentos, necessários para que os
sujeitos da aprendizagem possam exercer função ativa na sociedade.
Levando em conta tal afirmação, pode-se afirmar, segundo Brandão (1986), que a
educação tem o potencial de existir de forma livre, de tal maneira que o saber se torna
comum para a coletividade, onde se formam ideias, crenças, cultura e mesmo a cidadania.
A modalidade a distância só viria a ampliar esse universo.
Porém, a educação, presencial ou a distância, também pode existir como ferramenta
de poder e controle da sociedade, utilizando-a para o lucro das grandes instituições e
atendendo a interesses autoritários. Sendo assim, uma proposta pedagógica mais humana,
transcendendo o autoritarismo só pode ser concretizada, quando a educação assumir o
verdadeiro papel de transformação social e não de conservação.
O art. 80 da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional introduz a EaD
como modalidade válida para educação brasileira. A lei é regulamentada pelo Decreto nº
2.494, de 10/2/98, que ressalta que a aprendizagem se desenvolverá com a mediação de
recursos didáticos. Estabelece o art. 2º do decreto que:
Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão de
ensino fundamental para jovens e adultos, ensino médio, da educação
profissional, e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou
privadas especificamente credenciadas para esse fim, nos termos deste
Decreto e conforme exigências pelo Ministro de Estado da Educação e do
Desporto.
No mesmo Decreto, é salientado no art. 5º que os certificados e diplomas de cursos
a distância serão válidos dentro do território nacional. Cabe salientar que, para fins de
promoção, certificação ou diplomação, o aluno deverá realizar exames presenciais, de
responsabilidade da Instituição credenciada para ministrar o curso, segundo procedimentos
e critérios definidos no projeto autorizado conforme trata o art. 7º.
Apesar de não ter validade jurídica, foi criado o Código de Ética e Indicadores de
Qualidade para cursos de Graduação a Distância.
O Código de Ética foi aprovado em Assembleia Geral Ordinária da Associação
Brasileira de Educação a Distância no ano de 2000. Ele contém vinte e dois princípios a
serem seguidos pelas instituições de educação a distância, especificando padrões de
qualidade para uma boa avaliação dos cursos. Além disso, o Ministério da Educação
publicou, no ano de 2003, os Indicadores de Qualidade para Cursos de Graduação a
Distância. Da publicação constam sugestões que objetivam orientar os alunos, professores,
instituições de EaD e demais interessados na consolidação da educação a distância no Brasil
com qualidade.
A EaD conceituada por Moore e Kearsley (2007), consiste no aprendizado
planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino convencional,
exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de
várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais.
Essa modalidade teve notável crescimento desde 1971, ano em que se iniciou a
primeira turma da Open University, em Londres, na Inglaterra. Desde então, estudos vêm se
desenvolvendo e tem-se percebido que a EaD parece constituir uma tentativa de resposta a
determinados desafios e necessidades novas. Um deles é a massificação do ensino superior,
dentro ou fora dos modelos presentes na universidade, que é informada pelo caráter
indissociável entre ensino, pesquisa e extensão. (MORAES, 2010)
A partir de 1980, começa a surgir outra etapa da história da EaD. Nessa etapa,
desenvolveu-se a frenquente utilização da fibra ótica, da TV a cabo, dos satélites, das redes
de computadores, desencadeando assim a popularização da EaD, assim como a redução de
seu custo. (MORAES, 2010).
Kensky (2007), lembra que o raciocínio do homem em busca de inovações
concretizou-se na prática, em equipamentos, produtos, processos, ferramentas, enfim, as
tecnologias.
As tecnologias são os produtos resultantes de estudos que ajudam na melhoria da
qualidade de vida. Interligados à evolução social, o desenvolvimento das novas tecnologias
altera comportamentos e caracteriza o comportamento não só individual, mas de vários
grupos da sociedade, alterando, assim, o seu cotidiano, as formas de trabalho, a
comunicação e também de estudo.
Podemos compreender os impactos da tecnologia quando Belloni (2001) afirma:
O impacto do avanço tecnológico (entendido como processo social) sobre
processos e instituições sociais (educação, comunicação, trabalho, lazer,
relações pessoais e familiares, cultura, imaginário e identidade e etc.) tem
sido muito forte, embora percebido de modos diversos e estudado de
diferentes abordagens. (BELLONI, 2001, p. 7)
Em uma era de produção em alta velocidade, jornais, revistas, rádio, cinema são os
suportes midiáticos populares, com enorme participação da população; esses recursos
midiáticos utilizam-se da linguagem oral, escrita, sons, imagens e movimento. O processo
de produção desses meios compreende tecnologias específicas de informação e
comunicação, as chamadas TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação). (KENSKY,
2007)
Para que as TICs possam contribuir com o papel da educação, faz-se necessário o
entendimento pedagógico para seu uso, ou seja, sua utilização com finalidades e objetivos
definidos. Sendo assim, Belloni (2001), alerta para que a integração das TIC à educação,
só faz pleno sentido se utilizada como ferramenta pedagógica e como objeto de estudo.
Segundo Moraes (2010), deve-se evitar a redução da EaD à ideia de ensino por
computadores e redes virtuais, devemos percebê-la, na verdade, como algo mais
abrangente, que engloba diversas maneiras de organizar as atividades de ensino e
aprendizagem, incluindo as diferentes formas de estimular e assistir o estudo independente,
a auto-instrução.
A EaD caracteriza-se por um ensino e aprendizagem que pode ocorrer com a
participação de pessoas em diversos locais e em tempos distintos. Os estudantes dessa
modalidade precisam de diferentes tipos de suporte e auxílio para eventuais problemas que
possam vir a enfrentar. Moraes (2010), ressalta:
É essencial a composição de uma rede de pólos presenciais ou centros
associados em que os estudantes dispõem de biblioteca, locais de reunião e
estudo, cybercafés e tutorias ocasionais. (...) Requerendo cuidados
específicos para a geração de livros didáticos, manuais, guias de estudo e de
verificação (testes de autocontrole), home pages, listas de discussão, vídeos,
softwares, matérias em CD ROM , etc. (MORAES, 2010, p. 19)
Diversas modalidades de ensino a distância existem, e a melhor é aquela que se
identifica com seu público alvo, ou seja, aquela que mais se adapta à necessidade dos
estudantes e à realidade social em que a instituição está inserida.
Em termos de estrutura organizacional, a EaD existe em vários níveis diferentes,
sendo eles: Instituição com finalidade única, Instituição com finalidade dupla, Professores
individuais, Universidade e Consórcios virtuais e Cursos e programas.
O presente trabalho enfocou a modalidade que se refere a Universidade e
Consórcios virtuais: Duas ou mais instituições operam juntas na criação e transmissão de
cursos, e utilizam o ambiente virtual para vender os cursos como um empreendimento de
alta tecnologia.
Essa modalidade de ensino vem sendo bem aceita por boa parte da população.
Consequentemente, é necessário identificar meios para gerenciar e administrar os cursos
oferecidos pela EaD.
Bates (2004, apud Moraes, 2010), percebe que a EaD também existe no Ensino
Superior, e além de oferecerem programas presenciais, as instituições de ensino superior
têm disponibilizado parte de seus cursos em formatos a distância, predominando, então,
nesse nível da educação formal, um tipo de EaD, a Dual Mode.
Assim como existem as instituições EaD duais, ou seja, que possuem departamentos
centralizados de EaD, com planejadores educacionais, equipe de apoio tecnológico e de
serviço ao aluno, existem também, instituições totalmente Single Mode, ou totalmente online e outras que ainda não ingressaram no campo da EaD. Todas, porém, de alguma forma,
incorporaram recursos desenvolvidos pela EaD, utilizando o contato de alunos e professores
por e-mail, matrículas eletrônicas, bibliotecas virtuais, criação de fóruns e etc.
Em um sistema de EaD de alta qualidade, especialização e tempo consideráveis são
aplicados para análise das mensagens educacionais, a fim de determinar a melhor
combinação de mídia e tecnologias para transmitir um programa de ensino com melhores
resultados.
Antigamente preocupava-se muito com os recursos e a didática de ensino, a partir
de desenvolvimento de pesquisas, percebeu-se que o relacionamento entre alunos e
professores também interfere no processo de ensino e aprendizagem. (GIL, 2008)
As tecnologias devem ser configuradas apenas como recursos para que aconteçam
as interações e acesso as informações. Mais importante que as tecnologias e os
procedimentos pedagógicos, segundo Kensky (2003), são as mediações realizadas pelo
professor e a motivação do aluno que conduzem aprendizagens significativas.
Moore e Kearsley (2007) ressaltam que o segredo de uma prática bem sucedida é a
EaD com abordagem sistêmica. Como no corpo humano, se alguma parte do todo para de
funcionar, o restante pode até não ser afetado. Entretanto, há partes que, por sua extrema
importância, se pararem, todo o organismo irá parar de funcionar.
Um sistema de EaD é formado por todos os processos componentes que operam
quando ocorre o ensino e aprendizado. Ele inclui aprendizagem, ensino, comunicação,
criação e gerenciamento. Um modelo sistêmico para educação a distância valoriza a criação
de cursos que percebem os alunos como fonte de conhecimento, em uma concepção
construtivista, e não meramente transmissora de conhecimento.
Independente dos níveis organizacionais de EaD, devem existir especialistas em
conteúdos que conhecem a teoria e a literatura do campo, pessoas especializadas no
treinamento para a transmissão, que entendam das tecnologias e que determinem o que
ensinar com base nas necessidades e nas demandas da sociedade. Isso inclui conhecer os
alunos, verificar os conhecimentos prévios e o que eles julgam necessário aprender.
Segundo Moraes (2010), a indispensável equipe de profissionais da EaD é formada
por especialistas em matérias, temas, disciplinas, autores e consultores, planejadores do
ensino (responsáveis pelo desenvolvimento do curso e articulação com as tecnologias),
editores, bibliotecários e especialistas na organização documental, produtores gráficos e
revisores e preparadores de texto.
Um curso a distância envolve aspectos pedagógicos, recursos humanos e infraestrutura. São aspectos que não se desenvolvem separadamente e o gestor deve estar atento
na sua funcionalidade e na integração destes. Porém, na sequência, será dada ênfase na
análise da Gestão pedagógica, ressaltando o papel dos planejadores de ensino, como o
coordenador pedagógico.
2.2 GESTÃO PEDAGÓGICA
As tarefas de administrar, gerir, organizar e tomar decisões se reúnem no conceito
de administração. Instituições de ensino possuem inúmeras tarefas que precisam ser
administradas.
Paro (2008), porém, ressalva que a administração na educação deve desenvolver-se
para a transformação, em antagonismo a ênfase tecnicista, pois não se trata apenas de
manipular, armazenar e controlar informações e dados, a educação deve acontecer no
desenvolvimento do saber e na sua apropriação, para poder agir criticamente na sociedade
em que vive.
Severino (2009, apud Vasconcellos, 2009) nos afirma que “não se trata de um
papel puramente burocrático-administrativo, mas de uma tarefa de articulação, de
coordenação, de intencionalização, que, embora suponha o administrativo, o vincula
radicalmente ao pedagógico.”
A definição de organizar refere-se à disposição de elementos necessários para
condicionar os afazeres e conduzir fins determinados e administrar define-se como
regulação das tarefas organizadas de maneira responsável, para que não se perca a
eficiência e coerência do trabalho, a fim de alcançar os objetivos da instituição educativa.
(LORENÇO FILHO, 1976 apud LIBÂNEO, 2008)
Para que as organizações alcancem seus objetivos, Libâneo (2008), afirma que é
necessário a tomada de decisões. Isso é o que se chama de gestão. A gestão deve buscar
condições e recursos para melhor qualidade do ensino, garantir a realização da
aprendizagem de todos os alunos, assim como estimular o envolvimento das pessoas e a
participação de todos inseridos no processo, acompanhando e avaliando a fim de que os
objetivos previamente traçados sejam alcançados.
Os processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de
fazer a decisão funcionar caracterizam a ação que denominamos gestão. Em
outras palavras a gestão, é a atividade pela qual são mobilizados meios e
procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo,
basicamente, os aspectos gerenciais e técnicos administrativos. (LIBÂNEO,
2008, p.101)
A gestão procede de diversas maneiras conforme a concepção que se tem dela e os
objetivos que se acredita ter a educação para a sociedade e a formação de alunos. Uma das
concepções de gestão, como explicitado por Libâneo (2008), é a gestão participativa.
Esse tipo de gestão busca objetivos em comum entre a direção e toda a equipe. As
decisões são tomadas coletivamente e cada membro da equipe deve se responsabilizar com
competência diante das decisões tomadas. Embora haja gestão participativa, ainda assim é
necessária a diferenciação de competências e a presença de uma coordenação.
Nos deteremos em concepções que se opõem a uma gestão de dominação e
subordinação dos membros da equipe, valorizaremos o trabalho coletivo e participativo.
Toda instituição busca resultados e isso implica uma ação racional, estruturada e
coordenada, não dependendo apenas da responsabilidade individual, mas de toda
coletividade. (LIBÂNEO, 2008)
A existência de serviços especializados consiste no que chamamos de intelectual
orgânico, aquele que está atento à realidade e que tem competências para entender,
organizar-se, e organizar o grupo para a superação dos diferentes desafios. Ele busca
conscientizar a todos para o enfrentamento coletivo de problemas. Em outras palavras, o
intelectual orgânico é aquele consciente do seu trabalho e que mobiliza e desperta sua
equipe para caminhar, juntos, para a realização de objetivos. (VASCONCELOS, 2009)
É importante que existam pessoas qualificadas para lidar com a complexidade que é
a educação, a fim de auxiliar todo o grupo a caminhar no mesmo sentido. Tais pessoas
devem refletir sobre os próprios processos educacionais, que objetivem práticas e
intervenções na busca pela mudança e maior qualidade no ensino.
A equipe gestora deve reconhecer o seu poder de tomada de decisões e não negá-lo,
no entanto, os seus membros devem ter o cuidado para não recaírem em um espontaneísmo
ou autoritarismo. A equipe vem ajudar quando propõe e provoca questionamentos, sem
deixar pairar um clima de indefinições, pois a equipe de gestão deve definir, mesmo que
provisoriamente; ela não deve ter medo de errar e, se necessário, deve rever suas decisões,
buscando sempre uma coerência entre aquilo que foi inicialmente proposto e aquilo que
efetivamente foi feito.
A gestão tem por função ser o grande elo articulador dos vários segmentos –
internos e externos, cuidando para que as atividades venham a acontecer de acordo com o
esperado e o planejado.
Um dos pilares mais importantes para o trabalho de gestão é a confiança na equipe
de trabalho. É essencial confiar na proposta e na força do grupo. No caso de algum
problema surgir, deve-se deixar a equipe falar com tranquilidade. O papel da equipe de
gestão é criar um clima de confiança, sem autoritarismo.
O clima organizacional é o reflexo das motivações, dos comportamentos e relações
estabelecidas entre os colaboradores da instituição de trabalho. Segundo Luz (2001), o
clima influencia profundamente a produtividade do indivíduo e, consequentemente da
instituição. Assim sendo, o ambiente de trabalho deve ser favorável e proporcionar
motivação e interesse nos colaboradores.
É imprescindível que a gestão autentique-se no diálogo, pratique a escuta e só
depois comece a reconstruir coletivamente uma proposta de solução. Freire (1980, apud
Vasconcellos, 2009) diz ser “A confiança nos homens é a condição prévia indispensável
para uma mudança revolucionária.”
Vasconcellos (2009), ainda acrescenta quatro funções ou elementos principais da
organização e gestão são: planejamento, que orienta e antecipa os objetivos e decisões a
fim de atingi-los; organização que sinaliza recursos humanos, físicos, materiais e
financeiros para a realização do que foi planejado; direção e coordenação, que
desenvolve e orienta os recursos humanos, ou seja, a equipe de trabalho; avaliação que
consiste na comprovação do rendimento do trabalho realizado, segundo Hoffmann (1995)
este é uma das funções imprescindíveis na educação, pois serve como objeto de reflexão
sobre a ação.
As mudanças não acontecerão apenas pelas técnicas e métodos, mas por meio de
tomada de consciência crítica em ações contínuas. Tais ações podem abranger projetos,
planos de cursos, metas, devendo haver um olhar especial para que os alunos cheguem ao
final de cada etapa acadêmica com domínio de capacidades básicas e necessárias na sua
área de atuação e que possam perceber mudanças positivas na educação.
Os encarregados da gestão devem estar conscientes de seu trabalho, buscando
sempre sua própria capacitação para melhor intervir e buscar soluções. Tal capacitação,
além de tornar os gestores mais qualificados, ainda trará a motivação a sua equipe para o
tempo de pesquisa e capacitação, utilizando o tempo de serviço não só para a prática, mas
para teoria que auxiliará no enfrentamento dos problemas com mais qualidade e de maneira
mais produtiva.
Por fim, cabe à equipe de gestão superar a fragmentação do trabalho, lutar contra as
relações autoritárias que levam a comportamentos passivos, buscar a participação ativa sem
o comodismo e repressões. Faz-se necessária, segundo Vasconcellos (2009), a busca por
uma gestão mais participativa e transparente, criando condições para que a instituições
alcancem suas metas e professores promovam aprendizagem efetivas dos estudantes.
Na próxima seção trataremos, mais especificamente, da identidade profissional do
coordenador pedagógico, apresentando e explicitando a função desse agente na gestão do
processo pedagógico na EaD.
2.3 COORDENADORES PEDAGÓGICOS
Em uma instituição educativa, é primordial a presença de profissionais que cuidem
não só da gestão administrativa, mas também da gestão pedagógica. Entre estes
profissionais estão: os diretores, coordenadores, orientadores, secretários escolares. Estes
agentes educacionais devem atuar juntos, buscando atingir os objetivos educacionais
almejados.
A denominação desses agentes pode variar de acordo com a instituição e pode ser
exercida por uma ou mais pessoas. Estes agentes irão atuar com base nas principais funções
da gestão: planejamento, organização, coordenação e avaliação, citadas por Vasconcellos,
(2009).
Em uma sobreposição de funções, os coordenadores de curso desenvolvem,
portanto, a função de coordenador pedagógico, pois de acordo com Clementino (2005), a
relevância do seu papel está em gerir e auxiliar a equipe a desenvolver o curso com mais
qualidade, preocupando-se principalmente com o processo de ensino-aprendizagem,
fazendo sempre necessário o diálogo constante a fim de redirecionar e reavaliar posturas,
materiais, ou desempenhar outras adequações que se mostrem necessárias.
Segundo Vasconcellos (2009), o coordenador teve origem histórica no século
XVIII, nos Estados Unidos, com base na função de “inspeção escolar”, ou o que muitos
chamam de supervisor. Esse profissional surgiu com o papel de decidir e mandar, em uma
época de crescimento industrial onde a supervisão era vista como controle do movimento
do outro, conduzindo assim a divisão do trabalho entre aqueles que pensam, decidem,
mandam e executam.
O modelo de supervisão foi transposto para o Brasil e ganhou força legal, por meio
da lei nº 5692/71, tendo sido instituída no âmbito do 1º e 2º grau. A função do inspetor era
fundamentalmente tecnicista e controladora.
Com a reformulação do curso de pedagogia, os profissionais se preparam para
serem, não inspetores, mas especialistas da educação, porém possuíam pouca prática. Mas
já buscavam superar essa origem autoritária da figura do inspetor, iniciou-se, então, um
processo de redefinição desse profissional. A figura do coordenador substituiu aquela do
inspetor a partir de posturas e concepções diferenciadas. (VASCONCELLOS, 2009)
Segundo Libâneo (2008), o coordenador responde pela viabilização, integração e
articulação do trabalho político-didático em ligação direta com os professores, em função da
qualidade de ensino. Para ele, as funções de coordenação podem ser sintetizadas na ação de
planejar, coordenar, gerir, acompanhar e avaliar as atividades pedagógicas institucionais, a
fim de melhorar a qualidade cognitiva e operativa do processo de gestão e ensinoaprendizagem.
Do mesmo modo, para Vasconcellos (2009), o eixo central do trabalho do
coordenador é a qualificação do processo de ensino como forma de possibilitar efetiva
aprendizagem por parte de todos. O autor ainda ressalta que a esfera de atuação do
coordenador é extensa, envolvendo processos desde a questão de currículo a articulação do
Projeto Político Pedagógico no campo da instituição a fim de propiciar uma melhor
qualidade da educação.
Libâneo (2008), cita várias atribuições específicas para esse cargo de coordenador,
porém, dentre as suas competências destacam-se as seguintes ações: Coordenar a
formulação, o desenvolvimento e avaliação do projeto pedagógico-curricular; apresentar
ideias e diretrizes relacionadas aos objetivos, às orientações curriculares e aos planos de
ensino; auxiliar tecnicamente na prática de elaboração do projeto e dos planos de ensino e
acompanhar e avaliar o desenvolvimento do projeto pedagógico-curricular, especialmente
as atividades do currículo e do ensino.
O coordenador precisa ter um grau mínimo de empatia com os professores, ou seja,
ter a capacidade de colocar-se no lugar do outro, compreender os motivos de tais situações
acontecerem e não rotular o professor, mas sim acreditar que o professor pode
mudar/aperfeiçoar sua prática. Assim como o professor não pode desistir do aluno, o
coordenador não deve desistir do professor.
Ele deve buscar a visão do conjunto, ver as variadas dimensões dos problemas e
perceber a relação da parte com o todo. Também precisa buscar estratégias adequadas, ter
visão estratégica, almejar a um clima de acolhimento, ou seja, favorecer um clima
organizacional positivo.
Vasconcellos (2009), ressalva que com sensibilidade, o bom coordenador é aquele
que consegue perceber o outro, reconhecendo suas dificuldades e potencialidades. É aquele
que é firme quando necessário, mas que também utiliza o diálogo e escuta, a fim de que as
pessoas, ao falarem e organizarem suas ideias e consigam tirar conclusões por si mesmas.
Ao se dispor a escutar, o coordenador ajudará na construção do sentido do trabalho
– significação. O coordenador deve ajudar o docente a valorizar o espaço de ensino,
resgatando o espírito de transformação e o sentido da prática, que com tempo pode ter se
tornado repetitivo e desestimulante.
Além do mais, o coordenador tem o papel de transformar ideias em ações concretas,
estabelecendo sempre a ação-reflexão a fim de se apropriar criticamente da prática e da
teoria para avançar, respaldando-se sempre na ética, no querer o bem, sem pretender
prejudicar o outro. O coordenador deve assumir a função mediadora, pois quem exerce a
função de ensinar é o professor. Seu papel consiste em auxiliar a prática pedagógica,
estabelecendo dinâmicas de interação, facilitando assim o avanço do processo de ensinoaprendizagem. (VASCONCELLOS, 2009)
Para que não haja desvios de função, é necessário um plano de trabalho para que as
ações mediadoras do coordenador sejam baseadas em métodos para melhores condições de
intervenção. Nesse processo, são significativas propostas de grupos de formação continuada
entre coordenadores. Tais grupos podem ser formados até mesmo por professores sem
função de coordenação, a fim de construir um efetivo e ativo grupo de trabalho na
instituição. (VASCONCELLOS, 2009)
3 METOLOGIA
A abordagem metodológica utilizada neste artigo foi qualitativa e exploratória, essa
metodologia contribui para uma visão mais detalhada de um caso particular e preserva as
características do fenômeno em estudo com base nas informações importantes que são tanto
registradas quanto analisadas.
A pesquisa consiste, segundo Severino (2000), em estudo de caso que se utiliza de
pesquisa bibliográfica, realizada com bases nas contribuições de estudos que estão
disponíveis em livros, teses, revistas, artigos e etc. Realizou-se, também, uma pesquisa de
campo, onde foram coletados dados através de questionários com 12 perguntas, 5 perguntas
sócio-demográficas, para o levantamento do perfil dos participantes da pesquisa e 7
perguntas abertas destinada a levantar informações registradas com as próprias palavras dos
coordenadores pedagógicos a respeito do papel e desafios dos coordenadores, podendo
assim analisar as convergências e divergências das respostas entre os mesmos.
A coleta de dados realizou-se no período de 10 de novembro de 2011, na Católica
Virtual. Os sujeitos da pesquisa foram 6 profissionais envolvidos com a coordenação
pedagógica de cursos a distância, de licenciaturas, bacharelados e tecnológicos.
Foi feita a organização dos dados, dividindo-as em categorias. Fez-se uma síntese
do que foi considerado mais significativo em relação ao tema estudado a fim de identificar
os aspectos importantes para compreender realidades e concepções.
Para evitar a identificação dos participantes, e salvaguardar a privacidade de todos,
apresentou-se as resposta pela letra C de coordenação, seguida de um número para cada um
dos coordenadores(as) da EaD. Os dados foram analisadas à luz do referencial teórico que
respalda este trabalho e apresentados de acordo com os temas centrais dos questionários.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A primeira parte do questionário permitiu uma breve identificação e conhecimento
dos coordenadores que participaram da pesquisa. A idade média dos participantes é de 37
anos, na maioria são sexo feminino e todos possuem formação superior com Mestrado
concluído.
Os cursos que os sujeitos da pesquisa coordenam são Gestão Financeira e Processos
Gerenciais, Gestão de TI, Segurança da Informação e Análise e Desenvolvimento de
Sistemas, Filosofia, Bacharelado em Turismo e Tecnologia em Gestão do Turismo,
Administração e Tecnologia em Comércio Exterior, Pedagogia e Gestão de Recursos
Humanos, com tempo em média de 2 anos de atuação na coordenação pedagógica de cursos
virtuais.
A segunda parte da pesquisa identificou as situações que permeiam a atuação dos
coordenadores em cursos em EaD, procurando identificar aspectos importantes do seu papel
pedagógico do coordenador e seus desafios, assim como foi estabelecido nos objetivos
desta pesquisa.
A primeira questão teve como intenção analisar as concepções dos
coordenadores em relação aos planejamentos nos cursos de EaD. Foi possível perceber
grande tendência em utilizar planejamentos no desenvolvimento de soluções aos desafios e
melhorias no curso. Todos responderam que a construção é conjunta perpassando pelos
professores, coordenadores e direção, e que nesse momento se determina a revisão de
procedimentos utilizados a fim de verificar possíveis mudanças.
Em termos de planejamento institucional, foi possível perceber a consciência da
utilização e revisão contínua do Projeto Pedagógico dos cursos. Segundo Vasconcelos
(2009), na metodologia de elaboração de um projeto com base em um Planejamento
Participativo, perguntas devem ser feitas considerando áreas temáticas e eixos considerados
importantes para a instituição de ensino. A partir das questões elaboradas cada membro é
convidado a se posicionar por escrito, e depois de organizadas todas as ideias por escrito, o
texto vai à plenária e de forma coletiva, todos podem debater e posicionar-se diante do que
foi elaborado, buscando um consenso.
Conforme podemos perceber na resposta de um dos participantes, os sujeitos
envolvidos no desenvolvimento do planejamento dos cursos em EaD têm voz nos
colegiados:
O planejamento é levado ao conhecimento e aprovação do colegiado, onde
pode sofrer pequenas adequações, sendo depois formalizado junto ao grupo
de professores por intermédio da trilha do curso, entregue no início de cada
semestre. O planejamento de aprendizagem segue os mesmos trâmites de
apresentação, aprovação e divulgação junto ao colegiado. ( C2)
É preferível que o registro de elaboração do planejamento não seja feito pela
direção, para não representar a questão de poder no imaginário do grupo, no entanto, é
necessária uma comissão de redação com representações de professores, para evitar
qualquer dúvida quanto a fidelidade do que foi proposto e do que foi alterado segundo
sugestões.
Após a finalização da elaboração, evitar o clima de missão cumprida, este só é o
início e só se fechará o planejamento quando chegarem ao ultimo item da programação, é
importante também explicar o que se espera de cada grupo de serviços da Instituição.
Caso haja a necessidade de rever alguma ação planejada, Vasconcellos (2009),
ressalta que é necessário passar por um respaldo coletivo, para que o processo de
planejamento não seja desacreditado, tornando-se contraditório.
A segunda questão perguntava, na concepção dos coordenadores, qual era o
seu papel em relações as avaliações realizadas no curso. Nessa questão houve certas
divergências de resposta.
Em relação à avaliação dos estudantes nas disciplinas, um coordenador respondeu
que deixa a elaboração das avaliações individuais pelo professor e seu assistente,
verificando apenas o seu conteúdo.
Alguns coordenadores consideraram as avaliações necessárias para observar,
analisar se a proposta do curso realmente está atendendo o perfil dos estudantes, ser ainda
um mecanismo de conscientização diante dos estudantes e do papel da instituição a fim de
buscar um melhoramento contínuo.
De acordo com a resposta de um participante, a avaliação é importante para
apresentar o que foi desenvolvido na instituição de ensino e mostrar resultados, assim como
medida de controle em algumas situações. “Coordenação, observação e controle,
dependendo do momento de cada avaliação.” (C1)
Segundo Luckesi (1978), a avaliação é definida como um julgamento de valor sobre
manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão. Julgamento
de valor, pois serão pré-estabelecidos critérios a serem desenvolvidos pelo sujeito para
assim perceber se este está próximo ou não ao que se espera. Manifestações relevantes da
realidade, pois o mediador da aprendizagem deve ter objetos claros para avaliação e
verificar realmente o que o aluno conseguiu desenvolver. Por fim, a tomada de decisão é
importante, pois o mediador terá que decidir o que irá fazer com os dados obtidos com as
avaliações.
É imprescindível que o coordenador utilize as avaliações para estruturar medidas de
melhoria ao ensino oferecido, fazendo dos erros observados uma oportunidade de
transformações. A avaliação não deve ser apenas utilizada como exposição de resultados.
Um participantes da pesquisa, afirma ser: “responsável pela verificação das avaliações
com objetivo de analisar se as questões e atividades propostas realmente atendem ao
perfil de egresso que se deseja formar.” (C5)
Em relação ao professor, o coordenador não deve fazer avaliações classificatórias,
premiando ou julgando. É necessário trabalhar a partir de suas expectativas e preocupações,
interagindo de forma dialética, utilizando a reflexão-ação-reflexão diante da realidade
observada.
A terceira pergunta tratou de discutir a contribuição do coordenador
pedagógico, para a realização de um trabalho que tenha significado para o aluno,
diante de propostas didáticas efetivas que facilitam o avanço do processo de ensino e
aprendizagem em fóruns virtuais.
As respostam giram em torno do acompanhamento e monitoramento para garantir
interação dos professores com os estudantes e entre os estudastes, atentando-se a sua
qualidade, devendo sempre articular atividades paralelas de discussões de experiências
aliada a teoria.
Deve-se compreender que a aferição do desempenho intelectual dos alunos por
meio de provas, debates em fóruns e exames não são suficientes para considerar sua
qualidade, pois segundo Libâneo (2008), a aprendizagem acontece envolvendo não só a
parte cognitiva, mas também a afetiva, estética, ética e física. Os fóruns devem ser
considerados meios e não fins.
Foi possível perceber que o coordenador assume como responsabilidade verificar a
falta de profundidade nos fóruns e promover conversas individualizadas ou oficinas que
permitam a melhor preparação dos professores no seu campo de atuação e que os estudantes
possam vivenciar práticas e não apenas teorias, ou seja, aliar ensino, pesquisa e extensão.
“A responsabilidade do coordenador em conjunto com sua equipe de
professores é acompanhar a efetividade da construção de novos
conhecimentos no ambiente virtual e a qualidade das interações ocorridas nos
fóruns; organizar atividades, programas e seminários que possam enriquecer
o processo ensino aprendizagem com objetivo de fazer o estudante vivenciar
práticas articuladas com a teoria. O coordenador é o profissional que precisa
estar presente e mostrar-se presente ao estudante. Tem como papel, também,
tranqüilizar e resolver dificuldades dos alunos em relação a todos os
procedimentos: pedagógicos, administrativos e muitas vezes humanos.” (C6)
Os dados mostram que para a realização de um trabalho que tenha significado tanto
para o professor quanto para o aluno, o coordenador deve atuar para ajudar os docentes a
repensarem suas propostas, romperem com formalismos, utilizando-se dos conteúdos para
uma proposta mais reflexiva, com posicionamentos diante a realidade.
O coordenador deve por meio do diálogo tentar melhorar a prática do professor, e
não com mecanismo de controle e fiscalização, ter tempo para atendê-lo e ajudá-lo a tomar
consciência de sua prática. Segundo Vasconcelos (2009), deve-se assumir o papel de
articulador de pessoas, projetos e reflexões da eficiência dos fóruns e dos procedimentos
pedagógicos.
A EAD não permite aulas mal preparadas, portanto, o papel dos
coordenadores se aprofunda no acompanhamento do curso, ele deve orientar
e coordenar o trabalho dos professores em relação ao planejamento, execução
e controle das propostas de ensino e no que se refere a procedimentos
didáticos e recursos pedagógicos que auxiliem, facilitem e aperfeiçoem o
desenvolvimento do trabalho em cada módulo. Dessa maneira, o
planejamento integrado do curso, sua organização em módulos e a
tematização evidenciam um foco mais concreto e objetivo no sentido de
atender às propostas de formação do discente, pois, reduzem as
possibilidades de improvisação e de divagação do docente e dos discentes no
desenvolvimento do curso.( AZEVEDO & SATHLER, 2008, p.5)
Para Vasconcellos (2009), o coordenador, além de estabelecer o acolhimento das
angústias e dificuldades dos professores, deve ser questionador, provocador, motivador de
sua equipe, disponibilizando o que for possível para o crescimento da mesma.
Uma questão importante abordada na pesquisa foi os desafios de sua prática em
um curso à distância. Nas respostas dos participantes pode-se pontuar dois desafios mais
evidentes, a redução da evasão nos cursos e a conscientização dos alunos e professores
frente aos estudos, pois apesar da EaD flexibilizar os horários é de extrema importância que
a dedicação seja a mesma que um curso presencial. O estudante deve estar motivado,
estimular interações virtuais significativas, assim como a leitura do material disponibilizado
também é um dos desafios dos coordenadores de EaD. Sendo assim, um dos
coordenadores afirma ser um desafio:
Quebrar paradigmas quanto à efetividade da metodologia EAD. Buscar
constantes inovações na prática pedagógica como um todo. Gerenciar a
flexibilidade de horário e de tempo de professores e alunos. (C2)
O coordenador deve ter consciência do papel da educação e da função docente, pois
esse conhecimento, e até mesmo a sua experiência como docente, auxiliará na sua prática
como coordenador, podendo atuar de maneira diferenciada no incentivo da construção de
conhecimento e a inovação na pratica pedagógica. (AZEVEDO & SATHLER, 2008)
Um dos grandes desafios de um coordenador de cursos na modalidade a
distância é trazer o estudante para o ambiente virtual de forma satisfeita
fazendo com que ele se sinta acolhido e motivado a continuar o curso. Tal
trabalho precisa ser desenvolvido em conjunto com o professor que é o
Gestor da disciplina e o grande responsável pelo resultado de seu
aprendizado e manutenção desse estudante até o final do curso. (C6)
Segundo Franco (2008), a coordenador, então, será aquele que consegue fazer
articulação crítica entre professores e seu contexto tornando o processo educativo ao mesmo
tempo formativo, emancipador, crítico e compromissado.
Ao perguntar as funções indispensáveis para a atuação como coordenador de
cursos na modalidade de Educação a Distância, diversificada foram as respostas. Desde
mediação de conflitos entre aluno-aluno e aluno-professor, assim como o controle,
monitoramento e supervisão das atividades dos alunos e dos professores.
Contato com os alunos, controle das atividades dos professores, mediação de
conflitos entre aluno-aluno, e aluno-professor. Todas estas atividades são
necessárias para o envolvimento e conhecimento das potencialidades e
fragilidades do curso. (C1)
Outros utilizam o termo orientação, acompanhamento e auxilio na efetiva
participação de professores e de alunos no ambiente virtual, organização das atividades,
programas e seminários que possam enriquecer o processo ensino aprendizagem.
A coordenação cabe a realização de ações de planejamento e
acompanhamento dos cursos, na busca de garantir o desenvolvimento dos
Projetos Pedagógicos. Considero que as funções desempenhadas pelo
coordenador são indispensáveis para o bom andamento do curso, sobretudo
na modalidade a distância. (C4)
Foi mencionada ainda a função de estabelecer momentos de troca de experiências e
estudos sobre a prática docente e resolver as demandas dos alunos por e-mail, fórum,
telefone e presencialmente.
Além da gestão pedagógica, a coordenação também tem função na gestão
administrativa dos cursos com a contratação e orientação de professores novatos,
contratação e orientação de conteudistas, acerto de carga horária de professores, supervisão
do número de alunos nas turmas, montagem de escalas de trabalho visando atender as
demandas da Direção da Católica Virtual.
Segundo Azevedo e Sathler (2008), o coordenador deve selecionar para sua equipe
professores com perfil para trabalhar na educação a distância e que façam desse ambiente
um significativo lugar de aprendizagem e ensino.
Coordeno o nível de qualidade das postagens nos fóruns; as reuniões
pedagógicas; a grade curricular dos professores; a relação entre professor e
aluno; o nível das avaliações; as atividades extracurriculares; a composição
de grupos de estudos; as atividades de extensão, etc. (C3)
O coordenador é o gestor acadêmico, sendo responsável por administrar e organizar
eventos acadêmicos, assim como as reuniões, atendimento aos docentes e alunos. Cuidar da
imagem do curso fazer a gestão em relação às diretrizes do MEC, especialmente quanto ao
reconhecimento do curso e outras avaliações. (AZEVEDO; SATHLER, 2008 apud
BARROS, 2006 p.3)
O coordenador deve ser o melhor conhecedor do projeto pedagógico do curso, o
articulador das ações ali planejadas, por ser este um instrumento vital, pelo seu potencial
transformador, para a avaliação e retroalimentação dos processos. Propor continuamente
estratégias de inovação para o projeto pedagógico e a matriz curricular do curso.
(AZEVEDO & SATHLER, 2008)
Segundo as respostas, o coordenador também deve acompanhar as reuniões
pedagógicas, além do envolvimento continuo em ações de planejamento e
acompanhamento dos cursos, na busca de garantir o desenvolvimento dos Projetos
Pedagógicos.
Também entendem que o coordenador deve executar e/ou monitorar os
procedimentos e atividades propostas no projeto pedagógico (encontros presenciais,
laboratórios virtuais, pesquisa e extensão) e promover a revisão do Projeto Pedagógico do
Curso sempre que necessário e analisar situações que possam ser melhoradas, pois este é a
base para os planejamento e atividades semestrais.
Coordenar o pedagógico implica redirecionamento e esclarecimento coletivo
do sentido da escola. Isso o coordenador não poderá fazer sozinho, nem
mesmo a direção da escola poderá fazê-lo sozinha. O coordenador
pedagógico poderá fazer um bom trabalho no acompanhamento, na liderança
das negociações do projeto em ação. Antes disso, sem um projeto
esclarecedor de metas e anseios, ele nada poderá fazer. O coordenador é uma
peça importante no quebra-cabeça da dinâmica de uma escola. Mas é preciso
que esse quebra-cabeça esteja sempre em processo de constituição. Com
peças dispersas por todo canto, peças perdidas e nem lembradas, ninguém
organizará o aparente caos. (FRANCO, 2008, p. 128)
A penúltima pergunta se referia às qualidades consideradas importantes pelos
coordenadores para o exercício da função, entre elas estava amor pelo que se faz,
criatividade e dinamicidade, ter espírito de liderança com senso critico e reflexivo,
capacidade de planejamento e gestão.
Muitos citaram a organização, controle e observação das práticas docentes,
disponibilidade para resolução de conflitos, tranqüilidade. No entanto, mais que o controle
de atividades do docente, é necessário ressalvar que o coordenador deve articular, promover
e operacionalizar cursos de capacitação aos docentes, a partir da identificação das
necessidades específicas do curso. (AZEVEDO & SATHLER, 2008)
Deve, ainda, ter disponibilidade e presteza na comunicação e orientação, disposição
para resolver impasses junto aos vários setores da instituição, entre alunos e professores , ou
seja, ter empatia e alta comunicabilidade. Segundo a resposta de um dos coordenadores:
Em um curso com cerca de 600 alunos e uma caixa de e-mail que oscila entre
100 e 150 e-mails diários, é necessário ter a capacidade de tratar cada
indivíduo com respeito e atenção únicos, considerando a individualidade, as
particularidades, a realidade e o histórico de cada aluno. (C2)
Por se tratar de um ambiente virtual, um coordenador lembrou muito bem a
importância do domínio tecnológico, entendimento das teorias da aprendizagem e acima de
tudo uma disposição para entender as necessidades que possam facilitar a interação e a
colaboração dos alunos. Sendo assim,
Deve-se evitar fazer da educação a distância uma simples distribuição e
armazenamento de conteúdos na forma digital, para tanto, é fundamental que
coordenador esteja atento e acompanhe cotidianamente os processos de
produção de conteúdo e as estratégias de aprendizagem no âmbito do curso.
(AZEVEDO & SATHLER, 2008, p.8)
Vasconcellos (2009), em seu livro apresenta definições, tanto negativas quanto
positivas sobre as concepções do papel do coordenador pedagógico desempenha ou deveria
desempenhar. Do ponto de vista negativo, pode observar que o coordenador
(...) não é fiscal de professor, não é dedo-duro (que entrega os professores
para a direção ou mantenedora), não é pombo correio (que leva recado da
direção para os professores e dos professores para a direção), não é
coringa/tarefeiro/quebra-galho/salvavidas (ajudante de direção, auxiliar de
secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), não é tapa buraco (que fica
“toureando” os alunos em sala de aula no caso de falta de professor), não é
burocrata (que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos,
estatísticas sem sentido, mandando um monte de papéis para os professores
preencherem- escola de “papel”), não é de gabinete (que está longe da prática
e dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário (que tem dicas e
soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de
técnicas, receitas), não é generalista (que entende quase nada de quase tudo).
(VASCONCELLOS, 2009, p.87)
A coordenação pedagógica define-se, ou deveria se definir como
(...) articuladora do Projeto Político-Pedagógico da instituição no campo
pedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios para a
concretização do mesmo, de tal forma que a escola possa cumprir sua tarefa
de propiciar que todos os alunos aprendam e se desenvolvam como seres
humanos plenos, partindo do pressuposto de que todos têm direito e são
capazes de aprender. (...) Cabendo à coordenação a sistematização e
integração do trabalho conjunto, caminhando na linha da
interdisciplinaridade. (...) É importante lembrar que, antes de mais nada, a
coordenação é exercida por um educador, e como tal deve, estar no combate a
tudo aquilo que desumaniza a escola: a reprodução da ideologia dominante,
o autoritarismo, o conhecimento desvinculado da realidade, a evasão, a lógica
classificatória e excludente (repetência ou aprovação sem apropriação do
saber), a discriminação social e etc. (VASCONCELLOS, 2009, p. 87)
Para finalizar o questionário foi perguntado, qual imagem os coordenadores (as)
poderiam relacionar com a função de coordenadores pedagógicos por eles
desempenhado. O quadro abaixo ilustra algumas respostas e suas respectivas justificativas.
Jardineiro.
É preciso cuidar e estar atento para as mudanças contínuas.
Arado.
Por abrir novos caminhos e oportunizar que sementes possam germinar.
Livro.
Porque o livro está sempre disposto a nos falar o que precisamos ouvir, além de ser o
nosso melhor amigo.
Um bando de pássaros em revoada, em formação triangular onde a cada
momento uma das aves se reveza na ponta do bando, direcionando-o.
Traduz a idéia de que uma boa coordenação só será possível se todos os envolvidos
nos processos de ensino-aprendizagem tiverem um objetivo comum e metas a
alcançar. É necessária uma liderança, mas ela pode ser compartilhada e deve-se ter
ainda liderados motivados a darem o melhor de si para o alcance do objetivo maio do
grupo.
Pode-se perceber que mesmo alguns coordenadores ainda tenham a concepção de
um papel controlador, de fiscal ou aquele que tem dicas e soluções para todos os problemas,
existem aqueles coordenadores que acreditam que o seu trabalho é de observação,
orientação e desencadeador de mudanças, através de uma liderança compartilhada, com
uma equipe que deve estar sempre motivada para alcance de objetivos e metas em comum.
O coordenador, ao mesmo tempo em que acolhe engendra, deve ser
questionador, desiquilibrador, provocador, animando e disponibilizando
subsídios que permitam o crescimento do grupo. (VASCONCELLOS, 2009,
p. 89)
É necessário superar o paradigma autoritário, desenvolver suas propostas
pedagógicas de forma participativa, diminuindo assim resistências internas à mudança. O
coordenador nunca deve impor e sim convencer o professor das idéias de mudança, pois
pode acontecer de metas ficarem só nas palavras e a prática ficaram na superfície.
5 CONCLUSÃO
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº9394/96), a
aprendizagem não acontece somente no ambiente escolar, mas em todos os espaços sociais,
portanto, hoje a atuação do pedagogo não está restrita, podendo o profissional atuar em
outros setores.
O pedagogo podendo agir em diversos segmentos sociais, o mercado de trabalho
espera que esse profissional atenda vários requisitos, que tenha, por exemplo, uma visão
ampliada dos processos educativos, que seja criativo, flexível, analítico, que saiba trabalhar
em equipe e com agilidade e habilidade para resolver as demandas de maneira consciente e
com qualidade.
Segundo a LDB/ 96, expressa no artigo 64º sobre os profissionais da educação que
atuam na administração da institucional:
Art. 64. A formação de profissionais de educação para a administração,
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação
básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pósgraduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a
base comum nacional.
Ainda assim, é necessário que os pedagogos estejam sempre fazendo cursos de
especializações na área de atuação, pois estamos vivemos em um mundo de constantes
mudanças em que os problemas estão cada vez mais complexos e o campo de atuação do
pedagogo cada vez mais extenso, como o campo da acessória educativa em instituições
privadas, públicas organizações não governamentais e etc.
Neste contexto compreende-se que o pedagogo ou qualquer outro profissional que
deseja ser um coordenador em EaD, deve estar atento a todos os aspectos que fazem
acontecer o ensino e aprendizado a distancia, devendo primar pelo desenvolvimento
harmônico. Foi nessa perspectiva que se resolveu estudar, com o sentido de compreender as
funções desempenhadas pelo coordenador em uma gestão pedagógica.
Ao aprofundar a compreensão sobre as funções de um coordenador, verificou-se
que tal ator tem um papel importantíssimo no cenário pedagógico universitário e no
provimento de uma educação de qualidade. E através dessa pesquisa, chegaram-se as
seguintes conclusões:
- Constatou-se evidentemente que a relação interpessoal com a equipe é de extrema
importância, pois ele deve escutar os anseios dos professores, direção e alunos, buscando
refletir, dialogar, prestando atenção às necessidades e dificuldades do outro com respeito
estabelecendo um clima de confiança;
- Percebeu-se o papel do coordenador de construir um ambiente participativo que
incentive mudanças e que os colegiados oportunizam essa participação;
- Ele é um grande conhecedor dos projetos e da dinâmica profissional de cada
professor, procura estar atento às dificuldades dos alunos, às reclamações e o que precisa ser
melhorado;
- Capacidade de criar estratégias, organizar reuniões, responsável por integrar toda a
equipe e motivando para melhorar o processo de ensino-aprendizagem e se atentando a
formação continuada dos professores;
- Os coordenadores são os articuladores das ações e reflexão da ação no ato de
observar, dialogar, planejar em momentos coletivos ou individuais buscando atingir os
objetivos desejados e inseridos no Projeto Pedagógico da instituição.
Tendo em vista as funções do coordenador pedagógico, percebe-se através da
pesquisa, que o coordenador vem auxiliar a direção nas tomadas de decisões pedagógicas e
no cumprimento das metas de melhoria do curso. Embora ele faça alguns trabalhos mais
burocrático-administrativos, sua função é de cuidar, especificamente, da gestão da
aprendizagem, dominando o Projeto Pedagógico e articular os planos de ação.
O coordenador deve ter um espírito de liderança, porém com o principio de unir
toda a equipe a alcançar os objetivos, de motivar os professores e alunos, orientar, avaliar
diagnosticamente, estimular praticas pedagógicas, ressaltar os pontos positivos e negativos.
É primordial que o coordenador se atenha as questões do processo de ensino e
aprendizagem, estabelecendo ações de execução para que todas estas etapas sejam
cumpridas e que sejam expostas e comunicadas, para que haja comunicação entre os
envolvidos nesse processo e possibilitando a tomada de consciência da necessidade de
aperfeiçoamento.
O plano seja institucional ou de aprendizagem deve ser fruto de um processo
coletivo, de troca de experiências e de reflexão critica sobre a percepção, pois é através da
interação entre a equipe e a coordenação pedagógica que se torna a realidade do espaço de
ensino aprendizagem muito mais significativo e produtivo.
Ajudar o professor de cada disciplinar a melhorar sua prática, especializando-se
sempre no que é demandado no seu campo profissional. Conscientizar a todos do seu papel,
conhecendo as especificidades de cada segmento de coordena, sem perder a visão do todo,
valorizar a ações coletivas vinculadas aos eixos pedagógicas da instituição.
A qualidade em qualquer instituição significa trabalhar com seres humanos para
ajudá-los a se constituírem como sujeitos. Distingue-se no campo da educação dois tipos de
qualidade: a formal e a política. A formal refere-se ao nível ótimo a que podem chegar os
meios, instrumentos, procedimentos e principalmente conhecimento, ou seja, é a construção
de conhecimentos para melhor intervir. (LIBÂNEO, 2008 apud DEMO, 1998, p.66)
A qualidade política refere-se a valores sociais do conhecimento que deve ser
aprendido para intervir na realidade visando o bem comum. A educação de qualidade
depende da conjugação de vários objetivos e estratégias, como a organização da instituição,
prática da gestão que se baseia na democratização de processos organizativos e decisórios.
É necessário para que haja qualidade no ensino, um bom planejamento pedagógico
e curricular, organização e gestão, cultura organizacional, tecnologia e desenvolvimento
profissional, logo a instituição deve dar maior importância à qualidade do ensinoaprendizagem. (Libâneo, 2008).
Conclui-se que a função primordial do coordenador é dar encaminhamentos mais
viáveis ao processo de ensino aprendizagem, tornando-o cada vez mais significativo,
independentemente da modalidade de ensino que atua. Pois, o coordenador deve buscar
melhorar a qualidade dos processos educativos, acompanhando sempre de perto a prática
dos professores e o desenvolvimento dos alunos.
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