ESCOLA INGLESA DE
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Ana Lídia Simoneti
Bruna Klassmann
Bruna Pinho Iamin
Huíla Klanovichs
Júlia Goerisch
Escola Inglesa

1958 – Criação do Comitê Britânico de Teoria de Política
Internacional por Herbert Butterfield, por pedido da Fundação
Rockfeller – abordou temas como: atividade diplomática,
política externa, ética dos conflitos internacionais e estudo
científico da política);

1985 – Dissolução informal do Comitê;

Assume, de certa forma, um caráter normativo, que serve de
base para a teoria crítica, pois reflete uma profunda
preocupação com a emancipação humana;
Fases do desenvolvimento
teórico:

Fase I (1959 – 1966): foco no sistema internacional e na sociedade
internacional;

Fase II (1966 – 1977): publicação dos principais livros – “O Sistema de
Estados” (Wight) e “A Sociedade Anárquica” (Bull);

Fase III (1977 – 1992): consolidação da Escola Inglesa e transição para
uma nova geração de intelectuais – desenvolvimento das principais
idéias e nomeação de Escola Inglesa por Roy Jones;

Fase IV (1992 – hoje): terceira geração de acadêmicos com pouca ou
nenhuma ligação com o Comitê – confronto de idéias Neo-realistas e
Construtivistas;
Premissas básicas:

Buscam entender as RI e não explicá-las;

Comum acordo sobre o tema da anarquia internacional;

Entendimento humano,
(abordagem tradicional);

Visão semelhante aos realistas sobre o tema do poder e do
interesse nacional (com diferença na forma pela qual o poder é
tratado);

Valorizam muito os Estados e os indivíduos em detrimento das
OI’s e das ONG’s;
normas,
julgamento
e
história
Conceitos básicos:

Sistema internacional (Hobbes/Maquiavel) – diz respeito à
política de poder entre os Estados e é formado quando dois ou
mais Estados tem impacto suficiente sobre as decisões do outro,
fazendo cálculos de poder buscando balanceá-lo;

Sociedade internacional (Grotius) – parte da premissa da
existência de um sistema internacional, a partir do momento em
que um grupo de Estados, cientes de certos valores e interesses
comuns, estão vinculados por um conjunto comum de regras e
participam do funcionamento de instituições comuns;

Sociedade mundial (Kant) – leva em consideração os indivíduos
e as ONG’s; sua ordem está baseada em normas e valores
compartilhados
por
indivíduos
internacionalmente,
transcendendo a ordem dos Estados (cosmopolismo);

Principais pensadores e principais idéias
Martin Wight (1913 - 1972)

Nasceu em Sussex, Inglaterra;

Graduado em História Moderna (Oxford);

Professor na London School of Economics e na Universidade de
Sussex;

1937 – Royal Institute of International Affairs;

Não publicou seus trabalhos, que foram reunidos, editados e
publicados após a sua morte por sua esposa e Hedley Bull;

“Três erres” – realismo, racionalismo e revolucionismo (as RI não
podem ser entendidas somente por meio de uma das teorias, e sim
pela fusão das três);
 Realismo: relações entre Estados baseadas na soberania (o
sistema anárquico leva à balança de poder) – associado ao
conceito de sistema internacional e ao positivismo;

Racionalismo: campo de estudo da Sociologia e da História das
RI – diálogo entre os Estados, normas e leis (cooperação) –
associado à construção da sociedade internacional – abordagem
interpretativista;

Revolucionismo: centralidade do indivíduo nas RI e de sua
precedência em relação aos Estados e às Relações
Internacionais – associado à sociedade mundial;
Realismo
Racionalismo
Revolucionismo
Anarquia
Sociedade
Humanidade
Política de Poder
Mudança
Evolucionária
Mudança
Revolucionária
Conflito e Guerra
Coexistência
Pacífica
Utopia Anti-Estatal
Pessimismo
Esperança Sem
Ilusões
-
Hedley Bull (1932 – 1985)

Biografia:
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
Nasceu na Austrália;
Graduado em Filosofia e Direito (Universidade de
Sydney);
Pós-graduado em Ciência Política (Oxford);
Aluno de Martin Wight (London School of
Economics);
Contexto histórico: Guerra Fria (tema muito
presente em seus estudos);
Morreu de câncer;

Fortemente influenciado, em suas idéias, por Wight;

Importância da História, da Política, do Direito e da Teologia;

Articulação de uma Teoria Normativa das RI inspirada na filosofia
jurídica de Grotius (objetividade dos valores morais – “todos estão
submetidos à lei natural e integrados à sociedade internacional”);

Atenção aos aspectos culturais envolvidos nas RI;

Modo Britânico de perceber o mundo (experiência colonialista e
imperialista);

Sociedade internacional antes da II GM – reflexo da expansão
imperialista européia

Mudanças na sociedade internacional após a II GM (“A revolta
contra o Ocidente”) através de cinco fases:


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

Primeira Fase: luta pela igualdade soberana dos Estados;
Segunda Fase: revolução anti-colonial;
Terceira Fase: luta em favor da igualdade racial;
Quarta Fase: luta contra injustiça econômica;
Quinta Fase: luta pela liberação cultural;
Principal abordagem: Ordem Internacional;
Bull e a Ordem Internacional:

Conceito: o conjunto de relações entre os Estados (a totalidade do sistema
político internacional); é uma característica que pode ou não existir na
política internacional, conforme o momento ou o lugar, ou que pode existir
em grau maior ou menor (ordem em oposição à desordem) – depende de
normas;

É definida como uma situação efetiva ou possível, não sendo uma meta e
nem um objetivo;

Características para a sustentabilidade da sociedade de Estados
elementares, primários ou universais:
 Preservação da sociedade internacional;
 Defesa da independência dos Estados membros;
 Manutenção da paz e ajuda na garantia das fundações normativas de
toda vida social;
 Estabilidade dos bens;

As causas fundamentais da ordem não devem ser buscadas em
OI’s, mas sim, em instituições da sociedade internacional
surgidas antes da criação das OI’s e que continuariam a
funcionar mesmo se tais organizações não existissem
formalmente;

Instituições efetivas da sociedade internacional:
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
Equilíbrio do poder;
Direito Internacional (normas);
Diplomacia;
Papel das grandes potências (responsabilidade de manter a ordem
internacional);
Guerra (monopólio da guerra);

Tipos de Ordem na Política Mundial:
 Ordem na vida social – elemento essencial das relações
humanas independentemente da forma assumida;
 Ordem internacional – relacionamento entre Estados em um
sistema ou em uma sociedade de Estados;
 Ordem Mundial – entre a humanidade como um todo. É mais
fundamental e antiga do que a ordem internacional, porque as
unidades definitivas da grande sociedade não são os
Estados, mas os seres humanos;

A ordem dentro de uma sociedade internacional é mantida por
meio de interesses em comum (cálculo racional de poder para
determinação de política externa), de regras (direito
internacional) e das instituições;
Bull e a Justiça:

Concepções de Justiça:
 Justiça comutativa – aborda os procedimentos e a
reciprocidade; é um processo de reivindicação e contrareivindicação entre os Estados (principal forma de justiça
internacional);
 Justiça distributiva – diz respeito aos bens, isto é, se refere à
questão de como as mercadorias deveriam ser distribuídas
entre os Estados, exemplificada pela idéia de que a justiça
exige uma transferência de recursos econômicos dos países
ricos para os pobres (pobres e ricos merecem tratamento
especial, como a ajuda ao desenvolvimento);
 A ordem é vista como mais fundamental e anterior à justiça:
“é uma condição para a realização de outros valores”;
Adam Watson (1914 – 2007)

Nascido na Inglaterra;

Graduado em História (Cambridge);

Foi aluno de Herbert Butterfield;

Entrou para a Diplomacia Britânica em 1937;

Professor na Universidade Nacional Australiana e na
Universidade da Virgínia;

“A Evolução da Sociedade Internacional”

Discute o funcionamento dos sistemas de Estados ao longo do
tempo, compara-os e expõe suas respectivas particularidades;

Estados como “autoridades políticas independentes que não
reconhecem outras superiores” (soberania);

Sistema de Estados como a resultante do “reconhecimento da
reivindicação por independência dos demais Estados-membros
do sistema”;

Afirma que as teorias de RI não tem normalmente precedido e
guiado as operações práticas, como acontece no plano interno
dos governos e da política, mas sim que ela têm acompanhado e
interpretado os expedientes criados pela própria experiência.
Bibliografia:
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JACKSON, Robert & SORENSEN, Georg. Introdução às
Relações Internacionais.
TRENTO, Maikel. O Tema da Guerra na Escola Inglesa
das Relações Internacionais.
SHARP, Paul. The English School, Herbert Butterfield and
Diplomacy.
CANESIN, Carlos Henrique. A Ordem e as Forças
Profundas na Escola Inglesa de Relações Internacionais.
GRIFFITHS, Martin. 50 Grandes Estrategistas das
Relações Internacionais.
SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais.
BULL, Hedley. A Sociedade Anárquica.
SARAIVA, José Flávio Sombra (org.). História das
Relações Internacionais Contemporâneas.
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