O VALOR DAS QUEIXAS CLÍNICAS NO
BRONCOESPASMO INDUZIDO PELO EXERCÍCIO
Maria Ângela Fontoura Moreira
Ricardo Thadeu Menezes
Pauline Zanin
Renata Heck
Sérgio Menna Barreto
UNIDADE DE FISIOLOGIA PULMONAR
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
INTRODUÇÃO
O broncoespasmo induzido pelo exercício é um fenômeno transitório
que geralmente ocorre após a cessação do exercício. Atinge 40 a
90% dos pacientes com asma. A presença de queixas clínicas
relativas ao exercício nem sempre indica que o indivíduo faz
broncoespasmo com exercício.
OCORRE EM 12-15% DA POPULAÇÃO
( 9% SEM HISTÓRIA DE ASMA OU ALERGIA)
OCORRE EM 3-11% DOS ATLETAS
BRONCOESPASMO AO EXERCÍCIO
EVENTOS FISIOPATOLOGICOS
ESTÍMULO
GRANDES VOLUMES DE AR PARA AQUECIMENTO E UMIDIFICAÇÃO
PERDA DE CALOR PELA MUCOSA
ALTERAÇÃO DA OSMOLARIDADE EPITELIAL
LIBERAÇÃO DE MEDIADORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS PELOS
MASTÓCITOS E CÉLULAS EPITELIAIS
CONTRAÇÃO DOS VASOS DA MUCOSA SEGUIDOS POR HIPEREMIA
REATIVA COM CONGESTÃO BRÔNQUICA
Weiler et al, J Allergy Clin Immunol, 2007
OBJETIVOS
Avaliar se, baseando-se em dados clínicos, pode-se inferir o
resultado de um teste de provocação brônquica com exercício.
MÉTODOS
Crianças com asma entre 6 a 18 anos
Espirometria normal
Estáveis clinicamente utilizando CI ou não
Esteira ergométrica Ecafix
Espirometro Jaeger
Oxímetro digital Nonin
TESTE
Registro da temperatura e umidade ambiental
Avaliação inicial do paciente
SpO2, FC, ausculta pulmonar, espirometria ( avaliar VEF1)
Aplicação de um questionário sobre atividades físicas
Exercício na esteira por 6 minutos em FC sub-máxima
Avaliação após término do exercício: imediata, em 5,10,15 e 20 minutos
Teste positivo: queda de 10% no VEF1
QUESTIONÁRIO
Perguntas sobre atividades físicas diárias
Atribuir pontuação às atividades listadas
Graus:
0-não cansa 1-cansa pouco 2-cansa moderadamente 3-cansa muito
Atividades: Caminhar, estar apressado, subir lomba/escada, correr,
dançar, nadar, carregar peso, jogar futebol, rir, andar de bicicleta,
brincar com animais, dormir
A soma dos pontos é dividida pelo número de atividades. O escore
pode ir de zero a 3.
RESULTADOS
58 Crianças ( 24 meninas
34 meninos)
Média de idade: 10 anos ( 6 – 18 anos)
IMC médio: 18,9 Kg/m2
(±2,8 )
Corticóide inalatório em uso: 33 Não
VEF1 inicial médio: 2,09L (±0,70)
25 Sim
98%(±14)
FC sub-máxima média: 167 (±2,05)
Temperatura média da sala: 22ºC
Umidade média da sala: 60%
RESULTADOS
SINTOMAS AO FAZER EXERCÍCIO
TESTE
NEGATIVO;
11; 46%
ÀS VEZES
32%
TESTE
POSITIVO;
13; 54%
NÃO
36%
SEMPRE
32%
INTERROMPE O EXERCÍCIO
ESCORE: 1,09
ÀS VEZES
33%
ESCORE MÉDIO: 0,90 (± 0,43)
58 CRIANÇAS
NUNCA
58%
SEMPRE
9%
ESCORE: 0,79
RESULTADOS
RESULTADO DO TESTE
35
30
58 CRIANÇAS
32
26
20
15
10
5
0
TESTE POSITIVO
ESCORES DOS SINTOMAS
TESTE NEGATIVO
1,2
1,04
1
0,82
ESCORES
Nº CASOS
25
0,8
0,6
0,4
0,2
0
TESTE POSITIVO
TESTE NEGATIVO
RESULTADOS
QUEDA DO VEF1 NOS TESTES
CORRELÃÇÃO ENTRE QUEDA
DO VEF1 E ESCORE: 0,154
p>0,05
20%
18%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
MOMENTO DA QUEDA APÓS O TESTE
0%
POSITIVO
NEGATIVO
16
14
14
Nº PACIENTES
QUEDA MÉDIA
16%
28 TESTES POSITIVOS
12
10
8
7
6
4
4
1
2
0
0
IMEDIATO 5 MINUTOS
10
MINUTOS
15
MINUTOS
20
MINUTOS
RESULTADOS
CORTICÓIDE INALATÓRIO
33
35
TESTE
NEGATIVO;
20; 61%
30
25
25
Nº CASOS
TESTE
POSITIVO;
13; 39%
20
15
10
33 CRIANÇAS
5
0
SIM
TESTE
NEGATIVO;
12; 48%
NÃO
TESTE
POSITIVO;
13; 52%
25 CRIANÇAS
RESULTADOS
ESCORES DOS SINTOMAS E CORTICÓIDE
INALATÓRIO
1
0,96
ESCORES
0,95
0,9
0,85
0,83
0,8
0,75
CI SIM
CI NÃO
CONCLUSÃO
Na amostra estudada, observamos que não é possível só pelas queixas
clínicas, inferir o resultado do teste de broncoprovocação por
exercício.
O uso do corticóide inalatório não interferiu no resultado do teste.
PORTO ALEGRE
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