Trichomonas vaginalis
Profª. Me.: Anny C.G. Granzoto
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CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA
CARACTERIZADA POR
APRESENTAR 3 A 6 FLAGELOS,
AXÓSTILO
A denominação dos gêneros são feitas pelo número de flagelos livres:
•Tritrichomonas
•Trichomonas
•Pentatrichomonas
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HISTÓRICO E ESPÉCIES
Pentatrichomonas hominis
Não patogênico
Habita o intestino grosso
Possui 5 flagelos ( 1 deles virado para trás e com o flagelo da membrana
ondulante prolongado para além da mesma)
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Trichomonas tenax
 Habita cavidade bucal (tártaro que circunda os dentes, nas cáries e nas lesões
ulcerativas ou purulentas) do homem, não sobrevive no estômago e na vagina
 Transmissão direta através da saliva, tosse, beijo, fala, escova de dentes e de
alimentos que foram previamente provados por mães.
 O diagnóstico é realizado pela pesquisa do organismo no tártaro dos dentes,
na goma de ,mascar ou tonsilas.
Não patogênico (comensal)
Não sobrevive no estômago
Não se estabelece na vagina
Caracterizado pela presença de 4 flagelos livres e com membrana ondulante
não prolongada para além da primeira metade do seu corpo.
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FLAGELADO DAS VIAS
GENITURINÁRIAS
Visualizado por Donné, que observou “formas cobertas por cabelo”
“o que possui cabelo”
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TRANSMISSÃO
Fômites
Os trofozoítos são capazes de
sobreviver de 1 a 2 horas em
ambientes úmidos e não
expostos ao sol.
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 Homem vetor da doença
 Sexo oral  não sobrevive na cavidade bucal
 a tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto (5%)
 Infecção em moças virgens com mãe parasitada (80%)
diagnóstico de tricomoníase em crianças e adolescentes virgens abuso
sexual.
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Anaeróbico
pH 5 e 7,5
Temperatura 20 a 40° C
Fonte de energia: maltose, glicose, frutose, amido e glicogênio
Desprovido de mitocôndria possui...
•Hidrogenossomas: enzima PFOR (piruvato ferredoxina-oxirredutase)
transforma o piruvato em acetato e libera ATP e H2
Sobrevive várias horas em uma gota de secreção vaginal
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PATOLOGIA
O T. vaginalis tem se destacado como um dos principais patógenos do trato
urogenital humano
Está associado a sérias complicações de saúde como:
i.
Problemas relacionados à gravidez ( associação entre tricomoníase e
ruptura prematura de mb, parto prematuro,  peso ao nascer, morte
neonatal)
ii. Problemas relacionados com a fertilidade ( o protozoário está
relacionado com doença inflamatória do trato urinário superior que
destrói a estrutura tubária inibindo a passagem do espermatozóide ou
óvulos através da tuba uterina... Mulheres com mais de 1 caso de
tricomonose tem maior risco de infertilidade do que aquelas que tiveram
um 1 único caso)
iii. Transmissão de HIV ( estudos recentes mostraram que o Trichomonas
promove a transmissão do vírus HIV)
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Mecanismos da patogênese
Homens  assintomáticos
crônica (uretrite com corrimento matinal reduzido)
doença evolui de forma grave
Mulheres sintomáticas
desagradável, desconfortável

A instalação do T. vaginalis não é fácil acontecer  mulheres possuem
barreiras naturais contra essas infecções.

Para que ocorra o parasitismo (estudiosos) é necessário uma alteração
na defesa natural
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Mecanismos da patogênese
A implantação do T. vaginalis estaria associada a certas modificações que
favorecem o desenvolvimento
a.
b.
c.
d.
Modificação da flora bacteriana vaginal
Da acidez local
Do glicogênio nas células epiteliais
Acentuada descamação epitelial

Na base dessas alterações poderia estar fatores hormonais ou outros
processos de natureza inflamatória ou irritativa.
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Na infância
Mucosa vaginal fina
Epitélio pobre em glicogênio
secreção escassa
pH neutro
Não favorável à
instalação
Após a
puberdade
Epitélio espesso
Células ricas em glicogênio
pH -3,8 a 4,5
 Bacilos de Doderlëin
Em caso de modificações
Menstruação
Hormonal
Sistema imune
•  Bacilos de Doderlëin
• pH 6,0 – 6,5
RECEPTIVA A INFECÇÕES
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 Cresce em pH  5,0
 Quando o pH se eleva  a população de bacilos de Döderlein e os
protozoários passam a ser encontrados
 A aderência e a citotoxidade exercidas pelo parasito sobre as células do
hospedeiro e implicadas na adesão do T. vaginalis é representada pelas
cisteína – proteinases (são citotóxicas e hemolíticas) degradam IgG, IgM e
IgA presentes na vagina.
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FISIOLOGIA E
MORFOLOGIA
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MORFOLOGIA
Blefaroplasto ou
complexo granular basal
coordena movimentos
Axóstilo
Grânulos densos
dispõe o CG

Organela de sustentação
• rígido e hialino
•formado pela justaposição de microtúbulos
Protozoário muito plástico podendo emitir
pseudópodes para captura de alimentos e
se fixar em partículas sólidas, mas não
para movimentos amebóides.
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SINTOMAS E SINAIS
na mulher
Provoca vaginite caracterizada por:
corrimento vaginal fluido abundante, amarelo- esverdeada, bolhoso, odor
fétido mais frequentemente no período pós-menstrual
O processo infeccioso é acompanhado de :
prurido
dor no baixo ventre
Colpite em foco (pontilhado hiperêmico)
A fase aguda impede de manter relação sexual
(dispareunia de intróito)
Dor ao urinar (disúria)
Frequencia miccional (poliúria)
Fase crônica pode infectar o homem
vulvovaginite
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 Colpite em foco
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SINTOMAS E SINAIS
no homem

Geralmente assintomático

Uretrite (corrimento discreto, claro, viscoso, às vezes purulento; durante
micção matutina)

Prurido na uretra ( não o impede de ter relações)

Desconforto ao urinar

Hiperemia do meato uretral

Durante o dia a secreção é escassa e em casos mais graves o parasito pode
atingir a próstata(prostatite), epidídimo (epididimite), bexiga (cistite) e
testículos.
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Diagnóstico clínico
• Não pode ter como base somente a apresentação clínica
• Tricomoníase pode ser confundida com outras DST
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Diagnóstico laboratorial
Métodos parasitológicos
 Coleta do corrimento uretral peniano ou vaginal
 Observação a fresco em microscópio
 Esfregaços em lâminas fixadas e coradas por Giemsa
 Cultura do corrimento vaginal ou uretral peniano
• Testes imunológicos apresentam boa especificidade e sensibilidade 
rotina
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Colheita das amostras
 Homem
• Não ter utilizado tricomonicidas há pelo menos 15 dias
• O organismo é mais facilmente encontrado no sêmen do que na urina ou
em esfregaços uretrais.
• Uma amostra fresca poderá ser obtida pela masturbação em um recipiente
limpo e estéril
• O sedimento centrifugado também deve ser analisado dos primeiros 20ml
da urina matinal.
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Colheita das amostras
 Mulher
• Não ter utilizado tricomonicidas há pelo menos 15 dias
• Não realizar higiene vaginal no período 18 a 24 horas antes da colheita
• Os tricomonas são mais abundantes durante os primeiros dias após a
menstruação preferência para coletar neste período
• O material é coletado na vagina com swab de algodão não absorvente com
auxílio de espéculo
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Procedimento
1.





2.




3.
EXAME A FRESCO
Em uma lâmina coloca 1 gota do material colhido
Adiciona-se 1 gota de salina
Homogeneiza-se
Microscopia 10 e 40X
O exame deve ser feito logo após a coleta.
ESFREGAÇO CORADO
Material obtido, faz o esfregaço
Fixa com álcool metílico
Cora com Giemsa ou Gram
Imersão
CULTURA (objetivo: diagnóstico, isolamento da amostra e
acompanhamento terapêutico)
O meio é colocado em tubos juntamente com antibióticos, mantidos a 37°C.
Possível positividade será detectada a partir do 4º dia de incubação
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Epidemiologia
•
•


•
•
•
É um DST não –viral mais comum no mundo
1/3 de todas as vaginites diagnosticadas
Prevalência de 8 a 88% das mulheres
Prevalência de 4 a 65% dos homens (disseminador e assintomático)
Forma de transmissão: trofozoítos
Veículo de transmissão: contato sexual, fômites
Resistente no ambiente algumas horas, desde que haja condições de alta
umidade
• Mais comum em mulheres entre 20 a 40 anos de idade e em homens após
30 anos de vida
• É incomum na infância ( 1 a 10 a) já que as condições vaginais ( pH) não
favorece o desenvolvimento
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Tratamento
•
•
•
•
Metronidazol (750 mg/dia para adultos)
Ornidazol
Tinidazol
Secnidazol ( 2 g VO dose única)
• Gestantes ( tópico com cremes ou óvulos)
• Recentemente foi desenvolvida uma vacina ( Solco- Trichovac), usada com
fins terapêuticos( vacinoterapia) e não profiláticos. È preparada com cepas
selecionadas de Lactobacillus acidophilus, com bons resultados após a
terceira aplicação.
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•Educação sanitária em larga escala
•Diagnóstico precoce
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Vamos ver se você entendeu....
1) Das afirmações abaixo, quanto à etiologia da tricomoníase a alternativa que
devemos desconsiderar é:
a) T. vaginalis é um protozoário flagelado e apresenta apenas a forma
trofozoítica.
b) A comete o trato genito - urinário.
c)
Em mulheres se manifesta como vaginite: manchas vermelhas,
punctiformes (“morango”); secreção vaginal profusa, pouco espessa,
bolhosa, fétida, amarelo- esverdeada; pode causar uretrite e cistite, mas é
muitas vezes assintomática.
d) No homem, acomete a próstata em casos mais graves, pois geralmente é
assintomático
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Pergunta-se....
• Você suspeitaria de qual patologia?
• Qual o agente etiológico?
• O que fez com que você chegasse a essa conclusão? Por quê?
• Quais os possíveis meios de transmissão?
• Qual o tratamento?
• Quais cuidados deveriam ser tomados antes durante a colheita de amostras
para o diagnóstico?
• Quais as principais medidas profiláticas?
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AULA 4 - Trichomonas vaginalis