Decidi traduzir alguns capítulos do livro abaixo por achar que são importantes demais
para a saúde e devem estar acessíveis a quem não sabe Inglês.
Excertos traduzidos do livro
“The enzyme factor – how to live long and never be sick”
[O Factor Enzima - como viver mais e nunca ficar doente]
de Hiromi Shinya, MD.
Editora Council Oak Books, 2009
Sobre o autor
Hiromi Shinya é Chefe da unidade de cirurgia endoscópica do Beth Israel
Medical Center e Professor de cirurgia clínica do Albert Einstein College of Medicine,
ambos em Nova Iorque e também consultor do Hospital Maeda e da Clínica
Gastrointestinal Hanzomon no Japão.
O Dr. Shinya, actualmente com mais de 70 anos, continua activamente a
trabalhar como médico, passando metade do ano em NY e a outra metade em Tóquio.
É o médico japonês mais famoso e trata membros da família real Japonesa e oficiais de
topo do governo japonês. Nos estados unidos trata celebridades e Presidentes.
No seu trabalho, tratou mais de 300.000 pessoas estudando-lhes a história
alimentar, curou cancros do cólon, e foi o inventor da colonoscopia (cirurgia do cólon
por endoscopia).
Segue-se a tradução do prefácio e de alguns capítulos.
PREFÁCIO
Tornei-me adulto no Japão, logo após a guerra, quando as tecnologias e
costumes Americanos estavam a transformar a minha terra natal. Eu queria estudar
medicina na América. Fiz o curso de medicina no Japão e então, em 1963, mudei-me
para os Estados Unidos da América com a minha jovem esposa e iniciei o programa de
residência em cirurgia no Beth Israel Medical Center em Nova Iorque.
Sendo um estrangeiro nos E.U.A., compreendi que tinha de me esforçar muito e
ser muito bom para ser respeitado como cirurgião na América. Enquanto crescia,
pratiquei artes marciais e, por causa do treino adquirido, aprendi a usar as duas mãos
com igual destreza. Ser ambidestro permitiu-me realizar cirurgias com uma eficiência
invulgar.
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Durante a minha residência, assisti o Dr. Leon Ginsburg, um dos descobridores
(juntamente com os Drs. Burrill Bernard Crohn e Gordon Oppenheimer) da doença de
Crohn. Um dia, o Chefe residente e o residente Sénior, que normalmente assistiam o
Dr. Ginsburg, não puderam dar assistência na sala de operações. Então, a enfermeira
assistente do Dr. Gisnburg, que já me tinha visto trabalhar, recomendou-me. Sendo
ambidestro, concluí a cirurgia muito rapidamente. Ao princípio, o Dr. Ginsburg não
conseguiu acreditar que eu tinha feito tudo correctamente numa cirurgia que
demorou tão pouco e ficou muito zangado. Mas quando ele viu que o paciente
recuperou tão bem e tão rapidamente por ter sido evitada a típica perda de sangue
excessiva e o inchaço consequentes de uma cirurgia demorada, ficou impressionado.
Comecei então a trabalhar com ele regularmente.
Nem a minha mulher, nem a nossa bebé se deram bem nos E.U.A. A minha
mulher estava doente a maior parte do tempo, fraca, e não pode amamentar a nossa
filha. Por isso começamos a dar-lhe leite para recém nascidos feito a partir de leite de
vaca. Eu trabalhava todo o dia no hospital e quando chegava a casa ajudava a minha
mulher que estava grávida outra vez. Mudei a fralda e dei o biberão à bebé, mas ela
chorou muito e então desenvolveu uma erupção cutânea por todo o corpo. Ela tinha
comichão e sentia-se péssima.
Então, o meu filho nasceu. A sua chegada foi uma grande alegria, mas em
pouco tempo começou a apresentar sangramento rectal. Por essa altura, eu tinha
adquirido o meu primeiro colonoscópio, ainda muito primitivo. Isso permitiu-me
examinar o meu pequeno filho e constatar uma inflamação no cólon, ou colite
ulcerativa.
Fiquei devastado. Ali estava eu, um médico, incapaz de curar a minha linda
mulher ou aliviar o sofrimento dos meus filhos. Não tinha aprendido nada nas escolas
de medicina que me pudesse indicar o que estava a causar-lhes a doença. Consultei
outros médicos, os melhores que conhecia, mas nenhum me conseguiu ajudar. Ser um
excelente cirurgião ou prescrever medicamentos para sintomas não era suficiente. Eu
queria saber o que causava a doença.
No Japão, nunca vi o tipo de dermatite atópica que a minha filha tinha, por isso,
comecei a investigar o que, nos E.U.A., poderia estar a causá-la. No Japão, não se
comiam muitos laticínios, então pensei que talvez pudesse ser devido ao leite de vaca
presente nos ingredientes do leite para bebés. Quando parámos de dar-lhe leite, ela
melhorou rapidamente e eu compreendi que ela era alérgica ao leite de vaca. Ela não
conseguia digeri-lo, e as partículas não digeridas que eram suficientemente pequenas
para passar dos seus intestinos para a corrente sanguínea, eram atacadas pelo seu
sistema imunitário como se fossem invasores estranhos. O mesmo aconteceu com o
filho. Assim que parámos de dar-lhe leite de vaca, a sua colite desapareceu.
A doença da minha mulher foi finalmente diagnosticada como lupus. As suas
células sanguíneas diminuíram e ela tornou-se pálida e anémica. Morreu antes que eu
soubesse o suficiente para ajudá-la.
Ainda hoje não sei o que lhe causou o lupus, mas sei que ela tinha
predisposição genética para ter um sistema imunitário ultra-reactivo. Enquanto
cresceu no Japão, ela frequentou uma escola religiosa ocidentalizada onde lhe deram
imenso leite. Não há dúvidas que era alérgica ao leite, assim como o foram mais tarde
os seus dois filhos. A exposição sempre mais e mais a comida à qual era alérgica levou
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a que o seu sistema imunitário se esgotasse deixando-a “aberta” à doença auto-imune
– no caso, o lúpus.
Devido a estas experiências, eu comecei a perceber como a dieta alimentar é
de uma importância vital para nossa saúde. Isto foi há 50 anos atrás e desde então,
examinei estômagos e cólons e registei a história da dieta alimentar de mais de
300.000 pacientes.
Passei a minha vida a tentar perceber o corpo humano, a saúde e a doença.
Comecei por me focar na doença – o que a causa e como curá-la – mas assim que
comecei a perceber mais profundamente como é que o corpo humano trabalha como
um sistema inteiro, uno, mudei a forma como tratava a doença. Percebi como nós,
profissionais médicos e os nossos pacientes devíamos gastar mais tempo a
compreender a saúde em vez de combater a doença.
Nascemos com direito à saúde; é natural ser saudável. Assim que comecei a
compreender a saúde, comecei a estar capacitado para trabalhar com o corpo,
ajudando-o a livrar-se das doenças. Só o corpo pode curar-se a si próprio. Como
médico, criei um espaço para essa cura acontecer.
Dizia que tinha começado por tentar compreender a doença, mas casualmente
as minhas pesquisas levaram-me àquilo que acredito ser a chave da saúde. Essa chave
é a enzima milagre do nosso próprio corpo.
Temos mais de 5.000 enzimas no corpo humano que criam talvez cerca de
25.0000 reacções diferentes. Pode-se dizer que cada acção do nosso corpo é
controlada por enzimas, mas sabemos muito pouco sobre elas. Acredito que criamos
aquela diversidade de enzimas a partir de uma base ou enzima fonte, que é mais ou
menos finita no nosso corpo. Se exaurimos essas enzimas fonte, elas deixam de estar
disponíveis em número suficiente para correctamente reparar células, então, com o
passar do tempo, desenvolvem-se cancro e outras doenças degenerativas.
Isto, numa palavra, é o «factor enzima».
Quando ajudo os meus pacientes de cancro no cólon a curar-se, primeiro
removo o cancro do cólon, e depois coloco-os sob uma dieta rigorosa com comida não
tóxica contendo alto teor de enzimas e água, para que eles tenham mais enzimas fonte
para usar e reparar as células do corpo. Não acredito no uso de remédios fortes que
derrotam o sistema imunitário, porque vejo que o cancro no cólon não aconteceu
acidentalmente como um incidente isolado. O cancro no cólon diz-me que todo o
manancial de enzimas fonte do corpo está a esgotar-se e já não consegue reparar
correctamente as células.
Como acredito que nós nascemos com uma reserva limitada dessas enzimas
fonte e que não devemos gastá-las com comida má, toxinas, má eliminação e stress,
compreendi ainda mais outra coisa. Essa outra coisa é o porque é que chamo a essa
enzima fonte a enzima «milagre». Eu testemunhei curas e diminuições espontâneas e
de todos os tipos de doenças. Quando estudei mais profundamente essas curas,
comecei a compreender como é que esses milagres podem acontecer.
Descobrimos o ADN mas na realidade não sabemos assim tanto sobre ele. Há
um enorme potencial adormecido no nosso ADN que ainda não compreendemos. As
minhas pesquisas indicam que uma onda de energia emocional positiva, como a que
emana do amor, do riso, da alegria, podem estimular o nosso ADN a produzir uma
cascata de enzimas fonte – a enzima milagre que actua como um bio-catalizador na
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reparação das nossas células. A alegria e o amor podem acordar um potencial muito
para além da nossa capacidade de compreensão actual.
Neste livro eu conto-vos o que fazer diariamente, o que comer, e que
suplementos e enzimas tomar, para apoiar as vossas enzimas milagre e a vossa saúde.
No entanto, a coisa mais importante que vos posso dizer para viverem uma vida longa
e saudável, é fazerem o que vos trona felizes (mesmo que isso signifique que
ocasionalmente não sigam as minhas outras recomendações).
Toquem música. Amem. Divirtam-se. Desfrutem de prazeres simples. Vivam a
vida com paixão. Lembrem-se que um vida feliz e plena de significado é o caminho
natural para a saúde humana. Entusiasmo jovial, em vez de cumprimento integral de
um regime alimentar, é a chave para fazer funcionar para si o factor enzima.
ENZIMAS E A SUA SAÚDE – CONCEPÇÕES ERRÓNEAS E VERDADES VITAIS
(Pág. 7)
Já se passaram 40 anos desde que me tornei um especialista em endoscopia
gastrointestinal. Durante esse tempo trabalhei em estreita proximidade com os meus
pacientes para descobrir como viver uma vida saudável. Como clínico, acredito
firmemente que, independentemente do empenhamento total de um médico, ele ou
ela não podem manter a saúde de um paciente ao longo do tempo apenas por meio de
exames médicos completos e tratamento de doenças. A saúde a longo prazo resulta de
atitudes e hábitos saudáveis. Melhorar o seu estilo de vida diário é fundamentalmente
mais importante que depender da eficácia de cirurgias ou medicação.
A Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida apresentada neste livro, permitiu
obter resultados clínicos de 0% de recorrência de casos de cancro.
Repito: nenhum dos meus pacientes teve de voltar a enfrentar cancros.
Porquê? Porque os meus pacientes tomaram muito a sério o seu estado de saúde,
colocaram toda a sua fé em sustentar a cura do seu corpo, e praticaram diariamente a
minha dieta de estilo de vida. É esta dieta de estilo de vida que vos vou ensinar neste
livro; um conjunto simples de novos hábitos que vos possibilitarão gozar de uma saúde
cheia de vitalidade até uma idade avançada.
Armado com o conhecimento destas páginas, fica inteiramente à sua escolha
decidir entre a doença ou a saúde. No passado, pensava-se que a doença podia e devia
ser curada apenas por médicos e medicamentos. Os pacientes eram passivos e
simplesmente seguiam as instruções do médico e tomavam a medicação prescrita por
ele. Porém, vivemos agora uma era onda cada um de nós tem que tomar sobre si a
responsabilidade pela sua própria saúde.
Todos nós esperamos nunca ficar doentes – ou, se ficamos, temos um enorme
desejo de melhorar rapidamente. Você pode pensar que isso é impossível, mas eu
asseguro-lhe que não é. Neste livro eu proponho um modo de vida que lhe permitirá
viver todo o tempo de vida que naturalmente ainda dispõe, sem nunca mais ficar
doente.
É claro que, para que isto aconteça, pode ser necessário mudar completamente
os hábitos alimentares e o estilo de vida que teve até aqui. Não deixe que as exigências
desse estilo de vida o façam desistir das minhas sugestões. Leia com uma mente
aberta. Acredito firmemente que quando terminar a leitura deste livro, estará
inspirado para fazer mudanças.
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Quando as pessoas ficam doentes, frequentemente vêmo-las afligir-se sobre
porque ficam doentes. Ficar doente não é uma prova ou castigo imposto por Deus. Na
maioria dos casos não está geneticamente programado. Quase todas as doenças são o
resultado dos hábitos que cada pessoa acumulou ao longo do tempo.
FALSOS JUÍZOS AMPLAMENTE PUBLICITADOS SOBRE COMIDA
(Pág. 10)
Há alguma coisa em especial à qual você presta mais atenção na tentativa de
manter a sua saúde? Você está consciente de fazer exercício físico regularmente,
comer correctamente e tomar suplementos e remédios naturais?
A minha intenção não é criticar os seus actuais hábitos alimentares e seu estilo
de vida, mas recomendo-o vivamente que, pelo menos uma vez por dia, você verifique
o seu estado de saúde e reflicta se os seus hábitos e estilo de vida são
verdadeiramente efectivos na manutenção da sua saúde.
A razão porque digo isto é porque muitos produtos que geralmente são
julgados «bons para si», na realidade contém coisas que prejudicam o seu corpo.
MITOS COMUNS SOBRE ALIMENTOS
(Pág. 10)
Coma iogurte todos os dias par melhorar a digestão.
Beba leite todos os dias para não ficar deficitário em cálcio.
Ingira as vitaminas diárias através de suplementos alimentares em vez de
comer fruta, uma vez que a fruta tem muitos carbohidratos e calorias.
Abstenha-se de comer carbohidratos através do arroz e do pão para não
engordar.
Tente manter uma dieta rica em proteínas.
Mantenha-se hidratado bebendo chá verde Japonês, porque é rico em
antioxidantes.
Ferva a água antes de beber para remover todos os resquícios de cloro.
De facto, ainda estou à espera de encontrar a pessoa que coma iogurte
diariamente e ainda tenha boa saúde intestinal. Muitos Americanos bebem leite
diariamente e comem os seus derivados desde crianças, mas muitos destes sofrem de
osteoporose, que seria suposto ter sido prevenida pelo cálcio do leite. Como médico
Japonês- Americano, trato pacientes em Tóquio durante vários meses por ano e
verifico que os Japoneses que bebem regularmente chá rico em antioxidantes,
também apresentam características estomacais muito desfavoráveis. Os instrutores de
chá, por exemplo, que no exercício das suas funções bebem grandes quantidades de
chá verde, frequentemente sofrem de gastrite atrófica, uma doença precursora do
cancro do estômago.
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Relembre-se do que mais de 300.000 observações clínicas me ensinaram: uma
pessoa com um funcionamento gastrointestinal medíocre, nunca é saudável.
Visto isto, então, porque é que são largamente consideradas como boas para a
saúde coisas que prejudicam o seu estômago e intestinos? Porque na maioria dos
casos tendemos a olhar apenas para um aspecto ou um efeito daquele alimento ou
bebida, em vez de olhar para o todo.
Tomemos o chá verde como exemplo. Não há dúvidas de que o chá verde, que
contém muitos antioxidantes, pode matar bactérias e ter efeitos antioxidantes
positivos. Daqui resultou a crença de que beber muito chá verde prolonga a vida e
ajuda a prevenir o cancro. No entanto, desde há muito que tenho as minhas dúvidas a
respeito deste «mito antioxidante». De facto, os meus dados clínicos não comprovam
esta crença comum. Através dos exames aos meus pacientes descobri que as pessoas
que bebem grandes quantidades de chá verde, têm problemas estomacais.
É verdade que os antioxidantes que se encontram no chá verde são um tipo de
polifenol que previne ou neutraliza os efeitos prejudiciais dos radicais livres. Porém,
quando muitos desses antioxidantes se juntam, transformam-se numa coisa chamada
tanino.
O tanino é a substância que causa o sabor adstringente de certas plantas e
frutos. Por exemplo, o «amargor» dos diospiros amargos, é causado pelo tanino
natural mente presente. O tanino é facilmente oxidável, por isso, dependendo da
quantidade de exposição à água quente ou ao ar, pode facilmente transformar-se em
ácido tânico. Para mais, o ácido tânico funciona como coagulante das proteínas. A
minha teoria é que o chá contendo acido tânico tem um efeito negativo na mucosa
gástrica – membranas mucosas que revestem o estômago – causando problemas no
estômago, como por exemplo úlceras.
De facto, quando utilizo um endoscópio para examinar os estômagos das
pessoas que regularmente bebem chá (chá verde, chá chinês, chá preto) ou café
contendo muito ácido tânico, normalmente verifico que as suas mucosas gástricas se
tornaram mais finas devido a alterações atróficas1. Este super importante
revestimento do estômago foi literalmente desgastado, e é sobejamente conhecido o
facto de que as alterações atróficas crónicas ou gastrite crónica, podem facilmente
transformar-se em cancro do estômago.
Não sou o único profissional de medicina que verificou o efeito nocivo do
consumo de café e chá. Na Conferência Japonesa de Cancro em Setembro de 2003, o
Professor Masayuki Kawanishi, da Escola de Higiene da Universidade de Mie,
apresentou um relatório provando que os antioxidantes podem danificar o ADN. Além
disso, no cultivo de muitos dos tipos de chá que são vendidos hoje em dia nas lojas,
são utilizados produtos químicos.
Quando você considerar em conjunto os efeitos do ácido tânico, dos restos dos
produtos químicos agrícolas e da cafeína, saberá porque eu recomendo vivamente que
beba água em vez de chá. Apesar disto, para aqueles que gostam de chá e não
conseguem deixar de bebê-lo, aconselho que utilizem chá biológico, que o bebam após
as refeições em vez de bebê-lo com o estômago vazio para evitar o stress excessivo do
revestimento, e limitem-se a beber 2 ou 3 chávenas por dia.
Muitas pessoas vão atrás das crenças comuns em relação à saúde porque a
medicina actual não olha para o corpo como um todo. Já há muitos anos que existe a
1
N. do T. De atrofia
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tendência para os médicos se especializarem, estudando e tratando apenas uma parte
específica do corpo. Não podemos ver a floresta a partir das árvores. Tudo no corpo
humano está interligado. Só porque um componente de um alimento ajuda uma parte
do corpo a funcionar melhor, não significa que seja bom para todo o corpo. Quando
escolher os seus alimentos e as suas bebidas tenha sempre em consideração o todo.
Você não pode decidir se um alimento ou bebida é bom ou mau para o corpo olhando
apenas para um ingrediente que ele contenha.
COMER CARNE NÃO LHE DÁ RESISTÊNCIA
(Pág. 13)
Em 1977, foi publicado nos E.U.A. um relatório muito interessante sobre
alimentação e saúde – o Relatório McGovern.
Este relatório foi publicado porque os custos com os serviços médicos nos
E.U.A. estavam a tornar-se um problema que pressionava já a economia. Apesar dos
avanços médicos, o número de pessoas que ficavam doentes, especialmente doentes
com cancro e doenças cardíacas, continuava a aumentar anualmente. Ficou claro que a
menos que se determinasse o que causava a doença aos Americanos e uma política de
combate fosse implementada para inverter aquela tendência, a situação tornar-se-ia
insustentável. Assim, na iminência de uma crise, foi criado um comité especial no
Senado, presidido pelo Senador George S. McGovern.
Conjuntamente com médicos e nutricionistas de topo da época, os membros do
comité recolheram dados sobre alimentação e saúde em todo o mundo e estudaram
as causas do aumento das doenças. Os resultados e os dados foram compilados nas
5.000 páginas do Relatório MacGovern.
Como o relatório concluiu que muitas doenças eram causadas por maus hábitos
alimentares, a sua publicação forçou os Americanos a tomarem uma grande decisão.
Não havia outra maneira de se tornarem saudáveis a não ser alterando os seus hábitos
alimentares.
Naquela altura era muito comum nos E.U.A. uma dieta alimentar muito rica em
proteínas e gorduras, como por exemplo, comer ao jantar grandes e espessos bifes, ou
hambúrgueres de carne muito gorda. As proteínas são de facto valiosas porque são o
elemento básico de construção do corpo. Por esta razão, pensava-se que comer
alimentos ricos em proteína animal era bom, não apenas para atletas e crianças que se
encontram em fase de crescimento, mas também para as pessoas fisicamente
debilitadas e os idosos. Até no Japão, a ideia enraizada de que “a carne é a fonte da
resistência” foi introduzida pelos hábitos alimentares Americanos.
O Relatório McGovern não só refutou esta crença comum, como também
descreveu a dieta alimentar ideal: nada mais nada menos do que a dieta Japonesa do
período “Genroku” (de 1688 a 1703), que consistia em sementes como alimento
principal, acompanhado com vegetais sazonais, algas, e pequenas quantidades de
peixes pequenos como fonte proteica. Por este motivo, os benefícios para a saúde da
dieta alimentar Japonesa, começaram a atrair as atenções de todo o mundo.
A crença comum de que se você não come carne, os seus músculos não se
desenvolverão, constitui uma falsidade demonstrável. A prova disso encontra-se na
natureza. Poder-se-ia pensar que os leões, sendo carnívoros, teriam músculos
extraordinários. No entanto, a realidade é que os herbívoros, como por exemplo os
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cavalos e os veados, têm músculos muito mais bem desenvolvidos que os leões. Isso
comprova-se quando se constata que os leões e os tigres têm falta de resistência para
perseguir as suas presas por períodos longos. Em vez disso, lançam-se em acção num
instante e usam a sua velocidade para caçar e matar a presa no mais curto espaço de
tempo possível. Eles fazem-no porque sabem que, no que toca a resistência, não são
adversários para os músculos melhor desenvolvidos dos herbívoros.
Também não é verdade quando nos dizem que não iremos crescer e ficar altos
se não comermos carne. Os elefantes e as girafas são muito mais altos que os leões e
os tigres, e são herbívoros!
Comer carne acelera de facto o crescimento, e o rápido crescimento e
maturação das crianças nas últimas décadas pode ser atribuído ao aumento do
consumo de proteína animal. Contudo, consumir carne constitui também uma
perigosa armadilha. Uma vez atingida determinada idade, o crescimento do seu corpo
altera-se para um fenómeno chamado envelhecer. Comer carne, não só acelera o
crescimento, como também acelera o processo de envelhecimento.
Talvez você não esteja interessado em deixar de comer carne. Mas isso não
altera o facto de a carne ter um efeito nocivo na sua saúde e acelerar o processo de
envelhecimento. Antes de fechar a sua mentalidade (e este livro), leia o que se segue.
6 RAZÕES PORQUE AS DIETAS ALTAMENTE PROTEICAS PREJUDICARÃO A SUA SAÚDE
(Pág. 15)
1. As Toxinas da Carne Criam Células Cancerosas.
Todas as células contêm ADN (ácido desoxirribonucleico), um composto
químico que contém o mapa do corpo e das suas funções. Os subprodutos
tóxicos da digestão do excesso de gordura animal e proteína podem danificar o
ADN, tornando as células cancerosas. As células cancerosas começam a
multiplicar-se por si próprias. O nosso sangue contém células sanguíneas
vermelhas (os glóbulos vermelhos), células brancas (os glóbulos brancos) e
outro tipo de células, os linfócitos. Os glóbulos brancos e os linfócitos atacam
os inimigos do organismo como as bactérias e os vírus, destruindo-os ou
tornando-os inofensivos. Quando aquelas células são danificadas, a linha da
frente do mecanismo de defesa do organismo funciona mal, o que pode
resultar na infecção e no aparecimento de células anormais cancerosas.
2. As Proteínas Causam Reacções Alérgicas.
As proteínas que não foram decompostas em nutrientes durante a digestão,
passam para a corrente sanguínea através das paredes do intestino, como
substâncias estranhas ao corpo. Isto acontece frequentemente com as crianças
pequenas. O corpo reage às substâncias estranhas criando reacções alérgicas.
Este tipo de alergia às proteínas é muito comumente causado pelo leite e pelos
ovos. O consumo excessivo de proteínas animais e as reacções alérgicas
resultantes, são a causa da incidência crescente de dermatites atópicas,
doenças do colagénio, colite ulcerativa e doença de Crohn.
3. O Excesso de Proteína Causa Stress ao Fígado e aos Rins
As proteínas em excesso no corpo têm que ser decompostas e eliminadas
através da urina e sobrecarregam o fígado e os rins.
4. O Consumo Excessivo de Proteína Provoca Défice de Cálcio e Osteoporose
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Quando são criadas grandes quantidades de aminoácidos (principais
constituintes das proteínas), o sangue acidifica e é necessário cálcio para
neutralizar a acidez. Por isso, o consumo excessivo de proteínas provoca a
perda de cálcio no organismo. Acrescente-se ainda que o teor de fósforo
presente na carne que se consome é muito alto, e a proporção cálcio:fósforo do
sangue tem que ser mantida à razão de 1:1 ou 1:2. Uma dieta que faz aumentar
o teor de fósforo, obriga o corpo a retirar cálcio dos ossos e dos dentes para
equilibrar a proporção cálcio:fósforo no sangue. E também, quando se tem
muito cálcio e fósforo no corpo, o cálcio e o fósforo ligam-se quimicamente
produzindo fosfato de cálcio. Como o corpo não é capaz de absorver este
composto ele é excretado, intensificando ainda mais a perda de cálcio e
tornando o corpo susceptível à osteoporose. Por este motivo é que em países
onde as dietas são ricas em proteína animal, muitas pessoas sofrem de
osteoporose (os ossos tornam-se porosos devido à depleção de cálcio).
5. O Excesso de Proteína Pode Resultar em Falta de Energia
Para a digestão dos alimentos é necessária uma grande quantidade de energia.
O excesso de proteína não é completamente metabolizado2 e, portanto, não é
absorvido entrando em putrefacção ainda nos intestinos e originando
subprodutos tóxicos. Uma grande quantidade de energia é então necessária
para a desintoxicação daquelas substâncias. Quando uma grande quantidade
de energia é assim usada, é criada uma grande quantidade de radicais livres. Os
radicais livres são responsáveis pelo processo de envelhecimento, pelo cancro,
pelas doenças do coração e pela arteriosclerose.
6. O Excesso de Proteína Pode Contribuir para a Desordem de Hiperatividade
Com Défice de Atenção em Crianças
Estudos recentes mostram um aumento do número de crianças capazes de
períodos de concentração muito pequenos e propensas a explosões de ira. A
comida e a nutrição podem ter um impacto significativo no comportamento das
crianças e na sua adaptabilidade social. Há uma tendência crescente para as
crianças comerem, tanto em casa como na escola, grandes quantidades de
comida processada previamente. Esse tipo de comida, não só contém uma série
de aditivos, como tende a acidificar o organismo. As proteínas animais e o
açúcar são igualmente consumidos em quantidades cada vez maiores enquanto
os vegetais são muitas vezes evitados. A proteína animal e o açúcar requerem
ao organismo quantidades crescentes de cálcio e magnésio, levando a
deficiências em cálcio. O déficit em cálcio irrita o sistema nervoso contribuindo
para o nervosismo e a irritabilidade.
A DIFERENÇA ENTRE OS INTESTINOS AMERICANOS E JAPONESES
(Pág. 20)
Cheguei pela primeira vez a Nova Iorque em 1963 onde permaneci como
cirurgião residente. Naquela altura, o método típico para examinar cólons era através
do enema (clister) de bário, um procedimento em que o cólon era injectado com bário
2
N. do T. De Metabolismo: conjunto de mecanismos do organismo necessários à formação,
desenvolvimento e renovação das estruturas celulares, e à produção da energia fundamental à vida
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e de seguida examinado através de raio X. Embora este método permitisse ver a
existência ou não de pólipos grandes, não permitia examinar os detalhes mais
pequenos ou visualizar o estado do interior do cólon. Acrescente-se ainda que naquela
altura, a única forma de remoção dos pólipos detectados era a laparotomia3. Uma
laparotomia significa um grande impacto físico e mental para o paciente. Para mais,
aquele método de exame, não permitia distinguir se o pólipo detectado era benigno
ou cancerígeno, isso só era possível após o cirurgião ver o interior do cólon durante a
cirurgia.
Então existia um endoscópio4, chamado naquela época proctoscópio5, que era
um tubo metálico direito com o formato parecido a um cachimbo, que apenas permitia
examinar cerca de 20 cm do cólon a partir do ânus.
Assim, em 1967, comprei um esófagoscópio (usado para ver o esófago) feito no
Japão e descobri uma maneira de utilizar aquele instrumento que era de fibra de vidro,
para examinar o cólon. Esse foi o meu primeiro colonoscópio6.
Mais tarde, quando se desenvolveu um colonoscópio propriamente dito
(185cm), comprei um e usei-o para examinar os meus pacientes. Quando o utilizei pela
primeira vez num paciente Americano, fiquei surpreendido com o mau estado em que
se encontrava.
Com uma dieta de carne, o cólons Americanos eram muito mais firmes e curtos
que os Japoneses. Além do seu interior ser mais estreito, em certas partes tinham-se
formado inchaços, como se os cólons estivessem apertados por tiras de borracha.
Tinham também muitos divertículos7 e, frequentemente, acumulação de matéria fecal
estagnada.
Esta deterioração das condições intestinais resulta em doenças como o cancro
do cólon, pólipos no cólon e diverticulose8. De facto, muitas pessoas com intestinos
não saudáveis, ficam com doenças relacionadas com o estilo de vida como fibromas9,
hipertensão, arteriosclerose, doenças do coração, obesidade, cancro da mama, cancro
da próstata e diabetes. Quando os seus intestinos não são saudáveis, o seu corpo
enfraquece gradualmente a partir do interior.
Muitos Americanos tinham problemas no cólon e, naquela época, dizia-se que
uma em cada dez pessoas tinha pólipos. De facto, no departamento de cirurgia onde
eu era residente naquela altura, as cirurgias para remoção de pólipos no cólon
constituíam um terço do total de cirurgias. A situação era tal que, todos os dias, eram
realizadas laparotomias para remover pólipos tão pequenos que mediam apenas 1 a 2
cm. Isso levou-me a reflectir se não haveria uma maneira de remover pólipos que não
fosse tão traumática e desgastante para os pacientes.
3
N. do T. Laparotomia: operação cirúrgica para abertura da cavidade abdominal.
N. do T. Endoscópio: instrumento usado em endoscopia, típica e essencialmente constituído por um
espelho metálico e uma lâmpada eléctrica.
5
N. do T. Proctoscópio: espéculo para exame da cavidade rectal.
6
N. do T. Colonoscópio: instrumento que se introduz pelo ânus para examinar o interior do cólon
(colonoscopia).
7
N. do T. Divertículo: apêndice oco de uma cavidade ou tubo, em forma de bolsa ou dedo.
8
N. do T. Diverticulose: presença de divertículos no intestino, em especial no cólon, e conjunto de
sintomas por eles provocados (infecção, perfuração intestinal, hemorragia, alteração do trânsito
intestinal, etc.)
9
N. do T. Fibroma: tumor benigno formado por tecido conjuntivo.
4
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Entretanto, na mesma altura no Japão, estava a começar a utilizar-se o
“fibroscópio10 gástrico”, feito com fibras ópticas e uma lente de câmara de filmar na
ponta. Assim, em Junho de 1968, eu fiz um desafio muito sério a um fabricante
Japonês; pedi-lhe que fabricasse um arame que pudesse ser inserido num
colonoscópio e permitisse a cauterização de pólipos sem ser necessário cortar o
abdómen. Em 1969, após muitos contactos com os escritórios do fabricante em Nova
Iorque e muitos testes, tornei-me na primeira pessoa do mundo a ter sucesso na
realização de uma polipectomia – isto é, remoção de um pólipo usando um arame via
colonoscópio sem ter de cortar o abdómen.
Esta inovação tecnológica foi depois aplicada nas excisões de pólipos do
estômago, do esófago, e do intestino delgado. Na sequência da apresentação dos
meus casos de polipectomia colonoscópica na Conferência da Sociedade Cirúrgica de
Nova Iorque em 1970 e na Conferência Americana de Endoscopia Gastrointestinal em
1971, foi criado um novo campo na cirurgia denominado “cirurgia endoscópica”.
Mais de 30 anos se passaram desde então. Nesse período, continuei a trabalhar
nos Estados Unidos e no Japão, e observei mudanças nas características
gastrointestinais das pessoas em ambos os países.
Quando o Japão entrou nos anos 60 (do séc. XX) e se aproximou do seu período
de crescimento rápido, aprendeu a apanhar e ultrapassar a América em muitas coisas.
Começando em 1961, quando o leite foi introduzido nos almoços escolares no Japão,
as pessoas começaram a comer produtos lácteos como queijo e iogurtes diariamente.
Simultaneamente, os vegetais e o peixe, que constituíam a base das refeições
Japonesas, começaram a ser substituídos por proteínas animais, transformando
gradualmente a dieta Japonesa numa dieta altamente gorda e proteica centrada nos
hambúrgueres, bifes e frango frito. Esta tendência continuou até agora.
Em contraste, após a publicação do Relatório McGovern em 1977, muitos
Americanos começaram a debruçar-se sobre a melhoria das suas dietas. Estas
diferenças são notórias nas características intestinais das pessoas em ambos os países.
Por causa das alterações dos hábitos alimentares, os então limpos e saudáveis
intestinos dos Japoneses encontram-se agora em firme declínio e assemelham-se
muito aos intestinos dos Americanos que centram a sua dieta na carne. Por outro lado,
muitos Americanos que pensaram seriamente na sua saúde e corrigiram a sua dieta
rica em proteína e gordura, melhoraram muito as suas características intestinais. Como
resultado, desde 1990, a taxa de pólipos e cancros do cólon na América está em
declínio – uma evidência clara de que você pode melhorar a sua saúde intestinal
melhorando os seus hábitos alimentares.
QUANTO MAIS ANTIÁCIDOS TOMAR,
PIOR FICARÁ O SEU ESTÔMAGO
(Pág. 25)
Há dois sítios do corpo humano onde um ambiente extremamente ácido
funciona como medida de protecção. Um deles é o estômago, e o outro é a vagina nas
mulheres. Ambos os sítios tem níveis elevados de acidez com valores de pH que variam
entre 1,5 e 3,0, sendo a principal função da acidez matar bactérias.
10
N. do T. Fibroscópio: instrumento com fibras ópticas flexíveis, para efectuar endofibroscopias, e que
são transmissoras de imagens.
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As bactérias entram para a vagina, esteja você a tomar banho ou a ter relações
sexuais. Por isso, ácidos fortíssimos são produzidos por lactobacilos da vagina e matam
as bactérias invasoras.
Quando você come, naturalmente entram bactérias para o estômago. Estimase que entre 300 a 400 bilhões de bactérias entram para o estômago em cada refeição.
O fortíssimo ácido que se encontra nos sucos gástricos mata a maioria dessas
bactérias.
Por outras palavras, visto que as bactérias invadem tanto o estômago como a
vagina, estes órgãos têm que produzir ácidos fortes para poder matá-las.
Frequentemente, quando o ácido estomáquico, indispensável para proteger o corpo, é
suprimido com medicação11, possibilita que bactérias com fortes toxinas passem
através do estômago para os intestinos, onde podem causar diarreia e várias doenças.
Se a secreção de ácidos do estômago for suprimida, a secreção de pepsina12 e
ácido hidroclorídrico, que activa as enzimas digestivas, é igualmente suprimida, sendo
o resultado a indigestão. Além disso, acidez insuficiente no estômago torna mais difícil
a absorção de ferro e minerais como o cálcio e o magnésio. Consequentemente, as
pessoas que sofreram gastrectomias para remoção de úlceras ou cancro do estômago
são sempre anémicas porque, quando os seus estômagos são cirurgicamente
removidos, deixam de segregar ácidos estomáquicos e são incapazes de absorver o
ferro.
Além disto, a supressão dos ácidos do estômago, destrói o equilíbrio da flora
bacteriana dos intestinos resultando no enfraquecimento do sistema imunitário. Diz-se
que cerca de 100 triliões de bactérias de aproximadamente 300 variedades diferentes,
residem no intestino humano. Entre elas, existem as assim chamadas bactérias boas
como os Lactobacillus bifidus (bifidobactérias) e bactérias más como as bactérias de
Welsh. Porém, a maioria das bactérias do intestino não são boas nem más, mas sim
intermédias. Estas bactérias intermédias têm propriedades únicas, de tal maneira que
se o número de bactérias boas do intestino se multiplicar, as bactérias intermédias
tornam-se boas; mas se for o número de más bactérias a multiplicar-se, as bactérias
intermédias tornam-se más. Portanto, as intermédias, controlam o equilíbrio entre as
boas e as más bactérias, e esse equilíbrio determina a totalidade da saúde do
ambiente intestinal.
Se a secreção de ácido do estômago for insuficiente, as enzimas digestivas não
podem ser activadas, resultando na passagem de comida não digerida directamente
para os intestinos. Assim, a comida que devia ter sido originalmente digerida e
absorvida no intestino delgado, permanece indigesta no cólon. A temperatura no
interior do cólon humano é de 37oC – equivalente ao calor pleno de Verão. A comida
indigesta decompõe-se originando fermentação anormal. Como resultado, o número
de bactérias más prolifera anormalmente no cólon enfraquecendo o sistema
imunitário.
Consequentemente, quanto mais antiácidos você tomar, mais danifica o seu
corpo. Para evitar esse danos, você necessita de prevenir a azia ou a sensação de
inchaço do estômago que o fazem desejar tomar antiácidos. Se você compreender a
11
N. do T. Medicamentos antiacidez como os usados para combater a azia.
N. do T. enzima produzida no estômago, que, num meio ácido, decompõe as proteínas e as
transforma em peptonas.
12
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causa da azia ou da sensação de inchaço, pode preveni-las com um bocadinho de
precaução.
A azia ocorre quando os ácidos do estômago fluem de volta para o esófago. O
esófago é susceptível ao ácido porque tem um ambiente tipicamente alcalino. Assim,
quando o ácido do estômago sobe pelo esófago, inconscientemente, as pessoas
engolem a sua saliva, que é alcalina, arrastando para baixo o ácido que refluíra. Porém,
quando você come demais ou tem indigestão, o refluxo de ácido do estômago para o
esófago é de tal ordem que a saliva não é suficiente para arrastar o ácido de volta ao
estômago, e este provoca feridas parecidas a arranhões, chamadas erosões do
esófago. Nesta situação, se houver refluxo do ácido do estômago para o esófago, é
como colocar álcool numa ferida aberta, causando a dor e o desconforto conhecido
como azia. E o alívio que você sente depois de tomar um antiácido provém da
supressão de produção de ácido pelo estômago.
Por outras palavras, para não ter azia, tudo o que você tem que fazer é impedir
que as coisas que estão no estômago voltem para o esófago. E para consegui-lo, você
tem que evitar comer demasiado, beber demasiado, e diminuir o consumo de álcool,
café e tabaco. Outra coisa muito importante, é acabar de jantar 4 ou 5 horas antes de
ir para a cama de maneira que o seu estômago já está vazio quando se vai deitar.
Na mucosa do estômago, existem pequenas projecções chamadas vilosidades,
que segregam os ácidos estomacais. Contudo, se se continua a tomar antiácidos que
suprimem a secreção de ácidos do estômago, as vilosidades vão ficando cada vez mais
pequenas, enfraquecendo a sua função. Isto é conhecido como atrofia da mucosa
gástrica. Conforme a atrofia da mucosa progride, a mucosa gástrica torna-se mais fina,
causando inflamação designada por gastrite atrófica. Os estômagos com gastrite
atrófica facilmente se tornam terreno fértil para a Helicobacter pylori e outros tipos de
bactérias, que rapidamente pioram a inflamação do estômago acabando por causar
cancro do estômago.
A infecção por H. pylori é comum nos Estados Unidos e as pessoas infectadas
têm um risco acrescido duas a seis vezes de desenvolver cancro do estômago. Estas
bactérias alojam-se tanto no interior das células da mucosa como no próprio muco que
protege a mucosa gástrica dos ácidos do estômago. Uma vez que H. pylori se transmite
por via oral, o rácio de infecção entre as pessoas aumenta com a idade e estima-se que
a taxa de infectados com idade superior a 50 anos é de 50%.
Estar infectado com H. pylori, nem sempre leva a sofrer de cancro do
estômago, mas para impedir que aquelas bactérias se multipliquem, o melhor é evitar
tomar mediação para o estômago tanto quanto possível, incluindo os antiácidos.
A AZIA É UM AVISO DO SEU CORPO: PRESTE ATENÇÃO
(Pág. 30)
Ao longo dos anos, reparei que as minhas pacientes com cancro da mama,
frequentemente apresentavam más características intestinais, como divertículos e
matéria fecal estagnada. Acredita-se geralmente que os cancros da mama e do cólon
não estão relacionados. Mas pelo que observei na prática, eles estão intimamente
relacionados.
Os investigadores tentam desesperadamente achar a causa do cancro, mas na
realidade, o cancro não é causado apenas por um factor. Isto é verdade para outras
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doenças, porque vários factores que nos rodeiam – comida, água, medicamentos, falta
de exercício físico, stress, ambiente que nos rodeia – influenciam intrincadamente os
nossos corpos e levam ao desenvolvimento de doenças.
Devido ao avanço da prática da médica em diversos campos de especialização,
tem havido uma tendência para olhar apenas para uma área particular do corpo onde
a doença se desenvolve. Quando os pacientes se queixam de azia, muitos médicos
dizem-lhes para tomar medicamentos que suprimem a secreção de ácidos do
estômago porque acreditam que a causa da azia é “hiperactividade gástrica”. Por
outras palavras, eles acreditam que o estômago produz demasiado ácido e que essa
hipersecreção precisa de ser suprimida com medicamentos.
É verdade que se suprimir a secreção de ácido do seu estômago, os sintomas da
azia desaparecem. Mas, como já disse antes, esta forma de tratamento causará sérios
danos e colocará em stress todas as outras partes do corpo. Eu penso que a ideia de a
azia, do refluxo ácido e da indigestão ácida serem causadas por “hiperactividade
gástrica” é errada. De facto, não existe essa coisa de demasiada acidez do estômago. O
ácido do estômago é produzido porque é necessário para manter o equilíbrio e a saúde
global do corpo. Com a supressão deste mecanismo natural do organismo através de
medicamentos, eu acredito que você acaba por encurtar a sua vida.
O corpo humano consiste num intrincado sistema delicadamente equilibrado.
Este sistema também funciona dentro de cada uma das aproximadamente 60 triliões
de células que constituem o corpo humano. Se você pensa seriamente na sua saúde,
comece por pensar no seu corpo a partir do nível celular.
As nossas células estão sempre a ser substituídas por células novas. As células
de algumas zonas do nosso corpo são completamente substituídas por novas células
em apenas alguns dias, enquanto noutras áreas esse processo pode demorar até
alguns anos. Finalmente, todas elas são substituídas. Estas novas células são feitas a
partir da água e da comida que consumimos diariamente. Com base nisto, podemos
afirmar que a qualidade da água e da comida que consumimos determina a nossa
saúde.
O nosso sistema gastrointestinal, que absorve a nossa comida e a nossa água, é
o alicerce do nosso corpo. Se a qualidade da água e da comida é má, o sistema
gastrointestinal é o primeiro a sofrer. De seguida, os maus elementos que são
absorvidos são transportados pelos vasos sanguíneos para todas as células do corpo.
Não importa quão maus sejam os ingredientes, as células só podem usar os elementos
transportados pelo sangue para fazer novas células. Desta maneira, a qualidade da
comida e da água determina a saúde da globalidade do corpo.
Após descobrir que as características gastrointestinais reflectem o estado de
saúde de todo o corpo, pedi aos meus pacientes que preenchessem questionários
sobre a sua dieta alimentar e o seu estilo de vida. Foi assim que pude aprender o que é
bom ou mau para o corpo sem ser influenciado pelo “senso comum” que tinha até
então. Pude chegar às minhas próprias conclusões observando os meus dados clínicos.
O que acontece no corpo humano é diferente do que acontece numa experiência de
laboratório. A única maneira de descobrir a verdade é perguntando directamente ao
seu corpo.
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O NÚMERO DE ENZIMAS É A CHAVE PARA A SUA SAÚDE
(Pág. 32)
Quando examinei os resultados dos questionários e vários dados clínicos,
descobri que há um factor que tem um papel central na manutenção da saúde. Esse
factor é o factor enzima.
Como mencionado antes, “enzima” é o termo geralmente usado para designar
“proteína catalisadora13 fabricada dentro das células de um ser vivo”. Dito
simplesmente, enzima, é um elemento indispensável ao ser vivo para viver.
Seja animal ou planta, seja onde for que haja vida, você encontrará enzimas.
Por exemplo, os rebentos germinam das sementes vegetais porque as enzimas estão a
trabalhar. As enzimas estão igualmente a trabalhar quando os rebentos aparecem nos
ramos ou caules das plantas e se transformam em folhas. As actividades do nosso
corpo são também suportadas por muitas enzimas. A digestão e a absorção, o
metabolismo das células velhas a serem substituídas pelas células novas, a
decomposição química das toxinas e a desintoxicação são todas resultado das funções
das enzimas.
Os mais de 5.000 tipos de enzimas que trabalham no corpo humano, dividemse em duas grandes categorias: as que são fabricadas pelo corpo e as que entram no
corpo sob a forma de comida. Entre as enzima produzidas pelo corpo, cerca de 3.000
tipos diferentes são produzidos pelas bactérias do intestino.
Uma coisa comum entre as pessoas com boas características gastrointestinais é
que comem muita comida fresca contendo muitas enzimas. Isto não significa apenas
que consomem enzimas, mas também que criam um ambiente no intestino que
conduz a que as bactérias intestinais activamente produzam enzimas.
Por outro lado, as coisas que as pessoas com más características e mau aspecto
intestinais têm em comum são hábitos de estilo de vida que aceleram o esgotamento
de enzimas. O consumo habitual de álcool e tabaco, comer demasiado, comer comida
contendo aditivos, frequentar ambientes stressantes, e a utilização de medicamentos,
esgotam grandes quantidades de enzimas. Outras coisas que consomem grandes
quantidades de enzimas incluem comer comida má que produz toxinas no cólon,
exposição aos raios ultravioletas e às ondas electromagnéticas que produzem radicais
livres e requerem desintoxicação pelas enzimas, e ainda stress emocional.
O que aprendemos com isto, é que é necessário desenvolver um estilo de vida
que em vez de gastar, aumente as enzimas no nosso corpo. Esta tornou-se a base para
a Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida.
Se um corpo possui enzimas suficientes, a sua energia de vida e o seu sistema
imunitário são fortalecidos. Evite o desgaste de enzimas – mantenha um nível
suficiente de enzimas – e o seu corpo será saudável.
Actualmente, a única coisa que produz enzimas são os organismos vivos.
Embora consigamos produzir artificialmente comida que contenha enzimas, como
comidas fermentadas, os únicos que de facto produzem enzimas são microorganismos
como as bactérias. Portanto, embora consigamos criar um ambiente onde os
microorganismos produzam enzimas, nós próprios não conseguimos sintetizar enzimas
artificialmente.
13
N. do T. Catalisador é uma substância que modifica a velocidade das reacções químicas,
apresentando-se inalterada no fim da reacção.
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É por este motivo que a Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida enfatiza a
importância da alimentação. Como já afirmei antes, comer alimentos que contêm
enzimas cria um ambiente intestinal que permite que as bactérias intestinais
produzam enzimas. Se cada coisa viva tem um potencial predeterminado de enzimas,
torna-se ainda mais vital para nós, vivendo em ambientes stressantes e poluídos,
consumir e usar eficientemente as enzimas produzidas pelos outros seres vivos.
TUDO SE RESUME A ENZIMAS FONTE
(Pág. 33)
Embora tenha falado em “enzimas” como uma só palavra, mais de 5.000 tipos
de enzimas são necessários para as pessoas poderem viver e ter actividades. Existem
tantos tipos de enzimas porque cada tipo tem apenas uma função.
Por exemplo, a enzima digestiva denominada amilase14, que se encontra na
saliva, só reage ao amido, enquanto a pepsina, encontrada nos sucos gástricos, reage
apenas às proteínas.
Nesta perspectiva, uma questão impõe-se por si mesma: não importa o quanto
forneçamos às enzimas do nosso corpo comida e bactérias intestinais, como podemos
estar seguros de que estamos a consumir o “tipo certo” de enzima, o tipo que é
necessário ao nosso organismo num dado momento?
O facto é que, mesmo que você ingira comida abundante em enzimas, essas
enzimas não são geralmente absorvidas e usadas directamente pelo corpo humano.
Algumas enzimas, como as do nabo daikon15 e dos inhames, trabalham directamente
nos órgãos digestivos como a boca e o estômago. Mas estes são excepções. A maioria
das enzimas decompõem-se no processo da digestão e são absorvidas através do
intestino como péptidos16 ou aminoácidos17.
Poderá interrogar-se porque razão as enzimas são importantes se você não
pode absorvê-las e utilizá-las directamente. Mas a questão não é essa. Os dados
clínicos que recolhi, demonstram claramente que as pessoas cujas dietas são
abundantes em enzimas, também têm níveis elevados de enzimas próprias do corpo.
Portanto, o que é acontece no corpo para que ele produza enzimas? A partir
daqui passo a explicar a minha teoria, baseada na prática diária de medicina há mais
de quarenta anos, examinando centenas de milhares de tractos intestinais.
Observando os meus dados clínicos, desenvolvi a teoria de que tem que existir uma
enzima protótipo – uma enzima fonte – a que eu gosto de chamar enzima “milagre”.
Comecei a pensar que devia existir uma enzima protótipo porque reparei que
quando uma grande quantidade de uma determinada enzima é utilizada numa
determinada parte do corpo, aparecem diminuições de enzimas noutras partes do
corpo. Um exemplo disto, que já antes referi, acontece quando é consumida uma
14
N. do T. Amilase - enzima segregada pelo pâncreas e pelas glândulas salivares que transforma amido
em glucose. A amilase pancreática também é denominada amilopsina e a salivar é denominada ptialina.
15
N. do T. Tipo de nabo Japonês, semelhante a uma cenoura, mas branco, com rama semelhante à do
nabo que se encontra em Portugal.
16
N. do T. Péptido - nome genérico de complexos de aminoácidos desdobráveis por fermentação (Do
grego peptós, «digerido» +-ido).
17
N. do T. Aminoácido - nome genérico dos compostos orgânicos em cuja composição entram a função
amina e a função ácido, e que são os constituintes principais das proteínas.
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grande quantidade de álcool; uma enorme quantidade de enzimas usada para a
decomposição química do álcool resultando numa diminuição de enzimas necessárias
à digestão e absorção noutras áreas do corpo.
Desta observação concluí que aqueles milhares de tipos de enzimas têm que
originar-se a partir de um protótipo, que é produzido primeiro e, em resposta a uma
necessidade específica, se converte numa enzima específica que é utilizada onde está a
ser necessária.
As enzimas são responsáveis por todas as funções num ser vivo. O movimento
dos vossos dedos, a vossa respiração e o vosso batimento cardíaco, são actividades
tornadas possíveis devido ao trabalho das enzimas. Mas o sistema tornar-se-ia
ineficiente se cada enzima especificamente usada para uma actividade em particular,
fosse produzida desde logo na sua forma final, não tendo em conta as necessidades
cambiantes do organismo.
Se a minha teoria é correcta, quando um órgão ou parte do corpo, utilizam uma
quantidade excessiva da sua provisão de enzimas, o corpo terá dificuldade em manter
a homeostasia18 reparando células e suportando os sistemas nervoso, endócrino e
imunitário, porque esgota as enzimas fonte causando uma diminuição de enzimas
noutras áreas.
A outra razão pela qual acredito na existência de enzimas fonte, é porque o
consumo habitual de álcool, tabaco ou drogas, faz com que o seu corpo desenvolva
tolerância a essas substâncias.
Por exemplo, se você bebe álcool, este é absorvido no estômago e intestino,
acumula-se no fígado, e é decomposto por enzimas específicas para álcool. Existem
vários tipos de enzimas a trabalhar no fígado com essa finalidade. Porém, o ritmo a
que o álcool é decomposto varia consideravelmente de pessoa para pessoa. As
pessoas com um metabolismo rápido do álcool, possuem muitas enzimas que estão
disponíveis para decompô-lo no fígado. Esse tipo de pessoa tem um nível elevado de
tolerância ao álcool. Por outro lado, as pessoas com pouca tolerância ao álcool, têm
poucas enzimas disponíveis para decompor o álcool.
No entanto, mesmo as pessoas que inicialmente têm pouca tolerância ao
álcool, podem aumentá-la e eventualmente serem capazes de beber grandes
quantidades de álcool. Quando o fígado reconhece que é necessária uma grande
quantidade de enzimas, o organismo ajusta-se de forma a concentrar as suas enzimas
no metabolismo do álcool.
Desta forma, o número de enzimas numa dada área do corpo, altera-se quando
necessário. E o que torna isto possível? É a existência de uma enzima fonte, que pode
vir a ser qualquer tipo de enzima. Quando é consumida comida contendo enzimas, o
corpo armazena enzimas fonte, prontas a ser usadas quando necessário.
De momento, a existência da enzima fonte é ainda uma teoria, mas os dados
clínicos que recolhi suportam essa teoria.
PORQUE OS REMÉDIOS CONTRA O CANCRO NÃO O CURAM
(Pág. 36)
18
N. do T. Propriedade de determinados seres vivos, a despeito das variações do meio ambiente,
manterem em equilíbrio todas as suas funções e a própria constituição química dos tecidos
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Já anteriormente falei acerca dos danos que as drogas (remédios) tendem a
exercer no corpo. O maior problema é que as drogas esgotam grandes quantidades de
enzimas fonte. De todas as drogas, as mais desafiadoras para as enzimas fonte, são as
drogas anticancerígenas.
No âmbito das práticas médicas correntes, na sequência das cirurgias ao
cancro, usam-se drogas na quimioterapia durante um curto período de tempo para
evitar a propagação do cancro a outras partes do corpo, mesmo que não existam
evidências do cancro ter metastizado19. Essas drogas trabalham envenenando muitas
células do corpo, tanto células normais como células malignas, na esperança de que o
corpo regenerará as células normais enquanto as anormais, as malignas, morrerão
completamente.
Uma vez que a as drogas da quimioterapia são venenos mortais, eu só as utilizo
em situações muito extraordinárias. Por exemplo, mesmo que se encontre cancro fora
do cólon, nas glândulas linfáticas, eu não uso quimioterapia. O meu plano de
tratamentos consiste na remoção cirúrgica das partes invadidas pelo cancro, e, uma
vez removido todo o cancro visível, começo então a eliminar aquilo que acredito ser a
causa do cancro nos pacientes. Escusado será dizer que primeiro, faço os pacientes
absterem-se completamente do consumo de tabaco, álcool, carne, leite e seus
derivados. Concomitantemente com a adopção da Dieta do Factor Enzima e do Estilo
de Vida, faço com que ajustem a sua perspectiva mental, treinando-os para invocarem
tantos pensamentos e sentimentos felizes quanto possível. Desta forma, o meu plano
de tratamento visa prevenir o reaparecimento do cancro aumentando a imunidade do
organismo através de uma melhor saúde física e mental.
As enzimas são responsáveis pela reparação e regeneração das células, pela
manutenção do sistema imunitário e outras actividades de manutenção da vida. A
quantidade de enzimas fonte presentes no corpo determina se o sistema imunitário
funciona bem ou mal.
Eu considero as drogas anticancerígenas como as usadas na quimioterapia
venenosas porque, quando entram no corpo, libertam grandes quantidades de radicais
livres altamente tóxicos. Com isto, aquelas drogas matam as células cancerígenas no
corpo todo. Contudo, as células cancerígenas não são a única coisa que elas matam.
Muitas células normais morrem também nesse processo. O velho ditado “combate o
fogo com fogo” espelha bem a forma como os médicos que usam aquelas drogas
anticancerígenas prosseguem o seu trabalho. Mas, simultaneamente, as drogas da
quimioterapia podem também ser consideradas carcinogénicas.
O corpo humano, está sempre a trabalhar para manter a homeostasia. Por este
motivo, quando grandes quantidades de radicais livres altamente tóxicos se acumulam
no corpo, as enzimas fonte em todo o corpo transformam-se em enzimas que
desintoxicam os radicais livres. O corpo faz o seu melhor para neutralizar os grandes
danos causados pelos radicais livres.
Seguramente, houve já muitas pessoas que superaram cancros com
quimioterapia, mas muitas delas eram ainda novas e tinham provavelmente ainda
muitas enzimas fonte. A quantidade de enzimas fonte decresce com a idade. Claro que
existem diferenças individuais, mas é mais provável a quimioterapia funcionar em
19
N. do T. Designação de cada um dos focos secundários de uma doença, nomeadamente o cancro,
disseminados a partir de um foco principal.
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pessoas jovens porque elas têm ainda enzimas fonte suficientes para ajudar o corpo a
recuperar do stress do tratamento.
Os bem conhecidos efeitos colaterais da quimioterapia são: perda de apetite,
náuseas e queda do cabelo. Mas eu acredito que todos esses sintomas ocorrem
porque grandes quantidades de enzimas fonte estão a ser usadas na desintoxicação do
organismo. O número de enzimas fonte consumidas no processo de desintoxicação
após a quimioterapia é enorme.
Quando não existem enzimas digestivas em quantidade suficiente, a pessoa
experimenta falta de apetite. Ao mesmo tempo, o metabolismo celular diminui devido
há insuficiente quantidade de enzimas e a membrana mucosa do estômago e do
intestino torna-se irregular causando náuseas. A deficiência em enzimas metabólicas
leva a pele a ficar escamosa, as unhas a ficar quebradiças e o cabelo a cair. (Embora
com diferenças no grau de severidade, o mesmo ocorre quando outros medicamentos
entram no organismo.)
As drogas, fundamentalmente, não curam doenças. O único caminho
fundamental para a cura de qualquer doença reside no nosso estilo de vida diário.
PORQUE NÃO HÁ REINCIDÊNCIA DE CANCRO NAS PESSOAS
QUE SEGUEM A DIETA DO FACTOR ENZIMA E DO ESTILO DE VIDA
(Pág. 38)
Os tumores formam-se quando células anormais se multiplicam e se tornam
massas de tecido. Aqueles podem ser tumores benignos que não originam
metástases20 nem se infiltram noutras partes do corpo e com crescimento limitado, ou
podem ser invasivos – tumores malignos – cancros.
Quando lhe diagnosticam um cancro, a primeira coisa que o preocupa é se o
cancro já tem metástases. Se sim, torna-se difícil removê-lo através de cirurgia de
todas as partes do corpo afectadas e ter ainda uma recuperação completa.
Metástase significa o aparecimento do cancro numa localização diferente
daquela em que se desenvolveu inicialmente. Geralmente, diz-se que o cancro tem
metástases, quando as células cancerosas viajam através dos nódulos linfáticos e dos
vasos sanguíneos para outros órgãos e aí se multiplicam. Mas o que penso sobre isto é
ligeiramente diferente. Eu acredito que o simples processo das células cancerosas se
multiplicarem num dado local tem repercussões noutros órgãos, tornando todo o
corpo mais predisposto ao cancro.
Habitualmente o cancro é descoberto quando o tumor já se desenvolveu até
atingir pelo menos 1 cm de diâmetro. Um temor desenvolve-se a partir de uma célula
cancerosa que se multiplica. São necessárias várias centenas de milhar de células para
formar um tumor.
Portanto, é necessário algum tempo para se formar um tumor. O cancro é uma
doença relacionada com o estilo de vida. Assim, o aparecimento de cancro num dado
local do corpo, significa que muito provavelmente existem células cancerosas noutras
20
N. do T. Metástase – Célula que se destacou de um tumor canceroso e que se espalhou no meio
interior. As metástases implantam-se noutras partes do corpo onde se multiplicam de novo, originando
novas metástases, e daí resultando um cancro generalizado. (In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 20032010. [Consult. 2010-08-25]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$metastase-(celula)>.)
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partes do corpo que ainda não se multiplicaram o suficiente para formar tumores.
Essas células são uma série de bombas relógio disseminadas pelo corpo todo. O que
determina qual dessas bombas vai detonar em primeiro lugar, são factores tais como
as características herdadas pela pessoa e o seu ambiente de vida. Para aquele que
come muita comida contendo aditivos e químicos usados na agricultura, o fígado, que
controla os processos de desintoxicação, poderá ser o sítio onde a bomba explodirá
primeiro. Para aqueles que não comem a horas certas e bebem chá ou tomam
antiácidos regularmente, as bombas nos seus estômagos poderão explodir primeiro.
Mesmo que o estilo de vida seja igual, o local onde a primeira bomba explode pode
diferir dependendo de factores hereditários. Por outras palavras, o cancro não é uma
doença localizada que invade apenas uma área do corpo. É uma doença generalizada
que afecta todo o corpo.
A razão pela qual o cancro parece espalhar-se ou fazer metástases em todo o
lado é porque as bombas espalhadas por todo o corpo explodem umas após as outras
com diferentes intervalos de tempo. Tendo isto em conta, torna-se questionável se a
remoção da primeira área infectada, incluindo nódulos linfáticos e vasos sanguíneos, é
verdadeiramente a abordagem correcta.
É considerado perigoso remover cirurgicamente o cancro do seu sítio primário
se forem negligenciadas as metástases, uma vez que a remoção fará acelerar o
desenvolvimento das metástases existentes noutras partes do corpo. Porém, isto só
será natural se você pensar no cancro como uma doença que do corpo todo. Se você
remove órgãos, nódulos linfáticos e vasos sanguíneos de um corpo já de si com pouca
energia, só pode ser natural que as funções imunitárias do corpo se deteriorem ainda
mais rapidamente.
Nos casos de cancro do cólon, eu não removo o mesentério21 para prevenir a
propagação do cancro para os nódulos linfáticos ou outras áreas. Acredito que mais
dano é causado pela perda dos nódulos linfáticos do que deixando um pequenino
cancro intacto.
Na medicina moderna, pensa-se que a menos que o cancro seja cirurgicamente
removido, o órgão doente não recuperará por si próprio. Mas esta não é a minha
experiência. O sistema imunitário e o potencial curador do corpo humano afiguram-se
mais poderosos do que geralmente se crê. Como prova disto, os meus pacientes que
ainda ficam com um pequenino cancro nos seus nódulos linfáticos mas que seguem a
minha dieta terapêutica, não têm reincidências de cancro.
Se você remodelar a sua dieta seguindo a Dieta do Factor Enzima e do Estilo de
Vida, as enzimas fonte, que são energia de vida, ser-lhe-ão suplementadas em grandes
quantidades. Simultaneamente, os hábitos do seu estilo de vida que esgotam as
enzimas fonte são corrigidos, portanto, há um duplo benefício. O número de enzimas
fonte é suficientemente restaurado reforçando a potência do poder imunitário e
activando células imunitárias que suprimem a reincidência de cancro.
Há um limite a esta terapia: se o cancro já progrediu para o seu último estado,
não importa o quanto você melhore a sua dieta ou o estilo de vida, ou ingira
suplementos para impulsionar o sistema imunitário, será difícil restaurar
completamente as funções normais do seu corpo. Isto ocorre porque as enzimas fonte
já foram esgotadas.
21
N. do T. Mesentério – parte do peritoneu que sustenta, em especial, o intestino delgado.
Página 20 de 42
No entanto, na minha experiência clínica, até pessoas que tinham um terço ou
metade da circunferência interna do cólon invadida por cancro, não tiveram
reincidência de cancro e restauraram a sua saúde quando, a seguir à remoção do
cancro original, adoptaram a dieta apropriada e novos hábitos alimentares e tomaram
suplementos alimentares em vez de fazer quimioterapia, permitindo assim que as suas
enzimas fonte trabalhassem mais eficazmente.
Muitos dos meus pacientes vêm fazer exames de rotina, por isso não examino
muitos pacientes com cancros em estado avançado. Porém, dos pacientes de cancro,
aqueles que seguiram a Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida na sequência da
cirurgia, nenhum teve recorrência de metástases. Este facto requer um exame mais
profundo.
O VALOR LIMITADO DAS DROGAS22
(Pág. 40)
Mais uma vez, a maioria das drogas, não cura doenças no seu nível mais
fundamental. As drogas são úteis quando existe dor severa ou sangramento ou em
situações de emergência para suprimir sintomas que devem ser aliviados. Até eu
prescrevo algumas vezes antiácidos como bloqueadores H2 a pacientes que se
queixam de sangramento ou dores provocadas por úlceras estomacais. Mas aviso-os
para se absterem de tomar essa medicação por mais de 2 a 3 semanas. Enquanto a dor
é aliviada pela medicação, a causa da úlcera é removida. Há várias causas de úlceras,
tais como stress e a quantidade, qualidade e horas das refeições, e a menos que essas
causas raiz sejam tratadas, nenhuma medicação será eficaz na cura da úlcera. Mesmo
que pareça que a úlcera foi temporariamente curada pela medicação, ela certamente
ressurgirá.
O único caminho fundamental para a cura de qualquer doença reside no nosso
estilo de vida diário. Portanto, uma vez removida a causa e a úlcera do estômago
curada, de forma a prevenir a sua recorrência, é importante seguir regularmente
hábitos alimentares adequados.
As enzimas fonte não se produzem automaticamente. Se você zela por
alimentar-se adequadamente e por ter um estilo de vida saudável que não desperdiça
enzimas, a própria vida produz a energia que o seu corpo necessita. Saber como evitar
a depleção desnecessária das suas preciosas enzimas fonte é o segredo para curar as
doenças e viver uma vida longa e saudável.
O SENSO COMUM SOBRE A DIETA ALIMENTAR PODE SER PREJUDICIAL AO SEU CORPO
(Pág. 41)
Se reexaminarmos o que o senso comum nos diz sobre comida e digestão,
vemos que muitas coisas que vulgarmente consideramos boas para o organismo, na
realidade trabalham contra os mecanismos naturais do corpo.
Tomemos como exemplo as refeições que se pensa serem boas para as pessoas
doentes. A canja de galinha é uma das comidas favoritas dos Americanos para
alimentar pessoas doentes. Comidas suaves como pão branco e pudins são
22
N. do T. Drogas – medicamentos.
Página 21 de 42
consideradas boas para os pacientes com úlcera. Se você for hospitalizado no Japão,
esteja em que estado estiver, o hospital imediatamente lhe oferece papa de arroz. Os
hospitais acreditam que estão a ser bons para os seus pacientes, especialmente para
aqueles que tiveram recentemente uma cirurgia interna, quando lhes dizem: «vamos
recomeçar a recompô-lo com papa de arroz para não causar muito stress ao seu
estômago e intestinos.» Mas isto é um grande erro.
Eu dou aos meus pacientes refeições normais desde logo, mesmo que eles
tenham sido operados ao estômago. Se você souber como é que as enzimas
funcionam, compreenderá imediatamente porque é que a comida não processada é
melhor que a papa. É melhor porque requer que você mastigue bem. Mastigar
estimula a secreção de saliva. As enzimas digestivas que se encontram na saliva,
quando são misturadas na comida enquanto mastigamos, melhoram a digestão e a
absorção porque a decomposição da comida progride suavemente. Porém, sendo a
papa suave, é engolida sem ser devidamente mastigada. A papa não é bem digerida
porque não foram misturadas enzimas em quantidade suficiente, enquanto comida
normal bem mastigada é bem digerida.
Eu chego a servir aos meus pacientes o normalíssimo sushi ao almoço, apenas 3
dias após uma cirurgia ao estômago. Mas nestes casos, digo-lhes que devem
estritamente “mastigar 70 vezes cada porção que põem na boca.” Mastigar bem é
muito importante, não apenas para os doentes. Para que o processo da digestão e
absorção decorra suavemente, eu aconselho as pessoas, mesmo aquelas sem
problemas gastrointestinais, a conscientemente mastigarem 30 a 50 vezes cada porção
de comida que colocam na boca em todas as refeições.
O outro erro comum que se vê na alimentação hospitalar é o leite. Os principais
nutrientes que se encontram no leite são proteína, gordura, glucose (açúcar), cálcio e
vitaminas. O leite é muito popular porque contém muito cálcio que é suposto prevenir
a osteoporose.
Mas a verdade é que não há comida mais difícil de digerir que o leite. Como o
leite é uma substância líquida suave, há até quem o beba em vez de água quando tem
sede, mas isto é um grande erro. A caseína, que constitui cerca de 80% das proteínas
do leite, imediatamente forma um maciço (clumps together) assim que entra no
estômago, tornando a digestão muito difícil. Além disto, no leite vendido nas lojas, a
componente proteica é homogeneizada. Homogeneizar significa misturar a gordura
presente no leite, agitando-o a alta velocidade, de forma a que fique igualmente
distribuída23. A razão porque a homogeneização é má, é porque estamos a misturar ar
quando agitamos o leite, transformando a gordura do leite numa substância gorda
oxidada – gordura num estado avançado de oxidação. Por outras palavras, o leite
homogeneizado produz radicais livres e exerce uma influência muito negativa no
corpo.
O leite contendo gordura oxidada é de seguida pasteurizado a altas
temperaturas acima de 100oC. As enzimas são sensíveis ao calor e começam a ser
destruídas à volta dos 93oC. Ou seja, o leite vendido nas lojas não só já perdeu enzimas
preciosas, como também a gordura está oxidada e a qualidade das proteínas foi
alterada devido às altas temperaturas. Numa palavra, o leite é o pior tipo de comida.
23
N. do T. Antigamente, o leite tinha bolhas de gordura à superfície, não era homogeneizado. Hoje, não
é possível que isso aconteça com o leite comprado nas lojas, porque foi homogeneizado.
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De facto, eu já ouvi dizer que se você der do leite que se vende nas lojas a um
bezerro em vez do leite da mãe vaca, ele morrerá em 4 ou 5 dias. A vida não pode ser
mantida com comidas sem enzimas.
O LEITE CAUSA INFLAMAÇÕES
(Pág. 43)
A primeira vez que percebi quão mau o leite é para o corpo, foi há 35 anos24,
quando os meus próprios filhos tiveram dermatite atópica25 com seis ou sete meses de
idade.
A mãe seguiu todas as instruções do pediatra para curá-los, mas não importa
que tratamentos recebessem, a dermatite não desaparecia. Então, com cerca de 3 ou
4 anos, o meu filo começou a ter diarreia severa. Finalmente, começou a aparecer
sangue nas fezes. Depois de examiná-lo com um endoscópio, descobri que ele já
apresentava estados iniciais de colite ulcerativa26.
Sabendo que a colite ulcerativa está estreitamente relacionada com a dieta
alimentar, dirigi a minha atenção para o tipo de comida que usualmente se dá às
crianças. Então verifiquei que assim que a minha mulher suspendeu a amamentação e
passou a dar leite às crianças a conselho do pediatra, elas começaram a desenvolver a
dermatite atópica. Assim que descobri isto, eliminámos o leite e todos os seus
derivados da dieta das crianças. Escusado será dizer que o sangue nas fezes e a
diarreia, e até a dermatite atópica, desapareceram completamente.
Após esta experiência, comecei obter uma lista detalhada de quanto leite e
produtos lácteos consumiam os meus pacientes quando os inquiria sobre a sua dieta
alimentar presente e passada. De acordo com os meus dados clínicos, existe uma
maior verosimilhança de desenvolver predisposição a alergias consumindo leite e seus
derivados. Isto correlaciona-se com estudos recentes de alergologia relatando que
quando a mulher grávida bebe leite, os seus filhos são mais propensos a desenvolver
dermatite atópica.
Nos último 30 anos no Japão, o número de pacientes com dermatite atópica e
febre dos fenos cresceu a um ritmo assombroso. Actualmente, o número de casos
deve ser cerca de 1 em cada 5 pessoas. Há muitas teorias acerca do porquê deste
rápido aumento do número de pessoas com alergias, mas eu acredito que a principal
causa foi a introdução de leite nos almoços das escolas a partir dos anos 60 do séc. XX.
O leite27, que contém muitas substâncias gordurosas oxidadas, prejudica o
ambiente dos intestinos, aumentando a quantidade de bactérias nocivas e destruindo
o equilíbrio natural da flora bacteriana dos intestinos. Como resultado, são produzidas
nos intestinos toxinas como os radicais livres, sulfitos de hidrogénio, e amónia.
Decorrem ainda pesquisas sobre quais os processos que estas toxinas atravessam e
quais as doenças que podem originar, mas vários artigos científicos publicados
relataram que o leite não só causa várias alergias, como também está ligado ao
24
N. do T. A primeira edição do livro foi impressa no Japão em 2005. Nesta altura o autor vivia nos
E.U.A.
25
Inflamação severa da pele.
26
Inflamação severa com úlceras no interior do cólon.
27
N. do T. Leite correntemente vendido nas lojas.
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surgimento de diabetes nas crianças28. Estes artigos estão disponíveis na Internet, por
isso aconselho-vos a lerem-nos vocês próprios.
PORQUE É QUE BEBER DEMASIADO LEITE CAUSA OSTEOPOROSE
(Pág. 44)
O maior equívoco acerca do leite é o de que ajuda a prevenir a osteoporose.
Visto que o teor de cálcio dos nossos ossos diminui com a idade, dizem-nos para tomar
muito leite para prevenir a osteoporose. Mas este é um grande erro. Na realidade,
beber muito leite causa osteoporose.
Comumente acredita-se que o cálcio do leite é melhor absorvido que o cálcio
doutros alimentos como o contido em pequenos peixes, mas isso não é inteiramente
verdade.
A concentração de cálcio no sangue humano é normalmente de 9 a 10 mg. No
entanto, quando você bebe leite, a concentração de cálcio no sangue aumenta
repentinamente. Embora à primeira vista possa parecer que muito cálcio foi absorvido,
aquele aumento no nível de cálcio do sangue tem o seu lado mau. Quando a
concentração de cálcio no sangue aumenta repentinamente, o corpo tenta retornar
este nível anormal para valores normais excretando cálcio dos rins através da urina.
Por outras palavras, se você bebe leite para obter cálcio, na realidade produz o
resultado irónico de reduzir o nível geral do cálcio no seu organismo. Nos quatro países
grandes produtores de leite – E.U.A., Suécia, Dinamarca e Finlândia – onde grande
quantidade de leite é consumida diariamente, observam-se muitos casos de fracturas
da anca e de osteoporose.
Em contraste, pequenos peixes e algas, que os Japoneses comem há séculos e
que se acreditava terem baixo teor de cálcio, contêm cálcio que não é rapidamente
absorvido e que não provoca subidas súbitas da concentração de cálcio do sangue.
Além do mais, quase não existiam casos de osteoporose no Japão na altura em que
não se bebia leite. Mesmo agora, não se houve falar de casos de osteoporose entre as
pessoas que não bebem leite regularmente. O corpo é capaz de absorver o cálcio e os
minerais necessários através da digestão de pequenos camarões, peixe e algas.
PORQUE QUESTIONO O “MITO” DO IOGURTE
(Pág. 45)
Recentemente no Japão, vários tipos de iogurtes como “iogurte do mar Cáspio”
e “iogurte com aloe” tornaram-se populares devido aos seus muito bem publicitados
efeitos benéficos para a saúde. Mas eu creio que aqueles benefícios são todos
deturpações.
O que frequentemente oiço de pessoas que comem iogurte é que a sua
condição gastrointestinal melhorou, que já não têm prisão de ventre, ou que têm
menos fezes. E que acreditam que estes resultados se devem aos lactobacilos dos
iogurtes.
28
Veja em: www.sciencenews.org/pages/sn_arc99/6_26_99/fob2.htm
Página 24 de 42
No entanto, esta crença nos lactobacilos é logo à partida questionável. Os
lactobacilos são originalmente encontrados no intestino humano. Estas bactérias são
denominadas “bactérias intestinais residentes”. O corpo humano tem um sistema
defensivo contra bactérias e vírus provindos de fora, portanto, mesmo as bactérias que
são normalmente boas para o corpo, como os lactobacilos, são atacadas e destruídas
pelas defesas naturais do organismo se não são bactérias residentes do intestino.
A primeira linha de defesa é o ácido do estômago. Quando os lactobacilos do
iogurte chegam ao estômago, na sua maioria são mortos pelo ácido do estômago. Por
esta razão, foram introduzidas melhorias nos iogurtes que são agora vendidos com a
frase apelativa “lactobacilos que chegam ao seu intestino”.
Porém, mesmo que as bactérias cheguem ao intestino, é mesmo possível que
elas trabalhem de mãos dadas com as bactérias residentes no intestino?
A razão porque questiono aqueles benefícios do iogurte é porque clinicamente,
as características intestinais das pessoas que comem iogurte diariamente, nunca são
boas. Eu suspeito fortemente que, mesmo que os lactobacilos cheguem vivos ao
intestino, não fazem com que o intestino trabalhe melhor, mas sim com que a flora
intestinal entre em ruptura.
Então porque é que muita gente sente que o iogurte é eficaz na melhoria da
sua saúde? Para muitos, o iogurte parece “curar” a prisão de ventre. Esta “cura”,
porém, é na realidade um episódio leve de diarreia. Esta á a maneira como a coisa
provavelmente funciona: os adultos carecem de enzimas suficientes para decompor
quimicamente a lactose. A lactose é o açúcar naturalmente presente no leite e seus
derivados, mas a lactase, a enzima que decompõe a lactose, começa a decrescer nos
nossos corpos conforme crescemos e envelhecemos. Isto é natural, porque o leite é
algo que os bebés bebem, não os adultos. Por outras palavras, a lactase é uma enzima
não necessária aos adultos.
O iogurte contém muita lactose. Assim, quando você come iogurte, este não
pode ser correctamente digerido devido à falta da lactase, o que, por sua vez, resulta
na indigestão. Numa palavra, muitas pessoas desenvolvem diarreias suaves quando
comem iogurte. Consequentemente, essa diarreia suave, que é na realidade a
excreção de fezes estagnadas que se foram acumulando no cólon até então, é
erradamente interpretada como a cura da prisão de ventre.
As condições do seu intestino irão piorar se comer iogurte diariamente. Eu
posso afirmá-lo com confiança baseado nas minhas observações clínicas. Se você
comer iogurte diariamente, o odor das suas fezes e gases será cada vez mais pungente.
Isso é uma indicação de que o seu ambiente intestinal está a ficar pior. O odor indica
que estão a ser produzidas toxinas no interior do cólon. Portanto, embora as pessoas
falem dos benefícios do iogurte para a saúde em geral (e as empresas produtoras de
iogurte ficam mais do que satisfeitas de aliciar-vos com os seus próprio produtos), na
realidade, existem muitas coisas no iogurte que não são boas para o seu corpo.
Como já afirmei no início, entrámos agora numa época em cada um de nós tem
que zelar pela sua própria saúde. Em vez de apenas aceitar as informações que alguém
lhe transmite, é necessário verificar a veracidade dessa informação testando-a no seu
próprio organismo.
Quando digo que deve testar no seu próprio corpo, não quero dizer apenas
comer ou provar alguma coisa. A pessoa que acredita que o iogurte lhe curou a prisão
de ventre porque causou uma diarreia, não está a ver o quadro todo. Testar no seu
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corpo significa, primeiro, obter o melhor aconselhamento que puder, depois, praticá-lo
e, finalmente, ter o seu trato intestinal examinado periodicamente por um médico de
confiança. Isto permitir-lhe-á confirmar ou rejeitar o que outros lhe aconselham. Se
planeia adoptar a Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida descrita neste livro, eu
aconselho-o a fazer um exame endoscópico antes de iniciar a dieta, e outro após 2 ou
3 meses. Indubitavelmente você verá diferenças drásticas, para melhor, nas suas
características gastrointestinais.
Para viver um vida longa e saudável, não se deixe levar pelas vozes vindas do
exterior, mas volte antes a sua mente e oiça as vozes que vêm do interior do seu
próprio corpo.
A DIETA DO FACTOR ENZIMA
(Pág. 49)
Como diz o ditado, “você é o que você come”. Doença, vida e saúde, são o
resultado daquilo que você ingere diariamente.
Em 1996, o ministro da Saúde, Trabalho e Bem Estar do Japão, influenciado
pelo Relatório McGovern nos E.U.A., decidiu alterar a designação daquilo que era
então chamado de “doenças de adultos”, como o cancro, doenças do coração, doenças
do fígado, diabetes, doenças vasculares cerebrais, hipertensão e hiperlipidemia
(colesterol alto), para “doenças associadas ao estilo de vida”. Tornou-se então claro
para as pessoas, através dum reexame da relação entre alimentação e saúde, que
aquelas doenças se originavam devido ao estilo de vida e não devido à idade.
Não obstante, a actual medicina Ocidental, os pacientes raramente são
interrogados acerca dos seus hábitos e historial alimentares. Acredito que a razão pela
qual a colite ulcerativa, a doença de Crohn, a doença do tecido conjuntivo e a leucemia
são chamadas “doenças incuráveis de causa desconhecida”, nasce da falta de
informação consistente acerca das suas opções alimentares. Se for feita mais
investigação sobre a relação entre o historial alimentar e as doenças, seremos capazes
de transformar “causa desconhecida” em “causa conhecida”.
Pessoas que indubitavelmente desenvolvem doenças relacionadas com o estilo
de vida numa dada altura da vida, tipicamente fumam, bebem álcool diariamente,
comem muita carne e poucos vegetais e frutas, e consomem produtos lácteos como
leite, iogurte e manteiga, sobretudo a partir de tenra idade. O tipo de doença que irão
desenvolver depende da sua predisposição genética e do meio ambiente em que
vivem. Por exemplo, as pessoas que geneticamente têm artérias fracas desenvolvem
hipertensão, arteriosclerose ou doenças do coração. Pessoas com fracos rins podem
desenvolver diabetes. Na mulher, os miomas, os quistos dos ovários e doenças da
mama podem progredir para cancros, enquanto nos homens, a próstata dilatada
(hipertrofia da próstata) pode transformar-se em cancro da próstata, e podem ainda
desenvolver cancro dos pulmões, pólipos no cólon e artrite. Embora o tipo de doença
dependa de factores genéticos e ambientais, sem dúvida nenhuma, as pessoas que
têm aqueles hábitos de vida desenvolverão alguma doença.
Aproximadamente dois anos depois de começar a examinar directamente as
condições do estômago e do intestino, comecei a interrogar os meus pacientes sobre o
historial dos seus hábitos alimentares. Quando uma pessoa faz um exame físico ou
uma consulta num hospital, pode ser interrogada acerca dos seus hábitos de vida.
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Porém , na maioria dos casos, esses exames focam-se apenas no presente, o que os
torna num exercício sem sentido. Para se compreender porque é que alguém ficou
doente, é necessário compreender a sua história alimentar – ou seja, quando come, o
que come, e com que frequência come. Com certeza que muitos pacientes são
incapazes de se lembrar de todos os detalhes, mas, conforme eu continuo
questionando pacientemente, normalmente aprendo várias coisas interessantes. Por
exemplo, as pessoas que bebem leite, mesmo que seja só um copo por dia,
apresentam estados de saúde diversos dependendo de coisas como se começaram a
beber leite pouco tempo depois de nascerem ou se só começaram depois de adultos.
Olhando para o historial alimentar dos pacientes com cancro, geralmente
observo que tiveram uma dieta alimentar que consistia sobretudo de proteína animal
e lacticínios tais como carne, peixe, ovos e leite. Além disso, aprendi que existe uma
correlação directa entre quando uma pessoa desenvolve a doença e a altura e
frequência com que consome aqueles alimentos; ou seja, quanto mais cedo na vida e
mais frequentemente uma pessoa adoptou uma dieta alimentar baseada em produtos
animais (especialmente carne e produtos lácteos), mais cedo ele ou ela desenvolveu a
doença. Há vários tipos de cancro – cancros da mama, do cólon, da próstata, dos
pulmões – mas independentemente do tipo de cancro, esta correlação com uma dieta
à base de produtos animais mantém-se.
E seja qual for o tipo de cancro que a pessoa tenha, as condições intestinais
desses pacientes são problemáticas sem excepção. Eu insisto sempre com as pessoas
que têm qualquer tipo de cancro para que façam um exame colonoscópico, porque há
grandes hipóteses de desenvolverem pólipos do cólon ou mesmo cancro do cólon.
Entre os pacientes de cancro que examinei, os resultados foram como
esperava. Nas mulheres com cancro da mama e nos homens com cancro da próstata, a
probabilidade de descobrir algo de anormal nos seus cólons é alta. Como mais médicos
Americanos estão a começar a recomendar aos seus pacientes com cancros da mama,
da próstata e outros tipos de cancro, que façam colonoscopias, esta prática está a
tornar-se largamente aceite na América. (Se alguém que está a ler este livro tem ou
teve cancro, eu encorajo-o a fazer um exame colonoscópico o mais rápido possível.)
Não estou a afirmar que você irá desenvolver imediatamente uma doença se se
alimentar com determinado tipo de comida. Não obstante, os efeitos dos seus hábitos
alimentares certamente se acumularão no seu corpo. Você não deve sentir-se aliviado
só porque não apareceram sintomas até agora. A prática aperfeiçoa; se você tem maus
hábitos alimentares dia após dia, ano após ano, é provável que você acabe por ficar
perfeitamente doente.
Actualmente, estamos rodeados de por uma grande variedade de tipos de
comida. Se você quer viver uma vida longa e saudável, tem que perceber que não pode
escolher aquilo que come simplesmente porque sabe bem. Sabendo disto, quais são os
critérios a ter em conta na escolha do que deve comer diariamente?
COMA ALIMENTOS QUE CONTENHAM ENZIMAS EM ABUNDÂNCIA
(Pág. 51)
Desde criança sempre tive facilidade de lidar com qualquer espécie de cão. Não
é muito difícil. Tudo o que tem que fazer é colocar alguma da sua saliva na palma da
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sua mão e deixar o cão lambê-la. Com isto, torna-se instantaneamente amigo de
qualquer cão.
Criei muitos cães desde pequeno, e sei que os cães gostam de lamber a boca
das pessoas. Quando ponderei qual seria a razão para isso, apercebi-me que eles
gostam da saliva. Quando testei esta teoria, todos os cães abanavam a cauda muito
felizes. Eu era apenas uma criança em idade escolar quando pela primeira vez usei este
método para ficar amigo, um a um, de todos os cães da vizinhança. Claro que nessa
altura eu não compreendia porque é que os cães gostavam tanto de saliva. Esse
mistério foi resolvido quando me tornei médico e comecei a reparar nas enzimas.
“É isso! Os cães gostam das enzimas da saliva!”
A partir daqui comecei a ver que todos os animais estão à procura de enzimas.
Quando os animais carnívoros como por exemplo os leões capturam as suas
presas, começam sempre a comer primeiro os órgãos internos, as cavernas do tesouro
das enzimas. Os esquimós, que vivem em zonas com condições muito severas onde as
plantas dificilmente crescem, comem sempre primeiro os órgãos internos das focas
que capturam. Os coelhos comem os seus próprios excrementos para reabsorver a
comida não digerida e as enzimas presentes.
Recentemente, as doenças dos animais de estimação aumentaram
subitamente, mas você já pode provavelmente adivinhar porquê. A causa é a comida
para animais. A comida para animais apresenta-se com uma dieta nutricional
equilibrada, mas isto baseia-se nas modernas teorias da nutrição, que
persistentemente ignoram as enzimas. Mesmo que a comida contenha as calorias e os
nutrientes suficientes, como vitaminas, minerais, proteínas e gordura, se não contiver
enzimas, o ser vivo não consegue manter-se. As preciosas enzimas são sensíveis ao
calor e decompõem-se a temperaturas entre 48oC e 115oC. Apesar disto, a comida para
animais é sempre aquecida durante o processo de fabrico, quer seja em lata ou seca.
Por outras palavras, as enzimas são destruídas no processo de fabrico.
Os animais selvagem não comem comida que tenha sido aquecida. Num futuro
próximo acredito que se tornará evidente que muitas das doenças dos animais
domésticos estão relacionadas com o estilo de vida.
O problema da comida para animais aplica-se também à comida para consumo
humano.
Presentemente, os nutricionistas focam-se nas calorias e nutrientes.
“Não consuma muitas calorias e tente fazer refeições nutricionalmente
equilibradas.” É este o mantra dos modernos nutricionistas.
É normalmente recomendado que o homem consuma cerca de 2000 calorias e
a mulher 1600 calorias por dia, e que essas calorias estejam equilibradamente
repartidas pelos quatro grupos de alimentos. O primeiro grupo é constituído pelo leite
e seus derivados e ovos – alimentos que contêm proteína de alta qualidade, gordura,
cálcio, vitaminas A e B2 – os assim chamados alimentos nutricionalmente “completos”.
O segundo grupo consiste em alimentos que constróem os músculos e o sangue –
produtos como carne, peixe e legumes/grãos/feijões que contêm proteína de alta
qualidade, gorduras, vitaminas B1 e B2 e cálcio. O terceiro grupo é constituído pelos
vegetais e as frutas, alimentos que contem vitaminas, minerais e fibras e mantêm a
saúde geral do organismo. Finalmente, o quarto grupo que constituído por
sementes/grãos, açúcares, óleos, e gorduras – alimentos que servem para manter a
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temperatura e a energia do corpo. Estes alimentos contêm carbohidratos, gorduras e
proteínas.
Como pode ver, a palavra enzima não está visível em parte alguma.
É verdade que calcular a quantidade de enzimas dos alimentos não é fácil.
Assim como existem individualmente diferenças no número de enzimas de pessoa
para pessoa, também o número varia de alimento para alimento e ainda, no mesmo
alimento, entre cada peça desse alimento. Por exemplo, o número de enzimas
presente em duas maçãs da mesma variedade, será diferente dependendo do
ambiente em que cada maçã cresceu e também da quantidade de tempo que passou
desde que foi colhida.
No estilo de vida que defendo, basicamente considero simplesmente os
alimentos com muitas enzimas como “bons alimentos” e os que contêm poucas
enzimas “maus alimentos”. Por esta razão, os melhores alimentos são aqueles
produzidos em terras férteis, ricas em minerais, sem produtos agrícolas químicos nem
fertilizantes químicos, e comidos imediatamente após a colheita.
Quanto mais frescos são os vegetais, frutas, carnes e peixes, mais enzimas
contêm. Quando comemos alimentos frescos, normalmente têm bom sabor porque
estão cheios de enzimas. Porém, os humanos diferem dos outros animais porque
cozinham os alimentos. Cozemos, assamos, grelhamos, guisamos e fritamos os
alimentos. Uma vez que as enzimas são sensíveis à temperatura, quanto mais
cozinhamos um alimento, mais enzimas ele perde. Mas mais uma vez, a maioria de nós
não pode comer tudo cru.
Portanto, torna-se muito importante como escolher os alimentos correctos,
como cozinhá-los e como comê-los. Continue a ler e todos estes detalhes se tornarão
claros.
O SEU CORPO FICARÁ OXIDADO SE VOCÊ CONTINUAR A COMER COMIDA OXIDADA
(Pág. 54)
Os alimentos frescos são considerados bons para o organismo porque, para
além de conterem muitas enzimas, não estão oxidados.
A oxidação ocorre quando a matéria se liga com o oxigénio e “enferruja”. Você
pode interrogar-se como é que a comida, que não é de metal, pode “enferrujar”, mas
isso acontece diariamente.
Por exemplo, quando fritamos algo, o óleo usado perde a cor e escurece.
Também as maçãs e as batatas mudam de cor e tornam-se castanhas pouco depois de
descascadas. Isto deve-se à oxidação pelo oxigénio que se encontra no ar. Quando esta
comida oxidada entra no organismo, formam-se radicais livres.
Graças aos debates sobre este assunto na TV e em revistas, você
provavelmente já sabe que os radicais livres são conhecidos por destruírem o ADN das
células, por causarem cancro e muitos outros problemas de saúde. Uma miríade de
programas versam sobre como combater os radicais livres. É dito que o vinho tinto é
bom para o organismo porque contém o agente antioxidante polifenol. A isoflavina,
que se encontra em muitos produtos contendo soja, tem chamado as atenções porque
também contém antioxidantes. A razão pela qual os radicais livres são tão temidos é o
facto da sua grande capacidade de oxidação (o poder de “enferrujar” coisas) ser ainda
superior à do oxigénio.
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Os alimentos oxidados não são a única coisa que produz radicais livres. O
álcool, o tabaco e vários outros factores produzem-nos igualmente. Para começar, os
radicais livres são produzidos até pela respiração. Quando respiramos oxigénio e
queimamos a glicose e a gordura nas células que produzem energia, 2% do oxigénio
introduzido no organismo são radicais livres.
Os radicais livres são muitas vezes tratados como os “maus da fita”, mas de
facto, eles têm uma função essencial que os habilita a matar vírus, bactérias, fungos e
a suprimir infecções. Porém, quando a quantidade de radicais livres aumenta acima de
determinado nível, as membranas e o ADN das células normais começam a ser
destruídos.
Quando os radicais livres aumentam demasiado, os nossos organismos estão
equipados dos meios para neutralizá-los – as enzimas antioxidantes. O tipo de enzima
que desempenha esta função chama-se SOD (super oxido dismutase).
Contudo, quando se ultrapassa os 40 anos de idade, a quantidade de SOD no
organismo decresce subitamente. Há teorias de que muitas doenças relacionadas com
o estilo de vida surgem quando se ultrapassam os 40 anos, devido à diminuição desta
enzima.
Quando as SOD começam a diminuir com a idade, as enzimas fonte começam a
combater o excesso de radicais livres. Se as enzimas fonte estão abundantemente
disponíveis, elas focam-se nos radicais livres quando a necessidade surge. Porém, se as
enzimas fonte são escassas, não podem prevenir a danificação da saúde pelos radicais
livres.
Em suma, se você continuar a comer alimentos oxidados, eles criarão grandes
quantidades de radicais livres no seu organismo. Além disso, os alimentos oxidados
têm muito poucas enzimas ou mesmo nenhumas, de maneira que o corpo terá
dificuldade em produzir enzimas fonte, levando a um ciclo vicioso de radicais livres não
neutralizados causando doenças.
Em contraste, se você comer alimentos frescos ricos em enzimas, além de
limitar a quantidade de radicais livres produzidos, limita também o desgaste de
enzimas fonte do seu organismo. Isto leva a um ciclo positivo que paulatinamente
aumenta a sua energia vital.
NÃO HÁ GORDURA PIOR PARA
O SEU CORPO DO QUE A MARGARINA
(Pág. 55)
O alimento que se oxida mais facilmente é o óleo.
No mundo natural, os óleos encontram-se nas sementes de várias plantas. Uma
vez que o arroz também é uma semente, há muito óleo presente no arroz integral.
Aquilo a que normalmente chamamos “óleo” é espremido das sementes das plantas.
Existem muitos tipos de óleos para cozinhar, tais como óleo de canola, de oliva, de
sésamo, de semente de algodão, de milho, de semente de uva, mas apenas a parte
oleosa da semente é extraída.
No passado, o óleo era extraído por meio de um processo primitivo por
compressão que utilizava máquinas, mas hoje em dia, poucos são os produtores
utilizam este processo. Porquê? Não só porque o processo é moroso e trabalhoso, mas
também porque a perda de óleo é grande. Além disso, como não é utilizado calor
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durante o processo de extracção, a qualidade do óleo muda mais rapidamente do que
quando é extraído por outros processos.
Actualmente, a maioria dos óleos à venda no mercado são produzidos através
de um método de extracção químico, em que é posto um solvente químico chamado
hexano sobre o material cru e a substância lamacenta que se forma é aquecida. O óleo
é então extraído por evaporação do solvente químico através de elevada pressão e
temperatura. Com este método há menos perdas de óleo e, uma vez que é aquecido, é
mais difícil a sua qualidade alterar-se. Mas, o óleo assim extraído, transforma-se num
ácido gordo-trans, ou gordura-trans, um elemento muito destrutivo para o organismo.
Os ácidos gordos-trans não existem na natureza e têm sido relatados como
causadores do aumento do mau colesterol e da diminuição do bom colesterol no
corpo. Também causam cancro, hipertensão e doenças do coração, entre outros
problemas de saúde. Nos países ocidentais, está estabelecido um nível máximo para o
número de ácidos gordos-trans presente nos alimentos e é proibida a venda de
alimentos com níveis acima desse limite. Em 2006, o Conselho da Saúde de Nova
Iorque votou a interdição do uso de gorduras-trans em todos os restaurantes da
cidade a partir de Julho de 2008.
O alimento que contém mais ácidos gordos-trans é a margarina. Muita gente
acredita que o óleo extraído dos vegetais, como a margarina, que não contém
colesterol, é melhor para o organismo do que a gordura animal como a manteiga. Mas
esse é um enorme equívoco. A verdade é que, não há pior gordura para o corpo do
que a margarina. Quando aconselho os meus pacientes sobre a sua dieta alimentar,
chego mesmo a dizer-lhes, “se tem margarina em sua casa, deite-a fora
imediatamente”.
Os óleos vegetais, á temperatura ambiente, são líquidos porque contêm muitos
ácidos gordos insaturados. Por outro lado, as gorduras animais, mesmo que as
consideremos um tipo de óleo, à temperatura ambiente, são sólidas porque contêm
muitos ácidos gordos saturados. A margarina, mesmo sendo feita com óleos vegetais,
é sólida à temperatura ambiente, tal como as gorduras animais.
A margarina é assim porque é hidrogenada e os seus ácidos gordos são
artificialmente convertidos de não saturados a saturados. Quando a margarina é feita,
os fabricantes começam com o óleo vegetal extraído pelo método químico e portanto
contendo gorduras-trans. De seguida, é adicionado hidrogénio, transformando
propositadamente os ácidos gordos não saturados em ácidos gordos saturados.
Portanto, na margarina, encontramos o pior de dois mundos: as gorduras-trans da
extracção química do óleo e gorduras saturadas como as gorduras animais. Não há pior
gordura para o seu organismo que a margarina.
O shortening29 é outro tipo de óleo contendo a mesma quantidade de ácidos
gordos-trans que a margarina. Presumo que o shortening é raramente usado para
cozinhar em casa, mas é largamente utilizado na produção industrial de bolos,
biscoitos, bolachas e snacks30 que se vendem nas lojas e ainda na preparação das
batatas fritas vendidas nas casas de comida rápida (fast food). Os ácidos gordos-trans
29
N. do T. Shortening é uma grodura semi-sólida usada na confecção de alimentos, especialmente
alimentos cozinhados no forno, e chama-se assim porque provoca uma textura “short” ou esboroada
(como nos biscoitos que levam muita manteiga ou nos típicos “bolinhos de areia”).
30
N. do T. Snacks – fritos de pacote doces ou salgados como as batatas, as tiritas de milho, etc.
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são a razão pela qual os biscoitos, bolachas e a comida rápida são tão maus para o
corpo.
SE VOCÊ OCASIONALMENTE TEM QUE COMER FRITOS...
(Pág. 57)
O quanto os fritos o afectam depende de onde provêem os seus ancestrais, e
de há quanto tempo “o seu povo” utiliza óleo quente para cozinhar. Os povos que
vivem nos países perto do Mediterrâneo, como a Grécia e a Itália, cultivaram e usam
largamente azeitonas e azeite há séculos, desde há aproximadamente 6000 anos. Por
outro lado, os Japoneses começaram a comer alimentos fritos há aproximadamente
150 a 200 anos atrás.
Estas diferenças na cultura alimentar podem ter sido incorporadas nos nossos
genes, determinando se temos ou não um sistema digestivo que pode digerir óleo. O
óleo é degradado e digerido no pâncreas, mas os meus dados clínicos mostram que o
pâncreas dos Japoneses é mais fraco que o de povos com historiais longos de comer
alimentos fritos.
Há muitos casos de Japoneses queixando-se de dores na região epigástrica
(parte de cima do estômago), mas quando é feita uma endoscopia, não se observa
nenhuma gastrite, ou úlcera gástrica ou úlcera duodenal. Quando são feitos exames ao
sangue nessas pessoas, a maioria mostra um nível anormalmente elevado de amilase
no pâncreas. Quando os interrogo acerca da sua história alimentar, frequentemente
descubro que adoram alimentos fritos. No entanto, não há muitos ocidentais que
comem a mesma ou mesmo mais quantidade de fritos, a desenvolver problemas no
pâncreas.
Se você come fritos 2 ou 3 vezes por semana e sente dores na parte de cima do
estômago, é possível que tenha um pancreatite, e recomendo-lhe que faça um exame
ao pâncreas o quanto antes.
Pensando que o óleo vegetal é mais seguro, hoje em dia as pessoas utilizam-no
em vez da gordura animal. Todas as pessoas devem ser extremamente cuidadosas com
a quantidade de alimentos fritos que comem. Como já disse antes, o consumo
frequente de óleo que foi artificialmente extraído é mau para o corpo. Mas se você
acha que é impossível parar de comer fritos, deveria pelo menos tentar cortar no
número de vezes que o faz. O objectivo será comer fritos, no máximo, uma vez por
mês.
Eu raramente como fritos, mas se como, removo o polme e tento não comer as
partes mais oleosas. Se você não consegue deixar de comer as partes oleosas, deveria
pelo menos tentar mastigar bem. Mastigar bem e misturar a comida oleosa com a
saliva ajuda a neutralizar até um certo grau os ácidos gordos-trans. Apesar disso, os
alimentos fritos em geral, esgotam as enzimas do seu corpo.
Além disso, as comidas fritas em óleo oxidam muito rapidamente. Uma vez que
os óleos não são bons para o seu corpo, você não deve comer alimentos fritos que já
foram cozinhados há algum tempo, como os que se encontram em restaurantes de
comida pronta a levar.
QUAL A MELHOR MANEIRA DE INGERIR
ÁCIDOS GORDOS ESSENCIAIS?
(Pág. 59)
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Os principais componentes do óleo, os ácidos gordos, são classificados como
ácidos gordos saturados ou ácidos gordos insaturados. Os ácidos gordos insaturados
são os assim chamados ácidos gordos bons e são um nutriente necessário à
manutenção do coração, dos órgãos da circulação, do cérebro e da pele. Entre os
ácidos insaturados, há alguns que não são produzidos pelo corpo humano e, por isso,
têm que ser obtidos através dos alimentos. São chamados ácidos gordos essenciais.
Incluem o ácido linoleico, o ácido linolénico e o ácido araquidónico.
Há alguns anos atrás, nos E.U.A., dizia-se às pessoas para tomarem uma colher
de sopa de azeite por dia para ingerir alguns ácidos gordos essenciais. Naquela época,
isso tornou-se uma prática popular porque se acreditava ser bom para o corpo. No
entanto, acabaram por aparecer relatórios dizendo que o consumo diário de azeite
poderia potencialmente causar cancro do ovário. Aquela prática rapidamente
decresceu e acabou por desaparecer após os relatórios terem sido conhecidos.
O facto é que os ácidos insaturados têm propriedades que tornam a oxidação
do azeite muito fácil. Mesmo que o azeite seja obtido apenas por pressão, ainda assim
não recomendo o consumo do azeite artificialmente extraído.
Se você quer consumir ácidos gordos insaturados, os que se encontram no
peixe são a melhor escolha.
Existem muitos ácidos gordos de qualidade como o DHA (ácido
docosahexaenóico) e o EPA (ácido eicosapentaenóico) que se encontram
especialmente nos “peixes azuis”, como as sardinhas e as cavalas. Também se
encontram na parte gorda dos olhos dos atuns e diz-se que melhoram as funções
cerebrais.
Não é necessário consumir óleo (ou azeite) como tal, se comer os alimentos
donde provêem na sua forma natural, visto que pode obter os ácidos gordos
insaturados directamente da gordura presente nesses alimentos. Não interessa o tipo
de óleo que utiliza, uma vez exposto ao ar, imediatamente começa a oxidar. Portanto,
o óleo (ou azeite), se possível, não deverá ser utilizado para cozinhar.
Em geral, diz-se que a vitamina A é melhor absorvida se a comida for cozinhada
com óleo. Portanto, é comumente recomendado que se use óleo (ou azeite) quando se
cozinha ingredientes que contêm vitamina A. Isto é porque a vitamina A é solúvel em
gordura e pode ser facilmente dissolvida no óleo.
Porém, embora seja verdade que a vitamina A é solúvel em gordura, inovando
um bocadinho, ela pode ser absorvida sem a utilização de óleos artificialmente
extraídos, porque você precisa apenas de pouca quantidade de óleo para absorver as
vitaminas que são solúveis em gordura. Portanto, mesmo que você não utilize óleo no
cozinhado, basta comer uma pequena quantidade de algum alimento que contenha
óleo, como feijão de seja ou sementes de sésamo, para absorver o suficiente das
vitaminas.
Por outras palavras, você pode ingerir a quantidade de óleo e gordura essencial
ao organismo comendo alimentos que contenham naturalmente gordura sem
necessidade de adicionar óleo artificialmente extraído. Quando digo que contenham
naturalmente gordura, quero referir-me aos alimentos crus donde normalmente se
extrai o óleo, como grãos, feijões, frutos secos31, e que devem ser comidos tal como
são. Não há maneira mais segura ou saudável de ingerir gordura.
31
N. do T. Nozes, avelãs...
Página 33 de 42
O LEITE VENDIDO NAS LOJAS É GORDURA OXIDADA
(Pág. 60)
A par do óleo, o tipo de alimento mais facilmente oxidável é o leite comprado.
Antes de ser processado, o leite contém muitos elementos bons. Por exemplo, contém
muitos tipos de enzimas como as que degradam a lactose, a lipase, que degrada a
gordura, e a protease que degrada as proteínas. O leite, no seu estado natural,
também contém lactoferrina32, conhecida por ter efeitos anti-oxidantes, antiinflamatórios e anti-virais e ainda efeitos reguladores do sistema imunitário.
Porém, o leite vendido nas lojas já perdeu todas estas boas qualidades durante
o processo de recolha e embalamento. O processo de recolha e embalamento é o
seguinte: primeiro, é colocada uma máquina de sucção no mamilo da vaca, que
espreme o leite que por sue vez, é colocado temporariamente num tanque. O leite
recolhido em cada quinta é então transferido para um tanque maior, onde é mexido e
homogeneizado. O que na realidade é homogeneizado, são as gotículas de gordura
que se encontram no leite cru.
O leite cru tem cerca de 4%de gordura, mas esta gordura consiste em partículas
de gordura que existem sob a forma de gotículas. Como as partículas de gordura
flutuam mais facilmente quanto maiores são, se o leite cru for deixado como está, a
gordura torna-se numa camada de natas a flutuar. Quando bebi leite uma ou duas
vezes em criança, recordo-me de ver uma camada cremosa de gordura logo debaixo da
cápsula da garrafa. Como o leite não era homogeneizado, as partículas de gordura
tinham subido até ao topo da garrafa enquanto o leite foi transportado.
Hoje em dia, é usada uma máquina chamada homogeneizador e as partículas
de gordura são quebradas em partes mais pequenas. O produto final é o leite
homogeneizado. Contudo, quando ocorre homogeneização, a gordura que se encontra
no leite cru liga-se com oxigénio, transformando-se em gordura hidrogenada (gordura
oxidada). Gordura hidrogenada significa gordura que foi demasiadamente oxidada,
que “enferrujou”. Como toda a gordura hidrogenada, a gordura do leite gordo
homogeneizado é má para o organismo.
Mas o processo de manufactura do leite ainda não acabou. Antes de ir para o
mercado, o leite homogeneizado tem que ser pasteurizado de maneira a suprimir a
propagação de vários germes e bactérias. Existem quatro maneiras básicas de
pasteurizar o leite:
1. Pasteurização continuada a baixa temperatura (LTLT=low temperature
long time). É uma pasteurização por aquecimento entre 62o a 65oC
durante 30 minutos. Este é o geralmente chamado método de
pasteurização a baixa temperatura.
2. Pasteurização continuada a alta temperatura (HTLT=high temperature
long time). É uma pasteurização por aquecimento acima de 75oC por
mais de 15 minutos.
3. Pasteurização a alta temperatura por período curto (HTST). É uma
pasteurização a temperaturas acima de 72oC durante 15 segundos. Este
é método mais utilizado em todo o mundo.
32
N. do T. – a lactoferrina é uma proteína.
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4. Ultra pasteurização por período curto (UHT). É uma pasteurização por
aquecimento a cerca de 120o-130oC durante 2 segundos (ou a 150oC
durante 1 segundo).
Os métodos mais utilizados em todo o mundo são os de alta temperatura e
ultra-pasteruização. Eu repetidamente digo isto: as enzimas são sensíveis ao calor e
começam a degradar-se a 48oC e são completamente destruídas a 115oC. Portanto,
independentemente do tempo que dure a pasteurização, quando a temperatura
atinge os 130oC, as enzimas estão quase totalmente perdidas.
Além disso, a quantidade de gordura oxidada aumenta ainda mais a
temperaturas muito altas (como na ultra pasteurização) e o calor altera a qualidade
das proteínas do leite. Assim como a gema do ovo que foi cozido se separa facilmente
da clara, alterações similares ocorrem com as proteínas do leite. A lactoferrina, que é
sensível ao calor, também se perde.
Por ser homogeneizado e pasteurizado, o leite vendido nos supermercados
pelo mundo afora não é bom para si.
O LEITE DE VACA É PRINCIPALMENTE PARA OS BEZERROS
(Pág. 62)
Os nutrientes presentes no leite de vaca são adequados para criar bezerros.
Aquilo que é necessário para o crescimento de um bezerro, não é necessariamente
proveitoso para os humanos. Além do mais, no mundo natural, os únicos animais que
bebem leite são os recém-nascidos. Nenhum animal bebe leite após tornar-se adulto
(excepto o Homo sapiens). É assim que a natureza funciona. Só os humanos é que
deliberadamente tiram o leite de outra espécie, oxidam-no e bebem-no. Isto vai contra
as leis naturais.
No Japão e nos E.U.A., as crianças são aconselhadas a beber leite nos almoços
escolares porque se acredita que o leite, que é rico em nutrientes, é bom para crianças
em crescimento. Contudo, quem acredita que o leite de vaca e o leite materno são
iguais está seriamente equivocado.
Se você comparar os nutrientes do leite de vaca e do leite materno,
aparentemente são muito semelhantes. Nutrientes como a proteína, a gordura, a
lactose, o ferro, o cálcio, o fósforo, o sódio, o potássio e as vitaminas encontram-se em
ambos. Porém, as qualidades e as quantidades desses nutrientes são completamente
diferentes.
A principal componente proteica presente no leite de vaca chama-se caseína. Já
falei no facto desta proteína ser muito difícil de digerir pelo sistema gastrointestinal
humano. Além disto, o leite de vaca também contém a substância antioxidante
lactoferrina, que melhora funções do sistema imunitário. Porém, a proporção de
lactoferrina presente no leite materno é 0,15% enquanto que no leite de vaca é de
0,01%.
Manifestamente, recém-nascidos de espécies diferentes requerem diferentes
quantidades e diferentes proporções de nutrientes.
E os adultos?
A lactoferrina fornece-nos um exemplo. A lactoferrina do leite de vaca degradase no ácido do estômago, por isso, mesmo que você beba leite de vaca cru que não
tenha sido tratado com calor, a lactoferrina será degradada no estômago. O mesmo
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acontece com a lactoferrina do leite materno. O humano recém-nascido pode absorver
correctamente a lactoferrina do leite materno porque o seu estômago ainda não está
completamente desenvolvido e por isso, há pouca secreção de ácido e a lactoferrina
não é degradada. Por outras palavras, o leite materno não é destinado ao consumo do
humano adulto.
O leite de vaca, mesmo que seja fresco e cru, não é um alimento adequado aos
humanos. Nós transformamos o leite cru, que para começar não é bom para os
humanos, num alimento mau, ao homogeneizá-lo e pasteurizá-lo a altas temperaturas.
E depois ainda insistimos para que as nossas crianças o bebam.
Outro problema é que as pessoas da maioria dos grupos étnicos não tem
suficiente enzima lactase para degradar a lactose. A maioria das pessoas tem
quantidades suficientes desta enzima quando criança, mas ela decresce com a idade.
Quando essas pessoas bebem leite, tem sintomas como barulhos no estômago ou
diarreia, resultantes da inabilidade do seu organismo digerir a lactose. As pessoas que
absolutamente não têm lactase ou que tem extremamente pouco dessa enzima são
intolerantes à lactose. Poucas pessoas são completamente intolerantes à lactose, mas
cerca de 90% dos Asiáticos, 75% dos Hispânicos, Índios Americanos e Afro-americanos,
e 60% das pessoas de cultura mediterrânea e 15% das pessoas do norte de Europa têm
falta da quantidade suficiente de lactase.
A lactose é um açúcar que só existe no leite dos mamíferos. O leite é apenas
para as crianças recém-nascidas beberem. Embora muitos adultos tenham falta de
lactase, quando crianças recém-nascidas saudáveis, têm o suficiente para as suas
necessidades. Ademais, a quantidade de lactose no leite materno é cerca de 7% contra
4,5% no leite de vaca.
Uma vez que as pessoas, quando bebés, são capazes de beber o leite materno
rico em lactose mas acabam por perder a enzima que a digere quando crescem, eu
acredito que esta é a maneira da natureza nos dizer que o leite é algo que uma pessoa
crescida não deve beber.
Se você simplesmente adora o gosto do leite, sugiro-lhe fortemente que limite
a frequência com que consome e tente beber leite que não tenha sido homogeneizado
tenha sido pasteurizado a baixa temperatura. As crianças e os adultos que não gostam
de leite, nunca devem ser forçados a bebê-lo.
Beber leite simplesmente não faz nenhum bem ao organismo.
PORQUE É QUE DEMASIADA PROTEÍNA É TÓXICA
(Pág. 64)
Na Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida, aconselho os meus pacientes a
comer principalmente grãos (sementes) e vegetais, e a limitar produtos animais como
carne, peixe, produtos lácteos e ovos, mantendo a sua ingestão em menos de 15% das
calorias consumidas diariamente.
Actualmente, muitos nutricionistas defendem a proteína animal como tendo
muitos elementos ideais, que são degradados e absorvidos pelos aminoácidos do
intestino, e eventualmente transformam-se em sangue ou músculo. Todavia, não
interessa quão boa seja a comida, pois se você consumir mais do que o necessário, ela
transforma-se em veneno para o corpo. Isto é especialmente verdade se você
consome grandes quantidades de proteína animal, porque ela não será
completamente degradada e absorvida pelo sistema gastrointestinal. Pelo contrário, a
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proteína entra em decomposição no intestino produzindo grandes quantidades de
toxinas, tais como sulfito de hidrogénio, gás metano, amónia, histamina e
nitrosamina33. Além disto, são também produzidos radicais livres. Para desintoxicar o
organismo desta toxinas todas, grandes quantidades de enzimas são esgotadas no
intestino e no fígado.
A quantidade necessária de proteína que uma pessoa precisa é de
aproximadamente 1 grama por Quilograma de peso. Por outras palavras, para uma
pessoa que pese 60 Kg, 60 gramas de proteína animal por dia são suficientes. Mas na
realidade, há dados que mostram que a quantidade de proteína consumida nos E.U.A.
varia entre 88 e 92 gramas para os homens e 63 a 66 gramas para as mulheres. Isto é
obviamente demasiado.
As proteínas em excesso acabem por ser excretadas pela urina, mas entretanto
foi feito muito mal ao organismo. Em primeiro lugar, o excesso de proteínas é
convertido em aminoácidos pelas enzimas digestivas, e esses aminoácidos são
degradados no fígado antes de entrarem na corrente sanguínea. O sangue fica então
mais ácido e são necessárias grandes quantidades de cálcio são retiradas aos ossos e
aos dentes para neutralizar a acidez do sangue. O cálcio e o sangue oxidado são então
filtrados pelos rins e o excesso de proteína é excretado juntamente com grande
quantidade de água e cálcio. Escusado será dizer que grandes quantidades de enzimas
são gastas também neste processo.
Se você ingere uma quantidade excessiva de proteína por consumir carne
(incluindo comidas processadas que contenham carne) e leite (incluindo todos os eus
derivados), os danos para a sua saúde podem ser ainda mais graves. Porquê? Porque
todas estas comidas de origem animal não contêm fibras e por isso aceleram a
deterioração da sua saúde intestinal.
As fibras não podem ser degradas pelas enzimas digestivas. Exemplos típicos
são a celulose e a pectina que se encontram nas plantas e a quitina que se encontra
nas carapaças dos caranguejos e camarões.
Se você come muita proteína e não come fibras, a quantidade de fezes diminui
causando prisão de ventre e fezes estagnadas. Além disto, se isto é assim deixado,
desenvolvem-se divertículos (cavidades parecidas com pequenos bolsos) nas paredes
do intestino onde as toxinas e as fezes estagnadas se acumularam, causando o
desenvolvimento de pólipos e de cancro.
33
N. do T. - Nitrosaminas são compostos químicos cancerígenos de estrutura química R2N-N=O.
Nitrosaminas são produzidas a partir de nitritos e aminas. A sua formação pode ocorrer apenas sob
certas condições, incluindo condições fortemente ácidas tais como a do interior do estômago humano.
O nitrito forma ácido nitroso (HNO2), que se decompõem no catião nitrosil (N=O+) e no anião hidroxil
(OH-). O catião nitrosil então reage com a amina produzindo nitrosamina. Nitrosaminas são encontradas
em diversos géneros alimentícios, especialmente cerveja, peixes e seus derivados, e nos derivados da
carne e do queijo preservados com conservantes de sal de nitrito (ver nitrito de sódio). Eles são
formados quando as proteínas da comida reagem com os sais de nitrito no estômago. (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitrosamina)
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PORQUE A GORDURA DE PEIXE NÃO ENTOPE AS ARTÉRIAS HUMANAS
(Pág. 66)
Até agora só mencionei a carne quando falo de proteína animal, mas mesmo o
peixe pode colocar a saúde em risco, se consumido em excesso.
Porém, de acordo com os meus dados clínicos, existe uma diferença conclusiva
entre “intestinos de dieta de carne” e “intestinos de dieta de peixe”. Essa diferença é
que os meus pacientes cuja dieta é centrada no peixe não desenvolvem divertículos,
independentemente das outras características dos intestinos se tornarem muito más.
Hoje em dia, em muitos livros de medicina você pode ler que sejam carne, peixe ou
laticínios, se consumidos em demasia sem consumir fibras, levam à diverticulose. Mas
na minha experiência clínica, eu vi que as pessoas que comem muito pouca ou
nenhuma carne e muito peixe, têm um intestino espástico34, as paredes intestinais são
rígidas mas não chegam a desenvolver diverticulose.
O que causa estas diferenças nas características intestinais? Eu acredito que a
diferença reside no diferente tipo de gordura encontrado na carne e no peixe.
Diz-se que a diferença entre a gordura da carne e do peixe reside nos ácidos
gordos saturados da carne que são maus para o corpo, enquanto os ácidos gordos
insaturados do peixe são bons porque baixam os níveis do colesterol. Mas há uma
maneira mais fácil de pensar nisto, nomeadamente, tomando os humanos como
padrão. A gordura de um animal cuja temperatura corporal é mais alta que a do corpo
humano, deve ser considerada má, e a gordura de um animal cuja temperatura
corporal é menor que a do corpo humano, deve ser considerada boa.
A temperatura de uma vaca, de um porco ou de uma ave, é normalmente de
38,5⁰C a 40⁰C, superior à do corpo humano (37⁰C). A temperatura corporal de uma
galinha é ainda mais alta: 41,5⁰C. A gordura destes animais está no seu estado mais
estável à temperatura do corpo de cada um deles. Portanto, quando essa gordura
entra no ambiente de menor temperatura do corpo humano, torna-se mais pegajosa e
endurece. Esta gordura espessa, engrossa o sangue. O fluxo do sangue espesso é lento
e, dentro dos vasos sanguíneos ele estagna e entope.
Por outro lado, como o peixe é um animal de sangue frio, em condições
normais a sua temperatura corporal é muito mais baixa que a dos humanos. O que
acontece quando a gordura de peixe entra no corpo humano? Tal como a gordura que
você aquece numa frigideira, ela derrete e torna-se fluida, baixando o nível do mau
colesterol no sangue.
Mesmo quando uma pessoa consome a mesma quantidade de gramas de
gordura, a do peixe é claramente melhor para o corpo humano do que a da carne de
animais de sangue quente, porque a gordura de peixe entra na corrente sanguínea
como um fluido.
34
N. do T. espástico (adjectivo) - espasmódico (do grego spastikós «que puxa»).
Fonte:http://www.infopedia.pt/termos-medicos/espástico
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A REFEIÇÃO IDEAL CONSISTE EM 85% DE ORIGEM VEGETAL E 15% DE ORIGEM ANIMAL
(Pág. 66)
A Dieta do Factor Enzima e do Estilo de Vida aconselha a que proporção entre
frutas, vegetais, legumes e grãos e a carne, seja de 85% para 15%. Perguntam-me
frequentemente, “se eu diminuir assim tanto a proporção de carne na minha dieta,
não me faltarão proteínas essenciais?” Eu respondo a essas pessoas que não se
preocupem. Mesmo com uma dieta vegan35, uma pessoa pode obter proteína
suficiente.
Tal como na maioria dos animais e plantas, o corpo humano é constituído por
proteínas. Mas mesmo que você coma um monte de comida com proteína, como
carne e peixe, não significa necessariamente que a proteína vai ser utilizada
directamente na construção do seu corpo. Isso é porque as proteínas são formadas por
aminoácidos, e os aminoácidos variam na sua organização.
No intestino humano, as proteínas apenas são absorvidas pelas paredes do
intestino se forem previamente degradadas em aminoácidos pelas enzimas digestivas.
Então o corpo, com os aminoácidos absorvidos sintetiza as proteínas que necessita.
As proteínas humanas são formadas por aproximadamente 20 tipos de
aminoácidos. Desses 20 aminoácidos, 8 não são sintetizados pelo corpo humano. São
eles: lisina, metionina, triptofano, valina, trionina, leucina, isoleucina e fenilalanina,
colectivamente chamados “aminoácidos essenciais”. Estes aminoácidos são preciosos
porque se você tiver falta de apenas um deles, há uma forte possibilidade de ter uma
desordem nutricional grave. Por este motivo, é absolutamente necessário que sejam
todos incluídos na dieta alimentar diária.
As proteínas animais são consideradas proteínas de boa qualidade porque
contêm todos os aminoácidos essenciais. É por este motivo que os nutricionistas lhe
dizem para ingerir proteínas animais diariamente. Mas as proteínas das plantas
também contêm muitos, embora não todos, aminoácidos essenciais. Os grãos, os
legumes, as verduras, os cogumelos, as frutas e as algas contêm muitos aminoácidos.
Muita gente se surpreende quando lhe é dito que 37% da nori (alga seca) é proteína,
mas muita gente sabe que as algas laminárias são um tesouro em aminoácidos.
Dentre todos os alimentos vegetais, os feijões de soja são considerados a
“carne dos campos” devido à abundância de aminoácidos que contêm. A quantidade
de aminoácidos essenciais do feijão de soja, à excepção do nível de trionina que fica
ligeiramente abaixo do padrão, dificilmente é inferior ao da carne, acrescendo ainda
que o feijão de soja é digerido muito mais facilmente, sem desgastar as suas enzimas
fonte, como faz a carne.
Claro que consumir demasiada proteína vegetal também não é bom, mas se
considerar o facto de que as plantas contêm imensa fibra e não contêm gordura
animal, eu recomendaria que centrasse a sua dieta alimentar nas proteínas vegetais,
suplementando ocasionalmente um pouco de proteína animal, preferencialmente
peixe.
Se você olhar para os vários alimentos vegetais individualmente, é verdade que
nenhum vegetal por si só, tem todos os aminoácidos essenciais. Mas normalmente nós
não comemos apenas um tipo de alimento por refeição. Se você combinar habilmente
os grãos como alimentos de primeira necessidade, e usar a maioria dos vegetais e
35
N. do T. Vegan - que não utiliza alimentos ou produtos de origem animal.
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sopa, consegue ingerir quantidades suficientes de aminoácidos essenciais com uma
dieta alimentar à base de plantas.
ARROZ BRANCO É “COMIDA MORTA”
(Pág. 70)
Recentemente, muita gente começou a reduzir a ingestão de arroz por
acreditar que os carbohidratos fazem engordar. No entanto, é um erro pensar que o
arroz faz engordar. 40% a 50% da minha dieta é constituída por grãos, mas como as
minhas refeições são bem equilibradas, eu nunca engordo.
A minha comida base, porém, não é o arroz branco polido que as pessoas
normalmente comem. É arroz integral, ao qual adiciono mais 5 tipos de grãos, como
cevada laminada, millet36, trigo sarraceno, quinoa, amaranto, aveia, aveia integral e
bulgur. Misturo estes grãos com arroz integral e é esta a minha alimentação de
primeira necessidade. Escolho grãos integrais frescos e não refinados, todos de cultivo
biológico.
A época de colheita do arroz é limitada, por isso não é sempre possível
encontrar arroz acabado de apanhar. Por isso, compro arroz embalado no vácuo para
evitar que o arroz esteja exposto ao oxigénio. Uma vez aberto o pacote, tento comê-lo
em 10 dias porque o arroz oxida quando em contacto com o ar. A oxidação ocorre
muito mais rápido no arroz branco do que no arroz integral, porque aquele foi
descascado. É o mesmo que ocorre quando maçãs são descascadas e imediatamente
mudam de cor ficando castanhas.
O arroz que comemos é a semente da planta do arroz. Essa semente, no seu
estado original, está envolvida por uma casca “capeada”. Quando a “capa” é removida,
ficamos com aquilo que chamamos arroz integral. Quando todas as camadas de casca
são removidas resta o germe de arroz. Quando o germe do arroz é removido fica, a
única coisa que resta é o albúmen, que é o arroz branco.
Muita gente prefere consumir arroz branco porque é branco, mole, de sabor
adocicado e tem melhor aspecto, mas na realidade, o arroz branco é arroz ao qual
foram retiradas as partes mais importantes. É comida morta.
Se você descascar uma maçã ou uma batata, ela oxida e torna-se castanha.
Mesmo o arroz refinado (embora a cor não se altere) oxida muito mais facilmente que
o arroz integral, visto que a sua casca foi removida. O arroz branco sabe de facto bem
se for fresco acabado de descascar porque ainda não oxidou.
Porém, o arroz branco já não contém o germe do bago, portanto, mesmo que
seja demolhado ele apenas incha e nunca germina nem dá rebentos. O arroz integral
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Millet - milhete, milho-miúdo, ou ainda painço, é o nome dado a várias espécies cerealíferas
produzidas um pouco por todo o mundo para alimentação humana e animal. Estas espécies não formam
um grupo taxonómico mas antes um grupo agronómico, baseado em características e usos similares.
Incluem-se nesta designação espécies de vários géneros, sobretudo da sub-família Panicoideae, da
família Poaceae. Em África, o painço, assim como o sorgo, continuam a ser alimentos importantes,
especialmente nas áreas mais áridas. Em Angola este grão é conhecido por massango e, em
Moçambique, por mexoeira. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Milhete
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pelo contrário, pode germinar se demolhado à temperatura adequada. É comida viva
com potencial de originar vida. É por esta razão que afirmo que o arroz branco é
comida não viva, é comida morta.
As sementes das plantas contêm muitas enzimas que fazem com que a planta
possa germinar quando colocada no ambiente adequado. As sementes também
possuem uma substância, denominada inibidor da tripsina, que evita que a semente
germine por si só. A razão pela qual é perigoso comer grãos, feijões e batatas cruas,
cruas, é que uma grande quantidade de enzimas digestivas são necessárias para
neutralizar e digerir os inibidores da tripsina. No entanto, como os inibidores da
tripsina se decompõem e tornando-se fáceis de digerir quando se adiciona calor, é
melhor comer os grãos, feijões e batatas após serem cozinhados.
Os grãos não refinados são concentrados de nutrientes bons para o organismo.
Eles contêm quantidades equilibradas de nutrientes importantes como proteínas,
carbohidratos, gorduras, fibras alimentares, vitamina B1, vitamina E e minerais como
ferro e fósforo.
Não importa quão boa seja a qualidade do arroz branco porque ele apenas
contém ¼ dos nutrientes do arroz integral. Muitos dos nutrientes estão no germe do
grão de arroz, portanto, comendo arroz refinado, é melhor pelo menos conservar a
parte que tem o germe intacta37.
Muitas pessoas afirmam que é muito difícil cozinhar arroz integral, mas hoje em
dia há máquinas de cozer arroz à venda no mercado que o fazem facilmente. Você
também pode adquirir o chamado arroz integral hatsuga, que é arroz integral
parcialmente germinado. O arroz integral hatsuga pode ser deliciosamente cozinhado
mesmo em máquinas de cozer arroz normal.
O trigo é também bom quando não refinado. Se o trigo é refinado, o seu valor
nutricional decresce dramaticamente. Se você gosta de comer pão e massas, é melhor
escolher os que são feitos de farinha de trigo integral.
PORQUE OS CARNÍVOROS COMEM HERBÍVOROS
(Pág. 72)
A regra básica da alimentação é comer os alimentos frescos.
Os alimentos frescos são melhores porque quanto mais frescos, mais enzimas
contêm. Essas enzimas podem depois ser transformadas nas cerca de 3.000 enzimas
que o nosso organismo precisa para funcionar.
37
N. do T. Um grão de arroz inteiro tem várias camadas. Somente a camada mais externa, o casco, é
removido para produzir o que chamamos arroz integral. Este processo é o menos prejudicial para o valor
nutricional do arroz e evita a perda desnecessária de nutrientes que ocorre com o processamento
posterior. Se o arroz integral é mais branqueado para remover o farelo e a maior parte da camada
germinativa, o resultado é um arroz mais branco, mas também um arroz, que perdeu muitos mais
nutrientes. Neste ponto, no entanto, o arroz ainda é tosco, e leva um polimento para produzir o arroz
branco que estamos acostumados a ver. O polimento remove a camada de aleurona da camada de grão
– uma camada que contém gorduras essenciais. Como essas gorduras, quando expostas ao ar pelo
processo de refinação, são altamente susceptíveis à oxidação, esta camada é removida para estender a
vida útil do produto. O arroz branco resultante é simplesmente um amido refinado que é em grande
parte desprovido de seus nutrientes originais.
Fonte: http://www.whfoods.com/genpage.php?tname=foodspice&dbid=128
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Existem incontáveis espécies de animais na terra, e todas elas têm dietas
únicas, mas aquilo que todas elas têm em comum é a sua predilecção por alimentos
ricos em enzimas. Esquecemos, nós humanos, esta regra básica da natureza? Os
humanos estabeleceram as modernas teorias nutricionais examinando os nutrientes
que encontram na comida, classificando-os e contando as calorias. No entanto, o
factor mais fundamental, o factor enzima, foi completamente omitido. Por
conseguinte, as pessoas comem montes de comida morta que não contém enzimas.
O mesmo se pode dizer da comida para os animais de estimação. Hoje em dia,
os alimentos para animais de estimação não contêm enzimas. Como resultado, muitos
animais de estimação sofrem de várias doenças. É por isso que não dou aos meus cães
dessa comida. Dou-lhes do arroz integral que eu próprio como. Pode parecer estranho
que os cães comam arroz integral, mas eles ficam bastante felizes quando lhes dou
arroz integral polvilhado com alguma non (alga). Eles também gostam de comer
vegetais e fruta. Chegam a lutar para devorar caules de brócolos ligeiramente cozidos.
Quando falamos de carnívoros, você pode pensar que eles só necessitam de
carne, mas isso não é verdade. Eles também precisam de vegetais. Então porque é que
comem apenas carne? Porque não têm as enzimas que decompõem as plantas. Mas
isto não significa que lhes falta o acesso a fontes exteriores de enzimas.
Você compreenderá isso quando observar que os carnívoros na natureza só
comem herbívoros. Após capturarem a presa herbívora, a primeira coisa que eles
comem são os intestinos, onde as plantas que tinham sido comidas, e algumas
enzimas, estavam no processo digestivo no estômago e intestinos do herbívoro.
Os carnívoros só comem herbívoros, e os herbívoros só comem plantas. É esta a
lei da natureza. Se você ignora esta lei, certamente sofrerá as consequências. Um
exemplo típico disto é a BSE ou doença das vacas loucas.
A causa da BSE não é ainda completamente conhecida, mas o que nós sabemos
é que o cérebro começa a transformar-se em esponja devido a uma mudança anormal
dos priões, umas partículas de proteína que não têm ácido nucleico. Mas o que causa a
alteração anormal dos priões? As pesquisas até a data tornaram evidente que a BSE se
espalhou com a distribuição de alimento para vacas que continha “powdered meat
bones” (que é um alimento feito a partir de carne, peles e ossos sobrantes do
processamento da carne). As agências governamentais nos E.U.A. e no Japão, tal como
noutros países, afirmaram que a BSE se deveu a “powdered meat bones”
geneticamente contaminados. Mas se me perguntarem, digo que dar ossos moídos em
pó a vacas herbívoras é, antes de tudo contra as leis naturais. A prática de dar às vacas
ossos moídos em pó surgiu da ganância humana. O alimento consistindo em ossos
moídos em pó aumenta a quantidade de proteína e cálcio no leite das vacas. E leite
contendo mais proteína e mais cálcio pode ser vendido a preços mais elevados.
Portanto, eu acredito que a BSE foi causada pelo egoísmo e pela arrogância dos
humanos que ignoraram as leis da natureza.
No fim de tudo, o tipo e a quantidade de alimento que todos os animais,
inclusive os humanos, devem comer, é determinado pelas leis da natureza. Você não
pode viver uma vida saudável ignorando isto.
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“The enzyme factor – how to live long and never be sick