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SUDAN, Fernanda Batistuti. OS BENEFICIOS DA ATIVIDADE FíSICA NO LESADO
MEDULAR. 08 tis. Artigo. Especialização em Fisioterapia Neurofuncional.
Universidade Tuiuti do Paraná - Curitiba-PR, 2009.
RESUMO
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Este artigo relata um estudo sobre a prática de atividade física executada por
pessoas portadoras de lesão medular. Atividades esportivas que proporciona não
apenas benefícios físicos, mas também social e psicológico. Com o aumento da
expectativa de vida desses indivíduos foi necessário a realização de mudanças no
processo de reabilitação, fazendo com que o tratamento fosse além da prevenção
dos danos causados pela lesão medular, e objetivasse também a melhora da
qualidade de vida, a melhora da independência nas atividades de vida diária e a
integração social. O estudo tem por objetivo também relatar os efeitos benéficos da
natação aos pacientes com lesão medular.
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Palavras-Chave: Atividade física, Adaptações, Qualidade de Vida, Lesão Medular,
Independência Funcional, Reabilitação.
SUDAN, Fernanda Batistuti. THE BENEFITS OF THE PHYSICAL ACTIVITY IN
HARMED MEDULAR. 08 pages. Article. Specialization in Physiotherapy
Neurofuncional.
Universidade Tuiuti do Paraná
- Curitiba-PR,2009.
SUMMARY
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This article teUs a study on the practice of physical activity executed by people
bearers of lesion medular. Sporting activities that it not just provides benefits
physical, but also social and psychological. With the increase of those individuais' life
expectancy it was necessary the accomplishment of changes in the rehabilitation
process, doing with that the treatment went besides the prevention of the damages
caused by the lesion medular, and it also aimed at the improvement of the quality of
life, the improvement of the independence in the activities of daily life and the social
integration. The study has for objective also to teU the beneficial effects of the
swimming to the patients with lesion medular.
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Key-words:
Physical Activity, Adaptations, Quality of Life, Harmed Medular,
Functionallndependence, Rehabilitation.
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1. INTRODUÇÃO
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As atividades físicas possuem valores terapêuticos que apresentam
benefícios físicos e psíquicos. Os benefícios físicos podem-se ressaltar como o
ganho de agilidade, de equilíbrio dinâmico e estático, força muscular, coordenação,
resistência física e dissociação de cinturas (LlANZA, 1985; ROSADAS, 1989 e
SOUZA, 1994).
Entre os benefícios psíquicos pode-se observar melhora da autoestima, diminuição da agressividade e integração social (ALENCAR, 1986; SOUZA,
1994; GREGUOL, 2001).
O tratamento de lesados medulares estava restrito apenas a clínica
e de forma individual, prevenindo apenas os danos à medula espinhal e as
complicações causadas pela lesão medular, e com isso o tratamento fisioterapêutico
era limitado. Mas com o aumento da expectativa de vida desses indivíduos e a
necessidade de proporcionar melhora funcional e na qualidade de vida a fisioterapia
iniciou a pratica de esporte como coadjuvante no tratamento do paciente.
O esporte tem papel fundamental na reabilitação física de pacientes
com
lesão
medular
por ampliar
as alternativas
terapêuticas,
favorecer
a
independência funcional e tem sido aceito como mais prazeroso pelo lesado
medular.
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Stotts (1986) evidenciou os benefícios da atividade física em
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indivíduos com TRM, e observou uma melhora da força muscular, coordenação e
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resistência; diminuição das reações negativas, como a depressão, inatividade
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mental e o isolamento social; melhora da independência nas atividades de vida
diária; diminuição de complicações como infecção do trato urinário, escaras e
hospitalizações; e melhora do humor.
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2 DISCUSSÃO
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o
lesado medular apresenta diminuição do trofismo muscular,
hipertonia ou hipotonia, diminuição da capacidade aeróbica, disfunção renal e com
isso diminuição da expectativa de vida.
'"
Sampaio et aI. (2001), afirma ainda que essa diminuição do
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metabolismo e a redução dos níveis de atividade podem ocasionar aumento de
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lipídeos no organismo, fazendo com que esses indivíduos possuam risco duas vezes
maior de desenvolver obstrução das coronárias e conseqüentemente, infarto agudo
do miocárdio.
Muitos benefícios vêm sendo relatados pela literatura sobre os
benefícios da pratica de atividade física pelo lesado medular, benefícios tais como:
melhora do consumo de oxigênio (\i02máx.) (CAMPBELL, WILLlAMS, LAKOMY,
1997; BHAMBHABI, 2002), redução do risco de doenças cardiovasculares (SLATER,
MEADE, 2004) e de infecções respiratórias (BHAMBHABI, 2002), redução de
hospitalizações (SLATER, MEADE, 2004; BHAMBHABI, 2002; STOTTS, 1986),
aumento da expectativa de vida (KRAUSE, KJORSVIG, 1992), aumento nos níveis
de integração comunitária (HANSON, NABAVI, YUEN, 2001), favorecimento da
independência (TASIEMSKI et aI., 2000), melhora da auto-imagem, auto-estima e
satisfação com a vida (VALLlANT et aI., 1985; SCHUTZ, 1994).
Estudos de Bauman e Spungen (1994) revelam que a falta de
movimento e uma prolongada inatividade em portadores de LM favorecem a redução
do nível de intolerância à glicose com associação a hiperinsulinemia, sendo
minimizado com curtos períodos de atividade física. A atividade física moderada
reduz a secreção de insulina em seu estado basal e em resposta a uma carga de
carboidratos.
Diversos autores como Guttman (1976b), Seaman (1982), Lianza (1985),
Sherrill (1986), Rosadas (1989), Souza (1994), Schutz (1994) e Greguol (2001), ressaltam que
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devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades individuais do LM, adequando as
atividades propostas a estes fatores, bem como englobar objetivos, dentre outros: Melhoria e
desenvolvimento de auto-estima, autovalorização e auto-imagem; o estímulo à independência
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e autonomia; a socialização com outros grupos; a experiência com suas possibilidades,
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potencialidades e limitações; a vivência de situações de sucesso e superação de
situações de frustração; a melhoria das condições organofuncional (aparelhos
circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor); melhoria na força e
resistência muscular global; aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;
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melhora no equilíbrio estático e dinâmico; a possibilidade de acesso à prática do
esporte como lazer, reabilitação e competição; manutenção e promoção da saúde e
condição física: desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para
melhor
realização das atividades de vida diária
2.1 NATAÇÃOPARA
LESADOS
MEDULARES
Muitos estudos foram
realizados com os lesados
medulares
praticantes de natação, os estudos resultaram benefícios diversos como diminuição
da espasticidade que é uma das problemáticas do LM.
Souza (1994, p.78) ressalta:
Dentre os recursos terapêuticos da natação, os benefícios da prevenção de
distúrbios secundários e sedentarismo, a melhora parcial das funções
comprometidas ou não afetadas e a melhora funcional da musculatura do
tronco, braços e cintura escapular.
A natação proporciona adaptação ao novo ambiente que é a água e
possibilita a execução de trabalhos musculares sem a ação da gravidade.
A natação oferece a possibilidade de um exercício contínuo das
funções respiratórias, circulatórias e musculares, além de diminuir a espasticidade.
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haver maior facilidade de se alcançar o relaxamento, além de produzir uma
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estimulação sensitiva de temperatura, tato e pressão.
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Hanson et aI. (2001) atribuem tal propriedade ao fato de na água
A natação tem mostrado
benefícios no desenvolvimento
de
movimentos que promovem um novo controle postural (5).
Skinner e Thomson (18) sugerem as seguintes vantagens da
atividade aquática: o alívio do peso corporal, favorecendo o treino de marcha em
indivíduos com dificuldade de locomoção; o reforço muscular em função da maior
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densidade da água e o relaxamento muscular e a ativação da circulação sanguínea,
em decorrência do efeito turbulência.
São vantagens da natação para paraplégicos e tetraplégicos: a
experimentação de novas opções lúdico-motoras na água sem meios auxiliares;
liberação e auto-realização da necessidade de movimentação; relaxamento; a
redução de dependência física e psíquica; a reinserção social; a transição entre ser
"doente" e "sadio", "inapto" e "apto" e "paciente" e "aluno"; a permanência temporária
fora da cadeira de rodas e prevenção de escaras; estímulo à força de vontade, autoimagem, autoconfiança e auto-segurança (19).
Os ganhos relatados em pesquisas mostraram que houve ganhos
nas habilidades de auto-cuidado, como, por exemplo, nas atividades de vestuário: o
paciente melhorou seu desempenho em vestir tanto a parte inferior quanto superior
de seu corpo, e ganhos nas atividades de transferências foram evidenciados tais
como de se deslocar sem auxílio de um local para outro: passar de sua cadeira de
rodas para a cama ou para o vaso sanitário, deste para o chuveiro.
Melhora também quanto ao tempo e energia despendidos no
desempenho de suas atividades de vida diária.
Embora não existam estudos apontando os efeitos da natação sobre a
independênciafuncional de pacientes com lesão medular, de um modo
geral, os estudos sobre os efeitos psicológicos e físicos de práticas
esportivasorientadasmostraminvariavelmenteque estes são benéficos(421).
Paeslack (1978) considera a natação benéfica para paraplégicos em
relação aos seguintes aspectos: recuperação ou melhoria de funções fisiológicas
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atingidas pela lesão, treinamento da musculatura do tronco, da cintura escapular e
dos braços; treinamento da coordenação; ajuda no treinamento do equilíbrio.
Adams et aI. (1985) acrescenta que o consumo de energia durante a
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prática da natação prolongada é um dos mais elevados entre todas as atividades
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esportivas e é um fator importante para combater a obesidade, que é um obstáculo à
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conquista da autonomia
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A análise dos estudos mostra que a realização de atividade física, no
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caso da natação, é benéfica ao portador de lesão medular que se traduzem na
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melhora da realização nas atividades de vida diária, na promoção do estado físico e
social e na redução das complicações clínicas.
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Outro benefício da prática de atividade física pelo lesado medular é
que o organismo libera endorfina. A endorfina, que é um neurotransmissor, é
produzida em resposta à atividade física, visando relaxar e dar prazer, despertando
uma sensação de euforia e bem estar.
"Os benefícios da endorfina são melhora da memória; melhora do
humor; aumento da disposição mental e física; melhora do sistema imunológico,
efeito antienvelhecimento por remover radicais livres e alivio das dores."
(Fisiologia Humana. ARTHUR C. GUYTON)
3 CONCLUSÃO
As seqüelas causadas pela lesão medular podem vir a prejudicar
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muito a qualidade de vida. Muitas vezes o tratamento é apenas evitar a instalação
de deformidades e proporcionar melhor desempenho a área não lesada. Para isso
configura-se como essencial um programa de reabilitação adequado e satisfatório ao
paciente, pois o tratamento é longo e merece credibilidade e que seja prazeroso ao
paciente.
Outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os
lesados medulares é a necessidade de adaptação dos materiais e equipamento,
bem como a adaptação do local onde esta atividade será realizada. Deve-se sempre
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estar atento aos tipos de movimentos realizados pelo deficiente físico bem como
auxiliá-Io
sempre
que
necessário
e estimular
o desenvolvimento
de
sua
potencialidade, como também ficar atento a segurança e respeitar as normas de
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segurança para evitar a ocorrência de novos acidentes.
Como citado pelo Dr. Guttmann, Sarrias (1976), o esporte pode ser
um "agente fisioterapêutico que atua eficazmente na reabilitação física, social e
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psicológica do portador de deficiência, não devendo ser considerada apenas como
uma atividade recreativa."
A participação de portadores de deficiência física em eventos
competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por ser um elemento ímpar
no processo de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não
devem ser orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar ao portador de
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deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação alcanças os
benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de
vida.
4 REFERÊNCIAS
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ed. São Paulo:Manole, 1985.
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Paraolímpico Brasileiro, 1986.
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