Angela Paiva Dionisio e Maria Medianeira de Souza
(organização)
Série Cadernos de Sugestões Didáticas
Desenho
Anatômico
Pipa Comunicação
Recife - 2014
O trabalho Série Experimentando Teorias em Linguagens Diversas de Angela Paiva Dionisio, Pibid Letras
UFPE e Pipa Comunicação foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercialSemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://www.pibidletras.com.br.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://www.pibidletras.com.br.
CaPa, Projeto Gráfico e DIAGRAMAçÃO
Karla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação - www.pipacomunica.com.br)
EQUIPE PIBID LETRAS UFPE
Ágnes Christiane de Souza
Anne Caroline Araújo de Lima
Andréa Silva Moraes
Angela Paiva Dionisio
Bibiana Terra Soares Cavalcanti
Cássia Fernanda de Oliveira Costa
Daniella Duarte Ferraz
Débora Xavier Lavarene Sampaio
Elilson Gomes do Nascimento
Felipe de Oliveira Bezerra
Getulio Ferreira dos Santos
Hellayne Santiago de Azevedo
João Alberto Barbosa de Gusmão
Juliana Serafim dos Santos
Larissa Ribeiro Didier
Lucille Maia Batista
Leila Janot de Vasconcelos
Maria de Lourdes Cavalcante Chaves
Maria Eduarda Souza Gonçalves
Maria Medianeira de Souza
Mariana Bandeira Alves Ferreira
Raquel Lima Nogueira
Renata Maria da Silva Fernandes
Saulo Batista de Souza
Catalogação na publicação (CIP)
Ficha catalográfica produzida pelo editor executivo
D592
Dionisio, Angela Paiva.
Desenho anatômico / Angela Paiva Dionisio e Maria Medianeira de Souza [orgs.]. - Recife: Pipa
Comunicação, 2014.
54p. : Il.. (Série cadernos de sugestões didáticas)
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-66530-30-8
1. Língua Portuguesa. 2. Linguística. 3. Multimodalidade. 4. Desenho Anatômico. I. Título.
410 CDD
81 CDU
c.pc:03/14ajns
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
REITORIA
Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
PRÓ-REITORIA PARA ASSUNTOS ACADÊMICOS
Ana Maria Santos Cabral
COORDENAÇÃO INSTITUCIONAL DO PIBID - UFPE
Sérgio Ricardo Vieira Ramos
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DO PIBID - UFPE
Eleta Freire
CHEFIA DO DEPARTAMENTO DE LETRAS
José Alberto Miranda Poza
COORDENAÇÃO DO SUBPROJETO PIBID LETRAS - UFPE
Angela Paiva Dionisio
GRADUANDOS PIBID LETRAS
Ágnes Christiane de Souza, Anne Caroline Araújo de Lima,
Bibiana Terra Soares Cavalcanti, Cássia Fernanda de Oliveira
Costa, Daniella Duarte Ferraz, Elilson Gomes do Nascimento,
Hellayne Santiago de Azevedo, Felipe de Oliveira Bezerra,
Getúlio Ferreira dos Santos, Juliana Serafim dos Santos, Larissa
Ribeiro Didier, Lucille Maia Batista, Maria Eduarda Souza
Gonçalves, Maria de Lourdes Cavalcante Chaves, Mariana
Bandeira Alves Ferreira, Raquel Lima Nogueira, Renata Maria da
Silva Fernandes
SUPERVISORES PIBID LETRAS
Débora Xavier Lavarene Sampaio (Escola Professor Leal de Barros)
Saulo Batista de Souza (Escola Senador Novaes Filho)
COLABORADORES PIBID LETRAS
Andrea Silva Moraes (Professora de Língua Portuguesa – Colégio
de Aplicação da UFPE, NIG – UFPE)
Leila Janot de Vasconcelos (Neuropsicóloga, NIG – UFPE)
Maria Medianeira de Souza (Professora Departamento de
Letras, NIG – UFPE)
Volume 1
Desenho Anatômico
Sumário
09 APRESENTAÇÃO
O que são os Cadernos de Sugestões Didáticas?
15 Sugestões Didáticas
O Desenho Anatômico e a aprendizagem docente
autoral
15 I. Exibição do videoclipe “Anormal”, da banda Pato Fu
20 II. Exibição do documentário (fragmento) “Biografia de Leonardo
Da Vinci”
26 III. Definição do gênero Desenho Anatômico
34 IV. Desenho Anatômico e Análise Linguística
41 V. Desenho Anatômico e Literatura
45 Registrando Sugestões Didáticas com
Desenho Anatômico
49 Leituras Realizadas e Sugeridas
“Sugestões a gente ouve, adapta à nossa realidade, desconfia delas,
esquece-as, retoma em outro momento, recria, inventa outras. Elas
são, portanto, pontos de partida, e servem, sobretudo, para o professor que ainda não tem uma experiência acumulada de atividades neste
âmbito. Esta postura diante das sugestões precisa ser levada a sério,
para não ficarmos mecanicamente fazendo o que o manual ou o especialista nos indica. Dito de outra forma, embora na vida estejamos
quase sempre imitando e toda a aprendizagem comece por imitação,
do ponto de vista didático-pedagógico é fundamental estar atento à
realidade particular em que se vive – sala de aula, grupo de leitura,
biblioteca, grupo de naturezas diferentes – para a partir daí propor
atividades de leitura.”
(Ana Cristina Marinho e Hélder Pinheiro, 2013, p. 127)
O que são os cadernos de
Sugestões Didáticas?
Caros leitores,
Esta coletânea resulta de ações desenvolvidas no âmbito do projeto PIBID LETRAS/Português da UFPE (Editais
2010 e 2011). Dentre os objetivos do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), financiado pela
CAPES, destacamos dois como norteadores das produções
destes Cadernos de Sugestões Didáticas, que são:
(i) inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública
de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas
docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem;
(ii) contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias
à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura. (CAPES, Portaria nº 260, de 30 de
dezembro de 2010).
Ao se buscar cumprir os objetivos acima mencionados,
o dia a dia do projeto A leitura de linguagens diversas (PIBID Letras–UFPE) é guiado por duas metas que se complementam, uma vez que a formação teórica e prática se traduzem na construção de materiais didáticos. Portanto, as
atividades aqui sugeridas são, em primeiro lugar, exercícios
de “criação” de docentes em formação, a partir de vivências
9
Apresentação
com alunos das primeiras séries do Ensino Médio de escolas
públicas estaduais pernambucanas, com respaldo teórico
oriundo das oficinas temáticas, centradas nos estudos dos
gêneros textuais, com foco no processo de aprendizagem via
compreensão de gêneros multissemióticos, veiculados por
mídias diversas.
Metas do PIBID LETRAS /Português – UFPE (2011-2013)
Fundamental também se faz destacar, na construção
destes cadernos, o perfil do bolsista graduando em Letras,
participante do projeto. Como a maioria está entre terceiro e
sexto períodos, é no contexto do PIBID que se iniciam como
professores. E isto é fantástico! O agir docente é pensado, é
construído, também com ênfase no agir autoral. O professor
não é apenas um leitor, mas também um autor. Para nós, o PIBID é um espaço para a experimentação, para a criação. Para a
aprendizagem, inicialmente, do professor. Ou seja, os encon-
10
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
tros, as reuniões da equipe PIBID Letras se desenham como
“os cenários que criamos das nossas próprias circunstâncias
e dos nossos desejos particulares” (Bazerman, 2006, p. 52).
Como a “a sala de aula é sempre uma questão de gênero” (Bazerman, 2006, p. 53), como a nossa sala de aula (ambiente
físico) é sempre a do grupo (graduandos, supervisores, coordenação) e, posteriormente (ou paralelamente), a sala de
aula do ensino básico, os Cadernos de Sugestões Didáticas
são nossos cadernos de exercícios!
Os Cadernos de Sugestões Didáticas consistem em uma
coletânea de atividades produzidas a partir da Série Verbetes
Enciclopédicos, elaborados basicamente pelos graduandos,
supervisores e por mim, coordenadora do PIBID Letras/
Português da UFPE (como outro cenário de escrita). O primeiro volume contempla os gêneros Desenho Anatômico e
Diagrama e foi publicado em fevereiro de 2013. O verbete
Desenho Anatômico, base para as atividades deste Cadernos, é de autoria de Cássia Fernanda de Oliveira Costa e
Daniella Duarte Ferraz.
Verbetes Enciclopédicos:
desenho anatômico e
diagrama
http://www.pibidletras.
com.br/publicacoes/
serieverbetes/
11
Apresentação
A composição textual dos verbetes da referida Série define-se pela pluralidade de gêneros textuais e, consequentemente, de linguagens. Consideramos que os componentestextuais podem ser vistos como “objetos de aprendizagem”,
por isso procuramos desenvolver sugestões didáticas que envolvam os vários itens do verbete.
As sugestões didáticas não são unidades de estudo, obedecendo fielmente às práticas de leitura e produção de textos
e análise linguística, ou ainda sequências didáticas. O que
realmente se busca é elaborar um conjunto de atividades a
partir de segmentos textuais que constituem os verbetes enciclopédicos. São exercícios para os discentes? Sim! Mas são
produções didáticas resultantes de ações de aprendizagem
no processo de formação inicial do professor! Reforça-se a
concepção de professor leitor e autor! Neste sentido, os livros
da Série Verbetes Enciclopédicos e os Cadernos de Sugestões
Didáticas simbolizam o diálogo entre as leituras, as pesquisas realizadas nas salas, as práticas pedagógicas, as vivências
como discentes etc. Esses materiais são registros de algumas
de nossas experiências do nosso trabalho docente no PIBID.
São registros do nosso aprender a ser professor leitor-autor.
Reconhecemos a simplicidade (e em algumas atividades até
uma inocência docente), mas nos perdoamos e ousamos
compartilhar com você, leitor, guiados pela sensação de criar,
motivados pelo prazer de aprender a fazer em e para a sala de
aula, inspirados pelo desafio de reinventar, de ressignificar.
Foi uma escolha mostrarmos o “rascunho” da nossa própria
aprendizagem, portanto sabemos que haverá um preço a ser
pago. Como coordenadora, tenho a responsabilidade de arcar
com a parcela maior do que for cobrado ao grupo PIBID Letras/Português. No entanto, eu asseguro, depois de mais de
30 anos de ensino, é muito bom e muito gratificante me dar o
12
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
direito de ter esta inocência docente. Com responsabilidade,
é claro! Quem sabe cada atividade possa conter, dentro de si,
sementes que produzam outras sementes em outras almas,
como já produziram nas nossas... Afinal, alguém já plantou
alguns dos discursos que aqui retomamos!
Recife, setembro de 2013.
Angela Paiva Dionisio
13
— COLETÂNEA DE —
atividades
O Desenho Anatômico e a
aprendizagem docente autoral
Ágnes Christiane de Souza, Amanda Alves de Oliveira, Angela Paiva Dionisio,
Anne Caroline Araújo de Lima, Bibiana Terra Soares Cavalcanti,
Cássia Fernanda de Oliveira Costa, Daniella Duarte Ferraz,
Elilson Gomes do Nascimento, Getulio Ferreira dos Santos,
Hellayne Santiago de Azevedo, João Alberto Barbosa de Gusmão,
Juliana Serafim dos Santos, Larissa Ribeiro Didier, Magda Evania Vila Nova,
Maria de Lourdes Cavalcante Chaves, Mariana Bandeira Alves Ferreira, Renata
Maria da Silva Fernandes, Saulo Batista de Souza.
I. Exibição do videoclipe “Anormal”, da banda Pato Fu
(Série Verbetes Enciclopédicos – PIBID Letras UFPE, vol.1, p. 24).
Anormal
John
Pato Fu
Mais que anormal
Eu devo ser
Pra ver você
Em todo lugar
(03): Videoclipe da música “Anormal”, primeira faixa do álbum
‘Toda Cura para Todo Mal’
Fonte: http://youtu.be/596BjKP-hf0
Acessado em 18/10/12
(http://www.pibidletras.com.br/publicacoes/serie-verbetes/)
[O acesso ao vídeo pode se dar por meio dos dispositivos móveis dos alunos (celulares, tablets, smartphones etc) ou por meio de uma projeção para o grande grupo
mediante uso de datashow etc.]
15
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
Análise do vídeo, abordando também questões relacionadas ao texto
verbal (letra). Por exemplo:
1) Durante o vídeo, a performance da banda Pato Fu mescla-se
com imagens que simbolizam trechos da letra da música. Leia a
letra da música e, se achar necessário, reveja o vídeo. Em seguida,
enumere algumas destas situações.
Anormal
John. Pato Fu
Rádio ligado
Troco estações porque
Não sei o som que você
Pode odiar
No supermercado
Eu tento escolher
O mesmo sabor que você
Deve gostar
Se é que conheço você
Só de te observar
Posso apostar que não vai
Me decepcionar
Mas que anormal
Eu devo ser
Pra ver você
Em todo lugar
Dentro do quarto
Vejo comerciais
Qual vai te convencer
Que ainda estou lá
No supermercado
Tentando escolher
O mesmo sabor que você
Deve gostar
[Distribuição da letra da música Anormal, em documento impresso ou digital]
16
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
Agora, enumere as situações, preenchendo o quadro abaixo.
Performance da banda Pato Fu
Cenas da música
Com base nestas observações, o que fica mais em evidência: a banda
Pato Fu ou o clipe?
2) Diferentemente da maioria dos videoclipes, as imagens estão
enquadradas num grande círculo, ou seja, não há ocupação total
da extensão da tela, na forma retangular. Quais seriam as possíveis
razões para o uso desta forma de moldura da imagem pelo produtor do clipe? Quais efeitos de sentido este enquadramento pode
provocar?
Cenas do videoclipe “Anormal”, do Pato FU
17
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
3) Como se compõem as imagens do videoclipe? Observe como as
imagens são construídas (cor, forma, movimento etc). Como você
justifica o uso destes recursos na construção do videoclipe?
4) As imagens do videoclipe remetem o leitor a quais outros textos
e em quais contextos do nosso dia a dia estes textos são solicitados, são produzidos?
5) Humanos, animais, plantas são captados com a acuidade raio
x. Que relações você estabelece entre esta forma de ver, de enxergar, e o título do vídeo Anormal?
6) Qual a relação de sentido existente entre o título e a letra da
música? Em que consiste a “anormalidade” da visão raio x sugerida
pelo título e atribuída pelo sujeito poético?
7) As contribuições da descoberta dos raios x são inúmeras para
os estudos da medicina, por exemplo. Se usados artisticamente os
raios x podem consistir numa maneira de nos retratar! O que você
acha desta forma de construir a sua imagem? Imaginemos o nosso
dia a dia se nos víssemos com a acuidade raios x?
8) Hélio Rubiáles, dentista e artista plástico, retratou radiograficamente a estrutura esquelética do corpo humano em diversas posições, no vídeo A Magia Estrutural do Corpo Humano. Assista ao vídeo
e observe que as posições retratadas podem ser consideradas bizarras, artísticas, harmônicas, singelas, amorosas etc. Cite alguns
exemplos que ilustram, em sua opinião, estas categorias.
18
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
(02): A Magia Estrutural do Corpo Humano
Criação de Hélio Rubiáles
Fonte: http://youtu.be/_5WbXyTZN2U
Acessado em 18/10/12
(http://www.pibidletras.com.br/publicacoes/serie-verbetes/)
[O acesso ao vídeo pode se dar por meio dos dispositivos móveis dos alunos (celulares, tablets, smartphones etc) ou por meio de uma projeção para o grande grupo
mediante uso de datashow etc.]
9) Quais são as semelhanças entre estas imagens do vídeo e os desenhos anatômicos encontrados nos livros didáticos, em pôsteres
ou esculturas e em consultórios médicos, por exemplo?
19
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
II. Exibição do documentário (fragmento)
“Biografiade Leonardo Da Vinci”
(Série Verbetes Enciclopédicos – PIBID Letras UFPE, vol.1, p. 26)
(06): Da Vinci dissecando um cadáver (Parte 2 -32:51 a 34:18).
Fonte: Biografia de Leonardo Da Vinci BBC
Para assistir: http://goo.gl/YCzN3
(http://www.pibidletras.com.br/publicacoes/serie-verbetes/)
[O acesso ao vídeo pode se dar por meio dos dispositivos móveis dos alunos (celulares, tablets, smartphones etc) ou por meio de uma projeção para o grande grupo
mediante uso de datashow etc.]
[O diálogo está em inglês e sem legenda. A critério do professor, a leitura da transcrição das falas da cena poderá ser feita antes ou depois da exibição do vídeo.]
20
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
Fonte: Biografia de Leonardo Da Vinci. BBC
Transcrição da cena:
Narrador: Nesta época, as operações
eram
permitidas
pela
Igreja,
ocasionalmente. Eles disponibilizavam
os corpos de criminosos condenados
que eram dissecados por cirurgiões
assistidos por artistas e estudantes.
Dadas as condições da época, poucos
queriam fazer o trabalho nojento que
Leonardo executava.
Amigo de Da Vinci: Quero ir para
casa, está congelando.
Leonardo Da Vinci: Venha aqui.
Narrador: As salas de dissecação eram
lugares terríveis.
Pesquisador: É terrível a sala de
dissecação. Não havia como preservar
os corpos na época. Dentro de 48
horas, havia um odor intenso. Partes
do corpo estavam apodrecendo. O
instrumento mais importante que
tinham eram as mãos com unhas
compridas que eram usadas para fazer
a parte que usava algo pontudo.
Leonardo Da Vinci: Segure isso.
Amigo de Da Vinci: Por que temos que
passar a noite ao lado de cadáveres?
 Para assistir: http://goo.gl/JC46O
21
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
1) A exibição deste documentário (fragmento) proporcionará aos
alunos uma visão do processo de dissecação e dos desenhos realizados por Leonardo Da Vinci durante esse processo. Com isso, o
professor poderá destacar aspectos relacionados ao surgimento
do desenho anatômico – ou seja, sinalizar o início do percurso diacrônico da construção do gênero “desenho anatômico”.
2) Com base na leitura do depoimento, do vídeo e da transcrição
das falas dos personagens, reflita sobre os seguintes aspectos:
a) Em que consistia o processo de “desfazer” os corpos humanos? Quais eram os interesses de Da Vinci neste processo?
b) Afirma-se que era “um trabalho nojento que Leonardo Da
Vinci executava”. Que imagens do documentário comprovam
isto? Que trechos da transcrição reforçam esta afirmação?
c) A partir do vídeo e da transcrição, como você descreve uma
sala de dissecação na época do Renascimento? Considere na
sua descrição aspectos como luz, vestuário, cenário, condições de
trabalho etc.
d) Da Vinci desenvolveu a atividade de dissecação de corpos
paralela à sua pintura, ou seja, o artista detinha um conhecimento da anatomia humana. Assista ao vídeo Anatomia e
Fisiologia - Leonardo Da Vinci (1452-1519), produzido pelo artista Hélio Rubiáles. Neste vídeo, você pode conhecer muitos
dos mais de 700 desenhos anatômicos feitos por Da Vinci,
organizados por temas.
22
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
(11): Anatomia e Fisiologia – Leonardo Da Vinci (1452-1519).
Criação de Hélio Rubiales
Música: Reverence of life - Mike Rowland
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=SVRvhN1yxdo
Acessado em 14/10/2012
(http://www.pibidletras.com.br/publicacoes/serie-verbetes/)
[O acesso ao vídeo pode se dar por meio dos dispositivos móveis dos alunos (celulares, tablets, smartphones etc) ou por meio de uma projeção para o grande grupo
mediante uso de datashow etc.]
3) Leia o depoimento de Leonardo Da Vinci, que chegou a dissecar
mais de 10 corpos humanos, e comente as implicações da necessidade desse conhecimento de anatomia (via procedimento da dissecação), na época do Renascimento, para a pintura.
Depoimento de Da Vinci:
23
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
(12)
“Para realizar perfeitamente os membros dos nus nas atitudes e gestos
que possam executar, é necessário que o pintor conheça a anatomia
dos nervos, ossos, músculos e tendões, a fim de saber, em cada
esforço ou movimento, quais tendões ou músculos foram sua causa,
e somente estes destacar ou engrossar, e não todos de uma vez, como
aqueles que, para parecerem grandes desenhistas, fazem os seus nus
lenhosos e sem graça, mais semelhantes a sacos de nozes do que a
formas humanas, ou ainda a um feixe de rabanetes, e não a um nu
musculoso. [...] E tu, que dizes ser melhor ver fazer anatomia do que
ver tais desenhos, dirias bem se fosse possível todas essas coisas que
em tais desenhos se demonstram, em uma só figura, na qual [porém]
com todo o teu engenho não verás e não obterás conhecimento senão
de algumas poucas veias, das quais eu, para obter verdadeiro e pleno
conhecimento, desfiz mais de 10 corpos humanos, destruindo todos
os outros membros, removendo as mínimas partículas de carne que
em torno a essas veias se encontravam, sem sangrá-las, senão pelo
imperceptível sangramento das veias capilares; e como um só corpo
não durava tanto tempo, era preciso gradativamente proceder em
muitos corpos, para que completassem o entendimento por inteiro; o
que repetir duas vezes para ver as diferenças.”
Fonte: LICTENSTEIN, J., 2010, pp.38 e 39.
(http://www.pibidletras.com.br/publicacoes/serie-verbetes/)
4) Na cena do documentário “Biografia de Leonardo Da Vinci”, assistimos a Da Vinci fazer a dissecação de uma perna. Agora, com seus
conhecimentos sobre a anatomia da perna e do pé, identifique os
ossos desenhados nas “meias esqueleto”.
24
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
Fonte: http://ecx.images-amazon.com/images/I/31ZtWZmUmRL.jpg
5) A exemplo das “meias esqueleto”, alguns designers criam peças
tomando como referência as partes do corpo. São brincos, pulseiras, colares, anéis, pluggs para celulares, estampas para camisetas,
chaveiros etc.
Fonte: http://www.iloveacessorios.com.br/
25
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
Você usa (ou usaria) adornos com desenhos do corpo humano
(ou partes do corpo humano)? Por quê? Qual parte do corpo você
escolheria para ser materializada e em qual objeto? Por quê?
III. Definição do gênero Desenho Anatômico
1) Leitura de um trecho da definição contida no verbete Desenho
Anatômico, de Cássia Costa e Daniella Duarte (http://www.pibidletras.com.br/publicacoes/serie-verbetes/), pp. 26 a 29.
[O texto pode ser oferecido para leitura em suporte digital ou impresso. Fica a critério
do professor, porém se possível, priorizar o suporte digital.]
DESENHO ANATÔMICO s.m. (1567) (Desenho [Dev. de desenhar, do
it. disegnare.] s.m. (1567) 1. Processo de criação visual que tem propósito.
(WONG, 2010, p. 41); 2. Representação de formas sobre uma superfície, por
meio de linhas, pontos e manchas, com objetivo lúdico, artístico, científico,
ou técnico.) + (Anatômico [Do gr. anatomikós, pelo lat. anatomicu.] Adj.
Referente à anatomia.) (FERREIRA, 2010, p. 648 e 133) 3. “Gênero [...] formado por um desenho que ilustra a forma e a estrutura de seres.” (GONZAGA,
2005, p. 76). Representação dos organismos vivos vegetais (07) e animais
(08), através de traços e cores, com objetivo científico, cuja produção se dá a
partir da observação e análise dos seres organizados a serem representados.
Segundo os princípios de análise do desenho, o desenho anatômico pode
ser classificado como uma forma figurativa natural por representar realisticamente formas que existem na natureza (WONG, 2010, p. 147). Retrata a
anatomia dos seres vivos simbolizando os níveis de organização estrutural
(químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e do organismo) (TORTORA e DERRICKSON, 2010, p. 3), a fim de facilitar a compreensão acerca do
ser organizado em análise. É o caso das representações de sistemas do corpo
humano, raízes de um vegetal, células ou partes delas etc. Também no intuito de favorecer as pesquisas, os anatomistas convencionaram uma posição
corporal padrão, planos e secções imaginárias, além de termos direcionais.
O uso de tais convenções é bastante comum nos desenhos anatômicos. Na
26
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
posição corporal humana padrão, chamada de posição anatômica, o ser humano encontra-se em pé, olhando para frente, com os membros esticados,
os pés e as palmas das mãos voltados para o lado dianteiro. Os planos e
secções são “cortes” imaginários que dividem o corpo em partes, são eles:
plano sagital (divide em lado direito e esquerdo), frontal (divide em parte
anterior e posterior), transverso (divide em parte superior e inferior) e oblíquo (forma um ângulo com um dos outros planos). Os termos direcionais
constituem um vocabulário específico para designar a posição de determinada parte do corpo.
(09) Desenho do
torso de uma mulher
Fonte:
http://goo.gl/eYdFg
Acessado em
14/10/12
2) Análise de exemplares de desenhos anatômicos com diversificadas formas de composição do desenho (nível de organização
estrutural; planos e secções; recursos semióticos). Se possível, elaborar, em parceria com os pibidianos de Biologia, questões que abordem a leitura dos desenhos anatômicos.
27
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
EXEMPLO 1
Fonte: AMABIS & MARTHO. Biologia 1. 3ª Ed. São Paulo: Moderna,
2010. p. 247
28
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
EXEMPLO 2
Fonte: AMABIS & MARTHO. Biologia 2. 3ª Ed. São Paulo: Moderna,
2010. p. 31
29
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
EXEMPLO 3
Fonte: AMABIS & MARTHO. Biologia 2. 3ª Ed. São Paulo: Moderna,
2010. p. 138
30
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
EXEMPLO 4
Fonte: AMABIS & MARTHO. Biologia 2. 3ª Ed. São Paulo: Moderna,
2010. p. 304
31
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
EXEMPLO 5
Fonte: AMABIS & MARTHO. Biologia 1. 2a Ed. São Paulo: Moderna, 2010.
p. 304
Para a abordagem da construção do desenho anatômico, podem ser
elaboradas questões do tipo:
32
Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
a) Observe se há esboço ou o contorno do organismo;
b) Observe se há esboço ou o contorno do organismo com
destaque para partes específicas e com quais funções;
c) Observe se há o contorno do corpo (humano ou animal)
com destaque para órgãos específicos e com quais funções;
d) Observe se há o desenho do corpo detalhado (humano ou
animal) com destaque para órgãos específicos e com quais
funções;
e) Observe se há o desenho de órgão específico com destaque
para elementos que o constituem e com quais funções;
f) Observe se há arranjos visuais e verbais que se estabeleceram como convenções e a que áreas de conhecimento pertencem;
g) Observe como são organizadas as relações entre os nomes
e as formas representadas (nomeação de partes ou representação de processo, por exemplo);
h) Observe como os recursos semióticos se entrelaçam no
texto e que efeitos de sentido eles criam;
i) Observe as funções desempenhadas pelas linhas retas e pelas setas;
j) Observe o que enfatiza os recursos linguísticos existentes
no desenho anatômico;
k) Observe se a sequência das ideias, apresentada no desenho
anatômico, integra retoricamente os recursos visuais empregados com os marcadores linguísticos de sequenciação, como
por exemplo, a enumeração (1, 2, 3; I, II, III, a, b, c).
33
Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
IV. Desenho Anatômico e Análise Linguística
1) Usamos nomes das partes do corpo humano – “nosso primeiro e
principal meio de contato físico com o mundo exterior” (Gramática
de Bolso do Português Brasileiro, 2013, p.178) – com sentido metafórico, transformando conceitos concretos em conceitos abstratos.
Marcos Bagno (2013, p.178) salienta que:
Os sentidos metafóricos de palavras como face, olho, cabeça, pé,
dente, boca, nariz, cara, mão, perna, dedo etc. são pratica­mente
icontáveis e ocorrem em todas as línguas humanas. Um rápido apelo à memória nos traria boca do monte, pé de serra, olho do furacão,
olho d’água, braço de rio, braça (me­dida), boca de rio, face da montanha, flanco da montanha, costa (‘litoral’), polegada, pé (medida),
côvado (medida, deri­vado de cúbito, ‘cotovelo’), palmo (medida),
dedo (medida), colo da montanha, encarar, pé de (árvore frutífera)
etc. Os verbos expedir, despedir e impedir têm o radical ped-, do latim pede- (‘pé’). Para mão e cabeça, os dicionários trazem sem­pre
dezenas de significados e acepções. Como 2/3 do que apreendemos
do mundo nos entram pelos olhos, o verbo ver sempre está associado, nas línguas humanas, com a ideia de ‘conhecimento’, ‘sabedoria’,
‘ideia’ etc.
a) Pesquisa sobre expressões metafóricas com partes do corpo humano.
Faça uma pesquisa entre seus colegas para saber quais expressões eles
conhecem com partes do corpo humano. Para registrar os dados, use uma
fotografia sua ou de alguém, escolhida por você (artista, amigo, parente).
Lembre-se de que a foto deve ser de corpo inteiro! Amplie seus resultados,
entrevistando pessoas de faixa etária mais elevada (seus pais, tios, avós, vizinhos, professores etc.).
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Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
A seguir algumas fotos e sugestões para anotações.
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corpo de alfinete
boca da noite, boca do mundo
braço
bunda
cabeça
coxas
dedo
dente
joelho
mão
nariz
olho
ouvido
perna
pé
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corpo
cabeça
olho
ouvido
nariz empinado
boca
dente
braço
mão
dedo
perna
coxas
joelho
pé
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Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
A partir dos termos trazidos pelos alunos, sugerimos construir algumas conclusões em relação ao uso dos termos encontrados, focalizando os
sentidos metafóricos. Devem ser salientados os sentidos metafóricos dos
substantivos e expressões nominais, tais como: medida, árvore frutífera,
objetos inanimados, localizações espaciais, indicação de tempo, indicação de processo, indicação de qualidade.
b) Construção de um Atlas Metafórico da Anatomia do Corpo Humano com os termos coletados pela turma.
Após a correção da pesquisa feita pelos alunos, seria interessante
a construção do Atlas Metafórico da Anatomia do Corpo Humano.
Cada parte do corpo pode ser desenhada ou recortada de alguma fotografia em uma folha de papel A4 e todos os termos referentes àquela parte seriam registrados. No final, seria feita uma capa (observando os elementos
constitutivos de uma capa) e um sumário, observando a numeração das
páginas. Caso os alunos disponham de computadores, eles podem confeccionar o Atlas numa versão digital, utilizando por exemplo, o software
JClic.
2) Leitura da notícia jornalística com desenho anatômico: “Mulher é
atingida por arpão disparado acidentalmente”, publicada no Estadão
em 07/05/2013.
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Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
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Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
Para abordar esta notícia, sugerimos que os alunos leiam, inicialmente,
apenas a manchete e o lide. Em seguida, tracem o percurso do arpão no corpo da mulher, no raio x a seguir.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:X-ray_of_the_human_
skull_(side_view).jpg
Para a abordagem do texto, focando nos aspectos linguísticos,
desenvolver questões como:
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Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
a) Nesta notícia, o fato ocorrido é mais importante do que
as pessoas envolvidas. Identifique e transcreva as expressões
nominais que nomeiam a mulher e o médico.
Mulher
Médico
b) Observe os artigos definidos e indefinidos destacados no
texto. Qual o papel desempenhado por estes artigos para a
gradação semântica do substantivo mulher?
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Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
Uma mulher de 28 anos estava na cozinha de sua casa, em Arraial
do Cabo, na Região dos Lagos fluminense, quando foi atingida por
um arpão de caça submarina que era manuseado por seu marido
na sala e foi acionado acidentalmente, na noite de segunda-feira, 6.
O equipamento entrou pela mandíbula da mulher e a ponta ficou
alojada na coluna cervical.
A vítima, chamada Elisângela Rosa, sobreviveu. Ela foi atendida no
Hospital Regional de Araruama e submetida a uma cirurgia. Segundo boletim médico, a mulher passa bem e é possível que fique sem
nenhuma sequela. “A ponta do arpão penetrou a região entre o canal anterior vertebral e o canal da medula. Caso o objeto atingisse
apenas 1 centímetro para dentro, ela ficaria tetraplégica; se atingisse
1 centímetro para fora, alcançaria uma artéria que irriga o cérebro e
ela morreria”, afirmou o neurocirurgião Allan da Costa, que operou
Elisângela.
Segundo ele, apenas nas próximas 48 horas será possível avaliar se
a paciente ficará ou não com alguma sequela. “Precisamos esperar
a suspensão da sedação e retirar a traqueostomia para fazer uma
avaliação completa. Se tudo der certo, ela terá alta em uma semana.”
c) As expressões nominais “a vítima” e “a paciente” retomam
que informação do texto? Por que o uso do artigo “a” nesses
casos? E se o autor da notícia tivesse usado o artigo “uma”,
que diferença faria?
d) Observe se os artigos particularizam ou generalizam os
substantivos que vêm depois. Qual o papel desempenhado
pelas palavras estudadas para a construção da progressão
textual na notícia?
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Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
e) Observe o uso das aspas ao longo do texto. Qual a relação de sentido entre esse uso e as visões do jornalista e do
médico para compor a notícia?
f) Aponte, no texto, as diferenças lexicais existentes entre o
discurso do médico e o discurso do jornalista.
V. Desenho Anatômico e Literatura
1) Leitura do cordel “ABC do corpo humano” - Pequeno tratado de
anatomia humana, de Elias de Carvalho.
Para o trabalho com cordel, destacamos inicialmente as recomendações metodológicas de Marinho e Pinheiro (2013, p. 126), no sentido de que
“qualquer sugestão metodológica no campo do trabalho com a literatura
de cordel pressupõe (este) envolvimento afetivo com a cultura popular.
(...) Um procedimento metodológico que oriente o trabalho com o cordel
terá que favorecer o diálogo com cultura da qual ele emana e, ao mesmo
tempo, uma experiência entre professores, alunos e demais participantes
do processo. Muitas vezes pode-se descobrir entre os funcionários da própria escola apreciadores da literatura popular, praticantes, ou, no mínimo,
alguém que teve ou tem algum tipo ligação com ela.”
a) Apresentar aos alunos a capa e os trechos do ABC do corpo humano, solicitar a leitura em voz alta: “com relação ao
folheto, a atividade fundamental é mesmo a leitura oral”; “E,
se possível, realizar mais de uma leitura. Esta repetição ajudará a perceber o ritmo e encontrar os diferentes andamentos que o folheto possa comportar e trabalhar as entoações
de modo adequado. Trata-se de dar expressividade à leitura
– encontrar o seu páthos, o núcleo afetivo da narrativa.” (...)
(Marinho e Pinheiro, 2013, p. 127).
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Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
Caro leitor, nesses versos
farei uma descrição
referente ao corpo humano
sobre aspecto e formação,
cujo ser é semelhança
do Autor da Criação.
(…)
Contendo trinta e três ossos,
a coluna vertebral
divide-se em regiões.
No pescoço a cervical,
composta de sete vértebras.
Atlas é a inicial.
(…)
O corpo deve aos músculos
a sua movimentação.
São eles mais de quinhentos
e segundo a região,
o órgão, a parte ou local,
difere em forma e função.
(…)
O aparelho urinário,
no abdome encontrado,
consta de: rins e bexiga,
pelos ureteres ligados.
Pela uretra se expele
todo líquido segregado
(…)
Fonte: http://www.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=760&sid=5
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Cadernos de Sugestões Didáticas. Desenho Anatômico
b) Solicitar a leitura da organização da capa do cordel, observando: as rimas construídas; os termos científicos empregados; a relação entre o título e subtítulo do cordel e os
tratados de medicina e biologia (selecionar alguns títulos
de livros, atlas de anatomia e levar para comparar); a forma de construção do desenho anatômico utilizado; o uso
da expressão ABC do Corpo Humano para a composição do
título; as informações que compõem a capa; o tamanho do
livro de cordel etc.
c) Retextualizar as informações de um capítulo do livro de
Biologia (ou de itens de um capítulo), estudado pelos alunos, em forma de cordel. Uma possibilidade de procedimento seria dividir os tópicos do capítulo por grupos. Desta
forma, no final do processo, se teria um cordel com o assunto do capítulo todo.
[Seria interessante desenvolver esta atividade em parceria com o PIBID Biologia.]
Retomamos aqui outra sugestão em Marinho e Pinheiro (2013, p. 132)
que enfatiza o fato dos cordéis poderem ser cantados: “Eis um fato que
talvez seja instrumento de vivências agradáveis em sala de aula. Cantar
com toda turma uma canção, cantar em pequenos grupos, sugerir que os
próprios alunos criem musica para as histórias é um bom começo de conversa.”
[Seria interessante desenvolver esta atividade em parceria com o PIBID Música.]
Exemplo de musicalização de cordel:
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Coletânea de atividades: o desenho anatômico e a aprendizagem docente autoral
http://mais.uol.com.br/view/0senh0ps6tpg/a-triste-partida--luiz-gonzaga04023072D0C16366
4) Retextualização das informações de um capítulo do livro de Biologia (ou de itens de um capítulo), estudado pelos alunos, em letra
de música no estilo de sua preferência (rap, sertanejo, romântica
etc). Em seguida, os alunos devem apresentar propostas de criação de um videoclipe para as suas músicas. Incentivar os alunos a
escreverem um roteiro do videoclipe e a gravarem utilizando celulares, tablets, notebooks etc.
[Seria interessante desenvolver esta atividade em parceria com os PIBID Biologia e
Artes.]
[Uma possibilidade seria usar o gravador de áudio (Audacity) para a música que os
alunos vão elaborar, e vídeo (Movie Maker)]
Atenção: em ambas as propostas, alertar os alunos para o fato de não
copiarem trechos do livro didático.
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Registrando
Sugestões Didáticas
com Desenho Anatômico
Apresentação premiada em 3° lugar na categoria pôster no IV Encontro
Gêneros na Linguística e na Literatura, 2013.
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Registrando Sugestões Didáticas com Desenho Anatômico
Atividades nas escolas estaduais do Recife
Apresentação sobre Desenho Anatômico no SIGET, Fortaleza, 2013 e
Apresentação da Série Verbetes Enciclopédicos durante a I EXPO PIBID/
CAPES UFPE
Apresentação da Série Verbetes Enciclopédicos durante a I EXPO PIBID/
CAPES UFPE
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Leituras Sugeridas
BAGNO, Marcos. Gramática de bolso do português brasileiro. São Paulo:
Parábola, 2013.
BAZERMAN, Charles. Gênero, agência e escrita. São Paulo: Cortez, 2006.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37ª Ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2009.
BEZERRA, Maria Auxiliadora e REINALDO, Maria Augusta. Análise linguística:
afinal a que se refere? São Paulo: Cortez, 2013.
BUNZEN, Clecio e MENDONÇA, Márcia (Orgs.). Português no ensino médio e
formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.
BUNZEN, Clecio e MENDONÇA, Márcia (Orgs.). Múltiplas linguagens para o
ensino médio. São Paulo: Parábola, 2013.
DIONISIO, Angela; MACHADO, Ana Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. (Orgs.)
Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola, 2011.
KARWOSKI, Acir, GAYDECKZA, Beatriz & BRITO, Karim (Orgs.) Gêneros textuais:
reflexões e ensino. São Paulo: Parábola, 2011.
KOCK, Ingedore e ELIAS, Vanda. Ler e compreender: os sentidos do texto. São
Paulo: Cortez, 2006.
MARINHO, Ana Cristina e PINHEIRO, Hélder. O cordel no cotidiano escolar.
São Paulo: Cortez, 2012.
MARCUSCHI, Luiz. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão.
São Paulo: Parábola, 2008.
SOUZA, Ana Lúcia, S.; CORTI, Ana Paula; MENDONÇA, Márcia. Letramentos no
ensino médio. São Paulo: Parábola, 2012.
Prefixo Editorial: 66530
Comissão Editorial
Editores Executivos
Augusto Noronha e Karla Vidal
Conselho Editorial
Angela Paiva Dionisio
Antonio Carlos Xavier
Carmi Ferraz Santos
Cláudio Clécio Vidal Eufrausino
Clecio dos Santos Bunzen Júnior
Leonardo Pinheiro Mozdzenski
Pedro Francisco Guedes do Nascimento
Regina Lúcia Péret Dell’Isola
Ubirajara de Lucena Pereira
Wagner Rodrigues Silva
INFORMAÇÕES GRÁFICAS
FORMATO: 210 x 297 mm
TIPOLOGIA: Constantia / Myriad Pro
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