SILVA, B.R.; GOMES, H.S.; SILVA, B.M.P.; GOMES, R.L.F.; LOPES, A.C.A.; FEITOZA, L.L. Análise citomolecular em acessos de
Allium sativum L. . In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da
RGV Nordeste. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 245).
Análise citomolecular em acessos de Allium sativum L.
Bruna Rodrigues da Silva1; Helenice Silva Gomes1; Bruna Maria Prado da Silva1; Regina Lucia
Ferreira Gomes2; Angela Celis de Almeida Lopes2; Lidiane de Lima Feitoza3
1
Discente. Bacharelado em Ciências Biológicas. Universidade Federal do Piauí. Teresina, PI.
[email protected], [email protected], [email protected]; ² Docente. Universidade
3
Federal do Piauí. Departamento de Fitotecnia. [email protected], [email protected]. Docente. Universidade
Federal do Piauí-PI. Departamento de Biologia. [email protected]
Palavras-chave: Giemsa, bandeamento C, anti-H4K5ac, cromossomos, cromatina.
Introdução
O gênero Allium reúne uma variedade de espécies difundidas mundialmente devido à sua
importância medicinal e econômica. A espécie Allium sativum, o alho, constitui uma dessas espécies de
reconhecida importância, principalmente devido ao seu sabor e aroma característicos, sendo um dos
principais condimentos utilizados na gastronomia. Apresenta número cromossômico básico n=x=8, e,
embora apresente tantas características atrativas ao mercado consumidor, ainda há poucos estudos
citogenéticos realizados na espécie, sendo estes muitas vezes limitados a técnicas de colorações
convencionais por Giemsa ou Feulgen resultando nas poucas informações existentes até então a respeito
de sua diversidade citológica, principalmente nas espécies presentes nos bancos de Germoplasma. Diante
disso, o objetivo do trabalho foi analisar o genoma de alguns acessos de Allium sativum L. através das
técnicas de coloração com Giemsa, bandeamento C e imunocoloração de histonas, utilizando o anticorpo
anti-H4K5ac como forma de identificar possíveis regiões potencialmente ativas e de fundamental
importância para o entendimento da estrutura e dinâmica da cromatina.
Material e Métodos
Foram utilizados seis acessos de A. sativum de diferentes proveniências: Cateto Mineiro 01, Cateto
Mineiro 02 e Cateto Roxo (Banco Germoplasma UFPI), Cultivar BRS HOZAN (Embrapa Meio Norte),
Cebolinha Branquinha e Cebolinha Mulatinha (Araras-Paraíba). Para a técnica de coloração convencional,
seguiu-se o protocolo proposto por Guerra e Souza (2002). O procedimento para bandeamento C baseouse em Schwarzacher et al. (1980) e para imunocoloração adotou-se o protocolo de Feitoza e Guerra (2011).
A morfometria foi determinada por meio do programa Micromeasure v3.3 e a fotodocumentação por câmera
acoplada ao microscópio óptico.
Resultados e Discussão
A coloração convencional com Giemsa revelou um conjunto diploide com 2n=16 cromossomos
grandes, constituído de seis pares metacêntricos e 2 pares submetacêntricos e Fórmula Cariotípica 6M + 2
SM para os diferentes acessos de A. sativum. Os cromossomos apresentaram tamanhos variando de 5,75
µm a 15,70 µm, com padrão de condensação uniforme e núcleo interfásico do tipo reticulado.
Figuras 1 e 2. Núcleos interfásicos, prometáfases e metáfases de acessos de A. sativum corados com Giemsa 2%.
Insertos mostram cromossomos com RONs não distendidas. Na figura b’’’, no sentido centrômero-telômero, observe a
contrição secundária (RON) logo após a constrição primária (centrômero). Barra equivale a 10um.
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
Valorização e Uso das Plantas da Caatinga
A técnica de bandeamento C, realizada com sucesso apenas no acesso Cateto Roxo/ PI,
evidenciou a distribuição de pequenos blocos heterocromáticos nas regiões intersticiais, provavelmente
ricos em GC e correspondentes às RONs. A marcação com anti-H4K5ac ocorreu, por sua vez,
uniformemente em todos os cromossomos, exceto nos centrômeros, sugerindo um padrão de distribuição
intercalar de seqüências ativas similar ao observado em plantas com cromossomos grandes e com pouca
heterocromatina, como em Allium cepa.
Figura 3. Bandeamento C. a-c núcleo interfásico,
prófase e prometáfase do acesso Cateto
Roxo/Piauí. Setas indicam “pequenos” blocos
heterocromáticos provavelmente correspondentes à
RON. Figura 4. Imunodetecção de histonas usando
anticorpo anti-H4K5ac em metáfases e núcleos
interfásicos de três acessos de A. sativum. DAPI
pseudocorado em vermelho e anti-H4K5ac em
verde. Barra = 10 µm
Conclusão
Os resultados obtidos com uso das técnicas de coloração convencional e de bandeamento C foram
úteis para a caracterização citológica dos acessos analisados, permitindo observar pequenos polimorfismos
em relação à morfometria cromossômica e quanto ao número de bandas heterocromáticas,
respectivamente, sugerindo forte estabilidade cariotípica para estas duas características. Na técnica de
imunocoloração, foi possível observar um padrão de marcação de anti-H4K5ac uniforme ao longo de todos
os cromossomos, sugerindo que o genoma da espécie seja formado por regiões potencialmente ativas com
distribuição dispersa e intercalar, como ocorre em outras plantas com cromossomos grandes. Acreditamos
que, estes dados, aliados a trabalhos citogenéticos futuros, permitirão entender melhor a diversidade
citológica desse grupo e poderão auxiliar na conservação e manutenção dos recursos genéticos da espécie.
Agradecimentos
CNPq, CAPES, LASO (Laboratório de Análises do Solo- UFPI) e Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE).
Referências
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PRODUTORES DE ALHO – ANAPA. Emprego na produção de alho é
passado, desemprego na produção de alho no Brasil é realidade. 2ª ed. Revista Nosso Alho: Distribuição
gratuita da ANAPA, p.22-29, 2009.
C
BARCELAR, A. A. P. Caracterização Citogenética em acessos de Allium sativum L. Dissertação de
Mestrado - Teresina: Universidade Federal do Piauí, 59p. 2014.
BONTEMPO, M. Alho: sabor e saúde. São Paulo: Alaúde Editorial, 147p. 2007.
CUNHA, C. P. RESENDE, F. V.; PINHEIRO, J. B. Caracterização molecular de bancos de germoplasma
de alho e implicações no melhoramento genético. Nosso alho, n. 13, 2012.
GUERRA, M.; SOUZA, M. J. Como observar cromossomos – Um guia de técnicas em citogenética
vegetal, animal e humana. Editora FUPEC. Ribeirão Preto, 131p. 2002.
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