Gênero discursivo claramente argumentativo
que tem por objetivo expressar o ponto de vista do
autor que o assina sobre alguma questão relevante
em termos sociais, políticos, culturais, etc. O
caráter argumentativo do artigo de opinião é
evidenciado pelas justificativas de posições
arroladas pelo autor para convencer os leitores da
validade da análise que faz

Como jornais e revistas
destinam a maior parte de seu
espaço para textos informativos,
é importante que haja alguns
textos em que as notícias mais
relevantes
possam
ser
analisadas. É essa a principal
função dos artigos de opinião.

O leitor encontra, nesses textos,
um espaço de reflexão mais detalhada
que, por vezes, o auxilia a compreender
melhor o mundo em que vive, pode
servir de base para formar sua própria
opinião, ou, ainda, confirma uma
posição que já tem sobre determinado
fato ou questão.
CARACTERÍSTICAS
• Texto argumentativo que difunde opinião
sobre um tema polêmico.
• Circula nos meios de comunicação em geral,
por exemplo, jornais, revistas, etc.
• Tem como estrutura básica uma ideia central
(que resume o ponto de vista do autor) e sua
fundamentação com base em argumentos,
construídos a partir de verdades.
• Exige a variedade padrão da língua.
INTRODUÇÃO:
• Traz uma questão polêmica relevante e atual.
• Explicita sua posição diante dessa questão.
DESENVOLVIMENTO:
• Apresenta argumentos para convencer o leitor
(de prova concreta, de autoridade, por
exemplificação, etc.)
• Discute opiniões contrárias.
CONCLUSÃO: Apresenta proposição.
ESTRUTURA
 Linguagem: uso da norma padrão, com adequação
ao tema e ao veículo de comunicação.
 Verbos predominantemente no presente do
indicativo.
 Períodos curtos, com no máximo duas ou três
linhas, evitando orações intercaladas ou ordem
inversa desnecessária.
 Emprego de vocabulário escolarizado, evitando
termos coloquiais, adjetivação desnecessária, gírias,
afirmações extremas e generalizações.
AUTORIA
Uso da 1ª pessoa do plural ou a 3ª do
singular.
• (Embora permitido por alguns autores, a
maioria recomenda que não se use a 1ª
pessoa do singular)
• O autor assina o artigo, pelo qual se
responsabiliza.
A BELEZA NÃO É UM ATRIBUTO FUNDAMENTAL (Luiz
Alberto Py)
Entre os mitos do amor — não provados porém muito
acreditados — encontra-se o da beleza.
Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer e
nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou ao extremo
de afirmar: “As feias que me perdoem, mas beleza é
fundamental”.
Já na descrição homérica da guerra de Tróia,
atribuía-se o conflito à beleza de Helena, reforçando a
crença no poder da estética e em sua importância para o
florescimento do amor.
No entanto, as coisas não se passam bem assim na
realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o amor,
onde ficariam todos os feios e as feias que conhecemos,
provavelmente a maior parte da população?
Eles precisariam perguntar ao poeta para que seria a
beleza fundamental. Como a beleza é menos freqüente do que
a feiura, podemos presumir que a maioria formada pelos feios
dê valor à qualidade que lhes é ausente e, por essa razão,
haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até
excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca
de um parceiro.
Para confirmar essa hipótese, podemos tomar o exemplo
do próprio Vinícius de Moraes, que certamente já não primava
pela beleza na época em que criou a famosa frase.
Frequentemente, vemos casais que nos chamam a atenção
exatamente por serem singularmente díspares, pois, enquanto
um é muito bonito, o outro é bem o contrário.
É provável que isso se deva a um fenômeno
bastante comum — a atração dos opostos. Tanto quanto
uma pessoa feia pode valorizar a beleza como qualidade
que busca em seu parceiro, a pessoa bonita pode se
desinteressar por uma qualidade que, para ela, não passa
de um dom natural, em geral escassamente apreciado por
não ser fruto de um especial esforço, por não ser uma
conquista, mas algo recebido, por assim dizer, de mão
beijada.
Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza —
como característica desejada no parceiro que buscamos
— deve vir numa posição não muito destacada, visto que
existem muitas outras qualidades que são de fato mais
fundamentais quando procuramos nosso companheiro de
viagem pela vida.
Honestidade, inteligência, capacidade de amar,
diligência, generosidade, bondade, disciplina pessoal e
saúde são algumas das qualidades que valorizam uma
pessoa mais que simplesmente sua formosura. Daí a
sabedoria popular afirmar que “beleza não põe mesa”.
Não resta a menor dúvida de que a beleza abre
portas, facilita um primeiro contato, cria uma impressão
favorável e uma predisposição positiva nas pessoas. Até
porque ela tende a ser vista como a expressão externa de
algo interno, ou seja, mostra-se como uma prévia de
qualidades a serem percebidas posteriormente. Tendemos a
acreditar que uma pessoa é boa e inteligente simplesmente
porque é bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca de dois
gumes na medida em que se passa a esperar um melhor
desempenho e um maior leque de qualidades em uma
pessoa, apenas pelo fato de ela ser bonita.
É muito comum encontrarmos entre as mulheres —
como corolário do mito da beleza fundamental — um outro
mito: o da capa de revista. Muitas mulheres tendem a ficar
inseguras quando disputam um namorado com outra que
consideram mais bonita ou quando percebem seu homem
manifestar interesse por uma mulher do tipo “capa de
revista”.
Na imaginação, acolhem a idéia de que os homens
tenderiam a procurar mulheres especialmente bonitas para
serem suas parceiras, o que viria a se encaixar com a idéia
de que a beleza seria mesmo a qualidade mais valorizada
por eles. Podem até existir aqueles que colocam a beleza
em primeiro lugar, mas é muito provável que sejam minoria.
A maior parte dos homens está em busca de mulheres com
outras qualidades consideradas mais fundamentais.
A qualidade de fato mais importante está na
capacidade de cada indivíduo tirar partido dos aspectos
positivos de sua aparência. Com isso, cada um de nós
mostra que, mais fundamental do que ser bonito, é revelar
uma atitude de amor, carinho e cuidado consigo mesmo.
Isso pode ser percebido por sinais exteriores que, por serem
realmente mais valiosos do que a beleza natural, acabam
se confundindo com ela.
O que acontece, muitas vezes, é que uma pessoa se
torna atraente e nos parece bonita devido somente às suas
outras qualidades.
NÃO
ALDA MARCO ANTÔNIO
ex-secretária do Menor de SP
Esmola é o que se dá por caridade a alguém que
necessita. Deve ser evitada e utilizada em último caso,
quando todas as outras alternativas falharam. A todo
ser humano, qualquer que seja a situação em que esteja
vivendo, é preciso garantir dignidade. Desde o direito à
privacidade, ao livre arbítrio, à educação, até o direito
ao trabalho através do qual se entende que a própria
pessoa possa administrar sua vida e obter o que
necessita para viver.
Quando uma família se desestrutura, quando
enfrenta alguma tragédia, doença prolongada de seu
chefe, ou alguma impossibilidade para o trabalho, devese entender que esta situação não é definitiva e tem que
ser encarada como passageira. Neste momento, quando
se recorre à esmola, leva-se junto com ela também a
humilhação, o rebaixamento à condição de favor. Ou seja,
junto com o ato da caridade está implícito o ato de
vontade: dou porque quero, não tenho obrigação. Com a
esmola o direito acaba e o necessitado perde a condição
de ser humano sujeito de direitos e passa à condição de
objeto que vai receber alguma coisa dependendo da
vontade de quem dá ou de quem a administra.
Por não se tratar de direitos, a
administração da esmola também não tem critérios
objetivos, ou seja, dá-se a quem vê, a quem está
mais perto e nem sempre a quem mais necessita.
Uma sociedade que conta com políticas públicas
para crianças, idosos, doentes e desempregados
não precisa lançar mão de esmolas. A manutenção
de políticas sociais estáveis, além de garantir
direitos, tem também de garantir a universalidade do
atendimento, ou seja, o serviço ou o benefício tem
que atingir a todos que dele necessitam. A esmola
só serve para deixar em paz a consciência de quem
a dá. Ainda assim, a paz é falsa.
Articulista: Samy Santos
“A polícia quando quer, faz”. Por trás dessa
máxima se esconde o senso comum, falta de
pessoal e estrutura adequada para coibir a
criminalidade. A expressão do primeiro período
desse texto já está “consagrada” no meio social,
visto que parte considerável da população só vê a
polícia como uma Instituição corrupta e inoperante.
Esse debate volta à tona em razão dos
acontecimentos recentes. O delegado de Camaçari,
Cleiton Silva, foi morto numa tentativa de assalto, e
em menos de 12 horas todos os bandidos que
participaram do crime já haviam sido presos.
O Estado brasileiro não oferece condições adequadas de
trabalho aos policiais, uma vez que não há pessoal suficiente,
treinamento rigoroso, faltam viaturas, apoio logístico, armamento
e todo aparato responsável em oportunizar uma atuação mais
competente e eficaz. Assim, é no mínimo incoerente exigir tanto
da polícia brasileira.
Não é objetivo desta discussão, no entanto, mascarar e
tampouco esconder falhas da polícia que independem da falta de
condições de trabalho ofertadas pelo Estado, como abuso de
autoridade, corrupção, atividades ilícitas ou violência gratuita,
mas o de enfatizar que há sérias razões que impedem e limitam o
trabalho da polícia brasileira.
Nesse ínterim, surge o questionamento: por qual razão a
polícia consegue dar resposta rápida a criminalidade apenas em
alguns casos? Como a falta de estrutura é singular na Instituição,
sempre se acaba dando prioridade a alguns casos, tal prioridade
é mais notável em crimes cometidos contra policiais, autoridades,
pessoas de representatividade social ou ainda que causam
grande comoção popular.
Dessa forma, o foco da discussão deveria ser
outro. A questão a ser discutida não é, certamente, a
resposta rápida que a polícia tem dado em alguns
casos, porém a implementação de medidas que
possibilite que tal Instituição aja sempre de forma
rápida e eficiente.
A violência alcançou níveis insustentáveis no
Brasil, e os crimes cometidos não fazem acepção de
pessoa, religião, etnia, gênero ou conta bancária. É
preciso, então, que o Estado faça investimentos em
áreas sensíveis, como segurança pública, saúde,
educação, entretenimento, cultura, cidadania e
emprego. As ações elencadas aqui não contribuirão
apenas para amenizar a criminalidade, mas para
elevar os níveis de desenvolvimento do país. É hora
de avançar.
http://www.noticiasdeipiau.com/tag/artigo-de-opiniao/
TEMA DE REDAÇÃO
Tema de redação
• Texto 01
(Fonte: https://www.facebook.com/Pocketscomics)
Texto 02
Ordem ou barbárie? – Rachel Sheherazade
O menor infrator é sempre protegido por legiões de ONGs piedosas. O bandido é sempre
vítima e nós somos cruéis algozes desses infelizes
O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. Desde sua criação (ou
surgimento, dependendo do ponto de vista), o homem sempre esteve dividido entre razão e
instinto, paz e guerra, bem e mal.
Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade, como consequência da
pobreza, da falta de oportunidades: o homem fruto de seu meio. Sem poder fazer as próprias
escolhas, destituído de livre-arbítrio, o indivíduo seria condenado por sua origem humilde à
condição de bandido. Mas acaso a virtude é monopólio de ricos e remediados? Creio que não.
Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu, o poder de compra está em
alta, o desemprego praticamente desapareceu… Mas, se a violência tem relação direta com a
pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a
renda do brasileiro? Criminalidade e pobreza não andam necessariamente de mãos dadas.
Na semana passada, a violência (ou a falta de segurança) voltou ao centro dos debates.
O flagrante de um jovem criminoso nu, preso a um poste por um grupo de justiceiros deu início a
um turbilhão de comentários polêmicos. Em meu espaço de opinião no jornal “SBT Brasil”, afirmei
compreender (e não aceitar, que fique bem claro!) a atitude desesperada dos justiceiros do Rio.
Embora não respalde a violência, a legislação brasileira autoriza qualquer cidadão a
prender outro em flagrante delito. Trata-se do artigo 301 do Código de Processo Penal. Além
disso, o Direito ratifica a legítima defesa no artigo 23 do Código Penal.
Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de
bandidos. Sobra dinheiro para Cuba, para a Copa, mas faltam recursos para a saúde, a
educação e, principalmente, para a segurança. Nos últimos anos, disparou o número de
homicídios, roubos, sequestros, estupros… Estamos entre os 20 países mais violentos do
planeta. E, apesar das estatísticas, em matéria de ações de segurança pública, estamos
praticamente inertes e, pior: na contramão do bom senso!
Depois de desarmar os cidadãos (contrariando o plebiscito do desarmamento) e deixá-los
à mercê dos criminosos, a nova estratégia do governo, por meio do Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana, é neutralizar a polícia, abolindo os autos de resistência.
Na prática, o policial terá que responder criminalmente por toda morte ocorrida em
confronto com bandidos. Em outras palavras, é desestimular qualquer reação contra o crime. Ou
será que a polícia ousará enfrentar o poder de fogo do PCC (Primeiro Comando da Capital) ou do
CV (Comando Vermelho) munida apenas de apitos e cassetetes?
Outra aliada da violência nossa de cada dia é a legislação penal: filha do “coitadismo” e
mãe permissiva para toda sorte de criminosos. Presos em flagrante ou criminosos confessos
saem da delegacia pela porta da frente e respondem em liberdade até a última instância.
No Brasil de valores esquizofrênicos, pode-se matar um cidadão e sair impune. Mas a lei
não perdoa quem destrói um ninho de papagaio. É cadeia na certa!
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Estatuto da Impunidade, está sempre à
serviço do menor infrator, que também encontra guarida nas asas dos direitos humanos e suas
legiões de ONGs piedosas. No Brasil às avessas, o bandido é sempre vítima da sociedade. E
nós não passamos de cruéis algozes desses infelizes.
Quando falta sensatez ao Estado é que ganham força outros paradoxos. Como jovens
acuados pela violência que tomam para si o papel da polícia e o dever da Justiça. Um péssimo
sinal de descontrole social. É na ausência de ordem que a barbárie se torna lei.
(Rachel Sheherazade, 40, jornalista pela Universidade Federal da Paraíba, é âncora do telejornal
“SBT Brasil”)
•
Texto 03
A barbárie brasileira e a gritaria dos hipócritas. Ou: Não adote um bandido; adote as
pessoas de bem. Ou ainda: O linchamento de Sheherazade
A VEJA fez muito bem em estampar na capa da edição desta semana um emblema da
barbárie brasileira. Emblema é mais do que retrato, é mais do que fotografia; é um símbolo. A
reportagem aborda os vários fatores que concorrem para o processo de “incivilização” do Brasil.
Fazer justiça com as próprias mãos, obviamente, é uma das manifestações de uma sociedade
doente. O procedimento tem de ser repudiado de maneira clara, inequívoca, sem ambiguidades.
Não custa lembrar que as milícias no Rio e os matadores das periferias das grandes cidades
brasileiras nascem do sentimento de autodefesa e logo se transformam em franjas do crime
organizado.
O estado tem de conservar o monopólio do uso legítimo da força — até porque essa
conversa tem um pressuposto: estamos falando do estado democrático. Exposto o princípio de
maneira solar, vamos ver agora como algumas almas e penas farisaicas resolveram se apropriar
do tema e sair gritando, como costumo ironizar, feito o coelho do filme Bambi: “Fogo na floresta!
Fogo na floresta!”.
Em 2012, foram assassinadas no Brasil 50.108 pessoas. Em três anos, a guerra civil na
Síria, estima-se, matou uns 100 mil. No período, 150 mil brasileiros foram assassinados. Boa
parte dos que gritam agora contra os justiçamentos e linchamentos — e todos temos mesmo de
fazê-lo — estavam onde? Fazendo o quê? (...)
(Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-barbarie-brasileira-e-a-gritaria-doshipocritas-ou-nao-adote-um-bandido-adote-as-pessoas-de-bem-ou-ainda-o-linchamento-desheherazade/)
Faça um artigo de opinião sobre a sua concordância ou não a respeito da ação dos
justiceiros contra potenciais ou reais criminosos em cidades brasileiras.
Instruções:
1. Dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que
você pretende abordar.
2. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
3. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
4. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.
•
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