Avaliação do perfil dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) do município de Duque de Caxias do Estado do Rio de Janeiro (RJ) DEPARTAMENTO GERAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SUSTENTÁVEL Duque de Caxias, 2012 ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SUSTENTÁVEL FICHA TÉCNICA Prefeito Municipal José Camilo Zito dos Santos Diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável Regina Maria de Vasconcellos Carvalhaes de Oliveira Equipe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável Caroline Maria da Costa Morgado - Assessora Técnica de Nutrição Daniele Marano - Assessora Técnica de Nutrição Izabel Cristina da Silva Jóia - Assessora Técnica de Nutrição Livea Cristina Rodrigues Bilheiro - Assessora Técnica em Agropecuária Juliana Pereira Casemiro - Coordenadora de Gestão de Programas e Projetos Leonardo Felipe Oliveira Ribas - Coordenador de Relações Institucionais (2009- 2011) Elizabeth Leocádio - Coordenadora Administrativa (2009 a Janeiro 2011) Vera Lúcia Silva da Conceição - Coordenadora Administrativa (Jan.2011- 2012) Viviane Lima - Assessora Administrativa (2009 a Jun.2012) Monique Santana da Silva - Assessora Administrativa (Jul 2012) Texto Final e Revisão Daniele Marano Juliana Pereira Casemiro LISTA DE SIGLAS CadÚnico - Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal DESANS - Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional DHAA - Direito Humano à Alimentação Adequada FASE - Federação de Órgão para Assistência Social e Educacional IA - Insegurança Alimentar IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas MDS - Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome MS - Ministério da Saúde PBF - Programa Bolsa Família PNSAN - Programa Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SAN - Segurança Alimentar e Nutricional SME - Secretaria Municipal de Educação SMS - Secretaria Municipal de Saúde Siiso - Sistema de Informações Sociais SMASDH - Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos SPSS - Statistical Program of Social Sciences TCR - Transferência Condicionada de Renda SUMÁRIO Apresentação 06 1. 1. Introdução 07 2. 2. O Programa Bolsa Família no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional 09 3. 3. O Programa Bolsa Família em Duque de Caxias 10 4. 4. Metodologia 11 5. Análise dos Dados do Programa Bolsa Família advindos pelo Datasus 13 6. 6. O Perfil dos Beneficiários do Programa Bolsa Família em Duque de Caxias 18 7. 7. Análise de indicadores do Programa Bolsa Família propostos pelo MDS 26 8. Considerações Finais 27 Referências 29 Anexo 31 “Somos cuidantes quando prestamos atenção aos valores que estão em jogo, atentos interessa e ao que preocupados realmente com o impacto que nossas idéias e nossas ações podem causar nos outros. Somos cuidantes quando não nos contentamos apenas em classificar e analisar dados, mas quando discernirmos atrás deles, pessoas, destinos e valores” (Leonardo Boff, 2004). APRESENTAÇÃO A agenda de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), no Brasil e em vários países do mundo, tem incorporado o debate sobre os Programas de Transferência Condicionada de Renda (TCR). O objetivo principal de tais programas, além de acarretar o alívio da miséria e da fome, é garantir impactos positivos no desenvolvimento de capital humano através da transferência monetária associada a contrapartidas sociais ou condicionalidades exigidas ao indivíduo e a família. O Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (DESANS) do município de Duque de Caxias foi criado pela Lei 2.238/2009. Sua missão é implementar, em parcerias com outros níveis de poder e com participação da sociedade civil, “ações destinadas a garantir o direito humano à alimentação adequada (DHAA) e à nutrição através de políticas públicas que, de forma prioritária, revertam o quadro de desnutrição e mortalidade maternoinfantil” (Art. 3º da Lei 2.238/2009). A fim de garantir o DHAA, o DESANS realizou um projeto junto à coordenadoria do PBF, situada na Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) de Duque de Caxias para traçar o perfil sociodemográfico e econômico dos titulares e dependentes beneficiados pelo PBF, através da análise dos dados advindos do CadÚnico, referente ao período de abril de 2010, que compõem a base de dados do Sistema de Informações Sociais (Siiso) da Caixa Econômica Federal, referente ao período de Abril de 2010, do relatório sintético do CadÚnico e de cinco indicadores propostos pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS). O presente relatório permite ao gestor e aos profissionais envolvidos com esta temática um olhar diferenciado para a (re)construção mais criteriosa desse programa favorecendo ações efetivas e duradouras de combate à insegurança alimentar (IA) e nutricional. Boa Leitura! Equipe DESANS 6 1. INTRODUÇÃO Na década de 1990, surgem no país os programas de transferência de renda que objetivavam, primordialmente, combater a pobreza por meio do aumento do nível de escolaridade de crianças e adolescentes e a eliminação do trabalho infantil (PEIXOTO et al., 2011). O Programa Bolsa Família (PBF) surge, portanto, com o objetivo de pôr em prática uma nova concepção de assistência social, ou seja, de suprir as necessidades básicas de uma população-alvo com requisitos predefinidos através de um benefício e articulado com o desenvolvimento de capacidades para maior autonomia social (PEIXOTO et al., 2011). O PBF é um programa de TCR que é voltado às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, tornando-se um programa estratégico para assegurar o DHAA. Este foi criado em 20 de outubro de 2003 pela Medida Provisória nº 132 e regulamentado, em 2004, pela Lei nº 10.836, unificando quatro programas de transferência de renda: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio Gás (IBASE, 2008; CAISAN, 2011). Este programa visa à articulação da transferência direta de renda ao cumprimento de condicionalidades pelas famílias beneficiárias: atualização do calendário vacinal, acompanhamento mensal do crescimento das crianças menores de 7 anos, cumprimento da frequência escolar para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Além disso, este programa visa à oferta de programas complementares, como geração de emprego e de renda, cursos profissionalizantes, apoio às iniciativas de economia solidária, entre outros (OLIVEIRA et al., 2011). A definição das linhas de pobreza é extremamente polêmica, gerando estimativas bastante diferenciadas. De acordo com o MDS, famílias extremamente pobres são aquelas que têm renda per capita de até R$ 70,00 por mês. As famílias pobres são aquelas que têm a renda per capita entre R$ 70,01 e R$ 140,00 por mês, e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes entre 0 e 18 anos (MDS, 2009). O valor do beneficio recebido por cada família podia variar no período do estudo de R$ 22,00 a R$ 200,00. Atualmente o PBF atende mais de 12,4 milhões de famílias em todo o território nacional (IPEA, 2010). Este programa passou por inúmeros processos de ampliação orçamentária, passando de R$ 3,2 bilhões em 2003 para R$ 14,7 bilhões em 2011 (CAISAN, 2011). 7 Para ter acesso ao beneficio do PBF, as famílias precisam estar inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), regulamentado pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. Este se constitui na base nacional de dados socioeconômicos das famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. O CadÚnico possibilita a identificação de pessoas como potenciais beneficiárias de programas sociais, todavia o fato de ser cadastrado não dá acesso automático a tais programas (BRASIL, 2010; Uchimura et al., 2012). A identificação do perfil das famílias acompanhadas pelo PBF e o desenvolvimento de estratégias de monitoramento representam grandes desafios aos municípios para o alcance de ações efetivas e duradouras de combate à IA e nutricional. Por este motivo, em 2010, foi proposto um esforço conjunto, da equipe do DESANS em parceria com a equipe responsável pelo PBF da SMASDH, para levantar informações a cerca dos beneficiários desse programa em Duque de Caxias, a fim de subsidiar novas propostas e iniciativas municipais de atendimento a esta população. Este relatório também teve como objetivo situar as principais dificuldades na operacionalização do CadÚnico e lançar o desafio para utilização dos principais indicadores de monitoramento sugeridos pelo MDS. Complementarmente, foram analisados outros dados disponíveis em páginas oficiais do Ministério da Saúde (MS) e do MDS. 8 2. O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NO CONTEXTO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL O processo de desenvolvimento brasileiro encontra nas desigualdades sua marca mais profunda. Nos últimos anos a construção de políticas sociais com enfoque no combate as desigualdades tem sido apontada como caminho para a correção de injustiças. No que concerne à desigualdade de renda, o Brasil tem adotado as orientações dos organismos internacionais e vem assumindo a execução de uma política de TCR e a adoção das linhas de pobreza e de miséria como critério de inclusão e acompanhamento. O PBF tem sido considerado uma das mais exitosas experiências de TCR e vem cumprindo um papel histórico ao se colocar frente à questão das desigualdades, sobretudo à de renda. Se atualmente são feitas críticas e debates calorosos em torno do tema, também é fato que não existem argumentos que desqualifiquem o Programa a ponto de, em uma avaliação séria e responsável, dizer que na atual conjuntura brasileira o PBF não seja legítimo e necessário. O Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio destaca que a Meta 1 do Objetivo 1, reduzir a metade à pobreza extrema, foi alcançada pelo Brasil em 2007 e a Meta 2 do Objetivo 1, referente à redução da fome, também obteve grandes avanços quando avaliada a diminuição de baixo peso em crianças menores de 2 anos. Este Relatório também destacou a importância do crescimento econômico observado no período. No entanto, relatou que as desigualdades ainda impedem maiores avanços com relação ao combate à pobreza extrema e à fome. Além disso, enfatizou a importância de políticas sociais que possibilitem o acesso principalmente dos mais pobres aos benefícios gerados por este crescimento. Neste sentido, a agenda de SAN no Brasil e em vários países do mundo, tem incorporado o debate sobre os programas de transferência de renda. Isso se deve ao fato desses programas acarretarem o alívio da miséria e da fome e por garantirem impactos positivos no desenvolvimento de capital humano através da transferência monetária associada a contrapartidas sociais ou condicionalidades exigidas ao indivíduo e a família. 9 3. PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM DUQUE DE CAXIAS A mobilização social e a presença de organizações não governamentais e lideranças da Igreja Católica em Duque de Caxias foram capazes de criar alianças estratégicas e possibilidades, em diferentes conjunturas, de participação direta na administração municipal. Um desses exemplos de articulação entre diferentes atores políticos e as intervenções públicas de corte social no município foi o “Mutirão de Combate a Desnutrição Maternoinfantil”. Enquanto um dos desdobramentos da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida – movimento que agregou diversos segmentos sociais em torno das questões da fome e da miséria e que contou com a participação significativa de D. Mauro Morelli, bispo de Duque de Caxias – o Mutirão incluiu agentes das Pastorais da Igreja Católica, gestores municipais, militantes políticos e membros de organizações não governamentais como a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE). Especialmente no diagnóstico da desnutrição infantil e no desenvolvimento de programas voltados à questão alimentar e nutricional, o Mutirão contribuiu para a construção de um forte consenso em torno da prioridade do tema no município e em outras regiões da Baixada Fluminense. Assim, quando o PBF foi implementado no final do ano de 2003 e iniciado o processo de migração das famílias beneficiárias pelos programas de transferência de renda anteriores, um dos principais desafios encontrados por técnicos e gestores locais foi reelaborar os critérios de focalização assumindo a renda e não mais o estado nutricional como parâmetro de inclusão. As secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação foram responsabilizadas pela implementação inicial das ações, viabilizando a migração das famílias para o CadÚnico. Mas, após as eleições em outubro de 2004, a SMASDH assumiu a coordenação e a gestão do PBF. Atualmente, a coordenação do PBF ainda é realizada pela SMASDH, sendo que as condicionalidades de saúde e educação são realizadas pelos técnicos da SMS e SME, respectivamente. 10 4. METODOLOGIA Com a finalidade de construir o perfil sociodemográfico e econômico dos titulares e dependentes beneficiados pelo PBF no município de Duque de Caxias, foram analisados dados advindos do CadÚnico, referente ao período de abril de 2010, que compõem a base de dados do Siiso da Caixa Econômica Federal. Além disso, foram analisados os resultados do relatório sintético do CadÚnico, dados do Bolsa Família advindos do DATASUS e cinco indicadores propostos pelo MDS para o monitoramento do PBF. O primeiro contato com estes dados ocorreu com a utilização do relatório sintético do CadÚnico. Verificou-se que os dados disponibilizados por este relatório foram insuficientes para a construção do perfil de beneficiários. Desta forma, foi solicitada, a coordenação do PBF da SMASDH, o acesso aos dados do CadÚnico referentes ao período de abril de 2010. Para a realização das análises estatísticas, as variáveis foram categorizadas da seguinte forma: idade do dependente (anos): < 1, 1 a 6 (pré-escolar), 7 a 9 (escolar), 10 a 19 (adolescentes); sexo do titular (feminino, masculino); sexo do dependente (feminino, masculino); recebimento do benefício (sim, não); renda per capita mensal (reais) (R$ < 70,00; R$ 70 a 140,00), valor do benefício recebido (reais) e quantitativo de famílias por distrito (1º, 2º, 3º e 4º). No banco Siiso não havia disponíveis os distritos em que se localizavam as residências das famílias beneficiadas pelo PBF. Sendo assim, para compor esta variável foi utilizada uma lista do próprio município de Duque de Caxias para identificação dos distritos de acordo com o endereço e bairro. Na ausência da localização do endereço na lista citada, foram realizadas buscas na internet. Após esta fase, foi realizada a categorização manual do distrito, de acordo com o endereço de cada família. As análises dos dados foram realizadas utilizando o software Statistical Program of Social Sciences (SPSS) versão 16.0. Complementarmente, para apresentar um olhar preliminar sobre as condicionalidades de saúde, foi realizada consulta no banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Por fim, foram analisados, a partir dos dados do Siiso, os seguintes indicadores propostos pelo MDS para o monitoramento do PBF: 11 Ø Taxa de cobertura do PBF; Ø Valor médio do benefício do PBF; Ø Benefícios transferidos pelo PBF; Ø Percentual de famílias beneficiárias pelo PBF cujo responsável legal pelo recebimento do benefício é homem; Ø Tamanho médio das famílias beneficiárias do PBF. 12 5. ANÁLISE DOS DADOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ADVINDOS PELO DATASUS Analisando os dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS, 2010), verificou-se, entre os anos de 2008 a 2010, aumento da prevalência de crianças até 7 anos com diagnóstico nutricional de muito baixo peso para idade, baixo peso para a idade e peso elevado para idade. No entanto, houve um decréscimo no percentual de crianças com peso adequado para idade (Tabela I). Entre as adolescentes do sexo feminino, verificou aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade (Tabela II). Em relação ao estado nutricional de mulheres entre 20 a 59 anos, observou-se redução da prevalência de baixo peso e aumento do sobrepeso e da obesidade (Tabela III). Quanto ao diagnóstico nutricional de gestantes de acordo com a idade gestacional, observou-se aumento da prevalência de obesidade (Tabela IV). Nas últimas décadas, a transição nutricional tem sido caracterizada pelo declínio da desnutrição concomitante ao aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade em todo o mundo, sendo maior nos países ocidentais e em desenvolvimento. Analisando estes dados, pode-se observar que o percentual de desnutrição entre crianças até 7 anos foi superior a recomendação de 5% da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo que menos frequente que no passado, a desnutrição ainda acomete uma parcela da população, principalmente daquelas residentes em municípios com marcantes desigualdades socioeconômicas, como é o caso do município de Duque de Caxias, exigindo dos serviços de saúde o desencadeamento de ações que visem à promoção da saúde desse grupo. Também não podemos esquecer de enfatizar o aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade vista em todas as faixas etárias descritas. Estes desfechos estão associados ao desencadeamento de inúmeras doenças crônicas não transmissíveis, tais como hipertensão arterial, diabetes mellitus, alguns tipos de câncer, entre outras (CORREIA ET AL., 2011). Além dos dados apontados, ressalta-se a necessidade de atenção às gestantes. Inúmeros estudos têm enfatizado o aumento da inadequação ponderal durante esta fase e também apontam diversas repercussões negativas tanto para a mãe quanto para o bebê. 13 O ganho de peso aquém do recomendado pode acarretar restrição de crescimento intrauterino, parto prematuro, baixo peso ao nascer e aumento das taxas de morbimortalidade perinatal (IOM, 1990). Enquanto o ganho excessivo está associado, no feto - a hemorragias, macrossomia, desproporção céfalo-pélvica, asfixia; e na mulher diabetes mellitus gestacional, hipertensão arterial, pré-eclampsia, eclampsia (NUCCI ET AL., 2001), maior retenção de peso pós-parto e aumento do risco de obesidade futura, contribuindo para a elevação da prevalência desse agravo (BARROS ET AL., 2008). 14 Tabela I. Diagnóstico Nutricional de Crianças até 7 anos, de acordo com o Índice Peso/Idade ANO Peso Muito Baixo para a Idade Quantidade % Peso Baixo para a Idade Quantidade % 2008 34 0.8 134 3.2 2009 61 0.9 242 3.4 2010 52 1.2 149 3.5 Fonte: DATASUS/ BOLSA FAMÍLIA, 2011. Peso Adequado ou Eutrófico Peso Elevado para a Idade Quantidade % Quantidade % 3756 6266 3668 89.3 88.4 87.3 284 517 331 6.7 7.3 7.9 15 Total 4208 7086 4200 Tabela II. Diagnóstico Nutricional de adolescentes entre 10 a 19 anos, de acordo com o Índice IMC ANO Magreza acentuada Magreza Eutrofia Sobrepeso Obesidade Obesidade Grave Total Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % 2008 24 1.8 51 3.7 1043 76.4 174 12.7 55 4 19 1.4 1366 2010 26 1.5 56 3.3 1249 73.9 243 14.4 98 5.8 17 1 1689 Fonte: DATASUS/ BOLSA FAMÍLIA, 2011 Somente este ano com dados disponíveis. Plausível pelo fato do acompanhamento da saúde só ser exigido para crianças até 7 anos e adolescentes meninas a partir de 14 anos Tabela III. Diagnóstico Nutricional de Mulheres entre 20 a 59 anos, de acordo com o Índice IMC Adequado ou Baixo peso Eutrófico ANO Sobrepeso Obesidade Total Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade % 2008 178 3.9 1767 38.8 1420 31.2 1191 26.1 4556 2010 223 3.7 2313 38.1 1945 32 1596 26.3 6077 Fonte: DATASUS/ BOLSA FAMÍLIA, 2011 16 Tabela IV. Diagnóstico Nutricional de Gestantes, de acordo com o Índice IMC por Idade Gestacional Adequado ou Baixo peso Eutrófico ANO Obesidade Sobrepeso Total Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade % 2008 1 4.8 6 28.6 9 42.9 5 23.8 21 2010 3 4.9 2 28.6 0 0 2 28.6 7 Fonte: DATASUS/ BOLSA FAMÍLIA, 2011 17 6. O PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM DUQUE DE CAXIAS De acordo com a pesquisa “Repercussões do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional” desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), o PBF é importante na atenuação das condições de vida adversas das famílias. Isto ocorre devido à garantia regular de uma renda adicional ao orçamento doméstico favorecendo a flexibilidade no uso do recurso que amplia o poder de escolha e consumo. No que tange a alimentação, foi observado maior estabilidade no acesso, aumento da quantidade e da variedade de alimentos. Existem inúmeros instrumentos para avaliar o PBF, dentre estes se destaca o CadÚnico. Este é considerado uma das mais importantes fontes de informação para programação e planejamento de políticas públicas na área social, pois disponibiliza as seguintes informações: características do domicílio (número de cômodos, tipo de construção, tratamento da água, esgoto e lixo); composição familiar (número de componentes, existência de pessoas com deficiência); identificação e documentação de cada componente da família; qualificação escolar dos componentes da família; qualificação profissional e situação no mercado de trabalho; remuneração e despesas familiares (aluguel, transporte, alimentação e outros). No presente estudo, não foi possível utilizar o CadÚnico devido à dificuldade na sua operacionalização. Por este motivo foi analisado o banco de dados Siiso, que contempla apenas as seguintes variáveis: idade do dependente, sexo do dependente e titular, renda per capita, valor do benefício recebido pela família, situação do recebimento, ano de início e término para o recebimento dos valores, identificação e documentação de cada componente da família. Para enriquecer as análises de dados foi feita a categorização manual dos domicílios por distrito para verificar a distribuição de beneficiários em Duque de Caxias. Em abril de 2010, foram beneficiados 147.646 titulares e dependentes no município de Duque de Caxias. Sendo que desse total, 52.350 (35,4%) eram titulares e 95.296 (64,5%) dependentes. Do total de titulares, 6.561 (12,53%) não possuíam dependentes. Comparando os outros municípios da Baixada Fluminense com Duque de Caxias (Gráfico 1), observou-se que Nova Iguaçu foi o local com maior número de famílias beneficiadas pelo PBF, seguido por Duque de Caxias, entre os anos de 2005 a 2010. Em Duque de Caxias foi visto um aumento considerável de beneficiários entre os anos de 2006/2º semestre e 2007 (DATASUS, 2010). Este aumento pode ser parcialmente explicado pelas atividades regulares 18 que foram realizadas pelos mutirões em campanhas de vacinação, unidades escolares e igrejas. Gráfico 1. Número de famílias beneficiadas pelo PBF por município da Baixada Fluminense, 2010 Fonte: DATASUS/ BOLSA FAMÍLIA, 2010 Observou-se que apenas 20% das famílias beneficiadas pelo PBF no município de Duque de Caxias foram acompanhadas pela saúde no ano de 2010. 19 Gráfico 2. Percentual de famílias beneficiárias acompanhadas pela saúde por municípios da Baixada Fluminense, 2010 Fonte: DATASUS/ BOLSA FAMÍLIA, 2010 Quanto à distribuição dos beneficiários neste município, foi observada maior concentração de famílias no 1o (26,4%) e no 2o (26,3%) distritos (Figura 1). No entanto, foi observado um percentual muito baixo de famílias no 4o distrito, considerado predominantemente rural e detentor de inúmeros problemas relacionados à moradia, saneamento básico, transportes, pavimentação das estradas e serviços referentes à saúde, educação e assistência social. Os dados desse estudo nos levam a cogitar que este menor percentual de beneficiários neste distrito pode ser devido aos entraves supracitados, o que dificulta o ingresso neste programa de famílias em maior vulnerabilidade social. Um dado que merece ser exposto foi que 11.431 famílias não tiveram os seus domicílios categorizados por distritos pelos seguintes motivos: erros na digitação no banco original; endereços informados não pertencentes ao município de Duque de Caxias ou endereços não disponíveis na lista de bairros do município. O fato de termos pessoas não residentes de Duque de Caxias e beneficiárias do PBF por este município evidenciam a necessidade de fiscalização no repasse desses benefícios. 20 Figura 1. Distribuição das famílias beneficiárias pelo PBF por Distrito, Duque de Caxias- RJ, 2010 4º Distrito: 2.988 (5,7%) 3º Distrito: 10.358 (19,8%) 2º Distrito: 13.750 (26,3%) 1º Distrito: 13.823 (26,4%) Fonte: DESANS, 2010 – Análise de dados do CadÚnico, 2010. Em relação ao ano do início do beneficio, 14,4 % começaram receber o valor entre os anos de 2003 a 2005, 47% entre 2006 a 2008 e 38,4% entre 2009 e 2010 (Gráfico 3). O banco Siiso disponibiliza apenas a data em que as famílias iniciam o recebimento do PBF. No entanto, seria de extrema importância analisar o período médio em que as famílias permanecem vinculadas a este programa. 21 Gráfico 3. Beneficiários do PBF segundo Ano de Recebimento, Duque de Caxias - RJ, 2010 Verificou-se que as mulheres detiveram quase a totalidade da titularidade do beneficio (48.062 - 91,2%) (Gráfico 4). Os programas de TCR, implementados na maioria dos países da América Latina, tendem a privilegiar as mulheres na titularidade desse benefício, pelo fato delas assumirem o papel de cuidadoras e responsáveis pelas condições de bem-estar das famílias. No Brasil, a maioria dos titulares do PBF é mulher (IBASE, 2008). Gráfico 4. Titulares do PBF segundo Sexo, Duque de Caxias - RJ, 2010 Houve certa homogeneidade em relação ao sexo dos dependentes, já que 45.780 (48%) eram mulheres e 49.516 (52%) homens. Em relação à idade dos dependentes foi verificada a maior concentração de adolescentes na composição das famílias beneficiárias do PBF (Tabela 1). Isto deve ser considerado por parte do poder público para fins de implantação e ampliação de ações de saúde e educação voltadas para este grupo. 22 Tabela 1. Distribuição dos dependentes do PBF por Faixa Etária, Duque de Caxias – RJ, 2010 Faixa Etária > 1 ano Nº de Beneficiários 663 (0.7%) Pré-escolar (1 a 6 anos) 25.622 (27.1%) Escolar (7 a 9 anos) 18.690 (19.7%) Adolescentes (10 a 18 anos) 50.321 (53.2%) Fonte: DESANS, 2010 – Análise de dados do CadÚnico Sobre a renda familiar per capita mensal, observou-se que 44.823 (85,6%) das famílias beneficiárias do PBF ganhavam até R$ 70,00 reais mensais. Quanto aos valores totais referente ao benefício recebido, verificou-se que 6.557 (14,6%) beneficiários estavam recebendo apenas o valor mínimo de R$ 68,00. Enquanto, 38.266 (85,4%) recebiam algum beneficio variável adicional que variam de acordo com a composição familiar, ou seja, poderiam ganhar valores de R$ 22,00 até R$ 66,00 reais (famílias com 1 a 3 crianças e/ou adolescentes de 0 a 15 anos), e/ou valores de R$ 33,00 a R$ 99,00 (adolescentes de 16 e 17 anos) (Gráfico 5). Os dados desse estudo são semelhantes aos resultados preliminares do Censo Demográfico de 2010 para subsidiar o Programa Brasil sem Miséria (IBGE, 2010). De acordo com este órgão, a maioria das famílias brasileiras (11,4 milhões) beneficiadas pelo PBF possuía rendimento médio domiciliar per capita entre R$ 1,00 a 70,00 reais (IBGE, 2010). Em relação às famílias com renda mensal per capita entre R$ 70,00 e 140,00 reais, notou-se que 7.527 (14,4%) foram beneficiados com um adicional de R$ 22,00 reais e/ou adicional de R$ 33,00 reais. 23 Gráfico 5. Distribuição das famílias beneficiárias de acordo com o recebimento do valor básico e adicionais, Duque de Caxias – RJ, 2010 Fonte: DESANS, 2010 – Análise de dados do CadÚnico, 2010. Do total de famílias beneficiadas (52.350), 993 (1,9%) titulares não estavam recebendo nenhum valor referente aos benefícios no momento da análise, possivelmente devido ao seguinte motivo: essas famílias não estavam inseridas em alguma das condicionalidades previstas pelo PBF para continuar recendo o beneficio, mas ainda estavam cadastradas no programa devido a dificuldades operacionais técnicas. Gráfico 6. Beneficiários do PBF, segundo Situação Atual de Recebimento, Duque de Caxias - RJ, 2010 Quanto à situação de recebimento dos valores dos beneficiários do PBF no ano de 2010 (Gráfico 6), 688 (1,3%) pessoas estavam com os seus benefícios bloqueados em relação ao: 24 valor básico de R$ 68,00 reais, 781 (1,5 %); ao valor adicional de R$ 22,00 reais e 43 (0,1%) estavam com benefícios bloqueados para adicional de R$ 33,00 reais. Infelizmente não foi possível avaliar a forma de utilização do dinheiro pelas famílias beneficiárias do PBF em Duque de Caxias. Dados promissores foram apresentados pelo IBASE (2008), o qual demonstrou que as famílias gastam suas rendas principalmente com alimentação, sendo o gasto médio de R$ 200,00 reais mensais, o que corresponde a 56% da renda domiciliar. As famílias em IA grave utilizam a maior parte de seu orçamento com a alimentação levando a maior estabilidade no acesso e aumento na quantidade e variedade dos alimentos, o que demonstra o impacto do PBF nas condições de vida dessas famílias (Oliveira et al., 2011). A análise do banco Siiso possibilitou apenas a verificação parcial de uma das condicionalidades relativas à freqüência escolar dos dependentes. Observou-se que 16.670 (24,3%) crianças de idade maior ou igual a 6 anos não tinham o registro da escola que frequentavam no município de Duque de Caxias (Gráfico 7). Ressalta-se que esta elevada proporção não possibilita a realização de inferências de que estas crianças não estavam de fato estudando, mas abre lacunas para discussão. Gráfico 7. Percentual de dependentes do PBF que freqüentam escola em Duque de Caxias - RJ, 2010 25 7. ANÁLISE DE INDICADORES DO PBF PROPOSTOS PELO MDS O MDS disponibiliza inúmeros indicadores para serem utilizados no monitoramento do PBF. No entanto, devido à dificuldade em operacionalizar o CadÚnico não foi possível obter informações consideradas de suma importância para o cálculo desses indicadores, tais como a escolaridade, raça, trabalho, estado marital entre outras. Utilizando o banco de dados Siiso e a planilha do MDS foi possível calcular apenas os seguintes indicadores: Taxa de Cobertura do Programa Bolsa Família, Benefícios Transferidos pelo Programa Bolsa Família, Valor Médio do Benefício do Programa Bolsa Família, Percentual de Famílias Beneficiárias do Programa Bolsa Família cujo responsável legal pelo recebimento do benefício é homem, Tamanho Médio das Famílias Beneficiárias do Programa Bolsa Família. Ressalta-se a necessidade de revisão dos mesmos pelo próprio MDS, a fim de que sejam de fato incorporados e utilizados indicadores que sirvam como subsídio na prática dos profissionais que trabalham com este programa. Os indicadores propostos pelo MDS, que foram possíveis ser analisados, e o método de cálculo se encontram no anexo. Os resultados encontrados seguem abaixo. a) Taxa de Cobertura do Programa Bolsa Família: 52.350/59.181 = 88,4% b) Benefícios transferidos pelo Programa Bolsa Família: R$ 5.073.267,00 c) Valor médio do benefício do Programa Bolsa Família: 5.073.267,00 / 52.350 = R$ 96,91 d) Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) cujo responsável legal pelo recebimento do benefício é homem, no local e período de referência: 4.288/52.350 = 0,08*100 = 8,2% Este dado foi calculado com base no banco SIISO, já que os demais relatórios não fornecem informação sobre sexo x titularidade. e) Tamanho médio das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família: 147.646/ 52.350 = 2,82 (≈ 3 pessoas por família). 26 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS A intersetorialidade é a diretriz norteadora da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), e marca fortemente as Políticas de Assistência Social, de Educação e de Saúde. O discurso forte da intersetorialidade se incorpora aos debates atuais, um tempo em que se reconhecem os limites das ciências trabalhando de forma isolada. À prática e ao saber cientifico se incorporam novos saberes num tempo em que esta fragmentação cientifica é questionada. Partilhar de poderes e valorização de saberes são duas perspectivas essenciais e fundamentais para a construção de um novo ciclo de políticas públicas mais justas, equânimes e eficientes. A exigência do cumprimento de condicionalidades nas áreas de educação, saúde e assistência social fazem com que o exercício da intersetorialidade no PBF seja realizado em função do próprio desenho do Programa (Santos et al. 2012). No município de Duque de Caxias, apesar de existir um Grupo Intergestor, considerado uma estratégia para efetivar a intersetorialidade do programa, nota-se que a articulação entre as Secretarias envolvidas com o PBF se dá de maneira ainda frágil. Por este motivo, este grupo deve ser continuamente reavaliado em relação à sua função, periodicidade das reuniões, viabilidade de articulação entre os setores e participação de outros setores, além daqueles diretamente envolvidos no acompanhamento das condicionalidades. Em termos de uma abordagem que empregue os princípios do DHAA, ainda há muito que se caminhar. Quem trabalha com o PBF deve conhecer muito bem esta política e seus pressupostos, deve manter escuta atenta, próxima e sensível dos titulares destes direitos a fim de localmente contribuir para o seu aprimoramento. Concluído o processo de análise dos principais indicadores do PBF, disponíveis no banco Siiso, identificamos a necessidade de avaliações periódicas do perfil e das condicionalidades impostas aos beneficiários a fim de possibilitar ao gestor público realizar ações concretas com base nos resultados encontrados. Alguns importantes encaminhamentos podem ser realizados com base nos resultados desse relatório. Faz-se de extrema importância viabilizar o ingresso das famílias residentes no 4º distrito que possuem os critérios para integrarem no PBF. Além disso, a avaliação periódica do estado nutricional das crianças nas creches e nos postos de saúde e da freqüência escolar nas escolas seriam ações importantes para aumentar 27 a proporção de acompanhamento das condicionalidades das famílias. Se estas ações fossem feitas regularmente, o município não alcançaria apenas o mínimo proposto pelo MDS de 20%. Ressalta-se ainda a necessidade de seguimento desse estudo para a análise de fato do CadÚnico com o objetivo de obter outros indicadores de extrema importância para avaliação das famílias beneficiárias pelo PBF para reverter em ferramenta para a gestão municipal no sentido de avaliar e aprimorar as ações de proteção social e do DHAA. Além disso, é de suma importância extrapolar estas análises para avaliar a implementação de programas complementares para os beneficiários do PBF, tais como o de geração de renda. 28 REFERÊNCIAS Barros DCD, Saunders C, Leal MDC. Avaliação nutricional antropométrica de gestantes brasileiras: uma revisão sistemática. Rev Bras Saude Mater Infant. 2008;8(4):363-76. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS). Capacitação para controle social nos municípios: SUAS e Bolsa Família. Brasília, DF: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2010. Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: 2012; Brasília, DF: MDS; Consea, 2011. Correia LL, Silveira DMJ, Silva AC, Campos JS, Machado MMT, Rocha HAL et al. Prevalência e determinantes de obesidade e sobrepeso em mulheres em idade reprodutiva residentes na região semiárida do Brasil. Ciênc Saúde Coletiva, 2011; 16: 133-145. http://nutricao.saude.gov.br/sisvan/relatorios_publicos/ (acesso em novembro de 2010). Institute of Medicine: Nutrition during pregnancy. Washington (DC); 1990. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE. Repercussões do programa bolsa família na segurança alimentar e nutricional das famílias beneficiadas:documento síntese. Rio de Janeiro: IBASE, 2008. 20. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo demográfico 2010: resultados preliminares do Universo. Disponível em: < HTTP: www.ibge.gov.br home presidência noticias imprensa ppts 00000000408. Pdf. Acesso em: 5 jun. 2011. Kunnemann R & Leonhard R. Transferências de renda e meta de desenvolvimento do milênio: uma abordagem de direitos humanos – Passo Fundo: IFIBE, 2009; 80. Nucci LB, Duncan BB, Mengue SS, Branchtein L, Schmidt MI, Fleck ET. Assessment of weight gain during pregnancy in general prenatal care services in Brazil. Cad Saúde Pública. 2001;17(6):1367-74. 29 Oliveira FCC, Cotta RMM, Santana LFR, Priore SE, Franceschini SCC. Programa Bolsa Família e estado nutricional infantil: desafios estratégicos. Ciênc Saúde Coletiva, 2011; 16(7): 3307-3316. Peixoto JBS, Silva VC, Paiva AA, Gama JSFA, Celino SDM. Transformações sobre as condições de vida de beneficiários do programa bolsa família acompanhados em unidade básica de saúde da família de Campina Grande, Paraíba. Revista Baiana de Saúde Pública, 2011; 3: 575-590. Repercussões do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional. Relatório Síntese, 2005. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE). Santos CRB, Magalhães R. Pobreza e Política Social: a implementação de programas complementares do Programa Bolsa Família. Ciênc Saúde Coletiva, 2012; 17(5): 12151224. Uhimura K Y, Bosi MLM, Lima FEL, Dobrykopf VF. Qualidade da alimentação: percepções de participantes do programa bolsa família. Ciênc. Saúde, 2012; 17(3): 687-694. 30 ANEXO Indicadores Método de cálculo Possibilidade de cálculo Número de famílias que Taxa de Cobertura do Programa Bolsa Família ___recebem o benefício (R$) do PBF__ x 100 Número estimado de famílias Indicador calculado. com renda familiar per capita mensal de até R$100,00 Valor médio do benefício do Programa Bolsa Família Soma dos benefícios (R$) _______transferidos às famílias pelo PBF_____ Número de famílias que recebem o benefício do Indicador calculado. PBF Benefícios transferidos Soma dos benefícios (R$) transferidos às famílias pelo Programa Bolsa pelo PBF. Indicador calculado. Família Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) cujo responsável Número de famílias beneficiárias do PBF cujo responsável legal é homem x 100 legal pelo recebimento Número de famílias beneficiárias do benefício é homem, do PBF Indicador calculado. no local e período de referência Tamanho médio das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família Soma do número de membros de cada família beneficiária do PBF____ Indicador calculado. Número de famílias beneficiárias do PBF 31 Percentual de famílias Número de famílias beneficiárias do PBF cuja Não foi possível que ultrapassaram a renda familiar per capita mensal, no momento do realizar o cálculo linha da extrema cadastramento, era igual ou devido à pobreza inferior a R$ 50,00, e que, após o recebimento impossibilidade de do benefício (R$) do Programa, delimitar a ultrapassaram a linha da extrema pobreza x 100 Número de famílias beneficiárias do composição familiar e renda per capita. PBF cuja renda familiar per capita mensal, no momento do cadastramento, era igual ou inferior a R$ 50,00 Não foi possível realizar o cálculo devido à Percentual de famílias Número de famílias beneficiárias do PBF beneficiárias do com crianças menores de dez anos de idade x 100 Programa Bolsa Família Número de famílias beneficiárias com crianças menores do PBF de 10 anos de idade impossibilidade de delimitar o número de crianças menores de 10 anos nos seguintes relatórios: sintético, análitico (Cadunico) e relatório do MDS (números). Não foi possível Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família nas quais o responsável legal é menor de 18 anos de idade e tem filho(s) verificar o número de Número de famílias beneficiárias do PBF nas quais o responsável legal é crianças menores de 18 anos nos menor de 18 anos de idade e tem filho(s) x 100 relatórios: sintético, Número de famílias beneficiárias do PBF analítico (Cadunico) e no relatório do MDS (números). 32 Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família Número de famílias beneficiárias do PBF nas quais Não foi possível o responsável legal tem companheiro x 100 verificar a situação Número de famílias beneficiárias do PBF marital utilizando os nas quais o(a) relatórios: sintético, responsável legal possui analítico (Cadunico) companheiro/esposo(a) e no relatório do MDS (números). Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) cujo responsável legal pelo recebimento do benefício é mulher e tem de um a três filhos com até 15 anos de Número de famílias beneficiárias do PBF cujo responsável legal é mulher que tem de um a três filhos com até 15 anos de idade x 100 Número de famílias beneficiárias do PBF Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. idade (inclusive), no local e período de referência. Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) cujo responsável Número de famílias beneficiárias do PBF cujo Não foi possível legal pelo recebimento responsável legal é mulher que tem de quatro realizar o cálculo por do benefício é mulher e a cinco filhos com até 15 anos de idade tem de quatro a cinco filhos com até 15 anos Número de famílias beneficiárias do PBF x 100 não conter tais informações nos relatórios utilizados. de idade (inclusive), no local e período de referência. 33 Percentual de famílias Número de famílias beneficiárias do PBF cujo Não foi possível beneficiárias do responsável legal é mulher que tem de quatro realizar o cálculo por Programa Bolsa Família a cinco filhos com até 15 anos de idade x 100 não conter tais (PBF) cujo responsável Número de famílias beneficiárias do PBF legal pelo recebimento informações nos relatórios utilizados. do benefício é mulher e tem de seis a mais filhos com até 15 anos de idade (inclusive), no local e período de referência. Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) cujo representante legal pelo recebimento do Não foi possível Número de famílias beneficiárias do PBF cujo representante legal é analfabeto x 100 Número de famílias beneficiárias do PBF benefício é analfabeto, realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. no local e período de referência. Média da defasagem idade-série de crianças de 9 a 15 anos com atraso escolar nas Soma das diferenças entre a série considerada adequada em função da idade, para as crianças de 9 a 15 anos com atraso escolar, membros de famílias beneficiárias do PBF, e a famílias beneficiárias do _série efetivamente cursada por essas crianças_ Programa Bolsa Família Número de crianças na faixa de 9 a 15 anos de Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. idade com atraso escolar beneficiárias do PBF Média da idade média das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família Somatório da ((Soma das idades dos membros de cada família beneficiária do PBF) dividida pelo (Número de membros de cada família beneficiária do PBF)), dividido pelo Número de famílias beneficiárias do PBF. Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. 34 Percentual de famílias beneficiárias do Número de famílias beneficiárias do PBF Programa Bolsa Família com domicílios cobertos pelo PACS em domicílios cobertos Número de famílias beneficiárias pelo Programa Agente do PBF x 100 Comunitário de Saúde Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. Percentual de famílias Não foi possível beneficiárias do Programa Bolsa Família em domicílios cobertos pelo Programa Número de famílias beneficiárias do PBF com domicílios cobertos pelo PSF x 100 Número de famílias beneficiárias do PBF Saúde da realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. Família Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em domicílios com escoamento sanitário Número de famílias beneficiárias do PBF em domicílios com escoamento sanitário adequado x 100 Número de famílias beneficiárias do PBF adequado Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados. Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em domicílios com escoamento sanitário inadequado Não foi possível N° de famílias beneficiárias do PBF em domicílios realizar o cálculo por com escoamento sanitário inadequado____ x 100 não conter tais Número de famílias beneficiárias do PBF informações nos relatórios utilizados. 35 Razão entre a soma do (Número de jovens (0 a 14 anos) membros de número de jovens (de 0 famílias beneficiárias do PBF) somado ao (Número a 14 anos de idade) e idosos (com 65 anos ou Não foi possível de idosos (com 65 anos ou mais) membros de famílias beneficiárias do PBF) mais de idade), Número de membros de famílias beneficiárias beneficiários do do PBF com idade entre 15 e 64 anos realizar o cálculo por não conter tais x 100 informações nos relatórios utilizados Programa Bolsa Família (PBF), e o total de beneficiários com idade entre 15 e 64 anos, no local e período de referência. Razão de dependência de jovens em famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família Razão de dependência de idosos em famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família Número de jovens (0 a 14 anos) membros de famílias beneficiárias do PBF x 100 Número de membros de famílias beneficiárias do PBF com idade entre 15 e 64 anos Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados Número de idosos (65 anos ou mais) membros de famílias beneficiárias do PBF x 100 Número de membros de famílias beneficiárias do PBF com idade entre 15 e 64 anos Não foi possível realizar o cálculo por não conter tais informações nos relatórios utilizados 36