22 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira, e4fim
de fevereiro,
de semana,
2011
4, 5 e 6 de fevereiro, 2011
EMPRESAS
Chris Ratcliffe/Bloomberg
PETRÓLEO
PRODUTOS DE CONSUMO
Lucro da Shell avança 61% em 2010 devido
a maiores preços e volumes comercializados
Resultados da Unilever no 4º trimestre
superam as previsões dos analistas
A companhia petrolífera obteve lucro líquido de US$ 20 bilhões.
A produção média de petróleo e gás da companhia cresceu 5%, para
3,3 barris de óleo equivalentes por dia. A receita avançou 33% no ano,
para US$ 378 bilhões. O volume de vendas de produtos químicos pela
companhia avançou 13% no ano. “Os lucros no trimestre e no ano foram
sustentados por maiores preços de petróleo”, informou a companhia.
A terceira maior empresa de alimentos e bens de consumo do mundo
reportou aumento nas vendas de 5,1% no último trimestre de 2010,
contra um consenso do mercado de alta de 4,2%. O aumento é resultado
de maiores volumes vendidos. O lucro por ação da Unilever cresceu 14%
no quarto trimestre, para € 0,33 por ação, acima das previsões de € 0,30.
As vendas da Unilever cresceram 5,1% no último trimestre.
Colt Aviation investe R$ 15 mi em
Quarta maior em
aviões executivos,
companhia reforça
estrutura para
ampliar faturamento
com táxi aéreo
em 20% neste ano
Michele Loureiro
[email protected]
A Colt Aviation, empresa de
aviação executiva dona da quarta
maior frota do Brasil, vai investir
R$ 15 milhões na construção de
um hangar no interior de São
Paulo e para manutenção de suas
14 aeronaves. Segundo Alexandre Eckmann, presidente da
companhia, o objetivo é reforçar
a estrutura da empresa — que já
possui instalações em Congonhas e Jundiaí, também no interior de São Paulo — para que o
faturamento de táxi aéreo aumente 20% neste ano.
Sem revevar valores, a empresa declara que, em 2010, o montante faturado foi 35% maior do
que no ano anterior. Ecckmann
atribui o crescimento à recuperação da economia global e à
disparada do mercado nacional.
Segundo ele, porém, o avanço
da aviação executiva é contido
pela frágil infraestrutura dos aeroportos do país.
Os voos fretados são divididos
entre 2,5 mil aeroportos, que diz
o empresário, não têm condições
ideais de uso e prejudicam o andamento dos trabalhos. “Nossa
margem de lucro seria pelo menos 3% maior não fossem as despesas extras com manutenção de
aeronaves e combustível, que são
necessárias devido a má conservação dos aeroportos”, diz.
Fatores externos de lado, a
empresa aposta em continuidade
do crescimento nos próximos
anos devido à ascensão das classes sociais e ao aumento do número de negócios. “Ao mesmo
tempo que a classe C ganha importância na aviação comercial,
as classes A e B também aumentam seu poder aquisitivo e passam a ter mais condições de fretar aeronaves para agilizar seus
negócios”, diz Eckmann.
Agilidade
Uma viagem entre São Paulo e
Rio de Janeiro realizada por um
avião da companhia com capaci-
“
Margem de lucro
da companhia
poderia ser ao menos
3% maior não fossem
os gastos extras
com manutenção de
aviões ocasionadas
pela falta de
infraestrutura dos
aeroportos do país
Alexandre Eckmann
dade para oito passageiros custa
cerca de R$ 12 mil. Mas segundo
o empresário, há economia de
cerca de três horas no dia, o que
seria mais vantajoso para executivos de grandes corporações.
Eckmann diz que executivos
que usam o taxi aéreo como
principal transporte para seus
compromissos têm um ganho de
produtividade equivalente a dois
ou três meses por ano, o que possibilita maior número de negócios e mais tempo com a família.
Nordeste
O eixo Rio de Janeiro - São Paulo
concentra a maioria das operações da Colt Aviation, mas o exe-
cutivo acredita que a região
Nordeste deve ganhar espaço nos
próximos anos. “Cerca de 50%
da frota nacional está concentrada em São Paulo. O Rio de Janeiro
vem ganhando aceleradamente
seu espaço, mas o Nordeste é
alvo de muitos investimentos e
consequentemente de muitos
novos negócios”, diz.
Venda de aviões
Além do táxi aéreo, a companhia trabalha com a comercialização de aviões. Em 2010 foram
vendidas 10 aeronaves, número
que deve se repetir neste ano.
“Cada avião leva de dois a três
meses para ser trazido ao país, é
muita burocracia”, afirma o
empresário. O custo de cada aeronave comercializada pela Colt
Aviation varia de US$ 2,5 milhões a US$ 29 milhões.
Eckmann, que iniciou os negócios na Flórida (EUA) em 1997,
como importador de peças para
aviões, e somente em 2005 passou
a atuar diretamente no Brasil, usa
seu conhecimento para vender
aeronaves e diz que a possibilidade de trabalhar com marcas variadas diferencia a companhia dos
concorrentes. “Somos a única
empresa multimarcas do país.
Entendemos que o cliente deve
decidir o modelo e nós devemos
viabilizar a aquisição”, defende. ■
Sexta-feira e fim de semana,
Sexta-feira,
4, 5 e 6
4 de fevereiro, 2011 Brasil Econômico 23
Henrique Manreza
LOGÍSTICA
MONTADORAS
Transportadora Americana, de São Paulo,
abre filial em Itajaí, Santa Catarina
Grupo BMW anuncia recorde de
vendas na América Latina e Caribe
A expectativa é que a nova unidade realize por volta de 5 mil coletas
de materiais para ser transportados mensais. A Transportadora
Americana, que tem uma parceria comercial com a FedEx, possui
28 filiais, distribuídas nas regiões Sul e Sudeste, e planeja a abertura
de mais sete unidades até o final de 2011 nos estados do Paraná,
Espirito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A montadora informou que vendeu 22.235 veículos BMW e Mini, e 6.552
motocicletas na região. Este resultado representa um crescimento de
51% em relação ao ano anterior. Os mercados mais consistentes na região
foram Chile (2.240 unidades e alta de 102%), Argentina (4.279 e 57%),
Brasil (9.886 e 55%) e Colômbia (2.203 e 26%). A BMW atribuiu a alta
também aos modelos BMW X1, BMW X3, BMW Série 5 e Mini Countryman.
Divulgação
novo hangar
Murillo Constantino
Alexandre Eckmann, presidente
da Colt Aviation: expectativa de
vender 10 aeronaves neste ano
Frota de
aviação geral
do país é de 12
mil aeronaves
Aviação executiva
cresce 20% em 2011
Com 12 mil aeronaves, frota
brasileira é a segunda maior do
mundo, atrás apenas dos EUA
AEROPORTOS
FRETAMENTO
2.500
é o número de aeroportos
R$
12 mil
é o custo de uma viagem entre
disponíveis para aviação
executiva no país. No
segmento de aviação comercial,
o número cai para 100.
São Paulo e Rio de Janeiro
em uma aeronave fretada
pela Colt Aviation. O transporte
é feito para oito passageiros.
AERONAVES
MERCADO
10
unidades devem ser
50%
da frota nacional de aeronaves
comercializadas pela Colt Aviation
neste ano, mesmo número de
2010. Cada venda demora até
3 meses para ser negociada.
para viagem executiva está
em São Paulo. A expectativa é
de que o Nordeste ganhe força
com novos negócios na região.
Menos de 2% dos 5.560 municípios do país são destinos da
aviação comercial. Para buscar
novos negócios e alcançar pontos longínquos, a aviação geral,
conhecida como executiva, ganha destaque no cenário nacional e deve crescer 20% neste
ano, em relação ao ano passado
— número quatro vezes maior
do que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB), de 5%.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Aviação
Geral (Abag), Francisco Lyra, a
aviação geral cobre 78% do território do país e possui 4 mil
pontos de pouso no Brasil, sendo mil deles pavimentados.
De acordo com ele, a extensão territorial no país e o fato de
apenas 124 cidades do Brasil serem destino da aviação comercial fazem com que executivos
optem por fretamento de aeronaves. “Todo investimento produtivo é negociado presencialmente. A aviação geral possibilita economia de tempo e acesso
a destinos não atendidos pela
aviação comercial”, diz Lyra.
Além disso, o presidente ressalta que a cotação do dólar e a
possibilidade de financiamentos
“
Enquanto um marco
regulatório não for
criado para proteger
os investimentos
privados, a situação
aérea do país não será
diferente. A Copa do
Mundo e a Olimpíada
serão apenas agentes
de reforço deste caos
Francisco Lyra,
presidente da Abag
também impulsionam a aquisição de aeronaves. Há dois anos,
a fila para se comprar um avião
era de quatro a cinco anos. Hoje
o processo é feito em meses e a
grande oferta diminuiu o custo
das aeronaves.
A frota geral do país é de 12
mil aeronaves, enquanto todas
as companhias de aviação comercial somam 600. Lyra explica que a aquisição de jatos é tendência do mercado. “Quando
um executivo voa mais do que
200 horas por ano fica vantajoso
adquirir um avião.”
O Brasil tem a segunda maior
frota de aeronaves executivas do
mundo, atrás apenas dos EUA.
Para Lyra, mais do que aquisições, nos próximos anos haverá
uma renovação na frota. “Atualmente apenas mil aeronaves do
país possuem motores com sistema de reação, movidos por
querosene. A tendência é que os
demais, movidos a gasolina verde, sejam substituídos.”
O presidente afirma que a
aviação geral só não registra índices maiores pela falta de infraestrutura aeroportuária. “A
Infraero tem US$ 6 bilhões para
investir e a burocracia impede
os aportes. Enquanto um marco
regulatório não for criado para
proteger os investimentos privados, a situação aérea do país
não será diferente.” ■ M.L.
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