SEXTO ENCONTRO SME – SVMA
DIFUSÃO DA CARTA DA TERRA
ABRIL DE 2008
RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1º Encontro:
Interconexão, teia da
vida
Outubro de 2007
4º Encontro:
Respeito à comunidade
da vida
Cultura humana,
Consumo e desperdício
Fevereiro de 2008
2º Encontro:
Respeito à comunidade
da vida
Biodiversidade
Novembro de 2007
5º Encontro:
Respeito à comunidade
da vida
Diversidade Humana
Março de 2008
3º Encontro:
Respeito à comunidade
da vida
Abordagens pedagógicas
Consumo
Dezembro de 2007
6º Encontro:
Respeito à comunidade
da vida
Diversidade
Brasil e São Paulo
Abril de 2008
Planejamento do Encontro
Objetivo:
Ampliar a percepção sobre a história das culturas humanas e de suas
contribuições à civilização mundial contemporânea para a valorização e o
respeito à riqueza que a diversidade representa.
Conteúdo Programático:
I) Brasil
1.
2.
3.
4.
Cultura Brasileira – O Espetáculo das raças
O povo Brasileiro – Darcy Ribeiro
Dados culturais – Brasil Socioambiental
O Brasil cosmopolita
II) Culturas de São Paulo
1.
2.
3.
História
Cosmopolitismo
Século XXI ?
III) Dinâmicas
1.
Arvore Genealógica pessoal
1. De onde viemos?
2. Quem somos?
3. Para onde queremos ir?
IV) Documentário
1. Uma força mais poderosa e/ou Carta da Terra e/ou Texto A Casa
Mundial (Martin Luther King Jr).
Bibliografia II :
GAMBINI, Roberto
1999 Brasil Outros 500. São Paulo: Senac.
2000 O espelho índio. São Paulo: Axis Mundi.
RIBEIRO, Darci
1995, O Povo Brasileiro
DISKIN, Lia; ROIZMAN, Laura G.
2002 Paz como se faz? Semeando cultura de paz nas escolas. Rio
de Janeiro:Unesco, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Palas Athena
disponível em:
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130851por.pdf.
-GUTIÉRREZ, Francisco; PRADO, Cruz Ecopedagogia e cidadania
planetária. São Paulo: IPF/Cortez. 1998
WEIL, Pierre. A arte de viver em paz – por uma nova consciência e
educação. São Paulo:Ed. Gente, 1993
-XAREZ, Jesus. Educar para a Paz em Tempos Difíceis. Ed. Palas Athena , 2007
-ABRAMOWICZ, Anete; SILVÉRIO, Valter Roberto. Afirmando diferenças:
montando o quebra-cabeça da diversidade na escola. Campinas: Papirus,
2005. 108p. (Papirus Educação)
-BELINKY, Tatiana. Diversidade. São Paulo: Quinteto Editorial, 1999.
- MARTINS, Maria Helena Pires. Somos todos diferentes – convivendo com a
diversidade do mundo. São Paulo: Moderna, 2001.
- DINIZ, Margareth. Identidade e valorização do professor e da professora
no processo de inclusão: desafios e perspectivas. Disponível em:
<http://www.proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/palestras/palestra2.doc>
Sites
http:/www.cartadaterra.org Sítio onde está disponível, em diversas linguas, a
Carta da Terra e outros documentos.
http://www.comitepaz.org.br/ Sítio do Comitê Paulista pela Década de Cultura
de Paz. Traz documentos, artigos e
entrevistas na íntegra.
http://www.educapaz.org.br/
Sítio da ONG Educadores para a Paz, a qual
tem por objetivo contribuir para a prevenção e o combate à violência e promover
o desenvolvimento da educação para a paz.
http://www.geocities.com/pluriversu/dialogo.html Sítio que traz artigos de
filósofos e estudiosos.
http://geracaodepaz.globo.com/ Sítio do projeto Geração de Paz, das
Organizações Globo.
http://www.greenpeace.org/international/ Sítio da organização
ambientalista Greenpeace.
www.ipaz.org. Sítio da ONG I Paz, organização fundada por profissionais
de comunicação.
http://www.palasathena.org.br/ Sítio do Instituto Palas Athena, que
promove, agencia e incuba programas e projetos nas áreas de educação,
saúde, direitos humanos, meio ambiente e promoção social, com a
finalidade de aprimorar a convivência humana por meio da aproximação de
culturas e articulação dos saberes.
http://www.soudapaz.org/ Sítio do Instituto Sou da Paz, que tem como
missão contribuir para a efetivação no Brasil de políticas públicas de
segurança e prevenção da violência que sejam eficazes e pautadas pelos
valores da democracia, da justiça social e dos direitos humanos, por meio
da mobilização da sociedade e do Estado e da implementação e difusão de
práticas inovadoras nessa área.
http://www.unesco.org.br/ Sítio da Unesco no Brasil – Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
http://www.upeace.org/ Sítio da Universidade para a Paz, com sede na
Costa Rica.
Cultura Brasileira
O que é cultura?
O que é cultura?
• Sociologia - o conceito de cultura tem um sentido diferente
do senso comum. Simboliza tudo o que é apreendido e
partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que
confere uma identidade dentro do seu grupo de pertença.
• Filosofia - cultura é o conjunto de manifestações humanas
que contrastam com a natureza ou comportamento natural.
• Antropologia - esta ciência encara a cultura como o
totalidade de padrões apreendidos e desenvolvidos pelo
ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward
Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa
especificamente do estudo da cultura) a cultura seria “o
complexo que inclui conhecimento, crenças, arte,
morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos
adquiridos pelo homem como membro da sociedade.”
Portanto corresponde, neste último sentido, às formas
de organização de um povo, seus costumes e tradições
transmitidas de geração para geração que, a partir de
uma vivência e tradição comum, se apresentam como a
identidade desse povo.
Principais características
Mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio
de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que
uma possível evolução biológica. O homem não precisou,
por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas
camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes
mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de
roupas, do fogo e de habitações.
Mecanismo cumulativo: As modificações trazidas por uma
geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura
transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais
adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas
gerações.
“A visão funcional da cultura repousa no principio de que em qualquer tipo de
civilização, cada costume, objeto material, idéia ou crença, satisfaz alguma
função vital, assim como certas tarefas realizadas representam uma parte
indispensável para todo o trabalho”.
B. Malinowski
[Do lat. cultura.] O conjunto de características humanas que não são inatas, e
que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e
cooperação entre indivíduos em sociedade.
www.geocities.com/RainForest/Canopy/9555/glossario_ambiental.htm
Reflexo e prefiguração, em cada momento histórico, das possibilidades de
organização da vida cotidiana; composto pela estética, sentimentos e
costumes mediante os quais uma coletividade reage diante da vida que lhe é
oferecida objetivamente pela economia...
www.geocities.com/projetoperiferia5/definicoes.htm
conjunto dos elementos materiais e espirituais que as gerações recebem e
incorporam das anteriores e transmitem às gerações subsequentes
web.rcts.pt/~pr1254/Glossario/glossario.htm
“Os seres humanos são desiguais ou diferentes em muitas coisas que os
hierarquizam entre si. Isso é indiferente em certos casos, positivo em alguns e
inaceitável sob o ponto de vista ético, em outros.”
GIMENO SACRISTÁN, 2002
“Aprender a conviver significa conciliar a relação igualdade e diferença.”
XESUS JAREZ. 2007
O paradoxo (complementar) da unidade na diversidade
• Globalização
- homogeneização de produtos (bens, serviços, cultura, tecnologias e
identidades) e consumidores – viés economicista;
- compartilhamento de culturas e conhecimentos (informatica, ONU, ONGs
e etc.)
• Localismo como reação a homogeneização da globalização:
Valorização da historia e identidades locais para enfrentar a alienação e
simultaneamente para reforçar a unicidade local na competitividade
global ex: selos de Identificação de origem, valorização cultural e
histórica como patrimônio coletivo e etc.
• Cosmopolitismo: Valorização de identidades específicas com a
finalidade de discussão dos estereótipos e da participação em espaços
de poder para a partir disso existirem bases para um contrato social
inclusivo.
• Superetnias do Brasil:
54,6% - Brancos
6,3% - Preta
39% - Parda
0,4% - Amarela
0,2% - indígena
- Paradigma da simplificação: Cor Superetnia?
- Quem fez essas categorias? Por que?
- Início do séc.XX: Branqueamento
necessário da população ...?
• 227 povos indígenas – 480 mil
indivíduos – 180 línguas
• 2.847 comunidades Quilombolas –
52.937 famílias – 24 Estados
Identidade e função do sistema de ensino no séc.XXI
• Funções históricas do sistema de ensino no sec.XX no Brasil:
- Republica Oligárquica/velha (1889 – 1930) – escola para a elite, formação de
quadros dirigentes. Predomínio da engenharia, medicina e direito;
- Industrialização do País (1930-1980) – sistema de ensino como formador de
mão de obra operaria e dirigente para o mercado de trabalho;
- Crise do sistema de ensino (desde 1980) – Inabilidade sistêmica em
acompanhar as novas tecnologias e transformações socioeconômicas,
sucateamento da qualidade de ensino, desvalorização do profissional de ensino
e alienação quanto a seu papel social.
• Possíveis tendência: Num mundo aonde não há mais o monopólio do saber pelo
sistema de ensino, já que as mídias educam, informam e influenciam, o possível
papel do sistema de ensino seria coordenar essas informações, tecnologias e
conteúdos dando-lhes um sentido coletivo e critico para construção e
fortalecimento permanente da estrutura social desejável.
• Escola como depositaria social ou um espaço para novos contratos sociais?
• Brasil: cerca de 186 milhões de habitantes,
segundo estimativa do IBGE, 2006
• Seis grandes ondas migratórias:
1) Povos indígenas, autóctones do Brasil, possivelmente
descendentes de grupos humanos que migraram da Ásia. Estimase que eram 5 milhões quando os portugueses chegaram.
2) Colonos portugueses, desde 1500 até a independência em 1822
3) Africanos trazidos como escravos, num período de tempo que
durou de 1530 à 1850 – Ultimo pais a acabar com a escravidão. 5
milhões de negros trazidos durante 3 séculos
4) Diversos grupos de imigrantes vindos principalmente, da
Europa, Oriente Medio, Ásia e que começaram a chegar ao Brasil
entre o final do século XIX e meados do século XX.
5) Imigrações recentes de diversas partes do mundo, sobretudo da
America Latina.
6) Migrações internas pelo Brasil.
Os que vieram...
FRANCESES
ESPANHÓIS
África
JUDEUS
CHINESES
INDIANOS
ÁRABES
HOLANDESES
INGLESES
ALEMÃES
GREGOS
ITALIANOS
SÍRIOS
COREANOS
ESTADUNIDENSE
JAPONESES
Os que já estavam aqui...
"Nós, brasileiros, somos um
povo em ser, impedido de sêlo. Um povo mestiço na carne
e no espírito, já que aqui a
mestiçagem jamais foi crime
ou pecado. Nela fomos feitos
e ainda continuamos nos
fazendo. Essa massa de
nativos viveu por séculos sem
consciência de si... Assim foi
até se definir como uma nova
identidade étnico-nacional, a
de brasileiros...“
Darcy Ribeiro, em O Povo
Brasileiro
http://noticias.usp.br/arquivos/RR__5670_ccint01.jpg
Do ponto de vista cultural, os índios brasileiros já participavam de
uma grande diversidade de nações, com línguas e costumes
distintos
Os portugueses trouxeram para o Brasil séculos de integração
genética e cultural de povos europeus, como os celtas e os
lusitanos. Embora os portugueses sejam basicamente uma
população européia, traziam o legado de séculos de convivência
com mouros do norte da África e com judeus.
Os escravos africanos trazidos ao Brasil pertenciam a uma
diversidade de etnias e nações. A maior parte eram originários de
Angola, Congo e Moçambique. Em alguns lugares, porém,
predominaram africanos da Nigéria e Daomé
Miscigenaram-se portugueses, índios e africanos, formando a raiz
étnica do povo brasileiro.
Entre o final do século XIX e o início do século XX muitas ondas
migratórias de outros povos europeus chegaram ao Brasil e,
também, se miscigenaram.
O antropólogo e psicanalista Roberto Gambini,
falando sobre a alma brasileira, considera que
nossa “mãe” índia foi dizimada e a “mãe” negra
escravizada pela dominação do “pai” branco,
europeu.
Traços culturais das tradições indígenas e
africanas foram sufocados pela imposição da
fé, dos hábitos, da cultura e do poder de
controle e de mando do colonizador europeu.
Parte desses traços culturais resistiu por meio
do sincretismo religioso.
O fato de esses traços resistirem também na
culinária e em algumas artes revela a
transmissão da herança da linha matrística de
que fala Maturana (Gambini, 1999 e 2000).
IARA, MÃE D´Á GUA : mito de nossa “ mãe
integrada à natureza.
ancestral índígena”,
Conta a lenda que cada fonte, cada manancial, tem a sua mãe
d´agua. quando a mãe se afasta a fonte seca
O dominador dizimou a população indigena, mas também deitou-se
com ela. Mesclou o mito de iara com o mito das sereias, que levam
os homens para o fundo do mar. Relido, o mito diz que a mãe leva
crianças para o fundo da água para ensinar a usar as ervas para a
cura
A alma brasileira dessa era começa a formar-se nesse processo.
Mas esses índios que morriam sobreviviam naqueles mestiços que
nasciam. Somos nós que carregamos no peito esses índios, os genes
deles para reprodução e a sabedoria deles da mata. O Brasil só é
explicável assim, é uma coisa diferente do mundo. Darci Ribeiro (O
Povo Brasileiro)
“O drama do Brasil é que o valor da mãe foi negado. As mães do
século XVI tinham amor pelo filho híbrido que tinham. Mas a mulher
que se acasalava com um branco e era batizada não era aceita de
volta em sua tribo de origem. Os pajés percebiam que os
missionários, ao batizar os índios, os destruíam. E os missionários
como que arrancavam mulheres das tribos para acasalar com os
brancos. Essas mulheres perdem seu ponto de apoio e se tornam
destribalizadas, sozinhas e enfraquecidas. E o filho bastardo,
híbrido, não vai se identificar nem com a mãe nem com o pai.
Identificar-se com a mãe seria dizer ‘eu também sou índio’, seria
receber a transmissão da cultura através da mãe. Mas a cultura
indígena é a cultura do vencido. A mãe é uma derrotada, sem voz no
destino dos filhos e não exerce a maternidade de modo pleno. Não
conseguimos ver que nosso grande ventre é índio.”
Nós temos inclusive uma relação estranha com o mato, com floresta.
No interior a preocupação principal é asfaltar as ruas, tirar o mato,
porque isso vira sinal de civilização. Parece melhor esquecer isso
tudo. Reconhecer a mãe, sobretudo, nos daria amor próprio. Como
povo híbrido, é importante ver não apenas que temos uma mãe
biológica, mas que somos herdeiros de uma ancestralidade
antiquíssima. Os 6 a 12 milhões de índios que viviam aqui até a
chegada dos portugueses se distribuíam em mais de mil grupos
culturais.
Roberto Gambini, entrevista à Isto É 1578, 29/12/1999
A “mãe negra”, vem da África, vem a trabalho,
vem escravizada.
O dominador se deita com essa “mãe”, que
alimenta no seu seio filhos negros, mulatos e
brancos e transmite sua cultura
IEMANJÁ, a deusa da fertilidade, das
águas, vai se refletindo os traços
desses novos filhos.
Ressurge também nas águas, como
iara. Ganha uma figura branca, que se
encontra de norte a sul do Brasil.
“(...)Mas essas molecas pariam
filhos, e quem era o filho? Era
como o filho da índia. Ele não
era africano, visivelmente. Ele
não era índio. Quem era ele ?
Ele
também
era
um
"zé
ninguém" procurando saber o
que era. Ele só encontraria uma
identidade no dia em que se
definisse o que é o brasileiro. “
"No princípio eram principalmente índios nativos e uns poucos brancarrões
importados. Depois, principalmente negros, vindos de longe, africanos.
Mas logo, logo, veja só: eram multidões de mestiços, crioulos daqui
mesmo."
Trecho do livro O Povo Brasileiro
“A mãe negra era mais visível porque estava mais perto da
casa branca. Ela também é uma vencida. O homem branco
reconhece que ela garante um bom colo a seu filho. A mãe
negra tem mais calor que a mãe branca. Eu não a comparo
com a índia. No cenário da casa grande e da senzala, a
índia já está diluída. Talvez por isso não esteja no nosso
imaginário. E é um drama da nossa história negar a
origem, a mãe.”
Roberto Gambini
NOSSA SENHORA CONCEIÇÃO APARECIDA
Essa imagem é uma Nossa Senhora da Conceição
adolescente, moldada com barro, tem flores na roupa e
sorri.
É uma figura da tradição européia.
Encontrada nas águas por pescadores da terra, que têm
em seu sangue a mãe índia, a mãe negra e a mãe
branca., enegrecida pelo incenso da sua devoção,
transforma-se na imagem da MÃE PADROEIRA DO
BRASIL
Ganha manto e coroa de
rainha, mas traz do barro
que é feita, na água em que
habitou, na fumaça das luzes
votivas em que se enegreceu
a singular amálgama que
caracteriza a alma brasileira.
"Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e
índios supliciados. Como descendentes de escravos e de
senhores de escravos seremos sempre marcados pelo exercício
da brutalidade sobre aqueles homens, mulheres e crianças. Esta é
a mais terrível de nossas heranças. Mas nossa crescente
indignação contra esta herança maldita nos dará forças para,
amanhã, conter os possessos e criar aqui, neste país, uma
sociedade solidária ".
Darci Ribeiro, O Povo Brasileiro
“Os brasileiros se sabem, se sentem e se comportam como uma só
gente, pertencente a uma mesma etnia. Essa unidade não significa
porém nenhuma uniformidade. O homem se adaptou ao meio ambiente
e criou modos de vida diferentes. A urbanização contribuiu para
uniformizar os brasileiros, sem eliminar suas diferenças. Fala-se em
todo o país uma mesma língua, só diferenciada por sotaques regionais.
Mais do que uma simples etnia, o Brasil é um povo nação, assentado
num território próprio para nele viver seu destino.”
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/estudosbrasileiros/povobrasileiro/povobrasileiro3.htm
Culturas de São Paulo - SP
A DIVERSIDADE EM SÃO PAULO
Tarsila do Amaral, Operários, 1933
SÂO PAULO - História
O sítio original de São Paulo, onde, em 1554, foi fundado o colégio, são as terras
de Piratininga, colina alta e plana, cercada por dois rios: o Tamanduateí e o
Anhangabaú. Os índios viviam ali da oferta da Mata Atlântica e dos rios. Mais
tarde, os colonizadores,embora também buscassem na floresta carne, peixes e
raízes, introduziram o cultivo de trigo e de outras espécies endógenas e
exógenas e a criação de suínos, carneiros e ovelhas. O espaço ocupado pela
cidade foi lentamente se expandindo, até que, no último século, a
industrialização trouxe um crescimento acelerado. Entre 1990 e 2000, a cidade
perdeu um quinto de sua mata.
A cultura da dominação presidiu a
subjugação de nossos antepassados
índios e negros.
Na relação com migrantes nordestinos
a partir da década de 1940E
Essa cultura da dominação expressouse na sua absorção como mão-de-obra
barata para a construção civil e em
serviços braçais, sem a respectiva
integração
nas
oportunidades
de
fruição de riquezas da cidade.
A visão utilitária dos grupos mais
vulneráveis pelos grupos dominantes
da sociedade ganhou até mesmo
legitimidade a bordo das práticas da
sociedade industrial e de serviços.
Já no século XIX chegaram,
atraídos pela cultura do
café, levas de imigrantes de
várias partes da Europa e
da
Ásia.
Desde
1870,
aproximadamente
2,3
milhões
de
imigrantes
chegaram ao Estado, vindos
de todas as partes do
mundo.
Em 1895, a população de
São Paulo era de 130 mil
habitantes, sendo 71 mil
estrangeiros,
principalmente
portugueses,
italianos,
espanhóis,
alemães,
judeus, sírios, libaneses e
japoneses.
O século XX foi o da migração
interna, principalmente a partir
dos anos 1930, quando, em
virtude das oportunidades de
emprego, é intenso o fluxo para
São Paulo de brasileiros do
Norte
e
do
Nordeste,
principalmente dos Estados da
Bahia, Pernambuco, Paraíba e
Alagoas, e também do norte de
Minas Gerais (região Sudeste).
Em cinqüenta anos, São Paulo
tornou-se
a
maior
cidade
nordestina
do
país.
Suas
tradições e costumes permeiam
a vida paulistana.
Outras ondas de imigração,
mais recentes, resultaram em
uma colônia de mais de 60 mil
pessoas de origem sul-coreana
e, também, de chineses e de
latino americanos.
O caldeirão étnico e cultural é, portanto, assim formado:
• primeiros séculos da colonização: miscigenação entre índios, europeus e negros;
• século XIX: levas de imigrantes europeus e asiáticos formam, ao longo de um
século, milhares de novas famílias, com descendentes de europeus, árabes,
asiáticos, africanos e mamelucos, mulatos e cafuzos brasileiros;
• século XX: forte migração interna de brasileiros do Norte e Nordeste e novos
imigrantes, como coreanos, chineses e latino-americanos.
Escalas de São Paulo
AGLOMERADOS URBANOS
PAÍSES
POPULAÇÃO (EM MILHÕES)
Tóquio
Japão
26,4
Cidade do México
México
18,1
Bombaim
Índia
18,1
Brasil
17,8
Nova Iorque
Estados Unidos
16,6
Lagos
Nigéria
13,4
Los Angeles
Estados Unidos
13,1
Calcutá
Índia
12,9
Xangai
China
12,9
Buenos Aires
Argentina
12,6
São Paulo
(2)
(1)
Fonte: ONU / IBGE / Fundação Seade.
(1) Aglomerado Urbano é o território contíguo habitado com densidade residencial,
desconsiderando-se os limites administrativos;
(2) Refere-se à Região Metropolitana de São Paulo.
Continuando...
POPULAÇÃO RESIDENTE (EM MILHÕES DE HABITANTES)
Área
abrangida
1960
1970
1980
1991
1996
2000
Brasil
70,191
93,139
119,003
146,825
157,080
169,799
Estado de
São Paulo
12,824
17,772
25,041
31,589
34,121
37,032
Região
Metropolitan
a de São
Paulo
4,791
8,140
12,589
15,445
16,583
17,879
Município de
São Paulo
3,783
5,825
8,493
9,646
9,839
10,434
Fonte: IBGE, Censos demográficos.
Cidade Cosmopolita – Cidade do Mundo
Download

CARTA DA TERRA - ensinoreligiosonreapucarana