Ano I - Número 02
28 de fevereiro a 13 de março/2005
Entrevista
Dom Bruno
denuncia
injustiça social
No mês em que foi lançada a Campanha da Fraternidade de 2005, o arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da
Universidade, Dom Bruno
Gamberini, fala sobre a violência e a impunidade no
País e a expectativa de participação da comunidade
universitária na campanha.
Página 06
O 'bixo' da Faculdade de Psicologia, Arthur Eduardo Elias Ricardi, recebeu o Trote Solidário
na Casa da Criança Meimei; cerca de seis mil alunos lotaram as ruas do Bairro Botafogo
Universitários
'invadem' Campinas
Cerca de 65 mil estudantes movimentam a economia da cidade,
representando 4,5 % no faturamento do comércio e serviços
Festas, confraternizações e pedágios nos semáforos alteraram a rotina da cidade nas duas últimas semanas. Os
campineiros divergem quanto à chegada dos estudantes,
mas dados da Associação Comercial de Campinas (ACIC)
revelam o impacto positivo na economia desencadeado
por eles. Na PUC-Campinas cerca de 20 mil alunos de
graduação participaram também de diversas atividades
de integração. Entre elas, o Trote Solidário que deu um
banho de cidadania e civilidade. O início das aulas teve
ainda um tom de celebridade, garantido pela cantora
Sandy, aluna da Faculdade de Letras.
Páginas 04 e 05
ALUNOS DO PROUNI - O ano letivo
começa hoje para os alunos
contemplados pelo Programa
Universidade para Todos (ProUni). Eles
foram aprovados na primeira seleção, que
aconteceu no último dia 19 no prédio de
Letras (Campus Central) e contou com
209 inscritos. A PUC-Campinas oferece
ao todo 513 bolsas integrais dentro desse
programa. Destas, 103 foram destinadas
aos calouros aprovados no Vestibular-2005
e alunos do 2º e 3º anos. Todos atendem
às exigências definidas pelo Ministério da
Educação (MEC). As demais bolsas serão
preenchidas a partir de uma segunda
seleção ainda não agendada.
Dom Bruno Gamberini
Opinião
"...o ProUni é a porta que se
abre para um contingente
populacional desfavorecido.
Iniciativa dessa natureza tem
de ser aplaudida, porque,
apesar de ser incipiente, abre
horizontes para jovens que não
teriam outra chance de fazer
curso superior". Por Clemente
Ivo Juliatto, reitor da PUCPR.
Página 03
A cantora Sandy saindo do prédio de Letras no último dia 22
MURAL
Ding-Dong (acima) é um
dos mais expressivos
percussionistas de Campinas.
Na contramão da chiadeira
da classe musical, ele garante
que não faltam espaços na
cidade para apresentações.
Opinião compartilhada pelo
funcionário da Universidade,
Henrique Daniel Moraes, que
encontrou na música o
motivo para sua reabilitação.
Página 07
02
28 de fevereiro a 13 de março/2005
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Universidade é diversidade
C
ampinas recebe um novo impulso no início de cada ano,
com a chegada dos universitários. Num piscar de olhos,
toda a cidade começa a se transformar. Por toda parte
se faz notada a alegria festiva dos jovens. Inclusive nas entidades assistenciais, nas quais são cada vez mais freqüentes as ações
do Trote Solidário, quando os calouros são recepcionados com
exercícios de cidadania. A programação cultural da cidade também tem novo impulso nesta época, já que os estudantes se constituem em um dos seus públicos mais importantes. Outros segmentos da economia são igualmente aquecidos por esses jovens
ávidos por vários serviços. Nossos alunos têm origens cada vez
mais diversas - o que muito nos felicita, pois comprova a nossa
crescente contribuição para reduzir as diferenças sociais. Duas
reportagens desta edição são exemplares sob esse aspecto: uma se
refere aos nossos primeiros alunos bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a outra, à caloura de Letras, Sandy,
que é também uma das mais populares cantoras do País. Estejam
certos de que para ambos os casos ofereceremos oportunidades de
desenvolvimento e crescimento pessoal iguais. Ao contemplar
jovens com diferentes habilidades e talentos, com novos estilos de
vida, a Universidade ganha também vida nova. É por meio da
diversidade que reconhecemos e contemplamos o conjunto de diferenças latentes na sociedade. Formar pessoas diferentes é promover um mundo mais criativo, humano e aberto. Só promovendo a aproximação entre pessoas diversas poderemos reduzir as diferenças sociais. Em outras palavras: se somos um povo diverso,
é imprescindível que tenhamos uma compreensão da diversidade enquanto valor. E tudo que for motivo de desigualdade e
exclusão estará em sentido oposto às características do nosso
povo. Em nossas salas de aula e em nossos programas de pesquisa e extensão, todo aluno decidido a encontrar seu espaço na
Universidade compreenderá que nossas ações estão norteadas pelo
desejo de corrigir as distorções, para que a diversidade seja valorizada. Sob essa compreensão da pluralidade social e cultural
que caracteriza nossa sociedade, empenhamo-nos em promover o talento de cada aluno, procurando ajudá-lo a explorar
suas possibilidades, potencialidades e, sobretudo, a riqueza de
ser diferente.
Reitor da PUC-Campinas
Padre José Benedito de Almeida David
Notas
GAS cadastra doadores de sangue
O Grupo de Ação Solidária
(GAS), constituído por funcionários e docentes da Universidade,
inicia a partir de amanhã o cadastramento de doadores de sangue,
primeira iniciativa do gênero na
PUC-Campinas. De acordo com
Otávio Campos Pinheiro, gerente de Recursos Humanos, "todos
os funcionários devem receber
em março um formulário anexado ao holerite. Depois de
preenchido, ele deve ser enviado para a Gerência de Recursos
Humanos ou para a Pastoral Universitária".
Todos os cadastros ficarão à disposição do
Hospital e Maternidade Celso Pierro, que
terá um valioso instrumento para contatar
potenciais doadores em ocasiões críticas,
quando o estoque de sangue baixa. Os doadores devem pesar no mínimo 60 quilos e
ter entre 18 e 65 anos.
>> Serviços
Informações: (19) 3756 7229 e [email protected]
Seminário debate
expansão do agronegócio
A agroindústria é o principal setor de exportação do País. Em 2004, o segmento foi responsável pelo superávit de 33,7 bilhões de dólares na balança comercial. Dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam um crescimento recorde de 5,3% do
agronegócio no ano passado. Atenta ao crescimento desse setor, a PUC-Campinas realiza no
próximo dia 4 o seminário O Agronegócio Brasileiro no início do Século XXI, que abordará temas
sobre gestão e tendências do setor. O evento é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão e
Assuntos Comunitários (Proext) com apoio da Fundação Fórum Campinas. O Ministro da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, deve ministrar a conferência de
abertura do seminário. De acordo com o diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da
PUC- Campinas, Cândido Ferreira da Silva, a expectativa para 2005 é que o agronegócio
continue em expansão. "Esse seminário marca a entrada da Universidade na área ", ressalta
o professor. O evento acontece no Auditório Dom Gilberto e na Sala 900 do Prédio H2
(Campus I), das 8h às 17h, e é aberto à participação de produtores, empresas, cooperativas,
alunos, professores e outros profissionais ligados ao setor agrícola.
>> Serviços
Inscrições: www.puc-campinas.edu.br/extensao/agronegocio
Matrícula on-line
tem 80%
de adesão
Campus II
inaugura Biblioteca
Setorial
A Universidade inovou em
sua matrícula acadêmica.
Neste ano, os veteranos
tiveram a possibilidade de fazer
os requerimentos de inclusão/exclusão das disciplinas pela
Internet. Durante o processo,
que acorreu no final de
janeiro, os pedidos foram
remetidos aos diretores de
faculdade. A iniciativa teve a
adesão de 80% dos alunos.
Pelo processo anterior, os
alunos tinham somente a
possibilidade de confirmar a
grade horária sugerida pela
Universidade. Caso quisessem
fazer alguma alteração, tinham
de encaminhar pessoalmente
os requerimentos às secretarias
acadêmicas, procedimento
feito por apenas 20% dos
veteranos que perderam o
prazo este ano. De acordo com
a Pró-Reitoria de Graduação,
os diretores acompanharam
em tempo real os
requerimentos, o que
possibilitou a abertura de
novas turmas para as
disciplinas mais demandadas.
Os pedidos puderam ser feitos
de qualquer computador
conectado à Internet. Para
aqueles que não tinham
computadores, a Universidade
disponibilizou os laboratórios
dos Centros.
A inauguração do
novo prédio
da Biblioteca Setorial
do Campus
II deve acontecer no dia
1º de março.
O prédio tem cerca de 3.500 m² de
construção, em quatro pisos, e abriga
o acervo das faculdades que integram
o Centro de Ciências da Vida (CCV).
As chuvas atrasaram as obras em janeiro. "Nós tivemos 36 dias de chuva seguidos, o que acabou atrasando a entrega da obra por parte da engenharia",
explicou a diretora Sistema de
Bibliotecas e Informação (SBI), professora Rosa Maria Vivona Bertolini
Oliveira.
A transferência do acervo, que
envolve o trabalho de higiene, empacotamento e transporte de mais de 130
mil documentos, vem sendo feita desde o dia 10 de fevereiro. Os alunos ficaram desde o fim de janeiro sem utilizar os serviços das bibliotecas do
Campus II. Aqueles que deveriam ter
devolvido algum material após o dia
21 de janeiro deverão comparecer à
biblioteca no dia 1º de março para
regularizar a situação com isenção de
multas.
>> Serviços
Informações: (19) 3729-8550 e
[email protected]
Expediente
Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello;
Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390);
Redatores - Du Paulino, Eunice Gomes, Aderval Borges, Marcelo Sacrini e Fábio Guzzo; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de fotos Marcelo de Toni Adorno e Ricardo Lima; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas,
mail: [email protected]
Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-m
03
Jornal da PUC-Campinas
28 de fevereiro a 13 de março/2005
Opinião
As Comunitárias e o ProUni
A
Clemente Ivo Juliatto
iniciativa do Ministério da
Educação de instituir o Programa
Universidade para Todos (ProUni)
é projeto louvável de inclusão social. Apesar
de existirem aspectos que podem ser discutidos e aperfeiçoados, tem méritos, porque abre a possibilidade de estudo para
muitos jovens que não têm condições de
ingressar em uma universidade pública, que
é gratuita, mas muito competitiva. Em face
de as vagas serem reduzidas nas universidades públicas, muitos estudantes não têm
outra alternativa a não ser buscar a instituição particular, que é paga.
Temos consciência de que a educação
faz a diferença na vida dos cidadãos, seja
na dimensão pessoal, seja em âmbito profissional. Para formados em curso superior,
abrem-se mais perspectivas de trabalho e,
com isso, elevam-se os níveis social e econômico. Mas este não é o único benefício.
Pelo próprio privilégio de ter cursado universidade, o cidadão formado deve ser mais
solidário, dinâmico e colaborativo para o
desenvolvimento do País e da sociedade.
Como se vê, a educação proporciona uma
série de benefícios pessoais, familiares, sociais
e profissionais. Quem não tem acesso à
educação, fatalmente tem menos possibi-
“...as universidades
comunitárias e
filantrópicas se
desdobram para que
nenhum aluno
abandone os estudos...”
lidade de ascender na escala social. Nesse
sentido, o ProUni é a porta que se abre para
um contingente populacional desfavorecido.
Iniciativa dessa natureza tem de ser aplaudida, porque, apesar de ser incipiente, abre
horizontes para jovens que não teriam outra
chance de fazer curso superior.
Como as demais comunitárias, a PUCPR
aderiu ao ProUni, abrindo mais de 600 vagas
com bolsas integrais em todos os seus cursos de graduação. Participamos, porque
temos essa mesma filosofia do ProUni.
Atualmente, mais de 50% dos discentes
recebem algum benefício para estudar. A
bem da verdade, as universidades comunitárias e filantrópicas se desdobram para que
nenhum aluno abandone os estudos por falta de recursos financeiros, oferecendo bolsas
parciais e integrais.
As instituições comunitárias e filantrópicas têm um diferencial em relação às instituições de natureza mais lucrativa. As orga-
Espaço leitor
ÁLBUM DA GALERA
"Gostaria de saber se teria espaço para divulgar algumas fotos da primeira semana de
aula na Faculdade de Educação Física (Faefi)
e um pequeno texto sobre elas? É que de
14 a 18 de fevereiro a FAEFI inovou na primeira semana de aula, e realizou atividades
entre veteranos e calouros. Dessa maneira, a FAEFI espera ter contribuído para um
melhor ingresso dos novos estudantes, e a
partir da interação destes com os demais,
estar tornando o meio propício à convivência social cordial".
Thaís Helena Moura da Silva,
estudante da Faculdade de
Educação Física
NOTA DA REDAÇÃO - Thaís, agradecemos
sua sugestão. Você e sua galera ganham espaço nesta edição na seção Imagens (abaixo) ,
destinada à cenas antigas e atuais da
Universidade aberta à participação de toda
a comunidade.
ESTÁGIOS
"Estive na faculdade na primeira semana
de aulas e tive o privilégio de ler este jor-
nizações com fins lucrativos são empreendimentos de uma pessoa ou corporação;
cobram mensalidade e pagam impostos.
Aderindo ao ProUni, essas instituições podem
trocar impostos pela concessão de bolsas. As
filantrópicas e as comunitárias têm imunidade tributária por sua própria condição e
natureza. Por isso, elas têm obrigação de
praticar filantropia, concedendo 20% da sua
receita em forma de auxílio à população
carente. Essa filantropia pode ser de natureza variada, que vai de bolsas de estudo a
projetos sociais.
A adesão das instituições filantrópicas ao
ProUni direciona para bolsas de estudo um
volume maior de recursos do que aquele
que vinha sendo praticado. Como o ProUni
só vale para estudantes que estão ingressando no primeiro ano, os demais acadêmicos carentes que estão na PUCPR não
serão prejudicados.
Obrigatoriamente, estamos destinando
um reforço de verba para programas de
assistência ao estudante. Isso implica que
teremos de reduzir algumas atividades
sociais, comunitárias e ambientais para
poder beneficiar estudantes carentes. É fundamental entender que a inclusão social
não é só via educação, mas também por
meio da assistência à saúde e projetos sociais
de múltiplas naturezas.
Como ilustração, por conhecer a realidade e ser professor universitário, em recente visita à PUCPR, o ex-Presidente da
República Fernando Henrique Cardoso
manifestou, textualmente: "As universidades comunitárias são grande contribuição
do desenvolvimento no Brasil e as PUCs
fazem parte desse processo. Algumas universidades privadas são criticadas, porque
cobram muito e não têm resultados. As
comunitárias são demonstrações vivas de
sua complementaridade. Não há qualquer
oposição entre universidade pública e comunitária. Há certas áreas em que as universidades devem investir com atenção, não
só nas ciências naturais, físicas e em laboratório, mas também nas ciências humanas e na cultura."
Clemente Ivo Juliatto é reitor da PUCPR,
presidente do Círculo de Estudos Bandeirantes,
provedor da Santa Casa de Curitiba e
integrante da Academia Paranaense de Letras
Galeria
nal. Vocês estão de parabéns! Achei muito criativa a idéia de transformar as informações num único jornal, pois todos terão
acesso às notícias. Seria possível anunciar
alguns estágios ?"
Eloisa Aparecida Silva,
estudante da Faculdade de
Serviço Social
NOTA DA REDAÇÃO - Agradecemos sua
participação. Esclarecemos que os estágios oferecidos pela Universidade constam do site do
Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Por questões de espaço não podemos publicálos. Mas estaremos considerando sua sugestão
para adequações futuras. No site do CIEE você
poderá encontrar a lista de estágios. Informações:
www.ciee.org.br e [email protected]
e (19) 3756-7030/7009.
ENTREVISTA COM O REITOR
"Estou escrevendo para parabenizá-los pela
entrevista com o padre David, achei muito
completa e clara."
Mônica Michele de Souza,
estudante da
Faculdade de Direito
Bruno Momesso Bertolo, aluno
Faculdade de Direito
"Apesar de aparentemente a revista Antena ter
matérias mais profundas, prefiro este formato
de jornal. Como estou no último ano da
faculdade, tenho meu tempo comprometido
com os estudos. Para mim, quanto mais
informações diretas e objetivas, melhor".
Luiz Carlos de Freitas,
motorista da Universidade
"A publicação tem uma abordagem mais jornalística
do que a revista Antena. Gosto de iniciativas
inovadoras como esta. Além disso, a periodicidade
quinzenal vai trazer mais dinamismo para o jornal".
Fernando Mattos, professor do Centro
de Economia e Administração (CEA) e da
Pós-graduação em Ciência da Informação
"Gostei muito do jornal, não só por estar muito bem escrito,
mas pela abordagem de temas de interesse dos vários
segmentos da Universidade. Achei muito interessante a
entrevista com o reitor porque estamos em um momento de
muitas mudanças, que estão sendo conduzidas com cuidado
pelo padre David. Aprovo também o espaço dado aos
alunos. Vocês estão de parabéns!".
Imagens
“A vida, que
aguçando NOSSA
curiosidade,
nos leva AO
conhecimento;
nos faz
solidários; nos
torna ÉTICOS ”.
MERGULHO NA HISTÓRIA – A foto à esquerda é de maio de 1972, quando a piscina da Faculdade de Educação Física (Faefi) estava
sendo construída. Ao fundo, a terraplanagem para a construção das quadras de tênis, campo de futebol e pista de atletismo. À direita, os calouros da
Faefi posaram para a aluna Thaís Moura da Silva antes da partida de pólo aquático promovida durante as atividades de boas-vindas de 2005.
Paulo Freire (1921-1997). Um dos mais
expressivos educadores do século XX
04
28 de fevereiro a 13 de março/2005
Jornal da P
Alavanca
Os estudantes garantem o incremento de 4,5% no
faturamento do comércio e serviços; cada aluno
gasta em média R$ 960,00 mensais na cidade
Universitários aquecem
A
Fábio Guzzo
[email protected]
demilton José da Silva vende artesanato.
Fernando Freitas tem um restaurante.
Laércio Assoni administra prédios e Júlio
Creatto é motorista. Apesar de cada um
atuar em ramos diferentes da economia,
a clientela é a mesma: estudantes universitários. Atualmente, este é um dos filões mais promissores da economia de Campinas. Em dez anos o
número de universitários aumentou em 69% na cidade, chegando a 64,2 mil alunos de graduação, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep). Dados da Associação Comercial
e Industrial de Campinas (ACIC) indicam que os
universitários são responsáveis por 4,5% do faturamento do comércio e serviços da cidade. O levantamento aponta ainda que cada aluno gasta em média
R$ 960,00 mensais.
De acordo com o economista da ACIC, Laerte
Martins, responsável pela pesquisa realizada no
ano passado, o setor imobiliário é o mais favorecido com o início do semestre letivo. Somente na
PUC-Campinas, 48,5% dos estudantes são
'forasteiros'. Ou seja, as imobiliárias da cidade têm
quase dez mil potenciais locatários.
É fácil comprovar o aquecimento no setor imobiliário quando se analisam os bairros localizados
na regiões dos campi. Segundo o administrador de
prédios, Laércio Assoni, nos últimos três anos foram
construídos cerca de 40 novos prédios no Parque
das Universidades, bairro onde está localizado o
Campus I . "Fiquei uns quatro anos sozinho nesta
região. Não tinha nada; só mato. Mas hoje o pessoal está percebendo a potencialidade do bairro",
comenta Assoni, que administra há sete anos prédios no Parque das Universidades e no distrito de
Barão Geraldo.
Apesar de o ramo imobiliário ser o setor mais aquecido com a volta às aulas, outros segmentos também
lucram com os estudantes. Ademilton José da Silva, o
Tom, há 25 anos vende artesanato ao lado do portão do
Pátio dos Leões, no Campos Central. Tom acredita
que cerca de 80% de seus clientes sejam universitários.
"Na época das férias, como diminui o movimento, desço para trabalhar no Guarujá", revela.
Próximo à banca do Tom está outro empreendimento que tem 50 % de seu rendimento atrelado aos
estudantes. O Restaurante Palatus está aberto há 13 anos. "Quando não tem aulas, nem
abro à noite", afirma o proprietário Fernando
Freitas.
O setor de transporte também deve boa
parte de suas viagens às universidades campineiras. Júlio César Creatto transportava os
trabalhadores da Singer quando, com a diminuição das atividades da empresa, decidiu
circular na região do Campus I. "Trabalhar
com o público universitário é mais confortável. Durante as férias posso faturar com
outras viagens, levando o pessoal para praias
ou para o circuito das malhas e das águas",
esclarece.
Festa
Mesmo aquecendo a economia campineira, o
retorno das aulas, marcado por festas e confraternizações, incomoda algumas pessoas. A professora
aposentada Lourdes Baracat, moradora da região
central da cidade, reclama do trote nos semáforos.
Ademilton José da Silva (no alto, à e
artesanato próximo ao Campus Ce
Laércio Assoni (acima) assistiu à 'ex
mercado imobiliário na região do C
Festa da cidadania ofusca trote antigo
"Eu estava em dúvida quanto à profissão que havia escolhido. Mas vindo
aqui, tendo contato com estas crianças,
percebi que acertei ao escolher Psicologia", desabafa a caloura Maíra Fernanda
Marcatti. Ela participou no último dia
17 do Trote Solidário da Psicologia promovido na Casa da Criança Meimei,
creche que há 40 anos atende de forma
gratuita 165 crianças de três meses a seis
anos. O Trote Solidário promove a integração entre os universitários, 'bixos' e
veteranos, e a sociedade. Com raras
exceções, o Trote Solidário tingiu as primeiras semanas de aula com civilidade,
harmonia, alegria, descontração, responsabilidade social e cidadania.
Segundo o coordenador do Centro
Acadêmico de Psicologia, Leonardo
Bastos, a atividade do trote despertou
para a realidade profissional. "Trouxemos
nossos 'bixos' para conhecer uma proposta de entidade que desenvolve um
trabalho interdisciplinar. Porque esta é
a tendência no setor de saúde: tratar do
paciente de uma forma integrada, lançando mão de todas as áreas do saber".
Além da Psicologia, o Trote Solidário
contagiou boa parte do segmento estudantil da Universidade. A Faculdade de
Estudantes de Arquitetura foram à Il
Maíra Fernanda Marcatti distribui ca
05
PUC-Campinas
28 de fevereiro a 13 de março/20
economia de Campinas
esq.) vende
ntral há 25 anos;
plosão' do
ampus I
ha do Lago e a aluna
rinhos na creche Meimei
"É feio eles ficarem esmolando dinheiro
para comprar cerveja. Campinas já está
cheia de mendigos".
Alguns motoristas reclamaram também
da Festa do Trote 2005, promovida no primeiro dia de aulas ao redor do Bar Furlan,
localizado no Bairro Botafogo. Segundo
estimativa da Comissão Organizadora,
constituída por Diretórios Acadêmicos
(DAs) e Centros Acadêmicos (CAs) da
PUC-Campinas, cerca de 6 mil estudantes participaram do Carnaval fora de época. Alegria de muitos, dor-de-cabeça de
alguns. "Faz uma hora e meia que tento
andar 200 metros. Todo início de ano é
esta bagunça. É um absurdo", protestou o
motorista Edgard Rodrigo dos Campos.
Parada no engarrafamento atrás de
Campos, porém menos irritada, estava a
administradora Eliana Violin. "É a fase deles. Acho
que tem de aproveitar mesmo. Fazer faculdade é
somente uma vez na vida". A Empresa Municipal de
Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou
que foi interditada parte das ruas da região a pedido
dos estudantes.
Perfil socioeconômico dos
matriculados em 2005
Restaurante Palatus, localizado em frente do
Campus Central, fecha à noite no período de férias
'BIXETE' FAMOSA - Cercada por fãs e fotografada exaustivamente. Assim foi o primeiro
dia de aulas da cantora Sandy, da dupla Sandy & Júnior, no último dia 22 na PUC-Campinas.
Sandy é caloura do curso de Letras. Diferente do que ocorreu em 2000, quando entrou
em Psicologia na Universidade, ela pretende conciliar carreira e estudo. "Naquela época,
eu trabalhava demais: fazia novela, programa e tinha muitos shows. Agora, não estou
fazendo novela. Só tenho shows e outros programas de televisão para fazer, o que
normalmente faz parte da minha agenda", afirma. A cantora comenta que nos últimos
anos reavaliou seus planos e decidiu trocar de curso. "Letras vai ser mais útil para as
minhas composições do que Psicologia", comenta. Durante o intervalo de aulas de seu
primeiro dia, em meio a pedidos de autógrafos, ela fez um apelo. "Eu só espero
mesmo que esta história de fotógrafos não continue todos os dias. Eu sempre estudei
sem qualquer problema em Campinas e espero que desta vez não seja diferente. Aqui
dentro eu sou aluna e não artista", ponderou.
56.89 % cursaram o Ensino Médio na rede particular
35.21 % cursaram o Ensino Médio na rede pública
39.32 % fizeram cursinho pré-vestibular
31.73 % estudaram por conta própria
54.91% não trabalham
27.86% trabalham em tempo integral
59.54 % dependem da família
41.42 % dos pais têm grau superior
39.81 % das mães têm grau superior
24.71 % dos pais são autônomos
35.97 % das mães são donas-de-casa
29.73 % têm renda familiar de até R$ 3.120,00
23.54 % têm renda familiar até R$ 6.240,00
16.75 % têm renda familiar acima de R$ 6.240,00
68% têm computador com acesso à Internet
Fonte: Coordenadoria de Ingresso Discente (CID)
Recepção de calouros do Centro de Linguagem e
Comunicação (CLC), no Auditório Dom Gilberto
Arquitetura e Urbanismo (FAU) levou
nos último dia 16 cerca de uma centena de alunos à Ilha do Lago, bairro localizado às margens da Rodovia Santos
Dumont, onde construíram uma escada e pavimentaram um trecho de acesso à passarela de pedestres.
"Muitos alunos nunca pisaram em
uma região carente
como esta. Vai servir
para o pessoal se
tocar que o mundo
não é só cor-de-rosa
e conhecer um pouco mais de perto a
pobreza", dispara a caloura da Arquitetura, Isabela Pereira Fanton.
AFaculdade de Medicina visitou
o Centro Corsini, que atende crianças infectadas pelo vírus da Aids, e o
centenário Lar dos Velhinhos. As
>> Serviços
faculdades de Direito, Educação Física
e Farmácia também realizaram atividades dentro do Trote Solidário. O
trote antigo ainda sobrevive na
Universidade. Pinturas, corte de cabelo e venda de tênis e palitinhos são
algumas destas ações que levam a
nada. A Universidade proíbe o trote
violento e o calouro que se sentir
constrangido deve denunciar o caso
à direção de faculdade ou à Coordenadoria de Atenção à Comunidade
Interna (Caci).
Informações: [email protected] e (19) 3756 7216
28 de fevereiro a 13 de março/2005
06
Jornal da PUC-Campinas
Entrevista
O
O grão-chanceler e arcebispo metropolitano de Campinas, Dom Bruno Gamberini, se diz assustado com os
rumos da política no País.
No mês em que foi lançada
a Campanha da Fraternidade de 2005 com o lema
Solidariedade e Paz -Felizes os
que Promovem a Paz, Dom
Bruno fala sobre a violência que eclode na Região
Metropolitana de Campinas (RMC) e na disputa
pela terra no campo. O arcebispo afirmou que a Universidade está no coração da
Campanha da Fraternidade
e espera encontrar muitos
"bem-aventurados que promovem a paz".
Eunice Gomes
[email protected]
Dom Bruno abre os braços para os que promovem a paz; ao fundo,o cartaz produzido pelos alunos da Faculdade de
Publicidade e Propaganda: Elaine de Carvalho, Fausto Alves, Marina Alves e Thaiz Tartari
"O Brasil é um País sem
justiça social", diz Dom Bruno
JP - A Campanha da Fraternidade 2005
é ecumênica. Na edição de 2000 ela também contou com apoio de outras religiões? Por que só pontualmente são
convidadas outras igrejas?
Dom Bruno - A Campanha da Fraternidade é sempre promovida pela
Igreja Católica Apostólica Romana, há
41 anos. No ano 2000, em vista do grande jubileu, a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) convidou as
outras igrejas e o Conselho Nacional
de Igrejas Cristãs (Conic) para que viessem participar da Campanha da
Fraternidade de 2000, cujo tema foi a
Dignidade Humana e Paz, sob o lema
Novo Milênio sem Exclusões. Então a campanha continua sendo promovida pela
Igreja Católica. E agora, cinco anos
depois, a Conic achou por bem convidar as outras igrejas. A campanha não é
sobre ecumenismo, mas sobre Solidariedade e Paz.
JP - Como o senhor define as palavras fraternidade e solidariedade
tão presentes na
campanha?
Dom Bruno Umas das condiDom Bruno se indigna quando ções para existir a
fala da morte da irmã Dorothy
fraternidade é que
haja a solidariedade. A solidariedade é
anterior à fraternidade, porque se não
somos solidários deixamos de ser irmão.
Por ser uma campanha ecumênica, solidariedade é a primeira intenção para
conseguirmos a paz.
JP - Como o senhor avalia a violência
urbana que acomete a Região Metropolitana de Campinas (RMC) ?
Dom Bruno - Em primeiro lugar está
Sumaré, depois Hortolândia e Cam-
pinas ocupa a 10ª posição no ranking
das cidades mais violentas do Estado
de São Paulo. É uma situação muito
séria. São Tiago na sua carta diz assim:
‘O fruto da paz é colhido na justiça’.
Por que não existe paz e existe violência? Porque não há justiça. O Brasil é
um País sem justiça social. O Brasil é
um País onde os conluios políticos,
onde aqueles que têm mais, aqueles
que podem mais pisam nos outros. Ou
seja, falta justiça social, falta justiça política e se não há justiça, não há paz.
JP- Como o senhor avalia os conflitos
pelas disputas de terra no Pará? E a
impunidade?
Dom Bruno - A impunidade é a alegria do safado, ou seja, sabe que o aparato na justiça do Brasil é lento, sabe
que se fizer alguma coisa não será punido. Veja o exemplo do caso da irmã
Dorothy (Dorothy Stang), lá no Pará.
Ela estava avisando o governo, tinha
conversado com o ministro, tinha apresentado cartas e o que se fez? Nada.
Aí então mataram a cidadã do outro
país (EUA), aí decidiram correr atrás.
Este é o nosso problema, não nos precavemos contra as dificuldades que a
violência vem trazendo ao novo Brasil.
JP - Qual a expectativa do senhor em
relação à Campanha da Fraternidade?
O Senhor considera efetiva a repercussão dos temas escolhidos na sociedade?
Dom Bruno - O primeiro efeito é a
mudança de mentalidade. Quem hoje
não pensa duas vezes sobre a água,
sobre a ecologia! A primeira campanha sobre este tema foi da Igreja
Católica, por volta de 76 e 77. Ou seja,
nós temos mudado sim a mentalidade da sociedade. Mudanças de atitudes,
como o desarmamento, a doação de
órgãos e tecidos, o aleitamento mater-
no são projetos muito definidos.
JP - Qual a expectativa da participação da comunidade universitária na
campanha?
Dom Bruno - A Universidade é o local
que produz ciência e saber e que ilumina nossa sociedade pelo brilho da fé e
da ciência. Este é o lema da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas.
Portanto minha expectativa é sempre
dentro daquilo que a Universidade se
propôs. A Universidade é católica, o
que significa que é de Jesus Cristo que
disse: ‘Bem-aventurados os que promovem a paz...’. A Universidade está
no coração da campanha. Basta ver que
o cartaz, graças a Deus, pelo nono ano
consecutivo, é da Faculdade de Publicidade e Propaganda.
JP - Como o senhor avalia o uso de imagens de políticos com o papa João Paulo
II como ocorreu no dia seguinte à eleição do deputado Severino Cavalcanti
à presidência da Câmara dos Deputados?
Dom Bruno - O papa recebeu o Putin
(Vladimir Putin), recebeu o Yasser
Arafat, recebeu a mim e ao deputado
Severino Cavalcanti. Mas isto não significa que o papa está dando aval à política brasileira. Este é o nosso problema,
o nosso erro está aí, a falta de tato. Me
parece que o PT tomou partida das grandes esperanças e agora ele entra no fisiologismo, que sempre condenou, em
busca de votos por uma necessidade
política premente e de última hora. O
Greenhalgh (deputado petista Eduardo
Greenhalgh) falou que foi o Lula quem
perdeu (a eleição à Câmara dos
Deputados). O Lula falou que foi o PT.
Como disse o padre Vieira (padre
Antonio Vieira): ‘Eu não condeno, nem
aprovo. Apenas, como a multidão, me
assusto’.
Pastoral Universitária: de 7 a 10 de março realiza um ciclo de palestras sobre a Cultura da Paz: um novo paradigma para a Universidade. Veja a programação no Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br)
Agenda
01/03
Inscrições abertas para o processo
seletivo de alunos interessados ao
Programa Integrado de Iniciação
Científica (PIC).
Inscrições dos professores
pesquisadores para o Fundo de
Apoio à Pesquisa (FAP).
02/03
Lançamento do livro Gestão de RH
por Competências e a
Empregabilidade, com palestras dos
autores (quatro são professores da
PUC-Campinas), na rua José
Paulino, 1.369, Centro. O evento
ocorrerá a partir das 9h.
Inscrições: (19) 3272-4500.
04/03
Data-limite para os docentes em
Regime de Dedicação e Regime
Especial de Pesquisa entregarem
ao Núcleo de Pesquisa e Extensão
os relatórios técnicos dos
projetos de 2005.
Data-limite para o aluno requerer
correção dos resultados escolares
do período anterior e do
Informativo Acadêmico.
Último prazo para se inscrever ao
Projeto Bolsa Estímulo ao Atleta, na
direção da Faculdade de Educação
Física (Campus I). Informações: (19)
3756-7141.
05/03
Início das atividades de Práticas de
Formação.
07 a 11/03
Inscrição para o Programa de
Bolsa de Estudos Restituível
(Aplub).
Prazo para os alunos dos cursos
de Pós-Graduação (Stricto Sensu)
solicitarem eventuais alterações
na grade de matrícula na
Secretaria Acadêmica do Centro.
10/03
Reunião das câmaras e comissão
do Conselho Universitário
(Consun).
11/03
Data-limite para que os bolsistas
do Financiamento Estudantil (Fies)
compareçam ao Departamento
de Contas a Receber (Campus I Bloco A-02, de 2ª a 6ª feira, das
9h às 18h30) para realização do
aditamento.
11 e 12/03
I Encontro de Ex-Alunos do
Curso de Educação Especial da
PUC-Campinas. Auditório
Nobrão, no Campus Central (rua
Marechal Deodoro, 1099,
Centro). Informações:
[email protected]
07
Jornal da PUC-Campinas
28 de fevereiro a 13 de março/2005
ança
air na do está
c
a
r
p
Esta é Dança Imprasocts e
u
de
A Cia ferecendo ce hip hop eair
o
c
br
o
s
s
p
quiser
ho
works ance. Quemnhecer as
o
d
)
streetritmo deve eclefones (19.
no s pelos t s as 14h)
opçõe -6439 (apó
3253
Irmãos Coen nunca
estão lá Nem tudo que vem da
indústria cinematográfica norte-americana está nas salas de cinema dos shoppings. As melhores produções de Joel e
Irma Coen, por exemplo, nunca passam
por elas. Mas é possível resgatá-las nas
locadoras. Assistam ao filme O Homem
que não Estava Lá, de 2001, rodado
em preto-e-branco e na certa você vai
ficar ligado nesta dupla.
Barraca nas costas
e pé na estrada
Acampar é a alternativa mais
barata de curtir uma viagem
de lazer. Dá mão-de-obra,
mas tem gente que prefere, inclusive pelo gostinho
de aventura. Existem várias
opções nos municípios de
Itu e Cabreúva. Uma delas
é o Camping do Alemão.
Oferece piscina, sauna,
banhos de cachoeiras, caminhadas, passeios de bicicleta, entre outros serviços. O
acesso é pelo quilômetro 90
da Rodovia dos Romeiros.
Informações: (11) 4022-2588.
Livros para download
LIVROS
A
Rede de Comunicação Ambiental
EcoTerra Brasil tem uma série de
livros para download ou acesso gratuito. Todos sobre temas ambientais,
lógico. A rede também aceita trabalhos científicos para disponibilizar,
desde que estejam dentro do seu
enfoque temático. Confira no
endereço www.ecoterrabrasil.com.br.
classificados
Do popular ao erudito Em
1992, Frank Zappa, roqueiro do
métier da música eletrônica de
vanguarda, gravou suas peças
eruditas com a orquestra alemã
Ensemble
Modern no CD
The Yellow
Shark. Zappa,
que morreu um
ano depois,
estava corroído
pelo câncer, mas
produziu, ao
vivo, uma obra
marcante. O CD vem acompanhado
de encarte que inclui um livreto,
cópias de partituras, fotos, textos
sobre a gravação e relatos sobre
cada uma das músicas. Na Amazon,
o CD vai de U$10 (usado) a U$18
(novo). O problema é a taxa dos
Correios. Algumas lojas de CDs
importados, como a Compact Blue,
no Promocenter, de São Paulo,
também o vendem.
Ciência nas cabeças Pulga na Idéia é o nome de um site que coloca a ciência no dia-a-dia da criançada. Traz adaptações das principais notícias divulgadas na mídia. A meninada aprende brincando, com truques
de animação, dicas de passeios e exposições. É um grande barato, inclusive para adultos. Clique para ver: www.pulganaideia.com.br.
MURAL
Aderval Borges
[email protected]
sabem quem é Vinícius
P oucos
Geribello, formado em
Educação Física pela PUCCampinas em 1975. Geribello é
mais conhecido pelo apelido artístico Ding-Dong, um dos melhores percussionistas da cidade.
Dedicado pesquisador, sua última
descoberta é o cajon, instrumento
importado da Espanha. A aparência é de uma simples caixa de
madeira, mas em suas mãos multiplica-se nos mais variados timbres. Com 30 anos de carreira, Ding garante que Campinas é repleta de casas noturnas, com melhores oportunidades para os músicos
que Rio de Janeiro e São Paulo, e aposta no surgimento de um mercado de CDs local.
O início
Batuco desde o sete anos, estimulado por meu pai, que tinha grande
habilidade manual e construiu meus primeiros instrumentos. A partir de 1975, quando me formei, optei pela música como profissão.
Músico percussionista
Atua na retaguarda de outros músicos, mas é um dos que mais inspiram o surgimento de novas tendências. A evolução da música
popular está toda baseada nos instrumentos de percussão. Em qualquer lugar do mundo, a percussão é a base da música popular. A
influência da percussão é marcante inclusive na música erudita contemporânea.
Sob a batuta do ritmo
Existem nove batidas básicas nas quais todos os gêneros de música
popular. Não teria existido bossa-nova sem a batida rítmica de João
Gilberto ao violão. O ritmo é o espírito da música. Mas não tenho
dúvida de que a era da canção popular está no fim. Vem ocorrendo
uma inevitável ruptura de uma tradição harmônica de séculos, para
prevalecer o influência do ritmo.
Cajon
Estou sempre pesquisando novos instrumentos. Gosto de tocar com
as mãos, sem usar baquetas, e descobri que o cajon é perfeito para o
meu estilo.
Música à noite
Campinas tem casas noturnas especializadas em música ao vivo
para todos os gostos. Não falta trabalho para músicos de todos os
gêneros e paga-se bem para os bons profissionais. Eu, que sempre vivi de música ao vivo, não tenho do que me queixar. Evidente
que é preciso ter o bom senso de não se afundar em drogas e em
álcool.
Reprodução dos músicos locais
Estamos montando um estúdio de gravação com os melhores
recursos técnicos disponíveis. A idéia é inserir os músicos da cidade no mercado nacional de CDs. Temos bons compositores, instrumentistas de primeira e arranjadores competentes. O projeto
tem tudo para dar certo. Uma das nossas primeiras gravações será
a do meu próprio trio, o Cyber Tones, formado
por percussão, baixo e banjo. Tocamos world
music.
O homem
do cajon
MORADIA
Vendo Kitnet sem garagem
Área central de Campinas.
(19) 3258-2477 ou (19) 9796-3566
AULAS PARTICULARES
Professores de Inglês com
experiência no exterior.
(19) 3231-0027 ou 3231-8765
L&G VANS
Piracicaba a Campinas.
(19) 3426-9548 ou 9754-5541
KITNET MOBILIADA
Próximo à PUC - Campus I.
[email protected]
(19) 3256-4604 ou 9113-1118
SERVIÇOS
Serviços de informática em domicílio
Vendas, peças e assistência técnica.
[email protected]
(19) 3781-8976 ou 9702-6474
TRANSPORTE
Ricci Transporte
Campinas - Campus II.
(19) 3227-4518 ou 8126-8803
As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes
Botânica ao alcance de todos
Os livros do
Instituto Plantarum vêm popularizando importantes
conhecimentos sobre a flora nacional e podem ser
adquiridos por preços bem mais acessíveis do que os
praticados pelas livrarias. Peça-os pelo telefone (19)
3466-5587 ou pelo e-mail [email protected].
O infante
finalmente é defunto
Cabrera Infante sobreviveu a dois atentados e acabou
falecendo no último dia 21, aos 75 anos, em Londres, de
causa natural. Dois de seus romances estão entre os melhores
do nosso tempo: Três Tristes Tigres e Havana para um Infante
Defunto. Foi ministro da Cultura do regime de Fidel Castro,
com quem se desentendeu. Vítima de perseguições
políticas, acabou se exilando. Como crítico de música e
cinema, foi grande divulgador da arte brasileira
nos jornais londrinos.
Perfil
Alegria de viver
Henrique Daniel Moraes (ao centro), 24 anos, entrou
na Universidade como patrulheiro, em 1997. Sua história seria similar a de dezenas de garotos e garotas
que encontraram na PUC-Campinas as oportunidades de efetivação no mercado de trabalho e de cursar uma faculdade, mas a violência urbana alterou
sua vida. Em 7 de junho de 1999 foi contratado pela
Universidade, completou 18 anos no dia 16 e no dia
28 foi vítima de um assalto, quando levou dois tiros.
Depois de um mês de internação veio a notícia, que
ninguém queria ouvir, de que ficaria paraplégico.
"Revolta. Desespero. Descrença. Desânimo. O fim".
Na ocasião, foram estes os sentimentos de Moraes que
podem ser traduzidos em palavras. Afastado há cinco anos de seu trabalho, Moraes retomou suas funções
no Departamento de Cobrança da Universidade há
três meses. A família e a música foram determinantes para sua recuperação. Reabilitado, Moraes planeja agora o futuro. "Este ano vou fazer cursinho e lançar um CD com composições da minha banda, a Perfil
do Pagode. Só alegria", afirmou.
Download

Festas, confraternizações e pedágios nos - PUC