Ano 23 - número 1.203 - 01 a 07 de março de 2015
Luiz Marins
Um dos maiores problemas da atualidade é a obesidade. Pode parecer ridículo
ou contraditório, mas enquanto a maioria do mundo ainda passa fome, milhões,
principalmente nos países mais ricos, são obesos. São centenas de livros publicados
sobre dietas, as mais incríveis e mirabolantes. Hoje se condena e se indica como
saudável quase tudo o que pode ser ingerido: do café ao pão; do ovo ao leite, tudo é
discutido, aprovado, reprovado e os alimentos passam de heróis a vilões em minutos
no mundo inteiro. O que fazer num mundo de tantos modismos?
Os cientistas mais sérios, no mundo inteiro, parecem recomendar que se coma
de tudo, porém de forma moderada. Mas como conseguir isso? É aqui que os
antropólogos têm sido chamados a opinar. Como tem sido a dieta humana nos
últimos milênios da civilização? Como o homem primitivo se alimentava? O que fazer
hoje?
Como antropólogo pude observar tanto entre os aborígines australianos como
entre os índios brasileiros e outras sociedades que visitei que, independentemente
de sua dieta, todos eles fazem suas refeições com muita calma e tempo. Eles
mastigam muito os alimentos que levam à boca. Eles saboreiam os alimentos. Eles
parecem saber que além da função puramente alimentar, comer é um dos maiores
prazeres da vida e eles curtem esse prazer com respeito e até uma certa ritualização.
O mundo moderno, do fast-food e do comer com culpa (para não engordar)
tirou o ritual e o prazer das refeições. O comer “científico” (sic) da era do microondas e da falta de tempo onde queremos medir as calorias, as proteínas e que tais
de cada alimentos, nos tirou a naturalidade na mais elementar função do ser
humanos que é comer. Comer virou culpa e não prazer.
Assim, o meu conselho simples é o mesmo dos sábios da antiguidade, dos
orientais, dos monges ocidentais e dos primitivos que conheci: comer devagar, em
bocados pequenos e comer de tudo, sem culpa, com prazer, mastigando muito e
agradecendo a cada bocado, até mesmo uma sobremesa ou fruta e um bom vinho
bebido, igualmente, com muita moderação.
Assim, beba o sólido e coma o líquido, ou seja, lembre-se que a boca é parte
essencial do sistema digestivo. Portanto, mastigue bem, até que o sólido se torne
líquido para que seja “bebido”. E coma o líquido, ou seja: beba devagar, saboreando
a sua bebida como se fosse algo sólido. Resumindo: ao comer e ao fazer tudo na vida
lembre-se da velha e atual virtude da moderação.
Pense nisso. Sucesso!
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