CEB’s – Igreja Povo de Deus a luz
do Concílio Vaticano II
Itapetinga, 29 de setembro de 2012
Os concílios Ecumênicos
na História da Igreja
Breves pontos
• Ao todo foram 21 Concílios ao longo da
História;
• O Concílio de Jerusalém – era apostólica (At
15, 19-29) - para abordar se os gentios (nãojudeus) deveriam seguir costumes da religião
israelita – circuncisão.
3
1. Concílio de Nicéia
• Papa durante o concílio: São Silvestre I;
• Duração do Concílio: 20 de maio a 25 de julho
de 325;
• Temas principais: Primeiro a reunir a
Cristandade. Condena o Arianismo como
heresia e exila Ário. Proclama a igualdade de
natureza entre o Pai e o Filho. Redação do
Símbolo ou Credo que se recita na missa.
4
2. Constantinopla I
• Papa durante o concílio: São Dâmaso I
• Duração do Concílio: Maio a Julho de 381
• Temas principais: Afirma a natureza divina do
Espírito Santo. Estabelece que o bispo de
Constantinopla receberá as honras logo após o
de Roma.
5
3.Éfeso
• Papa durante o concílio: São Clestino I
• Duração do Concílio: 22 de junho a 17 de julho
de 431
• Temas principais: Condena o Nestorianismo
como heresia. Afirma a unidade pessoal de
Cristo e a maternidade divina de Maria.
A Igreja Assíria do Oriente não reconhece este
concílio e nenhum dos posteriores.
6
4. Calcedônia
• Papa durante o concílio: São Leão Magno
• Duração do Concílio: 08 de outubro a 1 de
novembro de 451.
• Temas principais: Condenação do monofisismo.
Afirma a unidade das duas naturezas, completas
e perfeitas em Jesus Cristo, humana e divina. É
escrita a carta dogmática “Tomo a Flaviano”pelo
Papa Leão I. As Igrejas não Calcedonianas não
reconhecem este concílio e nenhum dos
posteriores.
7
5. Constantinopla II
• Papa durante o concílio: Vigílio
• Duração do Concílio: 5 de maio a 2 de junho
de 553.
• Temas principais: Condena os ensinamentos
de Orígenes e outros. Condena os
documentos nestorianos designados Os três
Capítulos
8
6. Constantinopla III
• Papa durante o concílio: Agatão
• Duração do Concílio: 7 de novembro de 68016 de setembro de 681.
• Temas principais: Dogmatiza as duas
naturezas do Cristo. Condena o monotelismo.
9
7. Niceia II
• Papa durante o concílio: Adriano I
• Duração do Concílio: 24 de setembro a 23 de
outubro de 787.
• Temas principais: Regula a questão da
veneração de imagnes (ícones). Condena os
iconoclastas.
10
8. Constantinopla IV
• Papa durante o concílio: Papa Adriano II
• Duração do Concílio: 5 de outubro de 869 a 28
de fevereiro de 870.
• Temas principais: Condenação e deposição
de Fócio, patriarca de Constantinopla. Encerra
temporariamente o primeiro Cisma Ocidental.
11
9. Latrão I
• Papa durante o concílio: Calisto II
• Duração do Concílio: 18 de março a 6 de abril
de 1123.
• Temas principais: Encerra a Questão das
investiduras. Independência da Igreja perante
o poder temporal.
12
10. Latrão II
• Papa durante o concílio: Inocêncio II
• Duração do Concílio: Abril de 1139
• Temas principais: Torna obrigatório o celibato
para o clero na Igreja Ocidental. Fim do Cisma
do Antipapa Anacleto II.
13
11. Latrão III
• Papa durante o concílio: Alexandre III
• Duração do Concílio: Março de 1179
• Temas principais: Normas para a eleição do
Papa (maioria de 2/3) e da nomeação de
bispos (idade mínima de 30 anos).
Excomungam-se os barões que, na França,
apoiavam os Cátaros.
14
12. Latrão IV
• Papa durante o concílio: Inocêncio III
• Duração do Concílio: 11 de novembro a 30 de
novembro de 1215.
• Temas principais: Determina que todo o
cristão, chegado ao uso da razão, é obrigado a
receber a Confissão e a Eucaristia na Páscoa.
Condenação dos Albigenses, Maniqueístas e
Valdenses. Definição de transubstanciação.
15
13. Lião I
• Papa durante o concílio: Inocêncio IV
• Duração do Concílio: 28 de junho a 17 de julho
de 1245.
• Temas principais: Deposição do Frederico II.
16
14. Lião II
• Papa durante o concílio: Beato Gregório X
• Duração do Concílio: 7 de maio a 17 de julho
de 1274.
• Temas principais: Tentativa de reconciliação
com a Igreja Ortodoxa. Regulamentação do
conclave para a eleição papal. Cruzada para
libertar Jerusalém. Institui o conceito de
Purgatório.
17
15. Vienne
• Papa durante o concílio: Clemente V
• Duração do Concílio: 16 de outubro se 1311 a
6 de maio de 1312.
• Temas principais: Supressão dos Templários.
Discute-se a questão dos bordéis de Roma e a
nomeação de um arcebispo em Pequim, na
China.
18
16. Constança
• Papa durante o concílio: Gregório XII e
Martinho V.
• Duração do Concílio: 5 de outubro de 1414 a
22 de abril de 1418.
• Temas principais: Extingue o Grande Cisma do
Ocidente. Condenação de John Wvcliffe e de
Jan Hus. Decreta a supremacia do Concílio
sobre o Papa (posteriormente ab-rogado pelo
Concílio Vaticano I). Eleição do Papa Martinho
V.
19
17. Basileia – Ferrara - Florença
• Papa durante o concílio: Eugênio IV
• Duração do Concílio: 1431-1432.
• Temas principais: Sanciona o cânon católico
(relação oficial dos livros da Bíblia), tenta nova
união com as Igrejas orientais ortodoxas.
Reconhecimento no romano pontífice de
poderes sobre a Igreja Universal. Ratifica a
figura do Purgatório.
20
18. Latrão V
• Papa durante o concílio: Júlio II e Leão X
• Duração do Concílio: 10 de maio de 1512 a 16
de março de 1517.
• Temas principais: Condenação do Concílio
cismático de Pisa (1409-1411) e do
Conciliarismo.
21
19. Trento
• Papa durante o concílio: Paulo III, Julio III,
Marcelo II, Paulo IV e Pio IV.
• Duração do Concílio: 13 de dezembro de 1545 a
dezembro de 1563.
• Temas principais: Reforma Geral da Igreja,
sobretudo por causa do protestantismo.
Confirmação da doutrina acerca dos sete
sacramentos e dos dogmas eucarísticos. Decreta
a versão da Vulgata como autêntica. O Concílio
da Contra-reforma.
22
20. Vaticano I
• Papa durante o concílio: Beato Pio IX
• Duração do Concílio: 8 de dezembro de 1869 a
18 de julho de 1870
• Temas principais:
Reforça a ortodoxia
estabelecida no Concílio de Trento. Condena o
Racionalismo, o
Naturalismo e o
Modernismo. Dogmas sobre o Primado do
Papa e da infalibilidade papal na definição
expressa de doutrinas de fé e de costumes.
23
Concílio Ecumênico
Vaticano II
Dom Aloísio Lorscheider:
• “O concílio Ecumênico Vaticano II
foi
um
Concílio
Pastoraleclesiológico. Duas são as
palavras-chave para entendê-lo
bem: aggiornamento (atualização,
renovação, diaconia, serviço) e
diálogo
(comunhão,
responsabilidade, participação).
Não veio para definir ou condenar,
mas para servir e salvar”
25
Beato João Paulo II
• “Sinto
ainda
mais
intensamente o dever de
indicar o Concílio como a
grande graça que beneficiou
a Igreja no século XX: nele se
encontra uma bússola segura
para orientar no caminho do
século que começa” ( Novo
Millennio Ineunte, n.57)
26
Papa Bento XVI
• “Desejo afirmar com vigor
a vontade decidida de
prosseguir
no
compromisso de atuação
do Concílio Vaticano II”
(1ª
Mensagem
ao
Cardeais após sua eleição.
20 de abril de 2005).
27
Anuncio e
significado
• 25 de Janeiro de 1959 – Aos cardeais e para o
mundo (radio vaticano) – como rastilho
pólvora a idéia conquistou logo o mundo e
todos começaram a depositar grandes
esperanças no Concílio;
• “Lançamos então uma primeira e pequena
semente que depusemos com mãos tremulas
e coração apertado” (Const. Após. Humanae Salutis – Convocação
do Concílio)
• Três meses depois de sua eleição;
29
30
• O Vat. II foi para a Igreja o “novo pentecostes”,
tal evento proporcionou uma reviravolta na
vida da igreja. Abriu-se as portas para que o
cheio de mofo pudesse sair e novos ventos
circulassem.
• Animado pela graça de Deus o Papa começou
um complexo e delicado trabalho de
preparação – mobilizou toda a Igreja Católica,
como também outras igrejas e a sociedade
civil.
31
• O Vat. II foi de fato e direito o concílio
ecumênico da Igreja, desde sua preparação;
• Antes de definir e determinar as questões, os
temas, a serem estudados durante o Concílio
o Papa quis ter o parecer do Colégio
cardinalício, dos bispos, da cúria romana, dos
superiores das ordem, das universidades
católicas e etc...
32
• “Durante três anos trabalhou-se na
preparação para estabelecer com precisão e
de maneira ampla, o que, em nossa época, é
mais conveniente à fé, à prática religiosa e ao
revigoramento das comunidades cristãs,
especialmente a católica.” (Mensagem radiofonia a um mês
do inicio do Concílio)
• “O principal objetivo do trabalho conciliar, não
é o de discutir princípios doutrinais,
retomando o que padres e teólogos, antigos e
novos, ensinaram, que todos sabemos e está
profundamente gravado em nossas mentes”
(idem)
33
• O Concílio significava para toda a Igreja uma
pausa sobre si mesma e por meio de uma
profunda e afetuosa investigação, dá
continuidade a sua missão nos tempos
atuais.
• É bom recordar que o Concílio de Trento
(1545-1563) se realizou no século XVI e o
Vaticano I (1869-1870) no final do século XIX;
• E, também imaginemos o que significa uma
reunião de mais de 2.000 bispos;
34
Abertura
11 de outubro de 1962
Cortejo solene dos Padres
Conciliares...
36
Participaram do Concílio:
•
•
•
•
07 Patriarcas;
80 Cardeais;
2594 Arcebispos e Bispos;
97 Superiores Gerais de Ordens e
Congregações (com mais de 1.000 membros);
• Observadores leigos e de algumas confissões
cristãs;
37
Primeiro período: principais
temas tratados
11 de outubro – 08 de dezembro de
1962
• Foi eleita as comissões capitulares...
• O primeiro esquema apresentado foi o da
liturgia;
• Era forte o Movimento litúrgico: “os fiéis não
devem assistir passivamente às funções
sagradas, mas deve participar ativamente,
deveria ser introduzida a língua “vernácula”
na liturgia da Palavra, na missa e na
administração dos sacramentos, deveria fazer
reforma nos livros litúrgicos, dentre outros...
39
• Foram ainda discutidos 4 esquemas:
• As fontes da revelação – debates interessantes
e inflamados – Intervenção do Papa;
• Os meios de comunicação;
• As igrejas orientais;
• Sobre a igreja – esse foi bem aceito, porém
com maior atenção à natureza da igreja como
Povo de Deus e à sua missão em relação à
humanidade
40
Intervalo e morte
de João XXIII
• No primeiro período do Concílio houve muitas
discussões e nada tinha sido aprovado, ficou
então muito trabalho a ser avaliado, estudado
e refletido.
• Um trabalho silencioso, mas não menos
importante.
• Neste período, João XXIII estava acometido de
um mal incurável e que dificilmente poderia
assistir a retomada do Concílio.
42
• Pairavam dúvidas sobre a continuidade do
Concílio, mas nem por isso os trabalhos das
comissões pararam, buscando avaliar,
aprofundar os temas tratados e os que
estariam por vir;
• Já adquiria-se uma consciência grande sobre a
importância do que representaria o Concílio
para a Igreja (ir ao encontro das necessidades
sem perder a validade da doutrina);
•
43
• Neste período trabalhou-se o esquema sobre
a Igreja, reduzindo de 12 para 4 capítulos;
• O esquema litúrgico;
• O esquema da Revelação;
• E o da relação Igreja - mundo
• No dia 3 de junho de 1963, festa de
Pentecostes, morre João XXIII, voltando a
grande dúvida sobre a continuidade do
Concílio.
44
Eleição do
Paulo VI
21 de junho de 1963
• Breve conclave (19-21 de junho), eleito o Card.
João Batista Mondini – Arcebispo de Milão;
• Era membro da Comissão Preparatória;
• Seis dias após sua eleição pediu a Secretário
de Estado do Vaticano que determinasse o dia
29 de setembro de 1963 o reinicio dos
trabalhos;
• “Poderíamos nós abandonar um caminho tão
magistralmente desenhado por João XXIII,
visado inclusive o futuro?”
46
• Em sua primeira mensagem: “a parte mais
importante do pontificado será dedicada ao
prosseguimento do Concílio Ecumênico
Vaticano II, para o qual dirige-se os olhares de
todos os homens de boa vontade”.
• Paulo VI determinou 3 modificações no
regulamento: 1) Avocou para si o direito sobre
a Cúria Romana – atenuando as resistências
em relação aos Concílio. 2) Criou o colégio de
moderadores que fazia as mediações das
sessões. 3) favoreceu a participação dos leigos
(15 – nenhum do Brasil).
47
Segundo período: principais
temas tratados
29 de setembro – 04 de dezembro de
1963
• Foi marcado por uma maior confiança: as
modificações feitas no regulamento e maior
conhecimento na dinâmica possibilitou uma
melhor participação e agilidade nos trabalhos;
• O principal tema desse período será a IGREJA.
Paulo VI define quatro finalidades a serem
alcançadas: 1) o conhecimento ou a
consciência que a igreja tem de si. 2) A
reforma da Igreja. 3) a recondução dos cristão
a unidade. 4) o diálogo da Igreja com o mundo
moderno;
49
• Este período levou-se em consideração os
esquemas sobre a Igreja, ecumenismo e
múnus pastoral dos bispos:
 IGREJA: o tema do Povo de Deus: necessidade de
valorizar o sacerdócio comum; a vocação universal a
santidade; a vitalidade e restauração do diaconato
permanente;
MÚNUS DOS BISPOS: circunscrição e reformas nas
diocese, a colegialidade, as conferências episcopais;
ECUMENISMO: foram muitas as discussões – as
definições não agradava a todos.
50
Primeiros documentos aprovados
• Aprovados e promulgados no dia 04 de
dezembro de 1963:
 Constituição Sacrosanctum Concilium (liturgia) –
rompe com o rubricismo operante e possibilitou uma
vitalidade nas ações litúrgicas. APROVAÇÃO com
quase unanimidade;
Decreto Inter Minifica (comunicação social) – a
posição da Igreja diante da impressa, teatro, cinema,
rádio e da televisão...
51
• No seu discurso de encerramento deste
segundo período, Paulo VI anuncia uma
peregrinação a Jerusalém, grande evento em
direção do Ecumenismo.
52
Terceiro período: principais
temas tratados
14 de setembro de 1964 – 21 de
novembro de 1964
• O início desse período se deu com a missa
concelebrada, fato histórico, exprimindo
assim de modo emblemático a renovação
litúrgica
promovida
pela
Constituição
aprovada alguns meses antes;
• Grandes discussões dos seguintes temas:
Igreja, múnus dos bispos, ecumenismo,
revelação, vida dos leigos e a igreja e o mundo
contemporâneo;
54
Com tanta discussão, mas só 3 esquemas foram
aprovados:
Decreto Unitatis redintegratio (ecumenismo)
– princípios católicos, como e com quem deve
ser feito;
Decreto Otientalium Ecclesiarum (igrejas
orientais católicas) – estudar e conhecer a
diversidade de ritos existentes, o valor das
igrejas ocidentais e dentre outros pontos
importantes.
55
Constituição Dogmática Lumem Gentium
(Igreja) – considerada a mais importante de
todo Concílio. Ela é dividida em 8 capítulos:
I. O mistério da Igreja – Igreja sacramento de
Cristo, sua missão e as imagens que a
representam.
II. O povo de Deus – Sacerdócio comum dos
fiéis, unidade e universalidade do Povo de
Deus;
56
3. A constituição hierárquica da Igreja: o
episcopado - apresenta a vocação e missão
dos bispos, seu ministério e as funções que
lhes são cabíveis (ensinar, santificar e
governar). Apresenta também de forma
simples o lugar dos presbíteros e diáconos;
4. Os Leigos – o papel, a dignidade, o
apostolado e vocação profética dos leigos na
construção do Reino, como também a
relação com a hierarquia e o mundo;
57
5. Vocação universal à santidade na Igreja –
Comum a todos os fiéis, as várias formas da
mesma e única santidade, os caminhos e
meios para chegarmos a sermos santos e
santas;
6. Os religiosos – a natureza e importância dessa
vocação para a vida da Igreja e por fim uma
exortação à perseverança;
7. A natureza escatológica da Igreja peregrina e
sua união com a Igreja celeste – a comunhão
dos santos;
58
• 8. Maria – o papel de Maria na economia da
salvação e a interação entre Maria e a Igreja
59
Quarto período: principais
temas tratados
14 de setembro de 1965 – 08 de
dezembro 1965
• O Concílio estava chegando à reta final e
muitas coisas ainda a serem feitas;
• No discurso de abertura desse 4º período,
pronunciado no dia 14 de setembro de 1965,
o Papa, afirmava que a Igreja está a serviço
de todos e por missão deve fazer chegar a
todas as pessoas a mensagem de Cristo.
61
No dia 28 de outubro de 1965 foram aprovados
4 esquemas:
• Decreto Cristus Dominus – Múnus pastoral dos
Bispos;
• Decreto Perfectae Caritatis – renovação da Vida
Religiosa, as diversidades de formas existentes..
• Decreto Optatam Totius – Formação sacerdotal.
Durante a discusão deste esquema, o Bispo
Pedro Paulo Koop, (Lins- Sp) propunha, devido a
escassez de sacerdotes a ordenação de homens
casados. E a pedido dos Bispos Latino-americano,
a discussão sobre a lei do celibato.
62
• A declaração Nostra Aetate – relação da Igreja
com as religiões não cristãs – promover a
unidade e o amor entre os povos.
63
17 de novembro de 1965
• Constituição dogmática Dei Verbum – sobre a
revelação divina, tradição, sagrada escritura...
64
18 de novembro de 1965
• Decreto Apostolicam
Actuositatem
Apostolado dos leigos e leigas.
–
65
07 de dezembro de 1965
• Declaração Gravissimum educationis – Sobre
a educação cristã;
• Declaração Dignitatis humane – liberdade
religiosa – o direito da pessoa e das
comunidades à liberdade social e civil em
matéria religiosa;
• Decreto Ad Gentes – atividade missionária da
Igreja;
66
• Decreto Presbyterorum ordinis – o ministério
e a vida sacerdotal;
• Constituição Pastoral Gaudium et spes – a
Igreja no mundo de hoje;
67
Carta apostólica de encerramento do Concílio
• O Concílio Vaticano II deve ser considerado
entre os mais importantes eventos da Igreja,
tanto pelo número de padres conciliares,
como pelo fato de que vieram à cátedra de
Pedro de todas as partes da terra, inclusive
dos lugares em que só recentemente se
implantou a hierarquia.
68
Os movimentos que
precederam o Concílio
• Movimento litúrgico – a 50 anos antes já era
estudados as reformas;
• Movimento bíblico – preparou os peritos para
o Concílio nas questões bíblicas. Aproximou
no estudo os católicos e protestantes, e
também os judeus no que se refere ao AT.
• Movimento teológico e filosófico;
• Ação Católica – a Igreja na massa;
70
Nomenclatura dos
documentos
O nome é tirado das primeiras palavras
com que o documento se inicia
• Constituição – Documento que pretende
expor verdades importantes de ordem
doutrinal, mas também pastoral. Foi uma
inovação do Concílio elevar ao patamar de
Constituição a ordem pastoral;
• São 4 Constituições.
 Constituição Pastoral Gaudium et Spes –
qualificação inédita;
 Constituições Dogmáticas Lumen Gentium e Dei
Verbum;
Constituição Sacrosanctum Concilium
72
• Decreto – Documento que expõe disposições
disciplinares e pastorais. São documentos de ordem
prática. Pelos decretos, percebemos que o Concílio
baixou diretrizes de renovação e atualização em quase
todos os campos da Igreja. São 9.
 Unitatis Redintegratio (Ecumenismo);
 Orientalium Ecclesiarum (igrejas orientais católicas);
 Ad Gentes (missões);
 Christus Dominus (bispos);
Optatam Totius (formação sacerdotal)
Presbyterorum Ordinis (presbíteros);
Perfectae Caritatis (vida religiosa)
Apostolicam Actuositatem (leigos e leigas)
Inter Mirifica (meios de comunicação social)
73
• Declaração – manifesta o pensamento da
Igreja sobre determinado problema mais
vasto, de que não só ela se ocupa. São 3
declarações:
Gravissimum Educationis (educação cristã);
Dignitatis Humanae (liberdade religiosa);
Nostra Aetate (religiões não-cristãs);
74
Os assuntos quentes do
Concílio
A Igreja que se analisa e se define como
Povo de Deus
• Após 20 séculos de existência e de experiência
vital, a igreja parou um pouco para refletir sobre
si mesma;
• Tomou consciência mais profunda de sua
identidade;
• Igreja Povo de Deus – resgatada por Cristo,
convocado para unir toda a humanidade,
enraizado na vocação e missão seladas pelo
Batismo e pelo sacerdócio comum de todos os
fiéis;
76
Surge então uma nova eclesiologia
PAPA
Cardeais
Arcebispos
Bispos
Padres
Religiosos
Religiosos
Leigos
Leigas
77
Jesus Cristo
78
Colegialidade dos Bispos
• Os bispos em conjuntos, colegialmente,
possuem responsabilidade e autoridade sobre
toda a Igreja;
79
A liberdade religiosa
• Era muito confuso, queriam evitar a todo
custo;
• Foi o documento mais discutido e emendado;
• O Concílio quis dizer as obrigações religiosas
diante de Deus são tão importantes e pessoais
que ninguém pode ser impedido de cumprir
essas obrigações, como cada um acha que
deve ser cumpri-las, segundo sua consciência;
80
Ecumenismo
• Se entende a intenção e o esforço de se
procurar a união de todos os cristãos,
ressaltando tudo aquilo que já nos une, em
torno da mesma fé em Jesus Cristo;
• Símbolo deste novo clima, foi a presença de
observadores de outras igrejas cristãs que de
sessão em sessão foi aumentando na basílica
de São Pedro;
81
A Igreja e o mundo moderno
• A Igreja quis se pronunciar sobre os mais
graves problemas que afligem o homem de
hoje;
• Traduzir em linguagem acessível a doutrina
cristã, aplicando-a aos problemas hoje
existentes;
82
As ideias-forças do
Concílio
 Renovação: O concílio foi convocado para
renovar a Igreja. Vivendo num mundo que se
transforma rapidamente, a Igreja precisa
acompanhar os tempos, porque é lá que se
encontra os homens e mulheres que ela deve
reunir e salvar;
 Inculturação: A igreja precisava se encarnar
em cada povo, em cada nação, em cada
cultura. É preciso conservar a unidade, mas
sem impor a uniformidade.
84
Descentralização: Não é mais possível que
para cada mínima coisa se precise recorrer a
Roma. O Papa existe para manter a unidade, e
não para absorver todas as decisões. A
centralização era abafar o crescimento da
Igreja, impedir a renovação e a adaptação.
Serviço: A igreja está a serviço do ser humano.
Por isto, a Igreja precisa se apresentar pobre e
despretensiosa, para que não a vejam como
dominadora.
85
• Participação: A Igreja é de Todos e não só de
alguns. O Concílio foi redescobrir a rica noção
bíblica, de que a Igreja é um povo e não uma
pequena elite. Quando o povo um povo
desperta exige democracia. Quando os
cristãos despertam, exigem participação na
Igreja.
86
Palavras finais
As principais mudanças
operadas pelo
Vaticano II
• Recupera a noção de Igreja como povo de
Deus;
• Recoloca a proeminência da Palavra de Deus
na vida da Igreja e de cada cristão;
• Aponta os caminhos para o diálogo com o
mundo em torno das grandes questões dos
tempos atuais;
• Coloca os fundamentos para a maior e mais
profunda reforma litúrgica realizada na Igreja
em toda a sua história;
89
• Os ditos tradicionalistas dizem que o Concílio
Vaticano II rompe de modo herético com a
tradição bimilenar da Igreja: a Missa
Tridentina e o Canto Gregoriano perdem
importância; além do modo como todos os
sete sacramentos são celebrados sofreu
também mudanças.
90
O Concílio Vaticano II já
está ultrapassado??
• Parece urgente retomar o impulso renovador
da Igreja, suscitado pelo Concílio. Para isto, é
importante retornar ao Concílio, para
perceber a grande consistência que ele teve.
• Trata-se de revisitar o Concílio para perceber
a importância que ele ainda tem para a Igreja
em nosso tempo.
92
• “Hoje corremos o risco de dar atenção a
episódios secundários, ignorando o peso do
Vaticano II, quando, desavisados trocamos
ouro por quinquilharias. Existem hoje muitas
ofertas de renovação eclesial que não
possuem a densidade e o peso daquelas
propostas pelo Vaticano II” (Dom Demétrio Valentini.
Revisitar o Concílio Vaticano II).
93
Precisamos avançar ...
• Resta-nos um grande caminho a percorrer para
que o Concílio se implante com toda a sua
riqueza em cada recanto da Igreja e no coração
de cada cristão, de modo especial no tocante:
• A formação dos fiéis, para que possa ter
participação plena, consciente e frutuosa;
• Crescer mais na consciência de uma Igreja Povo
de Deus, na responsabilidade missionária, no
ecumenismo, na atuação dos cristãos no mundo
de hoje e na vivência de nossa vocação à
santidade;
94
Proposta:
• Realizar estudo contínuo e aprofundado dos
documentos, para que o Concílio não se torne
letra morta e inútil;
• Com vigor, determinação e fidelidade ao
Espírito Santo somos chamados a fazer valer
os grandes objetivos do Vaticano II. Quais
compromissos devemos assumir?
95
FONTES
• ALBERICO, Giuseppe (org). História dos Concílios
Ecumênicos. Paulus: São Paulo. 1995.
• Revista Espírito, edição 101, junho de 2005.
Vocacionistas: Vitória da Conquista.
• VALENTINI, Dom Demétrio. Revisitar o Concílio
Vaticano II. Paulinas: São Paulo. 2011.
• Vaticano II. Mensagens, Discursos, Documentos.
Paulinas: São Paulo. 1998.
96
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Os concílios Ecumênicos na História da Igreja