UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
MÁRCIO CRISTIANO ALMEIDA DA SILVA
ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DOS CENTROS DE
PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO
BELÉM
2012
MÁRCIO CRISTIANO ALMEIDA DA SILVA
ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DOS CENTROS DE
PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação
apresentado ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade da Amazônia
como requisito para a obtenção do grau
Bacharel em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. José Alberto Silva de Sá
BELÉM
2012
MÁRCIO CRISTIANO ALMEIDA DA SILVA
ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DOS CENTROS DE
PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação
apresentado ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade da Amazônia
como requisito para a obtenção do grau
Bacharel em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. José Alberto Silva de Sá
Banca Examinadora
_________________________________________
Prof. Dr. Jose Alberto Silva de Sá
UEPA / UNAMA
_________________________________________
Prof. MSc. Lauro de Souza Moreira Neto
UEPA / FIBRA
_________________________________________
Prof. MSc. Roger Ribeiro da Silva
UNAMA
Apresentado em: ____ / ____ / ____.
Conceito: ____________________
BELÉM
2012
A Deus, meus pais e amigos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar ao meu Deus (Jeová) criador dos céus e da Terra e ao seu filho
Jesus Cristo pelo dom da vida e pela sua infinita misericórdia.
Ao meu pai seu Osvaldo Ferreira da Silva, pelo amor, apoio incondicional e incentivo, além
de ser o meu grande herói, e também pelo grande exemplo de homem ético e companheiro de
todas as horas.
Agradeço também a minha mãe dona Eliana Almeida da Silva, pelo amor, apoio, carinho,
paciência e também pela excelente educação dada a mim, e também pelo grande exemplo de
mulher ética, cristã e acima de tudo minha heroína. E também aos meus amados irmãos: Ana
Paula, João Marcos, Douglas e Brenda pelo amor e pelas brincadeiras.
Agradeço do fundo do meu coração ao meu orientador Professor José Alberto Sá, pela
paciência, companheirismo, e por acreditar no meu potencial e acima de tudo pela amizade e
pela confiança a mim depositada! Agradeço também aos demais professores do curso que
muito contribuíram para o enriquecimento do meu conhecimento e pela amizade e
companheirismo.
Meus agradecimentos aos colegas, funcionários de faculdade, pela amizade, carinho e
companheirismo, torço para que a distância não diminua o carinho que sentimos um pelo
outro, nem nossa amizade. Agradeço em especial aos amigos: Joelma Cabral (Jôjo), Sílvia
Marques, Welton Oliveira (Castanhal), Gilson Santos, Pedro Rafael e Eduardo Santos pelo
companheirismo, amizade, brincadeiras e também pelo compartilhamento de bons momentos,
muito obrigado!
Agradeço ao governo federal e a Universidade da Amazônia pela oportunidade oferecida a
mim por meio da concessão da bolsa integral do Programa Universidade para Todos (Prouni).
Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra:
daí brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores (Salmos, 98-4)
RESUMO
O estudo teve por objetivo identificar informações sobre a prática da produção mais limpa
(P+L) junto aos centros nacionais responsáveis por consultorias e divulgação dos estudos e
pesquisas voltados para este tema. Buscou-se realizar uma avaliação de forma qualitativa
quanto às contribuições destes centros para a disseminação da filosofia P+L. A pesquisa foi
do tipo Estudo de Caso. Como resultado, obteve-se importantes reconhecimentos de pontos
chave que estão sendo difundidos em nosso país para a melhoria da qualidade de produtos e
serviços.
Palavras-chave: Produção mais Limpa. Centros de Divulgação. Filosofia P+L.
ABSTRACT
The work aimed identifies information about the practice of cleaner production (CP) together with
national centers responsible for consultancies and dissemination of studies and research on this
topic. We attempted to carry out a qualitative manner as the contributions of these centers for the
dissemination of philosophy P + L. The research was the type Case Study. As a result, we
obtained important acknowledgments of key points that are being circulated in our country to
improve the quality of products and services.
Keywords: Cleaner Production. Dissemination Centers. Philosophy P + L.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – As três dimensões da sustentabilidade
25
Figura 02 – Sistema produtivo genérico
27
Figura 03 – Evolução das técnicas da gestão de resíduos na indústria
32
Figura 04 – As cinco etapas da implementação da Produção mais Limpa
34
Figura 05 – Avaliação das entradas e saídas do processo produtivo
38
Figura 06 – Prioridades para escolha de produção mais limpa
41
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Percentual de resíduos gerados por espécie no Rio de Janeiro
28
Gráfico 02 – Evolução das exportações brasileiras de suínos
57
Gráfico 03 – Empresas que aplicaram a produção mais limpa com a
consultoria do CNTL: empresas de serviços versus empresas
industriais
84
Gráfico 04 – Empresas de serviços que aplicaram a produção mais limpa
com auxílio do CNTL divididas de acordo com setor
85
Gráfico 05 – Percentual de indústrias divididas por setor que
aplicaram a Produção mais Limpa com auxílio do CNTL
86
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Diferenças entre técnicas fim de tubo e produção mais limpa
33
Quadro 02 – Sínteses dos principais impactos da indústria de cítricos
49
Quadro 03 – Resumo das oportunidades de produção mais limpa
na indústria de laticínios
61
Quadro 04 – Resumo das oportunidades de produção mais limpa
para o setor gráfico
66
Quadro 05 – Resumo das oportunidades de P+L para o setor têxtil
68
Quadro 06 – Resumo das oportunidades de P+L o setor de reciclagem
71
Quadro 07 – Barreiras encontradas na implementação da produção mais limpa
75
Quadro 08 – Resumo das oportunidades de produção mais limpa para curtumes 77
Quadro 09 – Resumo das 20 oportunidades P+L na construção civil
80
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Dados europeus para o consumo de água por etapas
de produção de cervejas
52
Tabela 02 – Consumo médio de água por animal em diversos países
78
Tabela 03 – Resumo dos manuais produzidos pela Companhia
ambiental do estado de São Paulo (CETESB)
87
Tabela 04 – Resumo dos manuais produzidos pelo CNTL
88
LISTA DE SIGLAS
ABEPRO
Associação Brasileira de Engenharia de Produção
CEBDS
Conselho Empresarial para o Desenvolvimento sustentável
CETESB
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CNTL
Centro Nacional de Tecnologias Limpas
FIERJ
Federação das indústrias do estado do Rio de janeiro
FIESP
Federação das Indústrias do estado de São Paulo
FIERGS
Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul
OMS
Organização Mundial da Saúde
ONU
Organização das Nações Unidas
PIB
Produto Interno Bruto
P+L
Produção mais Limpa
PNUD
Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento
TECLIM
Rede de Produção Mais Limpa
UFBA
Universidade Federal da Bahia
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMA
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
1.2.2 Objetivos Específicos
1.3 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L)
2.1.1 O contexto da produção mais limpa
2.1.2 Produção mais limpa: conceitos, evolução e importância
2.1.3 Etapas de implementação da produção mais limpa (P+L)
2.1.3.1 Etapa 1: Planejamento e organização
2.1.3.2 Etapa 2: Pré avaliação e diagnóstico
2.1.3.3 Etapa 3: Estudos e avaliação
2.1.3.4 Etapa 4: Estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica
2.1.3.5 Etapa 5: Implementação e plano de continuidade
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
3.2 ETAPAS DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
3.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
4 ESTUDO DE CASO
4.1 O CASO DA CETESB
4.1.1 Caracterização da entidade
4.1.2 Produtos gerados
4.1.2.1 Manual da situação da P+L na América Latina e Caribe
4.1.2.2 Manual P+L de cítricos
4.1.2.3 Manual P+L de bijuterias
4.1.2.4 Manual P+L de cervejas e refrigerantes
4.1.2.5 Manual P+L de curtumes
4.1.2.6 Manual P+L de abate de bovinos e suínos
4.1.2.7 Manual P+L de cerâmica branca e de revestimento
4.1.2.8 Manual P+L de frigoríficos
4.1.2.9 Manual P+L de graxarias
4.1.2.10 Manual P+L lácteos
4.1.2.11 Manual P+L papel e celulose
16
19
21
21
21
21
24
24
24
29
34
35
36
37
41
42
44
44
44
45
46
46
46
47
48
48
49
51
53
54
55
56
57
58
61
4.1.2.12 Manual P+L de tintas e vernizes
4.1.2.13 Manual P+L para gráficas
4.1.2.14 Manual P+L da indústria têxtil
4.1.2.15 Manual P+L da indústria de reciclagem
4.1.2.16 Manual P+L da indústria de higiene pessoal e perfumaria
4.2 O CASO CNTL
4.2.1 Caracterização da entidade
4.2.2 Produtos gerados
4.2.2.1 Manual de implementação da P+L
4.2.2.2 Manual P+L em processamento do couro Vacum
4.2.2.3 Manual P+L em frigoríficos
4.2.2.4 Manual P+L em confecções
4.2.2.5 Manual P+L em edificações
4.2.2.6 Manual P+L em padarias e confeitarias
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
63
64
66
69
71
73
73
74
74
76
77
79
79
82
84
90
94
17
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos nosso país vivencia um momento espetacular com relação ao
desenvolvimento econômico, onde foi possível verificar que diversos setores da economia
encontram-se em franca expansão, impulsionados, sobretudo pelo aumento considerável do
consumo e pela facilidade de crédito no mercado. Dentre estes setores o da manufatura de
uma forma geral tem se destacado, sendo um dos que mais se beneficiam desse crescimento e
contribuem de forma significativa para o desenvolvimento econômico de nosso país.
Consoante a este incremento no nível de produção industrial ocorre também a
elevação do nível de poluição, assim como, uma sensível elevação pela demanda de matérias
primas e outros insumos que são indispensáveis para a sustentação dos processos de
produção. Frente a esta realidade, é importante destacar que esse incremento na produção,
sobretudo no setor industrial traz consigo diversas vantagens positivas, contudo, trazem
também consequências negativas, principalmente no que concerne a questão ambiental.
Assim, no ambiente dos processos produtivos o consumo exagerado de insumos
produtivos, a deposição inadequada, a poluição do ar, água e solo ocasionam inevitavelmente
impactos negativos sobre o meio ambiente que diminuem consideravelmente a produtividade
nas empresas. Nos últimos anos ocorreu o aumento significativo da consciência ambiental,
nas empresas, que ao longo do tempo considerava o meio ambiente como uma questão de
menor importância (SEVERO et al., 2011).
Diante dessa situação, muitas empresas estão voltando suas atenções para análise de
seus processos e tecnologias de gestão da produção, haja vista, que o atual sistema de
produção é considerado insustentável, na medida em que, trata dos recursos naturais, ou seja,
as matérias primas e outros insumos como bens infinitos, quando na verdade não o são, é
nesse contexto, que iniciou-se uma mobilização pela questão do tema da sustentabilidade no
ambiente de produção (SILVA; CAMPOS, 2010).
Desta forma, muitas empresas, profissionais e algumas organizações ligadas ao tema
do gerenciamento dos recursos naturais interessados e preocupados com esta situação
passaram a estudar e aprofundar suas pesquisas no sentindo de tentar atenuar, reduzir ou ate
18
mesmo eliminar os desperdícios e poluição sobre o meio ambiente, que são gerados, em sua
maioria pelo setor industrial.
A partir de então, estas pessoas passaram a investigar de forma mais profunda e
sistemática essa questão, assim foi nesse contexto de produção, sustentabilidade, meio
ambiente e redução da poluição, desperdícios e custos que foi concebida a chamada produção
mais limpa conhecida também pela sigla P+L, esta metodologia visa tratar das análises e
ações ambientais de forma preventiva, com intuito de racionalizar e economizar a utilização
de água, energia e matérias-primas nos processos de fabricação assim como na geração de
produtos e/ou serviços (HINZ; VALENTINA; FRANCO, 2006).
Pode-se dizer inclusive que a estratégia de Produção mais limpa é um método bastante
eficiente, na medida em que, possibilita a obtenção de uma série de vantagens e benefícios,
tanto do ponto de vista econômico, ambiental quanto social, uma vez que, implementada com
sucesso a P+L é capaz de diminuir consideravelmente consumo de matéria prima
contribuindo desta forma para redução de custos através de melhorias na gestão de matérias
primas, conferindo ao final dos processos uma menor geração de resíduos industriais, além de
contribuir com a diminuição dos riscos ambientais e ergonômicos no trabalho riscos estes que
são inerentes a todos os processos produtivos.
Além disso, com o advento desta metodologia foi possível quantificar os valores
relativos ao consumo de massa, energia elétrica e água, possibilitando assim o seu
monitoramento através dos indicadores de desempenho facilitando desta forma o controle e a
avaliação por parte dos gerentes de produção, facilitando assim, a verificação e análise da
eficiência da metodologia através da comparação dos indicadores servindo, portanto, como
uma excelente ferramenta de apoio na tomada de decisão.
Todavia, é importante ressaltar que o sucesso na aplicação e gestão da P+L depende da
contribuição de todos os envolvidos nos processos, e que sua aplicação e manutenção deverá
envolver todos os funcionários da empresa desde a alta administração até os operadores do
chão de fábrica, assim é de fundamental importância manter um bom nível de
comprometimento e principalmente de conhecimento acerca dos objetivos e etapas
necessárias para alcançar os objetivos e as metas estabelecidas em um projeto de P+L.
19
Desta forma, é indispensável a eficiente gestão dos recursos humanos, assim como, o
acompanhamento de todas as etapas do processo desde a fase concepção do projeto até a
execução e o monitoramento dos resultados assim como da manutenção das melhorias
necessárias para a completa instalação desta metodologia.
O crescimento da importância do tema da Produção mais limpa, sobretudo, no
ambiente empresarial tanto no setor industrial quanto de serviços vem apenas reafirmando o
papel indispensável e de vital importância dos centros de produção mais limpa existentes
tanto no Brasil como no exterior. Estas instituições são responsáveis diretas pelo
levantamento e divulgação de estudos pesquisas e outras informações relevantes acerca da
produção mais limpa, além disso, atuam prestando ainda serviços de consultorias e
treinamentos para empresas e atuarem também como agentes disseminadores e fomentadores
da filosofia de produção mais limpa em nosso país.
No Brasil existem várias instituições que tratam do tema é chamada rede brasileira de
produção mais limpa, todavia, existem duas instituições de referência nacional e internacional
para pesquisas e estudos voltados a prática da produção mais limpa, que são o Centro
Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) e a Companhia Ambiental do estado de São Paulo
(CETESB).
A primeira atua em nível nacional prestando consultorias e ministrando cursos
direcionados a empresas industriais e do setor de serviços interessadas no tema, além de
realizar inúmeras publicações ela está incumbida por disseminar a importância da P+L no
Brasil, a segunda apesar de atuar apenas em âmbito estadual, ou seja, no estado de São Paulo,
atua também na produção de documentos e publicações tais como os manuais de
implementação da produção mais limpa. Estes trabalhos tem impacto significativo nas
empresas em nível nacional e até mesmo internacional dado a profundidade e relevância de
seus estudos e pesquisas sobre a produção mais Limpa.
Assim, esta pesquisa tem como principais funções realizar o levantamento, análise e
sistematização das informações e contribuições dos centros de produção mais limpa sob o
ponto de vista quantitativo e qualitativo, assim como disponibilizar tais estudos de forma
simplificada e resumida neste trabalho de conclusão de curso, para tanto, será realizada um
minucioso trabalho investigativo, semelhante ao trabalho desempenhado pelo repórter, com
propósito de oferecer aos profissionais da área gerencial, estudantes e outros interessados a
20
oportunidade de se atualizar, ou mesmo ter o primeiro contato com as publicações que tratam
deste tema, portanto, este trabalho acaba servindo como uma alternativa para estas pessoas
conhecerem melhor as informações relativas aos estudos, e pesquisas desenvolvidos pelos
centros de produção mais limpa sobre a prática da produção mais limpa no Brasil.
1.1 TEMA E PROBLEMA
A gestão ambiental é um tema de muitas discussões, que se iniciou principalmente a
partir da conferência de Estocolmo, em 1972, a partir de então, compreendeu-se que a solução
para manutenção dos recursos naturais como a água, e a diminuição da degradação do meio
ambiente, ocasionada principalmente pela geração de resíduos seja na forma líquida, sólida ou
gasosa, dependeria do desenvolvimento de uma técnica ambiental de gerenciamento que
procurasse minimizar a geração destes resíduos e que diminuíssem ao máximo os
desperdícios destes recursos contribuindo para o desenvolvimento sustentável (VAZ et al.,
2010).
Até alguns anos atrás as tecnologias ambientais existentes atuavam tão somente no
sentido de tratar os resíduos e emissões existentes (exemplos: tecnologia de tratamento de
emissões atmosféricas, tratamento de águas residuais, tratamento do lodo, incineração ou
mesmo o simples descarte destes no meio ambiente, estas medidas remediativas acabavam por
desencadear sérios desastres ambientais e acabavam repercutindo inclusive sobre a qualidade
de vida da comunidade da área do empreendimento (CENTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).
É nesse contexto que foi concebida a técnica da Produção mais Limpa que se constitui
como uma ferramenta que prima pela melhoria da conduta ambiental das organizações através
da redução de custos de produção contribuindo para o aumento da eficiência e da
competitividade, gerando com isto significativa redução dos níveis de resíduos melhorando a
saúde e segurança no ambiente dos trabalhadores, melhoria da imagem da empresa frente ao
seu mercado e aos órgãos ligados ao meio ambiente (OLEA; SEVERO, 2009).
Dentre os resultados alcançados pelas empresas que praticam a produção mais limpa,
destacam-se além da contribuição para melhoria do meio ambiente, estão também a redução
das perdas de matérias primas e insumos, melhoria na qualidade dos produtos e dos processos
e constatou-se ainda a melhoria no clima organizacional devido as melhores condições de
21
trabalho e o maior envolvimento dos colaboradores no processo produtivo (OLIVEIRA,
2006).
O tema da produção mais limpa ainda é um tema relativamente recente no Brasil, os
esforços para o desenvolvimento da P+L no Brasil ganharam força com a implantação do
Centro Nacional de Tecnologias Limpas- CNTL, sediado na cidade de Porto Alegre, esta
instituição tem como principal missão atuar como instrumento facilitador na disseminação e
implantação dos conceitos da P+L em todos os setores produtivos industriais ou de serviços,
atuando ainda na capacitação de recursos humanos, assessoria técnica, participação das
políticas ambientais governamentais, divulgação de informações e na prestação de
consultorias sobre P+L (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).
A CETESB-Companhia de Tecnologia Ambiental do estado de São Paulo, vem
atuando como outro aliado e agente disseminador da produção mais limpa, em 1998 a
CETESB organizou e sediou a conferência das Américas sobre produção mais limpa, onde foi
assinada a carta de São Paulo pelos governos do Brasil, EUA, Chile, Costa Rica e Jamaica,
esta conferência teve como objetivo estabelecer as diretrizes para nortear as políticas sobre a
aplicação da produção mais limpa no país (COELHO, 2004). Desde 1996 a CETESB mantêm
um setor voltado especificamente para produção mais limpa, com intuito de realizar a
publicação de documentos técnicos e casos de sucesso, realizar treinamentos e outras
assessorias de caráter tecnológico (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2012).
Os núcleos ou Centros de produção mais limpa como o CNTL e a CETESB atuam no
sentido de fomentar a aplicação da metodologia P+L em empresas de diferentes portes e
segmento econômicos, com maior enfoque sobre as micro e pequenas empresas, entretanto, os
resultados obtidos apresentam-se ainda muito diluído, desta forma, existe ainda uma grande
carência da aplicação em setores produtivos, uma maior divulgação sobre o tema as empresas
poderia estimular a aplicação deste método, contribuindo para o aumento da visibilidade e
representatividade da produção mais limpa, contribuindo para a maior mobilização setorial
em favor da P+L (COELHO, 2004).
Diante disto, considerando que os centros nacionais e regionais de produção mais
limpa são responsáveis pela divulgação do pensamento e da prática da produção mais limpa
P+L no país, esta pesquisa visa responder ao seguinte questionamento: De que forma, tais
22
instituições vêem contribuindo com as empresas e outras entidades interessadas no
desenvolvimento, disseminação, e na divulgação de informações e pesquisas relacionadas a
Produção mais Limpa?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Realizar a análise das informações sobre a prática da Produção mais Limpa (P+L)
junto aos centros nacionais responsáveis por consultorias e divulgação dos estudos e
pesquisas voltados para o tema em questão e avaliar de forma qualitativa suas contribuições
para disseminação da filosofia P+L.
1.2.2 Objetivos específicos
- Identificar as principais pesquisas e informações acerca do tema da produção mais limpa
produzido pelos centros nacionais e regionais de produção mais limpa;
- Organizar e analisar de forma crítica os principais resultados dos estudos produzidos por
estes órgãos;
- Identificar fatores críticos para a sensibilização e o despertar dos discentes, docentes e outros
interessados para a importância da produção mais limpa.
1.3 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO
A questão ambiental é um dos pilares da sustentabilidade matriz do sistema industrial,
nesse sentido, sistemas e processos devem ser desenvolvidos com objetivo de oferecer uma
melhor qualidade ambiental, por meio das seguintes medidas: processo de produção mais
limpos, economia de recursos, redução nos desperdícios, tratamento e redução de efluentes,
além disso, é possível obter a ganhos de competência e produtividade pelas empresas pela
implantação da sustentabilidade (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2012).
Uma pesquisa sobre gestão de resíduos na indústria mostrou que 46% dos efluentes
industriais são despejados na rede pública de esgoto sem qualquer tratamento, e que outros
26% são despejados em fossas abertas, outra conclusão agravante do estudo revelou também
que 16% destes rejeitos são depositados em lagos e rios sem o devido tratamento o que nos
23
permite concluir que ainda estamos um tanto quanto distante dos ideais da famigerada
sustentabilidade (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,
2004).
De acordo com uma pesquisa mais recente do mesmo órgão, a gestão dos resíduos
industriais foi mencionada como uma das principais dificuldades detectadas para melhoria
ambiental, principalmente, para pequenas e médias empresas, a mesma pesquisa revelou ainda
que, 17% das empresas consultadas apontaram a falta de conhecimento técnico como um dos
principais obstáculos para melhoria na gestão de seus resíduos, além disso, outros 17% destas
mesmas empresas têm encontrado também dificuldades para o tratamento e descarte final dos
resíduos (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2011).
Como podemos perceber, a maioria das empresas ainda está focando ou voltando a
atenção de seu sistema produtivo para o final, configurando assim a produção do tipo “fim de
tubo” que é uma técnica que segue na direção contrária a onda da sustentabilidade. Assim as
empresas deveriam focar sua atenção para todos os processos, através de das seguintes
indagações: que técnicas eu utilizo? É possível economizar água, energia e matérias primas no
ao longo do processo? De que maneira posso diminuir a produção de efluentes ao invés de
apenas tratá-lo? (BORGES, 2010).
Assim as empresas poderiam adotar a política dos 3 R’s que correspondem a redução,
reutilização e reciclagem nos processo de produção e consumo de produtos, para alcançar
estes objetivos, além disso, as empresas poderiam utilizar outras estratégias como a Produção
mais Limpa P+L que permite ampliar o uso de matérias primas recicladas em seus sistemas
produtivos, consumir produtos reciclados e a implantação de programas de separação de
resíduos (INSTITUTO ETHOS, 2007).
A P+L é uma estratégia aplicada na produção e em produtos com o objetivo de
minimizar o consumo de água, energia e insumos, acarretando assim, menor que geração e
resíduos e efluentes, possibilitando ganhos econômicos e ambientais (HINZ; VALENTINA;
FRANCO, 2006).
Nesse sentido a produção mais limpa, consolida-se como uma ferramenta
extremamente útil para a promoção do desenvolvimento sustentável, uma vez que, se por uma
lado aumenta a eficiência dos processos produtivos, melhorando a competitividade das
organizações, por outro, também racionaliza o consumo de matérias primas e outros insumos
24
como a energia, reduzindo a geração de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas
(CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2008b).
Com a finalidade de promover o desenvolvimento sustentável através da produção
mais limpa, foi criado a rede brasileira de produção mais limpa, que busca difundir o conceito
da produção mais limpa e ecoeficiência, como instrumentos para estimular a competitividade
a inovação e a responsabilidade sócio-ambiental no setor produtivo brasileiro, os principais
parceiros e órgãos de referência da rede de produção mais limpa são a Companhia ambiental
do estado de São Paulo - CETESB, e o Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNTL
(HINZ; VALENTINA; FRANCO, 2006).
Apesar da ampla divulgação dos princípios e conceitos da produção mais limpa muitas
empresas ainda desconhecem o tema ou tem encontrado grande dificuldade para promover a
implementação desta metodologia em seus sistemas de produção, diante desta barreira, órgãos
como a Companhia Ambiental do estado de São Paulo (CETESB) e o Centro de Tecnologias
Limpas (CNTL) vem desenvolvendo alguns manuais específicos, de acordo com as
necessidades de cada setor, trazendo algumas orientações teóricas e técnicas com objetivo de
oferecer as empresas o primeiro passo em direção a aplicação deste conceito nas suas
empresas (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2009b).
25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L)
2.1.1 O contexto da produção mais limpa
Há pelo menos duas décadas o tema da sustentabilidade tem sido bastante debatido nas
mais diversos setores seja no âmbito da esfera pública ou privada, porém, antes de tudo é
preciso definir bem o que significa esta palavra que já faz parte do nosso cotidiano e está cada
vez mais presente na mídia.
Segundo desenvolvimento com sustentabilidade significa o exercício das atividades
de consumo e produção de forma a satisfazer as nossas necessidades atuais, sem, que essas
mesmas atividades possam prejudicar ou comprometer as necessidades das gerações futuras
no que diz respeito a disponibilidade de recursos naturais básicos tais como a água e/ou
matéria primas que são bens indispensáveis a manutenção da atividades humanas e também
atividades produtivas assim como do bem estar da população em geral (ALMEIDA, 2010).
A análise do mesmo conceito sob a perspectiva da manufatura nos permite concluir
que a produção é considerada sustentável quando a mesma é dotada de capacidade de
produzir produtos ou serviços utilizando processos e sistemas que busquem não poluir,
conservar energia e recursos naturais, que seja ainda, economicamente viável, segura e
saudável para os trabalhadores, comunidades, consumidores e socialmente gratificante para
todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente nesse processo (NARS; THURSTON,
2006 apud SEDIYAMA; SUZUKI, 2011, p. 3).
Somente podemos afirmar que uma organização é verdadeiramente sustentável quando
a mesma realizar o seu planejamento estratégico empresarial levando em consideração as três
dimensões da sustentabilidade que, a saber, são (Barbieri et al., 2010):
- Dimensão social – é aquela que se preocupa com os impactos sociais das atividades
de produção dentro e fora das organizações e estão ligados a fatores como: renda,
desemprego, saúde e segurança no trabalho, diversidade organizacional, pobreza e etc.
- Dimensão ambiental – preocupa-se com os impactos ambientais decorrentes dos
processos produtivos tais como: poluição, geração e deposição de resíduos industriais,
programas de prevenção de acidentes ecológicos, sistemas de gestão ambiental, programas de
melhoria contínua voltados a manutenção dos recursos naturais assim como preservação da
fauna e flora.
26
- Dimensão econômica – preocupação com a eficiência econômica de seus negócios
procurando analisar e equacionar a viabilidade suas atividades de produção no sentido de
garantir sua sobrevivência e perpetuação no mundo empresarial.
A figura abaixo permite visualizar de forma sintetizada as três dimensões da
sustentabilidade, e permite observar as interrelações existentes deste problema.
Figura 01 – As três dimensões da sustentabilidade
Fonte: ALMEIDA (2010, p. 3).
Diante da importância do tema dentro das empresas, a revista Brasil sustentável
realizou um amplo estudo com 108 empresas dos mais variados portes e setores que juntas
faturaram mais de R$ 700 bilhões o equivalente a 17% do PIB brasileiro, o estudo revelou
que dentre as empresas pesquisas (BRASIL SUSTENTÁVEL, 2012, p. 21):
- 77% das empresas têm a sustentabilidade formalizada em seu planejamento
estratégico.
- 51% têm metas ambientais estabelecidas.
- 43% elaboram relatórios de sustentabilidade
- Apenas 42% gerenciam impactos ambientais.
Assim, para as empresas que realmente se preocupam com a manutenção da
competitividade, estas deverão obrigatoriamente antes de tudo ser avaliadas e serem
27
consideradas ambientalmente responsáveis, e principalmente, deverão adequar seus sistemas
de produção assim como todos os demais processos ás necessidades e desejos dos
consumidores, de forma a não prejudicar o meio ambiente ou colocar em risco as gerações
futuras, por consequência, seus produtos deverão oferecer segurança em relação ao meio
ambiente, somente assim serão aceitos e criarão empatia com os consumidores, melhorando a
imagem da empresa diante da sociedade (INSTITUTO ETHOS, 2007).
O conceito de sustentabilidade e da responsabilidade empresarial não deve ser vista
como umas simples práticas de filantropia, posto isto, muitas empresas perceberam que o
tema da sustentabilidade passou a ser visto como um negócio que potencializa uma série de
oportunidades, e não somente como um atributo das ações de projetos, produtos e serviços da
empresa, mais, sobretudo, passou a se auto-representar como um pré-requisito essencial para a
sobrevivência e sucesso do negócio (NETO; BRENNAND, 2004).
Como podemos perceber o mercado consumidor está cada vez mais consciente e
exigente com relação à produção e consumo dos produtos, visto que, variáveis tradicionais
como preço, qualidade e disponibilidade, poderão no presente ou mesmo num futuro próximo
não ser mais o fator determinante no momento de decidir pela escolha de determinado
produto ou serviço, tal situação se deve, sobretudo, pelo aumento no grau de consciência por
parte dos consumidores que acabam preferindo pela escolha de produtos ou serviços
fornecidos por empresas que mantenham certa preocupação na manutenção de produtos e
processos produtivos ambientalmente corretos (FILHO; SICSÚ, 2003).
O CEBDS lista algumas metas e ações que foram estabelecidas para se alcançar o
desenvolvimento
sustentável
até
2020,
vejamos
algumas
delas
(CONSELHO
EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2012, p. 63):








Implementar a gestão integrada dos resíduos sólidos
Redução do desperdício ao longo das cadeias produtivas.
Diminuir as emissões ao longo do processo produtivo.
Aumentar a utilização de materiais reciclados.
Utilizar produtos que possam ser reparados, estendendo dessa forma a sua
vida útil.
Optar pela reutilização de produtos e reciclagem de materiais.
Consolidar a Análise do Ciclo de Vida e logística reversa de produtos.
Implementar a logística reversa de forma crescente, treinando os próprios
funcionários e a cadeia produtiva para aderir ao processo.
28

Valorizar e investir na educação básica e complementar para contribuir
com a conscientização e sensibilização do consumidor.
Até aqui se falou em processos, produtos, sustentabilidade e gestão de resíduos. Pois
bem, é muito importante ressaltar que todos estes termos são nada mais que etapas integrantes
dos chamados sistemas produtivos, que correspondem a uma complexa rede de atividades
coordenadas e inter-relacionadas que na maioria das vezes são dependentes entre sí, são
articuladas e planejadas com o objetivo final de gerar como produto um bem (tangível) ou
serviço (intangível).
Para Laugeni e Martins (2005) toda e qualquer organização seja ela industrial ou de
serviços com ou sem fins lucrativos é constituída de um sistema de produção que é composto
genericamente pelas entradas ou inputs que são os insumos e que podem ser representadas
por: materiais, mão de obra, equipamentos , instalações, capital, energia elétrica estes são
convertidos em saídas ou outputs representados pelos produtos acabados, serviços prestados
ou informações recebidas, para que isso ocorra essa conversão se dá através das funções de
transformações que é composto de processos, regras heurísticas, simulações e etc.
A figura abaixo retrata de forma genérica os principais componentes de um sistema de
produção.
Figura 02 – Sistema Produtivo genérico
Fonte: MARTINS e LAUGENI (2005, p. 11)
Como podemos verificar no interior das atividades dos sistemas produtivos o meio
ambiente representa a fronteira tanto na entrada quanto na saída dos sistemas, desta forma,
pode-se concluir que é justamente nesta fronteira que encontramos os maiores problemas de
ordem ambiental, principalmente, no que diz respeito à geração de resíduos industriais.
29
Infelizmente, os resíduos oriundos desses processos produtivos são uma triste
realidade para boa parte das empresas, principalmente do setor industrial, e muitas das vezes
estes empreendimentos não dão a devida à atenção para este problema.
Uma pesquisa realizada com 3.464 empresas do setor industrial localizadas no estado
do Rio de Janeiro buscou verificar qual o percentual do tipo de resíduo gerado em seus
processos, esta pesquisa chegou aos seguintes resultados (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS
DO RIO DE JANEIRO, 2004, p. 4):
Gráfico 01- Percentual de resíduo gerado por espécie no Rio de Janeiro
Fonte: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO (2004, p. 4)
Porém, com o endurecimento das leis ambientais e com maior pressão dos
consumidores exigentes por produtos que sejam ambientalmente corretos, esta realidade está
mudando, no caso da gestão dos resíduos os empresários vem descobrindo que a melhoria de
seus processos pode trazer vantagens econômicas, por meio da aplicação de técnicas de
substituição de matéria prima, reutilização e reciclagem de materiais e a redução da poluição
na fonte (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO, 2006).
Muitas empresas principalmente do setor de industrial estão vendo na gestão dos
resíduos uma oportunidade para alcançar a sustentabilidade e assim alavancar sua
competitividade, uma vez que, a boa gestão destes potencializa excelentes resultados,
ambientais, econômicos, e sociais (NETO; BRENNAND, 2004). Estes objetivos devem ser
alcançados por meio da redução dos materiais danosos ao meio ambiente gerados no final do
processo produtivo (melhoria ambientais), melhoria na eficiência de seu setor produtivo com
a redução do consumo de matérias primas, água e energia (melhoria econômica) (VALOR,
2002).
30
Neste contexto que nasceu a chamada produção mais limpa conhecida também pelas
siglas: P+L, PmaisL ou PML, esta metodologia de gestão ambiental vem ao encontro dos
objetivos da sustentabilidade servindo como uma ponte para as empresas que buscam o
caminho para a gestão pautada sobre a sustentabilidade.
Portanto, a produção mais limpa atende de forma simultânea as três sinergias da
sustentabilidade: na eficiência da produção por meio da otimização no uso dos recursos
naturais como matérias primas, energia e água, assim como atende as expectativas da
melhoria do relacionamento com a minimização dos impactos sobre o meio ambiente e a
natureza, e por fim, contribui com o desenvolvimento humano, haja vista, que a aplicação da
P+L contribui para minimização dos riscos para seus funcionários e a comunidade vizinha ao
redor do empreendimento (NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO
INDUSTRIAL, 2012).
2.1.2 Produção mais Limpa: conceitos, evolução e importância
A produção mais limpa (P+L) corresponde a uma estratégia econômica, social,
ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, com finalidade de aumentar a
eficiência no uso de matérias primas, água e energia através da não geração, minimização ou
reciclagem dos resíduos produzidos em um processo produtivo (CENTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).
Outro conceito para produção mais limpa diz tratar-se de uma estratégia ambiental
preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços com objetivo de reduzir os
desperdícios de matérias primas, água, o consumo de energia elétrica, assim como minimizar
os riscos ambientais contribuindo para melhoraria nas condições de trabalho dos trabalhadores
(NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, 2012). Para Foelkel
(2008) a Produção mais limpa é uma estratégia de melhoria continua voltada para produtos,
processos e serviços, e a eficiência operacional a qualidade de vida e o meio ambiente,
potencializando ganhos econômicos, uma vez que, reduz de forma significativa os custos,
com base nessas prerrogativas, é um metodologia que caminha de mãos dadas com a
sustentabilidade dentro dos sistemas produtivos.
Além disso, a Produção mais limpa é uma estratégia ambiental de melhoria contínua
de prevenção da poluição na empresa, focalizando principalmente, processos e produtos com
a finalidade de otimizar o emprego de matérias primas de modo a não gerar ou induzindo a
31
minimização na geração deste resíduos, e reduzindo os riscos ambientais para os seres vivos e
trazendo benefícios econômicos para a empresa (REDE P+L, 2006). A FIESP lista alguns dos
objetivos principais do pensamento da Produção mais limpa (FEDERAÇÃO DAS
INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2012):

Aumentar as vantagens econômicas e competitivas das empresas;

Racionalizar a utilização de insumos;

Reduzir os desperdícios;

Minimizar a geração de resíduos diminuindo os impactos ambientais;

Aumentar a competitividade, atualizando a empresa de acordo com as
exigências do mercado;

Adequar produtos e processos de acordo com as conformidades da legislação
ambiental;

Permitir a construção de indicadores de eficiência;

Documentação e manutenção dos resultados obtidos;

Promoção e manutenção da boa imagem da empresa, divulgando a eco
eficiência da produção e a qualidade de seus produtos;
Como podemos perceber a Produção mais limpa P+L, é uma tecnologia aplicada a
processos e produtos através da conservação da matéria prima, água e energia, e redução na
fonte da quantidade e toxicidade das emissões e dos resíduos gerados, assim aplica-se também
aos produtos por meio da redução dos seus impactos negativos ao longo de seu ciclo de vida,
alcançando toda a cadeia produtiva desde a extração da matéria prima até a sua disposição
final, e por fim poderá ser aplicada ainda ao setor de serviços através da incorporação das
questões ambientais as suas fases de planejamento e execução (COMPANHIA AMBIENTAL
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2012).
A redução da poluição através do uso racional das matérias primas, energia e água
representa uma alternativa econômica e ambiental definitiva, uma vez que, a diminuição dos
desperdícios representa para as organizações ganhos em produtividade e menos agressão ao
meio ambiente, e ao mesmo tempo implica em maior eficiência nos processos industriais,
assim a transformação de matérias primas, água e energia em produtos não em resíduos
colaboram para o aumento da competitividade da empresa (CENTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).
A produção mais limpa parte do pressuposto que qualquer forma de poluição é
expressão direta da ineficiência dos processos e que, portanto, representa perdas financeiras e
danos ambientais tanto para sociedade quanto para organização ou para os usuários do
produto (INDICE P+L, 2008).
32
O princípio básico da metodologia P+L é eliminar toda e qualquer poluição durante o
processo de produção e não apenas no final como se fazia até alguns anos atrás, isso por um
simples motivo: todos os resíduos que a empresa gerou custaram-lhe dinheiro, uma vez que,
que estes foram comprados a preço de matérias primas e também consumiram insumos como
água e energia elétrica, e mesmo depois de serem gerados continuam a consumir dinheiro,
seja sob a forma de gastos de tratamento e armazenamento, ou mesmo sob a forma de multas
por transgressões a leis de caráter ambientais ou ainda por danos a imagem e reputação da
empresa que são variáveis de difícil mensuração (Rede P+L, 2006).
A aplicação da filosofia Produção mais limpa proporciona de forma simples e rápida a
obtenção de benefícios econômicos e ambientais, na medida em que, não necessita de grandes
investimentos, nem de um sistema de gestão ambiental implementado, mas de início, precisa
do profundo conhecimento de todos os processos integrantes do sistema de produção, todavia,
para o sucesso na aplicação da metodologia é necessário antes de tudo uma mudança radical
na postura e também na forma de pensar e agir sobre a produção, ou seja, é necessário antes
de tudo mudanças de comportamento de cultura (FAGUNDES et al., 2009).
A estratégia da Produção mais limpa representa uma evolução e grande avanço na
questão da gestão dos resíduos oriundos dos processos industriais, e um grande passo em
direção à conquista da sustentabilidade nos processos de fabricação.
A realização da análise do histórico e da evolução da questão ambiental na manufatura
permite-nos concluir que desde os primórdios da industrialização até as décadas de 70 e 80
ocorreu a predominância de técnicas que ficaram conhecidas como “fim de tubo”, ou seja,
caracterizava-se pela preocupação exacerbada com os resíduos somente no final de todos os
processos, foi uma fase que ficou marcada pela falta de preocupação no decorrer dos
processos integrantes de todo o sistema havia tão somente medidas de caráter paliativas, como
simples descarte, deposição dos materiais resultantes do processo sendo, portanto, medidas
reativas aos problemas (MEDEIROS et al., 2007).
Assim, as chamadas técnicas de “fim de tubo” representam as soluções do tipo
remediativas, na medida em que, espera que os resíduos sejam gerados para então trata-los, a
produção mais limpa vem na contramão desta metodologia, assumindo características de
técnica de melhoria contínua, pois, age de forma preventiva visando prevenir ou até mesmo
eliminar a geração dos resíduos durante o processo produtivo, portanto, quando uma empresa
adota a produção mais limpa como método de gestão dos resíduos, a mesma objetiva buscar
33
metodologias que substituam os tratamentos tradicionais de “fim de tubo” através de
modificações no processo produtivo focadas na prevenção e controle da poluição na fonte
(SILVA; MEDEIROS, 2006).
A figura abaixo representa muito a bem essa evolução do pensamento da gestão da
produção nos sistemas produtivos, desta forma, é possível notar que algum tempo atrás não
havia qualquer preocupação com esse problema, então os resíduos eram simplesmente
depositados ou até mesmo descartados, entretanto, nas últimas décadas, ocorreu um aumento
da preocupação desta questão nas empresas, conforme mostra a figura abaixo:
Figura
03
–
Evolução
das
técnicas
de
gestão
de
resíduos
na
indústria
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003, p. 9)
Assim, a produção mais limpa, assume um caráter de melhoria contínua, e também de
estratégia preventiva ao contrário do método “fim de tubo”, uma vez que, a P+L parte do
principio que os processos podem ser constantemente aprimorados e que essas melhorias
poderão ser aplicados nos processo de produção desde a etapa de recebimento e armazenagem
de matérias primas até a expedição e distribuição do produto ou serviço, desta forma, o grande
diferencial da produção mais limpa e a produção fim de tubo reside justamente no momento
de atuação. Em suma, a produção mais limpa analisa todos os processos do sistema, evitando
a geração de resíduos ao longo de sua cadeia produtiva.
34
Analisando o quadro abaixo é possível discernir nitidamente as diferenças quanto à
abordagem da gestão de produção e como cada uma atua com relação a gestão de resíduos fim
de tubo e Produção mais limpa.
Quadro 01 – Diferenças entre técnicas fim de tubo e produção mais limpa
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003, p. 12)
Frente a sua importância e das comprovadas contribuições para melhoria na gestão
ambiental dentro dos processos de produção, muitas universidades e outros centro de ensino
tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação, estão preocupadas com a disseminação
e o ensino da técnica aos seus alunos, dado o crescimento da importância do tema das
questões ambientais, principalmente no que diz respeito à produção mais limpa.
A ABEPRO recomenda que o tema da produção mais limpa seja ministrado aos
estudantes dos cursos de graduação em Engenharia de Produção, a mesma instituição
recomenda que este tema deva constar dentro do ementário das disciplinas voltadas para as
questões ambientais, dada a sua importância no processo de formação dos estudantes
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2012).
A Universidade Federal de Santa Catarina, que é uma instituição de referência na
pesquisa desta natureza mantêm um Programa de pós graduação em Engenharia de Produção
em nível de mestrado e doutorado, voltado para pesquisa dos sistemas de produtivos onde
podemos observar que consta na ementa das disciplinas a gestão ambiental de operações
35
produtivas onde se pode encontrar o tópico da produção mais limpa e da eco eficiência
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2012).
2.1.3 Etapas de implementação da produção mais limpa (P+L)
Com a finalidade de tornar o conhecimento sobre a produção mais limpa um programa
de fácil compreensão e acessível a maioria dos gerentes das empresas o Centro Nacional de
Tecnologias Limpas em parceria com a CETESB elaboraram cada uma série de manuais com
objetivo de facilitar o processo de implantação e gestão da metodologia. Ainda segundo as
duas instituições o processo de implementação da produção mais limpa é composta de cinco
etapas que são subdivididas em dezoito subetapas.
A figura abaixo descreve os cinco passos para obtenção de um sistema de produção
baseado na filosofia da produção mais limpa (P+L):
Figura 04 – As cinco etapas da implementação da Produção mais Limpa
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003c, p.20)
36
2.1.3.1 Etapa 1: Planejamento e organização
A etapa 1 corresponde a fase de planejamento e organização do método a mesma
etapa é subdividida em outras 4 subetapas que são (CENTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003)

Envolvimento e comprometimento da alta administração da empresa

Definição da equipe do projeto (ECOTIME)

Estabelecimento da abrangência da P+L

Identificação das barreiras e possíveis soluções
O envolvimento da alta direção, ou seja, dos executivos e diretores é essencial e
indispensável para o sucesso e manutenção do projeto, pois, ela é responsável, sobretudo, pela
alocação de recursos destinados ao projeto (REDE P+L, 2006).
O ECOTIME deve ser um grupo formado por funcionários da empresa, cada um
responsável por um setor da empresa, esta pessoa deve conhecer muito bem os processos e os
problemas de seu setor tais como: compras e estocagem, gestão da manutenção, qualidade,
desenvolvimento e produtos, saúde e segurança do trabalho e etc. Estas pessoas serão
responsáveis por repassar e disseminar as ideias e a cultura da P+L para os demais colegas de
trabalho de seus setores. Entre as principais funções do ECOTIME destacam-se: (CENTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIAS, 2003).
-Realização de diagnóstico
- Identificação de oportunidades e melhorias
-Monitorar e dar continuidade ao programa.
Quanto à etapa de identificação de barreiras e soluções, Pimentel (2009) ressalta sua
importância, e relata que, é nesta fase do projeto que o ECOTIME irá analisar e antever
possíveis problemas que podem prejudicar ou inviabilizar a implementação da P+L, sendo
assim, um fase crucial onde os componentes do ECOTIME deverão reunir-se e refletir a
acerca de seus problemas e discutir sobre fatores positivos e negativos, e poderão montar um
plano de ações através do levantamento de soluções em baseados em seus reais problemas.
37
2.1.3.2 Etapa 2: Pré-avaliação e diagnóstico
A etapa 2 do roteiro trata da fase de pré avaliação e diagnóstico nesta etapa é traçado o
perfil da empresa identificando suas características operacionais, pessoal empregado, insumos
produtos, nesta fase avalia-se também a adequação da mesma quanto a adequação as normas
ambientais, este levantamento é fundamental, pois, visa identificar o fluxo de materiais e nas
operações do chão de fábrica, as distâncias, obstáculos, cruzamentos e outras informações que
revelem os processos chave no sistema produtivo, assim é fundamental que os integrantes do
ECOTIME conheçam muito bem todos estes processos (OLIVEIRA, 2006).
Esta etapa é composta pelas seguintes subetapas:

Desenvolvimento do fluxograma de processos

Avaliação das entradas e saídas

Seleção do foco de avaliação das P+L
Na sub-etapa desenvolvimentos do fluxograma de processo deverão ser gerados dois
tipos de fluxogramas, um de caráter qualitativo e o outro de caráter quantitativo, no primeiro
ou qualitativo deverá permitir uma fácil visualização de todo o fluxo de matéria prima, água e
energia, assim como deverá explicitar as formas de geração de resíduos, servindo desta forma,
como um ferramenta para obtenção de dados necessários para formação de uma estratégia de
minimização da geração efluentes e emissões (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
LIMPAS, 2003).
Quanto ao fluxograma quantitativo o principal objetivo desta subetapa é obter dados e
informações relativas as entrada e saídas do sistema produtivo, tal coleta de informações será
obtida através de notas de compras de matérias primas, material de escritório, produtos
químicos, alimentos, contas de energia elétrica e de consumo de água (REDE P+L, 2006).
As informações a serem colhidas dizem respeito ao consumo de água, vazão de
efluentes líquidos, resíduos sólidos, matérias primas, consumo de energia, em termos
quantitativos e em custos, é importante ressaltar que alguns dados poderão não estar explícitos
ou disponíveis de modo que poderá exigir um pouco mais de trabalho para o ECOTIME, que
para obter tais informações será necessário realizar medições in loco nos processos
(OLIVEIRA, 2006).
38
Para o levantamento destas informações é recomendado a utilização dos seguintes
dispositivos de acordo com a necessidade (REDE P+L, 2006):

Consumo de água: hidrômetro, ou horímetro, ou balde cronômetro ou relógio

Vazão de efluente líquido: medidor de vazão ou balde e relógio ou cronômetro

Resíduos sólidos: balança adequada para as quantidades a serem medidas

Matérias-primas: balança adequada para as quantidades a serem medidas

Consumo de energia: horímetro, analisador de energia, amperímetro

Outros materiais necessários: planilhas em papel definidas pela própria empresa,
calculadora e muita criatividade.
O foco do trabalho será determinado através das informações colhidas a partir do
diagnóstico ambiental e na planilha dos principais aspectos ambientais, a partir de então é
selecionado um ou mais problemas detectados em todo o processo, logo após é escolhida
tomada dessa decisão será dará por meio das necessidades imediatas ou pela análise de
prioridades da empresa, normalmente, essas decisões estão orientadas por razões financeiras,
de legislação ambiental ou de acordo com a disponibilidade de recursos humanos (CENTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).
2.1.3.3 Etapa 3: Estudos e avaliação
Nesta etapa é elaborado o balanço material e também estabelecidos os indicadores, são
identificadas as causas da geração de resíduos e é feita as opções de produção mais limpa, esta
etapa é composta de quatro sub-etapas que estão descritas logo abaixo:

Originar um balanço de material e energia

Conduzir uma avaliação P+L

Gerar opções P+L

Selecionar a opção P+L
39
A subetapa de levantamento de balanço material e energia consiste em identificar,
quantificar, detalhar e analisar as entradas e saídas de materiais em um determinado processo,
departamento, posto de trabalho, maquinário e etc. O principal objetivo desta subetapa é
localizar os processos onde se encontram os maiores custos de matéria-prima e a maior
geração de resíduos, e ainda identificar o quanto se gasta em cada processo (OLIVEIRA,
2006).
As duas figuras a seguir retratam muito bem a subetapa de avaliação das entradas e
saídas do processo assim como a montagem da elaboração do diagnóstico ambiental e
planilha de aspectos e impactos
Figura 05 – Avaliação das entradas e saídas do processo produtivo
40
Fonte: CENTRO NACIONAL DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA (2003, p. 24)
Feito o balanço de massa e energia e decididos o(s) setor(s) de prioridades da empresa
o ECOTIME deverá realizar um análise crítica em cada resíduo detectado no processo
escolhido, e em seguida realizar uma profunda e minuciosa análise, para facilitar a condução
desta análise o grupo poderá fazer perguntas do tipo: porque, como, quando, onde (REDE
P+L, 2006).
A análise de geração de resíduos está usualmente associada a diversos fatores o Centro
Nacional de Tecnologias Limpa cita alguns desses fatores de origem mais comuns na geração
de emissões e resíduos (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003):
 Operacionais:

Acionamento desnecessário ou sobrecarga de equipamento

Falta de manutenção preventiva

Falta de informações técnicas ou de ordem tecnológica
 Matérias primas:

Uso de matérias primas de menor custo ou de baixa qualidade

Deficiência no suprimento
41

Sistema inadequado no sistema de compras

Armazenagem inadequada
 Produtos:

Proporção inadequada entre resíduo e produto

Design impraticável do produto

Produto composto por matérias primas perigosas ou tóxicas

Produto de difícil montagem e desmontagem
Recomenda-se que após o levantamento das causas na geração de resíduos, e
identificação das causas de geração de resíduos o próximo passo a ser feito é justamente o de
verificar as oportunidades de melhoria, ou seja, de mudar tal situação, portanto, a participação
do ECOTIME nesta fase é fundamental, na medida em que, seus integrantes que serão
responsáveis por sugerir estas mudanças que serão baseadas na sua experiência e vivência
com o problema detectado (REDE P+L, 2006).
O mesmo órgão orienta que a ordem de prioridade na busca de soluções façam os
seguintes questionamentos:

Como deixar de gerar tal resíduo?

Como reduzir sua geração?

Como reciclar internamente

Como reciclar externamente?
A figura a seguir representa muito bem a escala de prioridades a ser seguida na
geração de opções de melhorias e mudanças no processo para redução na geração de resíduos.
42
Figura 06 – Prioridades para escolha das soluções de Produção mais Limpa
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003, p.27)
Como podemos observar o nível 1 ou nível prioritário trata das ações no sentido de
reduzir a geração de resíduos na fonte ou seja, tais ações devem se refletir sobre os efluentes
e/ou emissões, e correspondem a mudanças voltadas para o produto ou processo.
As ditas opções de nível 2 ou de reciclagem interna são mudanças que visam o
(re)aproveitamento ou recuperação de matérias primas, insumos e materiais auxiliares já
utilizados, sejam aproveitadas dentro da própria empresa, enquanto que as opções de nível 3
a menos recomendável, corresponde as ações no sentido de aproveitar os resíduos fora da
empresa, o ideal é que apenas as opções 1 e 2 sejam aplicadas, e que as ações de níveis 3
sejam aplicadas somente quando 1 e 2 forem tecnicamente impossíveis de serem praticadas
(CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).
2.1.3.4 Etapa 4: Estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica
Esta etapa é composta das seguintes subetapas (CENTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).

Avaliação técnica

Avaliação econômica

Avaliação ambiental

Seleção das opções a serem implementadas
43
Na avaliação técnica devem ser considerados as propriedades e requisitos que as
matérias primas e outros materiais devem apresentar para que o produto que se deseja fabricar
de maneira que possam sugerir modificações (REDE P+L, 2006).
Além disso, recomenda-se ainda uma análise desta etapa considerando as seguintes
situações (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003).

O Impacto da medida proposta sobre o processo, produtividade, segurança, etc.;

A realização de testes de laboratório ou ensaios quando a opção estiver mudando
significativamente o processo existente;

Usar de experiências de outras companhias com a opção que está sendo estudada;

Todos os funcionários e departamentos atingidos pela implementação das opções;

Necessidades de mudanças de pessoal, operações adicionais e pessoal de
manutenção, além do treinamento adicional dos técnicos e de outras pessoas
envolvidas;
No que concerne a fase de avaliação ambiental é recomendável levar-se em
consideração os seguintes parâmetros (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
LIMPAS, 2003).

A quantidade de resíduos, efluentes e emissões que será reduzida;

A qualidade dos resíduos, efluentes e emissões que tenham sido eliminados

A redução na utilização de recursos naturais
Na fase de avaliação econômica deverá ser feito um estudo de viabilidade econômica.
Uma ferramenta muito importante nesta etapa é a utilização da análise do fluxo de caixa,
assim como o emprego da metodologia da taxa de retorno interna (TIR) ou de valor presente
liquido (VPL) essas técnicas tem como objetivo verificar de forma antecipada se o
investimento a ser realizado é vantajoso ou não, ou seja, se vale a pena realmente investir nas
mudanças a serem implantadas (REDE P+L, 2006).
2.1.3.5 Etapa 5: Implementação e plano de continuidade
O objetivo principal desta etapa é justamente implementar as oportunidades de
produção mais limpa selecionadas anteriormente, assim como assegurar as atividades que
44
mantenham a continuidade da produção mais limpa, nesta etapa é importante considerar
(CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003):

As especificações técnicas detalhadas

O plano adequado para reduzir o tempo de instalação

Instalação cuidadosa de equipamentos

Realização adequada da instalação de equipamentos

Preparação da equipe e a instalação para o inicio da operação
Implementadas as opções, o passo seguinte é estabelecer um plano e monitoramento
para avaliar seu desempenho ambiental, neste plano deverá constar análises laboratoriais de
metais e cargas orgânicas, medições e documentações do programa, tem como objetivos:
manter, acompanhar e dar continuidade ao programa (REDE P+L, 2006). Cabe salientar que o
monitoramento pode envolver desde uma simples medição de efluentes, até um completo
programa para realização de um balanço ambiental, tecnológico e econômico por etapa do
processo (ARAÚJO, 2002).
Na etapa de monitoramento é de fundamental importância, responder as seguintes
questões (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003):

Quando devem acontecer as atividades determinadas;

Quem é o responsável por estas atividades;

Quando são esperados os resultados;

Quando e por quanto tempo monitorar as mudanças;

Quando avaliar o progresso;

Quando devem ser assegurados os recursos financeiros;

Quando a gerência deve tomar uma decisão;

Quando a opção deve ser implantada;

Quanto tempo deve durar o período de testes;

Qual é a data de conclusão da implementação.
45
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste tópico, serão descritas a caracterização da pesquisa, suas etapas e limitações.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
De acordo com as formas clássicas da classificação, esta pesquisa pode ser definida
sob o ponto de vista de sua natureza como pesquisa do tipo aplicada, pois, visa ser aplicada a
um problema de ordem local e específico e envolvendo interesses locais. Do ponto de vista da
forma da abordagem do problema a pesquisa pode ser classificada como predominantemente
qualitativa, uma vez que, será realizada apenas uma análise crítica e reflexiva sobre as
contribuições das principais pesquisas e estudos sobre a produção mais limpa. Todavia, este
trabalho apresenta ainda características de pesquisa do tipo quantitativa, pois, alguns dados
serão tratados e analisados utilizando-se artifícios matemáticos e técnicas estatísticas.
Sob o ponto de vista de seus objetivos a pesquisa será classificada como exploratória,
na medida em que envolve o levantamento de informações disponíveis sobre empresas e
instituições que já tiveram alguma experiência com o problema pesquisado visando à
construção de hipóteses. Além disto, este trabalho apresenta também características de
pesquisa do tipo descritiva. E finalmente, sob o ponto de vista dos procedimentos técnicos a
pesquisa pode ser definida como um Estudo de Caso, uma vez que, foram analisadas as
práticas dos centros de produção mais limpa selecionados para este trabalho (MENEZES;
SILVA, 2005).
3.2 ETAPAS DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Para a melhor compreensão e entendimento desta pesquisa a mesma foi dividida
basicamente em três partes conforme abaixo:
1ª ETAPA: Constituiu-se de extenso referencial bibliográfico, pertinente ao tema da Produção
mais Limpa P+L. Neste estágio buscou-se publicações disponíveis, principalmente, na
internet onde foram utilizados: artigos, dissertações e teses. O objetivo desta etapa foi
aprofundar os conhecimentos sobre P+L, assim como discutir de forma teórica seus objetivos,
benefícios, etapas de implantação e os fatores críticos na eficiente gestão do método, além de
46
discutir sua importância dos centros de produção mais limpa para a divulgação e
disseminação do método para as empresas brasileiras e outras pessoas interessadas neste tema.
2ª ETAPA: Buscou-se coletar dados nos sítios dos centos estudados (internet). O objetivo
principal desta etapa foi realizar o levantamento, organização e sistematização dos principais
estudos e pesquisas consideradas de maior relevância, no que tange a prática da Produção
mais Limpa P+L dos centros pesquisados.
3ª ETAPA: Para o tratamento e análise dos dados, informações e outros estudos coletados
foram utilizadas planilhas eletrônicas.
3.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Este trabalho, apesar do rigor teórico e metodológico utilizado nos procedimentos para
a elaboração e execução da pesquisa, apresenta limitações quanto à generalização dos
resultados obtidos. Por se tratar de um Estudo de Caso, os seus resultados são válidos para o
caso que se estudou, não sendo possível generalizar os resultados obtidos. Entretanto, o
conhecimento adquirido na pesquisa permite a formulação de hipóteses para pesquisas
futuras.
47
4 ESTUDO DE CASO
4.1 CASO DA CETESB
4.1.1 Caracterização da entidade
A Companhia Ambiental do estado de São Paulo é uma agência do governo do estado
responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento das atividades
geradoras de poluição a nível estadual, suas preocupações estão voltadas a principalmente
para a preservação e recuperação da qualidade das águas, do ar e do solo.
Atua ainda na execução das políticas de meio ambiente e de desenvolvimento
sustentável, notadamente no âmbito das questões afetas às mudanças climáticas e emissão de
poluentes atmosféricos, da avaliação de impacto ambiental, dos resíduos, da prevenção de
riscos ambientais graves, da prevenção e controle integrado da poluição, da proteção aos
mananciais e da educação ambiental, assegurando a participação e informação da população
do Estado de São Paulo.
A nova CETESB foi concebida para servir também com um dos 16 centros de
referência das nações unidas – ONU, para questões ambientais, onde atua também em
cooperação com 184 países integrantes deste pacto pelo desenvolvimento ambiental.
Tornando-se ainda uma das 5 instituições da organização mundial da saúde – OMS, para
questões de abastecimento de água e saneamento Além de órgão de referência para
consultorias e treinamentos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento- PNUD,
para questões ligadas a gestão de resíduos perigosos na América Latina (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2012).
Os principais objetivos da CETESB são (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO, 2012):

Assegurar o cumprimento da legislação ambiental para que os padrões de
qualidade das águas, do ar e do solo sejam atendidos em todas as regiões do Estado
de São Paulo, bem como garantir a correta preservação dos recursos naturais e da
manutenção da saúde pública.

Intensificar a sua identidade organizacional e excelência no campo da defesa
do meio ambiente.

Reforçar a sua imagem e comunicar os seus valores fundamentais tanto no
âmbito nacional quanto no internacional.

Fortalecer as relações de confiança que a CETESB construiu junto à
população do Estado de São Paulo.

Contribuir para o desenvolvimento social e econômico sustentável do Estado
de São Paulo.
48

Fomentar as ações de prevenção à poluição ambiental, por meio da adoção de
tecnologias de “Produção mais Limpa” e da implantação de sistemas de gestão
ambiental.

Contribuir para o desenvolvimento e institucionalização de meios de
participação da sociedade na execução de políticas e de diretrizes estabelecidas para
a gestão da qualidade ambiental.

Promover a atualização e a capacitação de seus recursos humanos.

Divulgar ao público em geral dados e informações sobre a situação ambiental
no Estado de São Paulo.

Incentivar, por meio das Câmaras Ambientais, a participação de entidades
representativas dos diversos setores produtivos, de infra-estrutura e dos órgãos de
governo na proposição de políticas públicas ambientais.

Simplificar o sistema de licenciamento ambiental.

Estreitar as relações de cooperação e transferência do conhecimento
ambiental com as instituições públicas que atuam na defesa do meio ambiente.
As ações da CETESB para a divulgação da produção mais limpa iniciaram-se em
1993, logo após a conferência da ECORIO 92, a partir de então instalou-se uma verdadeira
maratona dentro da CETESB na busca pelo alcance da aplicação da tecnologia da produção
mais limpa nas empresas paulistanas. Assim em 1998, foi organizada a Conferência das
Américas para a prática da P+L, onde foi firmada, uma série de acordos no sentido de
despertar e estimular as empresas para a adoção da produção mais limpa dentro de seus
processos produtivos, estes acordos desencadearam uma busca incessante para o
desenvolvimento de pesquisas para a aplicação da P+L (COMPANHIA AMBIENTAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO, 2012).
4.1.2. Produtos gerados
A CETESB enquanto órgão responsável por gerenciar e fiscalizar empresas e
processos passíveis de gerar poluição, também exerce o papel de disseminar as ideias da
sustentabilidade além de atuar como agente estimulador na aplicação dos conceitos da técnica
da Produção mais Limpa P+L pelas empresas paulistas conforme seus objetivos e políticas já
descritas anteriormente.
Por conta disto, ao longo destes anos, mais precisamente a partir do ano de 2004, este
órgão vem trabalhando incansavelmente na confecção de uma série de estudos e vem
produzindo com grande êxito uma série de manuais do tipo faça você mesmo, até o momento
foram concebidos 16 manuais específicos cujos principais objetivos são: estimular os
processos de implementação e gerenciamento de projetos de sistemas de produção baseados
na prática da produção mais limpa.
49
4.1.2.1 Manual da situação da P+L na América Latina e Caribe
Este documento foi publicado pela Companhia Ambiental do estado de São Paulo.
Tal documento teve como principais introduzir os conceitos de produção mais limpa e
consumo sustentável entre os países componentes da chamada América do Sul ou Latina,
assim como verificar qual o estado de aderência das empresas destes mesmos países a prática
da produção mais limpa, portanto, objetivou-se realizar o diagnóstico nestes países essa
pesquisa levou em consideração fatores particulares tais como: aspectos sócio-econômicos,
ecossistemas existentes, forma de utilização de recursos hídricos e outros recursos naturais,
poluições atmosféricas e etc.
Na conclusão o autor descreve que no período analisado que corresponde ao triênio
2000 – 2003 houve alguns avanços na disseminação da produção mais limpa tanto no setor
público quanto privado, apesar de forma desigual, por conta de instabilidades políticas e/ou
econômico dado a grande diversidade e momentos e contextos na qual estão inseridos os
países analisados (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2004).
Outro ponto importante, citado pelo autor foi o crescimento no número de centros
nacionais de produção mais limpa, patrocinados pelas nações unidas que é um passo muito
importante para atingir a produção mais limpa nestes países, apesar das dificuldades
encontradas na ampliação de recursos humanos e materiais nestes centros, o que revelou um
alto grau de dependência de recursos internacionais, mesmo em centros já consolidados
(COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2004).
4.1.2.2 Manual P+L de cítricos
Foi um trabalho publicado pela Companhia Ambiental de São Paulo. Este trabalho de
grande relevância foi o pioneiro de uma série de manuais desenvolvidos pela CETESB para
setores específicos. Esta publicação teve com principal objetivo despertar o setor de
fabricação de produtos cítricos para a importância e oportunidades d produção mais limpa no
setor. Neste documento, são descritos alguns dados importantes sobre o setor de cítricos tais
como evolução e importância do setor para economia, assim como, explica ainda sobre o
detalhamento sobre das principais processos da cadeia produtiva do cítricos.
Após isto, são explicitadas ainda as principais oportunidades de produção mais limpa
observadas nos processos de fabricação destes produtos, o manual ainda descreve quais os
50
principais resíduos gerados e orienta sobre algumas medidas que podem ser adotadas para a
minimização para geração destes, os processos de reciclagem e /ou aproveitamento dos
resíduos no processo e produção dos cítricos (COMPANHIA AMBIENTAL DE SÃO
PAULO, 2005A).
Quadro 02 – Síntese dos principais impactos da indústria de cítricos
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2005a, p. 30)
4.1.2.3 Manual P+L de bijuterias
Trabalho produzido e publicado pela Companhia Ambiental do estado de São Paulo. O
trabalho tem grande relevância e repercussão para nosso país, e em particular para a região
Amazônica e mais especificamente para o estado do Pará, uma vez que, boa parte dos
empregos e da geração de renda e assim como o produto interno bruto provem da atividade de
exploração de atividades ligadas à produção de pedras para bijuterias. Além disso, nossa
região tem uma vocação natural para a exploração comercial deste segmento, pois, contamos
com as maiores jazidas minerais do mundo, e também com o polo joalheiro que movimenta
bastante o comércio de joias na nossa região.
Assim é de fundamental importância que os proprietários de empresas voltados para o
beneficiamento destes materiais tomem conhecimento sobre a existência deste manual para
que possam efetivamente possam aplicar a produção mais limpa na sua empresa, dado o
51
grande impacto que a prática da produção mais limpa pode ter sobre seu processo produtivo.
Portanto, este manual é um grande aliado a favor dos empresários do ramo de bijuterias,
sendo que a mesma deve ser usada com a finalidade de alavancar a produtividade e assim
alcançar a competitividade no mercado, além de contribuir para redução na produção de
resíduos, e assim, diminuir o consumo desses tipos de matéria prima tão valiosa e que está
cada vez mais escasso.
O setor de bijuterias do qual trata este guia é composto majoritariamente por empresas
da cadeia produtiva do chamado ramo das jóias folheadas, que produz peças de metal, em
geral ligas de zinco estanho, recobertas por camadas de metais nobres, como a prata e o ouro.
O manual está dividido em seis capítulos, sendo que o primeiro e segundo destina-se a
uma breve introdução sobre o assunto e demonstra qual o perfil econômico o setor, além de
mostrar a evolução e importância do setor.
O terceiro capítulo trata da descrição dos processos no que diz respeito ao
beneficiamento e produção industrial das bijuterias versando sobre: tipos de ligas (alta e baixa
fusão), fotocorrosão, estamparia,e mais posteriormente o capítulo fala sobre os materiais mais
empregados na produção destas peças tais como: cobre, níquel, ouro, folheação, prata, ródio e
também sobre secagem das peças. Assim percebe-se que trata-se de um trabalho detalhado e
minucioso realmente desenvolvido para as necessidades do setor.
O quarto capítulo trata dos impactos e dos resíduos gerados segundo cada atividade, e
descreve com riqueza de detalhes, o processo da galvanoplastia, que é considerada uma
atividade crítica sob o ponto de vista ambiental, na medida em que, empregam de forma
maciça água e produtos químicos extremamente agressivos ao meio ambiente, pois no final do
processo, são liberados alguns elementos químicos danosos a saúde humana e ao meio
ambiente como: óleos, graxas e outras sujeiras, assim como efluentes ácidos de níquel e cobre
dentre outros, por isto este manual foi concebido no intuito de minimizar a geração destes
resíduos (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2005b).
O quinto capítulo é composto de inúmeras recomendações e alternativas para a
produção mais limpa de bijuterias, utiliza uma linguagem química do processo dando ênfase
para os processos de fundição e galvanoplastia. Recomenda a substituição ou a troca dos
elementos perigosos por outros menos agressivos ao meio ambiente, esclarece sobre a
importância dos processos químicos nos processos, e recomenda utilizar técnicas específicas
52
tais como: a filtração com carvão ativado, eletrólise seletiva de banhos, melhorias nos banhos
das peças, a recuperação de materiais químicos e de água de enxágue e etc.
O último capítulo trata da bibliografia usada e também apresenta alguns anexos
importantes para compreensão de alguns processos importantes desenvolvidos na
galvanoplastia.
4.1.2.4 Manual P+L de cervejas e refrigerantes
Este trabalho assim como os demais também foi produzido para atender as
expectativas do mercado uma vez que nosso país possui um grande mercado consumidor e
cervejas e refrigerantes por conta deste consumo a CETESB, percebeu que havia a
necessidade de produzir este manual específico para este segmento dado o crescimento do
setor no Brasil.
Entre os anos de 2009 e 2010 houve um crescimento de 6,5 % no consumo médio de
refrigerantes, e assim verificou-se que o brasileiro consumiu em média 86 litros da bebida no
período entre 2009 e 2010, o Brasil ocupa a terceira posição mundial no ranking de consumo
desse
tipo
de
bebida
(ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DA
INDÚSTRIA
DE
REFRIGERANTES, 2010).
Desta forma, essa evolução do consumo gera inevitavelmente um acréscimo no
consumo de insumos produtivo como água, energia, e outros materiais, assim seu processo de
produção deve ser acompanhado de perto para que isso crescimento não penalize o meio
ambiente. Portanto, para evitar essa situação foi criado o manual de específico para setor de
cervejas e refrigerantes.
A primeira parte do manual versa sobre o perfil do setor e também a importância do
setor para economia nacional analisa os tipos de bebidas e a empresas, assim como informa
sobre a localização das empresas no Brasil.
O segundo capítulo é mais especializado e divide-se em duas partes a produção de
cervejas e a produção de refrigerantes.
A primeira parte informa sobre os processos para cerveja, explicando as formas
adequadas de desde a fase extração até o beneficiamento e produção do malte, mosto,
fermentação, passando por processos de envase, lavagem de garrafas, pasteurização até a
expedição do produto. A segunda parte é destinada a descrever a produção de refrigerantes,
53
iniciando-se com a produção do xarope simples e composto, explica também sobre o processo
de carbonatação e diluição seguidos pelo processo de lavagem das garrafas.
O quarto capítulo descreve os impactos ambientais gerados pela atividade tanto na
produção de cervejas quanto de refrigerantes, abordando aspectos de consumo de água,
energia elétrica e outros insumos, explicita ainda sobre os resíduos gerados que são grãos e
bagaço de malte além de cascas. Além disso, são apresentados alguns dados sobre consumo
médio de água na produção de cervejas em países Europeus que servem como modelo de
referência para as demais empresas do ramo (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO, 2005c).
Tabela 01 – Dados europeus para cosumo de água por etapas de produção de cervejas
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2005c, p. 32)
O quinto capítulo versa especificamente sobre as oportunidades de soluções para
produção mais limpa, e aborda temas como: o uso eficiente da água para minimizar os
efluentes líquidos, recomendando a manutenção das tubulações para evitar vazamentos, além
da instalação de timers e restritores para controle de fluxo automático, durante as paradas de
produção ou quando a interrupção no fornecimento de energia elétrica.
Dentro do processo de pasteurização foram encontradas uma série de oportunidades
para redução do consumo no consumo de água, por meio do reaproveitamento da água usada
na pasteurização em outras atividades que não requerem alta de alta qualidade como, por
exemplo, na limpeza de bicos ou no resfriamento de equipamentos. Ainda são descritas
algumas observações sobre como aproveitar os resíduos dos grãos e bagaços de malte, além
de outras recomendações para redução dos resíduos na produção dessas bebidas.
54
4.1.2.5 Manual P+L de curtumes
O setor de couros no que diz respeito à competitividade no processo de produção do
couro tem sido o aperfeiçoamento da produção no que concerne ao aprimoramento e
racionalização dos processos, principalmente, no desenvolvimento de formas mais limpas e
simples de tratamento do couro incluindo a redução ou mesmo a substituição de substâncias
químicas nocivas ao meio ambiente e aos seres humanos, com destaque para o cromo tido
como grande vilão da história (AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO
INDUSTRIAL 2011).
Os principais resíduos sólidos gerados nos processos dentro dos curtumes são
essencialmente orgânicos dentre os quais encontramos: pêlos, gorduras, carne e lodo, no
entanto, o grande problema ambiental dos curtumes é a contaminação destes materiais pelo
Cromo, sendo este o ponto central na gestão de resíduos, por ser desaconselhável dispor estes
resíduos em aterros por conta da contaminação do cromo após a decomposição deste depois
de algum tempo faz com que o cromo fique disposto de forma inadequada no meio ambiente,
causando graves consequências ambientais (KELLER et al., 1997).
O objetivo do primeiro e segundo capítulos é informar o leitor sobre o perfil da
atividade em nível de Brasil e uma análise do país com outros países produtores de couro. São
realizadas ainda algumas comparações e observações entre as regiões brasileiras produtoras
de couro.
O terceiro capítulo do manual versa sobre a os processos de extração, beneficiamento,
tratamento e acabamento final do couro. Este capítulo dá ênfase e subdivide os tais processos
em dois subprocessos principais que são: operações de ribeira, curtimento e acabamento
molhado; e operações de acabamento (pré-acabamento e acabamento final) (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2005d).
O quarto capítulo apresenta os principais impactos ambientais das atividades de um
curtume, e também apresentam os balanços médios de massas em quantidades médias, para
uma tonelada de carne bovina salgada para efeito de comparação em outras empresas de
curtumes, assim são apresentadas ainda as principais entradas e saídas do sistema produtivo,
além de valores médios de massa, energia e água e outros insumos para efeito de comparação
com outras empresas do setor, servindo como modelo e norte. Além disso, no mesmo capítulo
55
é possível identificar e quantificar por meio de valores médios os principais rejeitos gerados
nos processos de: ribeira, curtimento, pré-curtimento e acabamento.
O quinto capítulo buscou solucionar alguns problemas encontrados e auxiliar com
soluções e alternativas técnicas os processos produtivos dos curtumes, como principais
medidas de produção mais limpa destaca-se no manual o tratamento prioritário das carnes
como a aplicação da regra do primeiro de entra é o primeiro que sai, por exemplo, para o
tratamento das carnes, assim como, recomenda de forma técnica a substituição de produtos
químicos menos tóxicos ao meio ambiente e ao ser humano.
Para otimização do consumo de água, o manual recomenda banhos mais “curtos”, e
também a reutilização de águas dentre outras, ao final do capítulo é apresentado uma tabela
mostrando os principais resultados e benefícios obtidos por meio das aplicações descritas no
manual, além disso, na última parte do capítulo são apresentados uma série de estudos mais
avançados e projetos ainda em fase de análise de viabilidade, onde se pode observar a
evolução nas pesquisas para melhorias nesses ambientes de produção com objetivo principal
de potencializar ainda mais os resultados e as aplicações tecnologias voltadas a minimização
dos danos ambientais dentro dos curtumes (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2005d).
4.1.2.6 Manual P+L de abate de bovinos e suínos
Esta publicação teve como principais objetivos introduzir os conceitos de produção
mais limpa no ambiente agropecuário, mais especificamente, no processo de abate de bovinos
e suínos, o trabalho está dividido em cinco capítulos que dissertam sobre a realidade do setor
tais como aspectos e indicadores econômicos, perspectivas para o setor, e a visão ambiental
dentro destes processos assim como aborda as oportunidades de melhorias.
Outro capítulo versa sobre os principais processos produtivos existentes no sistema
produtivos e descreve com detalhes processamento do produto principal e o processamento de
subprodutos vísceras e graxarias assim como esclarece e analisa os principais resíduos
gerados nesses processos.
O terceiro capítulo descreve os principais impactos ambientais e com ênfase ao
consumo de água, produtos químicos e esclarece sobre as alternativas de mitigação dos
impactos sobre o meio ambiente e aborda temas como: emissões atmosféricas, odor, e ruídos
produzidos.
56
O quarto e último capítulo aborda a aplicação da produção mais limpa, no consumo de
água nos processos e no uso racional de energia elétrica, apresenta ainda, alguns planos de
gerenciamento para minimização da geração de resíduos sólidos, odor, material particulado e
gases, apresentando-os no final um quadro resumo sobre estas medidas (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008a).
4.1.2.7 Manual P+L de cerâmica branca e revestimento
Esta Publicação explora os principais processos existentes no processo de fabricação
do segmento das cerâmicas brancas e de revestimento, é de fundamental importância para o
setor de construção civil, sobretudo, neste momento onde observamos um salto no
crescimento da construção em todo Brasil.
O primeiro capítulo do manual é destinado a uma revisão sobre o perfil e a
importância do setor para economia brasileira, assim como, explica sua evolução revela suas
perspectivas de crescimento.
O segundo capítulo do manual está voltado para a descrição dos principais processos
que constituem todo o processo de produção das cerâmicas, explicando com detalhes os
seguintes passos: preparação da matéria prima, estocagem, transportes, armazenagem,
moagem formação da peça, e secagem entre outros.
O terceiro capítulo é destinado para o esclarecimento dos principais impactos
ambientais, assim como, expõe quais os principais resíduos gerados em toda a cadeia
produtiva das cerâmicas desde a extração da matéria prima até a embalagem da peça.
O quarto e último capítulo está direcionado para a descrição das principais alternativas
e de produção mais limpa, nesta parte do trabalho, são descritas as principais falhas no
processo de fabricação destes materiais. Nesta etapa, os processos são descritos novamente,
desde a etapa de extração da matéria prima até a embalagem, todavia, é realizada uma análise
de todos os processos levando-se em consideração as oportunidades de melhoramento da
eficiência dos processos, são feitas algumas considerações e recomendações que como se
deve agir para a obtenção de vantagens econômicas e ambientais (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008b).
57
4.1.2.8 Manual P+L de frigoríficos
Esta publicação trata sobre o abate de bovinos e suínos, foi concebido também da
necessidade deste setor em se adequar seus processos de produção mais limpo, na medida em
que, este setor tem grande representação sobre a economia, assim sendo, a aplicação das
práticas de produção mais limpa terão grande impacto tanto sob o ponto de vista e econômico
quanto ambiental.
No nosso estado (Pará), por exemplo, este guia é de grande valia, na medida em que,
nossa região possui uma dos maiores rebanhos bovinos do Brasil e do mundo, assim este
manual, deveria ser amplamente divulgado para o empresariado da nossa região, dada a
grande competitividade para obtenção de fatias de mercado, sobretudo, no mercado externo.
Além disso, o fato de boa parte destes produtos serem destinados ao mercado externo,
ou seja, são produtos tipo exportação a aplicação da P+L é fundamental, pois, muitos dos
países de destino das destes produtos possuem normas e regulamentações quanto ao processo
de beneficiamento dos produtos de origem animal e seus clientes são exigentes quanto à
importância que os produtos consumidos sejam livres de processos poluentes ou que geram
resíduos.
O guia é composto de cinco capítulos, e tem um total de 85 páginas sendo que o
primeiro assim como os demais guias são voltados para a análise do perfil do segmento e
também faz uma introdução sobre a importância econômica e social do setor de
industrialização de carnes bovinas e suínas para o país (COMPANHIA AMBIENTAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO, 2008c).
58
Gráfico 02 – Evolução das exportações brasileiras de suínos
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2008c, p. 23)
O segundo capítulo está voltado para a descrição dos processos de produção,
especificados de acordo com o produto que neste manual foi desenvolvido para os seguintes
produtos: charque, salsicha, mortadela, presunto, linguiças, assim como seus derivados tais
como as graxarias, cita ainda os processos auxiliares que também podem impactar o meio
ambiente.
O terceiro e o quarto capítulo tratam respectivamente, dos principais impactos
ambientais e também esclarece sobre as oportunidades de produção mais limpa detectadas ao
longo dos processos existentes com ênfase para a gestão da água, apresenta ainda algumas
alternativas para o uso racional da energia, e apresenta também algumas estratégias para a
gestão de resíduos gerados. Além disso, apresenta algumas medidas mitigadoras para a
minimização do problema do odor característico dessa atividade econômica, apresentando um
quadro síntese, descrevendo de forma resumida as ideias do manual.
4.1.2.9 Manual P+L de graxarias
Está publicação foi concebida com objetivo de fechar e cercar todas as atividades
relacionadas com a agropecuária, sobretudo, no que diz respeito aos bovinos e suínos que
correspondem por grande parte do rebanho brasileiro, este manual veio tem como objetivo
oferecer aos produtores de graxarias, um material de fácil compreensão voltado para a prática
da aplicação da produção mais limpa nestes ambientes e realidade destas empresas. As
59
graxarias correspondem à produção de sebo e gordura de origem animal e também a produção
de farinha de carnes e ossos.
O primeiro capítulo versa sobre o perfil e sobre a realidade atual do setor no Brasil,
demonstrando a importância deste setor para economia e para outro setores econômicos.
O segundo capítulo disserta sobre os processos produtivos comuns a este segmento,
nesta parte do trabalho verifica-se que são descritos os processos dos seguintes produtos:
produção de sebo, gorduras e farinhas de carnes e ossos, produção de farinas de sangue,
processos de limpeza e processos auxiliares.
O terceiro capítulo do trabalho demonstra quais os principais impactos ambientais
decorrentes do processo produtivo das graxarias.
O capítulo quatro do manual fala sobre as oportunidades de produção mais limpa
identificadas ao longo dos processos, abordando aspectos como a utilização racional da água,
energia e outros insumos característicos deste setor, e também mostra como gerenciar os
resíduos gerados desde o inicio até o final desta atividade, verifica-se ainda a que no final há a
apresentação do quadro resumo que descreve os principais temas abordados no manual. O
último capítulo descreve somente as referências usadas pelo autor para desenvolver o manual.
(COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008d).
4.1.2.10 Manual P+L de lácteos
O manual de produtos lácteos produzido pela CETESB tem importância fundamental,
uma vez que, a indústria de lácteos brasileira, responde por uma parcela significativa para
economia da agropecuária nacional.
O estado do Pará, em particular possui uma crescente produção de leite e também de
produtos lácteos, com destaque para a produção de leite de origem bovino, e seus derivados
tais como: bebidas lácteas, queijos, iogurtes e outros produtos fabricados principalmente no
Sul e Sudeste do Pará, assim nota-se que este manual é de grande valia economia possuindo
uma função estratégica para nosso estado e pode contribuir de forma decisiva para a
consolidação da ideia da sustentabilidade e também para a disseminação da produção mais
limpa neste setor da economia paraense.
Para se ter uma ideia o Pará ocupa atualmente a 5ª posição nacional entre os rebanhos
bovinos, com mais de 18,5 milhões de cabeças, com um total de vacas ordenhadas próximo a
60
1,2 milhão cabeças por ano, nosso estado é o 9º maior produtor de leite de vaca do País,
alcançando um volume anual de 639.102.000 litros, funcionam no estado cerca de 42
indústrias de laticínios,estes dados demonstram a importância e a vitalidade econômica e
social do setor para o nosso estado (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO AS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS, 2012)
O manual está dividido em quatro capítulos, sendo que o primeiro é destinado a
descrever o perfil do setor no Brasil e no exterior, além disso, são realizadas algumas
comparações entre a produção nacional com a produção outros países, onde é possível
identificar que o Brasil ocupa a 6ª posição mundial no ranking de produção de produtos
lácteos, no mesmo capítulo é descrita o histórico, evolução e importância do setor para a
economia nacional.
O segundo capítulo visa descrever, os principais processos de beneficiamento dos
produtos lácteos, por conta da diversidade dos produtos os manual subdividiu os processos em
dois produtos: leite e produtos lácteos.
Primeiramente, o manual descreve os processos produtivos de forma genérica, e dividi
em basicamente em sete atividades básicas que são: recepção de leites e ingredientes,
processamento, tratamento térmico, elaboração de produtos, envase e embalagem,
armazenagem e expedição, estes processos são detalhados mais a frente no manual.
Feito isto, o próximo passo do manual é partir para os fluxogramas específicos, ou
seja, nesta parte do manual é feita uma descrição dos produtos mais representativos, assim
como é descrito com detalhes os processos de produção destes mesmos produtos da indústria
de laticínios. Os produtos e seus respectivos processos citados no manual são: leite U.H.T.,
queijos, requeijão, creme de leite, manteiga, leite condensado, leite em pó, doce de leite,
iogurte, sorvetes.
No terceiro capítulo são descritos os principais impactos ambientais da causado na
produção dos lácteos, que segundo o manual são: alto consumo de água, geração de efluentes
com alta concentração de orgânicos, emissões atmosférico e alto consumo de energia elétrica.
Para a o consumo de água foram realizadas algumas comparações com uso de tabelas
para o consumo médio de água para fabricação de alguns produtos como o iogurte, leite em
pó e queijos em países que adotam tecnologia de ponta para produção destes lácteos, estes
valores podem ser usados como parâmetros ou para o estabelecimento de metas para a
61
fabricação destes produtos, respeitando é claro, a disponibilidade e o aporte tecnológico das
fábricas (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008e).
No que diz respeito ao consumo de energia elétrica, no manual são explicitados alguns
estudos realizados em países nórdicos (Europa) sobre consumo médio de energia por litro de
leite produzido neste país. Além disso, o mesmo capítulo esclarece sobre as principais
emissões atmosféricas presentes na produção destes produtos e destaca os óxidos de carbono,
nitrogênio e enxofre, assim como materiais particularizados, estes materiais possuem grande
capacidade de poluição do meio ambiente, além de contribuir para o agravamento de doenças
respiratórias.
O quarto e último capítulo deste manual trata das recomendações, providências e
soluções de produção mais limpa que podem ser adotadas no processo de fabricação destes
produtos, para isto, apresenta uma tabela onde são descritas vinte e sete oportunidades de
melhoria na produção no que diz respeito ao consumo de água, energia, e ao tratamento de
efluentes, resíduos e as emissões, estas oportunidades são detalhadas e são de fácil
entendimento.
62
Quadro 03 – Resumo das oportunidades de Produção mais Limpa para indústria de laticínios
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2008e, p. 59)
4.1.2.11 Manual P+L papel e celulose
Este manual foi concebido com objetivo de preencher uma lacuna na gestão da
produção mais limpa dentro das indústrias de papel e celulose no Brasil, pelo fato, desta
atividade envolver o meio ambiente em suas atividades de produção, na medida em que,
utiliza a extração e o beneficiamento de madeiras, esta especificidade, confere a cadeia
produtiva de papel e celulose, uma gama de oportunidades para contribuição para a melhoria
de seus processos, sobretudo, no que concerne a produção mais limpa.
O manual encontra-se dividido em sete (7) capítulos, sendo que o primeiro está
voltado para a descrição resumida do perfil do setor, e destaca os fatores como importância e
evolução econômica e de sua produção por estado, destacando aspectos quantitativos.
63
O segundo capítulo destaca os processos existentes no processo de produção da
celulose branqueada, da preparação da madeira, da produção de papelão e etc.
O quarto capítulo explica os principais impactos ambientais desde a fase de
reflorestamento, consumo de água, consumo de energia onde é apresentada uma tabela que
mostra o consumo médio de energia elétrica no processo de produção da celulose estes
valores podem usados como parâmetros comparativos para efeito de produtividade.
Além disso, o manual cita ainda a utilização dos reagentes de processo onde se usa
um leque de aditivos químicos sendo que muitos destes apresentam alta toxicidade à saúde
humana e ao meio ambiente, dentre estes produtos o manual destacam-se: o cloro gasoso,
dióxido de cloro, enxofre e seus compostos e a soda cáustica, são citados ainda as principais
consequências de seu uso (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO,
2008f).
No mesmo capítulo é apresentada ainda uma tabela que mostra em termos médios os
principais efluentes líquidos gerados e observados na produção de papel e celulose. Dentre os
resíduos mais comuns neste processo encontramos: Grits, Dregs, lama de cal, serragem, casca
suja, cinzas e etc (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008f).
O quinto capítulo, esclarece sobre o nível das emissões atmosféricas e produção de
águas residuais, este manual estabelece alguns parâmetros para a emissão de fábricas de papel
e celulose, estes valores são baseados em estudos realizados e fábricas modernas e devem
servir de exemplo para as demais empresas.
O sexto capítulo orienta sobre as principais recomendações para obtenção de uma
produção mais limpa, dentre as opções da aplicação da P+L o manual aconselha que na fase
de extração da madeira na floresta, seja realizada o descasque e a remoção de folhas, cascas e
galhos finos e a separação das toras inservíveis no próprio local de extração, pois isto evita
que estes resíduos entrem em combustão espontânea oferecendo riscos aos trabalhadores e
futuras dores e cabeça, além de uma série de outras recomendações simples e ao mesmo
tempo benéficas a todo o processo (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2008f).
64
4.1.2.12 Manual P+L de tintas e vernizes
Este é um manual que foi concebido especialmente para atender as demandas destas
empresas no que diz respeito a produção mais limpa, no sentido de melhorar seus processo
produtivos com intuito de e contribuir de forma significativa para a implementação da P+L
para produção de tintas e vernizes.
O manual está dividido em quatro (4) capítulos, sendo que o primeiro tem como
objetivo, informar o leitor sobre a história, evolução e importância econômica do setor para a
economia do país, neste mesmo capítulo são apresentados alguns números e resultados como,
por exemplo, o volume produzido pelas empresas nacionais, além de esclarecer sobre os
principais consumidores de tintas e vernizes que teve como destaque a construção civil. Neste
mesmo capítulo é apresentada uma tabela que mostra o histórico de consumo e faturamento
da venda de tintas e vernizes.
O segundo capítulo diz respeito aos processos de produção de tintas e vernizes, neste
capítulo, é mostrado um pouco sobre a diversidade de produtos que são produzidas por estas
empresas, e também as principais matéria primas empregadas para a produção de tintas e
vernizes dentre estes destacam-se: resinas, pigmentos, solventes e aditivos. Neste capítulo são
descritos também os principais produtos produzidos em conjunto com seus processos
produtivos facilitando assim a compreensão do leitor, os fluxogramas descritos no manual
dize respeito aos seguintes produtos: tintas para revestimentos base solventes, vernizes, tintas
para revestimento base água (este tipo de tinta é muito importante para a construção civil, pois
representa cerca de 80% das tintas empregadas pelo setor), tintas látex, tintas em pó e seus
subtipos e tintas para impressão (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2008g).
O terceiro capítulo trata dos aspectos dos impactos ambientais que estão envolvidos no
processo de produção, destes materiais, levando em consideração as matérias primas e outros
insumos empregados para produção destes. No eu diz respeito a energia empregada o manual
relata que algumas empresas empregam combustíveis fósseis, que acabam liberando grande
quantidade de óxidos de carbono e enxofre, agravando o problema do aquecimento global e
intensificando as chuvas ácidas. Quanto ao emprego de água, este é um recurso que é
largamente empregado para a produção de tintas e vernizes, pois, além da aplicação no
próprio produto, a água é aplicada ainda em outros processos que dão suporte tais como:
processos de lavagem e manutenção de maquinários, equipamentos e instalações industriais,
65
no mesmo são descritas ainda as principais emissões atmosféricas com destaque para os
compostos orgânicos voláteis.
O quarto e último capítulo revela as principais medidas de produção mais limpa, que
foram identificadas pelos autores do manual e outros profissionais, isto é muito importante na
medida em que, estas oportunidades identificadas no manual podem representar soluções para
outras empresas.
No manual as principais medidas identificadas foram: a gradação de cores e
formulações compatíveis, ou seja, deverá ser feita a ordenação dos lotes por critérios de cores
iniciando a produção de cores mais claras e finalizando com as cores escuras Esta medida
promove a diminuição da frequência das operações de limpeza entre lotes, o que resulta na
redução de água ou solventes e dos efluentes e resíduos gerados (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008g).
Além disto, outras soluções que foram detectadas pelo manual nestes processos:
adequação de layout, Lavagem a alta pressão de tachos de tintas aquosas, Uso de tachos de
aço inox polido, Limpeza em “contra-corrente”, Reciclagem do solvente sujo / borra, Reuso
de água de lavagem após ETE
(Estação de tratamento de efluentes), Substituição de
compostos perigosos, Uso de linhas dedicadas, Compressores e linhas de ar comprimido, Uso
de tanques e moinhos fechados, Evitar secagem da tinta em tachos, tubulações e dispersores,
Controle de emissões fugitivas (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2008g).
4.1.2.13 Manual P+L para gráficas
O manual está dividido em 6 (seis) capítulos, sendo que o primeiro traz informações
sobre o perfil da indústria gráfica nacional, onde são mostrados alguns dados que demonstram
sua importância para a economia nacional, segundo o manual este as gráficas empregam em
todo país cerca de 200 mil pessoas, e conta com 19 mil gráficas, e seu faturamento gira em
torno de 23 bilhões de reais. Estes indicadores são aprofundados com maiores detalhes para o
estado de São Paulo, onde são mostrados outros dados como, por exemplo, a distribuição da
mão de obra a distribuição das gráficas pelo estado de São Paulo (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2009a).
66
O segundo capítulo revela os processos mais comuns nas gráficas, estes processos
foram divididos em três processos básicos: pré-impressão, impressão e pós-impressão. Em
seguida, são apresentados os seis sistemas de impressão acompanhados de seus respectivos
fluxogramas de processo, estes processo correspondem a: Offset, rotogravura, flexografia,
tipografia, serigrafia, impresso e impressão digital.
O terceiro capítulo versa sobre os principais impactos ambientais causados pela
atividade gráfica, este capítulo aborda temas como: consumo de matéria prima, consumo de
água, energia, resíduos líquidos e sólidos, emissões atmosféricas além de ruído e vibrações.
Neste capítulo destaca-se a apresentação de um quadro que mostra o consumo médio das
principais matérias primas e insumos utilizados pelas gráficas (tintas, vernizes, adesivos,
água, energia, resíduos sólidos e líquidos), estes valores podem ser utilizados como valoresbase, para medir o desempenho produtivo no que diz respeito ao consumo de insumos
(COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2009a).
O quarto capítulo explica sobre as medidas de produção mais limpa, neste capítulo são
apresentados 16 opções e oportunidades de melhoria nos processo de produção, estas opções
são apresentadas de forma resumida, logo a seguir são detalhadas, com exemplos de dessas
opções podemos destacar: a operação de controle e recebimento de matérias primas, onde é
detalhado o processo de implementação, assim como a descrição dos benefícios econômicos e
ambientais, além desta existem ainda outras 15 oportunidades especificas para o setor de
gráficas, assim a aplicação deste manual é uma grande oportunidade para os empresários,
representando assim um grande passo em direção a sustentabilidade.
67
Quadro 04 – Resumo das oportunidades de Produção mais Limpa para gráficas
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2009a, p. 38)
4.1.2.14 Manual P+L da indústria têxtil
O manual da indústria têxtil é composto de seis (6) capítulos, sendo que o primeiro e
segundo capítulo assim como os demais manuais, descrevem as principais características do
setor com ênfase para a indústria têxtil paulista que é apresentada como grande destaque no
cenário nacional, que responde por 25% das exportações brasileiras de produtos têxteis ou
68
confeccionados, além disso, é descrito ainda neste capítulo as principais regiões produtoras
destes produtos no estado de São Paulo.
O segundo capítulo versa sobre as principais etapas do processo produtivo de fibras
têxteis os processos são os seguintes: fiação, tecelagem ou malharia, beneficiamento e
enobrecimento de fios e tecidos de confecções. Logo em seguida no mesmo capítulo estes
processos são muito mais detalhados e subdivididos em outros subprocessos para o melhor
esclarecimento das operações. São citados ainda os principais corantes empregados no
processo de produção, assim como suas características e etapas de aplicação (COMPANHIA
AMBIENTAL DO ESTAO DE SÃO PAULO, 2009b).
O terceiro capítulo ressalta os principais impactos ambientais desta atividade, nesta
parte do manual são descritas as etapas de fabricação apresentando as entradas e as saídas de
cada processo apresentando os principais resíduos gerados ao final destes processos, esta
descrição é feita por meio de diagramas. Nesta parte são descritos os seguintes processos:
fiação, beneficiamento, tecimento (tecelagem e malharia), enobrecimento, tingimento,
confecções e utilidades.
Ao final do capítulo, é demonstrado por meio de uma tabela um resumo das principais
impactos ambientais potenciais que incluem atividades de administração. Por fim, é descritas
todos os impactos identificados ao longo dos processos dentre os quais podemos citar:
geração e fluentes e cor, odor e óleo de enzimagem, geração de resíduos sólidos, ruídos e
vibrações, além disso, é recomendado o estabelecimento de indicadores ambientais de acordo
com uma tabela apresentada no manual.
O quinto capítulo trata das oportunidades de melhoria pela adoção da produção mais
limpa, onde são abordados os seguintes tópicos: redução, reutilização e recuperação de água,
este tópico descreve algumas medidas para operação de lavagem, resfriamento e tingimento,
aproveitamento da água da chuva. No que concerne ao uso de energia elétrica o manual
mostra alguns medidas que visam reduzir ou conservar a energia empregada na produção
entre as medidas encontramos: instalação para geração de vapor, reaproveitamento de calor
gerado, programação da operação de maquinas e equipamentos para evitar desperdício além
do necessário, revisão de equipamentos e motores, cuidados com a iluminação, lavagem a
seco e etc. Ao final do capítulo é apresentada uma tabela contendo de forma resumida todas as
medidas citadas anteriormente, semelhante a um check list (COMPANHIA AMBIENTAL
DO ESTAO DE SÃO PAULO, 2009b).
69
Quadro 05 – Resumo das oportunidades de P+L para o setor têxtil
70
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2009b, p. 75)
4.1.2.15 Manual P+L da indústria de reciclagem
O manual desenvolvido pela CETESB está divido em 8 (oito) capítulos, sendo que o
primeiro está voltado para a descrição do perfil, evolução e importância do setor. Segundo o
manual este segmento conta com 11 mil empresas do ramo em todo Brasil e emprega cerca de
350 mil pessoas, além destes dados são apresentados ainda alguns dados sobre a produção e
consumo de materiais plásticos seguida da análise entre Brasil e EUA.
71
Neste capítulo é feita um breve definição de acordo com a ABNT sobre os materiais
mais utilizados na atividade de reciclagem que são: biopolímero, polímero biodegradável e
oxidegradável. Além disso, são descritas ainda as matérias primas empregadas na reciclagem,
aditivos e os processos de transformação (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2011a).
O segundo capítulo descreve os processo de produção dos termoplásticos, iniciando a
descrição pelo processo de injeção que é seguido de extrusão de tubos e perfis, extrusão de
filme e tubular, extrusão de filme plano, extrusão de filmes mono e biorientados, extrusão de
chapas, processo de sopro, sopro biorientados, injeção e sopro orientados, processo de
rotomoldagem, carregamento, aquecimento, resfriamento, desmoldagem, processo de
termoformação a vácuo, processo de transformação para peças e polímeros termofixos
(COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011a).
O terceiro capítulo é voltado para a descrição dos processos de reciclagem
propriamente ditos, são identificados cinco (5) tipos de reciclagens que, a saber, são:
reciclagem mecânica que pode ser de três tipos (pré-consumo, pós-consumo, e separação), a
outra forma de reciclagem é a reciclagem de termofixos, reciclagem do isopor, reciclagem
energética e por último a reciclagem química.
O quarto capítulo visa o esclarecer sobre os impactos da atividade de reciclagem, onde
são abordados aspectos como: preparação/produção da matéria e seus principais impactos
ambientais, cosumo de água e energia, principais interferências sobre o meio por conta da
geração de ruídos, gases e principalmente geração de resíduos sólidos e efluentes.
O sexto capítulo explica sobre as principais oportunidades de produção mais limpa,
nesta parte do manual são apresentadas vinte e dois medidas de melhorias pautadas na P+L,
estas medidas encontram-se dispostas em uma tabela resumida, dividida de acordo com a o
setor ou processo, todavia, estas oportunidades são descritas de forma mais detalhada mais
adiante do manual.
72
Quadro 06 – Resumo das oportunidades de P+L para o setor de reciclagem
Fonte: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2011, p. 73)
4.1.2.16 Manual da indústria de higiene pessoal e perfumaria
O manual encontra-se dividido em quatro (4) capítulos, sendo o primeiro assim como
os demais destinados a informar o leitor sobre o perfil do setor uma vez que esta atividade é
praticada por uma diversidade de empresas de todos os tamanhos, assim como empresas
nacionais e internacionais. Além disso, este capítulo apresenta alguns números bastante
73
representativos sobre o setor como, dentre os quais podemos citar: no Brasil este ramo
emprega cerca de 2,6 milhões de pessoas, além ter apresentado um crescimento médio anual
de 8,2% um dos mais vigorosos do país (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2011b).
O segundo capítulo demonstra os processo de produção por meio de fluxogramas
onde se destacam os seguintes processos: recebimento de matérias primas, armazenagem,
pesagem e separação de matérias primas, análises físico químicas, envase/embalagem,
armazenagem do produto acabado e expedição. No mesmo capítulo são descritas ainda os
processos de produção específicos, fluxogramas e principais entradas (matérias primas e
insumos) e saídas (resíduos) dos seguintes produtos: sabonete em barra, shampoo,
condicionadores, creme dental, esmalte, batons, cremes corporais, produtos de maquiagens,
perfumes e coloração.
O terceiro capítulo do manual descreve os impactos ambientais identificados pela
atividade, são abordados os seguintes temas como: consume de água, pois, esse tipo de
empreendimento consome alta quantidade de água, a maioria das empresas tem optado
explorar as águas subterrâneas.
Quanto ao consumo de energia, não apresenta grande consumo energético, pois, boa
parte das atividades é realizada a temperatura ambiente, a maior parte do gasto energético é
aplicado em motores, misturadores e bombas. Com respeito ao emprego de insumos e
matérias primas podemos citar: detergentes, emulsificantes, ésteres, ácidos graxos, polímeros,
corantes, pigmentos, álcalis e conservantes, a grande maioria destes produtos químicos
apresentam propriedades tóxicas ao ser humano e ao meio ambiente.
Quanto aos efluentes gerados, estes dependem do produto fabricado, de maneira geral
os mais comuns são: óleos e graxas, sulfetos, despejos amoniacais, tensoativos, fosfatos e
polifosfatos. Estes produtos oferecem grande risco ao meio ambiente, portanto a produção
deles na atividade deve ser reduzido ao máximo e o que for gerado deverá ser adequadamente
tratado segundo a legislação vigente.
Quanto aos resíduos podemos citar como os mais frequentes: as embalagens tais
como: caixas de papelão, potes, frascos, tambores, latas e rótulos. Além disso, são gerados
também, solventes orgânicos (Tolueno, Álcoois e Acetatos), estes produtos oferecem grande
perigo para saúde ocupacional e ambiental, sobretudo, pelo alto grau de inflamabilidade
74
podendo causar incêndios de difícil controle. Quanto às emissões atmosféricas estas estão
relacionadas com a emissão de materiais particularizados moagem e envase na linha de talcos,
pós descolorantes e maquiagem em pó. A outra parcela das emissões diz respeito a emissões
de substâncias odoríferas, que são produzidas durante os processos de: armazenagem,
transferências e manuseio de matérias primas, bem como no processo produtivo e envase
(COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011b).
O quarto e último capítulo trata das oportunidades de Produção mais limpa
identificadas no processo de produção destes produtos, no setor de armazenagem, por
exemplo, verificou-se que a implantação de um sistema de produção Just in time, poderia
diminuir a necessidades de infraestrutura para estoque, isso também, diminuiria a produção de
embalagens no setor de armazenagem, além disso, poderia ser aplicada a lógica de produção
FIFO (primeira que entra primeira que sai), que diminuiria as perdas por limite de data de
validade, isso contribuiria para a diminuição na geração de descartes de produtos
(COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011b).
4.2 O CASO CNTL
4.2.1 Caracterização da entidade
O Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL fui fundado no ano de 1995, está
localizado em prédio anexo a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – FIESRGS, e
também ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, a concepção deste deu-se
em parceria com a Organização das Nações unidas para o Desenvolvimento industrial –
UNIDA, e também em cooperação com o Programa das nações Unidas para o Meio ambiente
(CENTRO NACIONAL DE TCNOLOGIAS LIMPAS, 2012)
As competências do CNTL estão voltadas para: a disseminação da informação, sejam
a nível nacional ou até internacional, os principais avanços e pesquisas sobre a prática da
produção mais limpa, atuando também na formação de recursos humanos voltados para a área
da P+L, fomentando mão de obra de alto nível para o mercado e para as empresas, e por fim,
atua ainda estimulando a adoção políticas ambientais para a consolidação da legislação
ambiental, buscando também estabelecer linhas de crédito para empresas interessadas em
adotar a Produção mais Limpa em sua linha de produção (CENTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2012)
75
Além disso, o Centro nacional de Tecnologias Limpas atua também oferecendo
serviços de consultoria em diversos temas relacionados à área ambiental: Implementação de
Programas de PmaisL, Implementação do sistema integrado de gerenciamento: ISO 9001,
ISO 14001 e OHSAS 18001, Conservação e Gerenciamento de Energia, Tratamento de
Resíduos Sólidos, Efluentes Líquidos e Emissões, Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
Diagnóstico Ambiental, Auditorias Ambientais, Auditorias de Conformidade Legal
(ambiental e saúde segurança ocupacional), Auditorias de Passivos Ambientais, Avaliação de
tecnologias e comparação com Benchmarking para a obtenção de financiamentos e
argumentação junto ao órgão ambiental (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
LIMPAS, 2012).
4.2.2 Produtos gerados
O Centro Nacional de Tecnologias Limpas vem contribuindo de forma decisiva na
consolidação da metodologia da P+L país através de cursos, consultorias e etc. Entretanto,
uma das ferramentas que está sendo utilizada pela CNTL são os manuais que são produzidos
por este órgão, estes manuais visam facilitar o entendimento da P+L assim como, viabilizar o
procedimento de implementação dentro das empresas. Até o momento foram produzidos 6
(sete) manuais sendo que o primeiro foi lançado em 2003 possui caráter generalista ou seja,
não era específico de nenhum setor, o último manual foi lançado em 2008 e foi criado para o
setor de confeitarias e panificação.
4.2.2.1 Manual de implementação da P+L
O manual é constituído por 7 (sete) capítulos, sendo que o primeiro descreve sobre a
evolução, características e historia das técnicas de produção e desde a chamada “fim de tubo”
até a Produção mais Limpa. No segundo capítulo são descritas os principais benefícios da
P+L.
O terceiro capítulo descreve esclarece sobre as cinco (5) etapas de implementação da
P+L, citando as suas subetapas e as principais observações referentes a sua implantação e
gestão, estas etapas não serão detalhadas aqui, pois, já foram descritas anteriormente.
O quarto capítulo esclarece sobre as principais barreiras encontradas para a
implantação da metodologia nas empresas, estas barreiras forma subdivididas em
subcategorias, conforme a tabela abaixo.
76
Quadro
07
–
Barreiras
encontradas
na
implementação
da
Produção
mais
Limpa
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003a, p. 36)
O quinto e o sexto, capítulo dizem respeito às dúvidas e esclarecimentos sobre a
Produção mais limpa, e abordam aspectos como problemas mais recorrentes para os gestores
das empresas no que concerne ao tema, nesta parte do manual encontramos uma espécie de
questionário com perguntas e respostas que buscam esclarecer eventuais dúvidas do leitor.
Além disso, são destacados ainda, os principais conceitos relacionados a Produção mais
limpa, assim como, descrevem também os centros de produção mais limpa existentes no
mundo enfatizando seus endereços eletrônicos onde é possível encontrara outros materiais
existentes sobre a P+L.
77
4.2.2.2 Manual P+L em processamento de couro VACUM
Este manual foi o primeiro de produção mais limpa desenvolvido para o setor de
couros (curtumes), assim sendo é o pioneiro, o outro manual desta natureza foi produzido pela
Companhia Ambiental de São Paulo (2005d), que trata do mesmo assunto, porém, sob uma
outra forma de abordagem, assim sendo podemos considerar que os trabalhos são
complementares entre si e também são de grande valia para as empresas do ramo de couros.
O manual está estruturado em 6 (seis) capítulos, o primeiro trata da introdução no
assunto. A partir do segundo capítulo, são descritas as principais possibilidades de produção
mais limpa no processamento do couro vacum. São tratados os seguintes tópicos:
gerencimento através do “housekeeping”, por meio da conscientização de gerentes e direção,
do curtume, esta parceria e essencial para o sucesso do programa, além são importantes as
seguintes medidas: reduzir ou substituição no uso de produtos químicos procura integrar o
processamento do couro bovino.
Para o processo de curtimento, é importante enfatizar os perigos do emprego do
Cromo, que possui grande capacidade de poluição, para esta situação o manual citou como
alternativas: banhos com píquel com pouco sal, Reciclagem de banhos residuais de curtimento
ao Cromo, Recuperação de Cromo após precipitação, Curtimento de alto esgotamento e etc
(CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003b).
O terceiro capítulo trata das tecnologias emergentes para o beneficiamento do couro
bovino, que causam menos impactos ambientais, onde destacam-se: Conservação De Couro
De Curta Duração Por “Flo-Ice”, conservação por irradiação do couro, Processo “Thru-Blu”,
Aplicação Eletrostática e etc (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS,
2003b).
O quarto capítulo explica sobre a expectativa e metodologia da analise de viabilidade
econômica para medidas a serem adotadas para produção mais limpa, são exemplificadas as
seguintes técnicas: Payback, VPL (Valor Presente Líquido), e TIR (Taxa Interna de Retorno),
para efeito de ilustração e aprendizagem, um exemplo hipotético é usado para efeito de
aplicação da técnica.
No quinto capítulo verifica-se o emprego de um resumo das oportunidades de
Produção mais Limpa, onde o leitor poderá visualizar de forma rápida as principais
alternativas de melhoria de seu processo, baseado em Produção mais Limpa.
78
Quadro 08 – Resumo das oportunidades de Produção mais Limpa para os curtumes
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003b, p. 36).
4.2.2.3 Manual P+L em frigoríficos
O manual encontra-se dividido basicamente em 5 (cinco) capítulos, sendo que o
primeiro deles, é apresenta uma breve introdução do tema da produção mais limpa, alguns
conceitos, e a importância dos Centros de produção mais Limpa. Além disso, apresenta
algumas medidas importantes para implementação com sucesso da técnica citando os níveis
79
de aplicação da P+L, defendendo a aplicação da P+L, apresenta ainda um paralelo entre
produção mais limpa e segurança alimentar, um assunto de importância para todos nós.
O segundo capítulo diz respeito a etapas de implementação de um programa de
produção baseada em Produção mais Limpa, como esse tema já foi tratado anteriormente
passamos ao capítulo seguinte.
O terceiro capítulo trata dos processos produtivos ao longo da atividade seguida dos
impactos da atividade, o quadro abaixo descreve os processos de abate de bovinos e ovinos.
O manual apresenta ainda os mesmos esquemas de fluxograma para processos de
subprodutos gerados na atividade tais como: produtos gordurosos (graxarias), processamento
de sangue, processamento de estômago (bucharia) e processamento de tripas.
O mesmo capítulo apresenta ainda alguns indicadores de cosumo por animal conforme
podemos verificar nas tabelas abaixo:
Tabela 02 – Consumo médio de água por animal em diversos países (m³/animal)
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2003c, p. 46).
O quarto capítulo versa sobre as oportunidades de produção mais Limpa na cadeia
produtiva da atividade dos frigoríficos, nesta parte do manual são apresentadas algumas destas
soluções baseadas em Produção mais limpa. Estas oportunidades estão voltadas mais para as
etapas de embarque e transporte dos animais, recepção e curral de espera, lavagem e sangria
dos animais e da carcaça, limpeza e desinfecção de equipamentos, instalações e utensílios,
estação de tratamento de efluentes (ETE) e processamento de estômago e tripas. O quinto
capítulo descreve alguns estudos de casos de sucesso na aplicação da P+L (CENTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003c).
80
4.2.2.4 Manual P+L em confecções
Este manual encontra-se dividido em seis (6) capítulos, sendo que o primeiro trata do
histórico e da importância do setor para a economia do país, de acordo com o manual o valor
da produção da cadeia Têxtil e de Confecção representa o equivalente a pouco mais de 4% do
PIB total brasileiro e de 17% da indústria de transformação, emprega cerca de 1,5 milhão de
trabalhadores, o que representa 1,7% da população economicamente ativa do país e 16,9% do
total dos trabalhadores alocados na indústria da transformação, estes dados ressaltam o peso e
a representatividade do setor para a economia e para a sociedade, sobretudo, sob a perspectiva
da geração de empregos (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2007a).
Além disso, o manual relata ainda que mais de 80% das empresas nacionais de
confecção são de micro, pequeno e médio portes, em que, muitas vezes, o maior fator de
competitividade está na redução dos custos operacionais, nesse sentido, a Produção mais
Limpa contribui com a redução de desperdícios e a minimização dos impactos ambientais,
além de propiciar ganhos econômicos através da máxima utilização dos recursos (CENTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2007a).
O quinto capítulo descreve 8 (oitos) estudos de caso aplicados ao setor de confecções
apresentando os procedimentos adotados e os benefícios econômicos e ambientais obtidos.
Além disso, este capítulo apresenta as medidas de P+L adotadas por estas empresas na
redução da geração de resíduos, desta forma, o presente capítulo é muito importante, pois,
estes problemas relatados no manual podem refletir as dificuldades da empresas, sobretudo,
aquelas de pequeno porte, assim é de fundamental importância que estas empresas tomem
conhecimento
destas
medidas
contidas
no
manual
(CENTRO
NACIONAL
DE
TECNOLOGIAS LIMPAS, 2007a).
4.2.2.5 Manual P+L em edificações
O manual é composto de 16 capítulos, neste trabalho serão abordados apenas os
capítulos considerados mais relevantes. O primeiro e segundo capítulo versam sobre o
histórico, importância e evolução do setor para o país. O terceiro e quarto capítulos explicam
sobre as relações existentes entre a construção civil e o meio ambiente, ressaltando sobre a
produção de resíduos e assim como cita os principais impactos da deposição inadequada dos
resíduos no meio ambiente.
81
O capítulo onze (11) descreve os principais processos existentes na construção civil,
apesar da grande variabilidade dos projetos de construtivos, o manual buscou sintetizar estes
processos por meio da criação de um fluxograma para facilitar a visualização dos processos e
assim facilitar a adoção das medidas de Produção mais Limpa.
O capítulo treze visa informar o leitor do manual sobre as principais oportunidades
levantadas nos processo construtivos, neste capítulo o leitor poderá visualizar através da
apresentação de uamá tabela resumida estas oportunidades, conforme a tabela abaixo:
Quadro 09 – Resumo das 20 oportunidades P+L na construção civil
82
Fonte: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2007b, p. 52).
Cabe ressaltar que a tabela acima foi criada a partir do encontro do ECOTIME em
uma empresa, ou seja, é natural que deva haver outras oportunidades de acordo com o projeto
e as necessidades de cada empresa.
No próximo capítulo, são apresentados 10 (dez) estudos de caso em diversas empresas,
onde são descritos as medidas aplicadas, a descrição dos processos, os indicadores, assim
como, os resultados obtidos através da apresentação dos resultados econômicos e ambientais.
O capítulo quinze (15), trata da descrição das principais medidas adotadas para gestão
e destinação dos resíduos gerados na construção civil, apresentando soluções desde a etapa de
segregação de materiais no canteiro, distribuição das responsabilidades, acondicionamento,
coleta e transportes dos resíduos, tratamento e disposição final, nesta parte do manual são
citados ainda algumas sugestões para resíduos de produtos específicos tais como: tijolos
madeiras e metais, gessos e derivados, e etc. Além disso, ao final do capítulo é apresentado
um quadro que mostra algumas medidas adotadas para a destinação dos resíduos oriundos da
construção civil no estado de Minas Gerais (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
LIMPAS, 2007b).
83
4.2.2.6 Manual P+L em padarias e confeitarias
Este manual está dividido em 7 (sete) capítulos, sendo que o primeiro visa informar o
leitor sobre a história e a evolução da panificação brasileira, podemos ver que o manual
destaca a sua classificação que se dá em função do porte, produtos ofertados, localização.
Além disso, o capítulo frisa ainda a importância econômica do setor dentre os quais destacase: o setor é responsável por 2% do PIB nacional, e também existem cerca e 52 mil
panificadoras formais em todo país, o setor ainda é responsável pela geração de cerca de 2,1
milhões de empregos diretos e indiretos, isto ressalta o peso e a importância econômica e
social do setor para o Brasil (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2008).
O terceiro capítulo descreve os fluxogramas dos principais produtos da panificação e
confeitaria com destaque para as entradas, saídas e resíduos gerados, no manual encontramos
o fluxograma dos seguintes produtos: pão francês, biscoitos doces, salgados, folhados, massa
para pizza, beijinho de coco, brigadeiro e quindim.
O quarto capítulo versa sobre as oportunidades de Produção mais Limpas identificadas
pelos estudos, vejamos alguns dos processos mais relevantes nas medidas: recepção e
armazenagem de matérias primas, seleção, pesagem, cilindragem, forno, energia elétrica
(fornos, refrigeradores, iluminação e equipamentos). A tabela abaixo apresenta alguns valores
de consumo médio em padarias de porte médio, estes valores são relevantes para efeito de
comparação avaliação de desempenho.
O quinto capítulo é destinado a descrição de dez (10) estudos de caso, onde é relatado
o título do problema, a descrição do processo e também o título da solução de produção mais
limpa aplicada, assim como, os benefícios econômicos e ambientais da medida. Estes estudos
de caso são de fundamental importância, na medida em que, servem de inspiração para outras
empresas, sobretudo, para pequenas empresas que na maioria das vezes não podem contar
com assistências técnicas, então, este manual deve ser utilizado como recurso para solucionar
alguns problemas, principalmente, aqueles de relacionados com o desperdício e a geração de
resíduos.
O sétimo capítulo visa informar ao leitor do manual, sobre as principais diretrizes e a
estrutura de um Plano de gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS - tem por objetivo
organizar e atender as questões ambientais desde a geração do resíduo, envolvendo a
segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final de
84
acordo com as normas e legislação pertinentes, o gerenciamento de resíduos permite ainda a
possibilidade de comercialização dos resíduos recicláveis.
A primeira etapa do gerenciamento de resíduos é a classificação e a quantificação dos
resíduos gerados na empresa. Com base nestas informações é possível dimensionar
corretamente o PGRS. A classificação dos resíduos deve seguir as recomendações da
NBR10.004/2004. As etapas posteriores do PGRS são: segregação de resíduos, e por fim
realizar o acondicionamento dos resíduos, a seguir é apresentado um exemplo de plano de
gerenciamento de resíduos utilizados em padarias e confeitarias.
O último capítulo é destinado ao esclarecimento de dúvidas frequentes sobre os
tópicos tratados no manual, funciona como uma espécie de questionário sobre a prática da
produção mais limpa em padarias.
85
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção será realizada uma discussão sintetizada dos principais resultados obtidos
na pesquisa junto aos dois centros de produção mais limpa, os recursos utilizados para essa
análise serão: gráficos e tabelas que demonstrem a evolução e das publicações dos principais
trabalhos produzidos pela CETES e o CNTL.
O gráfico número 03 abaixo, demonstra o percentual de empresas que receberam ajuda
do Centro Nacional de tecnologias limpas (CNTL) na implementação da produção mais
limpa, trata-se de um estudo realizado com 387 empresas tanto do setor de serviços quanto da
indústria o estudo envolveu empresas de todos os estados brasileiros. A análise do gráfico nos
permite verificar que há um forte predomínio de empresas industriais sobre as empresas de
serviços, no que diz respeito a aplicação da P+L, as empresas industriais responderam por
86% desse total, ou seja, 334 empresas do total enquanto que as empresas de serviços
reponderam por 14% desse total, ou seja, 53 empresas do total.
Gráfico 03 – Empresas que aplicaram a produção mais limpa com a consultoria do CNTL: empresas de serviços
versus empresas industriais.
SERVIÇOS
14%
INDÚSTRIA
86%
Fonte: ADAPTADO PELO AUTOR DO CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2012)
86
O gráfico número 04 abaixo, relata o percentual das empresas do ramo de serviços que
implementaram a Produção mais limpa com auxilio do CNTL, o levantamento foi realizado
com 53 empresas de todo Brasil. A análise do gráfico, revelou que o setor destas empresas
que mais aplicaram a P+L foi o setor de turismo e hotelaria que respondeu por cerca de 18%
(10 empresas), seguidos pelo setor de comércio 13% (7 empresas), serviços médicos e
laboratoriais 13% (7 empresas), empresas de manutenção 9% (5 empresas), todavia, o setor
menos representativo da pesquisa foi o de energia e escritórios com 4% cada um.
Gráfico 04 – Empresas de serviços que aplicaram a produção mais limpa com auxílio do CNTL divididas de
acordo com setor.
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Fonte: ADAPTADO PELO AUTOR DO CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2012)
87
O gráfico número 05 abaixo, trata do percentual de empresas do ramo industrial que
implementaram a Produção mais limpa com auxilio do CNTL, o levantamento foi realizado
com 334 empresas de todo Brasil. A análise do gráfico, revelou que o setor de industrial que
mais aplicou a P+L, foi o setor da agroindústria que respondeu por cerca de 18% (61
empresas), assim como o metal mecânico 18% (60 empresas), seguidos pelos setores de
alimentação 11% (37 empresas), químico 11% (35 empresas), calçadista/têxtil/couro 10% (34
empresas), construção civil 10% (32 empresas), mineração 6% (21 empresas), gráficas 5%
(16 empresas), sendo que o setor menos representativo foi o de siderurgia com 1% (2
empresas).
Gráfico 05 – Percentual de indústrias divididas por setor que aplicaram a Produção mais Limpa com auxílio
do CNTL
20%
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
Fonte: ADAPTADO PELO AUTOR DO CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2012)
Tabela 03 – Resumo dos manuais produzidos pela Companhia ambiental do estado de São Paulo (CETESB)
TÍTULO DO TRABALHO
A produção mais Limpa e o consumo sustentável na América Latina e Caribe
Guia ambiental de Sucos Cítricos
Guia ambiental de Bijuterias
Guia ambiental de Cervejas e refrigerantes
Guia ambiental de curtumes
Guia ambiental de abate de bovinos e suínos
Guia técnico ambiental: Cerâmica branca e de revestimento
Guia técnico ambiental: Frigorífico - industrialização da carne bovina e suína
Guia técnico ambiental: Graxarias
Guia técnico ambiental de produtos lácteos
Guia técnico ambiental da indústria de papel e celulose
Guia técnico ambiental tintas e vernizes
Guia técnico ambiental da indústria têxtil
Guia técnico da indústria gráfica
Guia técnico da indústria de transformação e reciclagem de materiais plásticos
Guia técnico ambiental da indústria de perfumaria e cosméticos
ANO
2004
2005
2005
2005
2005
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2009
2009
2011
2011
SETOR
Sustentabilidade
Cítricos
Bijuterias
Bebidas
Curtumes
Agroindústria
Materiais de Construção
Agroindústria
Agroindústria
Lácteos
Papel e celulose
Tintas e vernizes
Têxtil
Gráfico
Reciclagem
Higiene e perfumaria
Fonte: ADAPTADO PELO AUTOR DA COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (2012)
A tabela número 03 acima, descreve de forma resumida todos os 16 manuais de produção mais limpa existentes, produzidos pela
CETESB. Analisando a evolução destes, verificamos que esta instituição vem produzindo tais manuais com uma certa regularidade desde 2004
até o ano de 2011, sendo que o ano de 2008, foi o período de maior produtividade do órgão, pois, somente neste ano foram produzidos e
publicados um total de 7 manuais, além disso, cabe salientar que o manuais produzidos pela CETESB, contemplam uma série de segmentos
industriais, desta forma, o órgão procurou oferecer soluções as necessidades específicas de cada setor, inclusive para o setor de reciclagem e
higiene e perfumaria que são dois segmentos que estão em destaque no cenário econômico atual.
Tabela 04 – Resumo dos manuais produzidos pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL)
TÍTULO DO TRABALHO
Implementação de programas de produção mais limpa
Produção mais limpa no processamento do couro VACUM
Princípios básicos de produção mais limpa em matadouros frigoríficos
Produção mais limpa em edificações
Produção mais limpa em confecções
Produção mais limpa em padarias e confeitarias
ANO
2003
2003
2003
2007
2007
2008
SETOR
Geral
Curtumes
Agroindústria
Construção civil
Confecções
Panificação e confeitaria
Fonte: ADAPTADO PELO AUTOR DO CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS (2012)
A tabela número 04 acima, descreve de forma resumida todos os 6 (seis) manuais de produção mais limpa, produzidos pelo Centro Nacional de
Tecnologias Limpas (CNTL), analisando a evolução destes, verificamos que esta instituição vem produzindo tais manuais de forma esporádica,
sendo que o ano de maior de maior produtividade da instituição foi 2003, ano em que foram produzidos um total de 3 (três) manuais, e que após
isto, forma produzidos ainda mais três manuais nos anos de 2007 e 2008. É importante salientar que apesar de terem sido poucos os trabalhos
produzidos pelo CNTL, estes são de impacto e relevância, pois, estes manuais contemplaram setores de grande peso econômico, social e
ambiental como é o caso do setor de construção civil que é responsável por gerar grande quantidade de resíduos e também encontrar-se em forte
crescimento econômico, assim este manual possui grande importância e deverá ser amplamente divulgado para o empresários do setor com vistas
a estimular a adoção da produção mais limpa no setor.
90
Além disso, o setor de panificação e confeitaria, também foi lembrado, dado a grande
quantidade de panificadoras e confeitarias espalhadas por todo o país este manual possui
grande relevância para o setor que acaba sendo uma mescla de manufatura e serviços. Os
outros manuais que foram produzidos foram: curtumes, agroindústria, e confecções sendo que
a CETESB também produziu manuais para estes setores. É importante salientar que apesar
ambos os órgãos terem desenvolvidos manuais para os mesmos setores como foi citado
anteriormente tais manuais não são redundantes, muito pelo contrário, tem uma função de
complementar eventuais lacunas deixadas pelo outro, ou seja, tem objetivo de aprimorar e
aprofundar a pesquisa acerca da Produção mais Limpa nestes setores específicos.
91
6 CONCLUSÃO
De acordo com a pesquisa realizada junto aos centros de produção mais limpa,
representados neste trabalho pelas instituições Companhia Ambiental do estado de São Paulo
(CETESB), e pelo Centro Nacional de Produção mais limpa (CNTL), identificou-se que entre
as principais contribuições e estratégias destas instituições, destacou-se a produção de
manuais práticos do tipo faça você mesmo que tratam da implementação da prática da
Produção mais limpa, estes manuais buscam ajudar as empresas, no sentido, de implantar este
modelo de gestão da produção com vistas a alcançar o conceito de sustentabilidade econômica
e ambiental em seus sistemas produtivos. Além disso, destes manuais verificou-se que estes
órgãos atuam também na prestação de consultorias, cursos, treinamentos assim como na
organização de eventos voltados para a Produção mais Limpa.
Até o presente momento o Centro Nacional de Produção mais Limpa (CNTL),
produziu um total de seis manuais sendo um de caráter generalista e outros cinco manuais de
produção mais limpa, tais manuais visam atender a setores econômicos específicos tais como:
Produção de couro (curtumes), matadouros e frigoríficos de bovinos e suínos, edificações,
confecções e também nas confeitarias e padarias. No que diz respeito ao aspecto quantitativo
de manuais produzidos, destacamos o ano de 2003, como período mais produtivo sendo que
somente neste ano foram produzidos três manuais sendo a maior produção do órgão para o
período de um ano.
Além disso, por meio desta pesquisa constatou-se ainda que nos últimos anos ocorreu
uma estagnação na produção de trabalhos desta natureza, sendo que o último trabalho
produzido pelo CNTL, ou seja, o manual que trata do manual de P+L para panificação e
confeitarias, sua publicação deu-se no ano de 2008, desta forma, conclui-se que há
aproximadamente quatro anos que a instituição não produz outros manuais desta natureza.
Outro ponto identificado neste estudo revelou que aproximadamente 86% das
empresas que receberam auxilio (consultoria) do CNTL para implementar a produção mais
eram do setor industrial e os outros 14% pertenciam ao setor de serviços, assim, verificamos
que houve priorização do setor industrial em detrimento ao setor de serviços, entretanto, é
importante salientar que o terceiro setor assim como o industrial apresenta grandes
oportunidades de melhorias na aplicação da Produção mais Limpa, assim é de fundamental
92
importância que o setor de serviços recebesse mais atenção, uma vez que, o setor é
responsável pelo consumo de grande parte de materiais tóxicos que podem ocasionar poluição
e geração de resíduos além de ser responsável pela geração da maior fatia das divisas para o
PIB nacional. Desta forma, a aplicação da P+L teria grande impacto econômico além de ser
uma oportunidade de diferenciação servindo também como uma oportunidade de inovar
através da aplicação da P+L.
O mesmo levantamento revelou também que dentre as empresas pesquisadas pelo
CNTL do setor industrial os segmentos que mais se destacaram na aplicação da produção
mais limpa foram: a agroindústria (18%), metal mecânico (18%) seguido de alimentos (11%),
o setor menos representativo da pesquisa foi o de siderurgia que respondeu por cerca de (1%).
Por sua vez, para o setor de serviços o segmento que mais aplicou o método da P+L foi o de
turismo e hotelaria que respondeu por (18%) seguidos pelos setores de comércio (13%) e
também de serviços médicos e laboratoriais (13%), o setor menos representativos foram as
empresas do ramo de geração e distribuição de energia (4%) e de escritórios (4%).
A Companhia Ambiental do estado de São Paulo (CETESB) produziu até o momento
um total de 16 manuais de produção mais limpa, superando o Centro Nacional e Tecnologias
Limpas (CNTL) no aspecto quantitativo, tais manuais são voltados exclusivamente para o
setor industrial, os manuais foram desenvolvidos para os seguintes segmentos: Cítricos,
bijuterias, cervejas e refrigerantes, curtumes, abate de bovinos e suínos, produção de cerâmica
branca e de revestimento, industrialização da carne bovina e suína, graxarias, produtos
lácteos, papel e celulose, tintas e vernizes, produtos têxteis, gráficas, reciclagem de materiais,
perfumaria e cosméticos.
A CETESB além superar em termos quantitativos o CNTL na produção destes
manuais, cerca dez manuais a mais do que os produzidos pelo Centro Nacional de Produção
mais Limpa (CNTL), a CETESB vem produzindo os manuais de maneira mais regular, ou
seja, produzindo quase que anualmente tais manuais, com maior variedade de setores. No
decorrer dos anos de atividade da CETESB no sentido de produzir estes manuais verificou-se
que o ano de 2008 foi o mais produtivo do ponto de vista qualitativo, ou seja, foi neste ano
que este órgão produziu o maior número de manuais alcançando a marca de 8 manuais, mas,
diferentemente da CNTL, a CETESB manteve uma certa regularidade na produção destes
sendo que o seu último produto gerado foi no ano de 2011.
93
Comparando os trabalhos produzidos por estes dois órgão verificou-se que ambas as
instituições apresentaram algumas características em comum, dentre as quais destacamos: a
produção de manuais voltados ao mesmo setor como o de curtimento de couro, abate e
industrialização da carne de bovinos e suínos e também o manual voltado a indústria têxtil,
todavia, é importante ressaltar que estes manuais apesar de conter um conteúdo semelhante,
todos tem sua a devida importância, e devem ser levados em conta, e assumindo assim caráter
de complementaridade, servindo como outros aliados para estas empresas na busca pela
aplicação da P+L nos sistemas produtivos.
É muito importante frisar que tanto no Brasil quanto em outros países existem ainda
outros órgãos que atuam como objetivos semelhantes aqueles praticados pela CETESB e
CNTL, apesar destes dois órgãos serem os que mais se destacam no cenário nacional, deve-se
ressaltar a relevância de outra instituição que é a TECLIM (rede de tecnologias limpas) que é
uma órgão que integra a chamada rede de produção mais limpa, ligado a UFBA (Universidade
Federal da Bahia) esta instituição vem atuando através de pesquisas de temas ligados a
produção mais limpa, e vem produzindo alguns trabalhos tais como cartilhas e pesquisas a
nível e mestrado e doutorado, contendo informações que possam melhorar a produtividade
das empresas que gerenciam seus negócios através da produção mais limpa. Todavia diante da
indisponibilidade de tempo, optou-se por não incluir este centro na pesquisa, mas, recomendase para estudos futuros o levantamento de trabalhos produzidos por outros centros de
produção mais limpa, como exemplo, o TECLIM.
Apesar de já terem sido publicados um número considerável de manuais seria
interessante a produção de manuais específicos para o setor de serviços, uma vez que, todos
estes trabalhos produzidos foram voltados especificamente para o setor industrial, mas, o setor
de serviços necessita de maior atenção, desta forma, é recomendável que sejam desenvolvidos
para setores específicos de serviços, como por exemplo: manutenção de máquinas e veículos,
empresas de saneamento básico, hotéis e pousadas, comércio e outros, na medida em que,
estes empregam boa parcela de mão de obra e contribuem com boa parcela na geração de
renda, assim a aplicação da P+L traria uma série de benefícios econômicos, sociais e
ambientais.
Além disso, acredito que cada região deveria criar seus próprios manuais voltados
especificamente para as necessidades de sua economia, pois, cada região possui uma vocação
econômica, como é o caso da região amazônica. No nosso estado, por exemplo, temos alguns
94
setores de grande importância no cenário econômico como é o caso do setor pesqueiro,
mineração e o setor moveleiro, desta forma, poderiam haver pesquisas no sentido de
desenvolver manuais de produção mais limpa, específicos destes setores, uma vez que alguns
desses setores sofrem muitas vezes com a falta de investimento e de interesse no incremento
no desenvolvimento de manuais desta natureza.
Outro setor que está em forte expansão no nosso estado é o da produção de óleo que
servem como matéria prima na produção de biocombustíveis, acredito que na cadeia
produtiva deste produto, assim com de seus derivados, deve haver uma série de oportunidades
para a Produção mais Limpa, desta forma, então seria muito interessante a realização de
pesquisas neste setor que daqui a algum tempo vai despontar no nosso estado.
Como estudo futuro recomenda-se ainda pesquisas de trabalhos do tipo estudo de caso,
junto às empresas, assim como a organização de eventos de nível regional que trate sobre o
tema para que as empresas e outros interessantes possam visualizar os benefícios que podem
ser alcançados pela aplicação desta excelente ferramenta que é a Produção mais limpa.
95
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