LEARNING ENGLISH ONLINE IN A HIGH SCHOOL IN PARANÁ
Sandra Regina Flauzino Arantes Tobbin 1
Resumo:
Este trabalho apresenta o resultado de uma proposta de implementação do
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE - com pesquisa na aprendizagem
mediada por tecnologias. As atividades do trabalho envolveram letramento digital,
aprendizagem de língua inglesa e interação em ambiente virtual, com utilização do
laboratório do Paraná Digital. Utilizou-se para o trabalho na proposta de intervenção
o material didático-pedagógico “Learning English on Line in a High School in
Paraná”, designado como curso online e produzido como parte integrante do
programa. Durante o processo os alunos realizaram atividades de letramento digital,
utilização de rede para aprendizagem de língua inglesa e interação por meio do
gênero e-mail, com um enfoque interdisciplinar com as áreas de Português e
Filosofia. Para a produção final os alunos fizeram uso de tecnologias e língua
inglesa, mostrando a efetivação da proposta resultados positivos com relação ao uso
das tecnologias como ferramentas educativas.
Palavras-chave: Tecnologias. Letramento Digital. Língua Inglesa. Aprendizagem.
Interação.
Abstract:
Results on the execution of the Educational Development Program (PDE) involving
research in technology-mediated learning are provided. Assignments comprised
digital literacy, learning of English and interaction in a virtual milieu through the
employment of the Paraná Digital lab. Learning English on Line in a High School in
Paraná, an on line course produced as an integral part of the program, has been the
didactic and pedagogical material used for intervention. Students undertook digital
literacy activities throughout the process and used digital network to learn English
and interact by means of the e-mail genre. The interdisciplinary focus involved
Portuguese and Philosophy. Since technologies and English were used for the final
product, checking activities with above-mentioned proposal, with positive results with
regard to the use of technologies as educational tools.
Key words: Technologies; Digital literacy; English Language; Learning; Interaction.
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Professora PDE - 2007 / UEM
Colégio Estadual Malba Tahan – Ensino Médio - Altônia
Trabalho Desenvolvido sob a orientação da Professora Mestre Wilsilene Rodrigues Gatto. UEM.
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1. INTRODUÇÃO
Como resultado das mudanças sociais, da globalização e do desenvolvimento
tecnológico, a presença das novas tecnologias tem sido um assunto discutido na
área da aprendizagem e é crescente o número de pesquisas e o interesse pela
aprendizagem mediada por tecnologias na realidade educacional atual.
Essas mudanças que vêm ocorrendo exigem a busca de novas estratégias de
ensino e pesquisas quanto à sua aplicabilidade na sala de aula. Está claro que é
necessário utilizar as novas tecnologias para inclusão e aprendizagem. Segundo
Leffa (2003), se não recriarmos a forma de transmissão de conhecimento, corremos
o risco de transmitir um conhecimento inútil e propõe ao professor de inglês dois
compromissos básicos, que são:
Procurar não apenas “passar” conhecimento para os alunos, mas também
gerar o conhecimento necessário para uma melhor aprendizagem da língua.
Partindo do princípio de que a pesquisa é a tentativa de responder a uma
pergunta, o professor pode começar um projeto de pesquisa pelas tantas
perguntas que ainda não foram satisfatoriamente respondidas e que estão
diretamente ligadas a muitos problemas de sala de aula (LEFFA 2003 apud
STEVENS C. & CUNHA M. J. C., p.237).
Enquanto se assiste a um desenvolvimento tecnológico avançado, os alunos
de escolas públicas são, em sua maioria, excluídos ao acesso destas. Pelo fato de
uma grande parte pertencer a uma camada da sociedade que não possui condições
de adquirir pelo menos um computador, alguns se vêem, muitas vezes, excluídos
até mesmo das próprias aulas no ambiente escolar.
De um lado, os professores ou alguns deles, sentem a necessidade de não
apenas utilizarem a internet como fonte de pesquisa, como também de levar o
conhecimento adquirido para suas aulas, mesmo que seja por meio de transmissão
de informações, comentários ou requerimento de trabalhos que utilizem a rede como
fonte de pesquisa. Por outro lado, os alunos referidos anteriormente, sentem-se
excluídos das aulas onde o que é comentado, pesquisado e apresentado como
resultado de pesquisas em sala de aula não faz parte da realidade de suas vidas
cotidianas.
Na tentativa de aliar as tecnologias à educação, muitas escolas do Paraná já
receberam uma primeira remessa de computadores na década de 90. No entanto,
naquele momento, vários fatores contribuíram para que os mesmos não fossem
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utilizados. Entre eles a falta de preparação técnica e, principalmente, pedagógica
aos professores, a internet banda larga ainda não havia sido difundida em muitas
localidades e falta de condução quanto ao funcionamento dos mesmos. Como
consequência, eles acabaram por ficar obsoletos antes mesmo de serem bem
utilizados.
As escolas estão agora diante de um outro projeto que está implantando
laboratórios de informática nas escolas públicas do estado, o Paraná Digital. Por
este motivo, e também pela compreensão de que é necessário pesquisar meios de
utilizar a tecnologia como mediação para o ensino de língua estrangeira, é que esta
pesquisa e proposta de intervenção se fazem pertinentes às novas demandas
educacionais.
Neste trabalho e na educação atual, o grande desafio foi não apenas utilizar a
rede como instrumento de informação, mas como afirma Paiva (2001, p. 184):
“didatizá-la e adequá-la aos objetivos curriculares, tirando proveito do poder de
motivação a ela inerente e da diminuição potencial das ameaças do discurso face a
face na interação mediada pelo computador”.
A proposta faz parte de um conjunto de atividades articuladas, definidas a
partir das necessidades da educação básica e em conjunto com o Ensino Superior,
por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - com o objetivo de
propiciar inclusão social, aprendizagem de língua inglesa em ambiente virtual e
interação por e-mails. O material didático-pedagógico, elaborado e disponibilizado
como curso online, serviu e poderá servir de insumo para o desenvolvimento dos
temas curriculares no ensino-aprendizagem de Língua Inglesa na escola pública.
Tanto a proposta do Programa PDE como esta proposta de intervenção
inspiram-se em Paulo Freire, apud PDE Documento Síntese, que ensina que as
mudanças demandadas pela educação requerem firmeza de princípios ideológicos e
ousadia na prática, articulando teoria e prática, na busca de objetivos arrojados e na
ação concreta, para a transformação dos homens do mundo, dialeticamente
imbricados.
No entanto, para que as tecnologias sejam utilizadas como resposta a esse
objetivo, há também necessidade de formação e atualização por parte do professor,
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o que se torna um desafio, pois a formação recebida não enfocou a utilização destas
em seu processo.
Em face desta problemática, surge a necessidade de atualização da docência
para utilização destas novas ferramentas. Segundo Kuenzer (1999) “... em face da
complexificação da ação docente o educador precisará ser um profundo conhecedor
da sociedade de seu tempo, das relações entre educação, economia e sociedade,
dos conteúdos específicos, das formas de ensinar, e daquele que é a razão do seu
trabalho: o aluno. Para isto, os Centros Regionais de Tecnologia – CRTEs presentes nos núcleos regionais do estado, já têm iniciado um processo de
atualização e preparação para o uso das tecnologias presentes no contexto escolar.
Na busca por novas formas de ensinar, a internet se torna um meio de
interação, por ser um instrumento tecnológico que tem sido amplamente utilizado e
difundido na sociedade pós-moderna. Deve a mesma ser enfocada como um
instrumento de letramento e transmissão de conhecimento no ambiente escolar, cuja
aprendizagem de língua inglesa pode possibilitar contato direto com o conhecimento
e entre membros de diferentes culturas.
Nessa conjuntura, à escola cabe propiciar aos alunos meios para que possam
apreender a produção do conhecimento, entendendo o termo letramento numa
definição atual, não apenas como o conjunto de conhecimentos que permite às
pessoas a participação em práticas letradas mediadas por computadores, mas a
utilização dessas ferramentas para a construção de sentidos a partir dos textos,
acessando, selecionando, processando e avaliando criticamente as informações
imbricadas na comunicação por meio do computador (BARROS, apud Polifonia
2006, p. 143).
O trabalho na proposta de intervenção se fundamentou em Vygotsky e
Bakhtin no que compreende a aprendizagem como interação com o outro e que
acontece num determinado contexto social. Bakhtin e Vygotisky se aproximam, de
acordo com Garcez (1998), quando afirmam que as práticas sociais são apropriadas
pelos indivíduos no seu processo de desenvolvimento e inserção social.
Também se fundamentou nos trabalhos dos teóricos que têm desenvolvido
pesquisas com Aprendizagem Mediada por Computador, como Paiva (2001); Leffa
(2003/2006), Souza & Souza (2003); Garcia (2004); entendendo o mesmo como
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uma ferramenta e instrumento de mediação, numa abordagem sociointeracionista,
visando propiciar interação social e aprendizagem de língua inglesa através de
recurso tecnológico. Bakhtin/Volochinov, citados em Thom, (2007, p.26), afirmam
que “a língua evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema
lingüístico abstrato das formas da língua, nem no psiquismo individual dos falantes”.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO CONTEXTO ESCOLAR
É sabido que o e-mail é na situação educacional atual considerado um gênero
textual e que por meio da internet, se bem utilizada, pode-se propiciar ao aluno
ferramentas de desenvolvimento na aprendizagem de língua inglesa, num ensino em
que o computador não seja um substituto do professor, “mas uma extensão da ação
pedagógica do professor” (LEFFA, 2006, p. 214). Aquilo que não é possível ser
realizado com eficácia em sala de aula, como situações reais de interação,
desenvolvimento das práticas de leitura, escrita e oralidade, pode se tornar mais
significativo na aprendizagem mediada por computador com acesso à internet.
Como professora de rede pública estadual, há alguns anos, interessei-me
profundamente pelas novas tecnologias no ensino de língua inglesa e passei a
desenvolver projetos utilizando estas ferramentas. Nos trabalhos desenvolvidos,
utilizava-se principalmente o e-mail como objeto de estudo, por meio do qual
interagíamos com professores e alunos de outros países.
Posteriormente, outros professores se envolveram e houve possibilidade de
aliar a tecnologia ao ensino e a diversas áreas do conhecimento. Podemos concluir
que aprendemos muito nesses trabalhos e isto despertou um interesse muito grande
pela aprendizagem de língua inglesa, tendo um impacto positivo nos alunos e até
mesmo na comunidade escolar.
Com o tempo, porém, houve o anseio de produzir alguma coisa que estivesse
online, como suporte, ponto de referência para ser utilizado nas aulas no laboratório
digital, uma vez que nos primeiros projetos desenvolvidos não tínhamos ainda
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internet banda larga e o trabalho era realizado, em grande parte, pelos professores
em seus computadores particulares.
Vemos então a implantação dos laboratórios digitais em nosso estado como
um grande avanço para este tipo de atividade e para a melhoria da qualidade do
ensino na escola pública. Assim, por ocasião do PDE, houve a oportunidade de
contar com o suporte acadêmico, o tempo para o estudo e pesquisa e a elaboração
do material didático pedagógico para ser utilizado nas aulas de língua inglesa.
O uso de tecnologias na aprendizagem escolar vem de encontro com o que
apontam AS DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA INGLESA DO ENSINO
MÉDIO, para as quais “a aprendizagem de língua estrangeira deve apresentar-se
como um espaço para ampliar o contato com outras formas de conhecer, com outros
procedimentos interpretativos de construção da realidade”. Assim, num contexto de
aprendizagem mediada por tecnologias, o aluno pode perceber que as pessoas
aprendem através da mediação e que podem ser modificadas pelos objetos que as
cercam e a partir disto construir novos significados.
De
acordo
com
Vygotsky
(1998),
o
aprendizado
é
um
processo
profundamente social, já que aprendemos ao estarmos interagindo dentro de
contextos sociais, dessa forma a interação virtual pode extrapolar a sala de aula e
permitir
novas
aprendizagens
e
interação
no
ambiente
escolar.
Como
compreendemos a escola como o local de socialização de conhecimento, esta não
pode deixar seus alunos excluídos do acesso a novas tecnologias, como
ferramentas de aprendizagem e interação entre os indivíduos pertencentes à
sociedade globalizada.
Ao reconhecer que o aluno deve ter acesso a essas ferramentas, para que
possa ser inserido e participar do conhecimento histórico e das relações advindas da
transmissão desse conhecimento, a mesma pode contribuir para uma prática
educativa que objetive a aprendizagem de língua “não como um acervo imutável,
mas como uma forma de ação, um modo de vida social, na qual a situação da
enunciação e as condições discursivas são determinantes de sua função e, logo, de
seu significado e interpretação” (GARCEZ, 1998, p.47).
Ao elaborar o material, visualizou-se algo que pudesse conduzir o aluno a
utilizar a rede para aprendizagem, pesquisa e interação. Numa cidade pequena o
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contato com a língua estrangeira é bem menor que em centros maiores e se torna
desafiante promover situações de real interação e contato com a língua nas
diferentes esferas, de forma significativa. A internet possibilita tudo isto,
apresentando-se, dessa forma, uma ferramenta de alto valor para o ensino de língua
inglesa.
Segundo Levy, (apud BARROS, 2006, pag.12) o computador pode ser
considerado em nossa época, uma tecnologia intelectual tão revolucionária como foi
a escrita para as sociedades orais; e isto pode, como consequência, contribuir para
modificar nossa forma de interpretar a realidade, tendo influência direta sobre as
formas de estruturação do pensamento.
Os objetivos do trabalho incluíram: letramento, o uso de Call – Computer
Assisted Language Learning – Aprendizagem de Línguas Mediada por Computadore interação, por meio de diários dialogados eletrônicos, sendo considerado o
computador como uma ferramenta de mediação para o ensino-aprendizagem de
Língua Inglesa e uma extensão do trabalho do professor. Os alunos participaram de
atividades utilizando as ferramentas tecnológicas da internet para produção de
conhecimento, a partir de atividades de letramento digital e da utilização do curso
online.
As atividades envolveram motivação e organização de grupos para trabalho,
criação de e-mails, utilização da rede para desenvolvimento das práticas de leitura,
escrita e oralidade, com enfoque principal na leitura e escrita, utilização de
mecanismos de busca e navegação por sites onde a língua pode ser estudada. O
trabalho na proposta apresentou uma abordagem interdisciplinar envolvendo as
áreas de Filosofia e Português, no que se refere ao uso responsável da rede, com
atitude responsiva perante os desafios com relação à sua utilização e quanto às
influências lingüísticas que a escrita na internet pode causar à escrita em língua
materna.
Na produção final, observou-se no aluno o desenvolvimento da autonomia na
utilização da rede como ferramenta para aprendizagem de língua inglesa, avanços
no nível de aprendizagem e posicionamento crítico quanto ao que é acessado e
veiculado na internet.
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O material foi inicialmente elaborado para utilização nas séries finais do
ensino médio, levando-se em consideração a maturidade emocional e a bagagem de
língua inglesa já adquirida para esta proposta. Nada impede que o mesmo seja
utilizado em outras séries, de forma parcial ou com adaptações. Sabemos que a
internet é uma fonte preciosa para o ensino, mas sua utilização envolve seriedade e
responsabilidade para que a mesma tenha um efeito positivo para a aprendizagem,
sem distorções ou perigos cujos resultados estamos nos tornando habituados a ver
nos noticiários.
Além disso, um dos objetivos do curso online é desenvolver autonomia na
utilização da rede, e os alunos da terceira série precisam desenvolver esta
habilidade para que ao sair da escola possam utilizar a rede para pesquisa e estudo,
e com o trabalho na proposta isto foi objetivado.
2.2 IMPLEMENTAÇÂO DA PROPOSTA
A implementação se fez a partir do mês de março de 2008. O curso online foi
disponibilizado
provisoriamente
na
página
do
município,
no
endereço
<www.altonia.pr.gov.br/learning>, quando as atividades foram iniciadas. Os alunos
ficaram muito interessados, pois eles sempre criticavam o fato de o laboratório ficar
a maior parte do tempo fechado e eles não poderem utilizar.
Já de início houve a necessidade de adaptação, pois quando iniciamos o PDE
os laboratórios estavam em fase de implantação e nos parecia que colocando dois
alunos por computador o trabalho seria viável, todavia, a forma como os
computadores foram disponibilizados na sala para o funcionamento dos servidores
impediu isto.
A primeira dificuldade encontrada foi a incompatibilidade do número de
computadores do laboratório com o número de alunos por turma. Tínhamos turmas
de terceira série, no início do ano, com 40 a 42 alunos e 20 computadores no
laboratório, tendo como agravante o fato de que em alguns dias três ou quatro não
funcionavam. Por esta razão, a turma escolhida foi a terceira A, que contava no
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início do ano com 40 alunos, entretanto, a proposta foi também implementada na
terceira B, não sendo a mesma, objeto da pesquisa.
Foi sugerido então que se trabalhasse com um número menor de alunos em
contra turno para melhor realização das atividades e maior facilidade de avaliação
da pesquisa, mas podemos inferir que temos que realizar pesquisas que venham
responder a desafios da realidade. Em nosso cotidiano não teremos como utilizar os
laboratórios com poucos alunos e temos esta incompatibilidade. Era objetivada
alguma coisa que pudesse ser praticada no dia-a-dia e decidimos que seria assim, o
trabalho seria realizado com toda a turma, apesar dos desafios e em se tratando de
tecnologia, podemos afirmar agora que são muitos, mas não é impossível.
A turma foi dividida em dois grupos e foi requerido da direção que as aulas,
nessa turma, fossem geminadas para facilitar o trabalho. Procuramos durante todo o
processo caminhos que pudessem colaborar para a viabilidade do trabalho e
tivemos colaboração da equipe pedagógica, administrador local e funcionários da
biblioteca. Uma das estratégias iniciais foi a utilização de atividades das unidades do
Livro Didático Público que enfocam o assunto em estudo. Enquanto um grupo era
atendido no laboratório, outro trabalhava na biblioteca e depois se fazia a troca.
2.3 INTRODUÇÃO DO CURSO ONLINE E LETRAMENTO DIGITAL
As atividades se iniciaram com a apresentação da proposta, do material on
line e orientações para o encaminhamento do trabalho. No sistema do Paraná Digital
cada aluno é cadastrado e tem uma senha para logar e isto já havia sido realizado
por funcionários responsáveis no ano anterior, mas em razão de os alunos utilizarem
muito pouco o laboratório, muitos tiveram problemas para acessar e foi necessário
organizar isto nas primeiras aulas no laboratório.
A cada início de aula o funcionário administrador local abria o laboratório,
ligava os computadores e checava quantos estavam funcionando. As atividades
eram inicialmente organizadas em sala de aula, com formação dos grupos e a seguir
cada grupo se dirigia ou ao laboratório digital ou à biblioteca, onde contamos com o
apoio de funcionários e alunos monitores.
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Como conduzia as atividades no laboratório, não era possível deixar os
alunos sozinhos e dar atendimento na biblioteca com tanta frequência, mas corrigia
e checava as atividades que eles realizavam para que sentissem que estavam
realizando atividades de suporte ao trabalho do laboratório. Este foi o caminho
encontrado e pode-se concluir que os alunos também colaboraram muito nesse
sentido, pois não tivemos sérios problemas com relação a este fator. Contudo, não
se pode negar que isto atrasava as atividades no laboratório e numa turma cujos
alunos tivessem menor grau de maturidade, ficaria mais difícil.
No laboratório, já de início, foi possível notar a disparidade no nível de
letramento e conhecimento sobre a utilização das ferramentas tecnológicas.
Enquanto alguns alunos tinham computador particular outros não sabiam sequer
usar o teclado. Deixamos claro que a proposta fora idealizada, principalmente, para
aqueles que não têm acesso a tecnologias fora do ambiente escolar, que a
professora também tinha limitações e que os alunos com maior conhecimento
seriam monitores e ajudariam dando suporte, o que aconteceu durante todo o
processo.
Seguimos, assim, para as atividades de introdução do curso e letramento
digital. Neste primeiro momento alguns alunos preferiam trabalhar em duplas,
mesmo havendo disponibilidade de máquinas. Isto nos levou a concluir com o
passar das aulas no laboratório que era porque não sabiam usar o teclado e, nessa
idade, eles não gostam de admitir o que não sabem ou não têm para os colegas de
classe.
Outro fato interessante que se pode observar: nas aulas, em sala de aula, não
percebemos tão claramente que determinados alunos não se sentem confortáveis
em trabalhar com colegas que não sejam próximos a eles e no laboratório isto ficou
muito claro. Se algum dia eles ficavam em grupos diferentes dos que gostariam,
reclamavam e pediam que lhes fosse permitido trabalhar com seus amigos
próximos. Um outro aluno não comparecia ao laboratório e só fazia as atividades na
biblioteca. Foi necessário sair para o pátio um dia à sua procura e então descobrir
que nunca havia manejado um computador e percebia-se que ele se sentia
constrangido. Após trazê-lo para o laboratório, iniciamos com ele as atividades de
letramento.
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Criados os e-mails, os alunos enviaram as primeiras mensagens, escrevendo
em inglês, pequenos textos de apresentação pessoal. Eles participaram ativamente
e se mostraram comprometidos com a realização das atividades da proposta. Como
o sistema, dependendo do que é acessado, fica lento, o trabalho de criação de emails foi um tanto demorado e alguns servidores, algumas vezes, não abriam. O que
atrasou um tanto o andamento das atividades de letramento e interação.
Inicialmente, foi planejado enviar mensagens semanais para interação com os
alunos, mas concluiu-se que só poderiam abrir e responder os que tinham acesso à
internet fora do ambiente escolar, o que causaria a exclusão de alguns. O trabalho
de troca de mensagens ficou então limitado aos dias em que usávamos o laboratório
e se fôssemos a todas as aulas abrir e escrever e-mails, ficaria difícil dar
continuidade às atividades da proposta que não previa apenas a interação por emails.
Segue abaixo um exemplo das atividades de letramento:
2.4 LEARNING ON LINE
Após a primeira fase, de introdução do curso e criação de e-mails, os alunos
foram introduzidos às etapas de Surfing on the Net e Learning on Line. Neste
momento, o laboratório ficou fora de funcionamento por alguns dias e as atividades
foram realizadas em sala de aula e na sala com projetor multimídia, de onde
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tínhamos acesso à internet. Além disso, tinham também que ser concluídas as
atividades e avaliações finais do bimestre.
De fato são muitos os problemas que interferem no bom andamento de uma
pesquisa. Como nessa proposta as máquinas eram o material de trabalho, isto
ficava ainda mais complicado. Sempre se deixou claro para os alunos que teríamos
que lidar com este tipo de problemas e que quando tudo for perfeito não será mais
nenhum desafio propostas assim.
Terminado o primeiro bimestre, nossa escola sediou, neste ano, os Jogos
Colegiais da fase regional e tivemos uma semana com outras atividades. Logo que
retornamos, o laboratório não estava funcionando, segundo técnicos, por motivo de
atualizações que estavam sendo efetuadas nas centrais e o nosso sistema não
estava suportando. Seriam necessárias algumas atualizações em nosso laboratório
e mais memória.
Esta fase foi de muita espera, conversas com a direção da escola, ligações
para o CRTE e foi muito desanimador. Depois de esperar quase mais de um mês,
liguei para a coordenadora de língua inglesa em nosso núcleo pedindo que
intercedesse junto aos técnicos para maior urgência no tocante à solução deste
problema, senão teria que pedir ajuda à coordenação do PDE. Nas semanas
seguintes, foram então efetuadas as referidas implementações técnicas e o
laboratório voltou a funcionar. Estávamos em junho e reiniciamos as atividades.
Podemos inferir, considerando estes acontecimentos, que há necessidade da
presença de um técnico por escola para dar suporte ao trabalho do professor, pois
por mais competentes e prontos ao atendimento que são os técnicos do CRTE,
quando há problemas no laboratório, (alguns deles muito simples e que são
resolvidos pelos técnicos em pouco tempo) eles dependem de agendamento e
recursos financeiros para o atendimento às escolas.
Em continuidade, a proposta era, a partir do curso online, navegar por sites
onde a língua inglesa pudesse ser encontrada para aprendizagem online. Surfamos
inicialmente pelo Portal Dia-a-dia, explorando as ferramentas disponíveis, como
cursos de línguas e testes online. Os alunos fizeram alguns testes online para
checarem seu nível. Foi-lhes dito como estes testes eram considerados e sugerido
um para que todos tivessem um mesmo referencial, o teste do curso Weblínguas,
12
disponível em Curso de Línguas, a partir do Portal Dia–a–dia, no endereço
<http://www.weblinguas.com.br/quiz/quiz2.asp>.
Após a realização do teste, de 80 a 90 % dos alunos tiveram resultados de 24
a 39% de acertos, ficando no nível Elementary, com uma aluna superando este
resultado, Lower Intermediate e o restante um nível abaixo, Begginer. A escala de
avaliação do teste vai de Beginners a Very Advanced. Concluídos os testes,
surfamos por todos os cursos e ferramentas disponíveis a partir do portal e os
alunos realizaram atividades de estudo da língua inglesa utilizando ferramentas de
pesquisa, interagindo com os colegas e enviando os relatórios dos trabalhos por email.
Por motivo de problemas de saúde, na ausência da professora, por quinze
dias, os alunos pediram que se continuassem as atividades no laboratório. Para isto,
foram passadas informações e orientações à professora substituta e a alguns alunos
que tinham mais habilidade, para que o trabalho tivesse continuidade. Eles enviaram
as atividades por e-mail, por meio das quais concluímos o bimestre.
Exemplos de e-mails e trabalhos enviados nesta fase:
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2.5 COLABORAÇÃO DOS PROFESSORES DO GRUPO DE TRABALHO EM
REDE – GTR
Entre as atividades de responsabilidade do professor PDE estava a tutoria do
Grupo de Trabalho em Rede, no qual o tema era a proposta em estudo e
implementação. Como o PDE era uma proposta em construção, na primeira edição
os professores da rede foram escalados para os cursos e não tiveram oportunidade
de escolha entre os cursos oferecidos.
Isso se mostrou até certo ponto de fator negativo para esta proposta, pois
muitos professores tinham barreiras quanto à utilização da internet e dificuldades
para utilizarem o laboratório digital em suas atividades particulares e escolas. O que
exigiu um trabalho constante para mostrar a necessidade da utilização de
tecnologias no ambiente escolar. Todos os que participaram fizeram seus esforços
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para contribuírem, mas no momento em que foi proposto a eles um trabalho de
implementação da proposta, poucos puderam ou se dispuseram a realizar.
Uma das participantes propôs a realização de um link com os alunos. Eles
escreveriam
à
professora
que
retornaria
as
mensagens propondo novos
questionamentos e assim sucessivamente. As atividades aconteceram e foram de
referencial valor, pois os alunos puderam interagir com ela através da língua inglesa.
No início, foi monitorada a escrita e leitura dos e-mails, mas posteriormente os
alunos continuaram a escrever sem nenhuma interferência por parte da professora.
Como já relatado anteriormente, as dificuldades técnicas e de tempo não
permitiram que parássemos apenas em uma atividade por muito tempo para não
perdermos o foco da pesquisa. Por esta razão, o link com a professora continuou até
o final do primeiro semestre, ficando combinado com ela que a mesma faria uma
visita à nossa escola para que os alunos a conhecessem.
2.6 DIFICULDADES ENCONTRADAS NO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO
Ao iniciarmos o segundo semestre, teoricamente, as atividades deveriam ter
sido concluídas, pois a intervenção era prevista para o primeiro semestre. Decidimos
continuar sem muita pressa as atividades para não comprometer a realização efetiva
e os resultados da pesquisa, levando-se em conta os problemas já enfrentados no
primeiro semestre.
Muitas são as dificuldades para o cumprimento do cronograma de uma
proposta, como resultado da forma como as atividades escolares são constituídas e
realizadas. O fato de serem as aulas geminadas contribuiu para o atendimento aos
dois grupos concomitantemente, mas em contrapartida quando havia feriados,
outras programações, mudanças de horário ou reuniões no dia das aulas, era uma
semana de prejuízo.
Outro fator que comprometeu o cronograma é a data da entrega de notas
bimestrais para a secretaria. Numa proposta como esta, os objetivos e resultados
não podem ser divididos ou não havia como garantir que fossem cumpridos por
bimestre em função da natureza da própria proposta e de vários fatores já
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mencionados. Foi preciso fazer adaptações, mudar o rumo de algumas atividades
para o fechamento das avaliações bimestrais.
Por mais que tenhamos progredido quanto à forma de avaliar e ao seu
processo, o sistema ainda cobra que sejam entregues os resultados bimestrais
numa determinada data, de acordo com o sistema de avaliação da escola e isto
compromete o andamento de pesquisas que buscam responder a novas demandas
no ambiente escolar. Para conciliar, procurou-se utilizar atividades avaliativas que
enfocassem a tecnologia, como interpretação de textos em vídeo, os gêneros
digitais, como comic strips, videoclips, atividades da proposta enviadas por e-mail e
outros, contando com a ajuda de monitores para a aplicação das mesmas.
Quanto ao posicionamento do professor em trabalhos envolvendo a
tecnologia, como professores, por mais inovadores que sejamos, estamos
habituados a ter controle do que será ensinado e aprendido. Com a tecnologia,
exercemos o papel de mediadores, sendo também necessária uma adaptação, em
função de nossa formação. Do contrário, poderemos frustrar o processo de ensinoaprendizagem, perdendo assim a oportunidade de aliar uma ferramenta de grande
potencial para nossa prática.
2.7 ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
Em continuidade, partimos para o tema Netspeak, com uma abordagem
interdisciplinar com as disciplinas de Português e Filosofia, enfocando como a
escrita na internet tem influenciado a escrita no ambiente virtual e escolar, e
adentrando para a aprendizagem de termos referentes a Netspeak e uso de
emoticons em mensagens eletrônicas.
Os alunos ficaram muito interessados e envolvidos quando enfocamos esses
temas, pois muitos já participam de comunidades virtuais, trocam fotos, postam
vídeos, já acessaram, usam MSN, mensagens de texto e ficaram surpresos com as
implicâncias, perigos e responsabilidades a que estamos submetidos quando
utilizamos essas ferramentas.
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Entre as atividades previstas estava o trabalho com o termo Netiquette, que
diz respeito a regras de etiqueta para utilização da internet e seus respectivos
gêneros. Para a realização da tarefa, os alunos formaram grupos, pesquisaram e
enviaram mensagens por e-mails mostrando como utilizar a rede de forma
responsável. Os resultados foram positivos, porém, ficou claro um fator que é
constante das reclamações de professores quanto à apresentação de trabalhos
envolvendo o uso da internet: os alunos têm dificuldades e precisam de mais
treinamento e preparação quanto a referenciar e elaborar produções que têm a
internet como fonte de pesquisa.
Inicialmente, alguns apenas copiavam e colavam, sem referenciar a fonte de
pesquisa ou refletir se o interlocutor entenderia o enunciado da mensagem a partir
do que foi exposto. Talvez porque, na maioria dos trabalhos de produção, o aluno
apenas faz para entregar ao professor, sem analisar o papel do interlocutor. Na
tentativa de solução para o problema, foram feitos questionamentos para que eles
se colocassem no lugar de quem receberia a mensagem, se estava claro, se
entenderiam, se havia no e-mail conteúdo suficiente para a transmissão da
mensagem.
Exemplos de Atividades:
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2.8 PRODUÇÃO E TRABALHO FINAL
Passou-se então para a fase de produção final e socialização. Na sessão Hot
Topics os alunos formaram grupos, e a proposta foi a escolha de um tema, pesquisa
e elaboração de trabalho para ser apresentado com utilização da tecnologia e a
língua inglesa. Como em nosso contexto escolar alguns alunos já estão ficando
habituados a baixarem vídeos para apresentação de trabalhos com utilização do
projetor multimídia, sugeriu-se a apresentação com utilização de slides.
Foram assim montadas as equipes e o trabalho foi realizado com todos os
alunos no laboratório. Quanto à escolha dos temas sugeridos na seção Hot Topics,
os alunos se interessaram muito por temas referentes à música, adolescência,
poesia e aquecimento global. Como resultado, vários grupos escolheram esses
temas. Não houve interferência da professora na escolha do tema, nem na
elaboração do trabalho, ficando os alunos à vontade para utilizarem o laboratório ou
computadores particulares.
Para melhor acompanhamento e atendimento para a produção das equipes,
propiciou-se durante as aulas, momentos para pesquisa, organização do trabalho
com orientações sobre a elaboração de apresentação de slides no sistema do
Paraná Digital. Assim, os grupos tinham um acompanhamento da professora quanto
ao trabalho em andamento, interação e podiam se familiarizar melhor com o
sistema. Muitos reclamavam e encontravam dificuldades para utilização do sistema
Linux e optavam por concluir os trabalhos em casa.
Não foram feitas objeções a isto, pelo fato de que o tempo de que
dispúnhamos durante as aulas no laboratório era insuficiente para realizarem tudo.
Marcada a data para as apresentações, iniciamos com a primeira equipe que
enfocou o gênero música, mostrando um vídeo, apresentação de slides, leitura de
partes do trabalho em inglês e posicionamento crítico referente ao tema enfocado,
com o tema da “American Idiot”. A primeira apresentação foi considerada muito boa
e o dinamismo da equipe fez com que os outros que estavam um tanto tímidos para
exposição, se sentissem encorajados.
Na sequência, as outras equipes apresentaram suas produções com os
seguintes temas: Teenagers, Music and Drugs, Life (poem), Bullying, Urban Tribes,
19
Global Warming e Songs and Pop Stars. Na apresentação os grupos utilizaram
textos e imagens, com vídeos, slides, som, videoclipes, e uma das equipes optou
por gravar suas vozes e inserir a gravação na apresentação de slides.
Em cada trabalho os alunos leram partes da apresentação em inglês,
expuseram o assunto estudado e houve discussões muito produtivas, uma vez que
os temas eram de interesse dos mesmos. Pode-se afirmar que houve a construção
de significados a partir do conteúdo pesquisado e estudado, da utilização da língua e
da tecnologia. Isto evidencia que houve aprendizagem, maior familiarização com a
tecnologia e posicionamento crítico com relação ao que é acessado e veiculado em
ambiente virtual.
Quanto ao desempenho por equipe, como em todo trabalho em grupo, seja
em sala de aula ou no laboratório, há os que trabalham coesos e é possível verificar
o trabalho de cada um na hora da apresentação do trabalho, mas em algumas
equipes, sempre há aqueles que não se envolvem como deveriam e isto fica claro
no momento da exposição para a turma.
Duas equipes tiveram problemas com relação à responsabilidade com a data
de apresentação e apresentaram em datas diferentes das planejadas. Às equipes
que apresentaram dificuldades quanto à apresentação para a turma, quanto ao uso
da língua, tecnologias ou outros fatores, houve atendimento por parte da professora
em momentos especiais com as mesmas no laboratório.
Assim, foram concluídas as apresentações das produções no mês de outubro.
Visando socializar as produções, foi requerido aos alunos que enviassem os
trabalhos por e-mail ou copiassem em CDs, no pendrive da professora ou de um
aluno responsável, para que se gravasse um CD com todas as apresentações.
Nesta fase fomos informados que por uma seleção de projetos envolvendo o uso de
tecnologias no estado, nosso trabalho havia sido selecionado e haveria em nossa
escola uma filmagem para ser veiculada como parte de um documentário em TVs
educativas, com Paulo Freire, TV Escola e outros.
20
2.9 SOCIALIZAÇÃO
Para a socialização dos trabalhos por meio do Cd, envio de e-mails e possível
apresentação, por ocasião da filmagem prevista, foi preciso observar melhor com as
equipes algumas questões com relação a referências, imagens e pequenas
correções de língua na apresentação dos slides. Esta necessidade ficou muito clara
aos alunos, pois para participar da filmagem todos tiveram que apresentar um
contrato de cessão de imagem devidamente assinado pelos pais ou responsáveis.
Começamos com cada equipe uma revisão nos trabalhos.
Para a revisão, foi sugerido a eles que observassem melhor, neste segundo
momento, de onde retiraram as imagens, de onde era o conteúdo dos textos e
músicas, sem interferências por parte da professora na escrita dos textos em inglês,
para não comprometer a originalidade dos mesmos. Apenas uma equipe não
realizou a revisão da forma requerida, alegando falta de tempo ou dificuldade para
localizar as fontes e até mesmo o próprio trabalho, visto que eles transportaram os
trabalhos para a área de trabalho do computador da escola para as apresentações e
não conseguiram mais localizar.
Algumas equipes se prepararam para exporem os trabalhos no dia da
filmagem, contudo, como o roteiro de trabalho seguiu a organização e o formato
previsto pela equipe responsável, apenas quinze alunos foram enfocados. Para isto,
foi simulada uma aula, na qual foram entrevistados a professora, a responsável pelo
CRTE de nossa região, a diretora e duas outras alunas. Todo o trabalho de filmagem
visou verificar, a partir do curso online, experiências com utilização de tecnologias no
ambiente escolar.
3. CONCLUSÃO
Ao avaliar a implementação desta proposta, pode-se concluir que foi produtiva
e alcançou os objetivos de letramento digital e aprendizagem de língua inglesa
mediada por tecnologias. Na produção final dos alunos e em todo o processo de
utilização do material didático-pedagógico no laboratório digital, confirmou-se o
21
interesse dos mesmos, o que aprenderam, pesquisaram e apresentaram com
relação aos objetivos estabelecidos.
Ficou evidente que a aprendizagem mediada por tecnologias e a produção de
materiais didáticos para esta modalidade pode contribuir para a inclusão social e
melhoria da qualidade do ensino de língua inglesa na escola pública. Há, porém, que
se ressaltar alguns fatores que prejudicaram o sucesso eficaz da mesma em
algumas áreas, para que em outros trabalhos isto possa ser considerado.
Quanto ao processo de letramento, numa primeira reflexão, pode-se concluir
que seria mais adequado realizar as mesmas em momentos diferentes do horário
escolar, em função da heterogeneidade com relação a isto, porém, isto reflete, por
outro lado, que esta é a realidade da escola pública. Há uma disparidade em
qualquer área entre o nível de conhecimento, visto os alunos pertencerem a níveis
sócio–econômico–culturais muito diferentes.
Portanto, é possível afirmar que os alunos que não tinham, no início, nenhum
contato com computadores e internet, encontram-se agora, de acordo com
Vygotisky, na zona de desenvolvimento proximal. Tiveram uma experiência,
aprenderam os comandos básicos, realizaram as primeiras atividades de letramento,
porém, é preciso desenvolvê-los para que tenham maior autonomia.
Com relação à aprendizagem de língua inglesa, ficou evidente para os alunos
o poder de interação e as possibilidades de estudo da língua inglesa com utilização
da rede. Contudo, como a rede propicia um amplo acesso ao conhecimento, isto
exige do aluno compromisso e responsabilidade com sua aprendizagem. Neste
sentido, a utilização das tecnologias demanda novas práticas e metodologias, e o
trabalho cada vez mais “didatizado” e frequente com elas é que desenvolverá no
aluno e também no professor novos posicionamentos.
Considerando as evidências apresentadas no decorrer deste documento com
relação aos problemas técnicos, há necessidade de adoção de medidas que
venham facilitar o uso dos laboratórios digitais. Para o enfrentamento dessa
problemática, algumas medidas podem ser sugeridas. A primeira seria um número
menor de alunos por turma. Outra seria a forma de organização das mesmas, como
já é feito em outros países: para algumas aulas ou disciplinas são formadas turmas
com um número menor de alunos. Sem isto, um profissional à disposição para
22
suporte a estas atividades seria uma solução viável, como foi tentado nesta
proposta, mas com alunos e funcionários da escola.
Além disso, é necessário investimento em formação e preparação técnica
para que o professor possa melhor utilizar as tecnologias, não deixando também o
próprio profissional de buscar por si mesmo atualização. Se medidas como as
sugeridas não forem adotadas, os laboratórios correm o risco de serem mal
utilizados ou muito pouco utilizados com os alunos.
Em suma, os resultados desta pesquisa mostram que cabe a nós, em
conjunto, buscarmos soluções viáveis que venham responder aos nossos anseios
enquanto educadores, sem colocar em nossos ombros toda a responsabilidade pelo
sucesso ou fracasso do processo, nem nos eximirmos dela frente aos novos
desafios que se apresentam na atualidade.
Foi de memorável importância a formação continuada recebida na
universidade e o suporte da orientadora na elaboração do material e condução do
processo, o que prova que as instâncias educacionais devem trabalhar em conjunto
e não de forma isolada, para que a educação cumpra sua função de transmissão do
conhecimento, atualização e formação em nossa sociedade.
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