Marco Antônio Amaral Féris
Doutorando pela
Research School of Management
ANU College of Business and Economics
LF Crisp Building 26
The Australian National University
Canberra ACT 0200
Australia
[email protected]
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MELHORANDO A QUALIDADE DO PLANEJAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS DE SOFTWARE
Sumário
Esta pesquisa aplicada descreve o projeto e desenvolvimento de uma system thinking tool,
denominada QPLAN, que visa avaliar a qualidade dos processos de planejamento de projetos de
desenvolvimento do software e sugerir melhorias de forma a aumentar a taxa de sucesso de projetos,
que geralmente é baixa. QPLAN é um artefato efetivo que a) permite que o gerente de projeto
melhore seu planejamento; b) provê maiores informações sobre o projeto de forma a suportar
decisões, tais como se o projeto deve seguir para a fase de execução, se deve continuar na fase de
planejamento até atingir melhores resultados, ou mesmo encerrá-lo antes de se investir mais
recursos; e c) provê evidências de forma a melhorar os processos da organização. Para atingir estes
objetivos de pesquisa, este artefato avalia a qualidade dos produtos do planejamento definidos pelo
PMBOK através do modelo Project Management Planning Quality (PMPQ) e avalia os fatores que
os afetam através de mapas cognitivos. Resultados dos dois instrumentos são contrastados e os
pontos fortes e fracos, bem como sugestões de melhorias, são apresentados através de um mapa de
Karnaugh estendido. Esta pesquisa está em andamento e conta com dados de 57 projetos, de 12
organizações localizadas em 06 países, que adotaram diversas metodologias de desenvolvimento e
linguagens de programação. Os resultados apresentados até o presente momento claramente
mostram que QPLAN tem contribuído significativamente para aumentar a taxa de sucesso através
da avaliação do planejamento e da adoção de melhores práticas, incluindo gerenciamento de uma
forma apropriada ao projeto e aprendendo com as lições de projetos anteriores.
Abstract
This design science research describes the design and development of a system thinking tool, named
QPLAN, which aims to evaluate the quality of planning processes of software development projects
and suggest improvements in order to increase the success rate, which is generally low. QPLAN is
an effective artifact that a) allows project managers to improve their current planning; b) provides
more information about the project in order to support a decision, whether to allow the project to the
next phase, continue in the planning phase until better results are achieved, or even terminate the
project before investing more resources; and c) improve the organization’s planning processes for
future projects. To achieve research objectives, this artifact evaluates the quality of planning
products though Project Management Planning Quality (PMPQ) model, and evaluates software
development planning factors through cognitive maps. Results from both PMPQ model and
cognitive maps are contrasted and strengths, weakness and opportunities to improve software
development project planning are presented to the project manager through an extended Karnaugh
map. This study is in progress and already collected 57 project data, from 12 organizations located
in 06 countries, which adopted several types of methodologies and programming languages. The
current results clearly show that QPLAN is contributing significantly to increase the success rate by
evaluating the quality of planning and by adopting best practices, such as managing in an
appropriate way, and learning from historical data.
Palavras chaves: Planejamento, Qualidade, Desenvolvimento de Softwares, Sucesso
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I. Introdução
De acordo com o grupo Gartner (2012), uma empresa de consultoria que desenvolve pesquisas
voltadas à área de tecnologia da informação (TI), a previsão de gastos mundiais em TI é de 3.8
trilhões de dólares, o que representa um aumento de 5.6% em relação ao ano anterior.
Entretanto, o desenvolvimento de softwares não é um processo perfeito. Apesar dos esforços
contínuos no emprego de metodologias de desenvolvimento, a taxa de sucesso é geralmente baixa
(Chow e Cao, 2008). Estudos recentes demonstram que as metas de custos e de cronograma não são
atingidas em mais de 60% dos projetos (Moløkken-Østvold e Jørgensen, 2009). Na área de TI, por
exemplo, somente 28% dos projetos podem ser considerados como bem sucedidos, 18% foram
cancelados e os demais tiveram atrasos de cronogramas e custos acima do estimado (Tesch et al.,
2007). Resumindo, existe um desafio enorme no sentido de diminuir a ineficiência da indústria de
software (Chow e Cao, 2008).
Um dos caminhos é procurar entender as características de um projeto, tais como inerente
complexidade, expectativas dos envolvidos, perfil do gerente de projeto (PM), comunicação efetiva,
entre tantas outras (Bechor et al., 2010). Para complicar ainda mais esta questão, não é óbvio como
estas características interagem o que faz com que muitos esforços adotados não sejam efetivos.
Esta pesquisa visa endereçar esta questão propondo um modelo para a literatura de gerência de
projetos que mede a qualidade do planejamento de um projeto de desenvolvimento de software, e
disponibilizando uma ferramenta voltada aos gerentes de projetos e organizações que visa permitir
aumentar as chances de se atingirem o sucesso de um projeto.
II. Metodologia Utilizada
Design Science Research (DSR) foi adotado como metodologia para o desenvolvimento e validação
desta pesquisa, em função de ser largamente utilizada na comunidade de sistemas de informação,
por ser voltada não só para mundo acadêmico, mas para profissionais da área, por ser um processo
interativo e por visar criar um artefato para solucionar um problema real (Baskerville, 2008). Para
construção e validação deste artefato, foram utilizados os métodos descritos por Hevner (2004) e
Wang e Wang (2010) em três etapas:
a) Execução de estudo piloto, que validou os instrumentos de coleta de dados (Kezar, 2000);
b) Execução de testes de software, que verificou se o artefato desenvolvido funciona de acordo
com o esperado;
c) Execução de casos de estudos em organizações que desenvolvem projetos de softwares, de
forma a validar o modelo e o artefato. Estes casos de estudos incluíram entrevistas com a
alta gerência (para identificar qual é o significado de sucesso para a organização e quais as
barreiras normalmente enfrentadas), a coleta de dados de projetos passados (para formar a
base histórica), a coleta de dados de projetos atuais (para avaliar a qualidade do
planejamento e introduzir melhores práticas no processo), métodos qualitativos (as
discussões de resultados com os participantes) e quantitativos (testes de hipóteses). Além
disto, de forma a tornar a análise de dados o mais rica possível, buscou-se organizações
pertencentes a diversos tipos de indústrias, em diferentes países e que usam diversas
metodologias, mas que têm em comum o desenvolvimento de softwares.
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III. Modelo Proposto
O modelo proposto foi planejado para avaliar a qualidade do planejamento e utiliza dois
instrumentos para a aumentar a confiabilidade dos resultados.
O primeiro instrumento, denominado QPM, visa avaliar a qualidade dos produtos do planejamento.
Desenvolvido por Zwikael e Globerson (2004), este instrumento baseia-se em 16 processos de
planejamento definidos pelo PMBOK (PMI, 2008).
O segundo instrumento, denominado CM, visa avaliar os fatores que afetam o desempenho e os
resultados de projetos de software, tais como recursos humanos, riscos, nível de comunicação, de
confiança e suporte, ambiente que cerca a equipe de desenvolvimento, entre outros. A partir de um
estudo profundo das literaturas de gerência de projetos e da ciência da computação, foram
selecionados conjuntos de fatores que levam ao sucesso ou insucesso de projetos, sendo que 22
relacionados ao início da fase de planejamento e 67 relacionados ao final desta fase. Além disto,
foram selecionados mais 10 fatores relacionados à fase de encerramento que servem para comparar
os resultados atingidos com os planejados. Baseado num estudo publicado por Stach (2005), estes
fatores foram agrupados em mapas cognitivos relacionados aos 16 processos de planejamento
utilizado pelo QPM, de modo a poder contrastar os resultados dos dois instrumentos. Cabe salientar
que a qualidade do gerente de projetos e do conhecimento técnico, do nível de suporte da alta
gerência, do ambiente para se desenvolver o projeto e os métodos e ferramentas utilizadas pela
organização também foram considerados. A figura 1 mostra o modelo proposto que avalia a
qualidade do planejamento de projetos.
Project
Manager
4. Project Integration
Management
5. Project Scope
Management
Technological
Expertise
6. Project Time
Management
7. Project Cost
Management
Top
Management
Support
8. Project Quality
Management
CM
QPM
9. Project HR
Management
Enterprise
Environment
Factors
10. Project Communications
Management
11. Project Risk
Management
Quality of
Methods and
Tools Used
Organisation
Quality Index
12. Project Procurement
Management
Figura 1: Modelo proposto que avalia a qualidade do planejamento
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IV. Descrição do Artefato
O artefato que implementa o modelo proposto denomina-se QPLAN e foi desenvolvido na
linguagem de programação C#. Além de avaliar a qualidade do planejamento, este artefato promove
práticas (independentemente da metodologia utilizada pela organização) que visam aumentar as
chances de se atingir os objetivos do projeto, incluindo um gerenciamento apropriado, foco nos
processos de planejamento que apresentam problemas de planejamento, e aprendizado contínuo
através de lições aprendizas e dados históricos. Veja na figura 2 a tela principal deste artefato.
Figura 2: Tela principal de QPLAN com um exemplo de projeto
Observe que no lado esquerdo superior, existe a informação da organização e do nome do projeto.
Logo abaixo, está a indicação de sucesso (ou não), em termos de eficácia, eficiência, resultado para
o negócio e satisfação do cliente, que foi uma abordagem utilizada no estudo feito por Lechler e
Dvir (2010).
A figura no lado esquerdo implementa a teoria one size does not fit all projects (Shenhar, 2001), que
defende que um projeto deve ser gerenciado de acordo com suas características, através do modelo
NTCP, acrônimo de (Novelty, Technology, Complexity e Pace). Desenvolvido por Shenhar e Dvir
(2007), este modelo tem como objetivo classificar o projeto, o que é feito durante a fase de
planejamento e de encerramento, para fins de comparação e aprendizado.
Os botões localizados abaixo permitem carregar e salvar a base de dados, exportar os dados de
forma a utilizá-los numa ferramenta estatística, ter acesso aos mapas cognitivos (que são mostrados
graficamente e contém a comparação entre as respostas dadas e a média da organização) e gerar três
tipos de relatórios, com informações para que o PM projeto possa melhorar seu planejamento, outro
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para a organização poder comparar o desempenho dos projetos que está desenvolvendo e identificar
oportunidades de melhorias em seus processos organizacionais, e outro que analisa a base de dados.
Na parte central da tela, está uma figura adaptada do PMBOK (PMI, 2008), e visa mostrar que o
planejamento tem uma correlação positiva com o sucesso (Zwikael e Globerson, 2004), e as
incertezas, nível de esforço e o custo das mudanças ao longo das fases de projeto em conjunto.
Também são mostrados os níveis de risco e os índices de qualidade calculados durante o
planejamento e ao final, de forma a promover a comparação entre o planejado e realizado.
Logo abaixo, está a bandeira do país de onde os dados vieram e botões que dão acesso à entrevista,
às informações demográficas e aos questionários, incluindo lições aprendidas, de forma a diminuir
as incertezas e melhorar estimativas (Jørgensen e Gruschke, 2009).
No lado direito, existe uma tabela com os 16 processos de planejamento selecionados por Zwikael e
Globerson (2004) e definidos pelo PMBOK (PMI, 2008), com as medidas efetuadas pelos dois
instrumentos (QPM e CM) e a média da organização para fins de comparação.
Em seguida, existe a comparação das avaliações feitas por estes dois instrumentos, que servem para
que o PM foque nos processos que irão trazer mais retorno, no sentido de melhorar a qualidade do
planejamento. Esta é uma técnica desenvolvida por Sedoglavich (2008), que usa um mapa de
Karnaugh estendido para identificar os pontos fortes, fracos do planejamento e fornecer sugestões
para melhoria desta fase de projeto.
Finalmente, o artefato calcula a média de todas as respostas dos projetos dentro de uma mesma
organização, que servem para permitir a comparação com a o desempenho dos projetos e
identificação de oportunidades contínua de melhoria de processos (Iversen, 2004).
V. Coleta e Análise de Dados
A fase de coleta de dados está sendo concluída e até o presente momento conta com 57 projetos,
oriundos de 12 organizações localizadas em seis países (Brasil, Austrália, Estados Unidos, Itália,
Israel e Alemanha), pertencentes a diversos tipos indústrias (de automação, IT, P&D, governo,
serviços, defesa, farmacêutica, logística e bancaria), que adotaram diversas linguagens de
programação (entre outras, C, C#, PL/SQL, Java, Cobol, Python e Matlab/Simulink), e diferentes
metodologias de desenvolvimentos (tais como PMI, Agile, XP, Scrum, Seis Sigma e Stage Gate).
A partir dos dados recebidos são obtidas informações sobre os projetos e sobre as organizações. O
desafio da análise dos dados fornecidos pelos respondentes é procurar entender a realidade do
projeto sem estar envolvido com o projeto, de forma a não influenciar a coleta, e sem coletar
nenhum dado sensitivo, o que, em função das políticas de segurança de cada organização, poderia
inviabilizar este processo.
A coleta de dados foi estruturada da seguinte forma: uma entrevista com a alta gerência, no sentido
entender o que significa sucesso para a organização e as principais barreiras que normalmente as
equipes de desenvolvimento enfrentam; questionários para o gerente de projeto a serem preenchidos
no início do planejamento, ao final do planejamento e ao final do projeto, de forma a abranger o
ciclo de vida do desenvolvimento; e um questionário para o supervisor de modo a verificar se o
projeto foi considerado sucesso. Informações demográficas também são coletadas, de forma a
definir um perfil dos respondentes e das organizações.
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A próxima etapa desta pesquisa será a de análise de dados, incluindo o teste das seguintes hipóteses:
H1. Qualidade do planejamento possui uma correlação positiva
com o sucesso de um projeto
H2. Qualidade do planejamento possui uma correlação positiva
com o sucesso do gerenciamento do projeto
H3. Qualidade do planejamento da organização possui uma correlação positiva
com a qualidade do planejamento
De acordo com os comentários dados pelos participantes, a pesquisa está atingindo seu objetivo.
Alguns exemplos: “Os resultados fazem bastante sentido”, “Mesmo não estando envolvido parece
mesmo que estás mesmo falando do meu projeto”, “Acho que os questionários estão bem
abrangentes”, “Diria que o questionário por si só já serve como uma boa base para avaliação de um
projeto do ponto de vista de um gerente.”, “Os questionamentos feitos, mesmo sem o resultado da
pesquisa, já deixa diversas perguntas no ar, do estilo estamos gerenciando corretamente este
tópico?”.
VI. Conclusão
Embora haja muitas iniciativas de aperfeiçoar o processo de desenvolvimento de projetos de
softwares, a taxa de sucesso em geral é baixa e o desafio de se mudar esta realidade não é trivial. As
tecnologias mudam a toda hora, as expectativas aumentam a cada dia, características dos projetos
cada vez ficam mais complexas e a interação entre elas não é óbvia, o que complica ainda mais esta
situação.
Esta pesquisa visa endereçar esta questão propondo um modelo para a literatura de gerência de
projetos que mede a qualidade do planejamento de um projeto de desenvolvimento de software, e
disponibilizando uma ferramenta voltada aos gerentes de projetos e organizações, que implementa
este modelo e promove melhores praticas de forma a aumentar as chances de se atingirem os
objetivos de um projeto.
Com este artefato, os gerentes de projetos podem atuar de forma proativa, através da identificação
das características do projeto, da realidade que o cerca, dos pontos fortes e fracos do planejamento,
das sugestões de melhorias e da comparação do desempenho de seu projeto com os outros
desenvolvidos pela mesma organização. As organizações beneficiam-se através da monitoração e
controle sobre o andamento de seus projetos, de seu desempenho médio e da identificação de
oportunidades de melhorias em seus processos, incluindo a possibilidade de uso de metodologias
que usam estatísticas, como por exemplo, Seis Sigma.
Esta pesquisa está encerrando a fase de coleta e análise de dados e conta atualmente com uma rica e
significativa quantidade de projetos de empresas que atuam em diversos tipos de indústrias, em
diferentes países e que adotaram diversos tipos de linguagens de programação e metodologias.
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Como esperado, de acordo com os comentários recebidos até o presente momento, os resultados
apresentados estão atingindo os objetivos deste estudo.
Este estudo abre oportunidades para futuros estudos, de modo a melhorar a qualidade das
informações fornecidas: implementação de machine learning para calcular os dados históricos de
acordo com a abordagem feita por Stach (2005), ao invés da média das respostas adotada;
verificação do impacto dos dois instrumentos que avaliam a qualidade do planejamento, que hoje
são iguais por definição; e implementação logica fuzzy nos mapa de Karnaugh, para identificar os
pontos fortes e fracos do planejamento, de acordo com a abordagem feita por Sedoglavich (2008).
Este estudo também abre oportunidades para outras aplicações, de modo a aumentar a abrangência
de QPLAN: substituição das variáveis específicas de software por variáveis de projetos de hardware
ou de construção civil, por exemplo, de modo a avaliar qualidade do planejamento de outros tipos
de projetos, visto que o mecanismo utilizado é genérico; treinamento de gerentes de projetos,
através da analise de cenários gerados a partir de dados artificiais; e identificação do perfil de
desenvolvimento de projetos por tipo de indústria, através da formação de uma base de dados
extensa, o que permite elevar o padrão de desenvolvimento de projetos de uma empresa através de
melhores praticas utilizada em cada tipo industria.
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