COLÓQUIO: A AMAZÔNIA E O PACÍFICO SUL-AMERICANO E SUA
IMPORTÂNCIA PARA O BRASIL
30/05/2007- 01/06/2007
A prioridade da integração Sul-Americana na política externa brasileira
durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula (1995-2006):
respostas regionais frente aos desafios da mundialização 1
Autor: Fábio Borges 2
Resumo: Atualmente a mundialização dificulta a inserção
econômica de países periféricos no cenário mundial. Diante desse
contexto, a regionalização do comércio ganhou grande importância.
A política externa brasileira priorizou a integração Sul-Americana
como uma resposta aos desafios da mundialização nos períodos de
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2006). O
objetivo principal desse artigo é verificar o que existe em comum e
as diferenças nas relações do Brasil com os países Sul-Americanos
durante os mandatos dos últimos dois presidentes brasileiros. A
hipótese do trabalho é que a regionalização do comércio está
implicando em impactos positivos na pauta de exportações
brasileira, com produtos de maior valor agregado, contribuindo para
a inserção internacional não subordinada do Brasil em um contexto
de mundialização.
Palavras-chave: América do Sul, Brasil, Política Externa, Integração e
Inserção Internacional
1
Esse artigo, escrito até o mês de março de 2007, faz parte de minha pesquisa do doutorado
em Sociologia denominada: As implicações sócio-econômicas para o Brasil de suas relações
com os países Amazônicos e Andinos durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e
Lula (1995-2006): respostas regionais frente aos desafios da mundialização orientada pelo
professor Dr. Enrique Amayo Zevallos.
2
Economista, mestre em Relações Internacionais e doutorando em Sociologia pela
Universidade Estadual Paulista UNESP. Atualmente docente em Economia no curso de
Relações Internacionais das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) em São Paulo. Emails:
[email protected] e [email protected].
Introdução:
Na assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em
2004, o presidente Lula disse que “O Brasil está empenhado na construção de
uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida, a partir do
fortalecimento do Mercosul e de uma relação estratégica com a Argentina”.
(NOVA YORK, 2004)
O economista Paulo Nogueira Batista Batista Junior (2005) afirmou que
a situação do Brasil e da América do Sul evoluiu para melhor, apesar das
frustrações com as políticas econômicas e sociais dos dois primeiros anos do
governo Lula,
Isso porque forças que predominaram na década de
1990 sofreram derrotas em vários países da América do Sul e
surgiu um saudável ceticismo em relação a conselhos externos
e supostos consensos internacionais (BATISTA Jr., 2005, p. X)
Esse
mesmo
autor
acrescenta
que
enquanto
estancavam
as
negociações com os países desenvolvidos, avançou gradualmente a
integração com a América do Sul e com os países em desenvolvimento de
outras regiões e conclui:
É outra, portanto, a orientação brasileira no campo da
política externa e das negociações comerciais. Começamos
superar
as
posturas
atemorizadas,
freqüentemente
subalternas, que marcaram a política internacional do Brasil
nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso
(BATISTA Jr., 2005, p. XII).
Porém sobre a política econômica o mesmo autor coloca que a
combinação de juros altos e câmbio valorizado reduzem a taxa de inflação,
mas ao custo da economia crescer abaixo de seu potencial e ameaçando o
ajuste externo que foi alcançado a duras penas em meados de 2002. Aponta
que o Brasil necessita de um esforço sistemático e planejado de diminuição da
vulnerabilidade externa e da dependência com relação a capitais estrangeiros
(BATISTA Jr., 2005, p. XII).3
3
O conceito de vulnerabilidade está ligado à capacidade de resposta dos países em longo
prazo em alguma situação em que foram sensíveis a algum evento externo. Por exemplo, no
caso das crises do petróleo na década de 1970, a maioria dos países foi sensível ao fenômeno,
porém, em longo prazo alguns foram menos vulneráveis que outros (KEOHANE & NYE, p. 1014).
2
Nesse aspecto pensamos que a prioridade diplomática brasileira para a
América do Sul pode contribuir para diminuir a dependência de capital externo
e aprofundar as relações econômicas com os países da região, com uma
inserção econômica internacional com produtos de maior valor agregado e com
possibilidades de melhoras sociais internas.
Entretanto é lógico que essa prioridade estratégica trás possibilidades,
mas também problemas, os quais são freqüentemente debatidos por governo e
oposição. O objetivo desse artigo é abrir algumas reflexões sobre essas
questões que dizem respeito às interações entre política externa, economia
regional e desenvolvimento nacional. 4
Prioridade para a integração Sul-Americana na política externa brasileira e
suas polêmicas
Segundo Keohane e Nye (2001, p. 21) a distinção entre questões
internas e externas se tornam cada vez menos precisas. Nesse sentido
argumentam que vários temas internacionais são discutidos por muitos
departamentos do governo e não apenas no Ministério de Relações Exteriores.
Por isso dizem que uma coordenação inadequada desses temas envolve
significativos custos e que diferentes questões geram diferentes coalizões,
tanto entre governantes como através deles e envolve diferentes graus de
conflitos.
Na atualidade, padrões como “globalização” e “emergência de atores
não-estatais” são difusos por natureza, o que dificulta a formulação de políticas
organicamente estruturadas.
Além disso, do ponto de vista do Brasil, a considerável
complexidade alcançada não apenas pela economia, mas pelo
próprio perfil sócio-político do país como um todo, torna inviável
a busca de objetivos e metas que satisfaçam,
simultaneamente, os diferentes segmentos da sociedade. Os
interesses econômicos, políticos e culturais, tanto em relação
aos parceiros tradicionais quanto em relação a novos e
potenciais parceiros, se caracterizam pela multiplicidade. Essa
realidade, muito mais variada e dinâmica, representa uma
considerável ampliação de oportunidades, mas significa
4
Esse é apenas um início de um trabalho planejado para ser executado durante os próximos
três anos.
3
também maior dificuldade na construção de estratégias de
inserção internacional (SATO, 2000, p. 33).
Uma questão que amplia essa dificuldade de inserção internacional
econômica é a atual lógica da mundialização do capital que gera grande
concentração de Investimento Externo Direto (IED) e tecnologia na Tríade
(EUA-Europa-Japão) conforme argumenta o economista francês Chesnais
(1996). Sobre os países periféricos esse mesmo autor argumenta:
Tudo converge para que esses países permaneçam
prisioneiros de especializações tomadas obsoletas pela
evolução dos conhecimentos científicos e das tecnologias
acumuladas pelos países avançados, especialmente dentro
dos grandes grupos. Como antigos países colonizados,
herdeiros de aparelhos estatais criados pela potência tutelar,
com elites formadas na escola do parasitismo e da corrupção,
eles ficam praticamente sem meios de defesa diante dessas
evoluções. A esse respeito, dois campos são hoje
particularmente importantes: a biotecnologia e os novos
materiais (CHESNAIS, 1996, p. 221).
Nesse sentido a Amazônia 5 é uma região estratégica para o Brasil
porque possui uma variada biodiversidade e os maiores recursos genéticos do
mundo. Enrique Amayo (1993, p. 118) acrescenta que:
Por essa razão, poderia servir como base de grande e
diversificada indústria farmacêutica e de outras atividades
econômicas compatíveis com a manutenção e o
aproveitamento (manejo racional) das múltiplas formas de vida
(vegetal e animal). A Amazônia, além disso, é fundamental
para o mundo por seus recursos hídricos, madeireiros e pela
possibilidade de produzir quantidades substanciais de produtos
tropicais e típicos da região (polpas, frutas, cascas, resinas,
óleos, essências, entre outros), não esquecendo que a região é
também, importante depósito de grande quantidade de
minerais, gás, petróleo etc.
Esse trabalho acrescenta que volumes expressivos de toda essa riqueza
poderiam ser obtidos na Amazônia, desde que fosse adotada como condição
sine qua nom o desenvolvimento integral auto-sutentado. Conclui (p. 130)
dizendo que desenvolvimento implica tanto na preservação (significando uso
econômico não-destrutivo) quanto que os beneficiários devem ser, em primeiro
5
Os países Amazônicos são: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela e
Suriname.
4
lugar, os habitantes da região e, depois, outros grupos sociais e regiões
necessitadas (como parte de um processo de redistribuição).
Ainda sobre a importância dessa região, devemos destacar: (1) os
potenciais geoeconômicos e geopolíticos da região Amazônica e a importância
da integração à Bacia do Pacífico para o Brasil 6; e (2) escassez de trabalhos
desenvolvidos sobre essa região em relação ao que se faz sobre o Cone Sul,
especialmente o MERCOSUL. Nesse sentido como diz Rosália Arteaga
Serrano, secretária Geral da Organização do Tratado de Cooperação
Amazônia (OTCA):
(...) não é possível que se construa a Comunidade SulAmericana de Nações deixando de lado 40% de seu território,
que é a quanto monta o espaço no qual a OTCA tem seu
mandato. Talvez por não a considerar parte destas iniciativas é
que têm tido tão pouco sucesso os processos de integração
sub-regional, regional ou continental; - pouco sucesso- é claro
– não pode se atribuir somente a isto, mas tem que ver com
assunto (SERRANO, 2006, p. 89)
Essa polêmica ficou mais evidente com a crise que o Brasil teve com a
Bolívia em maio de 2006, quando o Presidente boliviano Evo Morales decretou
a nacionalização do gás de seu país, gerando muitas polêmicas sobre a
atuação da diplomacia brasileira e sua prioridade na integração Sul-Americana.
O argumento crítico mais usado era que o Brasil deveria ter uma postura
menos ingênua e ideológica nas questões internacionais.
Mesmo antes desse período algumas críticas já vinham sendo feitas em
relação à diplomacia brasileira, como as do ex-ministro das Relações
Exteriores, Celso Lafer, dizendo que em sua avaliação o governo Lula estava
atolado na área econômica, no sentido de não inovar nada e ser apenas um
continuador ortodoxo do que existia, e tem sido um retrocesso em matéria de
políticas sociais pela incapacidade de gestão dessas políticas e acrescenta que
diante desse quadro, a política externa surgiu para o governo do PT como a
oportunidade para marcar a diferença (LAFER, 2004).
Em sua opinião também “a política externa vem sendo tratada como
uma espécie de marco zero, estaríamos fazendo coisas nunca antes feitas.
6
Linha de estudo que o professor Dr. Enrique Amayo Zevallos desenvolve na pós em Relações
Internacionais da UNESP-UNICAMP-PUC-Sp (programa San Tiago Dantas) no Núcleo de
Pesquisa sobre o Pacífico e a Amazônia (NPPA), do qual faço parte. O site é
www.unesp.br/santiagodantassp/.
5
Parece-me um desejo condizente com aquela declaração do presidente Lula
tomando a eleição dele, em 2002, como ‘uma mudança com impacto para a
humanidade’”. E conclui,
O próprio ministro Celso Amorim, em mais de uma
ocasião, disse que o governo Lula quer fazer história e isso o
diferenciaria do governo anterior. Enfim, está claro que
estamos diante de uma típica retórica de movimento, que é
parte do estilo diplomático. A rigor, portanto, não há novidades,
há estridências (LAFER, 2004).
Em virtude da crise com a Bolívia, o atual Ministro Celso Amorim em
Audiência Pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do
Senado Federal em nove de maio de 2006 fez um balanço da atual política
internacional brasileira tentando estabelecer continuidades e diferenças entre
os períodos de FHC (1994-2002) e Lula (2003-2006).
Primeiramente argumentou que freqüentemente lê críticas à política
externa que vem sendo praticada pelo Presidente Lula e que, na realidade, em
muitos aspectos, é um aprofundamento de outras políticas que foram seguidas
antes e que se inspiram no preceito constitucional da integração latinoamericana. Acrescentou que muitas vezes há um debate entre o que seria
ideológico e o que seria pragmático. E em suas palavras:
Aliás a palavra “ideologia” tornou-se uma palavra muito
desgastada porque ela recebeu uma conotação sempre
pejorativa, quando na realidade, ideologia, como um conjunto
de idéias, é algo que todos, naturalmente, temos que ter
mesmo, de uma forma ou de outra, e, digamos, a própria
integração latino-americana, não deixa de fazer parte de uma
ideologia nacional, de um ideário nacional no sentido mais
amplo (AMORIM, 2006).
Porém, para mostrar que há também um aspecto pragmático na política
externa de Lula, apresentou alguns dados, e advertiu que com alguns números
muito breves, tentaria demonstrar como caminhou a integração sul-americana
nos últimos anos. Em suas palavras:
Eu não vou falar, por exemplo, das questões de
investimento porque elas são mais difíceis de mensurar. Vou
me referir ao comércio. Eu sei que é uma referência superficial,
naturalmente incompleta, mas ela é importante. Então, vejamos
6
os dados do comércio com quatro países importantes. 7 (...) Em
termos de exportações brasileiras, talvez o comércio que mais
cresceu tenha sido com a Venezuela, proporcionalmente. O
comércio com a Venezuela era da ordem de pouco menos de
US$ 800 milhões, as nossas exportações apenas. Estou
sempre me referindo às nossas exportações. Era de cerca de
US$ 800 milhões em 2002, e chega em 2005 a US$ 2,2
bilhões. É um aumento absolutamente espetacular, Mas não foi
só com a Venezuela. Houve com a Colômbia também. Isso
demonstra a pluralidade ideológica do comércio, como, aliás,
tem que ser. Com a Colômbia, nossas exportações eram de
US$ 630 milhões e são hoje de US$ 1,4 bilhões, mais do que o
dobro, portanto. Com o Peru, eram US$ 430 milhões e hoje são
US$ 932 milhões. E Chile, eram US$ 1,4 bilhão, portanto,
menos de US$ 1,5 bilhão, e hoje são US$ 3,6 bilhões. Isso é
apenas para ilustrar (AMORIM, 2006).
Acrescentou que o que interessa é que o conjunto da América Latina é
hoje o principal mercado para as exportações brasileiras. Em virtude disso diz:
Quer dizer, em um contexto em que nossas exportações
crescem para o mundo inteiro e que batem recordes para os
Estados Unidos e União Européia, a América Latina se tornou
o nosso principal parceiro comercial. Então, acho que esse é
um fato a destacar. Eu não quero defender que a integração
tenha objetivos puramente comerciais, mas como muitos estão
acostumados a ver as coisas por um ângulo mais mercantil, é
muito comum sobretudo nos artigos de imprensa. Então, aqui
há um exemplo mais do que claro de como a integração com a
América Latina e com a América do Sul em particular, tem dado
frutos espetaculares. (...) E a América do Sul, apenas a
América do Sul, isto é, os países da Comunidade Andina, mais
os do Mercosul e Chile equivalem, hoje, aos Estados Unidos da
América, também em um contexto crescente. Então, nós não
estamos falando de nada que seja puramente doutrinário ou
sentimental, embora eu não veja nada de errado no doutrinário
e no sentimental. Estamos falando de coisas que têm
repercussões concretas, que geram empregos no Brasil (Ibid).
E conclui argumentando que:
(...) a integração na América do Sul e da América
Latina, mais amplamente, é não apenas um projeto político,
que é natural, importante, é uma obrigação constitucional, faz
parte, portanto, daqueles princípios básicos do relacionamento
internacional do Brasil, mas, além disso, ela está dando
resultados concretos. Ela está sendo aprofundada. Nós não
inventamos a integração da América do Sul, mas acho que nós
7
Acrescenta que “Haveria outros, a Argentina que, provavelmente, é mais importante do que
qualquer outro desses no nosso relacionamento, mas, justamente, eu estou tomando outros
que são menos tradicionais para demonstrar como a integração tem tido objetivos práticos,
pragmáticos, e tem trazido resultados concretos para o Brasil” (AMORIM, 2006).
7
podemos dizer com, creio eu, justa vaidade, que aprofundamos
a integração da América do Sul. Essa é uma das questões que
eu queria ressaltar (Ibid.).
Após essas argumentações do Ministro Amorim, veremos alguns dados
das exportações brasileiras para o ano de 2005 tentando verificar a importância
da América do Sul para o Brasil em sua estratégia de inserção internacional
com produtos de maior valor agregado.
Tabela 1- PRINCIPAIS MERCADOS DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES
BRASILEIRAS (2005) - US$ MILHÕES / VARIAÇÃO %
Valor
Value
Δ%
2005/04
União Européia / European Union
26.493
9,7
ALADI / ALADI 8
25.428
29,1
- ALADI, exc. MERCOSUL / ALADI, exc.
MERCOSUR
- MERCOSUL / MERCOSUR
13.702
27,0
11.726
31,6
Estados Unidos / United States
22.741
11,8
Ásia / Ásia
18.552
27,4
África / África
5.977
40,8
Oriente Médio / Middle East
4.286
16,2
Europa Oriental / Eastern Europe
3.861
55,2
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005.
Comércio
Exterior
(MDIC)
8
A ALADI é o maior grupo latino-americano, cuja meta é a integração, formado por doze
países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai,
Peru, Uruguai e Venezuela, representando, em conjunto, 20 milhões de quilômetros quadrados
e mais de 493 milhões de habitantes. O Tratado de Montevidéu 1980 (TM80), âmbito jurídico
global, constitutivo e regulador da ALADI, foi assinado em 12 de agosto de 1980,
estabelecendo os seguintes princípios gerais: pluralismo em matéria política e econômica,
convergência progressiva de ações parciais para a criação de um mercado comum latinoamericano, flexibilidade, tratamentos diferenciais com base no nível de desenvolvimento dos
países-membros e multiplicidade nas formas de concertação de instrumentos comerciais.
Disponível em: www.aladi.org/.
8
Gráfico 1 - PRINCIPAIS MERCADOS DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES
MAJOR MARKETS FOR BRAZILIAN EXPORTS 2005 –
PARTICIPAÇÃO % / % SHARE
União Européia /
European Union
22,4
21,5
ALADI/ALADI
- Aladi, exc. Mercosul /
Aladi, exc. Mercosur
11,6
9,9
- Mercosul / Mercosur
Estados Unidos /
United States
19,2
15,7
Ásia / Asia
5,1
África / Africa
Oriente Médio / Middle
East
Europa Oriental /
Eastern Europe
3,6
3,3
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005.
Comércio
Exterior
(MDIC)
Realmente podemos perceber como a América Latina já representa um
bloco econômico para as exportações do Brasil superior aos EUA. Também em
acordo com nossa pesquisa é importante olharmos para a estrutura de nossa
pauta exportadora para verificar se estamos exportando produtos de alto valor
agregado para os diversos blocos econômicos e quais parecem mais
estratégicos para o Brasil:
9
Gráfico 2 - PARTICIPAÇÃO % DAS EXPORTAÇÕES POR BLOCO
ECONÔMICO
EXPORTS SHARE % BY ECONOMIC BLOCKS
2005
25
MANUFACTURED
SEMIMANUFACTURED
20
BASICS
40
15
23
12
72
24
10
86
92
5 3
22
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005.
15
38
14
48
MIDDLE
EAST
4
AFRICA
10
MERCOSUR
EUROPEAN
UNION
0
UNITED
STATES
9
59
63
Comércio
14
21
65
EASTERN
EUROPE
53
ALADI, exc.
MERCOSUR
19
Exterior
11
30
OTHERS
48
ASIA
5
(MDIC)
No segundo gráfico é possível identificar que a União Européia é o bloco
que o Brasil mais exporta, ultrapassando 20 por cento do total, porém com sua
maior parte sendo concentrada em produtos básicos, correspondendo 48 por
cento do total enviado para essa região.
Pudemos observar também que as exportações de manufaturados para
os EUA representam 72 por cento do total que vai para aquele país, mas ainda
inferior aos 86 da ALADI e 92 do MERCOSUL. Essa analise nos permite dizer
que os produtos de alto valor agregado das exportações brasileiras estão em
sua maioria relativa na América do Sul, demonstrando sua importância e
significado estratégico.
Mas esse debate precisa ser aprofundado, principalmente analisando se
o aumento das exportações brasileiras para a América do Sul está ocorrendo
em detrimento de uma estratégia mundial de inserção internacional. Ou seja, o
aumento da importância do mercado regional está implicando em menor
participação no comércio internacional para o Brasil?
10
Diminuição relativa da participação brasileira no comércio internacional:
erro de prioridades?
Primeiramente apresentaremos um panorama geral das exportações
mundiais e depois especificamente sobre o Brasil:
Tabela 2: Evolução do Comércio Exterior por Regiões e Países selecionados
(1948 – 2005)
World merchandise exports by region and selected economy, 1948, 1953, 1963, 1973, 1983, 1993, 2003 and 2005
(Billion dollars and percentage)
1948
1953
1963
1973
1983
1993
2003
2005
1838
3675
7369
10159
Value
World
58
84
157
579
Share
World
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
North America
United States
Canada
Mexico
27,1
21,7
5,5
0,9
24,1
18,8
5,2
0,7
19,2
14,9
4,3
0,6
16,9
12,3
4,6
0,4
16,8
11,2
4,2
1,4
18,0
12,6
4,0
1,4
15,8
9,8
3,7
2,2
14,5
8,9
3,5
2,1
South and Central America
Brazil
Argentina
12,2
2,0
2,8
10,4
1,8
1,3
7,0
0,9
0,9
4,7
1,1
0,6
4,4
1,2
0,4
3,0
1,0
0,4
3,0
1,0
0,4
3,5
1,2
0,4
Europe
Germany a
France
United Kingdom
Italy
Commonwealth of Independent States (CIS)
b
31,4
1,4
3,4
11,3
1,8
34,8
5,3
4,8
9,0
1,8
41,4
9,3
5,2
7,8
3,2
45,3
11,6
6,3
5,1
3,8
43,5
9,2
5,2
5,0
4,0
45,4
10,3
6,0
4,9
4,6
46,0
10,2
5,3
4,1
4,1
43,0
9,5
4,5
3,8
3,6
-
-
-
-
-
1,5
2,6
3,3
Africa
South Africa c
7,3
2,0
6,5
1,6
5,7
1,5
4,8
1,0
4,5
1,0
2,5
0,7
2,4
0,5
2,9
0,5
Middle East
2,0
2,7
3,2
4,1
6,8
3,5
4,1
5,3
Asia
China
Japan
India
Australia and New Zealand
Six East Asian traders
14,0
0,9
0,4
2,2
3,7
3,4
13,4
1,2
1,5
1,3
3,2
3,0
12,4
1,3
3,5
1,0
2,4
2,4
14,9
1,0
6,4
0,5
2,1
3,4
19,1
1,2
8,0
0,5
1,4
5,8
26,1
2,5
9,9
0,6
1,5
9,7
26,1
5,9
6,4
0,8
1,2
9,6
27,4
7,5
5,9
0,9
1,3
9,7
Memorandum item:
EU d
USSR, former
GATT/WTO Members e
2,2
60,4
3,5
68,7
27,5
4,6
72,8
38,6
3,7
81,8
30,4
5,0
76,5
36,1
89,5
42,4
94,3
39,4
94,4
a Figures refer to the Fed. Rep. of Germany from 1948 through 1983.
b Figures are significantly affected by changes in the country composition of the region and major adjustment in trade
conversion factors between 1983 and 1993.
c Beginning with 1998, figures refer to South Africa only and no longer to the Southern African Customs Union.
d Figures refer to the EEC(6) in 1963, EC(9) in 1973, EC(10) in 1983, EU(12) in 1993, EU(15)
in 2003 and EU(25) in 2005.
e Membership as of the year stated.
Note: Between 1973 and 1983 and between 1993 and 2003 export and import shares were significantly influenced by oil
price developments.
Fonte: World Trade Organization (WTO, 2006). Disponível em: www.wto.org.
11
Destacaremos dessa tabela que os EUA veio perdendo espaço no
comércio internacional, indo de 21,7% do total mundial de exportações em
1948 até 8,9 % em 2005. Essa tendência mostra uma realidade muito mais
multilateral no comércio internacional.
Outra informação que merece destaque é perda relativa da posição dos
países da América Central e do Sul no comércio internacional indo de 12,8%
do total em 1948 a apenas 3,5 em 2005.
Sobre o Brasil são muito comuns críticas quanto à diminuição da
participação relativa do Brasil no comércio mundial nos últimos 50 anos. Por
exemplo, quando encontramos notícias que informam: “Mesmo com mais de
7.000 produtos na pauta de exportações e comércio bilateral com 212 nações,
províncias e territórios, a participação brasileira no comércio mundial caiu de
2% para 1% em cinco décadas 9”.
Essa perda relativa realmente representa um obstáculo para o ritmo de
nosso desenvolvimento. Porém estão em sintonia com as previsões da análise
da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em seus mais de 50
anos de pensamento econômico e social sobre a inserção internacional dos
países Latino-Americanos no cenário internacional. Em especial, em relação
aos seguintes diagnósticos: (1) produtos agrícolas perdem poder de compra
em relação a produtos industrializados; (2) o setor primário absorve menos
mão de obra que setores industriais gerando menores progressos sociais e; (3)
que as exportações são importantes desde que soubéssemos tirar proveito dos
setores
mais
dinâmicos
para
o
desenvolvimento
econômico-social
(BIELSCHOWSKY, R., 2000).
Em relação a suas propostas também é importante a idéia de
modificação de nossa pauta importadora, dependendo menos de produtos sem
grande sofisticação tecnológica. Nesse sentido é possível que a prioridade na
integração Sul-Americana ajude o Brasil a participar de setores mais
industrializados no comércio exterior gerando um impacto social mais
desejado.
Porém,
podendo
representar
uma
integração
com
países
economicamente menos dinâmicos.
9
Essa notícia está disponível em: Mercado externo, 03/01/2006, In: _____ Agência Sebrae de
Notícias www.sebraego.com.br.
12
É interessante fazermos algumas ponderações, recuperando algumas
críticas substantivas ao modelo de pensamento cepalino, em especial o texto
clássico de Francisco de Oliveira “Crítica da razão dualista” (1972). Nesse
artigo o autor menciona a carência de uma análise social mais aprofundada por
parte da CEPAL que não se atentava à realidade que o subdesenvolvimento
não era fruto de áreas atrasadas que não se modernizavam e sim que o
desenvolvimento de uma pequena classe dominante dependia dessa
desigualdade interna nacional que persiste até os dias atuais.
Novamente os conceitos de desenvolvimento econômico e social
padecem do economicismo que se preocupa demasiadamente com os dados
macroeconômicos não estabelecendo as relações com problemas socais
internos muito graves, que se ampliaram muito com o período de maior
crescimento da economia brasileira, o chamado “milagre econômico” onde o
país cresceu quase uma média de 10 % ao ano entre 1968 e 1973. 10 Mesmo
com essas importantes ponderações passaremos a alguns dados atualizados
da participação brasileira no comércio internacional:
Gráfico 3- EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES / EXPORTS EVOLUTION
1996 / 2005
US$ MILHÕES / US$ MILLIONS
118.309
96.475
73.084
60.362
55.086 58.223
52.994 51.140
48.011
47.747
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005.
2003
Comércio
2004
Exterior
2005
(MDIC)
10
A necessidade de aprofundarmos esse tema nos parece imprescindível, ainda que não seja
o objetivo central desse artigo.
13
Gráfico 4 - PARTICIPAÇÃO % DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NAS
EXPORTAÇÕES MUNDIAIS
BRAZILIAN EXPORTS SHARE % IN WORLD EXPORTS
1995 / 2005
1,13
1,06
0,95
0,90
0,89
0,94
0,93
0,84
0,97
0,93
0,85
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005*
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005.
Comércio
Exterior
(MDIC)
Tanto em termos absolutos como em relativos a participação brasileira
no
comércio
mundial
aumentou,
demonstrando
que
é
um
exagero
responsabilizar a prioridade na integração Sul-Americana de nossa política
externa no período dos últimos dois presidentes como obstáculo para uma
maior competitividade internacional. Porém ainda influenciado pela lógica
cepalina é importante analisarmos não só a participação no comércio
internacional, mas também que tipos de produtos e com que valores agregados
estamos vendendo para o exterior nossas mercadorias. 11
Ainda que seja necessária uma pesquisa mais profunda, analisaremos
um indicador importante sobre a competitividade dos países nos últimos anos,
sendo ela a porcentagem de produtos de alta tecnologia que estamos
exportando. Ressaltamos que é apenas um indicador que devemos somar a
outros visando se aproximar de uma análise mais adequada sobre as
possibilidades de inserção internacional dos países selecionados. 12
11
Um detalhamento sobre os produtos exportados e importados brasileiros encontra-se em
nosso anexo 1.
12
Sobre a questão da competitividade e sua relação com o desenvolvimento, ver: RADAELLI,
V. “Bases domésticas e oportunidades internacionais: o debate sobre a internacionalização da
P&D” (2006) e BARRETTO (...).
14
Tabela 3 – Exportações de alta tecnologia como
% das exportações de manufaturas Países selecionados
Countries
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Argentina
9
9
7
9
8
..
Bolivia
40 14 7
8
9
..
Brazil
19 19 17 12 12 ..
Chile
3
3
4
3
5
..
China
19 21 23 27 30 ..
Colombia
8
7
7
7
6
..
Ecuador
6
5
7
6
7
..
Germany
18 18 17 16 17 ..
Guyana
2
2
7
1
0
..
India
5
5
5
5
5
..
Latin America & Caribbean 16 15 15 14 13 ..
Mexico
22 22 21 21 21 ..
Paraguay
3
4
3
6
7
..
Peru
4
3
2
2
2
..
South Africa
7
6
5
5
6
..
Suriname
0
0
..
..
..
..
United States
35 34 33 33 32 ..
Uruguay
2
2
3
2
2
..
Venezuela, RB
3
3
3
4
3
..
World
23 22 21 21 20 ..
Source: World Development Indicators database
Fonte: Elaboração própria baseada em World Bank, 2006,
Disponível em: http://devdata.worldbank.org/data-query/
Nessa tabela podemos observar que as exportações de alta tecnologia
como percentagem das exportações de manufaturas do Brasil vem perdendo
participação relativa no total, indo de 19% em 2000 até 12% em 2004, com
decréscimo ainda mais acentuado que o da região Latino-Americana e Caribe
que foi de 16% em 2000 para 13% em 2004. Podemos perceber também que
os EUA também vêm perdendo espaço nas exportações de alta tecnologia indo
de 35% em 2000 para 32% em 2004.
Esse
dado
é
preocupante,
demonstrando
que
nossa
inserção
internacional está tendendo para um modelo presente nos últimos cinco
séculos, com produtos agrícolas e de baixo valor agregado.
Essas reflexões se somam a outras e exigem que teçamos algumas
críticas pertinentes sobre a possibilidade de integração Sul-Americana e a
fragilidade do Brasil no papel de liderança desse processo como podemos ver
no interessante artigo de Sean Burges (2005).
Resumidamente esse autor argumenta que o Brasil não está disposto a
absorver os custos necessários da integração regional e ainda que é o país
15
que mais está se beneficiando desse processo não dando devida importância a
políticas econômicas que beneficiem suficientemente nossos parceiros SulAmericanos (BURGES, 2005).
Além disso, também aponta as fragilidades de um processo muito
concentrado na lógica mercantil entre os países e as poucas iniciativas de
produção em cadeia com empresas transnacionais que poderiam competir em
nível mundial beneficiando os países da região no seu conjunto para uma
melhor inserção internacional. (BURGES, 2005, p. 445).
Sobre os investimentos externos brasileiros na região argumenta que
ainda são muito pequenos e concentrados em recursos naturais e energéticos,
além da dificuldade de integração física da América do Sul em virtude de sua
frágil infra-estrutura (BURGES, 2005, p. 446-450).
A viagem do presidente Bush dos EUA ao Brasil em 9 de março de 2007
também ampliou o foco de controversas sobre o papel da política externa
brasileira na América do Sul.
Um acordo bilateral com os EUA sobre o etanol criou um grande
desconforto diplomático com os vizinhos que questionam o porque dessa
postura do Brasil que aparentemente é contrária a um aprofundamento de suas
relações com nossos vizinhos regionais. 13
Além disso também debatemos os riscos ligados à expansão do
comércio exterior baseada em commodities, que foi profundamente criticada
pelo pensamento da CEPAL há mais de 50 anos.
13
Sobre os acordos bilaterais do EUA com a região Andina temos o interessante trabalho de
ARASHIRO, Zuleika. Preferências Comerciais Unilaterais: Cooperação ou Coerção? O
caso de Preferências comerciais para os Andes. Dissertação de mestrado apresentada na
Escola de Administração da FGV, 2004.
16
Conclusões
A prioridade para integração Sul-Americana nas políticas de Fernando
Henrique Cardoso e Lula apresentam mais continuidades que rupturas. Porém
o período mais recente mostrou melhores resultados econômicos em nossas
exportações para essa região, podendo talvez se atribuir isso a uma maior
prioridade para integração regional desse último presidente. 14
Mais importante que o aumento na quantidade de nossas exportações é
a diversidade de parceiros comerciais e o crescimento de exportações de
manufaturados para a região Sul-Americana. Isso estaria condizente com as
propostas iniciais da CEPAL desde sua origem nos anos 1950 de uma inserção
internacional dos países Latino-Americanos com produtos de maior valor
agregado, pois esses trariam mais empregos, desenvolvimento econômico e
social. 15
Nesse cenário de mundialização que abre possibilidades mas também
coloca novos obstáculos para a inserção internacional, nos pareceu importante
o papel que a região Amazônica poderá representar para o Brasil, em virtude
de sua biodiversidade e outros recursos que quando trabalhados junto à
tecnologia, levando em consideração o conceito de desenvolvimento
sustentável, poderão contribuir para uma inserção internacional com produtos
altamente estratégicos no mundo. Além do mais, a integração da Bacia
Amazônica ao Pacífico garantiria acesso à região mais dinâmica da economia
atual, respeitando os interesses dos demais países Amazônicos.
Foi constatado também que a diminuição relativa da participação do
Brasil no comércio atual não se deve exclusivamente aos últimos dois
presidentes já que faz parte de um processo mais longo que teve início nos
anos 1960. Por essa razão ainda seria muito precipitado apontar a prioridade
para a integração Sul-Americana como responsável por esse decréscimo.
14
Essa hipótese será trabalhada em maior profundidade durante os próximos anos da
pesquisa do doutorado em sociologia, dando maior atenção aos indicadores sociais do Brasil e
dos outros países amazônicos.
15
Ressaltamos novamente a necessidade de um debate mais aprofundado do conceito de
desenvolvimento econômico e social, levando em consideração a distribuição da riqueza, a
sustentabilidade do meio ambiente e o aperfeiçoamento da democracia. Alem disso é
impossível não estabelecer uma análise levando em consideração a atual lógica do mercado
financeiro global e o papel estratégico do Investimento Externo Direto (IED) para as Relações
Internacionais (CHESNAIS, 1996). Esse debate estará presente no curso dessa pesquisa para
o doutoramento em sociologia nos próximos 3 anos.
17
Porém, poderíamos apontar uma série de problemas de políticas internas dos
últimos dois presidentes como responsáveis pela perda de competitividade
internacional, indo desde a falta de uma política industrial eficiente até a
estrutura corrupta do Estado.
Outro debate pertinente foi a polêmica se o Brasil teria condições de
assumir os custos da integração regional. Realmente essa é um questão
delicada para o governo brasileiro, ainda mais com a aproximação do governo
dos EUA oferecendo acordos bilaterais com os governos Sul-Americanos,
inclusive o controverso acordo com o Brasil sobre o etanol.
Novamente o Brasil corre o risco de ficar demasiadamente dependente
de produtos agrícolas para as exportações, e algo pior que isso, gerar um
imenso desconforto com os vizinhos em virtude desse acordo bilateral com os
EUA. É importante ressaltar que a agroexportação é muito importante para a
balança comercial brasileira, porém sabemos que esse tipo de inserção não
contribuirá o suficiente para o Brasil se inserir em setores com maior
tecnologia, elevado valor agregado e com dinamismo na economia
internacional.
A prioridade para a integração Sul-Americana da política externa
brasileira pode ter alguma influencia em nosso menor crescimento econômico,
porém está longe de ser o fator principal, inclusive por hoje ser essa a região
receptora de nossos produtos com maior valor agregado. Além disso, a
questão que mais deixa a economia brasileira vulnerável é sua excessiva
dependência do Investimento Externo.
A inserção não subordinada brasileira depende mais de políticas
internas de combate a corrupção, a violência, uma política industrial mais
eficiente, um melhor funcionamento do Estado nacional, com suas diversas
reformas que de uma política externa menos ideológica.
18
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19
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In: ______ Cadernos Adenauer n. 5: Segurança e soberania– São Paulo: Fundação
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Resumen: Actualmente la mundialización dificulta la inserción
económica de países periféricos en el escenario mundial. Ante ese
contexto, la regionalización del comercio ganó gran importancia. La
política externa brasileña priorizó la integración Sudamericana como
una respuesta a los desafíos de la mundialización en los períodos de
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) y Lula (2003-2006). El
objetivo principal de este artículo es verificar lo que existe en común
y las diferencias en las relaciones del Brasil con los países
Sudamericanos durante los mandatos de los últimos dos presidentes
brasileños. La hipótesis del trabajo es que la regionalización del
comercio implica impactos positivos en la pauta de exportaciones
brasileñas, con productos de mayor valor agregado, contribuyendo a
la inserción internacional no subordinada del Brasil en un contexto
de mundialización.
Abstract: The mondialization has currently made the economic
insertion difficult for peripheral countries under the world setting. In
this context, the trade regionalization has become an issue of great
importance and the integration of South America’s countries had
been one of the first priorities of the brazilian foreign politics as a
response for the mondialization challenges in Fenando Henrique
Cardoso’s (1995-2002) and Lula’s (2003-2006) governments. The
main purpose of this paper is to verify all similarities and differences
between brazilian and south America’s countries relationship during
the last two leaders terms. The hypothesis of this work is that the
trade regionalization has been generating positive impacts under
brazilian exports agenda due to products with increased aggregated
value, contributing to a non-subordinated Brazil’s economic
international insertion under a mondialization context.
20
Anexo 1: Comércio de Mercadorias por produtos, regiões e principais parceiros, 20042005 -Brasil
Table A17
Merchandise trade by product, region and major trading partner, 2004-05 - Brazil
(Billion dollars)
North
America
Agricultural products
Food
Fish
Other food products
Raw materials
Fuels and mining products
Ores and other minerals
Fuels
Non-ferrous metals
Manufactures
Iron and steel
Chemicals
Pharmaceuticals
Other chemicals
Other semi-manufactures
Machinery and transport equipment
Office and telecom equipment
EDP and office equipment
Telecommunications equipment
Integrated circuits
Transport equipment
Automotive products
Other transport equipment
Other machinery
Power generating machinery
Non-electrical machinery
Electrical machinery
Textiles
Clothing
Other manufactures
Personal and household goods
Scientific and controlling
instruments
Miscellaneous manufactures
Total merchandise a
South &
Central
America
Europe
CIS
Africa
Middle East
Asia
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
3,23
3,55
2,25
2,32
0,17
0,14
2,08
2,18
0,98
1,23
0,59
0,57
0,17
0,18
0,00
0,00
0,17
0,18
0,42
0,39
1,68
1,83
1,40
1,52
0,01
0,02
1,39
1,50
0,27
0,31
2,50
2,53
2,28
2,33
0,14
0,15
2,14
2,17
0,23
0,20
12,60
13,38
11,19
11,68
0,21
0,22
10,98
11,46
1,41
1,70
0,75
0,88
0,58
0,72
0,12
0,15
0,47
0,57
0,17
0,16
1,81
3,04
1,80
3,02
0,00
0,00
1,80
3,02
0,01
0,02
0,01
0,02
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,01
0,02
2,05
2,61
2,01
2,59
0,00
0,00
2,01
2,58
0,04
0,03
0,04
0,04
0,03
0,03
0,00
0,00
0,02
0,03
0,01
0,01
2,58
2,92
2,57
2,91
0,00
0,00
2,57
2,91
0,02
0,01
0,01
0,02
0,01
0,01
0,00
0,00
0,01
0,01
0,01
0,01
6,91
7,71
5,73
6,38
0,03
0,03
5,70
6,36
1,18
1,33
0,53
0,64
0,21
0,25
0,01
0,01
0,21
0,24
0,32
0,40
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2,68
2,91
0,49
0,67
1,36
1,31
0,82
0,93
0,98
1,54
0,16
0,14
0,69
1,26
0,13
0,15
2,35
4,41
0,48
0,65
1,59
3,42
0,28
0,34
3,96
4,45
0,76
0,87
2,45
2,59
0,75
0,99
3,59
4,75
2,30
3,17
0,59
0,87
0,70
0,71
0,77
0,93
0,07
0,06
0,41
0,54
0,29
0,32
0,02
0,04
0,02
0,04
0,00
0,00
0,00
0,00
0,20
0,16
0,03
0,03
0,09
0,08
0,08
0,05
0,41
0,91
0,24
0,45
0,14
0,42
0,03
0,05
5,84
6,28
0,09
0,10
5,69
6,11
0,06
0,07
0,39
0,43
0,20
0,36
0,14
0,01
0,06
0,06
1,85
2,08
0,05
0,04
1,80
2,04
0,00
0,00
3,62
5,50
2,49
3,88
0,60
1,07
0,53
0,55
1,25
1,87
0,02
0,03
1,14
1,75
0,09
0,09
2004 19,11 12,06
2005 21,79 13,29
2004
2,91
0,11
2005
3,52
0,16
2004
1,11
4,40
2005
1,46
4,57
2004
0,08
0,56
2005
0,13
0,70
2004
1,03
3,84
2005
1,33
3,87
2004
2,96
0,80
2005
3,18
0,89
2004
9,57
5,61
2005 11,10
6,40
2004
0,73
1,60
2005
1,11
1,67
2004
0,10
0,61
2005
0,12
0,67
2004
0,55
0,48
2005
0,94
0,53
2004
0,08
0,51
2005
0,06
0,48
2004
6,45
1,07
2005
6,87
1,37
2004
3,05
0,47
2005
3,60
0,56
2004
3,39
0,60
2005
3,27
0,81
2004
2,40
2,94
2005
3,13
3,36
2004
0,26
0,92
2005
0,56
1,09
2004
1,78
1,36
2005
2,21
1,67
2004
0,36
0,66
2005
0,36
0,60
2004
0,43
0,13
2005
0,44
0,12
2004
0,15
0,01
2005
0,14
0,01
2004
1,98
1,01
2005
1,96
1,14
2004
1,59
0,05
2005
1,53
0,05
2004
0,12
0,60
2005
0,13
0,67
2004
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1,79
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2005 28,72 15,41
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1,99
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4,28
2,39
2,61
14,99 13,60
19,07 18,75
21
exp
imp
Table A17 (continued)
Merchandise trade by product, region and major trading partner, 2004-05 - Brazil
(Billion dollars)
EU (25)
Agricultural products
Food
Fish
Other food products
Raw materials
Fuels and mining products
Ores and other minerals
Fuels
Non-ferrous metals
Manufactures
Iron and steel
Chemicals
Pharmaceuticals
Other chemicals
Other semi-manufactures
Machinery and transport equipment
Office and telecom equipment
EDP and office equipment
Telecommunications equipment
Integrated circuits
Transport equipment
Automotive products
Other transport equipment
Other machinery
Power generating machinery
Non-electrical machinery
Electrical machinery
Textiles
Clothing
Other manufactures
Personal and household goods
Scientific and controlling
instruments
Miscellaneous manufactures
Total merchandise a
United States
Argentina
China
Japan
Chile
World b
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
exp
imp
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
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2004
2005
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12,32
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2004
2005
2004
2005
2004
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2004
2005
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1,68
2004
2005
2004
2005
2004
2005
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2005
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2005
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2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
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0,00
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1,76
2004 24,17 15,86
2005 26,50 17,99
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2,76
3,47
3,01
3,57
2,54
3,61
1,46
1,77
a Includes unspecified products.
b Includes unspecified destinations and origins.
Note: Imports are valued f.o.b. For sources and methods, see the Technical Notes.
Fonte: World Trade Organization, 2006. Disponível em: www.wto.org.
22
95,00 65,32
116,13 76,44
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A prioridade da integração Sul-Americana na política externa