COLÓQUIO: A AMAZÔNIA E O PACÍFICO SUL-AMERICANO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O BRASIL 30/05/2007- 01/06/2007 A prioridade da integração Sul-Americana na política externa brasileira durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula (1995-2006): respostas regionais frente aos desafios da mundialização 1 Autor: Fábio Borges 2 Resumo: Atualmente a mundialização dificulta a inserção econômica de países periféricos no cenário mundial. Diante desse contexto, a regionalização do comércio ganhou grande importância. A política externa brasileira priorizou a integração Sul-Americana como uma resposta aos desafios da mundialização nos períodos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2006). O objetivo principal desse artigo é verificar o que existe em comum e as diferenças nas relações do Brasil com os países Sul-Americanos durante os mandatos dos últimos dois presidentes brasileiros. A hipótese do trabalho é que a regionalização do comércio está implicando em impactos positivos na pauta de exportações brasileira, com produtos de maior valor agregado, contribuindo para a inserção internacional não subordinada do Brasil em um contexto de mundialização. Palavras-chave: América do Sul, Brasil, Política Externa, Integração e Inserção Internacional 1 Esse artigo, escrito até o mês de março de 2007, faz parte de minha pesquisa do doutorado em Sociologia denominada: As implicações sócio-econômicas para o Brasil de suas relações com os países Amazônicos e Andinos durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula (1995-2006): respostas regionais frente aos desafios da mundialização orientada pelo professor Dr. Enrique Amayo Zevallos. 2 Economista, mestre em Relações Internacionais e doutorando em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista UNESP. Atualmente docente em Economia no curso de Relações Internacionais das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) em São Paulo. Emails: [email protected] e [email protected]. Introdução: Na assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2004, o presidente Lula disse que “O Brasil está empenhado na construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida, a partir do fortalecimento do Mercosul e de uma relação estratégica com a Argentina”. (NOVA YORK, 2004) O economista Paulo Nogueira Batista Batista Junior (2005) afirmou que a situação do Brasil e da América do Sul evoluiu para melhor, apesar das frustrações com as políticas econômicas e sociais dos dois primeiros anos do governo Lula, Isso porque forças que predominaram na década de 1990 sofreram derrotas em vários países da América do Sul e surgiu um saudável ceticismo em relação a conselhos externos e supostos consensos internacionais (BATISTA Jr., 2005, p. X) Esse mesmo autor acrescenta que enquanto estancavam as negociações com os países desenvolvidos, avançou gradualmente a integração com a América do Sul e com os países em desenvolvimento de outras regiões e conclui: É outra, portanto, a orientação brasileira no campo da política externa e das negociações comerciais. Começamos superar as posturas atemorizadas, freqüentemente subalternas, que marcaram a política internacional do Brasil nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso (BATISTA Jr., 2005, p. XII). Porém sobre a política econômica o mesmo autor coloca que a combinação de juros altos e câmbio valorizado reduzem a taxa de inflação, mas ao custo da economia crescer abaixo de seu potencial e ameaçando o ajuste externo que foi alcançado a duras penas em meados de 2002. Aponta que o Brasil necessita de um esforço sistemático e planejado de diminuição da vulnerabilidade externa e da dependência com relação a capitais estrangeiros (BATISTA Jr., 2005, p. XII).3 3 O conceito de vulnerabilidade está ligado à capacidade de resposta dos países em longo prazo em alguma situação em que foram sensíveis a algum evento externo. Por exemplo, no caso das crises do petróleo na década de 1970, a maioria dos países foi sensível ao fenômeno, porém, em longo prazo alguns foram menos vulneráveis que outros (KEOHANE & NYE, p. 1014). 2 Nesse aspecto pensamos que a prioridade diplomática brasileira para a América do Sul pode contribuir para diminuir a dependência de capital externo e aprofundar as relações econômicas com os países da região, com uma inserção econômica internacional com produtos de maior valor agregado e com possibilidades de melhoras sociais internas. Entretanto é lógico que essa prioridade estratégica trás possibilidades, mas também problemas, os quais são freqüentemente debatidos por governo e oposição. O objetivo desse artigo é abrir algumas reflexões sobre essas questões que dizem respeito às interações entre política externa, economia regional e desenvolvimento nacional. 4 Prioridade para a integração Sul-Americana na política externa brasileira e suas polêmicas Segundo Keohane e Nye (2001, p. 21) a distinção entre questões internas e externas se tornam cada vez menos precisas. Nesse sentido argumentam que vários temas internacionais são discutidos por muitos departamentos do governo e não apenas no Ministério de Relações Exteriores. Por isso dizem que uma coordenação inadequada desses temas envolve significativos custos e que diferentes questões geram diferentes coalizões, tanto entre governantes como através deles e envolve diferentes graus de conflitos. Na atualidade, padrões como “globalização” e “emergência de atores não-estatais” são difusos por natureza, o que dificulta a formulação de políticas organicamente estruturadas. Além disso, do ponto de vista do Brasil, a considerável complexidade alcançada não apenas pela economia, mas pelo próprio perfil sócio-político do país como um todo, torna inviável a busca de objetivos e metas que satisfaçam, simultaneamente, os diferentes segmentos da sociedade. Os interesses econômicos, políticos e culturais, tanto em relação aos parceiros tradicionais quanto em relação a novos e potenciais parceiros, se caracterizam pela multiplicidade. Essa realidade, muito mais variada e dinâmica, representa uma considerável ampliação de oportunidades, mas significa 4 Esse é apenas um início de um trabalho planejado para ser executado durante os próximos três anos. 3 também maior dificuldade na construção de estratégias de inserção internacional (SATO, 2000, p. 33). Uma questão que amplia essa dificuldade de inserção internacional econômica é a atual lógica da mundialização do capital que gera grande concentração de Investimento Externo Direto (IED) e tecnologia na Tríade (EUA-Europa-Japão) conforme argumenta o economista francês Chesnais (1996). Sobre os países periféricos esse mesmo autor argumenta: Tudo converge para que esses países permaneçam prisioneiros de especializações tomadas obsoletas pela evolução dos conhecimentos científicos e das tecnologias acumuladas pelos países avançados, especialmente dentro dos grandes grupos. Como antigos países colonizados, herdeiros de aparelhos estatais criados pela potência tutelar, com elites formadas na escola do parasitismo e da corrupção, eles ficam praticamente sem meios de defesa diante dessas evoluções. A esse respeito, dois campos são hoje particularmente importantes: a biotecnologia e os novos materiais (CHESNAIS, 1996, p. 221). Nesse sentido a Amazônia 5 é uma região estratégica para o Brasil porque possui uma variada biodiversidade e os maiores recursos genéticos do mundo. Enrique Amayo (1993, p. 118) acrescenta que: Por essa razão, poderia servir como base de grande e diversificada indústria farmacêutica e de outras atividades econômicas compatíveis com a manutenção e o aproveitamento (manejo racional) das múltiplas formas de vida (vegetal e animal). A Amazônia, além disso, é fundamental para o mundo por seus recursos hídricos, madeireiros e pela possibilidade de produzir quantidades substanciais de produtos tropicais e típicos da região (polpas, frutas, cascas, resinas, óleos, essências, entre outros), não esquecendo que a região é também, importante depósito de grande quantidade de minerais, gás, petróleo etc. Esse trabalho acrescenta que volumes expressivos de toda essa riqueza poderiam ser obtidos na Amazônia, desde que fosse adotada como condição sine qua nom o desenvolvimento integral auto-sutentado. Conclui (p. 130) dizendo que desenvolvimento implica tanto na preservação (significando uso econômico não-destrutivo) quanto que os beneficiários devem ser, em primeiro 5 Os países Amazônicos são: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname. 4 lugar, os habitantes da região e, depois, outros grupos sociais e regiões necessitadas (como parte de um processo de redistribuição). Ainda sobre a importância dessa região, devemos destacar: (1) os potenciais geoeconômicos e geopolíticos da região Amazônica e a importância da integração à Bacia do Pacífico para o Brasil 6; e (2) escassez de trabalhos desenvolvidos sobre essa região em relação ao que se faz sobre o Cone Sul, especialmente o MERCOSUL. Nesse sentido como diz Rosália Arteaga Serrano, secretária Geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônia (OTCA): (...) não é possível que se construa a Comunidade SulAmericana de Nações deixando de lado 40% de seu território, que é a quanto monta o espaço no qual a OTCA tem seu mandato. Talvez por não a considerar parte destas iniciativas é que têm tido tão pouco sucesso os processos de integração sub-regional, regional ou continental; - pouco sucesso- é claro – não pode se atribuir somente a isto, mas tem que ver com assunto (SERRANO, 2006, p. 89) Essa polêmica ficou mais evidente com a crise que o Brasil teve com a Bolívia em maio de 2006, quando o Presidente boliviano Evo Morales decretou a nacionalização do gás de seu país, gerando muitas polêmicas sobre a atuação da diplomacia brasileira e sua prioridade na integração Sul-Americana. O argumento crítico mais usado era que o Brasil deveria ter uma postura menos ingênua e ideológica nas questões internacionais. Mesmo antes desse período algumas críticas já vinham sendo feitas em relação à diplomacia brasileira, como as do ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, dizendo que em sua avaliação o governo Lula estava atolado na área econômica, no sentido de não inovar nada e ser apenas um continuador ortodoxo do que existia, e tem sido um retrocesso em matéria de políticas sociais pela incapacidade de gestão dessas políticas e acrescenta que diante desse quadro, a política externa surgiu para o governo do PT como a oportunidade para marcar a diferença (LAFER, 2004). Em sua opinião também “a política externa vem sendo tratada como uma espécie de marco zero, estaríamos fazendo coisas nunca antes feitas. 6 Linha de estudo que o professor Dr. Enrique Amayo Zevallos desenvolve na pós em Relações Internacionais da UNESP-UNICAMP-PUC-Sp (programa San Tiago Dantas) no Núcleo de Pesquisa sobre o Pacífico e a Amazônia (NPPA), do qual faço parte. O site é www.unesp.br/santiagodantassp/. 5 Parece-me um desejo condizente com aquela declaração do presidente Lula tomando a eleição dele, em 2002, como ‘uma mudança com impacto para a humanidade’”. E conclui, O próprio ministro Celso Amorim, em mais de uma ocasião, disse que o governo Lula quer fazer história e isso o diferenciaria do governo anterior. Enfim, está claro que estamos diante de uma típica retórica de movimento, que é parte do estilo diplomático. A rigor, portanto, não há novidades, há estridências (LAFER, 2004). Em virtude da crise com a Bolívia, o atual Ministro Celso Amorim em Audiência Pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal em nove de maio de 2006 fez um balanço da atual política internacional brasileira tentando estabelecer continuidades e diferenças entre os períodos de FHC (1994-2002) e Lula (2003-2006). Primeiramente argumentou que freqüentemente lê críticas à política externa que vem sendo praticada pelo Presidente Lula e que, na realidade, em muitos aspectos, é um aprofundamento de outras políticas que foram seguidas antes e que se inspiram no preceito constitucional da integração latinoamericana. Acrescentou que muitas vezes há um debate entre o que seria ideológico e o que seria pragmático. E em suas palavras: Aliás a palavra “ideologia” tornou-se uma palavra muito desgastada porque ela recebeu uma conotação sempre pejorativa, quando na realidade, ideologia, como um conjunto de idéias, é algo que todos, naturalmente, temos que ter mesmo, de uma forma ou de outra, e, digamos, a própria integração latino-americana, não deixa de fazer parte de uma ideologia nacional, de um ideário nacional no sentido mais amplo (AMORIM, 2006). Porém, para mostrar que há também um aspecto pragmático na política externa de Lula, apresentou alguns dados, e advertiu que com alguns números muito breves, tentaria demonstrar como caminhou a integração sul-americana nos últimos anos. Em suas palavras: Eu não vou falar, por exemplo, das questões de investimento porque elas são mais difíceis de mensurar. Vou me referir ao comércio. Eu sei que é uma referência superficial, naturalmente incompleta, mas ela é importante. Então, vejamos 6 os dados do comércio com quatro países importantes. 7 (...) Em termos de exportações brasileiras, talvez o comércio que mais cresceu tenha sido com a Venezuela, proporcionalmente. O comércio com a Venezuela era da ordem de pouco menos de US$ 800 milhões, as nossas exportações apenas. Estou sempre me referindo às nossas exportações. Era de cerca de US$ 800 milhões em 2002, e chega em 2005 a US$ 2,2 bilhões. É um aumento absolutamente espetacular, Mas não foi só com a Venezuela. Houve com a Colômbia também. Isso demonstra a pluralidade ideológica do comércio, como, aliás, tem que ser. Com a Colômbia, nossas exportações eram de US$ 630 milhões e são hoje de US$ 1,4 bilhões, mais do que o dobro, portanto. Com o Peru, eram US$ 430 milhões e hoje são US$ 932 milhões. E Chile, eram US$ 1,4 bilhão, portanto, menos de US$ 1,5 bilhão, e hoje são US$ 3,6 bilhões. Isso é apenas para ilustrar (AMORIM, 2006). Acrescentou que o que interessa é que o conjunto da América Latina é hoje o principal mercado para as exportações brasileiras. Em virtude disso diz: Quer dizer, em um contexto em que nossas exportações crescem para o mundo inteiro e que batem recordes para os Estados Unidos e União Européia, a América Latina se tornou o nosso principal parceiro comercial. Então, acho que esse é um fato a destacar. Eu não quero defender que a integração tenha objetivos puramente comerciais, mas como muitos estão acostumados a ver as coisas por um ângulo mais mercantil, é muito comum sobretudo nos artigos de imprensa. Então, aqui há um exemplo mais do que claro de como a integração com a América Latina e com a América do Sul em particular, tem dado frutos espetaculares. (...) E a América do Sul, apenas a América do Sul, isto é, os países da Comunidade Andina, mais os do Mercosul e Chile equivalem, hoje, aos Estados Unidos da América, também em um contexto crescente. Então, nós não estamos falando de nada que seja puramente doutrinário ou sentimental, embora eu não veja nada de errado no doutrinário e no sentimental. Estamos falando de coisas que têm repercussões concretas, que geram empregos no Brasil (Ibid). E conclui argumentando que: (...) a integração na América do Sul e da América Latina, mais amplamente, é não apenas um projeto político, que é natural, importante, é uma obrigação constitucional, faz parte, portanto, daqueles princípios básicos do relacionamento internacional do Brasil, mas, além disso, ela está dando resultados concretos. Ela está sendo aprofundada. Nós não inventamos a integração da América do Sul, mas acho que nós 7 Acrescenta que “Haveria outros, a Argentina que, provavelmente, é mais importante do que qualquer outro desses no nosso relacionamento, mas, justamente, eu estou tomando outros que são menos tradicionais para demonstrar como a integração tem tido objetivos práticos, pragmáticos, e tem trazido resultados concretos para o Brasil” (AMORIM, 2006). 7 podemos dizer com, creio eu, justa vaidade, que aprofundamos a integração da América do Sul. Essa é uma das questões que eu queria ressaltar (Ibid.). Após essas argumentações do Ministro Amorim, veremos alguns dados das exportações brasileiras para o ano de 2005 tentando verificar a importância da América do Sul para o Brasil em sua estratégia de inserção internacional com produtos de maior valor agregado. Tabela 1- PRINCIPAIS MERCADOS DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS (2005) - US$ MILHÕES / VARIAÇÃO % Valor Value Δ% 2005/04 União Européia / European Union 26.493 9,7 ALADI / ALADI 8 25.428 29,1 - ALADI, exc. MERCOSUL / ALADI, exc. MERCOSUR - MERCOSUL / MERCOSUR 13.702 27,0 11.726 31,6 Estados Unidos / United States 22.741 11,8 Ásia / Ásia 18.552 27,4 África / África 5.977 40,8 Oriente Médio / Middle East 4.286 16,2 Europa Oriental / Eastern Europe 3.861 55,2 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005. Comércio Exterior (MDIC) 8 A ALADI é o maior grupo latino-americano, cuja meta é a integração, formado por doze países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, representando, em conjunto, 20 milhões de quilômetros quadrados e mais de 493 milhões de habitantes. O Tratado de Montevidéu 1980 (TM80), âmbito jurídico global, constitutivo e regulador da ALADI, foi assinado em 12 de agosto de 1980, estabelecendo os seguintes princípios gerais: pluralismo em matéria política e econômica, convergência progressiva de ações parciais para a criação de um mercado comum latinoamericano, flexibilidade, tratamentos diferenciais com base no nível de desenvolvimento dos países-membros e multiplicidade nas formas de concertação de instrumentos comerciais. Disponível em: www.aladi.org/. 8 Gráfico 1 - PRINCIPAIS MERCADOS DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES MAJOR MARKETS FOR BRAZILIAN EXPORTS 2005 – PARTICIPAÇÃO % / % SHARE União Européia / European Union 22,4 21,5 ALADI/ALADI - Aladi, exc. Mercosul / Aladi, exc. Mercosur 11,6 9,9 - Mercosul / Mercosur Estados Unidos / United States 19,2 15,7 Ásia / Asia 5,1 África / Africa Oriente Médio / Middle East Europa Oriental / Eastern Europe 3,6 3,3 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005. Comércio Exterior (MDIC) Realmente podemos perceber como a América Latina já representa um bloco econômico para as exportações do Brasil superior aos EUA. Também em acordo com nossa pesquisa é importante olharmos para a estrutura de nossa pauta exportadora para verificar se estamos exportando produtos de alto valor agregado para os diversos blocos econômicos e quais parecem mais estratégicos para o Brasil: 9 Gráfico 2 - PARTICIPAÇÃO % DAS EXPORTAÇÕES POR BLOCO ECONÔMICO EXPORTS SHARE % BY ECONOMIC BLOCKS 2005 25 MANUFACTURED SEMIMANUFACTURED 20 BASICS 40 15 23 12 72 24 10 86 92 5 3 22 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005. 15 38 14 48 MIDDLE EAST 4 AFRICA 10 MERCOSUR EUROPEAN UNION 0 UNITED STATES 9 59 63 Comércio 14 21 65 EASTERN EUROPE 53 ALADI, exc. MERCOSUR 19 Exterior 11 30 OTHERS 48 ASIA 5 (MDIC) No segundo gráfico é possível identificar que a União Européia é o bloco que o Brasil mais exporta, ultrapassando 20 por cento do total, porém com sua maior parte sendo concentrada em produtos básicos, correspondendo 48 por cento do total enviado para essa região. Pudemos observar também que as exportações de manufaturados para os EUA representam 72 por cento do total que vai para aquele país, mas ainda inferior aos 86 da ALADI e 92 do MERCOSUL. Essa analise nos permite dizer que os produtos de alto valor agregado das exportações brasileiras estão em sua maioria relativa na América do Sul, demonstrando sua importância e significado estratégico. Mas esse debate precisa ser aprofundado, principalmente analisando se o aumento das exportações brasileiras para a América do Sul está ocorrendo em detrimento de uma estratégia mundial de inserção internacional. Ou seja, o aumento da importância do mercado regional está implicando em menor participação no comércio internacional para o Brasil? 10 Diminuição relativa da participação brasileira no comércio internacional: erro de prioridades? Primeiramente apresentaremos um panorama geral das exportações mundiais e depois especificamente sobre o Brasil: Tabela 2: Evolução do Comércio Exterior por Regiões e Países selecionados (1948 – 2005) World merchandise exports by region and selected economy, 1948, 1953, 1963, 1973, 1983, 1993, 2003 and 2005 (Billion dollars and percentage) 1948 1953 1963 1973 1983 1993 2003 2005 1838 3675 7369 10159 Value World 58 84 157 579 Share World 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 North America United States Canada Mexico 27,1 21,7 5,5 0,9 24,1 18,8 5,2 0,7 19,2 14,9 4,3 0,6 16,9 12,3 4,6 0,4 16,8 11,2 4,2 1,4 18,0 12,6 4,0 1,4 15,8 9,8 3,7 2,2 14,5 8,9 3,5 2,1 South and Central America Brazil Argentina 12,2 2,0 2,8 10,4 1,8 1,3 7,0 0,9 0,9 4,7 1,1 0,6 4,4 1,2 0,4 3,0 1,0 0,4 3,0 1,0 0,4 3,5 1,2 0,4 Europe Germany a France United Kingdom Italy Commonwealth of Independent States (CIS) b 31,4 1,4 3,4 11,3 1,8 34,8 5,3 4,8 9,0 1,8 41,4 9,3 5,2 7,8 3,2 45,3 11,6 6,3 5,1 3,8 43,5 9,2 5,2 5,0 4,0 45,4 10,3 6,0 4,9 4,6 46,0 10,2 5,3 4,1 4,1 43,0 9,5 4,5 3,8 3,6 - - - - - 1,5 2,6 3,3 Africa South Africa c 7,3 2,0 6,5 1,6 5,7 1,5 4,8 1,0 4,5 1,0 2,5 0,7 2,4 0,5 2,9 0,5 Middle East 2,0 2,7 3,2 4,1 6,8 3,5 4,1 5,3 Asia China Japan India Australia and New Zealand Six East Asian traders 14,0 0,9 0,4 2,2 3,7 3,4 13,4 1,2 1,5 1,3 3,2 3,0 12,4 1,3 3,5 1,0 2,4 2,4 14,9 1,0 6,4 0,5 2,1 3,4 19,1 1,2 8,0 0,5 1,4 5,8 26,1 2,5 9,9 0,6 1,5 9,7 26,1 5,9 6,4 0,8 1,2 9,6 27,4 7,5 5,9 0,9 1,3 9,7 Memorandum item: EU d USSR, former GATT/WTO Members e 2,2 60,4 3,5 68,7 27,5 4,6 72,8 38,6 3,7 81,8 30,4 5,0 76,5 36,1 89,5 42,4 94,3 39,4 94,4 a Figures refer to the Fed. Rep. of Germany from 1948 through 1983. b Figures are significantly affected by changes in the country composition of the region and major adjustment in trade conversion factors between 1983 and 1993. c Beginning with 1998, figures refer to South Africa only and no longer to the Southern African Customs Union. d Figures refer to the EEC(6) in 1963, EC(9) in 1973, EC(10) in 1983, EU(12) in 1993, EU(15) in 2003 and EU(25) in 2005. e Membership as of the year stated. Note: Between 1973 and 1983 and between 1993 and 2003 export and import shares were significantly influenced by oil price developments. Fonte: World Trade Organization (WTO, 2006). Disponível em: www.wto.org. 11 Destacaremos dessa tabela que os EUA veio perdendo espaço no comércio internacional, indo de 21,7% do total mundial de exportações em 1948 até 8,9 % em 2005. Essa tendência mostra uma realidade muito mais multilateral no comércio internacional. Outra informação que merece destaque é perda relativa da posição dos países da América Central e do Sul no comércio internacional indo de 12,8% do total em 1948 a apenas 3,5 em 2005. Sobre o Brasil são muito comuns críticas quanto à diminuição da participação relativa do Brasil no comércio mundial nos últimos 50 anos. Por exemplo, quando encontramos notícias que informam: “Mesmo com mais de 7.000 produtos na pauta de exportações e comércio bilateral com 212 nações, províncias e territórios, a participação brasileira no comércio mundial caiu de 2% para 1% em cinco décadas 9”. Essa perda relativa realmente representa um obstáculo para o ritmo de nosso desenvolvimento. Porém estão em sintonia com as previsões da análise da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em seus mais de 50 anos de pensamento econômico e social sobre a inserção internacional dos países Latino-Americanos no cenário internacional. Em especial, em relação aos seguintes diagnósticos: (1) produtos agrícolas perdem poder de compra em relação a produtos industrializados; (2) o setor primário absorve menos mão de obra que setores industriais gerando menores progressos sociais e; (3) que as exportações são importantes desde que soubéssemos tirar proveito dos setores mais dinâmicos para o desenvolvimento econômico-social (BIELSCHOWSKY, R., 2000). Em relação a suas propostas também é importante a idéia de modificação de nossa pauta importadora, dependendo menos de produtos sem grande sofisticação tecnológica. Nesse sentido é possível que a prioridade na integração Sul-Americana ajude o Brasil a participar de setores mais industrializados no comércio exterior gerando um impacto social mais desejado. Porém, podendo representar uma integração com países economicamente menos dinâmicos. 9 Essa notícia está disponível em: Mercado externo, 03/01/2006, In: _____ Agência Sebrae de Notícias www.sebraego.com.br. 12 É interessante fazermos algumas ponderações, recuperando algumas críticas substantivas ao modelo de pensamento cepalino, em especial o texto clássico de Francisco de Oliveira “Crítica da razão dualista” (1972). Nesse artigo o autor menciona a carência de uma análise social mais aprofundada por parte da CEPAL que não se atentava à realidade que o subdesenvolvimento não era fruto de áreas atrasadas que não se modernizavam e sim que o desenvolvimento de uma pequena classe dominante dependia dessa desigualdade interna nacional que persiste até os dias atuais. Novamente os conceitos de desenvolvimento econômico e social padecem do economicismo que se preocupa demasiadamente com os dados macroeconômicos não estabelecendo as relações com problemas socais internos muito graves, que se ampliaram muito com o período de maior crescimento da economia brasileira, o chamado “milagre econômico” onde o país cresceu quase uma média de 10 % ao ano entre 1968 e 1973. 10 Mesmo com essas importantes ponderações passaremos a alguns dados atualizados da participação brasileira no comércio internacional: Gráfico 3- EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES / EXPORTS EVOLUTION 1996 / 2005 US$ MILHÕES / US$ MILLIONS 118.309 96.475 73.084 60.362 55.086 58.223 52.994 51.140 48.011 47.747 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005. 2003 Comércio 2004 Exterior 2005 (MDIC) 10 A necessidade de aprofundarmos esse tema nos parece imprescindível, ainda que não seja o objetivo central desse artigo. 13 Gráfico 4 - PARTICIPAÇÃO % DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS BRAZILIAN EXPORTS SHARE % IN WORLD EXPORTS 1995 / 2005 1,13 1,06 0,95 0,90 0,89 0,94 0,93 0,84 0,97 0,93 0,85 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005* Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Secretaria de Comércio Exterior, Balança Comercial, 2005. Comércio Exterior (MDIC) Tanto em termos absolutos como em relativos a participação brasileira no comércio mundial aumentou, demonstrando que é um exagero responsabilizar a prioridade na integração Sul-Americana de nossa política externa no período dos últimos dois presidentes como obstáculo para uma maior competitividade internacional. Porém ainda influenciado pela lógica cepalina é importante analisarmos não só a participação no comércio internacional, mas também que tipos de produtos e com que valores agregados estamos vendendo para o exterior nossas mercadorias. 11 Ainda que seja necessária uma pesquisa mais profunda, analisaremos um indicador importante sobre a competitividade dos países nos últimos anos, sendo ela a porcentagem de produtos de alta tecnologia que estamos exportando. Ressaltamos que é apenas um indicador que devemos somar a outros visando se aproximar de uma análise mais adequada sobre as possibilidades de inserção internacional dos países selecionados. 12 11 Um detalhamento sobre os produtos exportados e importados brasileiros encontra-se em nosso anexo 1. 12 Sobre a questão da competitividade e sua relação com o desenvolvimento, ver: RADAELLI, V. “Bases domésticas e oportunidades internacionais: o debate sobre a internacionalização da P&D” (2006) e BARRETTO (...). 14 Tabela 3 – Exportações de alta tecnologia como % das exportações de manufaturas Países selecionados Countries 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Argentina 9 9 7 9 8 .. Bolivia 40 14 7 8 9 .. Brazil 19 19 17 12 12 .. Chile 3 3 4 3 5 .. China 19 21 23 27 30 .. Colombia 8 7 7 7 6 .. Ecuador 6 5 7 6 7 .. Germany 18 18 17 16 17 .. Guyana 2 2 7 1 0 .. India 5 5 5 5 5 .. Latin America & Caribbean 16 15 15 14 13 .. Mexico 22 22 21 21 21 .. Paraguay 3 4 3 6 7 .. Peru 4 3 2 2 2 .. South Africa 7 6 5 5 6 .. Suriname 0 0 .. .. .. .. United States 35 34 33 33 32 .. Uruguay 2 2 3 2 2 .. Venezuela, RB 3 3 3 4 3 .. World 23 22 21 21 20 .. Source: World Development Indicators database Fonte: Elaboração própria baseada em World Bank, 2006, Disponível em: http://devdata.worldbank.org/data-query/ Nessa tabela podemos observar que as exportações de alta tecnologia como percentagem das exportações de manufaturas do Brasil vem perdendo participação relativa no total, indo de 19% em 2000 até 12% em 2004, com decréscimo ainda mais acentuado que o da região Latino-Americana e Caribe que foi de 16% em 2000 para 13% em 2004. Podemos perceber também que os EUA também vêm perdendo espaço nas exportações de alta tecnologia indo de 35% em 2000 para 32% em 2004. Esse dado é preocupante, demonstrando que nossa inserção internacional está tendendo para um modelo presente nos últimos cinco séculos, com produtos agrícolas e de baixo valor agregado. Essas reflexões se somam a outras e exigem que teçamos algumas críticas pertinentes sobre a possibilidade de integração Sul-Americana e a fragilidade do Brasil no papel de liderança desse processo como podemos ver no interessante artigo de Sean Burges (2005). Resumidamente esse autor argumenta que o Brasil não está disposto a absorver os custos necessários da integração regional e ainda que é o país 15 que mais está se beneficiando desse processo não dando devida importância a políticas econômicas que beneficiem suficientemente nossos parceiros SulAmericanos (BURGES, 2005). Além disso, também aponta as fragilidades de um processo muito concentrado na lógica mercantil entre os países e as poucas iniciativas de produção em cadeia com empresas transnacionais que poderiam competir em nível mundial beneficiando os países da região no seu conjunto para uma melhor inserção internacional. (BURGES, 2005, p. 445). Sobre os investimentos externos brasileiros na região argumenta que ainda são muito pequenos e concentrados em recursos naturais e energéticos, além da dificuldade de integração física da América do Sul em virtude de sua frágil infra-estrutura (BURGES, 2005, p. 446-450). A viagem do presidente Bush dos EUA ao Brasil em 9 de março de 2007 também ampliou o foco de controversas sobre o papel da política externa brasileira na América do Sul. Um acordo bilateral com os EUA sobre o etanol criou um grande desconforto diplomático com os vizinhos que questionam o porque dessa postura do Brasil que aparentemente é contrária a um aprofundamento de suas relações com nossos vizinhos regionais. 13 Além disso também debatemos os riscos ligados à expansão do comércio exterior baseada em commodities, que foi profundamente criticada pelo pensamento da CEPAL há mais de 50 anos. 13 Sobre os acordos bilaterais do EUA com a região Andina temos o interessante trabalho de ARASHIRO, Zuleika. Preferências Comerciais Unilaterais: Cooperação ou Coerção? O caso de Preferências comerciais para os Andes. Dissertação de mestrado apresentada na Escola de Administração da FGV, 2004. 16 Conclusões A prioridade para integração Sul-Americana nas políticas de Fernando Henrique Cardoso e Lula apresentam mais continuidades que rupturas. Porém o período mais recente mostrou melhores resultados econômicos em nossas exportações para essa região, podendo talvez se atribuir isso a uma maior prioridade para integração regional desse último presidente. 14 Mais importante que o aumento na quantidade de nossas exportações é a diversidade de parceiros comerciais e o crescimento de exportações de manufaturados para a região Sul-Americana. Isso estaria condizente com as propostas iniciais da CEPAL desde sua origem nos anos 1950 de uma inserção internacional dos países Latino-Americanos com produtos de maior valor agregado, pois esses trariam mais empregos, desenvolvimento econômico e social. 15 Nesse cenário de mundialização que abre possibilidades mas também coloca novos obstáculos para a inserção internacional, nos pareceu importante o papel que a região Amazônica poderá representar para o Brasil, em virtude de sua biodiversidade e outros recursos que quando trabalhados junto à tecnologia, levando em consideração o conceito de desenvolvimento sustentável, poderão contribuir para uma inserção internacional com produtos altamente estratégicos no mundo. Além do mais, a integração da Bacia Amazônica ao Pacífico garantiria acesso à região mais dinâmica da economia atual, respeitando os interesses dos demais países Amazônicos. Foi constatado também que a diminuição relativa da participação do Brasil no comércio atual não se deve exclusivamente aos últimos dois presidentes já que faz parte de um processo mais longo que teve início nos anos 1960. Por essa razão ainda seria muito precipitado apontar a prioridade para a integração Sul-Americana como responsável por esse decréscimo. 14 Essa hipótese será trabalhada em maior profundidade durante os próximos anos da pesquisa do doutorado em sociologia, dando maior atenção aos indicadores sociais do Brasil e dos outros países amazônicos. 15 Ressaltamos novamente a necessidade de um debate mais aprofundado do conceito de desenvolvimento econômico e social, levando em consideração a distribuição da riqueza, a sustentabilidade do meio ambiente e o aperfeiçoamento da democracia. Alem disso é impossível não estabelecer uma análise levando em consideração a atual lógica do mercado financeiro global e o papel estratégico do Investimento Externo Direto (IED) para as Relações Internacionais (CHESNAIS, 1996). Esse debate estará presente no curso dessa pesquisa para o doutoramento em sociologia nos próximos 3 anos. 17 Porém, poderíamos apontar uma série de problemas de políticas internas dos últimos dois presidentes como responsáveis pela perda de competitividade internacional, indo desde a falta de uma política industrial eficiente até a estrutura corrupta do Estado. Outro debate pertinente foi a polêmica se o Brasil teria condições de assumir os custos da integração regional. Realmente essa é um questão delicada para o governo brasileiro, ainda mais com a aproximação do governo dos EUA oferecendo acordos bilaterais com os governos Sul-Americanos, inclusive o controverso acordo com o Brasil sobre o etanol. Novamente o Brasil corre o risco de ficar demasiadamente dependente de produtos agrícolas para as exportações, e algo pior que isso, gerar um imenso desconforto com os vizinhos em virtude desse acordo bilateral com os EUA. É importante ressaltar que a agroexportação é muito importante para a balança comercial brasileira, porém sabemos que esse tipo de inserção não contribuirá o suficiente para o Brasil se inserir em setores com maior tecnologia, elevado valor agregado e com dinamismo na economia internacional. A prioridade para a integração Sul-Americana da política externa brasileira pode ter alguma influencia em nosso menor crescimento econômico, porém está longe de ser o fator principal, inclusive por hoje ser essa a região receptora de nossos produtos com maior valor agregado. Além disso, a questão que mais deixa a economia brasileira vulnerável é sua excessiva dependência do Investimento Externo. A inserção não subordinada brasileira depende mais de políticas internas de combate a corrupção, a violência, uma política industrial mais eficiente, um melhor funcionamento do Estado nacional, com suas diversas reformas que de uma política externa menos ideológica. 18 Bibliografia AMAYO Z., Enrique. “Amazonia, MERCOSUR y las posibilidades de integración”. In: _____ OLIVA, C. & AYERBE, L. F. (orgs.) Los Estados Unidos, América Latina y el Caribe: los otros senderos Del ALCA, UNESP, São Paulo: Cultura Acadêmica Editora, 2006. ______ "Da Amazônia ao Pacífico cruzando os Andes - Interesses envolvidos na construção de uma estrada, especialmente dos EUA e Japão". In: _____ Estudos Avançados. Revista do Instituto de Estudos Avançados Universidade de São Paulo, n. 17, janeiro-abril 1993. AMORIM, Celso. Audiência Pública da Comissão de relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal. Brasília, 9 de maio de 2006. ARASHIRO, Zuleika. Preferências Comerciais Unilaterais: Cooperação ou Coerção? O caso de Preferências comerciais para os Andes. Dissertação de mestrado apresentada na Escola de Administração da FGV, 2004. BATISTA Jr., Paulo Nogueira. O Brasil e a economia internacional: recuperação e defesa da autonomia nacional: Elsevier, 2005. BIELSCHOWSKY, Ricardo. Cinqüenta anos de pensamento na CEPAL. Editora Record, 2000, (2 Volumes). BURGUES, Sean W. “Bounded by the Reality of Trade: practical Limits to a South American Region”. In: _____ Cambridge Review of International Affairs, Volume 18, n. 3, out. 2005. CHESNAIS, François. A mundialização do capital. Ed. Xamã, 1996. LAFER, Celso. Entrevista para a revista PRIMEIRA LEITURA — 33, novembro 2004. GONÇALVES, Reinaldo. Brasil, integração regional e cooperação internacional: novas políticas e diretrizes para escapar da inserção subordinada. In: ______ Cadernos Adenauer 2: O Brasil no cenário internacional– São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000. GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. “ALCA e o fim do MERCOSUL”. In: _____ Seminário ALCA: riscos e oportunidades para o Brasil. São Paulo, IPRI, 1998. KEOHANE, Robert & NYE, Joseph. Power and Interdependence. New York, longman, 2001. NOVA YORK - Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 59ª Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2004. OLIVEIRA, Francisco de. “Crítica da Razão dualista” In: ______ Novos Estudos CEBRAP, n.2, 1972. RADAELLI, V. “Bases domésticas e oportunidades internacionais: o debate sobre a internacionalização da P&D” In: _____ A inovação na indústria farmacêutica: forças centrípetas e forças centrifugas no processo de internacionalização, dissertação de mestrado apresentada no instituto de Geociências, UNICAMP, 2006. 19 SATO, Eiiti. Inserção internacional do Brasil: potenciais e limitações. In: ______ Cadernos Adenauer 2: O Brasil no cenário internacional– São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000. SERRANO, Rosália Arteaga. “A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): um desafio permanente”. In: _____ DEP: Diplomacia, Estratégia e Política, n.4, Brasília, 2006. VITAGLIANO, Luis Fernando. A CEPAL no fim do milênio: a resposta aos programas de ajuste neoliberais. Dissertação apresentada para o programa de pósgraduação em Política da Unicamp, 2004. VIZENTINI, Paulo Fagundes. O Brasil e as noções de soberania e não-intervenção. In: ______ Cadernos Adenauer n. 5: Segurança e soberania– São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, dezembro de 2001. Resumen: Actualmente la mundialización dificulta la inserción económica de países periféricos en el escenario mundial. Ante ese contexto, la regionalización del comercio ganó gran importancia. La política externa brasileña priorizó la integración Sudamericana como una respuesta a los desafíos de la mundialización en los períodos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) y Lula (2003-2006). El objetivo principal de este artículo es verificar lo que existe en común y las diferencias en las relaciones del Brasil con los países Sudamericanos durante los mandatos de los últimos dos presidentes brasileños. La hipótesis del trabajo es que la regionalización del comercio implica impactos positivos en la pauta de exportaciones brasileñas, con productos de mayor valor agregado, contribuyendo a la inserción internacional no subordinada del Brasil en un contexto de mundialización. Abstract: The mondialization has currently made the economic insertion difficult for peripheral countries under the world setting. In this context, the trade regionalization has become an issue of great importance and the integration of South America’s countries had been one of the first priorities of the brazilian foreign politics as a response for the mondialization challenges in Fenando Henrique Cardoso’s (1995-2002) and Lula’s (2003-2006) governments. The main purpose of this paper is to verify all similarities and differences between brazilian and south America’s countries relationship during the last two leaders terms. The hypothesis of this work is that the trade regionalization has been generating positive impacts under brazilian exports agenda due to products with increased aggregated value, contributing to a non-subordinated Brazil’s economic international insertion under a mondialization context. 20 Anexo 1: Comércio de Mercadorias por produtos, regiões e principais parceiros, 20042005 -Brasil Table A17 Merchandise trade by product, region and major trading partner, 2004-05 - Brazil (Billion dollars) North America Agricultural products Food Fish Other food products Raw materials Fuels and mining products Ores and other minerals Fuels Non-ferrous metals Manufactures Iron and steel Chemicals Pharmaceuticals Other chemicals Other semi-manufactures Machinery and transport equipment Office and telecom equipment EDP and office equipment Telecommunications equipment Integrated circuits Transport equipment Automotive products Other transport equipment Other machinery Power generating machinery Non-electrical machinery Electrical machinery Textiles Clothing Other manufactures Personal and household goods Scientific and controlling instruments Miscellaneous manufactures Total merchandise a South & Central America Europe CIS Africa Middle East Asia exp imp exp imp exp imp exp imp exp imp exp imp 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 3,23 3,55 2,25 2,32 0,17 0,14 2,08 2,18 0,98 1,23 0,59 0,57 0,17 0,18 0,00 0,00 0,17 0,18 0,42 0,39 1,68 1,83 1,40 1,52 0,01 0,02 1,39 1,50 0,27 0,31 2,50 2,53 2,28 2,33 0,14 0,15 2,14 2,17 0,23 0,20 12,60 13,38 11,19 11,68 0,21 0,22 10,98 11,46 1,41 1,70 0,75 0,88 0,58 0,72 0,12 0,15 0,47 0,57 0,17 0,16 1,81 3,04 1,80 3,02 0,00 0,00 1,80 3,02 0,01 0,02 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 2,05 2,61 2,01 2,59 0,00 0,00 2,01 2,58 0,04 0,03 0,04 0,04 0,03 0,03 0,00 0,00 0,02 0,03 0,01 0,01 2,58 2,92 2,57 2,91 0,00 0,00 2,57 2,91 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 6,91 7,71 5,73 6,38 0,03 0,03 5,70 6,36 1,18 1,33 0,53 0,64 0,21 0,25 0,01 0,01 0,21 0,24 0,32 0,40 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2,68 2,91 0,49 0,67 1,36 1,31 0,82 0,93 0,98 1,54 0,16 0,14 0,69 1,26 0,13 0,15 2,35 4,41 0,48 0,65 1,59 3,42 0,28 0,34 3,96 4,45 0,76 0,87 2,45 2,59 0,75 0,99 3,59 4,75 2,30 3,17 0,59 0,87 0,70 0,71 0,77 0,93 0,07 0,06 0,41 0,54 0,29 0,32 0,02 0,04 0,02 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,20 0,16 0,03 0,03 0,09 0,08 0,08 0,05 0,41 0,91 0,24 0,45 0,14 0,42 0,03 0,05 5,84 6,28 0,09 0,10 5,69 6,11 0,06 0,07 0,39 0,43 0,20 0,36 0,14 0,01 0,06 0,06 1,85 2,08 0,05 0,04 1,80 2,04 0,00 0,00 3,62 5,50 2,49 3,88 0,60 1,07 0,53 0,55 1,25 1,87 0,02 0,03 1,14 1,75 0,09 0,09 2004 19,11 12,06 2005 21,79 13,29 2004 2,91 0,11 2005 3,52 0,16 2004 1,11 4,40 2005 1,46 4,57 2004 0,08 0,56 2005 0,13 0,70 2004 1,03 3,84 2005 1,33 3,87 2004 2,96 0,80 2005 3,18 0,89 2004 9,57 5,61 2005 11,10 6,40 2004 0,73 1,60 2005 1,11 1,67 2004 0,10 0,61 2005 0,12 0,67 2004 0,55 0,48 2005 0,94 0,53 2004 0,08 0,51 2005 0,06 0,48 2004 6,45 1,07 2005 6,87 1,37 2004 3,05 0,47 2005 3,60 0,56 2004 3,39 0,60 2005 3,27 0,81 2004 2,40 2,94 2005 3,13 3,36 2004 0,26 0,92 2005 0,56 1,09 2004 1,78 1,36 2005 2,21 1,67 2004 0,36 0,66 2005 0,36 0,60 2004 0,43 0,13 2005 0,44 0,12 2004 0,15 0,01 2005 0,14 0,01 2004 1,98 1,01 2005 1,96 1,14 2004 1,59 0,05 2005 1,53 0,05 2004 0,12 0,60 2005 0,13 0,67 2004 0,27 0,35 2005 0,30 0,42 14,68 19,80 1,25 1,65 2,52 3,16 0,22 0,27 2,30 2,89 1,90 2,24 7,46 10,96 0,84 2,00 0,18 0,27 0,64 1,70 0,03 0,04 3,90 5,78 3,61 5,23 0,29 0,55 2,72 3,18 0,11 0,20 1,99 2,20 0,62 0,79 0,58 0,68 0,09 0,10 0,87 1,01 0,42 0,49 0,11 0,13 0,35 0,39 3,85 4,91 0,10 0,19 1,62 1,91 0,11 0,10 1,51 1,81 0,43 0,51 1,34 1,86 0,10 0,11 0,01 0,01 0,02 0,02 0,07 0,08 1,02 1,46 0,94 1,37 0,08 0,09 0,22 0,28 0,01 0,02 0,17 0,20 0,05 0,06 0,15 0,17 0,01 0,02 0,20 0,25 0,01 0,01 0,05 0,05 0,14 0,19 9,81 15,93 10,53 17,89 0,97 0,37 1,27 0,54 1,09 5,05 1,34 5,31 0,06 1,26 0,09 1,37 1,02 3,79 1,25 3,94 1,80 1,35 1,81 1,55 4,75 7,77 4,80 8,95 0,33 1,03 0,43 1,06 0,03 0,16 0,06 0,19 0,22 0,60 0,32 0,50 0,08 0,27 0,05 0,36 3,06 2,26 2,69 2,70 0,84 1,39 1,62 1,79 2,21 0,87 1,06 0,91 1,36 4,49 1,69 5,19 0,19 0,36 0,35 0,26 0,96 3,15 1,08 3,91 0,21 0,98 0,26 1,02 0,17 0,17 0,14 0,19 0,09 0,03 0,09 0,03 0,93 1,19 1,07 1,31 0,71 0,09 0,81 0,10 0,06 0,63 0,09 0,70 0,15 0,46 0,16 0,52 0,16 0,24 0,01 0,03 0,04 0,04 0,00 0,00 0,04 0,04 0,02 0,03 0,08 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,08 0,03 0,08 0,02 0,00 0,03 0,04 0,00 0,00 0,02 0,03 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 1,21 1,03 0,05 0,07 1,14 0,94 0,00 0,00 1,14 0,94 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,77 2,44 0,24 0,35 0,23 0,29 0,01 0,01 0,22 0,28 0,25 0,33 0,96 1,34 0,06 0,04 0,02 0,02 0,04 0,03 0,00 0,00 0,60 0,88 0,54 0,79 0,06 0,08 0,31 0,42 0,03 0,04 0,23 0,31 0,05 0,06 0,01 0,01 0,01 0,01 0,08 0,11 0,04 0,05 0,01 0,01 0,03 0,04 0,51 0,55 0,04 0,09 0,39 0,37 0,00 0,00 0,38 0,37 0,04 0,03 0,03 0,05 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58 0,92 0,05 0,06 0,07 0,10 0,00 0,00 0,07 0,09 0,10 0,15 0,29 0,53 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,18 0,36 0,17 0,28 0,01 0,07 0,11 0,16 0,01 0,02 0,08 0,12 0,02 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,06 0,07 0,04 0,05 0,01 0,01 0,01 0,01 0,53 0,52 0,00 0,00 0,43 0,38 0,01 0,01 0,42 0,37 0,02 0,02 0,06 0,09 0,03 0,03 0,01 0,01 0,02 0,02 0,00 0,00 0,01 0,03 0,00 0,00 0,01 0,03 0,03 0,03 0,00 0,00 0,01 0,02 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 4,46 11,82 5,85 16,24 1,66 0,10 2,20 0,19 0,69 1,40 0,91 1,76 0,01 0,24 0,01 0,29 0,68 1,15 0,90 1,47 0,86 0,58 0,95 0,80 1,08 7,84 1,60 10,88 0,05 4,38 0,11 6,23 0,01 0,86 0,01 1,25 0,02 1,54 0,08 2,49 0,03 1,99 0,03 2,49 0,57 0,99 0,82 1,24 0,44 0,60 0,37 0,77 0,14 0,39 0,45 0,47 0,45 2,47 0,67 3,41 0,04 0,11 0,07 0,17 0,31 1,07 0,51 1,51 0,09 1,29 0,09 1,72 0,05 0,62 0,05 0,73 0,01 0,17 0,01 0,27 0,11 1,12 0,13 1,62 0,05 0,13 0,06 0,23 0,03 0,50 0,03 0,77 0,03 0,49 0,04 0,63 2004 25,46 13,63 2005 28,72 15,41 18,73 10,32 26,05 11,89 26,04 17,45 28,71 19,70 1,99 3,33 1,42 1,21 4,23 5,97 6,39 6,87 3,56 4,28 2,39 2,61 14,99 13,60 19,07 18,75 21 exp imp Table A17 (continued) Merchandise trade by product, region and major trading partner, 2004-05 - Brazil (Billion dollars) EU (25) Agricultural products Food Fish Other food products Raw materials Fuels and mining products Ores and other minerals Fuels Non-ferrous metals Manufactures Iron and steel Chemicals Pharmaceuticals Other chemicals Other semi-manufactures Machinery and transport equipment Office and telecom equipment EDP and office equipment Telecommunications equipment Integrated circuits Transport equipment Automotive products Other transport equipment Other machinery Power generating machinery Non-electrical machinery Electrical machinery Textiles Clothing Other manufactures Personal and household goods Scientific and controlling instruments Miscellaneous manufactures Total merchandise a United States Argentina China Japan Chile World b exp imp exp imp exp imp exp imp exp imp exp imp exp imp 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 11,61 12,32 10,29 10,76 0,21 0,22 10,08 10,54 1,32 1,56 0,60 0,71 0,45 0,55 0,02 0,03 0,43 0,53 0,15 0,15 2,74 3,09 1,80 1,92 0,17 0,14 1,63 1,78 0,93 1,17 0,53 0,49 0,14 0,13 0,00 0,00 0,14 0,13 0,39 0,36 0,37 0,41 0,26 0,29 0,01 0,01 0,25 0,28 0,11 0,12 1,70 1,71 1,61 1,61 0,05 0,07 1,55 1,55 0,09 0,09 2,73 2,82 2,30 2,28 0,00 0,00 2,30 2,28 0,43 0,54 0,04 0,08 0,03 0,07 0,00 0,00 0,03 0,07 0,01 0,01 1,26 1,55 1,02 1,29 0,01 0,01 1,00 1,28 0,24 0,27 0,02 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,31 0,27 0,29 0,25 0,00 0,00 0,29 0,25 0,02 0,02 0,18 0,22 0,14 0,16 0,05 0,06 0,09 0,10 0,05 0,06 30,85 35,04 26,94 30,42 0,43 0,40 26,52 30,02 3,91 4,62 4,45 4,70 3,29 3,51 0,27 0,31 3,02 3,20 1,16 1,18 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 3,13 4,15 1,93 2,70 0,59 0,87 0,61 0,58 0,68 0,78 0,07 0,06 0,33 0,41 0,28 0,31 2,41 2,48 0,27 0,37 1,35 1,30 0,79 0,81 0,75 1,25 0,07 0,07 0,57 1,08 0,11 0,10 0,49 0,76 0,31 0,44 0,07 0,19 0,11 0,13 1,29 1,20 0,07 0,06 1,17 1,08 0,05 0,07 1,51 2,58 1,27 2,00 0,22 0,56 0,02 0,03 0,45 0,27 0,01 0,02 0,41 0,22 0,03 0,03 1,03 1,36 0,56 0,89 0,00 0,00 0,47 0,48 0,12 0,15 0,00 0,00 0,10 0,14 0,01 0,01 0,36 0,56 0,00 0,01 0,33 0,51 0,02 0,04 0,98 1,17 0,54 0,60 0,00 0,01 0,44 0,57 13,06 18,96 6,22 9,21 4,42 7,10 2,42 2,64 14,85 17,31 1,19 1,27 12,26 14,37 1,39 1,68 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 9,39 14,57 9,99 16,49 0,95 0,35 1,22 0,53 1,01 4,53 1,26 4,67 0,06 1,02 0,08 1,07 0,95 3,51 1,18 3,60 1,73 1,26 1,74 1,46 4,55 7,14 4,51 8,41 0,28 1,00 0,39 1,04 0,03 0,15 0,05 0,19 0,22 0,58 0,31 0,49 0,04 0,26 0,03 0,36 3,01 2,14 2,60 2,58 0,80 1,33 1,58 1,73 2,21 0,81 1,02 0,85 1,26 4,01 1,52 4,80 0,18 0,26 0,32 0,24 0,88 2,82 0,95 3,59 0,20 0,92 0,24 0,97 0,16 0,16 0,13 0,18 0,09 0,02 0,09 0,03 0,89 1,11 1,04 1,21 0,70 0,09 0,80 0,09 0,06 0,59 0,08 0,65 0,14 0,43 0,15 0,47 14,73 10,65 16,68 11,63 2,28 0,10 2,80 0,14 0,90 3,79 1,20 3,91 0,03 0,46 0,07 0,60 0,87 3,33 1,13 3,30 2,58 0,63 2,79 0,69 6,69 5,07 7,66 5,70 0,65 1,35 1,01 1,35 0,08 0,56 0,08 0,60 0,51 0,38 0,90 0,40 0,06 0,41 0,03 0,35 4,17 0,94 4,20 1,20 1,17 0,36 1,53 0,41 2,99 0,58 2,67 0,79 1,88 2,79 2,45 3,16 0,21 0,91 0,47 1,07 1,40 1,29 1,71 1,54 0,27 0,59 0,26 0,55 0,37 0,12 0,38 0,11 0,14 0,01 0,13 0,01 1,76 0,94 1,73 1,07 1,44 0,05 1,38 0,05 0,10 0,56 0,10 0,62 0,22 0,33 0,25 0,40 6,51 8,74 0,38 0,50 1,23 1,53 0,07 0,08 1,16 1,44 0,61 0,73 3,66 5,23 0,51 0,97 0,11 0,19 0,38 0,74 0,02 0,03 2,14 3,07 2,05 2,91 0,09 0,16 1,02 1,20 0,03 0,05 0,71 0,79 0,27 0,35 0,29 0,37 0,03 0,03 0,30 0,36 0,15 0,17 0,03 0,04 0,12 0,15 2,91 3,67 0,07 0,10 1,15 1,34 0,07 0,07 1,08 1,27 0,25 0,29 1,20 1,66 0,02 0,02 0,00 0,00 0,02 0,02 0,00 0,00 0,98 1,39 0,92 1,32 0,06 0,07 0,20 0,25 0,01 0,02 0,15 0,18 0,04 0,05 0,11 0,12 0,00 0,01 0,12 0,16 0,00 0,00 0,04 0,04 0,07 0,11 1,19 1,43 0,42 0,53 0,09 0,15 0,00 0,00 0,08 0,15 0,26 0,32 0,41 0,40 0,03 0,04 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,01 0,24 0,13 0,16 0,08 0,08 0,05 0,14 0,23 0,01 0,02 0,11 0,19 0,02 0,03 0,00 0,01 0,00 0,00 0,02 0,02 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 3,56 5,47 0,03 0,07 0,48 0,64 0,08 0,10 0,40 0,53 0,17 0,29 2,07 3,27 1,29 2,13 0,29 0,52 0,74 1,30 0,25 0,31 0,11 0,14 0,02 0,04 0,09 0,10 0,67 1,00 0,03 0,04 0,17 0,33 0,47 0,63 0,19 0,26 0,08 0,13 0,53 0,81 0,10 0,17 0,19 0,31 0,24 0,33 0,47 0,56 0,14 0,16 0,17 0,22 0,00 0,00 0,17 0,22 0,06 0,06 0,05 0,07 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,04 0,00 0,00 0,02 0,03 0,00 0,00 0,03 0,02 0,00 0,00 0,02 0,03 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 2,88 3,40 0,03 0,05 0,32 0,33 0,03 0,02 0,30 0,31 0,18 0,24 2,14 2,51 0,49 0,53 0,16 0,16 0,12 0,15 0,21 0,23 0,71 0,87 0,46 0,55 0,25 0,31 0,94 1,11 0,04 0,04 0,63 0,77 0,27 0,30 0,01 0,01 0,00 0,00 0,19 0,25 0,00 0,00 0,10 0,14 0,09 0,10 1,87 2,78 0,17 0,18 0,30 0,37 0,02 0,02 0,28 0,34 0,24 0,29 0,97 1,73 0,11 0,22 0,03 0,03 0,08 0,18 0,00 0,00 0,56 1,08 0,51 0,90 0,05 0,17 0,30 0,43 0,02 0,02 0,21 0,30 0,08 0,11 0,05 0,06 0,02 0,02 0,12 0,13 0,06 0,07 0,01 0,02 0,05 0,05 0,29 0,38 0,01 0,03 0,18 0,21 0,00 0,00 0,18 0,21 0,05 0,08 0,04 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,03 0,02 0,02 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 50,57 61,57 7,09 9,07 5,75 7,29 0,39 0,51 5,35 6,78 7,90 8,69 24,19 30,47 2,02 3,71 0,33 0,48 1,47 3,06 0,21 0,17 14,80 17,47 8,68 11,97 6,12 5,50 7,37 9,30 0,64 1,24 5,37 6,46 1,36 1,60 1,24 1,33 0,35 0,35 4,04 4,36 2,86 2,99 0,34 0,42 0,85 0,95 46,02 54,42 0,77 1,24 14,45 15,24 2,20 2,47 12,25 12,77 3,24 3,81 22,74 28,24 7,14 9,12 1,64 2,12 2,65 3,57 2,85 3,43 5,42 6,83 3,46 4,51 1,96 2,32 10,18 12,29 1,41 1,54 5,78 7,32 2,99 3,42 1,08 1,23 0,21 0,33 3,53 4,34 0,28 0,39 1,79 2,19 1,45 1,76 2004 24,17 15,86 2005 26,50 17,99 20,32 11,93 22,72 13,38 7,37 9,91 5,89 6,59 5,44 6,83 4,05 5,82 2,76 3,47 3,01 3,57 2,54 3,61 1,46 1,77 a Includes unspecified products. b Includes unspecified destinations and origins. Note: Imports are valued f.o.b. For sources and methods, see the Technical Notes. Fonte: World Trade Organization, 2006. Disponível em: www.wto.org. 22 95,00 65,32 116,13 76,44