UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
CRISTIANA MENEGON ROSSO
A LINGUAGEM ORAL COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
CRICIÚMA, 2009
1
CRISTIANA MENEGON ROSSO
A LINGUAGEM ORAL COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de
Especialização em Língua e Literatura com ênfase nos
gêneros do discurso, da Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC.
Orientador: Carlos Arcângelo Schlickmann
CRICIÚMA, 2009
2
AGRADECIMENTOS
A Deus, por proporcionar-me mais uma etapa de vida que se efetiva
neste trabalho.
As pessoas que foram importantes na construção deste, em especial aos
meus familiares, que com muito amor e carinho, sempre me apoiaram, não medindo
esforços para que eu me dedicasse.
Ao meu orientador Carlos Arcângelo Schlickmann, pelo incentivo,
dedicação e conhecimento, que tornou a sua orientação valiosa para a elaboração
deste trabalho.
Enfim, a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para
a construção deste estudo.
3
"Aos velhos e jovens professores, aos mestres de todos os
tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão
digna e feliz. Ser professor é um privilégio. Ser professor é
semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita.
Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar
diamantes".
(Gabriel Chalita)
4
RESUMO
O presente estudo intitulado “a linguagem oral como estratégia de ensino”, trata-se
de uma pesquisa de cunho qualitativo e descritivo realizada na Escola Estadual de
Morro Grande-SC com educadores do Ensino Fundamental. A pesquisa teve como
participantes 5 (cinco) professores do turno vespertino. A temática desenvolvida
situa-se na oralidade e seu eixo norteador centra-se no questionamento de como
está sendo trabalhada a linguagem oral em sala de aula. Como objetivo destaca-se
mostrar como professores da escola Estadual do Município de Morro Grande estão
trabalhando a linguagem oral e como eles expõem este gênero. No qual conclui-se
que é produtiva a realização de uma atividade oral em sala de aula, o que facilita o
ensino de diversas disciplinas, além de contribuir para as práticas sociais dos
alunos. Constatou-se que o estímulo da prática da oralidade é uma inovação positiva
e fator essencial para o desenvolvimento do aluno.
Palavras chave: Oralidade; Ensino; Sala de Aula.
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
6
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................
8
2.1 A concepções de ensino-aprendizagem...............................................
8
2.2 A linguagem oral.................................................................................... 11
2.3 A oralidade e sua importância na escola............................................... 15
2.4 A importância dos textos orais na escola .............................................
18
3 METODOLOGIA......................................................................................
23
3.1 Caracterização da pesquisa..................................................................
23
3.2 Local, sujeitos e instrumento de pesquisa............................................. 24
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ....................................... 25
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................... 33
ANEXO........................................................................................................
ANEXO 1 - Instrumento para coleta de dados............................................
37
38
6
1 INTRODUÇÃO
É muito comum a fala ser vista como um bloco uniforme, com base em
Antunes (2003), se realiza sempre da mesma maneira, mesmo que em situação bem
diferente. Tradicionalmente, a escola está valorizando mais as atividades da escrita,
do que da linguagem oral. E como se pode constatar, os textos orais ocorrem sob a
forma de variados tipos e gêneros, dependendo dos contextos mais ou menos
formais em que acontecem.
No entanto, em algumas experiências enquanto professor na Escola
Estadual do Município de Morro Grande/SC, causa uma preocupação o tratamento
do gênero oral em sala de aula, que acaba sendo uma confusão, para os
professores quando se fala em oralidade. Pode – se observar que os trabalhos
usando estes gêneros
são
restritos e limitados a discussões sobre os temas
relacionados aos conteúdos das disciplinas.
A linguagem oral está sendo deixada de lado pelos professores, pois a
escrita para eles é um meio de produção que se destaca com mais rapidez, e menos
incomodo. Vem se percebendo que nas escolas não há muito o uso da linguagem
oral, para isso empenha – se em fazer uma pesquisa bibliográfica, também com os
professores de todas as áreas desta escola, será formulado um questionário com
perguntas relacionadas quanto ao uso deste gênero em sala de aula para ver quais
os resultados em relação ao problema que se quer tentar resolver. O
questionamento vem ressaltar se os professores sabem realmente o que é gênero
oral, porque geralmente pratica o gênero oral com explicações e seminários, e a
observação é que não se passa disso. Então, veio questionar de que maneira eles
sabem sobre os gêneros e por esta pesquisa pretende –se propiciar uma reflexão
aos professores, para fazê-los perceber que o uso do gênero oral é uma maneira de
ensino aprendizagem importante para os alunos.
Baseado no trabalho dos professores em relação à linguagem oral, o
presente trabalho teve como questão de pesquisa: Como está sendo trabalhada a
linguagem oral em sala de aula na escola Estadual de Morro Grande?
Para dar resposta à questão acima, o presente estudo objetiva mostrar
como alguns professores da escola Estadual do Município de Morro Grande estão
7
trabalhando a linguagem oral e como eles expõem este gênero em sala de aula,
cujos objetivos específicos foram:
•
Fazer uma pesquisa com todos os professores e levantar referencial
teórico que de suporte à pesquisa.
•
Analisar se os professores utilizam textos orais em sala de aula.
•
Observar como os professores aplicam os textos orais aos alunos.
•
Analisar a porcentagem de aula que eles utilizam para a atividade oral.
•
Verificar como são realizadas as atividades em sala de aula.
Diante desses objetivos, o presente estudo justifica-se pela preocupação e
necessidade de pesquisar a atuação de alguns professores do ensino fundamental
da Escola Estadual do Município de Morro Grande/SC quanto ao uso e ensino da
oralidade em sala de aula.
Por tentar buscar o objetivo deste estudo, opta - se pela realização de
uma pesquisa de cunho qualitativo e descritivo, e foi desenhado em capítulos, sendo
o Capítulo 1 uma breve introdução, contendo o problema de pesquisa, objetivos e
justificativa. Os Capítulos 2, 3, 4 e 5 trazem a revisão bibliográfica que norteou esse
estudo. No Capítulo 6 descreve-se a trajetória metodológica. No Capítulo 7
apresenta-se a análise e discussão dos dados obtidos. No Capítulo 8 as
considerações finais, seguidas das referências bibliográficas.
8
2 O ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA E A LINGUAGEM ORAL
“A linguagem está em toda parte. Impregna nossos pensamentos, é
intermediária em nossas relações com os outros, e se insinua até em
nossos sonhos. O volume esmagador de conhecimentos humanos é
guardado e transmitido pela linguagem. A linguagem é, de tal modo,
onipresente que a aceitamos e sabemos quem sem ela a sociedade, tal
como a conhecemos, seria impossível” (LANGACKER, 1972, p. 11).
2.1 A concepções de ensino-aprendizagem
O ensino tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de
melhorar a qualidade da educação no Brasil. Segundo Doz e Scheneuwly (2005), os
índices brasileiros de repetência nas séries iniciais estão diretamente ligados à
dificuldade que a escola tem de ensinar.
Nos últimos anos, algumas redes de educação pública desenvolveram sob
forma de reorientação curricular ou de projetos de formação de professores uma
revisão das práticas tradicionais de alfabetização inicial e de ensino de todas as
áreas escolares. A produção científica tornou possível repensar sobre as questões
envolvidas no ensino e na aprendizagem.
No que se refere à linguagem oral, é possível à compreensão do papel da
escola e do professor no desenvolvimento de uma boa aprendizagem. O professor,
de acordo com Doz e Scheneuwly (2005), é a chave certa para que os alunos
entendam, busquem e aprendam, pois cabe a ele, ir em busca de novos estudos de
ensino e aprendizagem. Dentre os novos caminhos que surgem, exige-se um novo
olhar, destituído de preconceitos e incoerências que podem ser objetos principais
para o ensino em sala de aula, e que só precisa ser bem aplicado e desenvolvido.
Pode-se perceber então, que são os procedimentos específicos que
caracterizam o processo de aprendizagem e que permite ao professor o
acompanhamento de cada etapa do desenvolvimento de seu aluno. Não se trata de
pontuar o conteúdo, se destaca mais ou menos nas atividades propostas, seu uso e
reflexão sobre elas. Pois, sabe-se que o verdadeiro trabalho pedagógico deve
9
possibilitar do aluno o desenvolvimento de sua competência discursiva, o que
permitirá interagir por meio da linguagem, falando, ouvindo, escrevendo ou lendo.
Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento
e realização de apresentações públicas: ensinar a linguagem oral deve significar
para a escola possibilitar o acesso e o uso da linguagem mais formalizada
convencional, que exijam controle mais consciente e voluntário da enunciação,
tendo em vista a importância que o domínio da palavra pública tem no exercício da
cidadania. Do ponto de vista de Percival Leme (1997, p. 23):
Acreditamos que o papel fundamental da escola regular deve ser o de
permitir a emergência de sujeitos críticos, capazes de investigar, descobrir,
articular, aprender, em suma, capazes de, a partir de objetos do mundo
conhecido, estabelecer uma relação inusitada entre eles. Pelo menos
idealmente, o papel da educação formal regular na sociedade industrial
moderna seria o de garantir ao estudante o convívio constante e
progressivo com textos e outros materiais cognitivos que ampliem seu
universo de referências, propiciando-lhe familiaridade crescente com
expressões culturais e cientificas cada vez mais complexas.
Os professores parecem estar acostumados a esperar que lhe digam o
que ele tem que fazer. Como a tradição, era seguir a risca os livros didáticos, o
professor aprendeu a não criar, a não inventar ou a buscar novas opções de
trabalho em seus programas de aula. Que para muitos percebemos que a principal
tarefa do professor é transmissor de conhecimento, mais precisamente de
conteúdos. Sabendo que ele deve ser como alguém que com os alunos pesquisa,
observa, levanta hipótese, analisa, reflete e aprende. Para Antunes (2003, p. 112),
“o que se deve pretender com uma programação de estudos, não importa o período
em que acontece, é ampliar a competência do aluno para o exercício cada vez mais
pleno, mais fluente e interessante da fala”.
O aprendizado sistemático da língua terá mais proveito se o professor
partir daquilo que o aluno não sabe e o que irá aprender. Essas necessidades são
detectadas quando se confronta o que ele já sabe, com aquilo que ele precisa
aprender, a fim de se comunicar adequadamente. O aluno é levado a cumprir tarefas
sem que se faça maior referência ao que tais podem acrescentar que ele precisa
saber para atender às exigências sociais da linguagem oral.
10
Em princípio, Segundo Baquero (1998), aprendizagem é um processo.
Esse processo requer um pensamento de crescimento e desenvolvimento de um
sujeito. Talvez a complicação resida em entendermos quais as grandes áreas que
abraçam o processo de aprendizagem. As quatro grandes áreas que deve-se pensar
para entender a formação na totalidade dos alunos no processo de aprendizagem
são: conhecimento, habilidades, atitudes ou valores e a área afetivo-emocional.
A aprendizagem, para o autor, pode ser definido de forma sintética como o
modo como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e
mudam o comportamento. Contudo, a complexidade desse processo dificilmente
pode ser explicada apenas através de recortes do todo. Por outro lado, qualquer
definição está, invariavelmente, impregnada de pressupostos politico-ideológicos,
relacionados com a visão de homem, sociedade e saber.
Segundo Smolka (1996, p. 103),
[...] a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido
através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos,
relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre
estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase
educacional, centrada na aprendizagem, o professor é co-autor do
processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na
aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente.
O autor ainda salienta que a aprendizagem é o processo de alteração de
conduta de um indivíduo, seja por condicionamento operante, experiência ou ambos,
de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas
através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. O ato ou
vontade de aprender é uma característica essencial do psiquismo humano, pois
somente este possui o caráter intencional, ou a intenção de aprender.
Um outro conceito de aprendizagem, segundo Smolka (1996), é uma
mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos
sistemática, ou não, adquirida pela experiência, pela observação e pela prática
motivada. Na verdade a motivação tem um papel fundamental na aprendizagem.
Ninguém aprende se não estiver motivado, se não desejar aprender.
Para Vygotsky (1983, p. 101), “a aprendizagem está relacionada ao
desenvolvimento desde o início da vida humana, sendo um aspecto necessário e
11
universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente
organizadas e especificamente humanas”.
Vygotsky (1983) ressalta ainda, que os objetivos da aprendizagem são
classificados em: domínio cognitivo (ligados a conhecimentos, informações ou
capacidades intelectuais); domínio afetivo, (relacionados a sentimentos, emoções,
gostos ou atitudes); domínio psicomotor (que ressaltam o uso e a coordenação dos
músculos). No domínio cognitivo têm-se as habilidades de memorização,
compreensão, aplicação, análise, síntese e a avaliação. No domínio afetivo têm-se
habilidades de receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização.
No domínio psicomotor apresentam-se habilidades relacionadas a movimentos
básicos fundamentais, movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas e a
comunicação não discursiva.
Assim, segunbdo Duran (2007, p. 1), cada indivíduo apresenta um
conjunto de estratégias que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras
palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja
discordâncias entre estudiosos, existem
quatro categorias representativas dos
estilos de aprendizagem: “visual: aprendizagem centrada na visualização; auditiva:
centrada na audição; leitura/escrita: aprendizagem através de textos; ativa:
aprendizagem através do fazer”
O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando
de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há
aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a
andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e
social. Mas, a maioria dos aprendizagem se dá no meio social e temporal em que o
indivíduo convive.
2.2 A linguagem oral
A lingüística do século XIX, sem negar a função comunicativa da
linguagem, empenhou-se em relegá-la ao segundo plano, como algo acessório;
passava-se para o primeiro plano a função formadora da língua sobre o
12
pensamento, independente da comunicação. Abstraindo a necessidade de
comunicação do homem, a língua lhe é indispensável para pensar, mesmo que
tivesse de estar sempre sozinho (BAKHTIN, 2000).
A língua se deduz da necessidade do homem de expressar-se, de
exteriorizar-se, a essência da língua resume-se à criatividade espiritual do indivíduo.
Para Bakhtin (2000) a linguagem é considerada do ponto de vista do locutor como
se estivesse sozinho, sem uma forçosa relação com os outros parceiros da
comunicação verbal.
De acordo com Gnerre (1991), a concepção de linguagem que dá suporte
à nova abordagem de ensino de língua tem como objeto o processo de interação
verbal, ou seja, o processo no qual interlocutores criarão vínculos via atividade
verbal. O trabalho escolar baseia-se não mais na teoria gramatical, mas na análise
dos discursos que expressam o real, tendo como conteúdos da língua a própria
língua, ou seja, a fala, a leitura, a produção de textos e a análise lingüística
enquanto atividades interacionais, concretizadoras de visões de mundo. Tais
práticas objetivam ultrapassar a artificialidade que há nas escolas, quanto ao uso da
linguagem e possibilitar o domínio da língua padrão em suas modalidades oral e
escrita, uma vez que esta configura-se como "[...] um sistema comunicativo ao
alcance de uma parte reduzida dos integrantes de uma comunidade, é um sistema
associado a um patrimônio cultural apresentado como um "corpus" definido de
valores fixados na tradição escrita" (GNERRE, 1991, p 6).
Linguagem oral, segundo a Sasso (2007) “é expressão que se usa
comumente com equivalente de fala; é bom explicitar, contudo, que a fala também
engloba um campo muito amplo, podendo, por extensão, fazer referência ao
discurso escrito”.
Na perspectiva vygotskyana a linguagem é um produto histórico e
significante da vida mental dos homens, e para agir coletivamente os homens
tiveram que criar um sistema de signos.
Ressalta Sasso (2007) que ao longo da história, o homem utilizou
instrumentos e signos para mediar sua relação com o mundo. Por necessidade ele
produziu instrumentos físicos (ferramentas, máquinas, etc) e simbólicos (idéias,
valores, crenças, etc), para conhecer e transformar a sua realidade.
A comunicação verbal, segundo Bakhitin (2000), não deixa de dispor de
gêneros criativos. Esses gêneros nos são dados quase como nos é dada a língua
13
materna, que dominamos com facilidade antes mesmo que lhe estudemos a
gramática. A evocação de objetos ausentes, análises, abstração e generalização
das características dos objetos, possibilitando a troca social entre os homens.
A linguagem tanto expressa o pensamento das pessoas, como age de
forma organizativa deste pensamento, estabelecendo claramente a relação que
existe entre pensamento e linguagem.
Bakhtin (2000) salienta que a lingüística moderna define a linguagem oral
como sendo a união de significado e significante. O significante relaciona-se
diretamente ao resultado da produção de som por meio das cordas vocais (fala) o
qual atinge o ouvido humano e é processado pelo cérebro, que o relaciona àquilo
que representa. Assim, quando se diz a palavra mesa, por exemplo, as ondas
sonoras produzidas durante sua emissão se propagam no ar e atingem o ouvido,
ativando no cérebro a representação mental da palavra – que compõe seu
significado.
Linguagem oral é uma das formas mais comuns e constantes de
comunicação humana, e o processo acima representado constitui a base desta
comunicação oral. Um autor importante dessa vertente é Bakhtin (2000), de acordo
com ele, o falante se apropria das palavras para expressar verdades ou mentiras,
coisas boas ou ruins. Assim, o falante não utiliza as palavras em estado de
dicionário, mas impregnadas de um conteúdo ideológico. Além disso, ele propõe o
conceito de interação e dialogismo. A interação propõe, se estabelece por meio das
relações sociais, que, por sua vez, concretizam-se por meio da linguagem. É ela que
estabelece os lugares sociais dos sujeitos, e, portanto, seus lugares discursivos.
De acordo com Ferreiro (1995), a linguagem tem um importante papel no
processo de ensino, pois atravessa todas as áreas de conhecimento, mas ao
contrário também vale: as atividades relacionadas às diferentes áreas são, por sua
vez, fundamentais para a realização de aprendizagens de natureza lingüística. Do
mesmo modo que se organizam atividades de produção oral, é essencial que se
organizem situações contextualizadas de escuta, visando alguma tarefa significativa.
Para tanto, é preciso criar um ambiente que convide à escuta, explicar os objetivos
da atividade, apresentar pistas, mencionar o tempo aproximado de realização e
outros aspectos.
Bakhtin (1992, p. 46) expressa com precisão o poder da palavra dizendo
que a palavra carrega sentimentos e emoções, gera conhecimento, estrutura o
14
pensamento, dando-lhe visibilidade. “Ela é o signo ideológico por excelência que, ao
mesmo tempo em que reflete, refrata a realidade”.
Segundo Marote e Ferro (1994, p. 78),
Considera-se importante que o trabalho com linguagem oral ocorra no
interior de atividades significativas, como seminários, teatros, simulações
de programa de televisão, rádio, e outros usos públicos da língua oral. A
partir dessas atividades é possível trabalhar aspectos como entonação,
dicção, gesto e postura que, no caso da linguagem oral, são elementos
complementares para conferir sentido aos textos Essas atividades
propiciam a veiculação e a análise das variedades lingüísticas e
demonstração de seus respectivos valores enquanto meios legítimos de
expressão. Criam, também, para o professor, as normas consensuais que
regulam essas ocorrências como: ouvir o outro com atenção, guardar a vez
de falar, quando e como intervir, que formas utilizar.
Como atividades significativas com a linguagem oral destacam-se àquelas
que envolvem trabalhos em grupos, criatividade e pesquisa. Segundo Naspolini
(1996), a atividade que promove o conhecimento caracteriza-se por ser significativa,
produtiva e desafiadora. É significativa a atividade que propõe um desafio que o
aprendiz tem condições de resolver e que gera algum tipo de conhecimento útil à
vida. Uma atividade é produtiva quando revela conhecimento que o aluno já
construiu e está construindo e é desafiadora quando apresenta algumas
dificuldades, ou seja, está um pouco além daquilo que o aluno já domina.
Na proposta de Freire (1976), os alunos não são vistos como aqueles que
nada sabem, mas sim como seres capazes de contribuir com seu saber,
participando livre e conscientemente no esforço de aquisição do conhecimento. A
linguagem assume um papel fundamental nesse contexto, já que é a partir da
construção de um verdadeiro diálogo que essa proposta se tornará possível. As
palavras abstratas, escolhidas aleatoriamente, dão lugar a outras mais significativas,
presentes no cotidiano dos próprios alunos, e servem como instrumentos para a
conscientização, num processo educativo que se identifica com uma reflexão sobre
a realidade vivida.
15
2.3 A oralidade e sua importância na escola
O trabalho com a oralidade tem como objetivo desenvolver as habilidades
lingüísticas de falar e escutar, e nesse caso, escutar não significa apenas
demonstrar respeito pelo interlocutor, mas também observar a argumentação, o
encadeamento de idéias e até proporcionar-se a lógica por ela utilizada, se por
necessário uma contra-argumentação.
Segundo Cerri (2006), ensinar oralidade na escola não é ensinar a fala
cotidiana. Envolve a linguagem formal. Por isso, como qualquer outro conteúdo
curricular, deve ser ensinada na escola de forma planejada e sistematizada.
Infelizmente, na educação atual a reflexão sobre a fala se restringe ao período de
alfabetização.
A habilidade oral só se desenvolve se houver meios, ou seja, atividades
interativas que envolvam os participantes, pois oralidade envolve ouvir/escutar.
Assim o ouvinte enriquece seus conhecimentos podendo dialogar, trocar idéias e
cada vez mais ampliar seus conhecimentos através da interação que a linguagem
oral proporciona.
Segundo Tazaki (2002), o domínio da língua tem estreita relação com a
possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se
comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha e
constrói visão de mundo, produz conhecimento. Dessa forma é que a escola tem a
função e a responsabilidade de garantir à todos os seus alunos o acesso aos
saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania.
O autor ainda diz que expressar-se oralmente é algo que requer confiança
em si mesmo. Isso se conquista em ambientes favoráveis à manifestação do que se
pensa do que se sente, do que se é. Assim, o desenvolvimento da capacidade de
expressão oral do aluno depende consideravelmente de a escola constituir-se num
ambiente que respeite e acolha a vez e a voz, a diferença e a diversidade.
Ao trabalhar com a oralidade Santos e Zoghbi (2002) destaca que tanto no
presente como no passado existe uma poética da voz. Assim, existe a tradição da
oralidade em vários aspectos da vida cotidiana, entre eles o ensino.
As transmissões orais oferecem problemas complexos e de natureza
diversos. A oralidade, por exemplo, não apresenta uniformidade e homogeneidade
16
de tempo espaço, em suas representações. A transmissão oral, mesmo quando
repousa em um texto escrito, dá primazia ao ritmo sobre sentido e à ação sobre
representação.
Para Sasso (2007, 8), várias práticas podem ser experimentadas em sala
de aula: “o debate e o diálogo, as perguntas que desmontam as frases feitas, a
pesquisa, entre outras, seriam formas de auxiliar o aluno a construir um ponto de
vista articulado sobre o objeto em estudo”.
Encorajando a aluno a falar, encoraja-se também o resgate de elementos
da retórica, não mais com os artifícios do dizer bonito, mas do dizer lúcido e
reivindicativo. Segundo Luft (1985), seria bom que a ciência da linguagem
lembrasse que não haveria língua escrita se primeiro não houvesse a língua falada,
e que aquela, imperfeitamente representa esta, a escrita “sinal de sinal”.
“A escola deve cuidar primariamente da fala dos alunos, único meio de
comunicação que a imensa maioria deles terá pela vida toda. Uma adequada terapia
da fala (e do pensamento nela expresso) quem sabe encaminharia para uma natural
terapia da escrita” (LUFT, 1985, p.72).
Sendo a oralidade um valioso instrumento multidisciplinar e a primeira
modalidade lingüística a ser adquirida pelo indivíduo, faz-se necessário que a escola
ponha em relevância o seu papel para a construção do conhecimento do educando.
O espaço escolar deve proporcionar e promover atividades que
possibilitem ao aluno tornar-se um falante cada vez mais ativo e competente, capaz
de compreender os discursos os outros e de organizar os seus de forma clara,
coesa, coerente.
As atividades de expressão oral não estão destinadas unicamente a
prática de conteúdos gramaticais, mas sim de dar ao aluno a liberdade de se
expressar e poder usar a oralidade obtendo-se a comunicação, mesmo sendo ela
não correta nas regras gramaticais.
É muito importante que o professor seja criativo ao escolher dinâmicas
para trabalhar a prática da oralidade. A oralidade é uma “arma” de defesa oral que
protege em diversas circunstâncias. Para Conte (2001), a linguagem é uma forma de
ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de
interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de
uma sociedade nos distintos momentos da sua história.
17
A prática da expressão oral é fundamental, uma vez que possibilita ao
aluno desenvolver a carência conversacional utilizando-se de variados recursos de
conhecimento lingüísticos e sócio-culturais e análise lingüística. O fato de valorizar o
código oral faz com que o aluno se interesse cada vez mais, e sinta-se valorizado. A
partir disso desenvolve capacidades que irão aprimorar suas habilidades
comunicativas.
Para Naspoline (1996), no espaço escolar, em específico, o professor
deve cumprir e sustentar o seu papel. No contexto interativo e discursivo em
questão, a constituição dos papéis sociais é essencial para os resultados do
processo educativo. Assim, na cena discursiva da sala de aula, há um contrato préestabelecido, por meio do qual se manifestam papéis que, para se legitimarem,
utilizam elementos lingüísticos, expressos, principalmente, na enunciação oral.
Nessa cena, tem-se, ainda, como discurso predominante o pedagógico. Com
relação aos papéis, o professor o tem de ensinar, enquanto ao aluno cabe aprender.
Este é o contrato pré-disposto do ambiente escolar, estabelecido tanto pelos “atores”
quanto pela própria sociedade.
Cajal (2001) considera a sala de aula como um local social, tendo em vista
que seus interactantes se influenciam, pode-se dizer que, apesar de seus papéis
sociais já estarem “pré-dispostos”, é na interação face a face destes que as
situações são construídas, definidas:
O interagir um com os outros, face a face, é construído continuamente, é
uma aprendizagem, um processo complexo e inacabado. Na sala de aula,
alunos e professores constroem uma dinâmica própria, marcada pelo
conjunto das ações dos professores, pelo conjunto das ações dos alunos,
das ações do professor às ações e reações dos alunos, pelo conjunto das
ações e reações dos alunos entre si, cada um interpretando e
reinterpretando os atos próprios e os dos outros (CAJAL, 2001, p. 128).
Nesse contexto, voz é fator fundamental. De acordo com Cajal (2001), na
interação professor/aluno, as professoras são normalmente quem mais fala, elas
dominam a sala de aula e o fazem pela linguagem, são as responsáveis pelo
processo de ensino/aprendizagem e o desenvolvem essencialmente pela linguagem,
ou seja, é por meio da oralidade que se estabelece esse campo fecundo para a
interação, e a linguagem oral ocorre graças à união do significante com o significado
– da fala por meio da voz com o significado que o ouvinte lhe atribuirá.
18
De acordo com Conte (2001), depende de a escola ensinar aos alunos os
usos da língua adequados a diferentes situações comunicativas, ou seja, é preciso
oferecer instrumentos para que o indivíduo utilize adequadamente a linguagem em
instâncias públicas de forma competente. Tais situações de comunicação
diferenciam-se conforme o grau de formalidade que exigem.
2.4 A importância dos textos orais na escola
O ensino da leitura por meio de textos tem como objetivo possibilitar que
o aluno crie e concretize com segurança seus textos e estabeleça sentidos a textos
alheios em seu processo de alfabetização.
Sendo o texto uma linguagem viva de enunciação e produto de interação
verbal, o mesmo deve constituir-se em objeto privilegiado para o ensinoaprendizagem da língua. É nele que a língua se configura em sua "concretude", pois
se estabelece uma área de interesse comum a quem escreve e a seu interlocutor.
Antes de entrar para a escola o aluno já interage com o texto em sua
múltiplas manifestações, mas é no processo de alfabetização escolar que esta
interação se estabelece de maneira mais efetiva e sistemática, no sentido de fazê-la
conhecer a estrutura, as regras de organização, as linguagens específicas nele
empregadas.
Nessa
perspectiva,
portanto,
deveria
fazer
parte
do
ensino
e
aprendizagem a reflexão sobre a linguagem, como indica Geraldi (1993), tomandose a linguagem como atividade discursiva e o texto como unidade de ensino nas
atividades, proporcionará uma prática constante de escuta de textos orais e leitura
de textos escritos e de produção de textos orais e escritos, que devem permitir, por
meio da análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos, a expansão e
construção de instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente, ampliar sua
competência discursiva.
Para ampliar essa competência discursiva, Marcuschi (2003) sugere um
movimento metodológico que vai da ação à reflexão que, por sua vez, desencadeia
novamente a ação, o que permite incorporar a reflexão nas atividades lingüísticas
com os alunos. Essa proposta possibilita colocarem-se em prática os objetivos de
19
ensino. Em outras palavras: no trabalho com os conteúdos previstos nas diferentes
práticas, a escola deverá organizar um conjunto de atividades que possibilitem ao
aluno desenvolver o domínio da expressão oral em situações de uso público da
linguagem, levando em conta a situação de produção social e material do texto
(lugar social do locutor em relação ao(s) destinatário(s); destinatário(s) e seu lugar
social; finalidade ou intenção do autor; tempo e lugar material da produção e do
suporte) e selecionar, a partir disso, os gêneros adequados para a produção do
texto, operando sobre as dimensões pragmática, semântica e gramatical.
Consideradas essas diretrizes, segundo Marcuschi (2003, p. 13),
[...] torna-se fundamental definir o que está abrigado, nos PCNs, sob os
termos genéricos conteúdos e práticas. Nesse documento, os conteúdos se
dividem em conceitual e procedimental e são referentes às práticas de
linguagem que, por sua vez, se distinguem entre práticas de escuta de
textos orais, de leitura de textos escritos, produções de textos orais e
escritos e prática de análise lingüística. Há ainda os conteúdos sobre o
desenvolvimento de valores e atitudes, que permeiam todo o trabalho
escolar.
Geraldi (1993) considera a produção de textos orais como ponto de
partida e ponto de chegada de todo o processo de ensino/aprendizagem da língua,
quer enquanto conjunto de formas e de seu aparecimento quer enquanto discurso
que remete a uma relação intersubjetiva constituída no próprio processo de
enunciação, marcado pela temporalidade e suas dimensões. Na produção de
discursos, o sujeito articula sendo que ele não deve necessariamente criar o novo e
sim comprometer-se com sua palavra. Para produzir um texto, em qualquer
modalidade, é preciso que se tenha o que dizer, se tenha uma razão para dizer, se
tenha para quem dizer, que o locutor se constitua como tal e escolha suas
estratégias de enunciação.
Segundo o autor, o aluno precisar ter claro por que realiza um trabalho de
produção é preciso provocar uma motivação. Ou seja, o aluno precisa encontrar um
sentido naquilo que faz. Uma das formas de se conseguir isso é deixar entrar em
sala
de
aula
a
experiência
do
vivido,
conseqüentemente,
haverá
um
comprometimento com a palavra escrita.
Diante do exposto, evidencia-se a necessidade da escola trabalhar com as
diferentes formas de linguagem como conceitos fundamentais para a aquisição da
20
linguagem oral do aluno. Uma vez que, para a Marcuschi (2003), alfabetizar-se é
interagir com as diferentes linguagens.
Portanto, é função da escola, garantir o acesso a criança ao mundo da
oralidade; esta tarefa complexa envolve mais que ensinar a codificar ou decodificar
signos, pois a apropriação da leitura é processo muito mais amplo: é atribuir
significado aos sinais gráficos, conforme o sentido que o escritor lhe atribui e
conforme também a relação que o leitor estabelece com sua própria experiência. Ler
envolve reagir com os sentidos e com a emoção.
Aborda Silva (1988, p. 65), que “o aluno deve capacitar-se, na escola, a
”ler para compreender os textos, participando criticamente da dinâmica do mundo da
escrita e posicionando-se frente à realidade“.
Aprender a língua, na fase de escolarização, é participar de um processo
discursivo. Essa participação deve se dar desde o início do processo, descartando a
idéia de preparação para a leitura.
É necessário que a fragmentação da língua realizada pelos métodos
costumeiros da escola e pelas diferentes cartilhas adotadas dêem lugar a uma
proposta atual para o processo de alfabetização, tendo como centro do processo o
trabalho com texto.
Além da fragmentação do discurso, tem-se ainda, as etapas que são
seguidas pelos métodos/cartilhas tradicionais de alfabetização, nas quais são
graduadas as "dificuldades”, vistas da perspectiva do adulto alfabetizado e não do
que se constituem dificuldades reais para o aluno.
O texto escrito, objeto de maior atenção no processo ensinoaprendizagem, apresenta muitos significados que é preciso explicitar, uma vez que,
na língua oral, se usa meios não verbais; por outro lado, na língua oral, a
compreensão é contemporânea da expressão; não é possível voltar atrás, refazer o
percurso em busca de melhor expressão, ou de mais adequada compreensão.
Sua imensidão e diversidade devem ser mostradas ao aluno, para que ele
seja, ao sair da escola, seu usuário competente e seguro. Na escola deve haver
lugar para inúmeros tipos de texto, como os que se encontra no mundo social: textos
que informam, sugerem, relatam, demonstram, tentam convencer, fazem sonhar.
Acredita-se que o caminho se abre com a colocação de "textos
autênticos" em sala de aula. O texto do mundo, da vida social, é muitas vezes, mais
interessante, mais instigante, desafiador, mais informativo, mais vivo e mais real.
21
Outras vezes mais maçante, mas sempre mais necessário à compreensão da
dinâmica do mundo que nos cerca.
Ao fazer a opção por trabalhar "textos autênticos" em sala de aula, o
professor mediador tem que estar ciente às implicações pedagógicas e,
principalmente sociais que poderão ocorrer no seu dia-a-dia.
Na idéia de Silva (1988), o aluno classe média interage em seu cotidiano,
com a exposição contínua de variados textos em língua escrita: livros, revistas,
narrativas, jornais, listas de compras, cartas, contas, embalagens de produtos de
uso doméstico. O trabalho com a diversidade de gêneros textuais no cotidiano da
escola será, para esse aluno, uma continuação normal da interação a que está
exposta no seu meio social.
Por sua vez, segundo o autor, com o aluno de classe popular, ocorre
situação diferente. Vinda de um meio cultural desprovido de materiais de leitura, é
para ele primordial que a escola se configure num espaço privilegiado de
significativas situações e ocasiões específicas de manter interação com esse objeto
de conhecimento, para que a mesma possa apropriar-se da leitura.
É Duran (1986, p. 6), quem nos fala:
Quanto mais atos de leitura tiver oportunidade de assistir, quanto mais
exposta à influência do mundo oral, mais informações tiver sobre o valor
social da língua, mais elementos terá para trabalhar cognitivamente com a
palavra escrita.
Contudo, se a escola não trabalhar com a diversidade de textos que
veicula na vida social, o aluno poderá ficar com a errônea impressão de que a
escrita se resume aos textos que encontra na prática escolar. Além disso, a
aprendizagem se tornará destituída de prazer se for reduzida a uma série de
exercícios tradicionais, enfadonhos e artificiais, preparados para se aprender a ler e
a escrever.
Moreira (1994, p. 23), desenvolveu pesquisa no sentido de identificar,
junto aos alunos, quais seriam os indícios ou pistas reconhecidos na composição de
um "portador de texto": elementos gráficos, figurativos, desenhos, cores.
As conclusões da autora são interessantes: os alunos só reconheciam os
textos utilizados fora da escola, no seu dia-a-dia e que "parecem ser desprezados
pela escola". Moreira (1994) aborda que os textos reconhecidos pelos alunos como
22
tais, referem-se às tarefas domésticas (receitas de bolo), eventos religiosos (folhetos
de oração), eventos médicos (bula, receita médica), atividades comerciais (nota
fiscal, carnê, cheque), atividades de correspondência (carta, telegrama), atividades
recreativas (revista em quadrinho, livro de história, instruções de jogo), eventos
políticos (propaganda política).
No entanto, segundo a autora, a escola parece não se interessar por
esses objetos de fácil aquisição, independente de recursos materiais. É urgente uma
tomada de posição na prática pedagógica dos professores alfabetizadores, há
necessidade de uma perspectiva de trabalho alternativo, que deixe de lado a rotina
dos textos chamados "escolares", o velho ba-be-bi-bo-bu e traga, para a sala de
aula, a escrita tal como é encontrada na realidade do mundo social.
O professor, ao planejar sua ação, precisa considerar de que modo as
capacidades pretendidas para os alunos são traduzidas em objetivos no interior do
projeto educativo da escola. São essas finalidades que devem orientar a seleção
dos conteúdos e o tratamento didático que estes receberão nas práticas educativas.
23
3 METODOLOGIA
Apresenta-se neste capítulo a metodologia utilizada no desenvolvimento
deste estudo, portanto, aborda-se no decorrer deste, a caracterização da pesquisa,
os procedimento e a coleta de dados.
Sendo um procedimento que não pode ser desvinculado da ciência, Demo
(1995) afirma que metodologia não é apenas o método, metodologia é a base
filosófica para o desenvolvimento do método. E a arte de dirigir o espírito na
investigação da verdade, orientação para o ensino.
3.1 Caracterização da pesquisa
Sendo a pesquisa descritiva e qualitativa, busca-se a descrição das
características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre variáveis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados.
Qualitativa para analisar, dando ênfase aos fatos reais da pesquisa,
relação com vários aspectos sociais. Considera a existência da relação entre
realidade e o sujeito.
A pesquisa bibliográfica também faz parte deste estudo, pois segundo
Rauen (1999, p.28), “esta opera a parte do material já elaborado que constituiu o
acervo bibliográfico da humanidade. Em termos restritos, este trabalho engloba
principalmente livros e artigos científicos”.
24
3.2 Local, sujeitos e instrumento de pesquisa
Escolheu-se a Escola Estadual de Morro Grande-SC com educadores do
Ensino Fundamental, sendo participantes desta pesquisa 5 professores do turno
vespertino. A escolha do local de estudo se deu pelo fato de ser a maior e mais
conceituada escola do município.
Previamente foi mantido contato com a direção da escola, pedindo
permissão para a realização de tal pesquisa, junto aos professores.
Da necessidade para a compreensão de se instrumentalizar a coletar
dados, optou-se por questionários com 6 perguntas abertas, obtendo assim, uma
possibilidade de analisar de forma ampla as falas e pensamentos sobre o tema em
questão perante a sua realidade.
25
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Segundo Barros e Lehfeld (1997, p. 61), “o objetivo da análise de dados é
sumariar as observações completadas, de forma que estas permitam respostas às
perguntas da pesquisa”. Portanto, o objetivo da análise é a procura do sentido mais
amplo de tais respostas, através de sua ligação a outros conhecimentos já obtidos.
Por sua vez, para se poder chegar à análise de dados é necessário que
os dados passem por uma certa organização e leitura prévia. De acordo com Minayo
(1994) existem três passos para a operacionalização da análise dos dados:
Na etapa de ordenação dos dados realizou-se uma pré-análise, através
da leitura e releitura dos resultados das entrevistas, buscando permear o
pensamento geral das entrevistadas. Em seguida, realizou-se a classificação dos
dados, agrupando as idéias ou expressões fornecidas através dos resultados das
entrevistas. Simultaneamente, uniu-se todas as questões, teorias e objetivos da
pesquisa.
Foram entrevistados efetivamente 5 professores do Ensino Fundamental
do turno vespertino da Escola Estadual de Morro Grande-SC, tendo como foco a
oralidade em sala de aula.
Destacam-se a seguir as respostas dos entrevistados em relação ao
tempo de trabalho dos mesmos como professores:
“26 anos” (Professor 1)
“24 anos” (Professor 2)
“30 anos” (Professor 3)
“22 anos” (Professor 4)
“5 anos” (Professor 5)
Como verifica-se, a grande maioria dos entrevistados possuem mais de 20
anos de trabalho como professor. Estes dados transparecem que os mesmos atuam
com experiência profissional, demonstrando um professor desejoso e capaz de uma
evolução em seu trabalho.
26
Segundo Lepre (2003), as experiências como professor tem mostrado
que, por mais que seja importante repensar a prática pedagógica, é necessário
também discutir como o fazer pedagógico se relaciona com suas experiências de
vida profissional.
Com relação à disciplina em que os professores participantes atuam na
escola em questão, obteve-se o seguinte:
“Ciências e Biologia” (Professor 1)
“História e Geografia” (Professor 2)
“Língua portuguesa e Educação religiosa“ (Professor 3)
“Língua portuguesa e Matemática” (Professor 4)
“Artes” (Professor 4)
As respostas descritas mostram que as disciplinas em que os professores
atuam são distintas, ou seja, cada professor trabalha com disciplinas diferentes:
Ciências, Biologia, Matemática, Língua Portuguesa, História, Geografia, Artes e
Educação Religiosa. Independente da disciplina em que atua, o professor deve
buscar a compreensão e a aceitação mútua, no respeito, na amizade, no amor, na
troca de informações e no diálogo, base de um bom aprendizado.
De acordo com Dolabella (2005), o professor é aquele que ensina e
direciona os educandos. [...] é responsável, em primeiro lugar, pelo processo de
ensino-aprendizagem
de
transformação
da
informação-mensagem
em
conhecimento. Além disso, o educador é responsável por criar condições adequadas
para a interação oral dialogada na escola e em diferentes espaços sociais.
Neste sentido, a oralidade pode ser considerada pelos professores como
requisito no processo de aprendizagem e condição para a aquisição do
conhecimento nas várias disciplinas.
Considerando-se que o professor deve trabalhar com os alunos atividades
orais em sala de aula, vem a questão sobre as atividades que exploram a oralidade,
os professores responderam o seguinte:
“Comentários sobre o assunto do plano de curso; discussão sobre
curiosidades e novidades significativas” (Professor 1)
27
“Seminários, entrevistas com pessoas da comunidade, acontecimentos,
fantasias e imaginários, parodias, teatros, etc”. (Professor 2)
“Conversas informais, reconto, relato de fatos do dia-a-dia e outros”.
(Professor 3)
“Canto, leitura de textos, livros de historinhas e literatura infantil”.
(Professor 4)
“Leitura de imagens, exploração de símbolos em obras de arte, leituras
literárias”. (Professor 5)
Percebe-se diante das respostas citadas acima, que alguns professores
participantes da pesquisa misturam, de um modo ou de outro, a oralidade em suas
aulas na escola, vem se observar que, acontecimentos, fantasias e imaginários,
leitura de textos, leituras de imagens não são atividades orais. Mas sim são
atividades orais as discussões sobre assuntos diversos, teatros, seminários entre
outros que ali estão escritos e que também não foram citados.
Levando-se em consideração que a oralidade é a principal modalidade de
comunicação utilizada pelas pessoas quando interagem uma com as outras, essa
modalidade deve ter seu lugar assegurado em sala de aula, de forma a utilizar os
conhecimentos do aluno como contribuição para o processo de aprendizagem.
Peixoto (1993) afirma que o professor deve determinar seus objetivos
relativos à prática da oralidade, privilegiando uma prática que tenha por fim a
reflexão, ou seja, saber por que ensinar, que tipo de conteúdo ensinar, que
variedade lingüística deve ser abordada, proporcionando, ainda, uma relativa autosuficiência do aluno.
Perante este estudo, questionou-se sobre a preparação das atividades
orais realizadas em sala de aula pelos professores, diante disso obteve-se o
seguinte:
“Fazendo leitura antes da apresentação dos assuntos”. (Professor 1)
“De acordo com os conteúdos estudados com a participação e colaboração
dos alunos”. (Professor 2)
“Questionamento oral informal, após leitura ou filmes e reconto, dando um
tempo para contarem suas experiências”. (Professor 3)
“Através de diálogo, produção de textos individuais e coletivos,
dramatização”. (Professor 4)
28
“Com objetivos a serem alcançados, no planejamento da aula já organizo
tempo para a troca de conhecimento através da fala”. (Professor 5)
As respostas transcritas descrevem a maneira de como os professores
preparam suas atividades relacionadas à oralidade. O que pode-se verificar é que os
professores preparam suas aulas de várias maneiras, mas observa- se
que
algumas atividades que eles consideram como atividade oral, não consta como
oralidade, por exemplo leitura antes da apresentação dos assuntos e outros. Alguns
desses professores não distinguiram ainda a linguagem oral.
É de grande importância trabalhar de maneira planejada com a oralidade
em sala de aula, pois o planejamento de ação pedagógica garante, na sala de aula,
atividades sistemáticas e reflexões
Segundo Libâneo (2001), a preparação e planejamento antecipado das
aulas a serem ministradas proporcionam maior qualidade, equilíbrio e segurança ao
professor na sala de aula. Sendo que permite a esse profissional auxiliar de maneira
mais eficaz os alunos; encorajando-os assim, a serem pensadores críticos, criativos
e atuantes, com capacidade para assumirem sua própria e permanente formação.
Na escola o professor deve planejar suas aulas, pois é uma atividade que
está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar o
improviso, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear a ação
educativa, prever o acompanhamento, a avaliação da própria ação e não cometer o
desconhecimento para que os alunos não saiam da escola com a aprendizagem
defasada.
No que tange à quantidade de aulas ministradas direcionadas às
atividades orais em sala de aula, obteve-se as seguintes respostas:
“Bastante, nunca contei”. (Professor 1)
“8 aulas por bimestre”. (Professor 2)
“Não tem aulas exclusivas para essas atividades, acontece dentre as
atividades disciplinares”. (Professor 3)
“Diariamente”. (Professor 4)
“Na maioria das aulas”. (Professor 5)
29
Percebe-se diante das respostas obtidas que não existe uma quantidade
específica de aulas bimestrais para aplicação de atividades orais em sala de aula.
Pelo que se pode verificar, os professores trabalham tais atividades na maioria das
aulas ministradas e/ou diariamente, o que demonstra que a oralidade está presente
nas atividades em sala de aula de maneira contínua, pois a oralidade está presente
em inúmeras situações e permeia as relações que estabelecem em sala de aula.
Mas só resta aprimorar um pouco mais o conhecimento destes professores em
relação ao gênero oral, para que não cometam erros maiores, e que os alunos não
saiam da escola com este pensamento e sim do aprendizado correto do que é
oralidade.
Para Bressanin (2003), a prática diária da aprendizagem se dá quase que
exclusivamente pela oralidade, pois a oralidade se constitui na interação entre
sujeitos, e a sala de aula é o espaço de pesquisa-ação-produção desta atividade,
onde é possível ampliar a capacidade oral dos alunos e melhorar a qualidade de
suas produções escolares.
Durante a pesquisa, vem solicitar aos professores participantes que
descrevessem algumas atividades orais que costumam realizar em sala de aula,
obteve-se o seguinte:
“Socorro: o que fazer, como fazer, esta ou aquela atitude, está correta?”
(Professor 1)
“Jogo da bomba: divide a sala em dois grupos e faço perguntas
relacionadas aos conteúdos, quem acertas escolhe uma letra e um número
do cartaz da bomba, ganha quem não pegar nenhuma bomba no cartaz”.
(Professor 2)
“No início da aula cada aluno expõe suas alegrias, prazeres e até mesmo
angustias vividas, após lemos um texto sobre emoções e respeito á vida.
Nessa atividade todos participam espontaneamente”. (Professor 3)
“Palavra chave: escolhe-se um tema que será explorado durante duas
semanas, ex: dias dos pais. Dentro deste período serão desenvolvidas
atividades relacionadas ao tema, como músicas, cartazes, poesias, textos,
entre outros. Todas as atividades são comentadas e discutidas durante as
aulas”. (Professor 4)
“Escolhe-se uma obra de um determinado artista e discute-se sobre ela: o
que ela nos mostra, quantas pessoas tem na obra, o que elas estão
fazendo, etc”. (Professor 5)
30
Percebe-se diante das descrições na tabela 6 que as atividades orais em
sala de aula são variadas, o que inclui atividades discursivas, lúdicas, descontraídas
e dinâmicas, mas também se observa que há leitura de textos, e esta atividade não
entra como oralidade. Então se percebe que alguns professores ainda confundem a
linguagem oral.
Segundo Marcuschi (2001), a oralidade seria uma prática social interativa
para fins comunicativos que se apresenta sob várias formas ou gêneros textuais
fundados na realidade sonora: ela vai desde uma realização mais informal a mais
formal nos vários contextos de uso.
Verifica-se diante disso, que várias práticas relacionadas à oralidade
podem ser experimentadas em sala de aula: o debate e o diálogo, as perguntas e
respostas, a pesquisa, entre outras, seriam formas de auxiliar o aluno a construir um
ponto de vista articulado sobre o objeto em estudo.
31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo, observou-se como é produtiva a realização de uma
atividade oral em sala de aula, haja vista facilitar o ensino de diversas disciplinas,
além de contribuir para as práticas sociais dos alunos. Constatou-se que o estímulo
da prática da oralidade é uma inovação positiva e fator essencial para o
desenvolvimento do aluno.
Compreende-se a atividade oral como forma de interação e de
constituição do sujeito, numa era em que a informação e a comunicação são
aprimoradas a cada dia, a comunicação oral é, certamente, um conteúdo que será
importante para além da sala de aula e contribuirá para a formação do aluno como
cidadão participante dessa sociedade.
O ensino da oralidade não deve mais ser visto de forma simples, como
mero transmissor de informações, mas sim como um aprendizado a ser utilizado em
diversos tipos de interação, visando à reflexão e à constituição de um cidadão
competente, não simples repetidor de palavras. A partir disso, deve-se entender a
oralidade como uma atividade escolar essencial para o aluno, principalmente aluno
do ensino fundamental.
É muito importante que o professor seja criativo ao escolher dinâmicas
para trabalhar a prática da oralidade, pois ensinar oralidade na sala de aula não é
ensinar a fala cotidiana. Envolve a linguagem formal. Por isso, como qualquer outro
conteúdo curricular, deve ser ensinada na escola de forma planejada e
sistematizada.
Assim,
diante
desta
pesquisa,
verificou-se
que
os
professores
participantes trabalham a oralidade em sala de aula de forma distinta, sendo que
não existe uma forma objetiva a seguir, ou seja, cada professor atua com a oralidade
de forma diferente e com os recursos disponíveis, uns com mais e outros com
menos conhecimento.
Apesar da oralidade está presente em sala de aula, acredita-se que os
professores ainda podem ser aprimorados, pois a oralidade exige uma interação
maior entre os elementos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, pois alguns
professores citam atividades que eles consideram oralidade, mas que não são
32
realmente linguagem oral. Entretanto, essa tarefa para muitos professores não é
nada fácil, pois requer muito esforço, dedicação e motivação pessoal.
Sendo assim, é de suma importância e necessidade a busca de contínuo
processo de formação, buscando atualização, renovação dos conteúdos e
metodologias, propiciando a formação de profissionais preocupados com seu
aprimoramento.
Os resultados obtidos nesse estudo foram satisfatórios, pois se chegou ao
nosso objetivo principal, que era mostrar como os professores da Escola Estadual
do Município de Morro Grande/SC estão trabalhando a linguagem oral e como eles
expõem este gênero em sala de aula.
Espera-se que esse estudo estimule, de algum modo, novas formas de
abordagem do ensino, conferindo espaço para a oralidade em sala de aula.
Ademais, pretende-se que os gêneros orais sejam encarados de um ponto de vista
mais crítico, não se restringindo apenas à conversão de enunciados escritos.
Entretanto, há a consciência de que essa temática ainda possui muito a
ser explorada, analisando-se outras contribuições e formas de utilização da
oralidade em sala de aula.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
BAKTHIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BAKTHIN, Voloshinov. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec,
1992.
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.
BARROS, A. J. P.; LEHFELD, N. A. S. Projeto de pesquisa: propostas
metodológicas. 2. ed. São Paulo: Vozes, 1997.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares
Nacionais - língua portuguesa. Brasília (DF): MEC/SEF, 1997.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares
Nacionais - ensino médio. Brasília (DF): MEC/SEF, 2000. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br>. Acessado em: 05/09/2008.
BRASIL, Secretaria do Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular de
Santa Catarina. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Disciplinas
Curriculares. Florianópolis, (SC): COGEN, 1998.
BRESSANIN, Alessandra. Gênero charge na sala de aula: o sabor do texto. 2003.
Disponível em: < >. Acesso em: 05/09/2008.
BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos: ensino de língua x tradição
gramatical. Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil,
1997.
CAJAL, Irene Baleroni. A interação de sala de aula: como o professor reage às
falas iniciadas pelos alunos? Campinas: Mercado das Letras, 2001.
34
CONTE, Genoir. A arte de ensinar com criatividade. São Paulo, 2001. Disponível
em: <http://www.pesquisa.uncnet.br/>. Acesso em: 05/09/2008.
DEMO, Pedro. Metodologia cientifica em ciências sociais. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1989.
DOLABELLA, Ana Rosa Vidgal. O educador na sociedade da informação:
conhecimento e afetividade para o cidadão. 2005. Disponível em:
<http://www.adolescenza.org/dolabella.pdf.>. Acesso em: 07/12/2008.
DOZ, J.; SCHENEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 2005.
DURAN, Marília Claret Geres. Alfabetização: teoria e prática. Abril de 2007.
Disponível em: <http://www.google.com.br>. Acesso em: 05/09/2008.
__________. Ciclo básico em jornada única: uma nova concepção em
alfabetização. Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas. v. 1. São Paulo: SE/CENP, 1986.
FERREIRO. E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1976.
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula: leitura e produção. Cascavel:
Assoeste, 1993.
GNERRE, Maurizio. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
LANGACKER, W. Ronald. A linguagem e sua estrutura: alguns conceitos
lingüísticos fundamentais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1975.
LEPRE, Rita Melissa. A psicologia da educação na formação do educador. 2003.
Disponível em: <http://www.adolescenza.org/lepre.pdf>. Acesso em: 07/12/2008.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia:
Editora alternativa, 2001.
35
LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua
materna. Porto Alegre: LPM, 1985.
MARCUSCHI, Luiz Ântonio. Oralidade e ensino de língua: uma questão pouco
“falada”. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
________. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez,
2001.
MAROTE, João T.; FERRO, Gláucia. Didática da língua portuguesa. São Paulo:
Ática, 1994.
NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de português: tijolo por tijolo: leitura e produção
escrita. São Paulo: FTD, 1996.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 8.
ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1994.
MOREIRA, N.C.R. Portadores de texto: concepções de crianças quanto a atributos,
funções e conteúdo. A concepção da escrita pela criança. 2. ed. Campinas-SP:
Pontes, 1994.
PEIXOTO, Rafaela Araújo Jordão. Gêneros orais: uma nova proposta de
abordagem de ensino. 2003. Disponível em: <http://www.ufpe.br>. Acesso em:
07/12/2008.
RAUEN, F. J. Roteiro de investigação científica. Tubarão: Unisul, 1999
SANTOS, Ana Fátima Cruz dos; ZOGHBI, Denise Maria Zoghbi. A oralidade como
linguagem norteadora em sala de aula. São Paulo, 2002. Disponível em:
<http://www.pesquisaemletras.com.br>. Acesso em: 04/09/2008.
SASSO, Elaine Cristina. A linguagem oral e escrita na educação infantil:
contribuições da análise experimental do comportamento da releitura dos objetos.
[Monografia]. UNESP, 2007.
SILVA, T. E. A leitura no contexto escolar. São Paulo: Caminhos da
aprendizagem. Série Idéias, 1988.
36
SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: a
alfabetização como processo discursivo. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
TAZAKI, Helena Harue. Linguagens no século XXI: língua portuguesa. 1 ed. São
Paulo: IBEP, 2002.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. 2. ed. Porto Alegre:
Martins Fontes, 1983.
37
ANEXO
38
ANEXO 1 - Instrumento para coleta de dados
QUESTIONÁRIO
1- Há quanto tempo você trabalha como professor?
2- Qual a disciplina que atua?
3- Você trabalha com alguma atividade que explora a oralidade? Quais?
4- Como você prepara esta atividade para seus alunos?
5- Quantas aulas por bimestre você utiliza para expor estas atividades orais?
6- Descreva uma destas atividades que você realiza em sala de aula:
Download

Imagem em PDF - Universidade do Extremo Sul Catarinense