Cel Paulo Sérgio Felipe Alves (Org.)
Cap Edson Luiz Nadalin (Org.)
Das origens do sargento
ao seu aperfeiçoamento
nos dias atuais
Das Origens do Sargento ao seu
Aperfeiçoamento nos dia atuais
Cel Paulo Sérgio Felipe Alves (Org.)
Cap Edson Luiz Nadalin (Org.)
1º Edição: 2015
Tiragem: 1.000 Exemplares
Revisão: Cel Paulo Sérgio Felipe Alves
Cap Fabio Roberto Santos Alcântara
Cap Edson Luiz Nadalin
Ten Airton Zenkner Petersen
SC Gislaine Nunes dos Santos
Projeto Gráfico e Diagramação: Diego Eduardo Dill
Capa: Diego Eduardo Dill
Impressão e Acabamento: Fundação Trompowsky/ Editora
Distribuição: Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA)
Avenida Benjamin Constant, 1217 - Centro
CEP 98025-110 - Cruz Alta, RS.
Telefone: (55) 3322-7655/Fax: (55) 3322-7007
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e-mail: [email protected]
Edson Luiz Nadalin
Alves, Paulo Sérgio Felipe (Org.)
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos
dias atuais /
Paulo Sérgio Felipe Alves (Org.), Edson Luiz Nadalin
(Org.). - Cruz
Alta: Fundação Trompowsky, 2015.
110 p.: il.
ISBN
1. Ciências Militares. 2. Escola Militar. 3. Sargento. 4. Aperfeiçoamento
I. Nadalin, Edson Luiz. II. Título.
CDD
– 355
Das Origens do Sargento ao seu
Aperfeiçoamento nos dia atuais
A474d
Cruz Alta - RS
2014
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...............................................................................................7
PREFÁCIO........................................................................................................11
1 ORIGENS DO SARGENTO
Felipe Pereira Barbosa Cap..................................................................................13
1.1 ANTECEDENTES......................................................................................13
1.2 ANTÔNIO DIAS CARDOSO.....................................................................14
1.3 RAFAEL PINTO BANDEIRA........................;.............................................15
1.4 ANTÔNIO JOÃO RIBEIRO.......................................................................16
1.5 MAX WOLFF FILHO..................................................................................17
2 A EVOLUÇÃO DA FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS SARGENTOS NO EXÉRCITO BRASILEIRO: ANTECEDENTES DA LEI DO
ENSINO
Airton Zenkner PetersenTen.................................................................................19
3 O CURSO REGIONAL DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS
(CRAS)
Edilson Luís Zamberlan Cap...............................................................................23
4 CIAS-Sul
Edson Luiz Nadalin Cap
Evandro Rodrigues dos Santos Ten
Gislaine Nunes dos Santos Sc .................................................................................27
4.1 CRIAÇÃO....................................................................................................27
4.2 CENTRALIZAÇÃO.....................................................................................27
4.3 CIAS.............................................................................................................28
4.4 INÍCIO DAS ATIVIDADES.........................................................................30
5 OS PIONEIROS
Edson Luiz Nadalin Cap
Gislaine Nunes dos Santos Sc ................................................................................33
5.1 ATURMA PIONEIRA...................................................................................37
5.2 PRÊMIO APLICAÇÃO................................................................................40
5.3 DIPLOMA DE ESCOL.................................................................................41
5.4 PRÊMIOS DIVERSOS.................................................................................43
6 ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS
(EASA)
Fabio Roberto Santos Alcântara Cap
Elisete Batista MedeirosTen ...................................................................................45
6.1 MISSÃO........................................................................................................45
6.2 VISÃO..........................................................................................................46
6.3 VALORES.....................................................................................................46
6.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO...........................................................46
6.5 TRAJETÓRIA NA GESTÃO E RESULTADO ALCANÇADOS...............47
6.6 REGIME ESCOLAR....................................................................................51
6.7 FASE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)...........................................52
6.8 FASE DE EDUCAÇÃO PRESENCIAL........................................................52
6.9 AUDITÓRIO E INSTALACÕES DE APOIO AO ENSINO.........................53
6.10 SARGENTOS ALUNOS DE NAÇÕES AMIGAS.....................................53
7 CORPO DE ALUNOS DA EASA
Luis Carlos Silveira Lemes Sgt...............................................................................55
7.1 HISTÓRICO...........….................................................................................55
7.2 O CORPO DE ALUNOS HOJE..................................................................57
7.3 PERFIL DO SARGENTO ALUNO..............................................................59
7.3.1 Faixa Etária..................................................................................................60
7.3.2 Escolaridade................................................................................................60
7.3.3 Estado civil..................................................................................................60
7.3.4 Região de Origem.........................................................................................61
7.3.5 Comportamento.........................................................................................61
7.3.6 Religião.......................................................................................................61
7.3.7 Habilitação em Idiomas................................................................................62
7.3.8 Opção de Instalação.....................................................................................62
7.4 MILITARES DE NAÇÕES AMIGAS.............................................................62
7.5 ATRIBUIÇÃO DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS.............63
7.6 ATRIBUIÇÃO DOS COORDENADORES DETURMA..............................63
8 A DIVISÃO DE ENSINO
George Pereira Santa Rosa Maj
Edilson Luís Zamberlan Cap ..............................................................................65
8.1 ADEQUAÇÃO DO ENSINO NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO
EB.................................................................................................................................... 66
8.2 A EVOLUÇÃO NO PROJETO INTERDISCIPLINAR NA EASA.................68
8.3 CLUBE DE IDIOMAS...................................................................................69
8.4 ENSINO POR COMPETÊNCIA EM 2016....................................................70
9 PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA DE APERFEIÇOMENTO DE
SARGENTOS DAS ARMAS NO CONTEXTO DO ENSINO MILITAR
Karine de Oliveira Lunardi Ten
Rose Aparecida Colognese Rech Sc.........................................................................73
9.1 UMA RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DAS BASES PEDAGÓGICAS DA
EASA.............................................................................................................73
9.2 A MODERNIZAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO: O APRENDER
A APRENDER NA EASA....................................................................................74
9.3 A TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO E ASPERSPECTIVAS
EDUCACIONAIS DA EASA NA ATUALIDADE...........................................76
9.4
AVALIAÇÃO
NA
EASA:
SUAS
PECULARIDADES
E
CARACTERÍSTICAS........................................................................................79
9.5 PERSPECTIVAS E DESAFIOS......................................................................81
10 A EASA NA ERA DO CONHECIMENTO
Francisco José Prates Alegretti Ten
Jonas Ertel CostaTen.............................................................................................83
10.1 A TECNOLOGIA NA SALA DE INSTRUÇÃO..........................................83
10.2 A TECNOLOGIA NO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS.............................................................................................................85
10.3 ENSINO A DISTÂNCIA: 1ª FASE DO CAS...............................................86
10.4 RESPLANDECE DO HORIZONTE..........................................................88
11 GALERIA DE FOTOS
Marcel Roberto de Lima Hammarstron Sgt........................................................89
11.1 GALERIA EX-COMANDANTE................................................................89
11.2 GALERIA EX-COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS.................91
11.3 GALERIA DE FOTOS DA ESCOLA..........................................................93
12 HISTÓRICO DE CRUZ ALTA
Felipe Pereira Barbosa Cap.....................................................................................99
REFERÊNCIAS...............................................................................................101
Apresentação
No momento em que a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas, ‘A
Casa do Adjunto’, comemora o 22º ano de sua criação, como seu atual comandante
cabe-me assinalar o grande feito que foi alcançado.
A criação do Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando
Militar do Sul – CIAS-SUL, em 1992, e as suas atividades iniciadas em 1993, em
Cruz Alta – RS, foi uma iniciativa arrojada de ‘pioneiros’, na busca de melhores condições para atingir uma adequada valorização profissional na carreira do Sargento
do Exército Brasileiro.
Atualmente, a EASA conduz a 1ª Fase do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), com duração de 30 semanas, para todos os sargentos do Exército
Brasileiro, tanto da área combatente, bem como da área de logística, por intermédio
da Seção de Ensino à Distância da EASA, tornando-se uma referência nesta modalidade de educação na instituição.
No momento, a Força Terrestre passa por seu Processo de Transformação. Neste
sentido, a EASA cumprindo o previsto nas diretrizes do Comandante do Exército,
do Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército e do Diretor de
Educação Técnica Militar, aperfeiçoa, anualmente, 3 Turnos de CAS, com duração
de 11 semanas cada turno presencial, dividido em 2 Subfases, sendo elas: Organização e Emprego das Armas (OEA) e Administração (Adm), por intermédio de
processos modernos de educação, como o uso das tecnologias móveis na educação
presencial, bem como a introdução de novos métodos de aprendizagem, como o ensino por competência, dentre outros aspectos, tendo como instruendos os Sargentos
das Armas de todos os Comandos Militares de Áreas e Sargentos de Nações Amigas.
Desta forma, cabe destacar que a intenção deste livro, no contexto da programação das atividades em comemoração aos 22 anos da EASA é resgatar um pouco
da história do Curso de Formação de Sargentos do Exército Brasileiro, o seu Aperfeiçoamento, o momento atual do CAS na ‘Casa do Adjunto’ e uma homenagem à
cidade de Cruz Alta/RS, cuja à história é rica em fatos e personagens ilustres, além
7
da forma acolhedora e da hospitalidade com que este Estabelecimento de Ensino
conta nesta cidade desde o início das suas atividades.
Parabéns, EASA! Parabéns a vocês, homens e mulheres que fizeram essa história.
Pátria! Brasil!
PAULO SÉRGIO FELIPE ALVES – Cel Cav – Cmt da EASA.
Desempenhando a função de Comandante do Corpo de Alunos da Escola de
Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas, ‘A Casa do Adjunto’, sinto-me honrado
em participar desse momento histórico para os sargentos do Exército Brasileiro, a
ocasião em que se comemora o 22º aniversário de criação da EASA.
A Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas é um Estabelecimento de
Ensino que desde suas raízes possui um perfil inovador e focado na gestão de qualidade. Aqui na ‘Casa do Adjunto’ tive a oportunidade de realizar meu curso de aperfeiçoamento de sargentos da Arma de Comunicações, no ano de 2004. Hoje, após
10 anos daquele evento, tenho a grata satisfação e a oportunidade de contribuir no
aperfeiçoamento de meus companheiros mais novos, transmitindo-lhes experiências
vividas ao longo da carreira militar e inspirando-os a assumirem com entusiasmo,
responsabilidades cada vez maiores. Julgo esses atributos fundamentais para o desenvolvimento da liderança dos subtenentes e sargentos.
O desafio proposto aos subtenentes sargentos da EASA é grande, Liderar pelo
Exemplo e pela Ação de Comando. Acredito que para termos um Exército Brasileiro moderno e forte, é necessário que os subtenentes e sargentos estejam cada vez
mais motivados e capacitados. Nesse contexto, a estrutura do Corpo de Alunos da
EASA, criada a partir do início do ano de 1999, tem permitido a todos aqueles que
aqui labutam, a oportunidade de demonstrarem o potencial atual dos sargentos do
Exército Brasileiro na prática, quer seja como Comandante do Corpo de Alunos,
Coordenador de Turma ou membro da equipe de apoio.
Ao longo dos últimos dez turnos do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos
das Armas, com quais tive o privilégio de trabalhar e interagir, pude verificar que o
sucesso da missão é o resultado de vários fatores, dentre os quais ressalto: o apoio e a
compreensão do escalão superior para o desenvolvimento de um projeto inovador e
ousado, com vistas à valorização profissional dos subtenentes e sargentos do Exército
Brasileiro; a visão moderna, a experiência e a orientação precisa dos oficiais designados para comandar esta Escola; a cumplicidade e o profissionalismo dos oficiais
8
e sargentos da EASA, permitindo que o Comandante do Corpo de Alunos ocupe
seu espaço como membro do Estado-Maior da Escola e desenvolva um trabalho
direcionado aos sargentos alunos, juntamente com os Coordenadores de Turma; e o
trabalho disciplinado e abnegado dos militares que compõem o Corpo de Alunos,
bem como daqueles que nos antecederam nesta missão.
Por fim, entendo que, hoje, o grande desafio da Instituição é envolver e motivar
seus recursos humanos para atuarem como líderes eficazes e comprometidos em
prol do cumprimento da missão constitucional da força terrestre, a defesa da Pátria.
Diante disso, asseguro-lhes que o Corpo de Alunos da EASA tem feito a diferença
na carreira daqueles sargentos que passaram por estes bancos escolares, algo que o
caro leitor poderá observar nas páginas deste livro comemorativo.
Parabéns, EASA!
LUIS CARLOS SILVEIRA LEMES – 1º Sgt – Cmt C Alu da EASA.
9
Prefácio
Em 1991 a então 16ª Bda Inf Mtz, com sede em Santo Ângelo, no Rio Grande do
Sul, teve sua sede transferida para Tefé, no estado do Amazonas. Entre suas Organizações Militares orgânicas, o 17º Batalhão de Infantaria, então aquartelado em Cruz
Alta, foi transformado em OM de Selva e seguiu para aquela mesma guarnição.
A disponibilidade das antigas instalações daquele Batalhão inspirou o Comandante (Cmt) da 3ª Divisão de Exército (DE) à época, General de Divisão José SAMPAIO MAIA, a propor a criação de um centro de instrução que reunisse os Cursos
de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia em um mesmo estabelecimento de ensino.
Aqueles cursos funcionavam de forma descentralizada, dispersos em OM de tropa
ao longo do território nacional, sob a coordenação técnico-escolar da Escola de Sargentos das Armas. Reuni-los significava submeter o processo ensino-aprendizagem à
imprescindível uniformidade doutrinaria e pedagógica e, mais importante, permitir
o saudável convívio entre sargentos integrantes das diferentes Armas e explorar a
integração das mesmas em exercícios e nas salas de aula.
A medida, ao resgatar antiga dívida do EB para com seus graduados, constituía-se
em enorme passo na direção da tão desejada valorização de suas carreiras.
Nascia, assim, o Centro de Instrução de Aperfeiçoamento de Sargentos Sul, o
CIAS-Sul, uma vez que o projeto inicial previa a criação de outros CIAS nos demais
Comandos Militares de Área.
Vistos em conjunto e analisadas suas realidades pessoais e profissionais, revelou-se
de forma eloquente o quanto, por suas próprias iniciativas, nossos sargentos haviam
progredido culturalmente no plano pessoal. Já em 1994, 42% de nossos alunos
eram universitários!
Criado por Portaria Ministerial de 10 de agosto de 1992, o CIAS-Sul foi ativado
a 1º de janeiro do ano seguinte e definitivamente constituído com a posse de seu
primeiro comandante um mês depois, em 1º de fevereiro, data que, por esta razão,
viria a ser escolhida pelo Centro de Documentação do Exército para assinalar a
criação daquele EE.
O efetivo do CIAS naquele primeiro momento era, majoritariamente, constituído pelos oficias e praças do 17º BISl que optaram por não seguir para Tefé, mais uns
poucos cavalarianos, artilheiros e engenheiros para mobiliar os cursos.
Conviveram no aquartelamento do velho Batalhão Curupaiti, de janeiro a maio
de 1993, duas equipes de pioneiros: a valorosa equipe de 52 militares que, sob o
comando do Coronel de Infantaria Paulo Ricardo Rocha PAIVA, seguiriam para a
10
11
Amazônia, e os que se dedicavam a tornar realidade a decisão tomada pelo General
de Exército Zenildo de Lucena, àquela altura Ministro do Exército, de criar o CIASSul.
O primeiro curso iniciaria em 12 de julho de 1993, para as Armas de Cavalaria
e Artilharia. A Aula Inaugural aconteceu no dia 10 de julho, ministrou-a o Cmt do
CMS, General de Exército DÉLIO de Assis Monteiro.
Dispunha-se, pois, de apenas 5 meses para preparar salas de aula, alojamentos
confortáveis e banheiros e refeitório condizentes, além de acomodar a administração
do Corpo de Alunos e dos cursos e a Divisão de Ensino.
Eram condições inegavelmente adversas. Pessoal inexperiente e reduzido, incertezas orçamentárias, falta de referência para analogia, carência de material e de viaturas, indefinições quanto à estrutura e prazo reduzido.
A tudo aqueles pioneiros enfrentaram com determinação, vencendo inexperiência, definindo caminhos e criando, desde o primeiro momento, o espírito ousado
que virou uma das marcas da hoje EASA.
O primeiro turno a funcionar no CIAS-Sul reuniu, no frio inverno cruz-altense,
sargentos oriundos de todas as regiões do Brasil. Muitos chegavam ao sul do país
pela primeira vez e jamais haviam experimentado um clima tão áspero.
O CIAS-Sul, no entanto, mercê do espírito de missão de seus integrantes, foi
capaz de receber, alojar, alimentar e prover agasalhos adequados a todos os alunos.
A missão fora cumprida.
Em 1994 funcionaram dois turnos, no primeiro a Infantaria juntou-se à Cavalaria e à Artilharia, no segundo chegou a Engenharia. O ano foi dedicado aos dois
turnos, espaçados de apenas 30 dias e a, simultaneamente, planejar o novo CAS a
ser realizado em duas partes, à distância e presencial, e a preparar o Centro para mais
esse desafio que seria implantado já no ano seguinte.
O ano de 1995, desta forma, transcorreu com o funcionamento do CAS para as
quatro Armas, realizado em duas partes e em três turnos sucessivos.
Assim tem sido desde então, exceto pela chegada das Comunicações em 2004.
Este breve relato dos três primeiros anos de formação do CIAS, conta a história
do nascimento daquele EE. A consolidação se deu nos anos subsequentes, conduzida por companheiros tão ou mais capacitados que aqueles pioneiros.
O CIAS-Sul se fez EASA, cresceu tanto e granjeou tamanho prestígio e confiança
que inibiu a criação dos seus congêneres prevista no início do projeto.
Nesses 22 anos, a Escola floresceu, atingiu a maturidade, projetou-se internacionalmente, gerou conhecimento, criou novas práticas, fundou tradições.
Ao lançar o olhar para esse passado, fica evidente o êxito resultante do esforço
de todas as equipes que se sucederam na condução da EASA. Vendo-a hoje, é fácil
prever que seu futuro será ainda mais exitoso.
General-de-Exército SÉR GIO WESTPHALEN ETCHEGOYEN Chefe do Departamento Geral do Pessoal
12
Capítulo 1
As origens do sargento
Felipe Pereira Barbosa – Cap
1.1 ANTECEDENTES
A palavra sargento tem origem no latim e data da época do Império Romano. Naquele momento histórico, representava a pessoa que servia ou auxiliava, no
campo ou nas armas, sendo escudeiro ou servindo a nobres. Era conhecido como
“servientes”, ou seja, aquele que serve.
Na Idade Média, encontravam-se inseridos nas diversas ordens de cavalaria. Porém, por não possuírem uma ascendência nobre, diferenciavam-se dos cavaleiros,
combatendo com armas típicas de infantaria. Os sargentos também administravam
as fortalezas das ordens. Na Ordem do Templo, por exemplo, o Irmão Sargento de
Mosteiro estava hierarquicamente acima do Irmão Sargento, usando a túnica branca
dos cavaleiros, enquanto o segundo usava a túnica marrom.
Em Portugal, desde o início das tropas regulares de linha, havia o sargento-mor.
Na estrutura militar, os nobres eram designados tenentes-coronéis, mestres-de-campo ou generais. Os sargentos-mores entravam como soldado e ganhavam essa patente após se destacarem. Assim, gozavam de prestígio tanto com os comandantes,
quanto com os soldados, sendo efetivamente o elo fundamental entre o comando
e a tropa. Tal era seu prestígio que, durante as batalhas, eram eles que efetivamente
comandavam as manobras.
O sargento-mor era responsável também pela preparação militar dos homens
em geral e hierarquicamente ficava entre os oficiais maiores (tenente-coronel) e os
oficiais subalternos (alferes e capitão). Tal situação pode ser verificada no desempenho do sargento-mor Antônio Dias Cardoso, durante a Insurreição Pernambucana.
Durante a gestão do Marquês de Pombal, houve um aperfeiçoamento das estruturas militares. Coube ao Conde de Lippe, nobre alemão contratado pelo exército
português, efetivar estas transformações. Nesse contexto o sargento passou à condição de praça de pré, ficando os oficiais subalternos responsáveis pelo comando das
companhias.
Lippe criou ainda a Real Academia Militar. Para frequentar esta instituição de
ensino, a praça deveria ser sargento, sendo declarado alferes após a conclusão. O
13
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Brasil, como colônia de Portugal, herdou as estruturas militares lusitanas.
A história do Exército Brasileiro (EB) conta com um grande número de célebres
sargentos, que se esforçaram na conquista, manutenção e defesa da pátria e de suas
instituições.
Todos esses sargentos representaram muito bem a ideia de que o sargento deve
ser o elo entre o comando e a tropa, na qual repousa a eficiência, a eficácia e a operacionalidade de um exército.
Dentre os principais exemplos de sargentos do nosso exército destacam-se Antônio Dias Cardoso, Rafael Pinto Bandeira, Antônio João Ribeiro e Max Wolf Filho.
1.2 ANTÔNIO DIAS CARDOSO
Antônio Dias Cardoso, o conhecido “mestre das emboscadas”, foi um dos líderes
da Insurreição Pernambucana, movimento militar que expulsou os holandeses do
Capítulo 1 - As origens do sargento
Nordeste. Suas emboscadas vieram da observação da arte da guerra dos indígenas,
em oposição às formações pouco flexíveis dos exércitos europeus.
A ele coube também a instrução militar dos patriotas recrutados em um percurso sigiloso entre Pernambuco e Bahia. O mestre da guerra irregular também esteve
nas batalhas de Casa Forte, Monte das Tabocas e nas duas batalhas de Guararapes.
Este exército de patriotas, formado por Antônio Dias Cardoso, representou a gênese do exército brasileiro, sendo Dias Cardoso reconhecido como seu organizador
e primeiro comandante.
Devido a seu vasto legado de guerra irregular, emboscada e técnicas de guerrilha,
foi homenageado como o patrono das Forças Especiais do Brasil. Seu nome se encontra ainda no Livro de Heróis da Pátria, guardado no Panteão da Pátria na Praça
dos Três Poderes em Brasília-DF.
1.3 RAFAEL PINTO BANDEIRA
O Sargento-Mor Rafael Pinto Bandeira foi um dos maiores heróis do Brasil e do
Rio Grande do Sul. Ele foi responsável pela defesa do território brasileiro frente aos
Figura 1 – Antônio Dias Cardoso.
Figura 2 – Rafael Pinto Bandeira.
14
15
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
espanhóis. Esse sargento-mor assentou praça aos quatorze anos na única Unidade
Militar no Rio Grande do Sul à época: o Regimento de Dragões do Rio Pardo.
Pinto Bandeira cavalgou com sua tropa por todo o Rio Grande do Sul, tornando-se uma lenda para seus contemporâneos.
Foi o principal líder da resistência lusobrasileira às invasões castelhanas ao território riograndense. Dentre suas principais ações militares, destacam-se a tomada do
Forte de São Martinho, na região dos Sete Povos das Missões; a defesa da praça de
Rio Pardo; e o cerco ao Forte de Santa Tecla, na atual Bagé.
A partir de 1784, tornou-se governador militar do Rio Grande do Sul. Rafael
Pinto Bandeira passou para a história pela sua capacidade de liderança e empatia
com a tropa.
1.4 ANTÔNIO JOÃO RIBEIRO
Capítulo 1 - As origens do sargento
guaio invasor.
O senso de civismo fez com que o comandante evacuasse os civis antes dos embates. O dever para com a nação brasileira culminou com a morte deste valoroso
militar. Ficou célebre a mensagem de Antônio João:
‘Sei que morro, mas meu sangue e dos meus companheiros servirá de protesto
solene contra a invasão do solo de minha Pátria’.
Uma estátua alusiva a esse ato heroico foi erguida na Praia Vermelha, na cidade
do Rio de Janeiro, com o intuito de eternizar aquele momento. Antônio João foi,
ainda, homenageado pelo Quadro Auxiliar de Oficiais, ao ser eleito seu Patrono.
1.5 MAX WOLFF FILHO
O sargento Max Wolff Filho foi um militar brasileiro integrante da Força Ex-
Antônio João Ribeiro sentou praça em 1841, promovido depois à graduação de
Figura 4 – Max Wolff Filho.
Figura 3 – Antônio João Ribeiro.
cabo e sargento. Em 1860 foi nomeado comandante da Colônia Militar de Dourados, na então Província de Mato Grosso.
A célebre passagem de Antônio João deu-se no contexto da invasão paraguaia
ao Brasil, no ano de 1864. Naquela época, a Colônia Militar de Dourados possuía
um efetivo de quinze homens. Apesar da imensa desvantagem numérica, a tropa de
Antônio João resistiu bravamente até sucumbir frente ao numeroso exército para16
pedicionária Brasileira (FEB), durante a campanha da Itália, na Segunda Guerra
Mundial.
Natural do Paraná, seu pai era um imigrante austríaco e sua mãe, paranaense.
Iniciou a carreira militar no 15º Batalhão de Caçadores, no aquartelamento do atual
20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba. Esse quartel leva seu nome como
denominação histórica.
Com a mudança para o Rio de Janeiro, ingressou na Polícia Militar, quando, em
1944, entrou como voluntário na recém-criada FEB. Após seu alistamento, passou
17
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
a ser integrante do 11º Regimento de Infantaria, sediado em São João del Rei - MG.
Destacou-se na guerra por sua intrepidez, abnegação e liderança, especialmente
nas diversas patrulhas que comandou ao longo do conflito. Os correspondentes de
guerra destacaram suas ações de combate, tanto na imprensa nacional, quanto na
estrangeira.
Em sua última missão, voluntariou-se para comandar uma patrulha de reconhecimento. Partiu junto com dezenove companheiros, todos indicados por bravura
por entrarem em uma região que era conhecida como ‘terra de ninguém’. Atingido
por uma rajada de metralhadora no peito, veio a falecer. O corpo do sargento Max
Wolff só foi encontrado passados alguns dias dessa ação.
Como forma de reconhecimento, foi agraciado ‘post-mortem’ com as seguintes
medalhas: Cruz de Combate e Campanha de Sangue, pela República Federativa do
Brasil; e a Bronze Star Medal, pelo exército dos Estados Unidos da América.
No Brasil, a Escola de Sargento das Armas recebeu a denominação histórica de
Escola Sargento Max Wolff Filho, como forma de transformar seu exemplo em farol
aos futuros sargentos do Exército Brasileiro.
Ainda como forma de reconhecimento do seu valor, foi criada a medalha Sargento Max Wolff Filho, concedida aos subtenentes e sargentos que tenham se destacado no desempenho profissional e evidenciado o perfil do célebre sargento morto
nos campos de batalha italianos.
Max Wolff foi sepultado no cemitério militar da FEB, na cidade italiana de Pistoia. Posteriormente, seus restos mortais foram transladados para o Brasil.
18
Capítulo 2
A evolução da formação e aperfeiçoamento dos
sargentos no Exército Brasileiro: antecedentes
da Lei do Ensino
Airton Zenkner Petersen – Ten
Para Rodrigues (2013), até o fim do Império e início do período republicano,
os cabos se ligavam sobremaneira aos sargentos, sendo estes uma continuação não
estanque daqueles. Ambas as figurações, inclusive a dos anspeçadas, extinta na década de 1930, eram chamadas de oficiais inferiores, ou, simplesmente, inferiores .
O principal curso a ser feito pelo soldado, que dava direito à promoção a cabo e
sargento, era o Curso de Formação de Graduados (CFG).
Até 1890, os sargentos eram formados nos próprios corpos de tropa, vindo a,
posteriormente, se especializar em duas escolas distintas: a Escola Geral de Tiro do
Campo Grande e a Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo. O Decreto nº 330 de 12
de abril de 1890, as transformou em escolas práticas. Outra modificação, também
trazida pelo Decreto nº 330, fora a criação de uma escola de sargentos para as quatro
armas existentes na época, tendo como base a Escola de Aprendizes Artilheiros. A
Escola de Sargentos só passou a funcionar com esse nome, substituindo definitivamente o antigo nome, no ano de 1894, quando começou a ter uma organização
mínima.
A Revolução de 1930 parece ter sido a responsável política do relativo aumento
do prestígio da figura dos sargentos dentro dos quartéis, tendo ocorrido, naquela
oportunidade, um salto em relação à figura dos cabos. A mudança de legislação foi
relativamente generosa com os sargentos naquela década. Um decreto de dezembro
de 1930 aumentou significativamente as chances de estabilidade dos sargentos,
enquanto os cabos só poderiam permanecer até cinco anos no serviço ativo. Em
relação à profissionalização do sargentos, sendo Ministro da Guerra o General Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso, criou o posto de subtenente , através de
um decreto de 1933.
Quando o posto de subtenente foi criado, em 1933, um dos critérios para a
escolha dos promovidos era a realização do curso de aperfeiçoamento:
19
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Para ser promovido a subtenente ou subtenente radiotelegrafista, o sargento-ajudante ou 1º sargento, em serviço nos corpos de tropa, fortalezas e quadro de
radiotelegrafistas deve satisfazer aos seguintes requisitos: a) ter aprovação no curso
da Escola de Arma, com a nota “Apto” para o comando de pelotão ou secção ou
“Distinto”[...].
Vê-se que, no sentido da profissionalização e de elevação de seu status profissional e social, foram dados alguns passos para frente, até 1935. Porém, o levante
comunista, liderado em alguns locais por sargentos, foi considerado pela cúpula do
Exército como um golpe duro e traiçoeiro demais por parte dos sargentos em relação
à oficialidade.
O caminho da profissionalização, construído não sem óbices e sacrifícios, fora
abalado naquele momento e levaria algumas décadas para retornar. A Lei Dutra de
1939 novamente nivelou os soldados, cabos e sargentos, mandando embora praticamente todos os terceiros e segundos sargentos com menos de 10 anos. Ainda em
1940, os sargentos e cabos concorriam em espaços relativamente iguais de socialização, particularmente na realização de cursos de especialização, e nas atividades
relacionadas àqueles cursos. Contudo, no ano de 1945, seria corrigida a trajetória
de profissionalização dos sargentos, com a criação da Escola de Sargentos das Armas
no Rio de Janeiro, levando a seu apartamento da figura do cabo.
A Lei do Ensino do Exército de 1938, criada pelo Decreto-Lei nº 432, de 19 de
maio de 1938, que regulava o Ensino Militar do Exército, em seu artigo 16, definia
que:
[...] a instrução de especialização destina-se a formar graduados (cabos e sargentos) capazes de exercer nos corpos de tropa, formações de serviços e estabelecimentos, funções que exijam conhecimentos além dos comumente necessários
aos graduados da arma ou do serviço considerado. Essa instrução é ministrada
em cursos que funcionarão seja em escolas ou centros (para sargentos), seja em
corpos de tropa, formações de serviços ou estabelecimentos. (MINISTÉRIO DA
GUERRA, 1938, p. 05).
Muitos desses cursos eram pré-requisitos para sucessivas promoções, e isso atraía
a atenção de alguns sargentos. Sem um plano de carreira, as vagas para promoção de
sargentos surgiam, normalmente, quando faltava pessoal habilitado para completarem claros específicos, de determinadas especialidades, nos quartéis. Dentro dessa
lógica, os sargentos especializados tinham melhores chances de concorrer a essas
promoções.
Em 1940, vários cursos se equivaliam e eram pré-requisito para promoções sucessivas. O Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos (CRAS) era um desses
cursos. Não havendo padronização na execução dos cursos de aperfeiçoamento, a
20
Capítulo 2 - A evolução da formação e aperfeiçoamento dos sargentos no Exército Brasileiro
sua realização era mais uma opção individual, do que uma etapa normal na carreira.
Era considerado interesse individual estar habilitado para as promoções que se
seguissem e, diante da não-oferta do CRAS de sua arma, na região em que serviam,
muitos sargentos acabavam tendo que vencer barreiras geográficas, pedindo transferências, a fim de se matricularem nos cursos ofertados por outras regiões militares.
Muitos sargentos continuavam realizando cursos no Exército, como uma maneira de se qualificarem para conseguirem funções de maior prestígio em relação
às funções desempenhadas pelos simples tarimbeiros ou “tropeiros” (militares sem
qualquer qualificação posterior à formação).
Nos anos 40, dentre os cursos que os sargentos tinham possibilidade de frequentar, o mais requisitado era o Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos. Esse
curso não era regularmente planejado, nem centralizado. A própria Lei do Ensino,
de 1938, define que a realização do referido curso era pré-requisito para o prosseguimento na carreira, como também definia o seu caráter descentralizado:
Art. 15. A instrução de aperfeiçoamento, destinada aos sargentos, é dada nos
cursos de aperfeiçoamento de sargentos, a fim de conferir-lhes o certificado de
comandante de pelotão e habilitá-los à promoção a primeiro sargento, sargento
-ajudante e subtenente. Esses cursos de aperfeiçoamento funcionam: - na Escola
das Armas (Cursos de Aperfeiçoamento de Sargentos); - no Centro de Instrução
de Artilharia de Costa (Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos de Artilharia de
Costa); - nos centros regionais de aperfeiçoamento de sargentos.
Isso fazia com que a vida dos sargentos fosse incerta, por não haver um plano de
carreira. Sem garantia de estabilidade, os sargentos, assim como as demais praças,
iam prestando o serviço militar, por períodos sucessivos, mediante engajamentos e
reengajamentos, a cada dois ou três anos.
O documento que regulava a vida militar dos sargentos, assim como a de todas
as praças, com definições de engajamentos, reengajamentos e licenciamentos, era a
Lei do Serviço Militar. A normatização definia determinados critérios para a permanência dos sargentos no Exército, por meio de reengajamentos sucessivos, dentre os
quais sua disciplina, o número de vagas existentes na unidade e a respectiva idade.
Esses critérios foram modificados no decorrer do tempo, contudo, até os anos 60,
certos padrões não sofreram alteração.
No dia 19 de novembro de 1975, no governo do presidente Ernesto Geisel, foi
promulgada a Lei nº 6.265 que dispõe sobre o ensino no Exército. A nova lei do
Ensino, em seu artigo 1º, cita:
Art. 1º. O Exército manterá um sistema de ensino próprio denominado Ensino
Militar, com a finalidade de proporcionar ao seu pessoal, da ativa e da reserva, a
necessária habilitação para o exercício, na paz e na guerra, dos cargos e funções
21
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
previstos em sua organização. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1975, p. 2).
Nesta nova Lei, o Ensino Militar é dividido nos graus elementar, médio e superior, sendo o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos - CAS enquadrado como de
grau médio. O artigo 12 da referida lei cita:
Art 12. O ensino militar de grau médio destinado à habilitação, para o exercício
de cargos e funções próprios das graduações de Subtenentes e Sargentos e dos
Postos dos Quadros de Oficiais de Administração e Especialistas, é constituído
de dois ciclos:
I- o primeiro inclui cursos de formação; e
II- o segundo inclui cursos de aperfeiçoamento. (Op. cit., 1975, p. 3)
O Artigo 15 da mesma lei divide os cursos de grau médio em três modalidades,
a saber: Formação, Especialização e Aperfeiçoamento.
Art. 15. O Inciso IV do Art 15 que trata especificamente da modalidade Aperfeiçoamento cita: Aperfeiçoamento, constituída pelos cursos destinados à atualização e à ampliação de conhecimentos que venham habilitar os 2º sargentos para o
exercício dos cargos e funções próprios das graduações de 1º Sargento, Subtenente e dos postos dos Quadros de Oficiais de Administração e Especialistas. (Op.
cit., 1975, p. 3)
A Lei nº 6.265 de 1975 permaneceu em vigor até o ano de 1999 quando foi
substituída pela Lei nº 9.786, de 8 de fevereiro que, em seu artigo 1º, cita:
Art. 1º. É instituído o Sistema de Ensino do Exército, de características próprias,
com a finalidade de qualificar recursos humanos para a ocupação de cargos e para
o desempenho de funções previstas, na paz e na guerra, em sua organização. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1999, p. 01).
O Curso de Aperfeiçoamento para Sargentos, segundo esta nova lei que ainda se
encontra em vigor, está regulado pelo inciso V do artigo 6º, que prevê:
V. Aperfeiçoamento, que atualiza e amplia conhecimentos obtidos com a formação ou a graduação, necessários para a ocupação de cargos e para o desempenho
de funções de maior complexidade. (Op. cit, 1999, p. 01).
22
Capítulo 3
O Curso Regional de Aperfeiçoamento de
Sargentos (CRAS)
Edilson Luís Zamberlan – Cap
O Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos tem sua origem no Decreto-Lei nº
4.130, de 26 de fevereiro de 1942, que regulou o Ensino Militar no Exército. Por
meio desse documento, o Presidente da República, usando da atribuição que lhe
conferia o artigo 180 da Constituição Federal, decretou a Lei do Ensino Militar.
Essa lei, em seu artigo 1º, trazia a seguinte redação: “O ensino militar no Exército
tem por finalidade a preparação técnico-profissional do pessoal de enquadramento
em todos os escalões da hierarquia, tanto da ativa como da reserva”.( MINISTÉRIO
DA GUERRA, 1942, p. 30).
Dentro desse foco, o artigo 4º abordava os quatro tipos de preparo de cabos e
sargentos do Exército ativo: formação, aplicação, aperfeiçoamento (em que o CRAS
estava inserido) e especialização. Segundo o artigo 7º da lei, o preparo de aperfeiçoamento, destinado aos sargentos, seria ministrado nos cursos de aperfeiçoamento de
sargentos, futuro CAS. O curso os tornava aptos ao comando de pelotão ou de seção
em campanha, além de habilitá-los à promoção a 1º sargento, sargento-ajudante e
subtenente.
Esse preparo de aperfeiçoamento seria dado na Escola das Armas (curso de aperfeiçoamento de sargentos), na Escola de Artilharia de Costa (curso de aperfeiçoamento de sargentos de artilharia de costa) e em cursos regionais de aperfeiçoamento
de sargentos, dando a origem ao CRAS. Dessa evolução surgiu o Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul (CIAS Sul), passando pela Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsAS), até a sua consolidação
como Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), anos depois.
Contudo, o curso de aperfeiçoamento de sargentos só foi regulamentado cinco
anos mais tarde, em 19 de março de 1947, pela Portaria nº 72, do Ministro da Guerra, que aprovou as Instruções Reguladoras (IR) do Aperfeiçoamento de Sargentos,
reforçando e complementando o Decreto-Lei nº 4.130, de 26 de fevereiro de 1942
— Lei do Ensino Militar.
Nestas IR verifica-se que o aperfeiçoamento dos 2° e 3° sargentos formados nos
23
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
corpos de tropa e estabelecimentos militares seria realizado na Escola de Sargentos
das Armas (ESA), nos Cursos Regionais de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas e dos Serviços e em escolas e centros destinados a certas especializações (Curso
D da Escola de Artilharia de Costa e Curso D do Centro de Instrução de Defesa
Antiaérea). O objetivo destes cursos era consolidar a aprendizagem dos sargentos e
colocá-los em condições de serem promovidos à 1° sargento, subtenente e oficial da
reserva ou do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO).
Quanto à duração dos cursos, as IR definiam, no artigo 6º, que os CRAS teriam
a duração de dezesseis semanas, exclusive os exames, divididas em duas fases: a primeira fase (duração de oito semanas) visava a revisão, atualização e aprimoramento da instrução de sargento; e a segunda fase (outras oito semanas) tinha por fim
habilitar o sargento ao comando de pelotão/ seção e a promoção aos postos de 1º
sargento, subtenente e oficial da reserva ou do QAO.
A instrução nos cursos de aperfeiçoamento e equivalentes deve dar ao aluno uma
soma tal de conhecimentos, que o habilite ao desempenho consciente e desembaraçado das funções que lhe competem, e das que, por circunstâncias próprias
da guerra, possa ser chamado a desempenhar. (MINISTÉRIO DA GUERRA,
1942, p. 09).
Os comandantes das Regiões Militares deveriam expedir as instruções necessárias para os trabalhos do CRAS, uma vez que o curso era regional. Para isso, esses
comandantes se valiam das diretrizes do Estado-Maior do Exército, respeitando as
disposições do Curso de Aperfeiçoamento da Escola de Sargento das Armas.
As inscrições nos diferentes cursos de aperfeiçoamento eram feitas mediante requerimento dos interessados. O comandante da unidade ou estabelecimento a que
o candidato pertencia encaminhava o requerimento ao comandante do respectivo
curso ou escola, com as informações e documentos exigidos. Para realizar sua inscrição no CRAS, o sargento deveria satisfazer as condições de:
a) estar com bom comportamento;
b) ter, no mínimo, um ano como sargento arregimentado em corpo de tropa
(sargento das Armas) ou um ano em corpo de tropa/ órgão do respectivo Serviço
(sargento de Serviço); e
c) ter sido julgado apto nos exames médico, físico e intelectual.
A matrícula nos CRAS era concedida pelos respectivos comandantes de RM de
acordo com as conveniências de emprego e de instrução de cada unidade e a capacidade do curso. Para efetuar a matrícula, os candidatos eram classificados segundo os
resultados obtidos no exame de seleção intelectual, não devendo ser encaminhados
à matrícula nos cursos de aperfeiçoamento de motomecanização ou de manutenção
24
Capítulo 3 - O Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos (CRAS)
aqueles que ainda não soubessem, pelo menos, dirigir viaturas sobre rodas. A princípio os candidatos só deveriam realizar o curso na RM em que estivessem servindo.
Porém, a critério do Ministro da Guerra, poderiam ser concedidas autorizações para
que sargentos de uma Região Militar se matriculassem em cursos que funcionassem
em outra Região.
Antes de realizar a matrícula no curso de aperfeiçoamento, o candidato era submetido a exames médico, físico e intelectual. Tais exames deveriam ser realizados
nesta ordem, só devendo ser submetido ao exame seguinte o candidato que tivesse
obtido as condições exigidas no exame anterior.
Inicialmente, o exame médico visava eliminar o candidato que fosse fisicamente
incapaz no que se refere a doenças, afecções e síndromes que motivassem a isenção
temporária ou definitiva, a baixa ou a reforma do Exército. Esse exame ainda tinha
por objetivo confirmar as condições de saúde estabelecidas para verificação de praça
no Exército (tipo A), devendo ter desenvolvimento harmônico e ser completamente
são.
O exame físico tinha como finalidade selecionar os candidatos com vigor compatível com os trabalhos realizados no curso. Deste modo, os candidatos eram submetidos a provas físicas, descritas no quadro a seguir, sendo eliminado o candidato
que deixasse de atingir os limites mínimos exigidos, em duas ou mais provas físicas.
Natureza das provas
I. Corrida de 100 metros
II Corrida de 1.000 metros
Resultados Mínimos
Condições de Execução
17”
Corrida individual.
Partida livre.
Em turmas com um guia de
passada regulada.
Três tentativas, em 1,10 m e
1,15 m.
Três tentativas. Marca-se o ponto onde é tomado o impulso.
Subir numa corda lisa, partindo
da posição de pé.
Granada inerte de 650 g, posição de pé (três lançamentos).
Carregamento livre. Contagem
do tempo ao levantar o saco até
transpor a meta de chegada.
7’
III. Salto em altura com
impulso
IV. Salto em distância c/
impulso
V. Trepar
1,10 m
VI. Lançamento de granada
25,00 m
VII. Levantar e transportar
um saco de 30 quilos por
100 metros
36’’
3.00 m
2,50 m
Quadro 1 - Análise de condições Físicas.
25
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Após aprovado no exame físico, o candidato passava ao exame de seleção intelectual, que constava de uma prova escrita dividida em quatro partes compostas de:
a) duas questões de português (uma de redação e outra de análise gramatical);
b) duas questões práticas de matemática (uma de aritmética e outra de geometria);
c) uma questão prática de topografia; e
d) questões abrangendo Combate e Serviço em Campanha da unidade elementar grupo ou seção.
Os candidatos aprovados tinham direito a transporte e demais vantagens previstas no respectivo Código. Os comandantes de RM, guarnição e unidades eram
os responsáveis pelas providências cabíveis, de modo que os candidatos requisitados
chegassem à sede do curso, no mínimo, cinco dias antes da data marcada para o
início do período letivo. Terminado o curso de aperfeiçoamento, os sargentos aprovados eram obrigados a servir, no Exército, pelo prazo estipulado na Lei do Serviço
Militar. Assim, as matrículas só eram feitas mediante declaração expressa do interessado aceitando tais exigências.
Como na época ainda não existia uma escola específica para o aperfeiçoamento
dos sargentos, os CRAS funcionariam, preferentemente, nos CPOR. Os comandantes de RM poderiam autorizar fazer funcionar duas turmas por ano nos CRAS,
dado o número de candidatos. Ainda devido a esta falta de estrutura, entre os anos
de 1970 e 1976, a EsSA deixou de formar sargentos e funcionou apenas com o curso
de aperfeiçoamento, voltando à formação de graduados somente em 1977.
Capítulo 4
CIAS-SUL
Edson Luiz Nadalin – Cap
Evandro Rodrigues Dos Santos –Ten
Gislaine Nunes dos Santos – Sc
4.1 CRIAÇÃO
A Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA) foi criada pela
Portaria Ministerial nº 43 – Res, de 10 de julho de 1992, com a denominação de
Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul
(CIAS-Sul), por ser subordinada a esse Comando Militar de Área.
O ministro de Estado do Exército, no uso da competência que lhe confere o
inciso VI do artigo do decreto nº 93.188, de 29 de agosto de 1986, e de acordo
com o que propõe o Estado-maior do Exército, ouvindo o comando militar do sul,
determinou no artigo 2º que:
a) O Estado – Maior do Exército baixe os atos complementares necessários à
execução da presente portaria;
A implantação do CIAS – Sul seja realizada de modo a possibilitar seu funcionamento a partir de janeiro de 1993;
b) O CIAS – Sul absorva, no que for possível, do 17º BI, os acervos documental,
histórico e patrimonial, parte do pessoal e do material;
c) O Departamento de Ensino e Pesquisa coordene com o Comando Militar do
Sul o planejamento para que sejam ativados, a partir de 1º de julho de 1993, os
cursos de aperfeiçoamento de sargentos de infantaria e de artilharia;
d) O Comando de Operações Terrestres, o Comando Militar do Sul, os departamentos e as secretarias tomem, em seus setores de competência, as devidas providências decorrentes. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO,1986, p. 04)
4.2 CENTRALIZAÇÃO
O Comando do Exército elaborou planos para a ocupação e proteção da Amazônia, transferindo sedes de algumas Unidades Operacionais de outras regiões do
26
27
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Brasil para a Região da Amazônia. Em consequência, algumas unidades do Comando Militar do Sul e da 3ª Divisão de Exército foram transferidas para a Amazônia,
como por exemplo:
a) 16ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Santo Ângelo, foi transferida
para Tefé – AM;
b) 61º Batalhão de Infantaria Motorizado, sediada em Santo Ângelo, foi transferida para São Gabriel da Cachoeira – AM;
c) 17º Batalhão de Infantaria, com sede em Cruz Alta, teve sua sede transferida
para Tefé – AM.
As instalações vagadas pelas Unidades de Santo Ângelo receberam o Batalhão de
Comunicações e a 10ª Circunscrição de Serviço Militar. As instalações do 17º BI seria ocupada pela Bateria de Comando da Artilharia Divisionária da 3ª DE, inviabilizada pelo porte destas instalações e o pequeno efetivo da Subunidade. Diante deste
quadro, os seguimentos da sociedade e dos Poderes Públicos da cidade de Cruz Alta
e região se manifestaram pela permanência do 17º Batalhão de Infantaria na cidade,
já que a história do Batalhão se confundia com a própria história da cidade.
Essas manifestações, em princípio, tiveram influência na decisão da criação, em
caráter experimental, do Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do
Comando Militar do Sul – CIAS-Sul, nas instalações até então ocupadas pelo Dezessete.
4.3 CIAS
O projeto CIAS estabelecia, inicialmente, que esse seria um Centro de Instrução
por Exército ou Comando Militar de Área, destinado a centralizar os Cursos de
Aperfeiçoamentos de Sargentos das Armas, substituindo as Unidades de Corpo de
Tropa designadas por estes Grandes Comandos. A título experimental, criou-se em
l0 de julho de 1992 o CIAS – SUL, com o início de seu funcionamento previsto
para o dia 1º de janeiro de 1993, ocupando as antigas instalações do l7º Batalhão de
Infantaria. A determinação era empregar o mínimo de recursos financeiros possível,
utilizando o pessoal que não acompanhou a Unidade para a sua nova sede, sendo o
início do ano letivo no segundo semestre daquele ano.
O número de vagas para os cursos que seriam realizados no novo Centro, durante o 2º semestre de 1993, foi estabelecido pela Portaria nº 188/DGP, de 1º de
dezembro de 1992, que fixava as vagas ainda em Unidades de Tropa, distribuídas
por três Comando Militares.
28
Capítulo 4 - CIAS-SUL
DIREÇÃO EXECUÇÃO
CMS
CIAS-Sul
LINHA
COMBATENTE
CURSOS
SÍMBOLO
CAS 02
CAS 03
DESIGNAÇÃO
CAVALARIA
ARTILHARIA
VAGAS
75
140
Quadro 2- Distribuição de Vagas.
O efetivo do inicial do Centro era de 23 (vinte e três) oficiais, 71 (setenta e um)
subtenentes/sargentos e 249 (duzentos e quarenta e nove) cabos e soldados do núcleo base, incluindo a Banda de Musica, que mais tarde passaria para o Comando
da AD/3.
Sob o comando interino do Capitão de Infantaria José Maria Nova da Costa
Filho, em 4 de janeiro de 1993, iniciaram-se os trabalhos de adaptação das antigas
instalações da Unidade de Infantaria às necessidades de um novo Estabelecimento
de Ensino. Houve a necessidade de muito empenho para superar a falta de tempo e
de recursos para transformar uma dúvida em uma realidade inovadora e marcante
na carreira do graduado.
Com isso, houve uma grande quantidade de obras que dariam condições aos Pavilhões Monte Castelo e Tuiutí e para que estas obras acontecessem, houve a necessidade de empregar o 29º GAC, quartel de Artilharia presente na cidade de Cruz Alta,
pois o CIAS – SUL não tinha autonomia administrativa. As obras foram executadas
pelo pessoal dos serviços gerias, que praticamente passou a ser do seu efetivo. Esses
dois pavilhões foram os que mais sofreram alterações em suas estruturas, pois eram
reservas de pelotões e de material do subtenente.
O piso superior de cada pavilhão constituía-se de alojamentos, vestiários e salas
de instruções das Companhias de Fuzileiros. Com a determinação de que os Cursos
aqui realizados estariam focados na valorização dos sargentos, esses espaços se tornariam apartamentos para alojar de seis a oito militares, com camas e armários individuais. Diante da necessidade de mobiliar essas dependências com poucos recursos,
o Cap Nova da Costa teve que se deslocar até a cidade do Rio de Janeiro, com um
caminhão boiadeiro, conseguindo uma grande quantidade de móveis de escritório
oriundos do Movimento Internacional sobre o Meio Ambiente (EXPO 92), assim
como também, junto a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO).
Os trabalhos iniciais relativos à administração eram desempenhados por equipes
que trabalhavam na arrumação e estruturação para o funcionamento do Centro.
Enquanto isso, a Divisão de Ensino (DE) coordenava as atividades dos Cursos, na
preparação de toda a documentação de ensino.
A ausência de memória se constituiu numa grande dificuldade naqueles momentos iniciais, tendo buscado auxílio junto à EsSA e a outras Unidades voltadas
29
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
para a área do ensino. Toda essa preparação material e pessoal tinha por fim a necessidade do emprego adequado dos seus recursos humanos, pois o Exército julgava
que o sargento estava sendo subempregado.
Várias unidades pelo Brasil eram responsáveis por conduzir o curso de aperfeiçoamento de sargentos, não havendo uma padronização no aperfeiçoamento do
sargento. Eram unidades operacionais que não tinham estrutura de ensino, metodologia ou órgão centralizador, conduzindo os trabalhos com turmas pequenas. Houve, então, a necessidade da criação de uma escola para a padronização do conteúdo
ensinado.
A 3ª Divisão de Exército (3ª DE), sediada em Santa Maria – RS, foi grande incentivadora da criação do Centro, que reuniria em uma só unidade os vários Cursos
de Aperfeiçoamento sob a responsabilidade do Comando Militar do Sul. À época,
praticamente todos os Cursos de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas realizados pelo Comando Militar do Sul eram executados em Unidades da 3ª DE.
Essa atitude da DE aliada à possibilidade de ocupar as instalações do 17º BI
com o Curso de Aperfeiçoamento atendia às solicitações da sociedade e dos Poderes
Públicos para que o 17º BI não saísse de Cruz Alta.
4.4 INÍCIO DAS ATIVIDADES O início de suas atividades estava previsto para o dia 1º de janeiro de 1993, nas
instalações do então 17º Batalhão de Infantaria.
Em 1º de fevereiro de 1993, o Ten Cel Cav Sérgio Westphanlen Etchegoyen
assumiu o Comando do CIAS-Sul, sendo o seu primeiro Comandante nomeado,
passando a coordenar todos os trabalhos para a implantação desse novo Centro. O
primeiro curso realizado no CIAS-Sul teve início em 10 de julho de 1993, com a
aula inaugural proferida pelo Exmo Sr Gen Ex Delio de Assis Monteiro. Foram matriculados 140 (cento e quarenta) Sargentos Alunos Artilheiros e 75 (setenta e cinco)
Sargentos Alunos Cavalarianos, oriundos de todos os Comandos Militares de Área.
O referido curso terminou em 26 de novembro6.
Fruto do trabalho desenvolvido durante o primeiro curso, a Portaria Ministerial
nº 109 – Res, de 30 de novembro de 1993, mudou a subordinação do Centro para
a Diretoria de Formação e Aperfeiçoamento, a partir de 1º de janeiro de 1994,
tornando-se, assim, o mais novo Estabelecimento de Ensino do Exército Brasileiro.
No 2º turno do ano de 1994, o CIAS-Sul realizou o Curso de Aperfeiçoamento
de Sargentos para as armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia, com
o nivelamento das turmas de formação. Em 1995, visando atender à demanda de
sargentos a serem aperfeiçoados, o CAS passou a ser realizado em três turnos por
ano, em duas fases:
30
Capítulo 4 - CIAS-SUL
a) 1ª fase - por correspondência, na própria OM do Sargento-Aluno;
b) 2ª fase – presencial.
Em 1995, o Centro recebeu a incumbência de realizar o CPrep CAS – Curso
Preparatório ao Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas de Infantaria,
Cavalaria, Artilharia e Engenharia7.
A Portaria Ministerial nº 15, de 15 de janeiro de 1998, alterou a denominação
do Centro para Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos – EsAS, reconhecendo o
seu papel no Sistema de Ensino do Exército. No período de 1999 a 2005, foram
realizados 04 (quatro) turnos por ano, tendo em vista a necessidade de atender a
demanda no aperfeiçoamento dos sargentos, sem comprometer as turmas de formação..
Em 2004, através da Portaria nº 014 - Cmt Ex, de 16 de janeiro de 2004, a
Escola recebeu a atual denominação de Escola de Aperfeiçoamento de Sargento das
Armas – EASA, pelo fato de ter passado a também aperfeiçoar o Segundo Sargento
da Arma de Comunicações (combatente).
A partir de 2007, a EASA passou a receber, no terceiro turno do CAS, militares
de exércitos de países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, cumprindo o Plano do Exército Brasileiro para intercâmbio com essas nações.
Em 2011, com a restruturação do Sistema de Ensino do Exército Brasileiro, a
Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas – EASA , ‘A Casa do Adjunto’,
passou a ser subordinada a Diretoria de Educação Técnica Militar – DETMil.
31
Capítulo 5
Os pioneiros
Edson Luiz Nadalin – Cap
Gislaine Nunes dos Santos – Sc
O Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) foi criado com o objetivo de
habilitar o sargento para as funções correspondentes aos cargos de 1º Sargento e de
Subtenente, capacitando-os para o desempenho de funções de caráter administrativo, tendo em vista prepará-los para as funções correspondentes aos cargos destinados ao oficial do Quadro Auxiliar de Oficiais. Sintetizando, o curso tinha por fim
manter o sargento atualizado, propiciando uma evolução na sua carreira.
I – DOS CURSOS (Funcionamento)
Art. 1º - O aperfeiçoamento dos 2º e 3º sargentos formados nos corpos de tropa
e estabelecimentos militares será feito:
a) na Escola de Sargentos das Armas (E.S.A.)
b) em Cursos Regionais de Aperfeiçoamento de Sargentos (C.R.A.S.) das Armas
e dos Serviços;
c) em Escolas e Centros destinados a certas especializações (Curso D da Escola de
Artilharia de Costa, Curso D do Centro de Instrução de Defesa Antiaérea, etc).
II – ORGANIZAÇÃO GERAL DO ENSINO
Art. 5º - Os períodos letivos nas diferentes Escolas e Centros terão a duração
prevista nos respectivos regulamentos.
Art. 6º - Os C.R.A.S. terão a duração de dezesseis semanas, exclusive os exames,
divididos em duas fases:
1ª Fase: duração de 8 (oito) semanas; finalidade: revisão, atualização e aprimoramento da instrução de sargento.
2ª Fase: duração de 8 (oito) semanas; finalidade: tornar o sargento habilitado
para o comando eventual de Pelotão ou seção e ao acesso aos postos de 1º sargento, subtenente e oficial da reserva ou do Q.A.O.
III - DAS INSTRUÇÕES
Art. 11 – As inscrições nos diferentes cursos de aperfeiçoamento ou de especialização, serão feitas mediante requerimento dos interessados, dirigido ao comandante do respectivo curso ou escola, encaminhado pelo comandante da unidade
ou estabelecimento a que o candidato pertencer, com as informações e documentos exigidos. (MINISTÉRIO DA GUERRA, 1947, p. 4).
32
33
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
O parágrafo único da Portaria nº 72 salienta que, para a realização da matrícula
no C.R.A.S., os comandantes de unidades remetiam, ao comandante da Região
Militar, a relação dos sargentos que apresentavam grau de satisfação em relação aos
requisitos e que desejassem matricular-se no curso. O processo de matrícula seguia
as orientações da Portaria nº 72:
IV – DAS MATRÍCULAS
Art. 13 – A matrícula em cursos de aperfeiçoamento ou de especialização será voluntária, para os sargentos do Exército, e efetuada pelos respectivos comandantes,
de acordo com o número de vagas, salvo para os C.R.A.S. que serão concedidas
pelos respectivos comandantes de R.M., de acordo com as conveniências de emprego e da instrução de cada unidade e a capacidade do curso.
Art. 14 – Para as matrículas os candidatos serão classificados de acordo com os
resultados obtidos no exame de seleção intelectual.
[…] Art. 16 – A critério do Ministro da Guerra, poderá ser concedida autorização
para sargentos de uma Região Militar se matricularem em cursos que funcionem
noutra.
V - DOS EXAMES
Art. 17 – Os candidatos a matrícula nos cursos de aperfeiçoamento ou de especialização serão submetidos aos seguintes exames:
a) exame médico;
b) exame físico;
c) exame de seleção intelectual.
Art. 18 – Os exames acima indicados serão realizados na ordem em que estão
enumerados, só devendo ser submetido ao exame seguinte os candidatos que tiverem satisfeito as condições exigidas para o exame anterior.
VII – DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
[…] Art. 40. - As presentes Instruções entrarão em vigor a partir de 1947.
Art. 41, 42 e Art. 43 – Os sargentos oriundos da F.E.B., seja qual for sua graduação, poderão matricular-se, em 1947 e 1948, em C.R.A.S. ou curso de especialização, independente de vaga, desde que possuam a medalha de campanha.
Art. 44 – A partir do ano de 1949, inclusive, os 2º e 3º sargentos que tiverem menos de 27 anos de idade deverão, de preferência, ser aperfeiçoado na E.S.A (salvo
os que se destinarem a cursos especializados ou oriundos de unidades ou formações de motomecanização e de manutenção). Os que tiverem mais de 27 anos de
idade aperfeiçoar-se-ão nos C.R.A.S. ou cursos equivalentes. (MINISTÉRIO DA
GUERRA, 1947, p. 5-9).
A implementação dessas instruções, conciliada com as experiências, vivências e
situações de cada curso, deu início a um processo de atualização e aprimoramento
constante, vindo a ocasionar uma alteração na forma de acesso e no desenvolvimento dos planos de cursos.
A Portaria nº 1.272, de 10 de junho de 1959 (BE nº 28, de 11 Jul 59), revogou
34
Capítulo 5 - Os pioneiros
as instruções até então vigentes, tornando essas instruções mais abrangentes e atualizadas.
Já com a Portaria nº 523, de 3 de março de 1964, essas instruções passaram por
uma nova atualização, onde foi alterada as condições para a inscrição no exame de
seleção ao Curso de Aperfeiçoamento. Porém, foi através da Portaria 240-EME, de
29 Dez 72, que as Normas para o Recrutamento, Formação e Aperfeiçoamento dos
Sargentos de Carreira do Exército Brasileiro sofreram a principal mudança à época.
A criação do Curso de Preparação ao CAS (CPrepCAS) visava preparar os sargentos para o CAS, sendo condição obrigatória para a matrícula nesse curso. O
militar teria 03 (três) oportunidades para a sua aprovação. A não aprovação acarretaria a perda definitiva da oportunidade de realizar o Curso de Aperfeiçoamento e,
consequentemente, das promoções subsequentes.
Novas alterações foram introduzidas nessas Normas pela Portaria nº 45-EME,
de 23 de setembro de 1976. Até o ano de 1976, o CAS seria realizado na Escola de
Sargentos das Armas (EsSA), em Três Corações – MG, a partir de 1977, a EsSA seria
apenas para o Curso de Formação. Os Cursos de Aperfeiçoamentos seriam encargos
dos Comandos Militares de Área em Organizações Militares por eles designadas. A
Portaria nº 45-EME, de 23 de setembro de 1976 estabelecia que:
2 ) Matrícula no CAS
a) O Sargento estará apto para matricula no CAS quando satisfizer às seguintes
condições:
(1) ter sido aprovado em Exame de Suficiência no CPCAS (Curso de Preparação
ao Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos);
(2) ter sido aprovado em Inspeção de Saúde, Exame Psicológico e Físico; e
(3) estar, na pior hipótese, classificado no comportamento “Bom”.
4 ) Funcionamento dos CAS
a) Os CAS funcionarão nos Estabelecimentos de Ensino subordinados ao DEP,
da seguinte forma:
(1) Cursos de “Combatente” de Cavalaria (CAS/02-01), de Engenharia (CAS/0501), de Artilharia (CAS/06-01) e de Infantaria (CAS/07-01), nos CPOR existentes (excepcionalmente também em determinados NPOR);
[…] 7) Disposições Transitórias
b. O Aperfeiçoamento dos Sargentos das QM operacionais, de acordo com a definição de responsabilidades indicadas nestas Normas, deve ser executado a partir
de 1978. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1976, p. 5-6).
E ainda, as disposições transitórias constantes da Portaria nº 45-EME, de 14 de
março de 1984, estabelecia, na sua letra “a.”, que os Cursos de Aperfeiçoamentos das
QMS Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia seriam realizados em Organizações Militares de tropa subordinadas aos Exércitos e Comandos Militares de Área,
enquanto não pudessem funcionar em Estabelecimentos de Ensino subordinados ao
35
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
DEP. Esses cursos ocorreriam de acordo com os currículos aprovados pelo DEP, que
fornecia a documentação e a orientação necessárias ao funcionamento dos mesmos.
Essas constantes mudanças nas legislações normativas de qualificação e habilitação, aliadas à inexistência de escolas para o funcionando do CAS de forma centralizada, comprometia tanto a execução do curso, como os trabalhos nas OM de tropa,
que tinham que se desviar de sua atividade fim.
O planejamento e execução que seguiam as Diretrizes do Órgão Setorial do Ensino, estabelecidos nos diversos Planos e Normas, transmitia a ideia de igualdade e
uniformidade nos desempenhos. Porém, as características das armas, as orientações
e a personalidade de cada Diretor de Ensino viriam a interferir na homogeneidade
das turmas e armas, representando distorções na formação do militar aperfeiçoado.
As alterações implantadas, que objetivavam corrigir as distorções e aperfeiçoar
o sistema, não estavam atingindo o efeito desejado. Diante dessa situação, o Estado
Maior do Exército – EME, através da Portaria nº 62-EME, de 17 de agosto de
1984, que aprovou a Diretriz nº 5/EME, de 8 Ago 84 (BE nº 36 de 06 set 84),
estabelecia a orientação básica para que o então Departamento de Ensino e Pesquisa
adotasse providências necessárias à concretização de proposta para criação de um
Estabelecimento de Ensino para o funcionamento dos Cursos de Aperfeiçoamento
de Sargentos – CAS e do Curso de Habilitação ao Quadro dos Auxiliares de Oficiais
– CHQAO, onde destaca-se:
1. FINALIDADE
Estabelecer a orientação básica para que o Departamento de Ensino e Pesquisa
adote ou proponha as providências necessárias à concretização de criação de um
Estabelecimento de Ensino para funcionamento centralizado do CAS e CHQAO.
4. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO
O Departamento de Ensino e Pesquisa deverá acionar todas as medidas e realizar
todas as providências de sua competência a fim de criar um Estabelecimento de
Ensino que tenha a seu cargo a realização do CHQAO e CAS. Para tal deverá
considerar as seguintes decisões iniciais:
a. O CHQAO, inicialmente, será realizado por correspondência e deverá funcionar a partir de 1986; o DEP designará o órgão subordinado encarregado de sua
execução.
b. O CAS continuará funcionando nos atuais moldes até a implantação do EE.
c. O Estabelecimento de Ensino deverá iniciar as suas atividades em 1989 (primeiro ano letivo), fazendo funcionar os dois cursos de sua responsabilidade.
d. Os Cursos terão as seguintes durações:
- CHQAO: 6 (seis) meses;
- CAS: 5 (cinco) meses.
e. O EE em princípio, será localizado no Rio de Janeiro – RJ. Para a sua
localização, considerar a possibilidade do aproveitamento de imóveis existentes, in-
36
Capítulo 5 - Os pioneiros
clusive o da antiga Fábrica do Realengo.
f. O EE deverá ser dimensionado para atender, em um ou dois turnos, como
julgado conveniente, as reais necessidades do Exército em termos de efetivos de
sargentos a serem aperfeiçoados ou habilitados em cada ano letivo. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1984, p. 5-6).
5.1 A TURMA PIONEIRA
As primeiras turmas de Sargentos alunos matriculados no CAS pertenciam às
armas de Cavalaria e Artilharia, respectivamente, 63 (sessenta e três) e 130 (cento
e trinta) Sargentos Alunos, totalizando 193 (cento e noventa e três) alunos, como
mostram as tabelas abaixo:
a) Turma Pioneira da Arma de Cavalaria:
Hugo Cesar Rodrigues Goulart
Marcelo Luis de Souza Borges
Antônio Augusto Terra Oliveira
Jorge Luiz dos Santos
Valmor Mendes Carvalho
Edmilson Antônio Menon
Julio da Silva Mendes
Jorge Luiz Castilho de Souza
Ivoir Oliveira Coelho
Otavio Renato Martins Vidarte
Gilmar de Souza
Edson Jaques Riella
Carlos Eduardo da Silva Cardias
Paulo Calisto Becker
José Iro Souza Morais
Jose Eduardo Madeira Martins
Flávio Ricardo Gomes Ribeiro
José Arruda do Nascimento
Airton Miguel Lopes da Silveira
João Miguel Marino da Silva
Julio Cesar Pinto Gois
Ronaldo Cesar Alcantara da Silva
Paulo Cesar Lopes Pereira
José Roberto Gomes de Mattos
Lermes Dos Santos Fagundes
Bernardinho Matos Andrigheto
Carlos Henrique da Silva
Elton Luiz Weiller
Edesio Fazolo
Edino Luis Hermes
José Paulo Pitol
Firmino Borges Boeira
Marcio Felipe Dorneles Ribeiro
Anaurelino Rodrigues Ibarr
José Luiz Fagundes Junior
Ronaldo Dilelio Quevedo
Joaquim Carlos dos Santos
José Luiz Martins
José Maria Ribeiro Pereira
Jorge Jurandir Garcia Chaves
Onofre Severo Gonçalves
Lauriano Rodrigues Rosa
Eduardo Carlos Santos de Lima
Paulo Klein
37
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Ludgon Valente de Figueiredo
Vanderlei Pereira da Silva
Gilmar Matias Holler
Gilmar de Souza
Ronaldo Jose Ilkiu
Antônio Silveira da Silva
Almir Veiga Jobim
Paulo Minini Severo
José Luiz Rodrigues
Charles Gonçalves da Silva
Quadro 3 – Turma Pioneira de Cavalaria.
b) Turma Pioneira da Arma de Artilharia:
Claudinei Novelli
Afonso Fank
Antônio Cassio Evangelista Santoro
Vilson Alves de Toledo
Wallestein Ramos Banza de Arruda
Pedro Pereira Lessa
Sérgio Luiz do Couto
Olavio Pletsch
José Nelson Xavier Antônio
Anderson Luis Scheidemandel
Mario Cézar Stangherlin Rebelo
Wanderlei Ribeiro
Heron de Sousa Bello
Proxério Manoelo felisberto
Wanderley Maioque
Leonel Paulo Mello Pereira
José Roberto Santos dos Santos
Vicente de Paula Marques de Oliveira
Jonilson Paulo de Zaevedo
38
Paulo Tercio Mendes Fernandes
Silvio Augusto Pereira Felippe
Ricardo Dutra Freitas
Leonel Soares Batista
Ricardo Domingues dos Santos
José Jorge Freire de Araújo
Flávio Oliveira de Souza
Euclides Staub
Antônio Luiz Vieira
Antônio Vagner Dias Soares
Welinton Gomes da Silva
Eliatar Cutrim Campos
Mauro da Costa Oliveira
Camilo de Lelis Barreiro
Nelson Poerschke
José Tiburcio dos Santos Filho
Oldair Medeiros da Silva
Marco Antônio Pereira dos Santos
Erli da Silveira
José Luiz Romão
Hercules Ferrari Domingues da Silva
José Maurício Soares
Antônio Mauro de Oliveira Pereira
João carlos Fassini
Jocely José Bogoni
Moacir Noberto de Lima
Hélio Tooru Koga
Acendino Dias de Brito
João Soares Lopes
Capítulo 5 - Os pioneiros
Marcos Antônio Alves Guerra
Dalton Schneider
Carlos Alberto de Souza Ramos
Luiz Henrique Gomes da Silva
Edson Luiz Cavalcante de Lima
Eliseu Ervalino Rodrigues de Freitas
Roni Marcos Lopes Ferro
Luiz Fernando Borella de Souza
Valmir Tavares
Edson Carvalho Mourão
Jaziel da Costa Ferreira
Paulo César Lima da Silva
Agnaldo Cardoso Filho
Ribamar Alves
Ednaldo Eli Soares da Cunha
José Roberto Martinelli
Wilson Roberto Roverotto
Mauro de Sá Oliveira
Halim Gontijo Souki
Felipe França da Costa
Marcelo Ribeiro do Rosário
Antônio Alberto Prudente de Oliveira
Félix Duarte da Silva
Dionisio Severino da Silva
Alexandre Gonçalves Duarte
Jaime Alceu Junges
João Vicente Fereguete
Dario Fidélis da Cunha
Alberi Saraiva da Silva
Paulo Roberto Borella
Florisvaldo Santos Vilas Boas Filho
Carlos Alberto da Silva Santos
Nelson Jonir Paiva Neto
Luiz Carlos Ferrari
Josué Calmon de Siqueira
Casimiro da Costa Veloso
José Rodrigues Polverini
Jorlândio Mota
Gilson Hagale
Marcos Gomes Neponuceno
Joaci do Valle Nóbrega
Carlos José Domingos
Mustafá Isidoro Finger
Marilson Souza de Jesus
Júlio César Rebelo Coimbra
Luis Carlos Schlintvein Horbach
Iracy Ângelo Martins da Rocha
Jaime José Thomasini
Geraldo Saldanha do Nascimento Junior
João Luiz Teles Nunes
Edimilson Araújo Costa
Sami Nogueira Abraão
Cesar Augusto Marques
Carlos Marapuã Diniz
Edvaldo Cícero Silva
Fernando Luiz Kronemberger
José Roberto das Chagas
Reinaldo da Silva Gonçalves
José Carlos Chaves
Júlio Cesar Martins
Daniel da Silva Araújo
Eduardo Morais Filho
Reinaldo Juacir Teixeira
Celso Ribeiro Lopes
Alceu de Alcantara Rondon
Sebastião Felipe Santiago
Arcênio Schultz
Ivan Portela Fontoura
39
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Afonso da Cunha Lima
Daniel Copertino
Luis Alfredo Alves
Luiz Eduardo Lopes dos Reis
Edson Pinto
Denizio Manhães Ribeiro
Daniel Legizamam
Artênio Bueno Rosa Junior
Washington Luiz Santos
Francisco Fortes Gomes
Quadro 4 – Turma Pioneira de Artilharia.
O curso do CAS/93 (armas de Cavalaria e Artilharia), após enquete realizada entre os alunos, entraram em consenso e, com a aprovação do Comando do Estabelecimento de Ensino, oficializou-se como a primeira turma de Sargentos aperfeiçoados
pelo Centro de Instrução de Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar
do Sul e CIAS-Sul, sendo caracterizada com a Turma Pioneira. (CIAS-SUL, 1993).
5.2 PRÊMIO APLICAÇÃO
Capítulo 5 - Os pioneiros
[…] a base constituída de madeira com um entalhe que permite a continuidade
da figura sólida prismática, de face triangular apoiada sobre um cateto, evoca a
inclusão de uma lâmina de vidro sugerindo uma edificação translúcida, própria
daqueles que evoluem, aplicando-se-lhe o distintivo do CIAS-SUL em material
metálico amarelo, dando harmonia ao conjunto; sobre a face de madeira frontal
aplica-se ainda o distintivo correspondente a Arma do laureado, caracterizando
a área do conhecimento adquirido. Finalmente, nesta composição de 13 cm de
altura, 13 cm de largura e 6 cm de profundidade, destacam-se as linhas retas que,
no entender do artista, é a mais pura criação humana, sem similar na natureza.
(CIAS-SUL, 1993, p. 02).
O artista procurou criar um prêmio que pudesse ser interpretado como uma
conquista de transformação e superação. A figura 6 destaca o modelo do primeiro
prêmio conferido aos alunos do CAS, classificados em 1º lugar na sua turma, por
arma, em cada turno, como reconhecimento pelo desempenho durante o curso.
O Prêmio aplicação foi concedido como símbolo do reconhecimento pelo desempenho dos Sargentos do Curso do CAS, realizado no CIAS-Sul, no período de
12 de julho a 26 de novembro de 1993, aos seguintes militares:
a) Curso de Cavalaria: 2º Sgt Hugo Casar Rodrigues Goulart, do 10º RC MecBela Vista-MS; e
b) Curso de Artilharia: 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto, do 28º GACCriciúma-SC. (CIAS-SUL, 1993).
5.3 DIPLOMA DE ESCOL
Figura 5 - Modelo do prêmio Aplicação.
O comando do CIAS-Sul instituiu em 23 de novembro de 1993, através do BI
n° 23, o Prêmio Aplicação, como símbolo de reconhecimento do Estabelecimento
de Ensino, ao desempenho do melhor aluno classificado no CAS, por arma, no seu
turno. O prêmio foi criado pelo artista plástico cruzaltense, o Senhor Jorge Schroder, autor de várias obras de artes renomadas na região. O prêmio aplicação possui
uma composição geométrica, sendo confeccionado em materiais de origem vegetal
e mineral, como descreve o BI nº 220:
40
Em novembro de 1993, foi publicado no Boletim Interno nº 222, uma nota em
que o comando da Escola instituiu um DIPLOMA INFANTE (CAVALARIANO,
ARTILHEIRO OU ENGENHEIRO) DE ESCOL, com a finalidade de premiar os
sargentos alunos do CAS, por arma, que mais se destacassem por seus conhecimentos, nos assuntos curriculares inerentes ao emprego da sua arma, e apresentassem
melhor resultado na avaliação de atributos no âmbito dos superiores e pares, dentro
das armas de Artilharia e Cavalaria.
Visando revitalizar e adequar os parâmetros norteadores para avaliação dos Sargentos Alunos, o BI nº 193, de 11 de setembro de 2002, altera a denominação
do então DIPLOMA INFANTE (CAVALARIANO, ARTILHEIRO OU ENGENHEIRO) DE ESCOL para DIPLOMA SARGENTO DE ESCOL. Dentre os
novos critérios de avaliação destacam-se:
[...] por turma de instrução e considerados os seguintes atributos e critérios para
41
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
a mencionada avaliação, a ser realizada pelos instrutores, coordenadores e pares:
camaradagem, cooperação, espírito de corpo, disciplina, responsabilidade, liderança, iniciativa e aproveitamento escolar. (EASA, 2002, p.6-7).
Mediante os novos critérios de avaliação para escolha dos Sargentos contemplados com o DIPLOMA SARGENTO ESCOL, organizou-se uma comissão para
consolidar as informações coletadas junto ao corpo discente e o corpo docente,
apresentando os resultados ao Comando da Escola. A comissão era composta pelos
seguintes militares:
a) Ch S Pscpdg;
b) Coord G CA; e
c) Coord de Tu.
O processo de seleção é supervisionado e orientado pelos coordenadores de turma, que apresentavam aos alunos os critérios (atributos), considerados para a escolha
Capítulo 5 - Os pioneiros
O Corpo de Alunos recebe os votos do Corpo Discente e do Corpo Docente,
sendo realizada uma consulta nas Fichas Registro de Acompanhamento do Discente
(FRAD), pelos coordenadores de turmas. Após a consolidação final das informações, é apresentado ao Ch da Seção Psicopedagógica, em ordem de prioridade, o
nome do Sargento Escol. A comissão envolvida no processo de seleção, encaminha
ao Diretor de Ensino os resultados para a deliberação final e escolha dos alunos que
serão contemplados com o DIPLOMA SARGENTO ESCOL. Os primeiros diplomas foram concedidos aos seguintes militares que, pelos atributos morais e profissionais apresentados, obtiveram destaque, segundo a opinião de seus superiores e pares,
como demonstra o BI Esp nº 01, de 26 de novembro de 1993:
1. Curso de Cavalaria
- 2º Sgt Cav JORGE JURANDIR CHAVES, 8º Esqd C Mec – Porto Alegre-RS.
2. Curso de Artilharia
- 2º Sgt Art WELITON GOMES DA SILVA, 13º GAC – Pouso Alegre- RS.
(CIAS-SUL, 1993, p. 11).
As figuras abaixo mostram os modelos dos diplomas emitidos aos Sargentos
Escol pelo CIAS-Sul e pela EASA.
5.4 PRÊMIOS DIVERSOS
Figura 6 – Diploma Sargento de Escol emitido pela EASA.
do Sargento Escol. São indicados (três) nomes por turma, independente de armas,
para concorrer ao processo de seleção à Sargento Escol. A Seção Psicopedagógica
recebe dos coordenadores de turmas os nomes dos militares indicados pelos alunos.
As indicações são analisadas junto ao ‘Sis 3A’ e ‘Sis Grau’, para verificar se existe
algum Escol, que indique supressão de algum nome dentre os alunos indicados, se
for o caso. Após a análise, é confeccionada a relação constando o nome dos discentes
selecionados e encaminhado ao corpo docente, para que, individualmente, cada um
dê o seu voto. (EASA, 2002).
42
Além dos prêmios criados pelo Estabelecimento de Ensino (Prêmio Aplicação
e Diploma de ESCOL), o Comando Militar do Sul e algumas entidades ofertaram
aos melhores classificados do CAS/1993 alguns prêmios, que foram entregues por
seus representantes, durante a solenidade militar de conclusão, realizada na Praça
das Armas ‘BATALHÃO CURUPAITÍ’ em 26 de novembro de 1993. Dentre as
entidades e prêmios, destacaram os primeiros classificados:
a) Prêmio Comando Militar do Sul: 01 relógio de pulso (Oriento), concedido ao
4º classificado de cada arma. Militares contemplados com o prêmio:
- Curso de Cavalaria: 2º Sgt Hugo Cesar Rodrigues Goulart;
- Curso de Artilharia: 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto.
b) Prêmio POUPEX: 01 caderneta de poupança no valor de CR$ 30.000,00.
Militares contemplados com o prêmio:
- Curso de Cavalaria: 2º Sgt Hugo Cesar Rodrigues Goulart;
- Curso de Artilharia: 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto.
43
c) Prêmio GBOEX: CR$ 11.250,00. Militares contemplados com o prêmio:
- Curso de Cavalaria: 1° lugar - 2º Sgt Hugo Cesar Rodrigues Goulart;
2° lugar - 2º Sgt Marcello Luis de Souza Borges;
- Curso de Artilharia: 1° lugar - 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto.
2° lugar - 2º Sgt João Carlos Fassini.
Capítulo 6
Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas
Fabio Roberto dos Santos Alcântara –Cap
Elisete Batista Medeiros – Ten
A EASA começou a funcionar na sua configuração atual a partir do ano de 2004,
com a chegada da Arma de Comunicações à EASA, a estrutura organizacional atual
compreende:
Comandante
Estado
Maior
Divisão de
Pessoal
Seção
Inteligência
Seção de
Operações
Divisão
Administrativa
Conselho de
Ensino
Seção Com
Soc
Cia C Sv
Divisão de
Ensino
Corpo de
Alunos
DTI
SGP
Figura 7 – Organograma Institucional.
6.1 MISSÃO
A EASA existe para: Aperfeiçoar os Sargentos das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, habilitando-os para o desempenho de
cargos de Segundo Sargento Aperfeiçoado, Primeiro Sargento e Subtenente, estabelecidos nos Quadros de Cargos e nos Quadros de Cargos Previstos, priorizando as
seguintes atribuições:
a) Auxiliar de Seções de Estado-Maior nos Grandes Comandos, nas Grandes
Unidades e nas Organizações Militares;
44
45
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
b) Auxiliar de Seções do Estado-Maior do Exército e dos Órgãos de Direção
Setorial e de Apoio;
c) Comando de Pelotão ou Seção; e
d) Cooperar com o desenvolvimento da doutrina da Força Terrestre na área de
sua competência.
Missão síntese: ‘Aperfeiçoar os Sargentos das Armas do Exército Brasileiro’.
6.2 VISÃO
A Visão de futuro da EASA é: ‘Constituir-se em um centro de referência Educacional Militar até 2022’.
6.3 VALORES
Os principais valores cultivados na EASA são:
a) Liderança:Cada um, em sua esfera de atribuição, deve exteriorizar o papel de
um líder, motivando e influenciando os liderados a contribuírem voluntariamente
para o cumprimento da missão da EASA.
b) Valorização Profissional: A Escola, eficaz no cumprimento da sua nobre
missão para a operacionalidade do Exército Brasileiro, exige de seu integrantes, cada vez mais, uma elevada capacitação profissional. Os profissionais
da Escola são valorizados pelo seu continuado aprimoramento técnico-profissional
pela dedicação pessoal, pela vontade de aprender em estudos e leituras diárias,
pela manutenção da capacitação física e pelempenho no exercício diário de sua
função.
c) Liberdade com responsabilidade: Estabelecer relações com as pessoas, criando
condições para que elas se realizem profissionalmente e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, desenvolvimento de
competências e espaço para empreender.
6.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O planejamento estratégico da EASA tem como resultado o Plano de Gestão,
instrumento que consolida perspectivas, objetivos e planos de ação para o alcance
da visão.
Para a perspectiva Educação e Cultura foram estabelecidos os objetivos: Promover a melhoria contínua do processo educacional e Fortalecer os valores, o dever
e a ética militar. Em decorrência, foram desenvolvidos os planos de ação, sendo
que para o primeiro objetivo foram estabelecidos: o Projeto de Modernização do
46
Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas
Ensino, o Projeto Institucional Pedagógico, o Projeto PLADIS, o Projeto Funções
de Combate, o Projeto Revista e o Projeto de Utilização de Tecnologias Móveis na
Educação; para o segundo objetivo foram definidos: o Programa de desenvolvimento da Liderança do C Alu e o Programa de desenvolvimento da Liderança na EASA.
Na perspectiva Conhecimento e Pessoas foram definidos dois objetivos: Fortalecer a dimensão humana e o de Reforçar o relacionamento interpessoal. Em relação
ao primeiro foi estabelecido o Programa de Capacitação e o Programa Bem Estar,
em relação ao último foi estabelecido o Programa de Melhoria do Relacionamento
Interpessoal.
No que tange a perspectiva de Gestão, foi definido o objetivo de Promover a
melhoria da gestão com inovação e estabelecido o Programa EASA de Qualidade. Quanto a perspectiva relacionada a infraestrutura foi estabelecido o objetivo de
modernizar e adequar a infraestrutura, sendo estabelecidos os seguintes projetos: o
Projeto Novo Aprovisionamento, o Projeto Pavilhão do Corpo de Alunos, o Projeto
Pavilhão Tuiuti, o Projeto Pavilhão da Companhia de Comando e Serviços, o Projeto Reestruturação Elétrica, o Projeto EASA Segura, o Projeto Adequação Sistema
de Esgoto e o Projeto de Adequação do Ginásio.
Em relação a perspectiva financeira foram estabelecidos os seguintes objetivos:
Maximizar a obtenção de recursos e Otimizar o gerenciamento dos recursos, tendo o
primeiro como projeto a Captação de Recursos e o segundo o Programa Desperdício
Zero.
E, por fim, para a perspectiva institucional, foram estabelecidos os objetivos de
Ampliar a integração da EASA com a sociedade e de Promover a responsabilidade
Social e Ambiental, com os seguintes planos de ação, para o primeiro: Programa
de Integração com a sociedade e o Programa Divulgando EASA, e para o segundo:
Programa EASA Verde e o Programa EASA Solidária.
6.5 TRAJETÓRIA NA GESTÃO E RESULTADOS ALCANÇADOS
A EASA utiliza a estratégia da avaliação continuada da gestão, tendo como instrumento o Modelo de Excelência da Gestão cujo foco está centrado na melhoria e
aprendizagem. Essa estratégia consiste em avaliar e medir periodicamente o avanço
em termos de qualidade da gestão e dos resultados, além de propiciar a sensibilização
da organização para a implantação da gestão por resultados, mediante a realização
de ciclos contínuos de autoavaliação e melhoria, buscando apoiar as organizações na
transformação de sua gestão.
O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) é baseado no atendimento aos princípios constitucionais do ser público (impessoalidade, legalidade, moralidade, publicidade e eficiência) e em fundamentos contemporâneos de boa gestão tais como:
gestão participativa, gestão baseada em processos e informações, valorização das pes47
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
soas, visão de futuro, aprendizado organizacional, foco em resultados e inovação.
A utilização do MEG constitui um relevante aspecto da mudança cultural que
se pretende adotar no campo da gestão pública, fato que contribui sobremaneira
para a melhoria contínua dos processos gerenciais e dos resultados das organizações.
Juntamente com a visibilidade de suas boas práticas, esse Modelo serve para outras
organizações. (LIMA, 2007).
No Exército Brasileiro, as mudanças também ocorreram, com preservação de
seus valores históricos e em perfeita sintonia com o processo de evolução dos cenários político, econômico e social do Brasil e do mundo, no contexto de uma nação
emergente e globalizada.
Para acompanhar as mudanças e as evoluções no Exército, foi criado o Programa
Excelência Gerencial (PEG-EB), sendo este o instrumento de implantação da estratégia de ‘reorganização das atividades sob a égide da excelência’, estabelecido pelo
Comandante do Exército, General-de-Exército Francisco Roberto de Albuquerque.
Esse Programa visava melhorar a operacionalidade da tropa e atender, nas melhores
condições, aos anseios de defesa e segurança da Sociedade Brasileira.
O Programa utilizou a metodologia de autoavaliação adotada pelo Programa de
Qualidade do Serviço Público (PQSP), atual Programa Nacional de Gestão Pública
e Desburocratização (GESPÚBLICA) do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão (MPOG), com base no Modelo de Excelência da Gestão.
O MEG tem como alicerce um conjunto de conceitos fundamentais que se
traduzem em processos gerenciais e fatores de desempenho reconhecidos internacionalmente como prática de organizações que constantemente aprimoram sua gestão
para adaptar-se às mudanças globais. Seus fundamentos são:
a) Pensamento Sistêmico: A organização deve entender as relações de interdependência entre seus diversos componentes e o ambiente externo.
b) Aprendizado Organizacional: A organização alcança novos patamares quando percebe, reflete, avalia e compartilha novas experiências.
c) Cultura da Inovação: As empresas buscam promover um ambiente que propicie criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam
gerar diferencial competitivo.
d) Liderança e Constância de Propósitos: A liderança que atua de forma aberta,
democrática e inspiradora motiva as pessoas, buscando a excelência e promovendo a
qualidade.
e) Orientação por Processos e Informações: Trata-se de compreender e segmentar o conjunto de atividades e processos da organização que agrega valor às partes
interessadas, baseando a tomada de decisão na medição e na análise de desempenho.
f ) Visão de Futuro: Constitui a compreensão dos fatores que afetam a organização no curto e longo prazo, ou seja, saber aonde se quer chegar.
48
Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas
g) Geração de Valor: É o alcance de resultados de forma sustentada, aumentando seu valor tangível e intangível.
h) Valorização das Pessoas: Propicia às pessoas um ambiente onde se realizem
profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por intermédio do
comprometimento, desenvolvimento de competências e espaço para empreender.
i) Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado: Visa à criação de valor de forma sustentada e ao aumento da competitividade.
j) Desenvolvimento de Parcerias: A atuação conjunta com outras organizações
potencializa competências complementares e busca benefícios para as partes envolvidas.
k) Responsabilidade Social: Propõe uma relação ética e transparente com todas
as partes, englobando ações que se baseiam no desenvolvimento sustentável, preservando os recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e promovendo a
redução das desigualdades sociais.
Os fundamentos da excelência são colocados em prática por intermédio de oito
critérios:
a) Liderança: O sistema de liderança está relacionado ao comprometimento
dos membros da direção no estabelecimento, disseminação e atualização dos princípios e valores que promovam a cultura da excelência. A liderança na Escola é exercida pelo Comandante, juntamente com seu Estado-Maior, e busca definir diretrizes
que garanta o alinhamento das ações rumo a excelência.
b) Estratégias e Planos: Trata-se do processo de formulação das estratégias, com
ênfase na análise do ambiente interno e externo; inclui também a implementação, a
definição de indicadores, o desdobramento de metas e planos e o acompanhamento.
As estratégias e planos da EASA estão consolidadas no plano de gestão, neste documento estão expressos a análise estratégica, são definidos objetivos, indicadores e os
planos de ação.
c) Clientes: Aborda a segmentação de mercado, ou seja, como identificar e tratar as necessidades e expectativas dos clientes; divulgar produto e marca; estreitar o
relacionamento com clientes; e avaliar a satisfação dos clientes. Os clientes da Escola
são segmentados pelas armas existentes no Exército Brasileiro, sendo eles: Sargentos
da Arma de Infantaria, Sargentos da Arma de Cavalaria, Sargentos das Armas de
Artilharia, Sargentos das Armas de Engenharia e Sargentos das Armas de Comunicações. É importante ressaltar que na cadeia de clientes o Exército é quem receberá
o Sargento Aperfeiçoado no CAS.
d) Sociedade: Examina como contribuir para o desenvolvimento sustentável
e como interagir com a sociedade de forma ética e transparente. A cidade de Cruz
Alta foi definida como foco das ações sociais e ambientais da Escola, neste contexto
são realizadas ações como: doação de alimentos, coleta seletiva, equoterapia, dentre
49
Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
outros projetos que tem impacto positivo na sociedade.
e) Informações e Conhecimento: Aborda a gestão e a utilização das informações da organização, das informações comparativas e dos ativos intangíveis geradores de diferencial. Como instituição de educação as informações e os conhecimentos
permeiam toda a estrutura e processos, favorecendo a tomada de decisão.
f ) Pessoas: Examina os processos gerenciais relativos à configuração de equipes
de alto desempenho, ao desenvolvimento de competências das pessoas e à manutenção do seu bem-estar. A promoção de uma ambiente favorável ao alto desempenho,
ao desenvolvimento e ao bem-estar dos militares é preconizado na EASA.
g) Processos: Analisa os processos gerenciais relativos aos processos principais
do negócio e aos de apoio, tratando separadamente os relativos a fornecedores e os
econômico-financeiros. Os processos relacionados ao processo educacional são considerados os finalísticos, os demais processos são denominados de apoio, em ambos
os processos ocorrem o acompanhamento, a análise e a melhoria a cada ciclo de
execução.
h) Resultados: Aborda os resultados relevantes da organização, incluindo a análise de tendência e do nível atual de desempenho, pela verificação do atendimento
dos níveis de expectativa das partes interessadas e pela comparação com o desempenho de outras organizações. Os resultados expressam o alcance de um novo patamar
de gestão, que evolui a cada ciclo de avaliação, garantindo a melhoria contínua.
O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) orienta as organizações na busca de
transformações no âmbito da gestão e avalia o desempenho dessas organizações. Os
oito critérios se dividem em quatro blocos principais, de acordo com o ciclo PDCL
(Plan, Do, Check e Learn).
No âmbito das Organizações Militares, a implementação do MEG é considerada uma conquista do Exército, estando os esforços alinhados no sentido de, com
foco na operacionalidade, dotar a Instituição de uma moderna filosofia gerencial,
adotada por organizações públicas e privadas bem-sucedidas em todo o mundo.
Fruto dos excelentes resultados alcançados, em 20 de abril de 2007, por meio da
Portaria nº 220, o Excelentíssimo Senhor General-de-Exército Enzo Martins Peri,
Comandante do Exército, estabeleceu o Sistema de Excelência no Exército Brasileiro (SE-EB).
Na Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), a implementação MEG acompanha o desenvolvimento no Exército, porém os resultados da
adoção do modelo começam a ser projetados a partir de 2009, com a conquista da
Medalha de Bronze, no Prêmio Qualidade - RS 2009 (PQ-RS), promovido pelo
Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).
O reconhecimento de todo o esforço com a conquista do prêmio foi como uma
mola propulsora que revestiu seus militares de orgulho e de forças para continuar na
50
busca pela excelência na gestão.
Para evoluir na implementação do Modelo de Excelência da Gestão, faz-se necessária a adoção de práticas de gestão cada vez mais alinhadas. A Escola estava ciente de suas oportunidades de melhorias, com base nos resultados das autoavaliações
realizadas, bem como dos relatórios emitidos pelos examinadores do PQ-RS.
Em 2010 e 2011, como resultado da evolução da gestão, foi conquistado o
Troféu Bronze no Prêmio Qualidade – RS, oportunizando mais uma vez o reconhecimento e desenvolvimento da maturidade em gestão, apoiando o desenvolvimento
sustentável da organização.
A cada conquista e reconhecimento, os desafios aumentam, o aprendizado é
consolidado e os resultados são verificados, favorecendo a melhoria contínua da
gestão, criando um ambiente onde a inovação passa a ser parte da cultura.
A última grande conquista da EASA foi em 2013, com o maior reconhecimento
até hoje alcançado por essa instituição de ensino do Exército Brasileiro, Troféu Prata
no Prêmio Qualidade – RS, o que já traz um novo desafio: aprimorar ainda mais sua
gestão e buscar um novo patamar no MEG, rumo ao Troféu Ouro.
O principal resultado da EASA é expresso em 70 turnos aperfeiçoados até dezembro de 2014, cada turno é constituído de aproximadamente 250 sargentos das
Armas. Em síntese foram aperfeiçoados 17.408 sargentos do Exército Brasileiro e
96 sargentos de Nações Amigas.
6.6 REGIME ESCOLAR
O regime escolar adotado na EASA compreende a realização dos cursos de aperfeiçoamento de sargentos (CAS) em 03 (três) turnos. Cada turno tem a duração
de 41 (quarenta e uma) semanas, distribuídas em duas fases, uma na modalidade
Ensino a Distância (EAD) e a outra na modalidade ensino presencial. A Divisão de
Ensino tem atualmente a seguinte estrutura:
Ensino
C Inf
C Cav
C Art
C Eng
C Com
EAD
DIV ENS
Apoio ao Ensino
Sect
Seç Pscpdg
SMAE
Seç Coor Pdg
S seç Plg Es
S seç Avl A
S seç Acomp
Pdg
Set Cult
Figura 8 – Organograma da Divisão de Ensino.
51
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
6.7 FASE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
A primeira fase é realizada a distância, na OM de origem do militar e consta
de 30 (trinta) semanas, com 12 (doze) horas semanais, sendo 8 (oito) durante o
expediente. A fase a distância é desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA), disponível no Portal de Educação do Exército, onde o Sgt Alu efetua o seu
cadastro e faz a solicitação de inscrição no curso.
Antes do início da 1ª fase, o material didático é encaminhado a todos os Sgt Alu,
em DVD hipermídia e apostilas impressas. Esse procedimento de envio de documentação em DVD visa permitir o acesso do Alu ao conteúdo a ser ministrado no
curso, proporcionando melhores condições de aprendizagem.
Durante a fase não-presencial, nas diversas OM que possuam Sgt Alu, são nomeados oficiais orientadores, preferencialmente capitães com o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, e sargentos com o CAS, para a função de auxiliar do oficial
orientador. Nesse período, também, devem ser concedidos, aos Sgt Alu, 02 (dois)
tempos de instrução diários, dentro do horário de expediente da OM, para fins de
estudo.
Ao longo da 1ª fase do CAS, são realizadas 04 (quatro) Avaliações Formativas
(AF 1, 2, 3 e 4). Estas avaliações se desenvolvem diretamente no Portal de Educação
do Exército e ficam disponibilizadas ao longo das semanas de instrução 4, 11, 19
e 27. As Fichas de Orientação de Estudo (FOE) são divulgadas com 48 (quarenta
e oito) horas de antecedência de cada avaliação no sítio do Portal de Educação do
Exército e no sítio da EASA.
A realização das avaliações é de caráter obrigatório, devendo o Sgt Alu passar à
disposição do DECEx dois dias antes da realização das AF.
O conhecimento ministrado na fase à distância são computados para fins de
classificação por meio da 1ª Prova Formal Escrita (Avaliação Somativa), na frase
presencial.
6.8 FASE DE EDUCAÇÃO PRESENCIAL
A segunda fase tem a duração de 11 (onze) semanas, ocorrendo na EASA, com
08 (oito) tempos de instrução diários.
Na fase presencial do CAS, os sargentos alunos são distribuídos em até 07 (sete)
turmas, mantendo essa constituição durante as instruções da disciplina de OEA, nas
05 (cinco) semanas iniciais. Nas demais semanas, o turno é distribuído em novas
turmas de aula, tendo como característica a constituição mista, de maneira a estreitar os laços entre as armas e o compartilhamento de experiências entre os discentes.
Para atender ao CAS, a Escola dispõe de 07 (sete) salas de instrução, de acordo
52
Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas
com o quadro abaixo.
Sala Nr 1 Sala Nr 2 Sala Nr 3 Sala Nr 4 Sala Nr 5 Sala Nr 6 Sala Nr 7
40 alunos 45 alunos 40 alunos 45 alunos 45 alunos 40 alunos 45 alunos
Quadro 5 – Distribuição de Alunos.
6.9 AUDITÓRIO E INSTALAÇÕES DE APOIO AO ENSINO
Além das salas de aula, as atividades de ensino-aprendizagem contam com 01
(um) auditório, com capacidade máxima de 320 (trezentos e vinte) lugares; 01 (um)
laboratório de informática, com 41 (quarenta e um) computadores e 01 (um) Setor
Cultural.
6.10 SARGENTOS ALUNOS DE NAÇÕES AMIGAS
Os sargentos alunos de Nações Amigas (NA) terão suas matrículas formalizadas
no Turno 70 (3º Turno/2014), do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS),
após apresentação na EASA, de acordo com a Portaria nº 225-EME, de 13 dez 07,
momento em que receberão o material didático pertinente à 2ª Fase do CAS e realizarão uma avaliação diagnóstica de língua portuguesa, simultânea à PFE 1.
O regime escolar para os militares de NA terá a duração de 11 (onze) semanas
presenciais, na EASA com 08 (oito) horas diárias, excetuando-se os conteúdos de
2ª Seção em Campanha e Inteligência Militar, cujos tempos serão destinados ao
Sgt Alu NA para desenvolverem trabalhos escolares e culturais sobre as carreiras das
praças dos seus exércitos.
Os Sgt Alu NA serão avaliados na Prova Formal Escrita/2 e no trabalho de exposição cultural de NA que ocorrerá na subfase de administração militar, que determinarão aproveitamento do aluno NA por ocasião da conclusão do curso.
No final do turno o Sgt Alu NA apresentará um trabalho cultural sobre a carreira
das praças do seu exército, no auditório da EASA, com a duração de um tempo de
instrução para cada nacionalidade e para todos os Sgt Alu do CAS.
53
Capítulo 7
Corpo de Alunos da EASA
Luis Carlos Silveira Lemes – Sgt
7.1 HISTÓRICO
Em sua estrutura de comando, o Corpo de Alunos da Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA) é constituído por sargentos. O Comandante do
Corpo de Alunos é um 1° sargento, possuidor do Curso de Sargento Maior, realizado no Exército dos Estados Unidos da América. Esse militar conduz o Corpo de
Alunos auxiliado por sargentos coordenadores de turma, encarregado de material e
sargenteante. Entender a estrutura de coordenação do Curso de Aperfeiçoamento
de Sargentos na EASA e sua importância na valorização do sargento do Exército
Brasileiro (EB) implica conhecer o cenário em que se deu a criação dessa estrutura.
No ano de 1993, entrou em funcionamento o Centro de Instrução de Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul (CIAS-Sul). A divisão organizacional interna, que enquadrava os sargentos alunos, seguiu o modelo tradicional
das escolas do Exército Brasileiro. Dessa forma, o Corpo de Alunos era estruturado
com um comandante do corpo de alunos, função desempenhada por um major ou
Figura 9 – Instrução em campo (1993).
54
55
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
capitão, que tinha como auxiliares capitães instrutores-chefes, oficiais e sargentos
instrutores, encarregado de material e sargenteante. Esse pessoal desempenhava tanto atribuições de ensino quanto administrativas.
Nessa época também teve início a caminhada para a modernização do ensino
do EB e para a busca da valorização dos profissionais da Instituição. O nascente
CIAS-Sul começou suas atividades já balizado por essas duas direções. O CIAS-Sul
foi ganhando importância e sendo reconhecido como um estabelecimento de ensino
voltado para o aperfeiçoamento dos sargentos das armas da Força Terrestre.
No ano de 1995, a direção de ensino do CIAS-Sul verificou o contínuo aumento das atribuições referentes às atividades administrativas do Corpo de Alunos,
em função das quais decorriam prejuízos para a qualidade dos trabalhos realizados.
Julgou-se oportuna a separação das atividades de instrução das atividades administrativas e foi estruturada a função de Coordenação dos Cursos. A nova função era
desempenhada por um sargento em cada curso, desvinculando-se esses militares das
atividades de instrução. Dessa forma, permitia-se uma dedicação exclusiva aos envolvidos no processo. Tal estrutura foi utilizada até o fim do ano de 1996.
A partir de 1997, o Comando do Estabelecimento de Ensino decidiu pela volta
da centralização das atividades administrativas e escolares, retomando-se a estrutura
original dos cursos. As atribuições disciplinares, administrativas e de controle de
pessoal eram conduzidas pelos instrutores-chefes dos cursos e seus auxiliares, que
realizavam tanto as atividades administrativas, quanto a missão principal, o ensino.
No fim do ano de 1998, a contraposição entre as experiências de 1995, 1996 e
1998, além dos ensinamentos colhidos nos anos anteriores, levou à constatação de
que as dificuldades decorrentes do acúmulo das funções administrativas e de ensino
apontavam para a solução testada com a Coordenação dos Cursos. Desse modo, o
Diretor de Ensino decidiu desmembrar as atividades de ensino das atividades administrativas de forma definitiva. No mesmo ano, a denominação de CIAS-Sul foi
mudada para Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsAS).
Numa antevisão ousada e oportuna, o projeto implantado pelo Diretor de Ensino da EsAS, concernente com o direcionamento da Instituição para a valorização
de seus recursos humanos e centrado na máxima ‘O homem: a força de nossa força’,
atribuiu aos sargentos, na escola que lhes serve de referência, a função de coordenador. Assim, foram apresentados dois desafios aos sargentos: corresponder à projeção
da expectativa desta valorização por seu desempenho e tornar-se o exemplo que
arrasta seus pares ao estrito cumprimento do dever, motivando-os ao autoaperfeiçoamento e ao fortalecimento do vínculo com a Instituição por meio de exemplo
profissional e do desenvolvimento de potencialidades, balizados pelo respeito à hierarquia e à disciplina.
56
Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA
Figura 10 – Instrução em campo (2014).
Criaram-se dessa forma, na antiga EsAS em lugar dos cursos, as Seções de Ensino
com exclusiva dedicação pedagógica, em resposta às necessidades de modernização do
ensino. Estruturou-se, de igual modo, o Corpo de Alunos, incluindo uma Coordenação Geral do Corpo de Alunos e as Coordenações de Turmas de Sargentos Alunos.
A partir do início do ano de 1999, o Corpo de Alunos passou a ser conduzido
por um 1° sargento, Coordenador Geral do Corpo de Alunos, subordinado diretamente ao Comando da Escola. O Corpo de Alunos foi dividido, então, em turmas,
conduzidas por um sargento aperfeiçoado, que absorveu as atribuições atinentes à
disciplina, à administração e ao controle de pessoal. Os resultados demonstraram
que tal experiência foi proveitosa. A estrutura de comando do Corpo de Alunos
solidificou-se com o passar dos anos e vem recebendo observações positivas das
autoridades militares.
A estrutura dos cargos, em funcionamento desde o ano de 1999, foi aprovada
em QCP no ano de 2005. Em dezembro de 2013, após solicitação da EASA, o cargo
de Coordenador Geral do Corpo de Alunos recebeu nova denominação, sendo, a
partir de então, denominado Comandante do Corpo de Alunos.
7.2 O CORPO DE ALUNOS HOJE
Nos dias atuais, falar sobre o Corpo de Alunos da EASA é falar de uma estrutura
inovadora e sólida, que se aperfeiçoa na medida em que avança no tempo, alinhada
57
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA
Comandante do
Corpo de Alunos
Sargenteante
T1
Infantaria
T2
Infantaria
T3
Infantaria
Coordenadores
de Turmas
T4
Cavalaria
Encarregado de
Material
T5
Artilharia
T6
Engenharia
T7
Comunicações
Figura 12 – Organograma do Corpo de Alunos.
Figura 11 – Atividades em campo (2014).
com as diretrizes da Instituição. As expectativas sempre foram muitas e os temores
iniciais, próprios de uma estrutura inovadora, foram plenamente superados.
Os anos vividos com essa moderna estrutura evidenciaram uma convivência
harmoniosa e de perfeito cumprimento dos pilares básicos da Instituição. Isso é
demonstrado, dentre outros, nos seguintes aspectos positivos:
a) exemplificação da necessária mudança de postura para o sargento aperfeiçoado perante a carreira militar e o EB;
b) valorização do sargento, buscada pelo EB, em um processo mais amplo de
valorização dos recursos humanos da Força, demonstrando o pioneirismo e a excelência da EASA no processo de aperfeiçoamento de parcela desses recursos;
c) motivação do sargento aluno para o autoaperfeiçoamento e para a carreira
militar, materializando uma forma de valorização do sargento no Exército;
d) acompanhamento e desenvolvimento de atributos ligados à área afetiva e à
liderança militar;
e) dedicação exclusiva do instrutor à atividade de ensino;
f ) apresentação de um modelo significativo entre os pares, que assegura o exemplo e a orientação quanto ao caminho do profissionalismo e de maturidade a ser
58
seguido para o desempenho profissional dos sargentos alunos, pela vivência concreta
dos valores e das crenças que fundamentam a identidade militar; e
g) facilitação da resolução de problemas, sem quebra da hierarquia ou da disciplina, e com o reforço e o fortalecimento da camaradagem, do comprometimento e
dos pilares básicos do Exército.
7.3 PERFIL DO SARGENTO ALUNO
Atualmente, os sargentos designados para realizar o Curso de Aperfeiçoamento
de Sargentos na EASA são componentes, em sua maioria, das turmas graduadas na
Escola de Sargentos das Armas nos anos de 2003 e 2004, ou seja, cerca de 10 (dez)
anos após a formação. Os dados estatísticos aqui apresentados foram calculados de
acordo com a média dos 03 (três) turnos do Curso de Aperfeiçoamentos de Sargentos das Armas realizados na EASA no ano de 2014, abrangendo 655 (seiscentos e
cinquenta e cinco) Segundos Sargentos do Exército Brasileiro, integrantes das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações. Nos gráficos
a seguir, é possível verificar o perfil atual do Sargento Aluno da EASA, bem como
entender o momento da carreira que estes militares estão vivendo, após dez anos de
formação.
59
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA
7.3.4 Região de Origem
7.3.1 Faixa Etária
13,28%
8,7%
12,21%
2,29%
17,4%
NORTE
NORDESTE
25 a 30 anos
84,43%
31 a 35 anos
mais de 36 anos
SUL
SUDESTE
28,55%
CENTRO-OESTE
33,13%
Gráfico 4- Região de Origem.
Gráfico 1- Faixa Etária.
7.3.5 Comportamento
7.3.2 Escolaridade
6,25%
3,21%
18,3%
30,23%
32,52%
EXCEPCIONAL
ENSINO MÉDIO
SUP INCOMPL
34,05%
ÓTIMO
75,45%
BOM
SUP COMPL
PÓS GRAD/MESTRADO/
DOUTORADO
Gráfico 5- Comportamento.
Gráfico 2- Escolaridade
7.3.6. Religião
7.3.3 Estado Civil
5,8%
4,73%
16,49%
8,4%
CATÓLICO
CASADOS
SOLTEIROS
83,51%
EVANGÉLICO
55,73%
ESPÍRITA
AGNÓSTICO
OUTRAS
Gráfico 3- Estado Civil
Gráfico 6- Religião.
60
25,34%
61
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
1,98%
0,46%
Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA
1,07%
INGLÊS
ESPANHOL
96,49%
seis) sargentos dos exércitos de diversos países, dentre os quais: Angola, Argentina,
Bolívia, Equador, Paraguai, São Tomé e Príncipe, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Além de receber militares de Nações Amigas na condição de sargento aluno, a
EASA conta com a presença de um Sargento Maior do Exército dos Estados Unidos
da América como parte do Corpo Docente desde o ano de 2013. A presença desse
militar é resultado de um intercâmbio de instrutores entre o Brasil e os Estados
Unidos da América.
7.5 ATRIBUIÇÕES DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS
OUTROS
NÃO HABILITADO
Gráfico 7- Habilitação em Idiomas.
7.3.8 Opção de Instalação
28,57%
RESIDENTES NA EASA
71,43%
NÃO RESIDENTES NA EASA
Gráfico 8 - Habilitação em Idiomas.
As atribuições do Comandante do Corpo de Alunos a seguir constam do regulamento da EASA:
a) Integrar o Estado-Maior e o Conselho de Ensino da EASA;
b) responsabilizar-se pela ligação entre o Corpo de Alunos e o Comando, no
tocante a todas as atribuições e atividades do Corpo de Alunos;
- responsabilizar-se pela disciplina e pelas recompensas do Corpo de Alunos,
mediante ligação com o Subcomandante;
- responsabilizar-se pelo cumprimento das atividades de ensino, mediante ligação com o Chefe da Divisão de Ensino;
- supervisionar, coordenar e controlar os trabalhos administrativos do Corpo de
Alunos, relativos a pessoal e material;
- planejar e coordena as instruções de Comando, Chefia e Liderança, as atividades físicas, as olimpíadas escolares e as atividades sociais relativas aos sargentos
alunos; e
- comandar o Corpo de Alunos nas formaturas da Escola.
7.6 ATRIBUIÇÕES DOS COORDENADORES DE TURMA
São as seguintes atribuições:
7.4 MILITARES DE NAÇÕES AMIGAS
Desde o 3º Turno do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas do
ano de 2008, a EASA conta com a presença de militares de Nações Amigas na fase
presencial do CAS. Esses militares frequentam o curso no último turno de cada
ano. Até o momento, este Estabelecimento de Ensino aperfeiçoou 96 (noventa e
62
a) atuar, por meio do exemplo, na busca de melhoria ou mudança comportamental do sargento aluno;
b) supervisionar a turma com relação às atividades administrativas de apoio ao
ensino;
c) ser o instrutor das disciplinas Comando, Chefia e Liderança e Treinamento
Físico-Militar;
d) participar das atividades físicas, das olimpíadas e das atividades sociais da
turma;
e) orientar a conduta comportamental dos sargentos alunos e realizar a avaliação
63
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
dos atributos da área afetiva da turma;
f ) fiscalizar o cumprimento das Normas Gerais de Ação do Corpo de Alunos e
da EASA, por parte dos sargentos alunos, e a manutenção das instalações ocupadas;
g) fazer o acompanhamento das necessidades de apoio e dos problemas vividos
pelos sargentos alunos, durante a realização da fase presencial do CAS;
h) executar a coordenação das atividades de ensino previstas, aplicar provas e
acompanhar os sargentos alunos na busca de solução para suas necessidades pedagógicas.
A EASA tem demonstrado o acerto de seu pioneirismo em adotar uma estrutura
que permite a valorização do sargento de maneira mais prática e efetiva. Mediante a
ação de liderança do sargento e reforçando, desse modo, a hierarquia, a disciplina e
a camaradagem na EASA, a Escola tornou-se referência para todo o Exército Brasileiro. Essa atitude inovadora, além de contribuir para a modificação da conduta do
Sargento Aluno pelo exemplo, fortalece os valores da Força Terrestre e torna a EASA
um centro de excelência no aperfeiçoamento dos Sargentos das Armas do Exército
Brasileiro. Autoria do 2º Tenente JESUS DA SILVA PINHEIRO (adaptado pela
EASA).
Capítulo 8
A Divisão de Ensino
George Perreira Santa Rosa – Maj
Edilson Luís Zamberlan - Cap
A Divisão de Ensino é o órgão responsável, nos Estabelecimentos de Ensino, por
gerenciar as atividades de ensino. Na EASA ela é responsável pelo planejamento,
programação, supervisão, coordenação, controle e avaliação do processo de ensino
e aprendizagem, bem como a orientação ao Sargento Aluno durante a realização do
Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS).
Órgão de assessoramento ao Diretor de Ensino, entre as inúmeras atividades
que realiza, está como principal a ação educacional permanente. Busca, assim, estar em consonâncias às teorias educacionais vigentes, à atualização tecnológica, à
capacitação de seus quadros e à adequação dos meios e recursos disponíveis. Desta
forma, o capital mais importante do Exército, o SER HUMANO, ao realizar seu
aperfeiçoamento profissional, recebe os estímulos necessários para prosseguir motivado na sua vida profissional, atualizando seus conhecimentos comuns e específicos,
aprimorando seu hábito ao estudo da história militar e habilitando-se a prosseguir
em sua carreira militar.
No que se refere à ação educativa, também à Divisão de Ensino, juntamente com
o Corpo de Alunos, compete-lhe reforçar e desenvolver o espírito militar dos Segundos Sargentos das Armas, consubstanciado ao fortalecimento do caráter, das condições democráticas dos valores - cívicos, sociais, morais - no culto à personalidade e
na disciplina consciente, pela análise crítica ativa das disciplinas de fundamentação
e instrumentalização que compõe o CAS, atualizado o aluno e lhe capacitando para
atender as demandas prementes do Exército Brasileiro em decorrência das atualidades de adequação mundial e pelo constante clima de mudança do Século XXI.
Para bem cumprir sua tarefa a Divisão de Ensino está assim estruturada:
a) Seção de Coordenação Pedagógica: subdividida em Subseção de Avaliação de
Aprendizagem, Subseção de Acompanhamento Pedagógico e Subseção de Planejamento Educacional;
b) Seção Psicopedagógica: que busca orientar os instrutores a bem conduzir suas
64
65
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
atividades de docência e atender os Sargentos Alunos, por compreender que o CAS
ocorre num momento de inflexão na vida profissional do militar;
c) Seções de Ensino: designadas de ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’, representando as Armas
de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações respectivamente.
Possuem como principal atribuição a de ministrar instruções gerais e específicas para
que o concluinte do curso desempenhe funções de caráter, administrativo nas OM,
de Adjunto de frações militares, bem como exerça sua liderança e tenha competência para ser um Chefe Militar eficiente;
d) Seção de Ensino a Distância: que conduz o ensino do CAS na 1º fase e que
atualmente conta com meios sofisticados e tecnológicos de ensino;
e) Seção de Meios de Apoio ao Ensino: responsável pelas publicações de apoio
ao ensino;
f ) Secretaria da Divisão de Ensino: cuja missão principal é manter atualizados os
documentos do ensino.
Transcorridos mais de vinte anos desde sua criação, A EASA tem cumprindo sua
missão de aperfeiçoar os sargentos das armas do Exército e Brasileiro e neste decorrer do tempo tem se mantido como Escola Militar vanguardeira na implementação
de projetos e inovações que refletem a preocupação da força com os segmentos dos
graduados. Desde a mudança de sua organização, de suas instalações, de seus meios
de instrução, das melhorias em sala de aula, do estímulo a realização de cursos, do
processo de gerenciamento por projetos, aos intercâmbios internacionais.
A Divisão de Ensino tem permeado todos os processos que hoje tornam concretos os sonhos do passado para que o profissional aperfeiçoado seja mais que um
simples executor de tarefas, que ele seja um militar pró-ativo e dinâmico, compreenda suas ações, possua competência, se mantenha atualizado às mudanças, enfim,
entenda que o Exército é a reunião de interesses de homens de valores, irmanados
pelo desejo de servidão ao Brasil.
8.1 ADEQUAÇÃO DO ENSINO NA EASA NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO EB
O Exército Brasileiro (EB), como uma das principais instituições nacionais, vem
acompanhando e auxiliando no desenvolvimento do país, respaldando as decisões
soberanas do Brasil no cenário mundial. Para que isso ocorra, se faz necessário que
o EB se mantenha atualizado, para que possa enfrentar de forma adequada os desafios do século XXI. Sendo assim o EB definiu em sua nova visão de futuro que até
2022, seu processo de transformação chegará uma nova doutrina, com profissionais
altamente capacitados e motivados e o emprego de tecnologia avançada.
Responsável pelo combate terrestre, o EB, vem desenvolvendo um processo de
66
Capítulo 8 - A Divisão de Ensino
transformação, buscando sua atualização em função da evolução da natureza dos
conflitos contemporâneos.
Buscando alcançar essa ‘visão’ o EB estabeleceu alguns objetivos estratégicos,
onde, na parte da educação, podemos destacar a implantação de um novo e efetivo
Sistema de Educação e Cultura, buscando a transformação do seu ensino, em prol
do melhor preparo e qualificação do seu efetivo.
A Escola de Sargento das Armas (EASA), subordinada ao Departamento de
Educação e Cultura (DECEx), está alinhada às diretrizes do EB no Processo de
Transformação do Ensino, auxiliando a Força Terrestre na inserção de seus sargentos
na era do Conhecimento por intermédio da modernização dos meios de apoio ao
ensino, e ainda, no estudo e aperfeiçoamento do sargento de acordo com a nova
Doutrina Militar Terrestre, que tende a estar em constante evolução, buscando sempre uma compreensão e adequação ao Ambiente Operacional, que atualmente está
caracterizado pela existência de três dimensões, a dimensão física, a dimensão humana e a dimensão informacional.
A Doutrina Militar Terrestre (DMT) enfatiza, como fatores decisivos para a vitória final: a relevância das informações; a rapidez de concepção e de execução das
operações terrestres; o espírito ofensivo; a importância da conquista e manutenção da iniciativa; a flexibilidade para combinar e alterar atitudes, missões e constituição das forças; a sincronização das ações no tempo e no espaço; a liderança
e capacidade de decisão dos comandantes em todos os escalões; e a iniciativa dos
subordinados. (Operações do EB, 2014, p. 28). , EB20-MF-10.103, 4ª Ed 2014)
A EASA tem a nobre missão de aperfeiçoar os Sargentos das Armas do Exército
Brasileiro, buscando situar e atualizar o 2º Sgt com o que há de mais, moderno
em relação à Doutrina Militar Terrestre (DMT). E esta, contempla o emprego dos
elementos da Força Terrestre (F Ter) como componente das Forças Armadas (FA),
constituindo parte essencial da Defesa e importante instrumento de ação do estado.
Para que a F Ter cumpra da melhor forma possível sua razão de ser, como componente das FA, precisa ser constituída por militares que cultuem princípios, valores
morais e intelectuais, e que sejam capazes de enfrentar todos os desafios de um ambiente estratégico complexo, cujos cenários evoluem rapidamente. Sendo assim, a
DMT, reconhece a extrema necessidade da realização das operações conjuntas, com
procedimentos e critérios de apoio mútuo comuns, buscando a máxima eficácia
operativa no cumprimento de todas as missões.
O preparo, atualização e aperfeiçoamento dos sargentos, assim como o de todos os militares que compõem a F Ter, que serão empregados em um Ambiente
Operacional Contemporâneo são de extrema importância, pois todos devem estar
preparados e aptos a executar missões operando no Amplo Espectro, combinando
capacidades, simultânea ou sucessivamente, em operações ofensivas, defensivas, de
67
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
pacificação e de apoio a órgãos governamentais, tudo em um ambiente conjunto e
Interagências.
Desta forma, com o estudo e aperfeiçoamento do Sgt na DMT, com o emprego
organizado em funções de combate, informações e a liderança militar, certamente,
estaremos mais preparados e alinhados com as necessidades que os conflitos armados exigirão do Exército Brasileiro, cumprindo assim da melhor forma a nossa
missão institucional.
8.2 A EVOLUÇÃO DO PROJETO INTERDISCIPLINAR NA EASA
O Projeto Interdisciplinar (PI) iniciou-se na EASA em 1999, com a inserção da
prova interdisciplinar digital em dupla. Tinha como ideia inicial a aproximação do
sargento-aluno com a tecnologia da informação, bem como simular a atuação dos
mesmos em diversos setores de uma OM tais como: SIMATEX, Licitação, Administração Patrimonial e Documentação de Subunidade.
No ano de 2004 encerrou-se a avaliação digital devido à escassez de computadores, porém, nos anos de 2005 e 2006 foram adquiridos novos equipamentos de
tecnologia da informação possibilitando, desta forma, a retomada da referida prova
digital já no ano de 2007.
Em 2011 chega-se a conclusão de que o PI não deveria mais ser cobrado como
uma avaliação, mas como um trabalho de pesquisa, através do qual a construção do
conhecimento levaria à aprendizagem.
Já em 3 de abril de 2003, é aprovada a portaria N° 26 – DGP, a qual tratava
sobre as normas para avaliação educacional onde, em seu Art 2°, o PI tornou-se
um instrumento de avaliação formativa nos Estabelecimentos de Ensino e em Organizações Militares com encargo de ensino, tendo peso de 1,1 a 1,5, no máximo,
excluindo-se recuperação e reprovação.
Em um primeiro momento, o Projeto Interdisciplinar caracterizou-se por um
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e, sendo a EASA um curso pós-técnico,
optou-se por um trabalho escolar de nível técnico.
Por fim, em 6 de junho de 2013 foi aprovada a portaria N° 23-DECEX, dando
nova redação à portaria supracitada (Port. 26-DEP), ficando estabelecidos prazos
para entrega intermediária dos trabalhos e apresentação, além do julgamento de
rendimento, a ser realizado por meio de provas formais.
Atualmente o PI é iniciado na fase do ensino a distância (EAD), com a definição
dos grupos, tutores e escolha dos temas, finalizando o processo da fase não presencial com a entrega de um plano de pesquisa.
Na fase presencial o trabalho tem duas avaliações, uma escrita e outra oral. Na
primeira, a mensuração é feita unicamente pelo orientador/tutor, tendo peso 2. A
segunda é uma apresentação do aluno para uma banca de avaliadores, composta por
68
Capítulo 8 - A Divisão de Ensino
três militares do corpo permanente da escola, tendo esta avaliação peso 1.
Esta sistemática de trabalho adotada pela escola proporciona uma heterogeneidade dos grupos permitindo, assim, uma abordagem de assuntos de forma multidisciplinar, propiciando também a interação e troca de experiências entre alunos de
armas diferentes.
8.3 CLUBE DE IDIOMAS
A ideia quanto à implantação de um Clube de Idiomas na EASA teve início no
ano de 2013, quando se verificou, em consonância com a DETMil, a importância
do domínio de uma língua estrangeira por parte do sargento, tendo em vista a crescente demanda de missões no exterior no âmbito dos praças do Exército Brasileiro,
além das inerentes às Forças de Paz. A fim de concretizar o referido Projeto a Escola
criou o Clube de Idiomas da EASA, publicado no Boletim Interno nº 74, de 23
de abril de 2014. Dessa maneira, foram escolhidos o inglês, o espanhol e o francês
como idiomas pioneiros do projeto em tela, o que não quer dizer que, no futuro,
não venha a ser estendido a outras línguas.
Cabe ainda salientar que, em linhas gerais, o Clube de Idiomas tem por objetivos precípuos estimular o estudo em si mesmo, ser um propiciador do estreitamento
das relações interpessoais e, não menos importante, despertar no elo fundamental
entre o Comando e a tropa o seu papel de destaque perante a Força.
Nesse escopo, houve-se por bem verificar, junto aos integrantes do corpo permanente, militares possuidores de habilitação que poderiam contribuir para o êxito
da missão. Diante da inexistência de militares formados em idiomas, e estando tal
consideração aliada ao tempo exíguo atinente ao CAS, optou-se por uma execução
descentralizada, de modo a franquear, tanto ao instrutor quanto ao instruendo, a
flexibilidade necessária para a facilitação do processo ensino-aprendizagem, a despeito dos óbices acima elencados. Assim sendo, o acerto entre os atores envolvidos
não se restringe a aulas do tipo expositiva, ampliando-se as perspectivas pedagógicas
para a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação como instrumentos eficazes que suplantem o caráter meramente estrutural da sala de aula, além
de permitir o incremento de variações didáticas e metodológicas que otimizem a
concretização de um ambiente eixado pela valorização profissional.
Concomitante ao acima exposto, e na contramão da ampliação de oportunidades atualmente em voga, se observou que a porcentagem de discentes habilitados em
idiomas em todos os turnos era ínfima, normalmente girando em torno de 2% do
total. Não obstante tal contexto, vale ressaltar que a adesão dos discentes se mostrou
significativa e, diante disso, nunca é demais lembrar que a seara da educação deve
ser sempre movida por nobres e instigantes desafios, situação perfeitamente aplicável
às lides castrenses.
69
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
8.4 ENSINO POR COMPETÊNCIAS EM 2016
Em consonância com o Processo de Transformação do Exército Brasileiro
(PTEB), a EASA tem trabalhado na atualização de sua estrutura curricular e de
avaliação, aproveitando aspectos consagrados atinentes à sistemática do ensino por
objetivos, que possam fornecer subsídios para a implantação de um ensino orientado pelas competências, além da efetiva utilização de princípios norteadores para
uma educação competente. Na esteira de tal raciocínio é relevante dizer que, na
atual conjuntura, se vivencia um momento de transição onde as normas de ensino
alinhadas aos objetivos coexistem com as recém criadas normas alinhadas às competências, de forma a se evitar solução de continuidade.
Nesse escopo se vislumbra, até o ano de 2016, a consolidação de tal paradigma
pedagógico, atendendo, dessa maneira, às demandas educacionais emanadas pela
Força no tocante à razão de ser da Escola, ou seja, a excelência quanto ao aperfeiçoamento do sargento das armas.
A fim de se atingir a proposta é imprescindível a execução de determinados parâmetros, os quais estão sendo postos gradativamente em prática, possibilitando o
amadurecimento de ideias por parte dos atores envolvidos.
Dentre esses parâmetros, pode-se afirmar que o advento de questões contextualizadas (no caso da EASA totalmente discursivas, quando da fase presencial) é
condição sine que non, pois o eficaz aprendizado só surte efeito quando o discente se
percebe inserido numa situação-problema sinalizadora de uma realidade envolta por
diversas variáveis que exijam tomadas de decisões corretas. Assim sendo, a Escola se
utiliza principalmente da prova escrita (formativa e somativa) como instrumento de
medida. Ademais, o Projeto Interdisciplinar (PI) e o trabalho sobre Análise e Melhoria de Processos (AMP) também apresentam resultados significativos e animadores
nesse sentido.
Outro aspecto notório diz respeito às Operações Couraça e Max Wolf Filho,
estando ambas voltadas para a matéria Organização e Emprego das Armas (OEA),
momento em que se observa, de maneira mais nítida, a superação da fragmentação
do ensino por meio de uma interdisciplinaridade eixada por situações integradoras
que propiciam o caráter holístico da aprendizagem. Correlato a isso, os blocos de
Ofensiva e Defensiva já se apresentam como reveladores de uma concepção modular
necessária ao viés das competências, sempre alinhada às atualizações da Doutrina
Militar Terrestre.
Como terceira consideração é válido frisar que, no corrente ano, houve-se por
bem confeccionar uma proposta para a segunda e terceira etapas da construção curricular, ou seja, o Mapa Funcional e o Perfil Profissiográfico, tanto da fase a distância
quanto da fase presencial (levando-se em conta as cinco armas e as duas subfases).
70
Capítulo 8 - A Divisão de Ensino
Tal medida procurou antecipar-se à previsão, em 2015, da capacitação dos instrutores da EASA no tocante aos documentos de currículo por parte da comitiva da
DETMil.
Dessa forma, salienta-se a busca ininterrupta por práticas pedagógicas que priorizam o core escolar ligado às variadas dimensões do currículo, de maneira a potencializar, em 2016, o aperfeiçoamento de um sargento cada vez mais orientado para
desafios profissionais de alta envergadura concomitante a cenários marcados pela
incerteza.
71
Capítulo 9
A proposta pedagógica da Escola de Aperfeiçoamento
de Sargentos das Armas no contexto do Ensino Militar
Karine de Oliveira Lunardi - Ten
Rose Aparecida Colognese Rech - Sc
9.1 UMA RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DAS BASES PEDAGÓGICAS
DA EASA
O CIAS – Sul, em seu primeiro semestre de 1993, foi inteiramente dedicado
aos trabalhos de estruturação. Dada a premência de tempo, foi dedicada atenção
especial aos alojamentos, banheiros, rancho, salas de aula e demais instalações. As
atividades de instrução se iniciaram somente no segundo semestre de 1993, com as
instruções do CAS em Cavalaria e Artilharia, tendo 75 sargentos alunos cavalarianos
e 140 sargentos alunos artilheiros. No ano de 1994, o CAS já recebeu um maior
número de alunos, sendo: no 1º turno – 50 infantes, 50 cavalarianos e 70 artilheiros; no segundo turno, 50 infantes, 50 cavalarianos, 70 artilheiros e 50 engenheiros,
cabendo salientar que a duração do CAS era de seis meses.
Quanto ao pessoal, o CIAS - Sul foi mobiliado a partir dos militares do 17º BI,
que optaram por não seguir para Tefé - AM, em total de 11 Of, 39 S Ten/ Sgt e 182
Cb/ Sd. As vagas de instrutores e monitores autorizadas para 1993 foram preenchidas mediante proposta à Diretoria de Movimentações, cujo Diretor autorizara,
no ano anterior, as nomeações necessárias, visando a preparação dos militares em
tempo hábil. Houve uma adequada preparação destes militares e um especial acompanhamento dos Instrutores Chefes de cada Curso. Esta medida motivou os instrutores e os sargentos alunos, devido a valorização que estava sendo dada ao graduado.
Para o planejamento e a execução das atividades de ensino, o curso seguiu as
orientações estabelecidas pelo Exército, quanto à confecção dos documentos e das
medidas de aprendizagem. O Departamento de Estudos e Pesquisa (DEP) e a Escola
de Sargentos das Armas (EsSA) forneceram as orientações técnico-pedagógicas.
Os cursos se dedicaram ao planejamento e à preparação das instruções previstas
para o ano letivo. Toda a documentação de ensino (planos de sessão, transparências,
72
73
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
notas de aula, trabalhos pedidos e respectivas soluções etc) foi elaborada sob a coordenação da Divisão de Ensino. Alguns oficiais realizaram uma visita de intercâmbio
à EsSA, em maio de 1993, com o objetivo de verificar o funcionamento da Divisão
de Ensino daquele estabelecimento de ensino e a maneira como era conduzida a
instrução. A preparação dos instrutores também se deu por meio de um treinamento do Centro de Estudos de Pessoal – CEP, que esteve no CIAS - Sul em junho de
1993 e durante uma semana, ministrando instruções relacionadas a: metodologia,
instrumentos de medidas de aprendizagem, avaliação de graduados e dinâmica de
grupo. Essas oportunidades de capacitação foram fundamentais para a melhoria da
qualidade dos trabalhos de planejamento e preparação da instrução.
O instrutor contava com o PLAMA (Plano de Matérias) e o Programa Padrão,
com os objetivos específicos para cada tipo de formação, determinando os assuntos
a serem ministrados e a técnica mais indicada para a instrução. Neste sentido, cabia
ao instrutor seguir o material padronizado que recebia da Divisão de Ensino. Tal
material focava na prática e no método de caso, procurando aproximar a instrução
da realidade.
Os primeiros passos rumo à construção da escola não foram fáceis, de acordo
com os relatos de quem vivenciou o período. A carência de material e pessoal, aliada
à inexperiência em atividades desta natureza foram algumas limitações superadas
no decorrer do tempo. Contudo, este esforço inicial foi decisivo para chegar ao que
temos hoje, uma referência de escola em tecnologia e inovação.
9.2 A MODERNIZAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO: O APRENDER
A APRENDER NA EASA
O Sistema de Ensino do Exército Brasileiro vem se adaptando frente aos avanços
tecnológicos e as transformações do mundo contemporâneo. Em 1994, o Estado
-Maior do Exército (EME) conduziu um simpósio sobre educação, no qual militares
e civis envolvidos com o ensino discutiram temas como a velocidade das transformações científicas e tecnológicas, a acelerada difusão das informações e os efeitos da
globalização. As considerações acerca do simpósio foram publicadas no documento
‘Política Educacional para o Ano de 2000’. (BRASIL, 1994).
Conforme a descrição que constava na página oficial do Exército (2007), o Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP), em 1995, incumbiu o Curso de Política,
Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx) de dar continuidade aos
estudos sobre a evolução do ensino. No mesmo ano constituiu-se o Grupo de Trabalho para o Estudo da Modernização do Ensino (GTEME), composto por instrutores, pedagogos, sociólogos e psicólogos, com o objetivo de responder às seguintes
questões: O que ensinar? Como ensinar? Como avaliar? Como aumentar o intercâmbio com outros sistemas de ensino?
74
Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar
Em 1996, por meio do documento n° 49, ‘Fundamentos para a Modernização
do Ensino’ (Brasil, 1996), o GTEME consolidou um diagnóstico do então Sistema
de Ensino do Exército, como também apontou propostas de novas ações.
O processo de modernização do ensino foi descrito como um conjunto de estratégias modernizadoras, que são as atividades, os conceitos, as medidas, a legislação
básica e os programas (Bastos, 2006). O princípio do aprender a aprender, o autoaperfeiçoamento, a contextualização e interdisciplinaridade, o docente como facilitador, as avaliações contínuas e de caráter formativo, a Lei de ensino do Exército,
foram alguns dos conceitos introduzidos na época.
Na EASA, este processo de mudança, na forma de perceber o ensino, exigiu que
a equipe pedagógica buscasse fundamentos para subsidiar a prática educativa. Deste
modo, os fundamentos do Aprender a Aprender, que foi uma das estratégias modernizadoras elencadas pelo Exército, nortearam as práticas em sala de aula.
O perfil do aluno da EASA, militar com pelo menos dez anos de serviço, fez com
que a escola refletisse sobre o modelo andragógico de ensino. Assim, as instruções
procuravam ser o mais dinâmica possível, empregando trabalhos em grupo, buscando maior participação do aluno no processo de aprender, o levando ao autoaperfeiçoamento.
O manual técnico T 21-250 – Manual do Instrutor trouxe suporte metodológico ao ensino da EASA. Esse manual (em processo de atualização) apresenta o
aprender a aprender no contexto das novas tendências a serem consideradas. Assim,
a letra c, do artigo I do capítulo 7, justifica a nova concepção:
Aprender a aprender vale muito mais do que aprender um assunto ou matéria
específica, uma vez que significa aprender princípios, modelos ou bases, a partir
dos quais tornar-se-á mais fácil adquirir novos conhecimentos relacionados com
aqueles aprendidos previamente (BRASIL, 1997, p. 7-1).
O Manual traz sete considerações para o ensino militar acerca do aprender a
aprender, que são:
a) compreensão das razões, das causas e dos fundamentos de tudo o que se ensina (o porquê das coisas);
b) as estruturas gerais e específicas, caracterizando semelhanças e diferenças;
c) a inserção do que se estuda no universo abrangente e as suas vinculações e
interdependências com outros sistemas;
d) os princípios gerais de funcionamento, tanto de organizações como de equipamentos, bem como a lógica de técnicas e procedimentos;
e) desenvolvimento da capacidade humana de generalização, de particularização
e de dedução por interpolações e extrapolações;
75
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
f ) os estágios atuais e as tendências modernizadoras referentes ao assunto em
estudo, já conhecidos ou praticados em outros órgãos, regiões ou países, ou mesmo
ainda em fase de pesquisa e de desenvolvimento;
g) o aprender a aprender, em sua abrangência plena, leva em consideração desde
a elaboração dos currículos, planos de matérias, objetivos específicos e gerais, até a
organização das turmas, a seleção das técnicas de instrução e o incentivo à pesquisa
e à leitura.
Dessa forma, o Exército expressa o entendimento e a finalidade acerca dessa
tendência, que é criar condições condizentes aos novos tempos, sem perder as características próprias, para que o aluno desenvolva plenamente seu potencial.
9.3 A TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS DA EASA NA ATUALIDADE
O ensino na escola, desde a sua criação, passou por diversas reformulações, tanto na estrutura do curso, como nas concepções de aprendizagem. Hoje, a evolução
do ensino na EASA está inserida em um contexto maior, pois na atualidade vivemos
o Processo de Transformação do Exército, que possui como um dos seus vetores a
‘Educação e Cultura’. Este vetor pretende revitalizar o processo de modernização do
ensino, pela adoção de ações voltadas para o desenvolvimento de uma mentalidade
de inovação, tais como: favorecer a interação com Exércitos de países desenvolvidos;
intensificar as visitas de intercâmbios com organizações modernas de grande porte e
de atuação internacional; criar um centro de pesquisa de Guerra do Futuro, com a
capacidade de realizar a prospecção estratégica, doutrinária e tecnológica; incorporar
civis às estruturas organizacionais; evitar o cerceamento da iniciativa decorrente da
cultura ‘erro-zero’; e estimular o desenvolvimento de lideranças com perfil inovador
(BRASIL, 2010).
Desde a implantação do Projeto de Modernização de Ensino em 1996 e, na atualidade, Processo de Transformação do Exército, enfrentamos conflitos e resistências
frente a um processo de mudança, que necessita de um longo período para que os
envolvidos se engajem e construam uma nova forma de gerenciar o ensino. Há muitos problemas que apenas foram minimizados, como também equívocos sobre estas
novas concepções pedagógicas.
Os desafios que a Escola enfrenta na atualidade estão pautados na construção de
um projeto consistente de ensino orientado por competências, que possibilite inovações na prática educativa, na utilização e otimização da tecnologia nas instruções
e no incentivo da aprendizagem de línguas estrangeiras. A EASA está delineando o caminho para trabalhar com o ensino orientado por
competências, por meio da capacitação dos instrutores, da adequação de suas práti76
Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar
cas e da construção das documentações de ensino.
Para corresponder às exigências e às transformações pelas quais o Exército vem
passando, tanto instrutores quanto instruendos e a própria Escola precisam assumir
novas posturas. Na era da informação o aluno deve construir o seu conhecimento,
seguindo o princípio da formação continuada. O instrutor, por sua vez, precisa
atuar como um facilitador do processo de aprendizagem. Ele deve estar sempre atualizado, buscando constantemente novos conhecimentos, habilidades e atitudes.
Neste processo de transformação pelo qual passa o ensino, a EASA busca modernizar também os meios de apoio ao ensino, pois “[…] há que se incutir nos militares
a preocupação com a permanente atualização e a consciência de que o domínio de
novas tecnologias será condição básica para o êxito profissional “. (BRASIL, 2010,
p. 35).
Para acompanhar as tendências educacionais da atualidade, a EASA aprimora
o CAS por meio da inserção de novas Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) na sala de aula. Para isso, a Escola investe em ambientes informatizados para
atender às diversas exigências da modernidade, criando ambientes físicos que favorecem o trabalho em grupo de forma diferenciada e simultânea.
Nesse contexto, o projeto tablet na sala de aula proporciona a reestruturação e
modernização da configuração dos conteúdos disponibilizados aos sargentos alunos,
transformando todo o conteúdo impresso em apostilas interativas e tornando as
instruções mais atraentes e dinâmicas para o discente.
A Escola também conta com um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) que
apoia o ensino presencial, visando facilitar o acesso à disciplina para incentivar o
autoaperfeiçoamento do aluno, além da possibilidade do aprendizado contínuo na
capacitação e no aperfeiçoamento profissional.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem utilizado como complemento no processo ensino-aprendizagem presencial possibilita aos alunos e instrutores uma maior
flexibilidade, pois, mesmo após o período normal de aulas, há possibilidade de dar
continuidade às questões verificadas em sala, de manter os debates, além da exploração de novas ideias ou novos temas, possibilitando e incentivando a participação
de todos, democratizando o espaço sem preocupação com tempo e carga horária
a serem cumpridos em sala de aula. É importante destacar que, mesmo antes das
aulas, os instrutores disponibilizam os conteúdos que serão ministrados, permitindo
que o aluno faça um estudo prévio da disciplina e chegue na sala de aula, com uma
pré-construção de seu conhecimento, referente à disciplina a ser ministrada, podendo aproveitar melhor o seu tempo em sala de aula.
A disponibilização do conteúdo no AVA permite que o aluno apresente alguns
questionamentos antes de a matéria ser ministrada, possibilitando ao instrutor, caso
ache apropriado, a abertura de discussões no AVA, trazendo para a sala de aula os
aspectos mais importantes.
77
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Esses projetos da Escola, alinhados à Transformação do Ensino no Exército, estão
diretamente ligados a outra iniciativa desenvolvida na EASA: o Acompanhamento
Pedagógico. Em 2013 foi criada a Subseção de Acompanhamento Pedagógico, que
constitui um serviço de assessoramento das atividades que influenciam o processo
ensino-aprendizagem, a fim de que sejam melhor atendidas as necessidades e as aspirações do discente e dos responsáveis pelo desenvolvimento do processo. A ação
de acompanhar o processo de ensino visa superar o caráter fiscalizador do trabalho
docente, buscando atuar na melhoria da prática educativa, por meio de orientações,
assessoria e qualificação dos professores.
Essa Subseção é composta por profissionais capacitados para dar suporte técnico
-pedagógico aos instrutores e aos demais envolvidos no processo educativo.
Dentre as atividades desenvolvidas por esta Subseção estão entrevistas, visitas
pedagógicas, pesquisa de análise e melhoria da instrução, pesquisas previstas nas
legislações, reuniões pedagógicas, estágios de atualização pedagógica, Seminário de
Educação da EASA, Revista Pedagógica da EASA e assessoramento pedagógico, que
são descritas a seguir:
a) Entrevistas: realizadas com todos os agentes de ensino, com o objetivo de realizar um diagnóstico do processo educativo da EASA ou como forma de melhorar
uma situação problema evidenciada;
b) Visitas Pedagógicas: trata-se de um momento em que a equipe pedagógica
acompanha a instrução em sala de aula e nos demais espaços de aprendizagem, tendo os seguintes objetivos:
- observar a prática docente;
- identificar oportunidades de melhorias na didática e condução
da instrução;
- identificar boas práticas para a disseminação aos demais instrutores.
Durante a visita pedagógica é preenchida a Ficha de Observação da Atuação Docente – FOAD. Esta ficha é discutida com o instrutor, em horário oportuno, após
a visita pedagógica, juntamente com o retorno dos aspectos observados e possíveis
sugestões para aperfeiçoar sua prática docente;
c) Pesquisa de Análise e Melhoria da Instrução: instrumento que complementa
as visitas pedagógicas e tem como objetivo buscar, na visão do aluno, uma avaliação
do processo ensino-aprendizagem de cada assunto ministrado no CAS;
d) Pesquisas previstas nas normas e legislações: a Subseção gerencia e analisa as
pesquisas de ensino já implementadas nos processos e, também, outras que podem
surgir a partir de demandas específicas;
e) Reuniões pedagógicas: propiciam momentos privilegiados para a discussão da
prática pedagógica, favorecendo um ambiente para a reflexão e busca de soluções
sobre problemas que surgem, bem como possibilitam o compartilhamento de novas
78
Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar
técnicas e metodologias de ensino;
f ) Estágios de atualização pedagógica: são ciclos destinados à formação dos agentes diretos e indiretos do ensino. São compostos por palestras, treinamentos, estudos
e reflexões acerca das demandas do ensino, abordando subsídios resultantes das visitas pedagógicas para discussão e capacitação dos instrutores;
g) Seminário de Educação da EASA: tem como objetivo favorecer o processo de
atualização pedagógica dos militares, bem como da comunidade em geral, mediante
minicursos, palestras e resultados de pesquisas, contribuindo para o conhecimento
científico e a qualidade da prática educativa;
h) Revista Pedagógica da EASA: tem como objetivo proporcionar aos militares
e ao público civil um canal formal de comunicação e disseminação da produção
científica, por meio da publicação de artigos científicos escritos por militares e civis
da EASA, e também pelos Projetos Interdisciplinares dos alunos e trabalhos apresentados no Seminário de Educação da EASA;
i) Assessoramento pedagógico: a Subseção auxilia o Chefe da Divisão de Ensino
e o Diretor de Ensino no processo de tomada de decisões acerca de assuntos e problemas relacionados aos processos educacionais.
Os processos da Subseção de Acompanhamento Pedagógico estão diretamente
interligados. As entrevistas com os instrutores, as visitas pedagógicas e as pesquisas
subsidiam as reuniões pedagógicas e os estágios de Atualização Pedagógica.
O acompanhamento pedagógico mantém o foco no seu objetivo principal que é
buscar a qualidade no processo de ensino, orientando as práticas docentes. Para isso,
requer um bom relacionamento interpessoal com os docentes, pautado na discrição
e confiança, principalmente no trato com os problemas evidenciados.
A EASA visa constituir-se um centro de referência na Educação Militar. Por essa
razão, necessita buscar constantemente o aperfeiçoamento de seus processos, por
meio da modernização de suas ferramentas e da capacitação dos recursos humanos.
9.4 A AVALIAÇÃO NA EASA: SUAS PECULIARIDADES E CARACTERÍSTICAS
A avaliação no contexto verde oliva é um elemento balizador para a organização
das promoções, bem como para a classificação do militar nas fileiras do Exército Brasileiro. Este processo não está dissociado do aprender, pois permite uma reorganização das estratégias do ensino para facilitar a aprendizagem. É uma ferramenta que
apresenta a direção dos processos pedagógicos, fornecendo subsídios ao professor sobre os avanços e dificuldades dos alunos e também uma orientação sobre sua prática.
Na EASA temos as Provas Formais Escritas (PFE) que passam por um novo
olhar na sua formulação. O foco na contextualização faz com que o aluno, mediante
79
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
as situações apresentadas, possa construir suas conclusões amparadas em conceitos
expressos em leis, manuais etc. O respeito e a idoneidade nas confecções e aplicações das avaliações seguem presentes sejam elas diagnóstica, formativa ou somativa.
No decorrer do CAS em sua fase à distância são realizadas avaliações formativas
e somativas com base nas disciplinas estudadas nesta etapa. As avaliações desta fase
tem o objetivo de levar o aluno a ir se adaptando com as questões contextualizadas,
pois nas provas presenciais será dessa maneira.
No decorrer do CAS presencial são realizadas 4 (quatro) PFE, cada uma tem
suas peculiaridade e seus objetivos estão relacionados com a sequência didática dos
assuntos ministrados nas instruções:
a) Prova Formal Escrita 1: é a prova que dá início ao processo avaliativo do CAS,
traz no conteúdo de suas questões todas as disciplinas estudadas no processo de ensino à distância, Administração Militar, Instrução Geral, História Militar, Segurança
Integrada são alguns exemplos. É realizada nos primeiros dias após a chegada dos
Sargentos alunos;
b) Prova Formal Escrita 2: esta avaliação é realizada em três partes, traz em sua
temática central a disciplina de Organização e Emprego das Armas no emprego
tático de Defensiva e Ofensiva. A primeira e a segunda parte utilizam de situações
problemas amparadas no terreno que é apresentado e estudado durante o Exercício
do Terreno Max Wolf Filho no Campo de Instruções de Cruz Alta – CICA. A terceira parte é realizada na EASA com o apoio das cartas, estas são determinadas pelos
Cursos de Ensino na especificidade da Arma;
c) Prova Formal Escrita 3 e 4: as avaliações finais do CAS abordam sobre a
Administração Militar, esta disciplina é a parte das instruções que trata de alguns
sistemas utilizados no EB, como por exemplo, SISCOFIS, SICAF e processos militares como por exemplo, Sindicância, Inteligência e Contra Inteligência Militar.
Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar
9.5 PERSPECTIVAS E DESAFIOS
O ensino hoje, pela rápida evolução do conhecimento e pelas infinitas possibilidades de aprender, passa por um novo conceito: aprendizagem ao longo de toda a
vida. (Delors, 2006). Alinhado com essa ideia, a EASA busca reorganizar suas
práticas a partir do princípio de aprender continuamente.
Desafios e resistências diante de um processo de transformação sempre existirão.
No entanto, há um esforço constante no sentido de atualização e aperfeiçoamento
dos professores, instrutores e gestores em busca de aprimorar não só os recursos tecnológicos, a metodologia, as técnicas ou estratégias, como também de transformar e
ou construir uma nova forma de pensar o ensino na EASA.
A Instituição percebe a necessidade de inovar sua forma de ensino para adequarse aos novos tempos sem perder as características específicas que a identificam. “Desejamos uma escola do nosso tempo, janela aberta para o presente e para o futuro,
onde se viva a utopia mitigada que permite criar e recriar, sem contudo perder a
razoabilidade e estabilidade”. (ALARCÃO, 2001, p.12).
Cabe salientar que as provas são elaboradas pelos Cursos de Ensino e seus respectivos Instrutores das disciplinas, responsáveis pela formulação das questões que
ocorre na Subseção de Avaliação da Aprendizagem (SsAA).Essa subseção coordena
as ações relacionadas com a avaliação num contexto geral promovendo um processo
íntegro. Os despachos acontecem periodicamente com o Diretor de Ensino, onde
cada instrutor apresenta suas questões e as corrige, caso haja necessidade.
A avaliação é uma parte essencial dos processos educativos na EASA, por isso,
esta sistemática é elaborada, verificada e reelaborada de acordo com os preceitos estabelecidos pelo Exército e a proposta pedagógica da Escola. Desta forma, aprimorar
o ensino é também preocupar-se com uma avaliação que faça o aluno pensar sobre
os conteúdos apresentados e construir o seu conhecimento.
80
81
Capítulo 10
A EASA na era do conhecimento
Francisco José Prates Alegretti – Ten
Jonas Ertel Costa – Ten
Este capítulo relata a fascinante evolução tecnológica experimentada pela EASA
ao longo de sua história. Em apenas 22 anos, a tecnologia empregada nas salas de
aula evoluiu do quadro-negro ao tablet, passando por retroprojetores, computadores, internet e telas interativas. Ao lado da inovação ocorrida na fase presencial do
Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), o Ensino a Distância (EAD) do
CAS também angariou vertiginosa transformação: passou de um curso por correspondência para um portal de ensino com vídeos e conteúdo hipermídia, possibilitando a interação, em tempo real, entre aluno e instrutor.
A primeira seção deste capítulo relata como o emprego da tecnologia evoluiu na
sala de instrução. São apresentados os principais recursos tecnológicos empregados
na Escola que fazem parte da vida do sargento aluno durante o CAS. Tudo ilustrado
por fotos dos equipamentos que, efetivamente, foram utilizados nos primórdios da
Casa do Adjunto, assim como das novas aquisições da EASA moderna. A segunda
parte deste capítulo, por sua vez, conta a história do EAD, detalhando as ferramentas disponibilizadas aos instrutores engajados na educação a distância. Por fim, o
capítulo encerra com uma breve pincelada sobre as possibilidades tecnológicas para
o futuro, que resplandece no horizonte, às margens do porvir.8
10.1 A TECNOLOGIA NA SALA DE INSTRUÇÃO
No início, a tecnologia presente em sala de instrução era básica: apenas quadro
-negro e giz. O primeiro computador da EASA, mostrado na figura 9.1, foi adquirido em 1993, quando a Escola ainda era chamada de CIAS-Sul (Centro de Instrução
e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul). Nessa época, devido
ao seu preço elevado, não era economicamente viável colocar um computador em
cada sala de aula. Assim, o computador foi empregado, inicialmente, pela Divisão
Administrativa da Escola, onde era utilizado para processar aplicativos de escritório,
como editor de textos, planilhas de cálculo e base de dados. Também foi utilizado
para executar os primeiros sistemas informatizados do Exército, como o Módulo E1,
82
83
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
que processava dados relativos ao pessoal.
Essa máquina era muito limitada, quando comparada a um computador moderno, pois não possuía recursos considerados básicos hoje em dia: como conexão de
rede, acesso à internet ou mesmo qualquer recurso multimídia, como vídeos e sons.
A capacidade de memória desse computador, por exemplo, era menor do que a ocupada por uma única foto feita com uma câmera digital hoje em dia. A velocidade do
processador da máquina chega a ser milhares de vezes menor que a de um aparelho
celular do tipo smartphone de hoje.
Capítulo 10 - A EASA na era do conhecimento
sitivo é, essencialmente, um computador portátil e ultra-fino (menos de 1 cm), com
tela sensível ao toque, acesso WiFi e aúdio integrado. O tablet pode ser conectado
pela rede sem fio ao projetor multimídia. Esse dispositivo trouxe mobilidade para
o instrutor, permitindo que o mesmo circule entre seus alunos enquanto ministra a
instrução. Além disso, a tela sensível ao toque permite que sejam feitas anotações na
imagem que está sendo projetada para os instruendos, com a mesma facilidade de se
escrever com uma caneta em um quadro branco; tudo isso enriquecido pelos recursos
multimídia do aparelho, ou seja, imagens, sons e vídeos. Dessa forma, o instrutor
consegue desenvolver o conteúdo interativamente, falando e montando a palestra à
medida que a aula progride, com a participação e interação do aluno. É possível, inclusive, realizar exercícios em sala: os alunos conectam seus tablets em rede para realizar
trabalhos em equipe, ou pesquisam algum assunto de interesse na internet. Trata-se
de uma revolução, pois, há pouquíssimo tempo, a sala de aula era isolada do mundo,
restrita ao conhecimento do instrutor e dos livros trazidos para a sala.
Figura 13 - Primeiro Computador da EASA.
Em meados da década de 1990, a internet começou a popularizar-se no Brasil.
Sua introdução na sala de instrução possibilitou o acesso, em tempo real, a inúmeros recursos disponíveis online na Web. Também é possível acessar livros e artigos
acadêmicos de incontáveis bibliotecas e universidades do mundo inteiro. Entre elas,
a Rede BIE - Rede de Bibliotecas Integradas do Exército10. Diversos sites voltados
para o ensino também disponibilizam cursos e ferramentas interativas para alunos e
instrutores, como é o caso do Portal de Educação11 do Exército, que possui cursos
a distância com fóruns de discussão, salas de bate-papo e avaliações online.
Atualmente, as salas de aula da EASA são equipadas com computador e acesso
a internet. Também são dotadas de equipamentos que possibilitam uma instrução
moderna e interativa: projetor multimídia, tela interativa, rede WiFi, tablet individual para alunos e instrutores e reprodutor de mídia digital, que permite o espelhamento da tela de tablets e smartphones no projetor da sala.
O tablet é mais recente inovação implantada nas salas de instrução. A figura 14
mostra um dos dispositivos utilizados por instrutores e alunos da Escola. Esse dispo84
Figura 14 - Tablet na EASA: tecnologia móvel na educação
10.2 A TECNOLOGIA NO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS
Além de modernizar e agilizar o ensino em sala de instrução, a tecnologia também
se faz presente em todas as fases do Curso. O primeiro contato do sargento aluno com
a Escola já se faz por meio da tecnologia: na fase de ensino a distância, a instruções
são realizadas pela internet, através do Portal de Educação do Exército, que permite
a interação entre instrutor e instruendo, disponibilizando ferramentas como salas de
bate-papo, fóruns de discussão e até mesmo simulações de provas online.
Na fase presencial, o dia a dia do sargento aluno na EASA é marcado pela inte85
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
ração com a tecnologia. O arranchamento para as refeições é feito através de sistema digital. A Escola tem um sistema de avisos informatizado implementado através Smart TVs localizadas em pontos estratégicos como rancho, corpo de alunos e
portal das armas, que também exibe o cardápio da semana, notícias e previsão do
tempo, além dos avisos internos da Casa do Adjunto. O aluno também tem a sua
disposição, tanto nas salas de instrução, como nos alojamentos do corpo de alunos,
uma rede WiFi com acesso a internet, que pode ser utilizada tanto para estudos
como para realizar o contato com a família e o lazer.
A parte administrativa do curso também conta com o auxílio da tecnologia. O
processo de revisão de provas é feito através de sistema computadorizado, que regista
e processa os pedidos de revisão dos alunos e a avaliação dos instrutores, escalando,
conforme o caso, ao Chefe da Divisão de Ensino e até mesmo o Comandante. O
próprio processo de confecção da prova recebe um impulso da tecnologia, não apenas com a elaboração da prova em computador, mas também com o despacho de
prova com o Comandante, que é feito de forma digital com o uso dos tablets.
Ao término do CAS, o sargento aluno recebe um memento tecnológico da
EASA: a Revista Digital. Trata-se de um DVD contendo fotos das atividades desenvolvidas durante o curso, palestras e instruções ministradas ao longo do turno, todo
o conteúdo didático do tablet para consulta, a lista de contatos dos colegas de curso,
o carômetro das turmas e as palavras do Comandante da Escola. A cerimônia de
formatura do CAS, realizada no final de cada turno, é filmada e transmitida ao vivo
pela internet através do site da EASA. Dessa forma, familiares do sargento aluno
que não tiveram condições de deslocar-se de suas cidades para assistir a formatura
ao vivo em Cruz Alta, podem acompanhar em tempo real todo o evento através da
internet.
Capítulo 10 - A EASA na era do conhecimento
e definir para cada um o tipo de nível de acesso, o que permite ao instrutor gerenciar
seus cursos de uma forma fácil e segura. Os cursos podem ser criados nos formatos
semanal, por tópicos ou por eventos, e acrescentar dois tipos de conteúdo: materiais
e atividades. Além disso, a ferramenta possibilita compartilhar materiais de estudo,
fazer discussões ao vivo, aplicar testes e avaliações, realizar pesquisas de opinião,
coletar e revisar tarefas e notas, além de muitas outras funções. Os materiais podem
ser textos, páginas da web e diretórios. As atividades são baseadas em ferramentas
que estimulam a interação dos participantes. A figura 15 ilustra o visual do portal
EB aula, onde podem ser vistas algumas de suas funcionalidades. Na parte superior
visualiza-se o nome do usuário logado (administrador/instrutor/aluno). O centro
do portal é destinado para Menus, Blocos e Plugins, que variam, uma vez que os
módulos são inseridos no curso a partir do menu de atividades.
Figura 15 - Captura de tela do Portal EB Aula.
10.3 ENSINO A DISTÂNCIA: 1ª FASE DO CAS
Inicialmente, o ensino a distância da EASA realizava a entrega do material didático ao aluno por meio de correspondência, o que, impossibilitava a interação entre
o aluno e o instrutor. No ano de 2008, na busca por avanços, a EASA começou a
trabalhar junto ao Portal de Educação do Exército, que forneceu ferramentas que
renovaram a forma como o EAD era praticado.
Umas das ferramentas fornecidas é o portal EB aula, que constitui um Sistema de
Gerenciamento da Aprendizagem Online de aulas, tanto presenciais, como a distância.
O EB aula é desenvolvido utilizando a Plataforma Moodle, muito popular por sua flexibilidade, facilidade de manuseio e, principalmente, por ser um software livre e de código
aberto. O Moodle é um dos ambientes virtuais de aprendizagem que mais crescem em
qualidade e adesão social no cenário também crescente da educação pela internet.
O EB aula possibilita ao instrutor criar cursos, adicionar os alunos participantes
86
Os Blocos são centenas de ferramentas prontas que podem ser acrescentados ao
portal; ainda assim, a cada nova versão, muitos elementos são incluídos à lista de
ferramentas, o que propicia, ao instrutor, a oportunidade de inserir vários tipos de
blocos, conforme a necessidade do conteúdo de sua aula. Dentre os inúmeros recursos providos pelo Moodle, a edição HTML é um excelente recurso, que aumenta a
gama de possibilidades para a elaboração das instruções, inclusive a de colocação de
imagens e vídeos.
O portal EB aula chegou à EASA como uma ferramenta capaz de permitir o
acesso móvel aos conteúdos que fazem parte do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, facilitando a realização das aulas. São visíveis os benefícios que a ferramenta
87
EB aula trouxe para a Escola e, também, para o aprendizado do sargento aluno.
Recursos como Fórum, Wiki, Diário, Mensagens, mesmo no modo presencial, permitem a interação mútua e discussões assíncronas entre os participantes, em que
os instruendos podem interagir uns com os outros. Já a ferramenta do Bate-papo,
por sua vez, oferece a possibilidade de uma discussão síncrona, o que intensifica a
sensação de presencialidade na interação, em função do imediatismo das respostas.
Capítulo 11
Galeria de fotos
10.4 RESPLANDECE NO HORIZONTE
Em apenas 22 anos, o ensino na EASA foi transformado pela tecnologia, tanto
na fase presencial do CAS, em sala de aula, como na fase de ensino a distância. A
instrução foi aperfeiçoada pelos recursos tecnológicos adotados com o uso de equipamentos modernos e sofisticados, tornando-se cada vez mais interativa e multimídia. Dessa forma, surge o questionamento: o que esperar do futuro?
A resposta já resplandece no horizonte da EASA, com a realização de provas
e avaliações formais no próprio tablet, de forma digital e online. A vida diária do
aluno na Escola também continuará a evoluir com a tecnologia: novos sistemas utilizando código de barras e identificação biométrica estão sendo projetados.
Por fim, aos integrantes da Casa do Adjunto, para os próximos 22 anos, continua a missão de aperfeiçoamento da instrução, constantemente integrando, de
forma didática, as novas tecnologias ao processo do ensino.
88
Marcel Roberto de Lima Hammarstron - Sgt
11.1 GALERIA DOS EX-COMANDANTES
Ten Cel Cav QEMA
Sérgio Westphalen Etchegoyen
01 fev 93 / 30 jan 96
Cel Cav QEMA
Luiz Veríssimo de Castro
30 jan 96 / 27 jan 98
Cel Eng QEMA
Ismar Ferreira da Costa Filho
27 jan 98 / 12 jan 00
Cel Cav QEMA
Pedro Vitorino Cordeiro Vargas
12 jan 00 / 31 jan 02
Cel Com QEMA
Jorge Ricardo Aureo Ferreira
31 jan 02 / 27 jan 04
Ten Cel Inf QEMA
Guy Hermínio Rocha
27 jan 04 / 25 jan 06
89
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Capítulo 11 - Galeria de fotos
11.2 GALERIA DOS EX-COMANDANTES DO CORPO DE ALUNOS
Ten Cel Cav QEMA
José Pinto de A. Cavalcante
25 jan 06 / 22 jan 08
Cel Art QEMA
Luiz Augusto Cristovão Liotti
25 jan 10 / 26 jan 12
Cel Eng QEMA
Gesiel Saturnino dos Santos
23 jan 08 / 15 jan 10
1º Sgt Art Anderson
Luis Scheidemandel
23 Dez 98 a 16 Fev 01
1º Sgt Inf Marco Antonio
Machado Landwoigt
13 Fev 01 a 13 Jul 01
S Ten Cav Giovani
Vargas Amaral
09 Jul 01 A 30 Abr 03
1º Sgt Inf Luiz
Sérgio Mendes
26 Abr 03 A 22 Dez 04
1º Sgt Inf Moacir Rodrigues
De Almeida
22 Dez 04 A 02 Dez 05
1º Sgt Art Marcos André
Bassi Silveira
21 Nov 05 A 30 Out 08
Cel Cav QEMA
Paulo Antônio Brignol Pacheco
26 jan 12 / 03 jan 14
Cel Cav QEMA
Paulo Sérgio Felipe Alves
Cmt Atual
90
91
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Capítulo 11 - Galeria de fotos
11.3 GALEIRA DE FOTOS DA ESCOLA
1º Sgt Inf Jesus Da Silva
Pinheiro
30 Out 08 A 05 Dez 08
S Ten Inf João Marcelo
O Mota
05 Dez 08 A 08 Dez 10
Figura 16 - Fachada da EASA (1994).
1º Sgt Art Anderson Silva
Machado
08 Dez 10 A 17 Set 13
1º Sgt Com Luis
Carlos Silveira Lemes
Comandante Atual
Figura 17 -Fachada da EASA (2014).
92
93
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Figura 18 - Sala de Instrução (1994).
Capítulo 11 - Galeria de fotos
Figura 20 - Formatura do Turno 01 ‘Turma Pioneira’ (1993).
Figura 19 - Sala de Instrução (2014).
Figura 21 - Formatura do Turno 68 (2014).
94
95
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Figura 22 - Coordenador de Turma (1994).
Figura 23 - Coordenador de Turma (2014).
96
Capítulo 11 - Galeria de fotos
Figura 24 - Instrução no Terreno (1994).
Figura 25 - Instrução no Terreno (2014).
97
Capítulo 12
Cruz Alta
Felipe Pereira Barbosa - Cap
A história de Cruz Alta está ligada ao translado das missões jesuíticas da margem direita para a margem esquerda do Rio Uruguai, embora haja relatos de que
os primitivos habitantes dessa região tenham ido para a missão de Santa Teresa, na
primeira fase das missões no século XVII.
Os jesuítas, no fim do século XVII, ergueram sete missões (São Nicolau, São
Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São João Batista, São Lourenço Mártir e Santo Ângelo), que ficaram célebres pela denominação Sete Povos das Missões.
Nesse contexto, o padre jesuíta Antônio Sepp ordenou que se construísse uma cruz
após a fundação de São João Batista. Esta cruz é a gênese do nome da cidade de
Cruz Alta.
O embate geopolítico entre espanhóis e portugueses pelo controle da Região
Platina foi seguido pela assinatura do Tratado de Madri, que entregava o Rio Grande
ao domínio português. A resistência por parte do povo missioneiro em ceder suas
terras aos portugueses culminou com a guerra guaranítica.
Após curto período de trégua, os castelhanos invadiram por duas vezes o território português acordado pelo Tratado de Madri. Destacou-se no período o caudilho
Rafael Pinto Bandeira, na defesa das fronteiras. A paz veio com o Tratado de Santo
Ildefonso, em 1777.
O Tratado de Santo Ildefonso foi particularmente importante para a evolução de
Cruz Alta. Previa a formação dos campos neutrais, porções de terra neutra, entre os
territórios de Espanha e Portugal, verdadeiros corredores entre a América espanhola
e a América portuguesa.
Cruz Alta ficava situada nesse corredor. A importância destes campos se deve ao
fato de ter permitido o livre fluxo de pessoas das mais variadas características: desertores, contrabandistas, comerciantes etc.
Cresceu nesse período a atividade pecuária, em que a região de Cruz Alta passou
a ser uma região de pouso e invernada para os tropeiros que buscavam o gado das
vacarias sulriograndenses até as terras paulistas, em especial Sorocaba.
Este núcleo populacional cresceu e, no ano de 1833, foi desmembrado de Cachoeira, recebendo a denominação de Espírito Santo de Cruz Alta. Um ano antes já
havia sido elevado à categoria de distrito.
98
99
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais
Participou ativamente da Revolução Farroupilha, tendo recebido em 1841 todo
o alto escalão: Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi e David Canabarro.
Na Guerra do Paraguai, vários cruzaltenses compuseram os corpos de Voluntários da Pátria. Destacou-se inclusive o General Portinho, Barão de Cruz Alta,
comandante de grandes contingentes. Esse militar já havia se distinguido na Revolução Farroupilha, defendendo a República.
Durante a revolução de 1893, Cruz Alta recebeu o apelido de “Ninho dos pica-paus” em referência aos adeptos do Partido Republicano, liderado por Julio de
Castilhos. A Revolta Federalista, entre pica-paus e maragatos, foi uma guerra civil
muito sangrenta que eclodiu opondo irmão contra irmão. Entre os pica-paus destacou-se a figura do cruzaltense Firmino de Paula, filho do Barão de Ibicuí, e a família
Pinheiro Machado. Do lado dos maragatos, pode-se citar a seguinte liderança
cruzaltense: Felipe Nery Portinho (filho do Barão de Cruz Alta).
A figura mais conhecida de Cruz Alta, entretanto, é a do escritor e romancista
Érico Veríssimo, autor de livros como ‘Incidente em Antares’, ‘Caminhos Cruzados’, ‘Olhai os Lírios do Campo’, ‘As Aventuras de Tibicuera’ e ‘Clarissa’. A obra
que o imortalizou foi ‘O tempo e o vento’, dividida em sete volumes, que conta
a formação sociocultural do Rio Grande do Sul através dos séculos, sob a ótica da
família Terra Cambará. A obra recebeu algumas adaptações para a televisão e para
o cinema.
Atualmente Cruz Alta é um município sulriograndense que ocupa a região noroeste do estado, destacando-se pela agricultura e pecuária. A cidade possui um porto
seco, além de ser ramificação de várias vias férreas. Destaca-se, ainda, na área da educação a presença de estabelecimentos de ensino superior, entre eles a UNICRUZ.
O Exército Brasileiro está presente em Cruz Alta com as seguintes unidades militares: a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), o Comando da
Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército (AD/3), o 29º Grupo de Artilharia
de Campanha Autopropulsado (29º GACAp), o Posto Médico da Guarnição de
Cruz Alta (PMGuCA), além do Campo de Instrução de Cruz Alta (CICA).
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100
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102
103
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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais