A RESTAURAÇÃO
DE ISRAEL
Estudo 01 – Apresentação
O tempo do retorno
2Crônicas 36.22,23; Esdras 1 e 2
Rememorando os tempos de vida do povo
de Israel para melhor situar-nos:
- Em 2.000 a.C. Abraão é chamado por Deus;
- Em 1.500 a.C. Moisés é chamado para o êxodo;
- Em 1.400 a.C. Josué invade e conquista a terra;
- Em 1.050 a.C. Samuel unge a Saul como primeiro rei;
- Em 1.000 a.C. Davi inaugura Jerusalém, a capital;
- Em 605 a.C. Nabucodonozor torna Israel vassalo;
- Em 586 a.C. Babilônia destrói Jerusalém/povo cativo;
- Em 536 a.C. como resultado do decreto de Ciro,
Zorobabel, por certo o sacerdote mais antigo, inicia o
retorno com 42.360 hebreus;
• De 536 a em 521 a.C., o povo ocupa novamente a
terra, constroem um altar e lançam os alicerces do
templo. A construção sofre muitos atrasos e obstáculos
sendo até proibida. Zacarias e Ageu nesse último ano,
conclamam o povo à reconstrução do templo;
• De 521 a 516 a.C., sob este novo impulso profético e
a confirmação que veio da Pérsia com o decreto de
Dario, o templo afinal é construído e consagrado cinco
anos depois;
• Em 479 a.C. lá no Oriente ainda, Ester começa a sua
história no reino da Pérsia;
• Em 458 a.C., Esdras é enviado por Artaxerxes para
confirmar o renascimento das tradições judaicas,
trazendo consigo a segunda leva de judeus com cerca
de 2.000 homens;
• Em 445 a.C., é a vez de Neemias que, enviado por
Artaxerxes, vai reerguer os muros de Jerusalém;
• Em 444 a.C., em comemoração à vitória alcançada,
Esdras e Neemias leem a lei diante do povo;
. De 444 a 433 a.C., Neemias trabalha a reconstrução
moral, social e espiritual do povo de Israel, quando
então retorna a Babilônia como havia prometido ao rei;
• Em 432 a.C., Neemias, um ano depois da sua volta ao
reino da Pérsia, volta a Jerusalém e faz as últimas
reformas;
• Em 424 a.C., Malaquias, o último dos profetas que
deve ter sido contemporâneo de Neemias, escreve suas
profecias que fecham o Antigo Testamento, morrendo
em 392 a.C. segundo alguns dos historiadores bíblicos.
A confirmação profética
O cativeiro babilônico, segundo a profecia de
Jeremias teria a duração de 70 anos
Se considerarmos 605 a.C. como seu início,
535 a.C. seria o seu fim;
Os dados históricos, situam-nos Ciro, rei da
Pérsia, conquistando a Babilônia em 539 a.C.
Se considerarmos o ano de 605 a.C. como o
demarcatório do início do banimento do povo hebreu
para a Babilônia, depois da vitória de Nabucodonozor
sobre o Egito, quando os primeiros jovens hebreus
começaram a ser levados cativos para a capital do
mundo da época...
... temos uma demarcação bem precisa para os 70 anos
de cativeiro do povo de Deus, conforme fixado em
profecia de Jeremias ( Jr 25.12), pois a primeira leva
do retorno, com Zorobabel, se dará exatamente em
536 a.C. (605 – 536 = 69 anos) .
Esses 70 anos de cativeiro, também, coincidem
com o período de Israel sem o templo, pois se ele foi
destruído em 586 a.C. com a queda de Jerusalém, a
data histórica para a sua nova consagração vai
ocorrer, segundo os historiadores, precisamente em
516 a.C. (586 – 516 = 70 anos).
Os nomes mais marcantes desse período são,
Esdras, Neemias e Ester que dão nomes aos livros,
Ageu e Zacarias que participam da obra de
reconstrução, Mardoqueu, o primo de Ester que
exerceu influência sobre ela e o reino persa e, afinal,
Malaquias que esteve ao lado de Neemias como profeta
em suas últimas reformas, até a sua morte.
Daí em diante a própria narrativa bíblica nos
comprova tudo isto em dois textos idênticos:
2Cr 36.22,23 e Esdras 1.1-3:
“Ora, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para
que se cumprisse a palavra do Senhor proferida
pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o
espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele
fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz, e
também por escrito, este decreto:...”
”Assim, diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do
céu me deu todos os reinos da terra, e me
encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém,
que é em Judá. Quem há entre vós de todo o seu
povo suba, e o Senhor seu Deus seja com ele.”
É aí, neste exato momento que nossa
história começa!
As gravuras que ilustram a introdução do nosso
estudo são intencionais. Nâo são meros “panos de
fundo” para os textos que ali colocamos.
Representam elas a realidade que o povo de Deus,
teve de enfrentar para
deixar a Babilônia e voltar à Terra da Promessa.
A história do povo de Deus, após o exílio babilônico,
é um desafio permanente, no seu melhor
entendimento. Os dois livros que relatam os fatos
acontecidos, Esdras e Neemias, são plenos de
citações e narrativas que nos convidam a meditar
sobre a distância percorrida daqueles dias aos de
hoje mas, ao mesmo tempo, sobre a sublime
aplicação que podemos fazer de seus ensinos, aos
nossos tempos.
A mensagem principal deles é a de restauração.
Restauração política, geográfica, patrimonial,
econômica, conjugal, moral, nacional e
espiritual. Sem dúvida, um povo que durante
mais de sete décadas perdeu de vista as suas
origens, precisava de uma grande caminhada em
busca dos valores perdidos. É isto que os livros
de Esdras e Neemias, bem como o texto do
livro de Ester, tratam e retratam
para nós.
A HISTÓRIA QUE SE REPETE
(Ed 1.1-11)
Além da devolução dos utensílios do templo, Ciro
ordenará uma paga pelos serviços prestados.
É interessante que, tal como aconteceu quando o povo
saiu do Egito, acontece, também, quando deixa a
Babilônia. Não voltará de mãos vazias. Uma espécie
de tributo ou de paga pelos serviços prestados à nação
conquistadora será cobrado agora no retorno. Prata,
ouro, bens e animais serão usados como retribuição
É, portanto, com surpresa e impacto que, ao ser
despertado o espírito de Ciro para a permissão do
retorno do povo, que os líderes judeus se entusiasmassem
com a ideia. Essa possibilidade, por certo, lhes pareceria
tão remota que, o surgimento dela, partindo de quem
partiu, só podia suscitar ânimo e boa
vontade.
Sendo feita a convocação especial, o povo se
congregou. Considero impressionante o cuidado do
escriba que chegou a registrar pormenorizadamente, os
nomes das famílias e os números de homens, dos que se
dispuseram a voltar para Judá, “cada um para a sua
cidade”. Devemos pensar como Deus conduz a história
de forma surpreendente. Nesse episódio da
restauração, vai usar a benevolência de reis
estrangeiros, como Ciro, Assuero e Artaxerxes, para
auxíliar do seu povo.
Com estes primeiros 42.360 judeus a nação se
identificava, e o começo da restauração se dava. Os
principais líderes desta leva, pelo que podemos
depreender do texto, são Zorobabel e Jesuá. Esdras
só virá, cerca de 80 anos depois, e Neemias,
quase 20 anos mais tarde.
O que é importante ressaltar-se é que a nação se
identificava e se reunificava, mesmo com a ausência de
líderes de maior destaque. Os nomes citados de cada
família, o número de seus componentes, seus
pertences, evidenciam que é por meio da união
de seu povo que a história da revelação
divina se completa para nós.
A PRIORIDADE ESTABELECIDA PELO POVO
(Ed 3.1-13)
A disposição dos chefes das casas paternas de virem ao
templo em início de construção e contribuírem para isso
faz-nos lembrar o que aconteceu para o primeiro
templo, o de Salomão, quando Davi, antes de partir,
fez o mesmo apelo aos seus chefes e foi atendido, como
lemos em 1Crônicas 29.6. Interessante que, sendo tão
pouco ainda reconstruído, o povo se regozijava com isto,
como o texto áureo nos transmite (3.11)
“E cantavam a revezes, louvando ao
Senhor, e dando-lhe graças com estas
palavras: Porque ele é bom; porque a
sua benignidade dura para sempre
sobre Israel. E todo povo levantou
grande brado, quando louvaram ao
Senhor, por se terem lançado os
alicerces da casa do Senhor.”
Esse novo templo que tem os alicerces
e o altar construídos, só se erguerá efetivamente
mais de vinte anos depois, passará a ser chamado
de templo de Zorobabel, pois foi quem mais de
perto liderou a obra em todo esse tempo. Nesse
mesmo local, mais tarde, Herodes, o Grande, fará
outra reconstrução sobre as bases antigas, naquele
templo que será o frequentado por Cristo
nos tempos do Novo Testamento.
Conclusão
Com este primeiro estudo, somos levados a
meditar em como o Senhor, por motivos e razões
que desconhecemos, conduz a história. Nesse
episódio da restauração, vai usar a benevolência
de reis pagãos, como Ciro, agora, e Assuero e
Artaxerxes mais tarde, para auxílio do seu povo.
Por que não fez o mesmo com Faraó do Egito?
Por que permitiu que o seu coração se obstinasse
contra o desígnio dos céus? Só posso imaginar
uma resposta para esta indagação: Porque
enquanto Ciro e os outros dois foram receptivos à
sua vontade, Faraó foi contrário a ela. Como
temos procedido em relação à vontade do
Senhor: favoráveis ou contrários?
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