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N° 29 - 19 de Julho de 2010
ALTA NOS PREÇOS DO AÇÚCAR E DO ETANOL
POSIÇÃO: Semana de 12 a 16/07/2010
1. Preços médios do açúcar e do etanol levantados pela ESALQ/CEPEA
SEMANA
VARIAÇÃO
12 a 16/07/10
05 a 09/07/10
R$
%
PRODUTO
ABMI – R$/saco
EAC – R$/m3
EHC – R$/m3
EHI – R$/m3
Dólar – R$
R$
R$/kg
ATR
R$
R$/kg
ATR
40,38
943,10
824,50
832,30
1,7674
0,3760
0,3318
0,3027
0,3056
40,19
897,30
772,40
754,70
1,7723
0,3742
0,3157
0,2836
0,2771
0,19
45,80
52,10
77,60
-0,0048
0,47
5,10
6,75
10,82
-0,27
2. Preço líquido do açúcar ao produtor
PRODUTO
ABMI
12 a 16/07/10
R$/t
R$/saco
663,16
33,16
05 a 09/07/10
R$/t
R$/saco
660,05
33,00
VARIAÇÃO
R$/saco
0,16
R$/t
3,11
%
0,47
O preço do açúcar apresenta no mês de JULHO uma
alta de 1,1% (R$
7,55/t) e na safra apresenta uma queda de 39,9% (R$ 440,25/t ou R$
22,01/saco).
Figura 1. Comportamento dos preços do açúcar de mercado interno
(ABMI) e externo, (ABME e AVHP) expressos em R$/saco de açúcar de
mercado interno nos meses de abril a junho e os projetados para o mês de
JULHO de 2010 (3ª semana) - SAFRA 2010/2011
80
TIPOS DE AÇÚCAR
75
70
R$ POR SACO DE AÇÚCAR
65
60
55
50
45
40
35
30
A
B
R
I
L
M
A
I
O
25
ABMI
J
U
N
H
O
J
U
L
H
O
A
B
R
I
L
M
A
I
O
AVHP
J
U
N
H
O
J
U
L
H
O
M
A
I
O
J
U
N
H
O
J
U
L
H
O
ABME
1
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3. Preços líquidos do etanol anidro carburante (EAC), do etanol hidratado
carburante (EHC) e industrial (EHI), ao produtor.
A Tabela apresentada abaixo mostra a variação dos preços líquidos
do etanol acumulados na 3ª semana do mês de julho - safra 2010/2011.
VARIAÇÃO
No Mês
Na Safra
EAC
EHC
%
11,7
7,1
8,9
6,5
EHI
11,6
8,0
A Figura 2 mostra o comportamento dos preços líquidos do etanol, expressos
em R$/m3 de etanol anidro, nos primeiros meses da safra 2010/2011.
Figura 2. Comparação entre os preços do Açúcar de Mercado Interno
(ABMI) e os do Etanol de todos os tipos, expressos em R$/m3 de etanol
anidro nos meses de abril a junho e os projetados para o mês de JULHO de
2010 (3ª semana) - SAFRA 2010/2011
1950
1750
R$/m3 de anidro
1550
1350
1150
950
750
550
ABMI
EAC
EHC
EAI
EHI
EAE
EHE
4. Mercado Futuro
No mercado externo (mercado futuro), os preços da Bolsa de Nova York
(demerara) e Bolsa de Londres (refinado), fecharam a semana, de 12 a
16/07/10, novamente em alta, enquanto que a cotação do dólar fechou a semana
em queda, em relação à semana anterior (05 a 09/07/10). O Indicador de Preço
do Etanol Hidratado Paulínia (SP) – ESALQ/BVMF fechou a semana em alta. O
açúcar de mercado interno continua sem cotação.
2
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ATIVIDADES DA SEMANA



Dia 13 – O Presidente e a Vice-Presidenta estiveram acompanhando a votação
do Código Florestal no Congresso Nacional, em Brasília.
Dia 16 - A Assessoria Técnica coordenou reunião com os técnicos das
Associações de Fornecedores de Cana filiados à ORPLANA, no Auditório da
SIMTEC, pela manhã e na Sede da ORPLANA, à tarde para tratar dos seguintes
assuntos: Parte da manhã: SIMTEC – Engenho Central: Palestra sobre
GEORREFERENCIAMENTO e sua aplicação – Roberto Tadeu Teixeira - INCRA;
Parte da tarde: ORPLANA: 1. Apresentação do trabalho elaborado pelo
Instituto de Economia Agrícola sobre custos de produção de Fornecedores –
Dra. Marli Dias Mascarenhas Oliveira, com a presença da Diretora do IEA, Dra.
Valquíria da Silva; 2. Safra 2010 - Moagem e produção de açúcar e etanol –
Posição em 01/07; Qualidade da matéria prima – posição em 15/07/2010;
Projeção de preço do kg de ATR para julho; Custos de Produção – Junho de
2010; 3. Outros Assuntos: Data, local e tema da próxima reunião. Participaram
da reunião, técnicos das Associações de: Andradina, Araraquara, Assis, Barra
Bonita, Capivari, Catanduva, General Salgado, Guariba, Iturama, Jaú, Lençóis
Paulista, Monte Aprazível, Novo Horizonte, Olímpia, Orindiuva, Piracicaba,
Santa Bárbara D’Oeste, Sertãozinho e Valparaiso.
Dia 16 – O Presidente, o Diretor Tesoureiro e a Assessoria Técnica e Jurídica e o
Assessor da Diretoria, participaram da 6ª Reunião do conselho Deliberativo, na
Sede da ORPLANA, em Piracicaba, oportunidade em que foram tratados os
seguintes assuntos: Período da manhã: 1. Mercado Internacional de Açúcar e
Etanol – GLENCORE; 2. Aprovação da Ata da Reunião de 18/06/2010; 3.
CONSECANA – Relato da reunião realizada em 21/06/10; 4. Reserva Legal –
Relato da votação no Congresso Nacional; 5.Procedimento
no
caso
de
denúncias de irregularidades na Avaliação da Qualidade da matéria-prima; 6.
Safra 2010/2011 - Produção de Cana, açúcar e etanol – Posição em
01/07/2010; Entrega de cana de fornecedores e Qualidade da matéria-prima;
Comparativo com a safra 2009/2010 – posição em 15/07/2010; Custo de
produção de junho e projeção de preços para julho; 7. Atividades da Diretoria;
8. Outros assuntos. Participou da reunião o Deputado Federal Antonio Carlos de
Mendes Thame; Período da tarde: Apresentação do trabalho elaborado pelo
Instituto de Economia Agrícola sobre Custos de produção de fornecedores –
Dra. Marli Dias Mascarenhas Oliveira, com a presença da Diretora do IEA, Dra.
Valquíria da Silva. Terminada a reunião foi realizada visita ao SIMTEC.
Participaram da reunião representante das seguintes Associações: Andradina,
Araçatuba, Araraquara, Assis, Barra Bonita, Catanduva, General Salgado,
Guariba, Iturama, Jaú, Lençóis Paulista, Monte Aprazível, Orindiuva, Ourinhos,
Piracicaba, Santa Barbara D’Oeste e Sertãozinho.
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NOTICIAS DA SEMANA
Com seguranças, família Balbo retoma a usina Galo Bravo
Dono acusa Mansur, ex-gestor, de desvio de dinheiro e pede prazo a trabalhadores.
A ala da família Balbo proprietária da usina Galo Bravo, em Ribeirão Preto, tomou
posse ontem, com direito a seguranças, da sede da indústria e pretende retomar a moagem
de cana-de-açúcar ainda nesta semana.
Conforme publicou com exclusividade a Folha na última quinta-feira, os donos da
Galo Bravo romperam o acordo de gestão que tinham com Ricardo Mansur, que era dono do
Mappin e da Mesbla -ambas faliram.
A família acusa Mansur de ter desviado dinheiro da usina que ele deveria, segundo o
acordo de agosto de 2009, sanar e preparar para venda.
O empresário Alexandre Balbo, que está à frente da Galo Bravo, disse que teve
reuniões, ontem, com os trabalhadores, que estão com salários atrasados.
Balbo pediu um prazo a eles, até a próxima quinta-feira, para levantar o dinheiro e
pagar o que a usina lhes deve. O montante, diz ele, chega a R$ 2,2 milhões.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribeirão Preto, Silvio
Palviqueres, disse que os trabalhadores irão "dar um voto de confiança".
"Mas se não pagarem, aí vai ficar difícil. Vai ser melhor fechar de vez a usina", disse
o sindicalista.
A reabertura da Galo Bravo também foi tema de reuniões ontem, segundo Balbo. Ele
disse que tentará conversar com fornecedores para retomar a produção.
O empresário Ricardo Mansur não foi encontrado ontem. Ele está sendo procurado
pela reportagem desde a semana passada (Folha de S. Paulo, 13/7/10).
CANA: Corte mecanizado em SP chega a 65%
O corte mecanizado da cana-de-açúcar na safra 2009/2010 ficou entre 57% e 65%
no estado de São Paulo, o principal pólo produtor da planta, cultivada em cerca de 4,9
milhões de hectares. As estimativas estão em relatório técnico de pesquisadores ligados ao
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Conforme o estudo (disponível no link:
http://150.163.3.3/canasat/data/artigos/Relatorio%20colheita%202009-10%20SP_Daniel%20et%20al.pdf),
no último trimestre de 2009, a colheita da matéria-prima do etanol e do açúcar seguiu em
ritmo acelerado, porque as chuvas reduziram de intensidade e as fábricas estenderam a
safra.
Em outubro, por exemplo, foram colhidas no estado 3,39 milhões de toneladas, das
quais 57,3% extraídas por máquinas. No mês, a região de São José do Rio Preto foi a mais
mecanizada do estado, com 70,2% do total de cana plantada.
Em novembro, o estado colheu 3,8 milhões de toneladas, sendo 57,8% através de
máquinas. No período, Rio Preto manteve a liderança paulista de mecanização, com índice de
63,5%.
Já em dezembro, foram extraídos 4 milhões de toneladas, sendo 65,8% deles através
de colhedoras. Nesse mês, os canaviais da região de Barretos lideraram em mecanização,
com 77,3% (AGROIND, 8/12/10).
Índia exporta açúcar
Depois de dois anos sem atuar no mercado internacional, a Índia pode voltar a
exportar açúcar neste ano. Segundo informações da Bloomberg, o país, que é o maior
consumidor mundial de açúcar, pode gerar excedentes suficientes para vender no mercado
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externo 1 milhão de toneladas. A expectativa é que o volume seja suficiente para atender a
demanda da Ásia, que supera a oferta em 30%, segundo a Wilmar International, que
comprou na semana passada a maior refinaria de açúcar da Austrália (Valor, 12/7/10).
Terras: Compra de estrangeiros agora será controlada
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu fazer o controle das compras de terras
brasileiras por estrangeiros. Por determinação da Corregedoria do CNJ, todos os cartórios do
país terão de informar sobre esse tipo de aquisição. O objetivo é mapear os negócios para
depois tomar providências que poderão levar até a anulação das operações. Segundo o CNJ,
as compras que não seguirem os limites das leis brasileiras serão anuladas.
A decisão foi tomada pelo corregedor-geral de Justiça, ministro Gilson Dipp. "Agora,
sempre que os cartórios detectarem compras de terras por empresas brasileiras controladas
por estrangeiros, eles terão de incluir essa informação num cadastro e relatar eventuais
abusos", explicou Dipp ao Valor.
Para o ministro, a discussão sobre a possibilidade de aquisição de terras por
estrangeiros enfrenta um problema inicial: a falta de dados sobre esse tipo de negócio. "Não
há planejamento nem gestão sem informação", disse Dipp. "O Judiciário deve fazer a sua
parte, dentro de seu limite de competência e mostrar que está atento".
As informações sobre as compras de terras vão chegar trimestralmente ao CNJ. Elas
serão encaminhadas, primeiro para as corregedorias dos Tribunais de Justiça. Se os tabeliães
dos cartórios de imóveis não prestarem informações estarão sujeitos à perda do cargo.
Para Dipp, a determinação do CNJ vai de encontro à manifestação do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que alertou para a necessidade de o Brasil ter maior controle sobre a compra
de suas terras. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, revelou
preocupação semelhante em visita recente ao Conselho.
A decisão do CNJ foi tomada após pedido da 5ª Câmara do Ministério Público Federal,
que é responsável por questões ligadas ao patrimônio público e social. A 5ª Câmara informou
ao CNJ a respeito da crescente aquisição de terras rurais por empresas brasileiras com
participação estrangeira e questionou se não deveriam ser impostos limites a essa atividade.
A Corregedoria do CNJ verificou que, no fim dos anos 90, a Advocacia-Geral da União (AGU)
chegou a emitir um parecer favorável à liberação dessas compras. Esse parecer foi
contestado pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e, em 2008, a
AGU retomou essa discussão por causa da iminência de novas aquisições de terras, dado o
interesse de estrangeiros pela matriz energética proveniente de biocombustíveis, como a
cana-de-açúcar e a mamona.
Em novo parecer, assinado em setembro de 2008, a AGU concluiu que devem existir
limites a essa atividade. Pelo texto, nos casos de empresas totalmente controladas por
estrangeiros ou com mais de 51% de seu capital nessa situação, as aquisições estão restritas
ao que dispõe a Lei nº 5.709, de 1971.
Essa lei proíbe a compra de imóvel rural por estrangeiro acima de cinqüenta módulos
de exploração indefinida, em área contínua ou descontínua. Ela também não permite a
compra em áreas consideradas indispensáveis à segurança nacional. E, por fim, restringe
essas aquisições a terras rurais destinadas à implantação de projetos agrícolas, pecuários,
industriais ou de colonização. Em setores imprescindíveis ao desenvolvimento, apenas
empresas de capital nacional poderiam compras terras (Valor, 14/7/10).
Canaviais do Centro-Sul devem receber R$ 5 bi este ano. Tanto
usinas quanto fornecedores de matéria-prima devem investir no
replantio dos canaviais, diz Ismael Perina Júnior, presidente
ORPLANA
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Após dois anos consecutivos de baixos investimentos, os canaviais do Centro-Sul
devem voltar ao foco do setor. A estimativa é de que pelo menos R$ 5 bilhões sejam
injetados neste ano para reformar uma área de cerca de 1,4 milhão de hectares de cana nos
Estados do Centro-Sul - São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e
Goiás. O maior faturamento de usinas e de fornecedores de cana, aliado à perspectiva de
que 2010 deve ser um ano de preços remuneradores para açúcar e álcool, justifica os
investimentos.
Tanto usinas quanto fornecedores de matéria-prima devem investir no replantio dos
canaviais, diz Ismael Perina Júnior, presidente da Organização dos Plantadores de Cana do
Centro-Sul (ORPLANA).
A área de 1,4 milhão de hectares equivale a entre 18% e 20% da área total do
Centro-Sul, que é de cerca de 7 milhões de hectares. O percentual é o ideal para renovação
anual dos canaviais, mas nas últimas duas safras, não foi atingido, segundo Perina. "Acredito
que outros 1,4 milhão de hectares ficaram sem renovar nas temporadas 2008/09 e
2009/10", conta.
Além de menor índice de renovação de canaviais, afirma ele, o uso de tecnologia nos
canaviais já existentes também foi reduzido. Os reflexos já começam a ser sentidos nesta
safra, segundo Perina. "Há fornecedores entregando cana na usina com baixo desempenho
de açúcar. Esses investimentos precisam ser feitos para que o fornecedor volte ao ciclo
economicamente viável".
O motivo da menor aplicação de recursos foi a baixa remuneração paga pela cana.
Além disso, a crise mundial e a do próprio setor sucroalcooleiro, contribuiu para que muitas
usinas deixassem de pagar seus fornecedores.
Se os investimentos não forem feitos, diz Perina, a conseqüência será a escassez de
cana nos próximos anos. Já há, segundo ele, indícios de carência de cana em algumas
regiões produtoras do Centro-Sul. São casos pontuais, esclarece, e mais comuns nas regiões
onde houve sérios problemas de inadimplência de usinas com fornecedores de cana.
Em Sertãozinho(SP) por exemplo, cidade que foi cenário da crise de uma das maiores
empresas do setor, a SANTELISA Vale, há relatos de escassez de oferta na região", diz
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do
Estado de São Paulo). "Há usinas procurando cana na vizinhança. Mas os fornecedores estão
receosos e agora só vendem com pagamento antecipado, motivo pelo qual a demanda vem
sendo controlada", diz Ortolan.
Na última safra, a 2009/10, os fornecedores de cana receberam, em média, R$ 46,35
por tonelada da matéria-prima entregue, ainda abaixo do custo de produção, que foi de R$
53,43, mas 16% acima do realizado no ano anterior, a safra 2008/09. Com as atuais
cotações em alta do açúcar e do álcool, Perina acredita que a rentabilidade por tonelada de
cana neste ano voltará a subir (Valor, 15/7/10).
Clima seco leva consultoria a reduzir previsão de moagem
A consultoria FG/Agro divulgou ontem uma previsão de moagem de 588 milhões de
toneladas de cana no Centro-Sul do Brasil na safra em curso, a 2010/11. A estimativa é mais
de 10 milhões de toneladas menor do que a previsão inicial de todo o setor, que é de
processar 595 milhões de toneladas nesta temporada.
Apesar de ainda não ter divulgado revisão de seu prognóstico de safra, a União da
Indústria de cana-de-açúcar (Unica) reconheceu que o clima seco em junho pode prejudicar
a produção de açúcar, segundo disse à Bloomberg o diretor técnico da Unica, Antônio de
Pádua Rodrigues.
Lucas Toledo Burin, analista da FG/Agro, explica que o clima seco deve prejudicar o
desenvolvimento da cana resultante do rebrote de áreas que foram colhidas no ano passado.
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De acordo com Burin, essa redução de desempenho da cana deve ser da ordem de 20% e
atingirá uma parcela de 30% da safra. "No final das contas, essa condição pode trazer queda
de 6% em toda a safra do Centro-Sul", resume Burin.
Assim, diz ele, deve haver uma revisão dos números iniciais do setor e espaço para
elevação nos preços do açúcar e do álcool. "Especificamente no caso do álcool, acreditamos
que o mercado poderá chegar com oferta bastante restrita, como já ocorreu no ano
passado", afirma o analista.
A previsão da FG/Agro é de uma produção de 33,6 milhões de toneladas de açúcar
(34,1 milhões de toneladas da previsão inicial da UNICA) e de 27 bilhões de litros de etanol
(27,4 bilhões de litros da previsão da UNICA) (Valor, 15/5/10).
Vítima da estiagem, safra deve sofrer quebra de 4,6%. Chuva dos últimos
dias não irá recuperar a qualidade da cana, revela pesquisa do Idea
A safra da cana-de-açúcar deverá sofrer uma quebra de 4,6%.
A estimativa é do IDEA, empresa prestadora de serviços para o setor
sucroenergético.
A quebra, que atingirá 28 milhões de toneladas das previstas 595 milhões de toneladas na
região Centro-Sul do país, reflete a baixa incidência de chuvas.
"Desde abril os canaviais não recebem chuvas adequadas e estão com estresse muito
forte, o que paralisou seu crescimento", diz o engenheiro agrônomo Dib Nunes Júnior, diretor
do IDEA.
MÉDIAS
Segundo ele, houve redução de 8,2% sobre as médias de produtividade na safra de
2009/10.
O estudo do IDEA é por amostragem, feito com informações colhidas em usinas que
são clientes da empresa.
As chuvas dos dois últimos dias, segundo ele, não melhoram a produtividade dos
canaviais.
"As perdas estão consolidadas, até porque as chuvas recentes foram irregulares".
Se for registrada a quebra de 4,6%, as usinas reduzirão uma oferta de
aproximadamente 1,6 milhão de toneladas de açúcar e de 1,3 bilhão de litros de etanol.
A diminuição refletirá nos preços, mas Nunes Júnior prefere não fazer comentários (A
Cidade de Ribeirão Preto, 15/7/10).
DEDINI se une à NOVOZYMES em projeto para Etanol de celulose.
O objetivo é construir uma usina integrada a uma planta de açúcar até 2012 e vencer
o desafio de fabricar o etanol celulósico mais competitivo do mundo.
A empresa dinamarquesa NOVOZYMES, especializada em enzimas industriais; e a
brasileira DEDINI Indústria de Base, maior empresa de equipamentos para o setor
sucroalcooleiro do país; anunciam hoje (16) um projeto conjunto para produção de etanol
celulósico feito a partir de bagaço e de palha de cana-de-açúcar. O objetivo é construir uma
usina integrada a uma planta de açúcar até 2012 e vencer o desafio de fabricar o etanol
celulósico mais competitivo mundo.
Em linhas gerais, o projeto usará enzimas para hidrolisar as moléculas de celulose do
bagaço e da palha da cana, ou seja, transformar a biomassa em açúcares. A Dedini
desenvolveu entre 2003 e 2007 uma planta experimental de etanol celulósico em uma usina
em São Paulo, mas utilizando ácidos no processo de hidrólise.
A enzima já foi desenvolvida pela NOVOZYMES e está em uso em um outro projeto
da empresa dinamarquesa com a americana POET, uma das maiores produtoras de
biocombustíveis de segunda geração dos Estados Unidos. William Yassume Yassumoto,
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gerente de Novos Negócios da NOVOZYMES no Brasil, conta que a Poet anunciou neste ano a
construção de uma planta de demonstração de etanol celulósico, usando essa enzima, com
custos de produção viáveis nos Estados Unidos.
"O etanol sairá da fábrica americana a US$ 2 por galão, que é o valor equivalente ao
custo do etanol convencional de milho nos EUA", diz. No entanto, para o Brasil, a
NOVOZYMES precisa apresentar um custo menor. "Trabalhamos com um patamar da ordem
de US$ 1,50 por galão", afirma Yassumoto.
A tecnologia de produção de etanol celulósico já é dominada pela pesquisa. O maior
gargalo está em torná-lo competitivo. No projeto que a Dedini desenvolveu até 2007 - na
Usina São Luiz de Pirassununga (SP) - o etanol celulósico foi produzido, mas com custos
entre quatro e oito vezes mais altos do que o do etanol de cana, conta José Luiz Olivério,
vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da DEDINI.
Na parceria com a empresa brasileira, a NOVOZYMES deve usar outras enzimas nos
testes. As duas empresas ainda não calcularam quanto de investimento esse projeto irá
absorver, valor que deve ser definido em uma fase mais avançada do projeto, quando o
escopo da usina tiver definido.
O primeiro grande projeto da NOVOZYMES em etanol celulósico no Brasil começou
em 2007, com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), entidade privada de pesquisa em
cana mantida por usinas do Centro-Sul. O objetivo é semelhante ao do acordo com a
DEDINI, ou seja, implantar uma fábrica de demonstração de etanol celulósico. "Mas, as
pesquisas têm foco na necessidade dos associados do Centro", diz Yassumoto.
Provando-se viável economicamente, a produção de etanol celulósico com palha e
bagaço de cana poderá dobrar a atual fabricação de etanol nas usinas do Brasil, segundo
Olivério. "Uma indústria com boa produtividade agrícola e industrial produz 7 mil litros de
etanol por hectare de cana cortada. Se essa mesma usina utilizar 100% do bagaço e da
palha de cana disponível para produção de etanol celulósico, essa produção sobe para 12 mil
a 13 mil litros", detalha (Valor, 16/7/10).
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