Avaliação da interferência da
umidificação de incubadoras na
eficácia da fototerapia
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO EM
NEONATOLOGIA
Vinícius Santana Pereira
Orientador: Carlos Alberto Moreno Zaconeta
www.paulomargotto.com.br
18/11/2009
Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa
Sul/SES/DF
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
Maior Precisão
Maiores Custos

Menores Riscos ?
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE (ATS): o caminho para a decisão
fundamentada em saúde. BRATS, v.1, n.1, jun.2006
INCORPORAÇÃO ACRÍTICA DE
TECNOLOGIAS

O que é:


É o uso acrítico e indiscriminado
de tecnologias
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde Ciência e Tecnologia em Saúde.
Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília : CONASS, 2007. 168 p
CONSEQUÊNCIAS DO USO
ACRÍTICO





Uso indevido dos aparelhos
Subutilização do potencial pleno dos
aparelhos
Diminuição da vida útil
Aumento dos riscos
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE (ATS): o caminho para a decisão fundamentada
em saúde. BRATS, v.1, n.1, jun.2006
BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO
CRÍTICA

Benefícios para o paciente




Segurança e eficácia
Benefícios para os gestores
Benefícios para os fabricantes 
Feedback
Um norte para se aperfeiçoar
FOTOTERAPIA POR LEDS

Entre os mais recentes
avanços em
neonatologia

Composição dos LEDS

Super LEDS

MARTINS, B. M.R. et al.“Efficacy of new
microprocessed phototherapy system with
five high intensity light emitting diodes
(Super LED)”; J. Ped. (Rio J), v.83, n.3, p.
253-258, 2007.
RN DE MUITO MUITO BAIXO PESO


Definição
Maior incidência de alterações
fisiopatológicas


Ex: icterícia
Sobrevida crescente
RN DE MUITO MUITO BAIXO
PESO

Epitelização cutânea incompleta



Maior perda hídrica
Pior controle térmico
Estresse pelo frio


Redução do ganho de pedo
Redução do aumento de PC
UMIDIFICAÇÃO DE INCUBADORAS

Estudo de Harpin e Rutter



Aumento de umidade e embaçamento


Alta umidificação e perda hídrica
Maior estabilidade térmica
Como ocorre o embaçamento
HARPIN, A.V., RUTTER, N. Humidification of incubators. Archives of Disease in Child,
v.60, p.219-224, 1985.
UMIDIFICAÇÃO DE INCUBADORAS

Pacientes em
incubadora embaçada e
em fototerapia

“O QUANTO DE
IRRADIÂNCIA ESTÁ
CHEGANDO AO
PACIENTE?”
OBJETIVOS

Verificar a influência da umidificação da
incubadora na intensidade de
irradiância que chega ao RN
MATERIAIS


Uma incubadora Fanem
modelo Vision advanced
2286® nova
Temperatura e umidade
eram lidos em um visor
externo denominado
Unidade Inteligente de
Controle-2286® (UIC)
MATERIAIS

Um aparelho de fototerapia novo marca
Fanem Bilitron modelo BTI 3006®
MATERIAIS

Um aparelho novo de fototerapia
halógena marca Fanem modelo
Bilispot® 006 BBV
MATERIAIS

Um radiômetro marca Fanem modelo
620®
MATERIAIS

Um nível de água marca Uyustools
modelo shockproof fabricado em
alumínio, com acurácia de 0,057=1,0
mm
MATERIAIS

Termo Higrômetro marca MINIPA
modelo MT 241® digital portátil
METODOLOGIA

Estudo Piloto



Local Fechado
Janelas Protegidas da luz
Irradiância local 0,1 w/cm2/nm
METODOLOGIA

Montagem do estudo:





Posicionados incubadora,
higrômetro e radiômetro
Sensor do radiômetro
Estabilização da
temperatura
Bilitron ligado
imediatamente antes de
se iniciar a umidificação
Bilitron: 30 cm da
superfície e com a fonte
luminosa a 1 cm da
parede da incubadora
Higrômetro
UIC
Leitor do
Radiômetro
METODOLOGIA

Pequenas variações
na angulação da
superfície provocam
alterações na
irradiância  nível
d’água sobre a
bandeja da
incubadora
Foto sensor do
Radiômetro
Sensor de
Temperatura
Nível D’água
METODOLOGIA

Após montagem do sistema


Incubadora programada para atingir 95% de
umidificação
Conforme ocorria aumento da umidade externa,
foram aferidos





Irradiância
Hora
Temperatura da incubadora
Temperatura externa
Umidade externa
METODOLOGIA


Utilizada tabela estruturada para coleta
de dados, para facilitar o
preenchimento
Os dados eram verificados na UIC da
incubadora
TABELA COLETA DE DADOS
Temp. Incub
Umidade
Umidade
Externa
Hora
Irradiância
Temp
Externa
COLETA DE DADOS

Realizada após o
estudo piloto


Porém o bilitron foi
ligado 20 min antes
do início da
umidificação
Formação de halo
embaixo da área do
bilitron, diferente do
estudo piloto
HIPÓTESE

“A queda da irradiância observada no
trabalho piloto deve-se mais ao
embaçamento da cúpula da incubadora
que à umidade presente na mesma”
CONFIRMAÇÃO DA HIPÓTESE

Montado segundo
sistema, semelhante
ao primeiro



Bilispot no lugar do
bilitron
Perpendicular à
incubadora
1 cm da cúpula e 30
do radiômetro
Halo térmico
Biilspot
CONFIRMAÇÃO DA HIPÓTESE

O bilispot foi então posicionado em
local diferente do halo
CONFLITO DE INTERESSES

Os aparelhos foram emprestados,
novos, pela empresa Fanem.
Tabela 1: Irradiância do Bilitron medida com diferentes
graus de umidificação e sem a formação de halo
térmico.
Temp
Incub
Umidade
Umidade
Externa
Irradiânci
a
Temp
Externa
34
22%
51%
21,1
25,5
34,4
31%
50%
20,5
25,9
34,4
40%
50%
21,1
25,9
34,4
50%
50%
21,3
25,9
34,4
60%
50%
21,3
25,9
34,4
70%
50%
21,3
25,9
34,4
73%
50%
19,3
25,9
34,4
74%
50%
18,5
26,0
34,5
76%
50%
16,8
26,0
34,6
80%
50%
16,3
26,3
34,6
85%
50%
15,4
26,3
34,9
90%
50%
13,7
26,4
35,6
95%
51%
11,7
26,5
RESULTADOS E DICUSSÃO


Manutenção da irradiância constante
até 70% de umidificação
Após 70% de umidificação, redução
gradativa da radiância
Tabela 2: Irradiância do Bilitron medida com diferentes
graus de umidificação e com a formação de halo térmico
Temp.
Incub
Umidade
Umidade
Externa
Irradiân
cia
Temp
Externa
34,3
17 %
32 %
40,4
26,4
35,5
20 %
32 %
40,1
26,4
34,6
30 %
32 %
40,2
26,4
34,6
40 %
32 %
40,4
26,4
34,6
50 %
32 %
40,6
26,4
34,6
60 %
32 %
41,2
26,4
34,7
65 %
32 %
41,5
26,4
34,7
70 %
32 %
41,8
26,4
34,8
75 %
32 %
42,6
26,4
34,9
80 %
32 %
42,8
26,4
35
85 %
32 %
42,2
26,4
35,2
90 %
32 %
40,9
26,4
35,6
95 %
32 %
39,6
26,8
35,8
95 %
32 %
40,7
26,9

Não houve queda da irradiância,
inclusive com aumento em alguns
momentos
Tabela 3: Irradiância do Bilispot medida com diferentes graus de
umidificação e com a formação de halo térmico
Temp.Incub
Umidade
Umidade
Externa
Irradiância
Temp
Externa
34,1
47 %
30 %
22,1
27,9
34,2
50 %
30 %
21,3
27,9
34,2
60 %
30 %
21,2
27,9
34,2
70 %
30 %
20,9
27,9
34,2
75 %
30 %
20,9
27,9
34,2
80 %
30 %
21
27,9
34,3
85 %
30 %
21
27,9
34,3
90 %
30 %
20,6
27,9
34,3
95 %
30 %
19,9
27,9
34,3
95 %
30 %
20,2
27,9
34,3
97 %
31 %
19,6
27,9
RESULTADOS E DICUSSÃO



Medida realizada com bilispot a 1 cm da
incubadora e perpendicular a ela
Não houve queda de irradiância com o
aumento da umidificação
Problema: posicionamento não possível
na prática
Tabela 4: Irradiância do Bilispot medida fora do halo térmico
Temp.
Incub
Umidade
Umidade
Externa
Hora
Irradiânci
a
Temp
Externa
35,3
95 %
30 %
14:26
5,6
28,5
35,3
96 %
31 %
14:49
7,2
28,3
35,2
95 %
30 %
14:59
7,9
28,1
35,0
94 %
31 %
15:09
8,5
28,4
35,0
97 %
31 %
15:19
8,9
28,4
34,7
97 %
28 %
15:29
9,2
28,3
34,5
97 %
27 %
15:39
9,5
28,1
34,5
96 %
26 %
15:49
9,7
28,1
RESULTADOS E DICUSSÃO



O bilispot foi
posicionado fora do
halo
Houve sensível redução
da irradiância
Com o tempo a
irradiância aumentou 
houve rarefação na
área embaçada
Tabela 5: Irradiância com umidificação, com secador ligado
Temp.
Incub
Umidade
Umidade
Externa
Hora
Irradiânci
a
Temp
Externa
34
60%
50%
14:28
31,8
34,9
34,1
70%
49%
14:32
32,2
35,1
34,5
80%
45%
14:51
27,3
35,6
35
86%
43%
15:22
24,7
36,1
35,2
89%
42%
15:51
24,8
36,4
34,6
80%
42%
15:57
32,7
34,9
35,2
64%
43%
16:46
32,1
37,4
35
70%
41%
16:49
32,2
37,6
36
80%
36%
17:03
30,3
38,9
36,3
85%
34%
17:12
30,6
38,9
36,6
90%
33%
17:25
30,6
38,9
36,7
90%
35%
17:36
30,9
39
RESULTADOS E DICUSSÃO



Às 14:32 ocorreu embaçamento da
incubadora
Às 15:57 foi limpado o embaçamento
da área abaixo do bilitron
Às 16:46 iniciaram as medidas com
secador ligado
RESULTADOS E DICUSSÃO

Recomendação


Limpar a incubadora antes da umidificação
HARPIN, A.V., RUTTER, N. Humidification of incubators. Archives of Disease in Child,
v.60, p.219-224, 1985
RESULTADOS E DICUSSÃO

Necessidade de mecanismos de
desembaçamento, para otimizar o
tratamento
RESULTADOS E DICUSSÃO

Mecanismos de desembaçamento



Jogar ar quente na superfície do vidro com
menor temperatura  difícil execução
Fios de metal condutor ao longo da cúpula
 sensíveis, danificam facilmente
Acrílicos laminados  tecnologia cara
RESULTADOS E DICUSSÃO



Necessidade que a fototerapia e
umidificação não se incompatibilizem
Custo do kernicterus  140 mil dólares
ao longo da vida
BRITEZ, C.; SAMUDIO, D. Costo ocasionado por la enfermidad hemolítica del recién nacido
por incompatibilidad RH VS costo de la profilaxis”; Pediatr. (Asunción), v.. 34, n. 1,
2007.
RESULTADOS E DICUSSÃO

Necessidade de desembaçamento ainda
maior na prática


Em 2006, quase 50% dos aparelhos de
fototerapia do HRAS produziam doses
subterapêuticas de irradiância
OLIVEIRA, J.V.; ZACONETA, C.ªM; Avaliação técnica dos aparelhos de fototerapia do
Serviço de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul, Brasília : HRAS, 2006,
www.paulomargotto.com.br
CONCLUSÕES

Umidificação não diminuiu a irradiância
que chega ao paciente, como fator
isolado
CONCLUSÕES

O embaçamento da cúpula da
incubadora diminui a irradiância que
chega ao paciente em fototerapia
CONCLUSÕES

O desembaçamento da cúpula da
incubadora é eficiente como medida de
não dispersão da irradiância
CONCLUSÕES

Devemos evitar
que esta cena
aconteça ! (obs: tem
um RN dentro dessa
incubadora)
AGRADECIMENTOS

Equipe da Neonatologia
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS

Se um dia tiver que escolher entre o
mundo e o amor... Lembre-se: se
escolher o mundo ficará sem o amor,
mas se escolher o amor, com ele
conquistará o mundo.
Albert Einstein
OBRIGADO
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Avaliação da interferência da umidificação de incubadoras